CURSO DE VACINAS EM SAÚDE PÚBLICA ENSP/FIOCRUZ/OPAS/INSTITUTO SABIN 27-31 JULHO 2015 Vacina Febre Amarela: sucessos e desafios Akira Homma Presidente Conselho Político Estratégico Bio-Manguinhos/Fiocruz Virus Febre Amarela Arbovirus (Arthropod borne virus) – 6 familias: Togaviridae (Alphavirus, Flavivirus); Bunyaviridae; Arenaviridae; Reoviridae (Orbivirus); Rhabdoviridae; Poxviridae Família FLAVIVIRIDAE (flavus. L., amarelo) – 70 virus RNA de fita simples; incluindo FA, Dengue, Encefalite St. Louis, Febre do Oeste do Nilo, JE, Rocio, Hepatite C – a maioria transmitida por mosquitos e carrapatos A Doença Febre Amarela: - Doença infecciosa, febril, aguda e grave; - Doença sistemica, caracterizada por alta viremia, com comprometimento hepático, renal e do miocárdio, provocando hemorragia - Alta letalidade - Prevenivel por vacinação Yellow Fever Transmission Cycles Primates reservoir and vectors haemagogus Fonte: SVS/MS Gardner CL, Ryman KD. Clin Lab Med. 2010 Mar;30(1):237-60. Vasconcelos PF. Rev Soc Bras Med Trop. 2003 Mar-Apr;36(2):275-93 Febre Amarela: Zona endemica 44 países da região tropical da Africa e AL são endemicos OMS: estimativa inicios 90: 200.000 casos e 30.000 mortes anualmente; 90% dos casos na África; Estimativa 2013 – 170.000 casos e entre 29.000 a 60.000 mortes, na África – WER, 5/07/13 Gardner CL, Ryman KD. Clin Lab Med. 2010 Mar;30(1):237-60. 1985-2012 – 4066 casos e 2351 mortes (58% taxa letalidade) Perú 54%; Bolivia 18%; Brasil 16%; Colombia 7% Yellow fever, cases and letality. Braszl, 1982 to 2010* Letality % Cases 90 100 80 90 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 Ano casos de FAS Fonte: Sinan/SVS/MS (*) Dados sujeitos a alterações taxa de letalidade Aspectos Epidemiológicos - Febre Amarela • Alta letalidade (em torno de 50% entre os casos graves) • Sazonal (os casos ocorrem principalmente entre dezembro e maio, embora haja registros em todos os meses do ano) período sazonal GEE – Equação de Estimativa Generalizada (análise multivariada) EXPANSÃO DAS ÁREAS EPIZOÓTICAS Fonte: DEVEP/SVS/MS - 2012 Número de casos de FA no Brasil 1990-2010: 587 casos; 41,80% mortes Norte 178 casos (53% deaths) Nordeste 100 casos (18% mortes) Central-Oeste 150 casos (53% mortes) Sul 23 casos (43% mortes) Sudoeste 136 casos (42% mortes) Fonte: DEVEP/SVS/MS 1942, Sena Madureira/Acre último caso de FA urbana no Brasil Areas of Brazil with and without recommendation to vaccinate against yellow fever Ministry of Health Novas fronteiras/novos desafios Problemas antigos & Novas fronteiras • Infestação pelo vetor urbano Aedes aegypti em todo país • Avanço da fronteira agrícola/devastação das florestas aumento populacional na área endêmica; • Avanço da urbanização , próximas da área endêmica; • Aumento das áreas epizoóticas; • Mudança do sistema ecológico/meio ambiente; Aumento da demanda internacional de vacinas o Capacidade global de produção da vacina estagnada Febre Amarela não é erradicavel !!! Existencia do ciclo da FA silvestre • Macacos: Cebus (prego); Alouatta (guariba); Aleles (aranha); Callitrix (sagui) • Mosquitos: Genus Haemagogus - H. janthinopmys > importantes na manutenção do vírus; H. albomaculatus > fly authonomy – Genus Sabethes – países Latino-americanos Febre Amarela Silvestre 1898 – Adolfo Lutz, Emilio Ribas no Estado de São Paulo 1930 – Vale do Canan no estado Espirito Santo – F. Soper, Arnaldo de Andrade, Américo de Oliveira Aedes albopictus – o seu papel não está ainda bem estabelecido A VACINA DA FEBRE AMARELA Virus vivos atenuados, Cepa 17DD em embriões de galinha History of Virus Attenuation of Wild Yellow Fever Asibi Strain 0 December 1933. Minced tissue were inoculated with monkey sera 30/06/1927 ASIBI virus, Mahaffi & Bauer 54 passages in rhesus monkeys 18 infected with Asibi strain 18 passages in minced mouse embryo tissue 76 58 passages in minced whole chick embryo 130 designated 17D strain 190 195 204 114 passages using chick embryo without nervous tissues 221 222 225 227 begin the 17DD strain passages using chick embryo tissues without head and spinal cord and normal monkey or human serum 1936 - At 227th and 229th passages – experimental vaccination in Rockefeller Foundation employees. Acceptable tolerability, development of neutralizing antibodies Monath, T. In Vaccine, Plotkin S. Orenstein W & Offit Paul, 2008 17-D 195 Derivation of substrains of 17 D virus used in Brazil 17D-204 (Passagens 233 a 239) 17 DD 283 SC 774 (1942) 40 EP 284 SC P3 (1962) 41 EP Master Seed Lot 285 SC 102/84 (1984) 42 EP Secondary Seed Lot 286 SC 993FB013Z 43 EP Working Seed Lot (1999) 287 SC VACCINE 44 EP Current Vaccine Lots Vacina FA 17DD – 1937 início da produção Etapas da produção: Inoculação de ovos SPF embrionados Coleta dos embriões inoculados Coleta sobrenadante Coleta de amostras trituração Adição de estabilizadores centrifugação formulação envase liofiilização Produção e uso da vacina no Brasil • De 1937 a 1986 – 154.383.814 pessoas vacinadas Oliveira, AR. In Anais Simpósio 50 aniversário da introdução da cepa 17 D no Brasil, 188 • De 1987 a 2012 – 658.331.585 doses entregues ao PNI – 50 e 5 doses De 2000 a 2009 aplicadas 85.286.144 doses (5 doses) Somente 2007/2008 aplicadas 22.415.756 doses (5 doses) De 2009 a 2015 foram entregues ao PNI > 100 milhões de doses • Fontes: PNI/SVS e Derem/Bio-Manguinhos, 2011 Number of doses of yellow fever vaccine administered in Brazil, 1937-2009 25,000,000 Number of doses 20,000,000 15,000,000 10,000,000 5,000,000 0 1940 1950 1960 1970 1980 Years 267,057,069 doses 1990 2000 Eventos adversos • A partir de 2008, foram notificados EA à vacina Febre Amarela • Raros casos, mas, alguns fatais.... Adverse Events after 17DD YF Vaccination International data Serious Adverse Events are rare: viscerotropic events (0,3/100.000 doses), neurological events (0,4/100.000 doses) and anaphylaxis (0,8/100.000 doses) Source: Hayes EB, 2007 Eventos Adversos Graves associados à VFA Número de EAPV Graves Ano DVA-VFA* DNA-VFA** Anafilaxia Total 2007 1 1 1 3 2008 6 9 42 57 2009 11 79 16 106 2010 2 12 0 14 2011 1 7 3 11 2012 0 8 20 28 Total 21 116 82 219 Fonte: SIEAPV/SIPNI/CGPNI/DEVEP/SVS/MS. * Doença Viscerotrópica associada à vacina febre amarela (DVA-VFA) ** Doença Neurológica associada à vacina febre amarela (DNA-VFA) Serious Adverse Events - virus17DD Case 1 2 Place, year Goiânia 1999 São Paulo 1999 3 São Paulo 2000 4 Minas Gerais, 1999 5 Minas Gerais, 2001 6 Rio Grande do Sul, 2001 7 Rio de Janeiro, 2003 Age, years 5 11 22 12 19 4 67 Sex F M F F F M M Time after vaccination days Clinical and laboratory summary Outcome 3 Fever, dyspnea, hyperemia of oropharynx. AST and ALT: 4 x. Bilirubin 1,1 mg. Leukocytosis, anemia. R-X: Diffuse intersticial infiltration at left. Death 5th day 3 Fever, malaise, diarrhea, jaundice, petechiae and epistaxis. AST: 162; ALT: 150; Total Bilirubin 13,5; Cr 3,2. Death 