RESUMO DE CORDADOS (Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos) PEIXES Divide-se em duas classes: condrichthyes (peixes cartilaginosos) e osteichthyes (peixes ósseos). CONDRICTES, também conhecidos como elasmobrânquios , possuem mandíbulas localizadas em posição mais inferior que as outras classes de mandibulados. Representam cerca de 5% dos peixes e seus principais representantes são: tubarões e arraias. OSTEÍCTES, também conhecidos como teleósteos, apresentam representantes marinho (maioria) e dulcícolas. Exemplos: pintado, dourado, tainha, cavalo-marinho, salmão, truta etc. Principais diferenças entre as duas classes de peixes. Peixes Cartilaginosos Peixes Ósseos Esqueleto cartilaginosos. Esqueleto ósseo. Apresentam válvula espiral no intestino, que aumenta superfície de absorção. Não apresentam válvula espiral e o intestino termina em ânus. Possuem cloaca Não possuem cloaca Boca na posição ventral e dentes pontiagudos com o mesmo aspecto (homodontia) e dispostos em várias fileiras. Boca terminal localizada na posição anterior do corpo. Não possuem bexiga natatória. O fígado atua como uma grande bolsa de óleo, que ajuda a compensar a densidade do corpo. Com isso, controlam a submersão. Possuem bexiga natatória, um órgão hidrostático situado um pouco acima do esôfago, que controla a descida e a subida o peixe na água. Nos peixes pulmonados (dipnoicos), pode funcionar como um pulmão. Possuem 5 pares de brânquias localizadas em câmaras separadas, com fendas que se abrem diretamente para o meio externo. Possuem 4 pares de brânquias situadas em uma única câmara e protegida pela opérculo, que é formado por placas ósseas. Fecundação interna e desenvolvimento direto. O par de nadadeiras pélvicas do macho é transformado em órgão copulador, denominado clásper. A maioria possui fecundação externa e desenvolvimento indireto com larvas chamadas de alevinos. FUNÇÕES VITAIS DOS PEIXES São vertebrados ectotérmicos, ou seja, não apresentam controle interno da temperatura corporal e dependem de uma temperatura ideal do ambiente para a realização das suas funções metabólicas. Sistema digestório completo. As trocas gasosas ocorrem quando a água entra pela boca e sai pelas brânquias. Assim, oxigênio é captado pela vascularização existente nas brânquias e transportado pela circulação às células do corpo. A uréia é a principal excreção que forma a urina dos peixes cartilaginosos. Nos peixes ósseos, a amônia é o principal produto da excreção. O sistema cardiovascular é fechado, simples e completo. O coração dos peixes apresenta duas cavidades (um átrio e um ventrículo); o sangue arterial segue das brânquias para todo o corpo e apenas o sangue venoso passa no interior do coração. Em seguida, é bombeado às brânquias, para que seja novamente oxigenado. O sistema nervoso apresenta um pequeno encéfalo e medula espinhal. Apresentam ouvido interno relacionado à função de equilíbrio e, pela visão, conseguem focalizar claramente objetos próximos. O olfato é bem desenvolvido. O órgão sensorial típico dos peixes é a linha lateral, a qual se trata de um conjunto de células mecanorreceptoras, que se estendem dos dois lados do corpo, da cabeça à cauda. Sua principal função é perceber as vibrações que ocorrem na água, além de perceber a velocidade das correntezas e permitir o nado em cardumes. Os peixes cartilaginosos apresentam um conjunto de canais sensitivos ligados a pequenas ampolas, situadas na cabeça e ao redor da boca, chamadas ampolas de Lorenzini. Sua função é eletrorreceptora, ou seja, detecta as correntes elétricas dos músculos de outros organismos. ANFÍBIOS O nome do grupo, anfíbios (do grego, amphi - dos dois lados + bios = vida), foi dado em razão da maioria de seus representantes possuírem uma fase larval aquática e de respiração branquial (lembre-se dos girinos) e uma fase adulta, de respiração pulmonar e cutânea, que habita o meio terrestre úmido. Os anfíbios não se adaptaram totalmente ao ambiente terrestre, pois necessitam da água para respirar e completar o ciclo reprodutivo. Características Gerais Pele nua, lisa e úmida, rica em vasos sanguíneos e glândulas mucosas. Em geral, possuem dois pares de membros locomotores, são considerados os primeiros tetrápodes (exceção: cobra-cega). São pecilotérmicos (ectotérmicos), isto é, não regulam a temperatura corporal. Passam por metamorfose, ou seja, transformações que vão ocorrendo desde a fase larval até a adulta. As trocas gasosas das larvas ocorrem através de brânquias, enquanto no adultos a respiração