RELATO DE CASO Tatiana dos Santos Yarzón1 Denise Tavares Giannini2 39 Abordagem clínica e nutricional na anorexia nervosa: relato de caso Clinical and nutritional evolution of an adolescent with nervous anorexia: case report RESUMO Objetivo: acompanhar a evolução clínica e nutricional de uma adolescente portadora de anorexia nervosa (AN). Descrição do caso: analisou-se retrospectivamente um caso de AN do tipo restritiva, durante as internações e no acompanhamento ambulatorial. A paciente foi acompanhada pela equipe multidisciplinar de um hospital universitário do estado do Rio de Janeiro. As características clínicas mais marcantes foram bradicardia, hipotensão e a desidratação, que ocorreu nas duas internações. Os exames laboratoriais realizados no momento das internações não demonstraram alterações típicas verificadas na AN. Nas internações utilizou-se nutrição por via oral e enteral, com o objetivo de atingir as necessidades calóricas e proteicas necessárias para a reabilitação nutricional. O aporte calórico foi aumentado gradativamente e não houve síndrome de realimentação. Na alta da primeira internação, a paciente atingiu o alvo de 75% do percentil 50 do peso para a estatura. Após a alta, continuou com perda de peso e 4 meses e meio depois foi reinternada, com valores de peso e índice de massa corporal (IMC) inferiores aos da primeira internação. No entanto, na segunda internação não atingiu o alvo de 75% do percentil 50 do peso para a estatura até a alta hospitalar. Retornou ao tratamento ambulatorial, no qual oscilou entre períodos de melhora e recaída, porém se manteve clinicamente estável. Comentários: O manejo de pacientes com AN é árduo e trabalhoso, exigindo equipe multidisciplinar com troca constante de informações entre todos os profissionais da equipe. PALAVRAS-CHAVE Anorexia nervosa, adolescência, relato de caso. ABSTRACT Objective: To follow the evolution of clinical and nutritional state of an adolescent with nervous anorexia. Case description: The case of nervous restrictive anorexia was evaluated retrospectively, during of hospitalization and outpatient visit. The patient was monitored by multidisciplinary team of the University Hospital located on Rio de Janeiro state. The most important clinical features were bradycardia, hypotension and dehydration, occurred in two hospitalizations. Laboratory exams done at the both hospitalization didn’t show typical changes found in nervous anorexia. In both admissions were used oral and enteral nutrition, aiming to provide caloric and protein requirements necessary for nutritional rehabilitation. The caloric intake was increased gradually, and didn’t occur refeeding syndrome. In the first hospital discharge, the patient reached the target of 75% of 50th percentile for height and weight. After discharge, she lost weight and 4,5 months later, she was re-hospitalized, with weight and BMI values less than those of 1st hospitalization. However, in the 2nd hospitalization didn’t reach the target of 75% of 50th percentile for weight and height until the hospital discharge. She returned to outpatient treatment, which oscillated among improvement and relapse periods, however remained clinically stable.Comments: The management of patient with nervous anorexia is hardworking, requiring a multidisciplinary team with regular exchanges of information among the professionals. KEY WORDS Nervous anorexia, adolescent, case report. Nutricionista do Hospital Federal Geral de Jacarepaguá e da Prefeitura Municipal de Tanguá. Mestre em Ciência Médicas – UERJ. Nutricionista da Divisão de Nutrição – NESA; HUPE 1 2 Tatiana dos Santos Yarzón ([email protected]) - Rua Araguaia, 1616, ap. 306, Freguesia - CEP 22745-271 - Rio de Janeiro - RJ Recebido em 22/07/2010 - Aprovado em 08/09/2010 Adolescência & Saúde Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 39-45, out/dez 2010 40 ABORDAGEM CLÍNICA E NUTRICIONAL NA ANOREXIA NERVOSA: RELATO DE CASO INTRODUÇÃO A anorexia nervosa (AN) é um distúrbio alimentar que afeta, em princípio, mulheres adolescentes e adultas mais jovens, de etnia branca e alto nível socioeconômico e cultural. Cerca de 90% dos indivíduos atingidos são do gênero feminino1,2. Os pacientes com AN apresentam distorção da imagem corporal, o que faz com que se sintam gordos, apesar do frequente estado caquético. Alguns indivíduos se sentem com sobrepeso, ao passo que outros estão excessivamente preocupados com a gordura de uma parte específica do corpo, como abdome, nádegas ou coxas1. Antes que se faça o diagnóstico de anorexia é importante excluir causas orgânicas que podem simular os quadros de transtornos alimentares, como: doenças gastrointestinais (síndrome da artéria mesentérica superior) e consumptivas (AIDS, câncer), depressão e esquizofrenia2. A Americam Psychiatric Association estabeleceu os seguintes critérios para o diagnóstico de AN3: 1. Recusa em manter o peso normal ou acima do mínimo normal de peso para a idade e altura: perda ponderal que induz a manutenção do peso corporal inferior a 85% do esperado ou índice de massa corporal (IMC) menor ou igual a 17,5kg/m². 2. Medo intenso de ganhar peso ou engordar ou, até mesmo, de ficar com sobrepeso. 