5th day 4 Fever, myalgia, hyperemia of oropharynx. Jaundice. AST and ALT: 10,5 x. Leukopenia left shift. Renal failure. Coagulation disorder. Death 6th day 3 Fever, asthenia, myalgia. Oral hyperemia, jaundice, hypotension and bleeding. Leukopenia; thrombocytopenia and increase of urea and creatinine. Recovered 9th day 3 Fever, myalgia, cephalea. AST and ALT 12 e 6 x. Bilirubin 6,0. Leukopenia with left shift. Coagulation disorder. Death 10th day 4 Fever, prostration, petechiae. Lymphadenopathy. AST and ALT 20 x; Bilirubin 7,01. Leukopenia with left shift. Renal failure. Death 10th day 4 Fever, asthenia, myalgia, cephalea and prostration. AST: 2572; TGP: 2525. Leukopenia. Respiratory failure. Yellow fever neutralizing antibodies: 3533 mUI/mL (10 days after vaccination); 43875 mUI/mL (23 days after vaccination). Recovered 48th day YFV first doses and YFV-AVD cases Confirmed cases only (n = 14) *Evidence in favor of YEL-AVD Sources: Ministry of Health and Bio-Manguinhos/Fiocruz Busca de alternativas tecnológicas - Estudo de dose-resposta Vacina de vírus inativados Vacina de componentes virais LAMP – proteína de membrana associada a lisosoma Dose-response studies Lopes OS, Guimarães SSDA, Carvalho R. Studies on yellow fever vaccine IIIdose response in volunteers. J Biol Stand 1988; 16 (2):77-82. • Study in 8 groups of volunteers, for a total of 259 volunteers, showed that above 200 pfu induced 100% seroconversion. Immunogenicity of 17DD Yellow Fever Vaccine in dose-response study R. Martins*1, M.L. Maia1, R.H. Farias1, L.A. Camacho2, M. Freire1, A. Homma1, 1Bio-Manguinhos, Brazil, 2Fiocruz, Brazil* • Lopes findings are confirmed, in a larger sample (900 volunteers), in 6 groups, from 27,476 IU/dose to 31 IU/dose • The results indicate that less than 1.000 PFU/dose is highly immunogenic > 99.5% • The vaccine potency could be standardized to 6.000 PFU/dose *5th Vaccine Congresss, Seattle, 2011 Nova alternativa tecnologica Vacina de vírus inativado Yellow Fever Inactivated Vaccine Upstream/Dowstream Development Fluxoof decurrent Etapas steps no Processo de Produção da Vacinavaccine Inativada Flow in the project of inactivated forcontra yellow Febre fever Amarela Virus Cultivo em production in bioreactor Biorreator Process control Controle de Processo Clarificação Clarification -Título viral; Virus titration; -Proteína total; Total protein; -HCP; HCP; Residual DNA; -DNA residual; Endotoxin. -Endotoxina. Etapa Chromatographic step cromatográfica Process de control Controle Processo Titulação viral; Virus titration; PCR em Tempo Real Real-time PCR. Hold step (-70C) Controle de Processo Process control - Infecção em garrafas; Virus titration; - Titulação viral; Inoculation of bottles; - Imunofocus; Imunofocus; - Neurovirulência. Test for neurovirulence; ELISA. Viral inactivation Inativação viral Experimentos em modelo murino Preclinical Formulação/studies Adição de Hidróxido de Alumínio Mice; Nonhuman primates Envase Filtração estéril Bio-Manguinhos/Fiocruz Yellow Fever Inactivated Vaccine Xcellerex Nível de Proteção dos Camundongos após a 3ª dose da Vacina 17DD Inativada Grupos Número de Inóculo animais Porcentagem de sobrevivência Vivos/Total 1 12 Mock 16,7% 2 12 Mock + Al(OH)3 16,7% 3 12 Vacina Inativada (1 Dose) 0% 4 12 Vacina Inativada + Al(OH)3 (1 Dose) 0% 5 12 Vacina Inativada (2 Doses) 8,3% 6 12 Vacina Inativada + Al(OH)3 (2 Doses) 41,7% 7 12 Vacina Inativada (3 Doses) 16,7% 