Tudo pode acontecer

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ID: 51425580
20-12-2013 | Finanças Pessoais
Tiragem: 17566
Pág: 7
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 8,74 x 32,28 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 1
OPINIÃO
Tudo pode acontecer
RUI CASTRO PACHECO
Subdirector de Investimentos do Banco Best
É
verdade que muito há a dizer sobre
2013 e estou certo que 2014 vai ser
um ano cheio de interesse… mas
olhando para o nosso país, para o orçamento de Estado que aí vem (mesmo que
com mais ou menos chumbos do Constitucional) e prevendo a continuidade da austeridade, apetece passar já para 2015.
Ainda assim, cumpre deixar umas palavras
sobre o ano que termina e o novo que se avizinha. A juntar a tudo o que aconteceu em 2013,
até o meu Benfica acabou por vacilar às portas
do sucesso. É verdade que política e desporto
(e também a religião) são difíceis de discutir
por serem temas em que é difícil desligarmo-nos das nossas paixões e sermos racionais e
isentos, mas mesmo assim vou arriscar algumas considerações políticas usando metáforas
futebolísticas.
O treinador Vitor Gaspar, que vinha muito
bem cotado, mas que não estava a conseguir
apresentar grandes resultados, inicia a época
anunciando um “enorme aumento de impostos”. Este anúncio fez com que a equipa nacional deixe de jogar ao ataque (principalmente
os consumidores e, numa segunda derivada,
as empresas expostas à procura interna) e
passe a jogar apenas para não perder. A meio
do ano acontece a chicotada psicológica com o
treinador da austeridade e dos cortes a ser
substituído por um novo, mas o desentendimento entre o vice-presidente para o futebol
e o director desportivo quase leva à queda “irrevogável” da equipa directiva. O Presidente
intervém e a equipa directiva é salva com mais
um lugar de vice e os resultados parecem mostrar até alguma recuperação. É então que o
novo treinador anuncia mais cortes sobre os
anteriores e se teme novo “efeito negativo na
moral da equipa”.
O próximo ano trará alguns jogos decisivos,
como o embate com a equipa do Tribunal
Constitucional, a possibilidade de voltarmos à
Liga dos Mercados e o que esperamos sejam as
últimas visitas da “Troika” ao nosso terreno.
Para já, o Sporting segue na frente e tudo
pode acontecer… mesmo o que ninguém ousaria prever no início da época. Pode ser que
as coisas corram bem a Portugal, mesmo sem
grande nota artística, e que consigamos bons
resultados até ao final do verão de 2014…
para que 2015 seja mesmo um ano em cheio.
Alguém disse que o PIB nacional cresce mais
se o Benfica for campeão, mas, da minha parte, fica apenas o desejo de que ganhem os
melhores. ■
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