3. Visão distorcida do peso ou do tamanho corporal; excessiva influência na autoavaliação do peso ou do tamanho corporal ou não considerar o baixo peso preocupante. 4. Amenorreia em mulheres pós-menarca, por exemplo, ausência de três ciclos menstruais consecutivos. O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – IV descreve dois subtipos de AN para distinguir a presença ou ausência de compulsões periódicas ou purgações regulares durante o episódio atual de anorexia. O tipo restritivo é quando o emagrecimento ocorre em virtude de dietas, jejuns ou exercícios em excesso. O Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 39-45, out/dez 2010 Yarzón & Giannini tipo compulsão periódica purgativa ou bulímica ocorre quando o indivíduo recorre regularmente a purgações que incluem vômitos autoinduzidos e abuso de laxantes ou de diuréticos3. Quanto à etiopatogenia, não há etiologia única responsável pela AN. Acredita-se no modelo multifatorial, com contribuição de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares2. Geralmente os pacientes relatam que o início do quadro ocorreu após um fator estressante, como algum comentário sobre seu peso, o término de relacionamento, ou ainda a perda de ente querido. Paulatinamente, o paciente passa a viver exclusivamente em função da dieta, do peso, da forma corporal, das atividades físicas, de tabela de calorias e do medo patológico de engordar. Concomitantemente, esses pacientes apresentam traços de personalidade como preocupações e cautela em excesso, medo de mudanças, hipersensibilidade e gosto pela ordem2. Dentro da equipe multidisciplinar que deve tratar do paciente com transtornos alimentares (TA), o nutricionista é capacitado para propor a reeducação no que se refere ao consumo, e ao padrão e comportamento alimentares, aspectos profundamente alterados nos TA4. As metas do tratamento nutricional na AN envolvem o restabelecimento do peso, a normalização do padrão alimentar e da percepção de fome e saciedade e a correção das sequelas biológicas e psicológicas da desnutrição3. A principal meta do tratamento da AN, segundo a Associação Psiquiátrica Americana, é o ganho de peso até o IMC acima de 193. No caso de internação dos pacientes com AN, o peso corporal, o IMC e o estado metabólico são os fatores mais importantes na avaliação para diagnóstico. São considerados critérios clínicos para internação na AN5: Peso: abaixo de 75% do peso mínimo esperado. IMC: abaixo da faixa de 13 a 14kg/m2. Alterações hemodinâmicas, hidroeletrolíticas e metabólicas importantes: hipotensão arterial grave, bradicardia, hipotermia, hipoglicemia, hipopotassemia. Adolescência & Saúde Yarzón & Giannini Alterações físicas indicativas de ameaça imediata à sobrevivência do paciente: disfunção cardíaca, renal ou hepática, sintomas de desidratação, desnutrição grave. Alguns fatores são preditivos de evolução desfavorável, como peso muito baixo no início do tratamento, aparecimento tardio da doença, demora para procurar ajuda médica, presença de práticas purgativas, relações familiares comprometidas e comorbidade psiquiátrica2. O relato desse caso teve como objetivo acompanhar a evolução clínica e nutricional de uma paciente portadora de AN. APRESENTAÇÃO DO CASO J.S.D.A.F, adolescente de 16 anos, parda, baixo nível socioeconômico, escolaridade – 1° ano ensino médio, Tanner P4M4, apresentando amenorreia, foi diagnosticada como portadora de AN. O diagnóstico foi baseado na presença de amenorreia há três meses, distúrbio da autoimagem, IMC=14,2kg/m² , e medo intenso de ganhar peso. A internação ocorreu em razão de AN associada a sintomas graves de depressão e perda ponderal progressiva. Em relação aos parâmetros clínicos e físicos, a paciente apresentava bradicardia, hipotensão, sopro sistólico, cabelos ressecados e quebradiços, pele seca e descamativa, estando hipo-hidratada e hipocorada. Na avaliação antropométrica realizada no momento da internação, a paciente pesava 34kg, estatura de 1,61cm (IMC = 13,1kg/m² ), tendo como diagnóstico baixo peso. A avaliação bioquímica não apresentou alteração. A anamnese alimentar revelou baixa ingestão calórica e irregularidade