INFORMATIVO TÉCNICO INDAPAMIDA DIURÉTICO ANTI-HIPERTENSIVO A Indapamida é um diurético derivado indólico da clorossulfonamida. Embora feqüentemente classificada no grupo das tiazidas, a Indapamida não possui o anel tiazídico na molécula. Seu efeito anti-hipertensivo deve-se, basicamente, à uma ação vascular direta: inibição da hiper-reatividade às aminas vasopressoras, aumento da síntese das prostaglandinas vasodilatadoras, inibição da síntese de tromboxano A2 e inibição do fluxo de íons cálcio nas fibras musculares lisas, reduzindo a resistência vascular periférica. Os efeitos renais da Indapamida manifestam-se clinicamente apenas em doses superiores à dose de 2,5mg/dia, que é a dose onde o efeito anti-hipertensivo é máximo. No rim, age no tubo contornado distal, inibindo a reabsorção de sódio. A Indapamida é rapidamente absorvida no trato digestivo após administração oral e fixa-se preferencialmente à parede vascular, devido à sua natureza lipofílica. Sofre transformação hepática em vários metabólitos ativos, que são eliminados principalmente por via urinária, com meia-vida de 16 horas. Diferentemente dos demais tiazídicos, a Indapamida não interfere no perfil lipídico nem no metabolismo da glicose, mesmo a longo prazo. Indicações Hipertensão arterial sistêmica. Posologia É indicado usualmente 1,5mg/dia. Dose de 2,5mg em tomada única diária é indicado em todos os tipos de hipertensão. O aumento da dose não resulta em maior ação anti-hipertensiva, apenas aumentando a ação diurética e os efeitos colaterais. Manipulação A Indapamida é apresentada no mercado (especialidade industrializada) com liberação lenta. A liberação lenta do fármaco (não controlada) pode ser obtida em cápsulas com o emprego de polímeros formadores de matriz hidrofílica, tal como o HPMC (Hidroxipropil Metil Celulose). A concentração do polímero utilizado afetará a velocidade de liberação do fármaco, portanto para se obter um efeito de liberação lenta em cápsulas devese empregar no mínimo 40% do volume da cápsula com o HPMC. É recomendado que no preparo de cápsulas de liberação lenta, a mistura do pó contendo o ativo, o HPMC e o excipiente sejam tamisados em um tamis de malha fina para se obter um pó muito fino (ex. tamis 80 mesh). Mas atenção, a forma de liberação lenta não é equivalente farmacêutico da especialidade industrializada, não devendo ser comercializada com este apelo. O 1 INFORMATIVO TÉCNICO termo liberação lenta significa que o fármaco é liberado mais lentamente do que a forma convencional de pronta liberação, porém não significa que será liberado na mesma velocidade que de uma determinada especialidade farmacêutica. Reações adversas Hipocalemia, astenia, elevação manifestações alérgicas. da uricemia, hipotensão postural e Precauções A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de insuficiência renal grave. Na presença de gota ou hiperuricemia, os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados, pois os níveis de ácido úrico podem subir, embora em indivíduos normais não ultrapassem os níveis máximos normais. Pacientes alérgicos às sulfas podem apresentar sensibilidade cruzada. Interações Contra-indicada a associação com lítio, ácido tienílico, vincamina e amiodarona. Evitar associação com outros diuréticos ou medicamentos hipocalemiantes, pelo risco de potenciação. Antiinflamatórios não hormonais podem reduzir o efeito anti-hipertensivo da Indapamida, e a associação com neurolépticos aumenta o risco de hipotensão postural. A redução do potássio sérico pode aumentar os efeitos tóxicos dos digitálicos e antiarrítmicos. Contra-indicações AVC recente, insuficiência hepática grave, associação com lítio, lidoflazina, ácido tienílico e vincamina. Referências 1) P.R. Vade-mécum 2003/2004 2) Korolkovas. A. Dicionário Terapêutico Guanabara. Guanabara koogan: Rio de Janeiro, 2004/2005. 3) Stockley, I,H. Drug Interactions. 5th ed. Pharmaceutical Press: London, 1999. 4) Bulário Eletrônico da ANVISA. 2