8 12 Vacina Inativada + Al(OH)3 (3 Doses) 100% 12 Vacina Atenuada (105 PFU/mL) 100% 9 Nova alternativa tecnologica Proteina de envelope do virus 17DD expressada em folhas de tabaco Expression Technology FhCMB’s approach to target protein production in plants is based on three key components: Launch vectors for target expression: flexible tool for easy target engineering, delivery into biomass and expression Vacuum infiltration for delivery of launch vectors into plant biomass: scalable, easy to control methodology that delivers vector to nearly 100% of biomass, therefore, eliminating the dependence on pathogenicity of plant virus Hydroponic system for contained plant biomass generation: controlled growth conditions that eliminate the need for 37 soil Schematic representation of “launch vector”-based production of target antigens in plants Step 1. Cloning of a target gene into “Launch Vector” System Step 2. Inoculation of “Launch Vectors” containing target genes into plants HA LB RB 35S promoter CP sub-genomic promoter Step 3. Accumulation of target antigen in plants Step 4. Purification of recombinant antigen from plant biomass MW HA Proteção contra desafio letal em camundongo C57BL6 CMB12-21: Serum VN Antibody Responses (2 immunizations) C: 0/28-immunization regimen Dotted lines indicate 0/14/28-immunization scheme. OMS – uma única vacinação é suficiente WER 05/07/2013/OMS WHO Position Paper – SAGE 06/13 - WER 05/07/2013 - TAG/OPAS/OMS - em Julho endossou o documento - WHA aprova em junho 2015 e muda no Regulamento Internacional Uma dose vacina FA confere longa imunidade e proteção para toda a vida – não é necessário a re-vacinação; Pessoas com > 60 anos, que ainda não recebeu vacina, se tiver que ser vacinado, deve ser com avaliação de risco-benefício; Imunodeprimidos com infecção HIV assintomática e contagem de CD4 > 200 cél/ml, vacinar Grávidas– vacinar, em áreas endemicas e surtos de FA Amamentação em áreas endemicas, vacinar Vacinação simultânea com MMR, continuar; mas, estudos adicionais Imunogenicidade da vacina de febre amarela por grupo etário Idades SC > 10 anos 97% 2 a 9 anos 94% 12-23 meses 88% 9 a 11 meses* 72% 6 a 8 meses 82% 12 meses** 70% 13 meses 88,8% Adultos 98,0% Referência Grupo Colaborativo para estudos com a vacina de febre amarela, Vaccine 2007; 25:3118:23 Silva et al, Vaccine 2011; 29:6327-34 Camacho et al, Rev Saúde Pública 2004; 38: 671-8. *Vacina contra sarampo aos 9 meses **Vacina tríplice viral simultânea Nota Informativa no. 102 CGPNI/DEVIT/SVS/MS 26/08/2014 Imunizar em áreas endêmicas: - crianças 9 meses até 5 anos – 1 dose 9 m; 1 d reforço aos 4 anos; 30 dias entre as doses - Crianças a partir dos 5 a. que receberam a dose antes de completar 5 a. – administrar uma dose reforço com intervalo minimo de 1 mês entre as vacinações - Pessôas a partir de 5 anos que nunca foram vacinadas ou sem carteira de vacinação – aplicar 1 dose e outro de reforço10 anos depois - Pessôas a partir de 5 anos que receberam 2 doses – considerar vacinado - Com 60 + anos, consultar médio - Viajantes para área endêmica – vacinar 10 dias antes - Gestantes e que estão amamentando – não recomendado a vacinação. Em situação de emergência epidemiológica, deve consultar o médico - Exportação da vacina FA com a Pre-Qualificação pela OMS Total: 74 países 2001-2012 > 131 milhões doses exportadas - Derem/Bio-Manguinhos, 2011 Obrigado! [email protected] http://www.bio.fiocruz.br/