das refeições. A conduta nutricional foi dieta hipercalórica e hiperproteica, associada a dieta enteral, para complementar o aporte de calorias e nutrientes. Optou-se por uma fórmula polimérica, administrada por bomba de infusão nos períodos diurno e noturno, porém em horários apropriados, com Adolescência & Saúde ABORDAGEM CLÍNICA E NUTRICIONAL NA ANOREXIA NERVOSA: RELATO DE CASO 41 o objetivo de permitir e estimular a ingestão das refeições por via oral. O aumento do aporte foi realizado gradativamente e não houve síndrome da realimentação. A ingestão dietética foi monitorada diariamente pela nutricionista. O suporte psicológico realizou-se pela saúde mental; o tratamento clínico e medicamentoso consistiu em terapia de reidratação oral (na primeira semana de internação), antidepressivo e suplementação de ferro. O Gráfico 1 revela um ganho ponderal, no qual observamos que a adolescente internou com IMC abaixo do percentil 5 e teve alta hospitalar quando atingiu o percentil 10. Portanto, foi atingido peso superior ao alvo de 75% do percentil 50 do peso para a estatura (38,8kg), associado à melhora da aceitação da dieta e do humor. A reabilitação nutricional alcançou um aporte de aproximadamente 81kcal/kg/dia e 3g de proteína/kg de peso. A adolescente também obteve melhora nos parâmetros clínicos, mantendo exames laboratoriais sem alterações. Após a alta hospitalar, a paciente retornou ao acompanhamento ambulatorial, porém não compareceu regularmente às consultas e perdeu 7 kg nesse período. Em razão da perda ponderal importante e da falta de adesão ao tratamento, voltou a ser internada. Ao exame clínico, apresentava hipotensão, hipotermia, ritmo cardíaco tendendo a bradicardia, pele seca com lesões hipercrômicas em membros inferiores e descamação superficial nas mãos, extremidades frias com perfusão lentificada, peristalse reduzida, estando desidratada e hipocorada, fazendo-se necessária a observação hemodinâmica. A reabilitação nutricional consistiu em dieta hipercalórica e hiperproteica por via oral como preferencial, fornecendo inicialmente 30kcal/ kg/dia. Entretanto, diante da dificuldade de a paciente alcançar a ingestão mínima recomendada pela via oral e do seu estado nutricional, foi indicado o suporte nutricional para suplementar o aporte de calorias e nutrientes no quinto dia de internação. O aumento do aporte foi realizado gradativamente. Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 39-45, out/dez 2010 42 Yarzón & Giannini ABORDAGEM CLÍNICA E NUTRICIONAL NA ANOREXIA NERVOSA: RELATO DE CASO GRÁFICO 1. Evolução semanal do IMC durante a primeira internação GRÁFICO 2. Evolução semanal do IMC durante a segunda internação Segundo a avaliação antropométrica, observou-se evolução de IMC mais lenta, comparada com a da primeira internação. Conforme o Gráfico 2, a adolescente internou com IMC abaixo do P5, com valores Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 39-45, out/dez 2010 inferiores aos da primeira internação. Apesar do ganho ponderal, a adolescente se manteve abaixo do percentil 5 até a alta hospitalar, não sendo atingido o alvo de 75% do percentil 50 do peso para estatura. Adolescência & Saúde Yarzón & Giannini Com relação aos parâmetros clínicos, houve melhora sob vários aspectos, como pressão arterial, temperatura corporal, perfusão capilar e função intestinal. A reabilitação nutricional alcançou um aporte de aproximadamente 80kcal/kg/dia e 2,9g de proteína/kg de peso. A paciente retornou ao acompanhamento nutricional, psicológico e clínico, em ambulatório. A conduta nutricional incluiu o estímulo ao aumento da ingestão calórica e hídrica, enfatizando a importância da alimentação saudável e equilibrada nos diversos grupos de alimentos para o restabelecimento das condições nutricionais. Durante o acompanhamento ambulatorial, a avaliação antropométrica revelou oscilação do IMC em diversos momentos (Gráfico 3). No entanto, o percentual de gordura foi crescente (Gráfico 4). Durante o acompanhamento ambulatorial, a adolescente se manteve clinicamente estável, corada, hidratada, eupneica, eucárdica e apresentando pele e cabelos de aspecto normal, função intestinal regular e humor estável. ABORDAGEM CLÍNICA E NUTRICIONAL NA ANOREXIA NERVOSA: RELATO DE CASO 43 DISCUSSÃO Atualmente, os TA estão cada vez mais prevalentes. Neste relato de caso, a AN ocorreu em uma adolescente de cor parda e baixo nível socioeconômico e cultural, o que confirma dados da literatura que afirmam que o grupo acometido está ficando cada vez mais heterogêneo. De acordo com o DSM – IV, a adolescente apresenta AN do tipo restritivo, já que em nenhum momento se dedicou à prática regular de purgações