é cutânea e pulmonar. Algumas espécies possuem glândulas de veneno (parótidas), utilizadas como mecanismo de defesa. A língua dos anfíbios localiza-se na região bem anterior da boca e funciona como um órgão de apreensão de alimentos. Possuem sistema digestório completo com cloaca. O coração dos anfíbios apresenta 3 cavidades: dois átrios e um ventrículo. No ventrículo ocorre mistura de sangue arterial com sangue venoso (circulação incompleta) e como o sangue passa duas vezes pelo coração dizemos que a circulação é dupla. A principal excreta nitrogenada dos anfíbios a uréia. O processo reprodutivo envolve a participação das caixas vocais - com o coaxar - para atrais as fêmeas, e do amplexo – quando o macho segura a fêmeas firmemente no ventre com as patas dianteiras. A fecundação, na maioria dos anfíbios, é externa e o desenvolvimento é indireto, passando pelos processos de metamorfose. Sistemática dos Anfíbios A classe dos anfíbios é formada pelas ordens: Anura, Urodela e Apoda. ANURA: corpo curto e sem presença de cauda nos adultos. As pernas traseiras são mais desenvolvidas que as da frente, por isso são ótimos saltadores. Exemplos: sapos, rãs e pererecas. URODELA: corpo alongado e cauda comprida durante toda a vida. Membros locomotores com tamanhos aproximados. Exemplo: salamandra. APODA ou Gymnophiona: corpo alongado de aspecto vermiforme e sem mebros locomotores. Exemplo: cobra-cega (Cecília). Répteis A palavra “réptil” significa “rastejar”. Esta é uma das características principais dos indivíduos dessa classe que, de forma geral, possuem pele sem glândulas mucosas e dotada de escamas e/ou placas ósseas. Melhor adaptados a ambientes terrestres, os répteis possuem respiração pulmonar, ovos com casca e anexos embrionários, e excreção de ácido úrico, insolúvel em água. Além disso, grande parte de seus representantes depende de fontes externas para manter sua temperatura corporal, fenômeno este que caracteriza a ectotermia. A maioria das espécies possui fecundação interna, apresentando sexos separados, ausência de estágio larval, e oviparidade, isto é, colocam ovos. Tais animais possuem glândulas salivares, fígado, pâncreas e cloaca. Apresentam visão e olfato bem desenvolvidos. Estes animais são classificados em quatro ordens: Ordem Squamata: serpentes, lagartos e anfisbenas (também chamadas de cobras-de-duas-cabeças). Corpo coberto por escamas. Alguns lagartos soltam a cauda espontaneamente, como forma de confundir seus predadores. Certas serpentes possuem presas inoculadoras de veneno, denominadas peçonhas. Ordem Chelonia: tartarugas, cágados, jabutis e tracajás. A coluna vertebral e costelas se encontram unidas ao plastrão: nome dado à carapaça óssea desses animais. Não possuem dentes. Ordem Crocodilia: gaviais, jacarés e crocodilos. Possuem coração com quatro cavidades, diferentemente das outras ordens, que apresentam dois átrios e ventrículo com septo incompleto. Todos os seus representantes possuem dentes. Ordem Ryncocephalia: tuataras (espécies endêmicas da Nova Zelândia). Seus dois únicos representantes, Sphenodon punctatus e Sphenodon guntheri, assemelham-se a lagartos. Aves - vertebrados homeotermos com corpo coberto por penas As aves constituem uma classe de animais vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico e ossos pneumáticos. As aves conquistaram o meio terrestre de modo muito mais eficiente que os répteis. A principal característica que permitiu essa conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, a capacidade de manter a temperatura corporal relativamente constante à custa de uma alta taxa metabólica gerada pela intensa combustão de alimento energético nas células. Essa característica permitiu às aves, juntamente com os mamíferos, a invasão de qualquer ambiente terrestre, inclusive os permanentemente gelados, até então não ocupados pelos outros vertebrados. Enquanto a maioria das aves são caracterizadas pelo vôo, as ratitas não podem voar ou apresentam vôo limitado, uma característica considerada secundária, ou seja, adquirida por espécies "novas" a partir de ancestrais que conseguiam voar. As espécies nãovoadoras incluem o pinguim, avestruz, quivi, e o extinto dodo. Aves não-voadoras são especialmente vulneráveis à extinção por conta da ação antrópica direta (destruição e fragmentação do habitat, poluição etc.) ou indireta (introdução de animais/plantas exóticos, mamíferos em particular). Uma característica que favorece a homeotermia nas aves é a existência de um coração totalmente dividido em quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Não ocorre mistura de sangues. A metade direita (átrio e ventrículo direitos) trabalha exclusivamente com sangue pobre em oxigênio, encaminhando-o aos pulmões para oxigenação. A metade esquerda trabalha apenas com sangue rico em oxigênio. O ventrículo esquerdo, de parede musculosa, bombeia o sangue para a artéria aorta. A respiração é feita por pulmões e sacos aéreos. A pele das aves é seca, não-dotada de glândulas e rica em queratina que, em alguns locais do corpo, se organiza na forma de placa, garras, bico e é constituinte fundamental das pernas. As aves não têm glândulas na pele. No entanto, há uma exceção: a glândula uropigial (ou uropigiana), localizada na porção dorsal da cauda e cuja secreção oleosa lubrificante é espalhada pela ave, com o bico, nas penas. Essa adaptação impede o encharcamento das penas em aves aquáticas e ajuda a entender por que as aves não se molham, mesmo que fiquem desprotegidas durante uma chuva. As aves consomem os mais variados tipos de alimentos: frutos, néctar, sementes, insetos, vermes, crustáceos, moluscos, peixes e outros pequenos vertebrados. Elas possuem um sistema digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e órgãos anexos (fígado e pâncreas). Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, pelo esôfago e vão para o papo, cuja função é armazenar e amolecer os alimentos. Daí eles vão para o proventrículo, que é o estômago químico das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a ser digeridos. Passam então para a moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados. Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os restos não aproveitados transformam-se em fezes. As aves possuem uma bolsa única, a cloaca, onde desembocam as partes finais do sistema digestivo, urinário e reprodutor e que se abre para o exterior. Por essa bolsa eles eliminam as fezes e a urina e também põem os ovos. Todas as espécies de aves põem ovos. Apesar dos ovos parecerem bastante frágeis, seu formato oval oferece grande resistência e eles podem suportar grandes pressões sem quebrar. Como os ovos são pesados e incômodos de carregar, as fêmeas colocam os ovos assim que são fertilizadas, quase sempre em um ninho construído para proteger o ovo contra predadores e para mantê-lo aquecido durante o desenvolvimento do embrião. Mamíferos Dentro da classificação dos animais vertebrados, os mamíferos são os mais importantes. As fêmeas desta espécie possuem glândulas mamárias que secretam leite, alimento indispensável aos mamíferos da mais tenra idade. A maioria dos mamíferos possui pêlos, alguns possuem o corpo parcialmente coberto, enquanto que outros possuem pêlos por todo o corpo. Objetivamente podemos dizer que seu coração possui as seguintes características: quatro câmaras, artéria aorta curvada para a esquerda e diafragma que separa as cavidades do peito do abdômen. O sangue dos mamíferos mantém-se sempre aquecido, ou seja, esta espécie possui uma temperatura corporal que independente da temperatura do meio externo, por isso são chamados de homeotérmicos. O grupo dos animais mamíferos é bastante vasto, fazem parte deste grupo os Marsupiais (exemplos: gambá, cangurú e coala), espécies na qual ocorre o desenvolvimento do filhote ocorre principalmente na parte externa do corpo da fêmea, dentro de uma bolsa chamada marsúpio. Também se incluem neste grupo animais carnívoros terrestres como, por exemplo, gato, cachorro e urso, assim como animais aquáticos como foca, leão marinho e morsa. Há ainda outros mamíferos aquáticos como as baleias, os golfinhos, peixes-boi. Os elefantes são mamíferos placentários, que se caracterizam pela presença de um nariz desenvolvido em forma de tromba; os morcegos, que são os únicos animais mamíferos capazes de voar, representam um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo. Há dois grupos de animais mamíferos de casco, sendo eles a maior parte dos membros da ordem dos Perissodactyla (grupo de mamíferos terrestres ungulados com um número ímpar de dedos nas patas, que inclui os cavalos, os tapires e os rinocerontes) e a ordem Artiodactyla (os artiodátilos formam uma ordem de animais mamíferos ungulados com um número par de dedos nas patas, é um grupo muito variado, que incluem muitos animais com grande importância econômica para o homem, como o boi, a cabra, o camelo, o hipopótamo, o porco, etc.). Os Humanos também pertencem ao grupo dos animais mamíferos (ordem dos Primatas) e os macacos também seguem esta mesma ordem.