NOGUEIRA ORIGEM DA NOGUEIRA Já existia no século XIV, pois o Foral Manuelino de Arganil confirma-lhe os direitos concedidos por carta de D. Afonso IV (informação do falecido historiador Dr. António Gonçalves Matoso no 1º Congresso Regionalista da Comarca de Arganil em 1960). Segundo a mesma obra o número de casas da Nogueira em 1527 era de 20, o que só era ultrapassado pelas sedes de Freguesia então existentes no concelho. Nos séculos XVII e XVIII era normal a Nogueira encontrar-se representada nas vereações da câmara e na mesa da Misericórdia CAPELA DE SANTO ANTÓNIO Em 1739 já existia, pois foi contemplada no testamento do Padre Manuel Caldeira, arganilense da família Quaresma Caldeira de Lemos, que foi um dos primeiros protectores e beneméritos do futuro Santuário do Mont’Alto. A Capela de Santo Antoninho, como carinhosamente é designada, pelos seus devotos, foi muito protegida na transição do século XIX para o século XX pelo sacerdote nogueirense António Luís Matias, que a adornou de alfaias e paramentos e possivelmente de algumas das imagens mais antigas. O Padre Matias faleceu no Porto, em 1917, onde era conservador do registo predial e deixou na Nogueira uma interessante residência, a Casa do Porto, recentemente reconstruída. A Capela de Santo António, sempre acarinhada pelas mordomias da festa anual, recebeu novas imagens e importantes obras de beneficiação nos anos cinquenta, custeadas pelo saudoso nogueirense Massagista Manuel Marques e sua esposa, senhora muito devota do padroeiro da Nogueira, terra que nunca esqueceu. A torre do campanário e do relógio foi construída no princípio do século XX, por um grupo de nogueirenses e lombenses. Diz a tradição que se encontra afastada da capela, do outro lado do Largo do Santo, para que o som das horas e do sino fosse melhor ouvido na vizinha e amiga povoação da Lomba. NOGUEIRENSES ILUSTRES DE ÉPOCAS PASSADAS Manuel da Costa Heitor, que nasceu na Nogueira cerca de 1725, teve uma vida aventurosa ao serviço do Conde de Unhão e mais tarde negociando por conta própria nos reinos de Castela e de França. Regressou rico e casou na Quinta da Bica, em Pombeiro da Beira. Foi o trisavô do ilustre escritor Visconde de Sanches de Frias. O Padre Manuel da Costa de Vasconcelos Delgado, que viveu de 1790 a 1856 e foi um dos mais ilustres Reitores de Arganil, era filho de um nogueirense que teve o emprego público do Correio de Arganil e se chamou Gabriel José da Costa. Dele descenderam, entre outros, as famílias, os “Rebelos” e “Arnauts” da Lousã e “Vasconcelos” de Arganil, a que pertenceram o Dr. José da Costa de Vasconcelos Delgado; o primeiro Director da Faculdade de Letras de Coimbra, Dr. António Garcia Ribeiro de Vasconcelos; e o regionalista Dr. Vasconcelos de Carvalho. Manuel Marques, “O Homem de coração de ouro e mãos milagrosas”,“o 12º Jogador”, nasceu na Nogueira, a 19 de Setembro de 1910 e faleceu em Lisboa a 12 de Maio de 1990. Diplomado inicialmente em enfermagem, profissão que exerceu brilhantemente nos Hospitais Civis de Lisboa e nos Serviços Médicos da CP, no entanto seria a sua especialização como massagista, ao serviço da medicina desportiva, que viria a celebriza-lo, não só no seu clube de sempre, Sporting Clube de Portugal, que serviu durante 54 anos, como na Selecção Nacional. MOVIMENTO REGIONALISTA NA NOGUEIRA Teve a sua origem nas comissões que, no princípio do século passado se constituíram para promoverem as obras de utilidade pública, financiadas por conterrâneos emigrados, em especial na América. A primeira regularmente constituída foi fundada em 1922 por António Travassos de Almeida e propunha-se captar e distribuir as águas da Nogueira e construir a estrada para Arganil. Estas e outras propostas foram, em 10 de Agosto de 1930, retomadas com a fundação, em Lisboa, da União Nogueirense, que viria mais tarde absorver aquela e outras comissões locais que entretanto se tinham formado. Foram fundadores da União Nogueirense: António da Pena, José da Pena Júnior, António Rosário da Costa, João Travassos Correia, Manuel Marques, Manuel da Costa Guerra, Manuel Martins Serra, João André, João Correia da Pena, António Luís de Almeida, António da Costa [Filipe], António João Miranda, Aurélio Marques, João Fernandes Travassos, João Brás de Almeida, José Nunes Júnior, Manuel André da Costa, Manuel Antunes de Carvalho, Antonino Antunes Bento, António Correia da Costa, Francisco da Costa Bernardes e Manuel Travassos de Almeida. José Caldeira