como vômitos autoinduzidos, abuso de laxantes ou diuréticos6. Sob o aspecto da saúde mental, a AN é sempre uma resposta a uma questão psíquica, e neste caso o fator estressante que contribuiu para o início do quadro foi a relação conflituosa com o pai. A tristeza instalada a partir das dificuldades de relacionamento com o pai é o marco de início da doença. Com relação ao quadro clínico e físico, apresentou as seguintes alterações comuns na AN: bradicardia e hipotensão, perda de tecido adiposo e muscular, desidratação, cabelos res- GRÁFICO 3. Evolução do IMC durante o acompanhamento ambulatorial Adolescência & Saúde Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 39-45, out/dez 2010 44 Yarzón & Giannini ABORDAGEM CLÍNICA E NUTRICIONAL NA ANOREXIA NERVOSA: RELATO DE CASO GRÁFICO 4. Evolução do percentual de gordura corporal secados e quebradiços, pele seca e descamativa, extremidades frias, com perfusão lentificada e peristalse reduzida (retardo do esvaziamento gástrico e constipação). Nos dois momentos de internação da paciente foi utilizada a nutrição enteral por sonda nasogástrica, administrada por bomba de infusão no período diurno e noturno. A dieta evoluiu de forma cautelosa, e por isso não ocorreram anormalidades dos fluidos e dos eletrólitos. A conduta nutricional seguiu o recomendado, que é o consumo energético inicial de 30 a 40kcal/kg/dia, podendo chegar até 70 a 100kcal/kg/dia com a progressão do tratamento, até se atingir o peso ideal3,7. É necessária alta ingestão calórica para recuperação de peso, pois a taxa de metabolismo basal se encontra alterada: pacientes com AN do tipo restritivo necessitam de mais calorias do que os do subtipo bulímico8,9,10. Segundo Marcason11, o valor energético total da dieta não deve ser menor que 1.200kcal/dia. O aumento gradual pode ajudar a reduzir a ansiedade quanto ao ganho de peso e permite que o trato gastrointestinal Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 39-45, out/dez 2010 se adapte à realimentação. A proporção de macronutrientes deve ser igual às recomendações para populações saudáveis4. Nos dois momentos de internação, a oferta calórica inicial foi de 42,9kcal/kg/dia e 29,2kcal/ kg/dia, respectivamente, e chegou a aproximadamente 82kcal/kg/dia (via oral + enteral) no final das duas internações. No acompanhamento ambulatorial, a média dos três momentos de acompanhamento demonstrou ingestão calórica de aproximadamente 37kcal/kg/dia, abaixo do que é recomendado pela literatura3,12. O ganho de peso deve ser controlado. A recomendação de ganho de peso é de 900g a 1,3kg/semana e de 250 a 450g/semana, para pacientes de enfermaria e para de ambulatório, respectivamente3. Todavia, Ornstein et al.12 verificaram que um ganho de peso de 720g/4 dias era mais seguro, pois não causava a síndrome da realimentação. Durante as internações, verificou-se ganho de peso gradativo, porém durante a primeira internação, o ganho semanal chegou a até 3,8kg/semana, superior à recomendação Adolescência & Saúde Yarzón & Giannini da APA3, que é de no máximo 1,3kg/semana. Porém, não apresentou síndrome da realimentação, muito comum na enfermaria, conforme afirma Latterza4. Durante a terapia nutricional na segunda internação hospitalar da paciente, houve perda de peso (0,3kg) após a primeira semana de tratamento. Logo foi iniciado o suporte nutricional, no quinto dia de internação. Após, evoluiu com ganho semanal de peso corporal, chegando a ganhar 0,3kg/semana, 0,4kg/semana, 0,5kg/ semana e até 1,1kg/semana. Durante o acompanhamento ambulatorial o peso oscilou em diversos momentos, chegando a ganhar 2,6kg/15 dias e a perder 0,7kg/15 dias. A paciente atingiu o IMC de 16,42kg/m², porém a principal meta do tratamento da AN, segundo APA3, é o ganho de peso até o IMC acima de 19. ABORDAGEM CLÍNICA E NUTRICIONAL NA ANOREXIA NERVOSA: RELATO DE CASO 45 A AN é uma doença crônica, portanto é necessário bom senso e compreensão da doença como um todo para se progredir com as adequações na dieta e hábitos alimentares do indivíduo, com metas atingíveis e praticáveis, sem exigências de recuperação rápida e imediata do quadro clínico. O acompanhamento deve ser em longo prazo, mesmo após não mais existirem sintomas, visando prevenir hábitos alimentares incorretos, recaídas e distúrbios emocionais. CONCLUSÃO Conclui-se, portanto, que o manejo de pacientes com AN é árduo e trabalhoso, exigindo uma equipe multidisciplinar, com troca constante de informações entre todos os profissionais da equipe. REFERÊNCIAS 1. APA - American Psychiatric Association. Practice guideline for the treatment of patients with eating disorders. 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