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Boletim nº 4
Julho/Agosto/Setembro
Editorial
Biosegurança
A Biossegurança em Produção Avícola é um “
Conjunto de práticas orientadas parA impedir a
entrada de micoorganismos que possam causar
doenças” nos lotes de animais por nós assistidos.
Tentamos deste modo, preservar a Saúde
Animal, o Bem estar animal e a Segurança
Alimentar dos produtos produzidos.
Ao equacionarmos os diversos factores em que
temos de agir, nunca podemos pensar em um só
em separado, mas sim o seu todo e em conjunto.
( Ar; Água; Medic.Vet.; Alimento Composto;
Controlo de pessoas e viaturas, Controlo de
insectos e roedores; Eliminação de cadáveres,
Etc. )
Com esta pequena mensagem introdutória,
queria lembrar que a Socampestre, sempre
ciente das suas responsabilidades e dos
compromissos com os seus associados,
elaborou os novos Regulamentos Técnicos de
Produção
(
Perús; Codornizes, Frango
Campestre; Frango Biológico e Frango
Intensivo), onde se descreve em pormenor um
conjunto
de
medidas
no
âmbito
da
Biossegurança que aconselhamos a implementar
nas vossas explorações.
J.Raposo
Médico Veterinário da Socampestre
Ingestão de água
Idade (dias)
7
14
21
28
35
42
49
56
Trimestral
Bebedouros de
pipeta sem copo
1,6 L/Kg alimento
Ano 2006
SISTEMA DE ABEBERAMENTO
É essencial que as aves possam dispor de água
em qualquer momento durante as 24 horas do dia.
Um aporte inadequado de água, seja em volume
seja em quantidade de pontos de bebida, dará
como resultado uma diminuição da velocidade de
crescimento. Para se assegurar de que o lote
recebe suficiente água, deverá verificar-se a
proporção de água por alimento, consumida cada
dia. As aves estão a consumir suficiente água
quando a proporção do volume de água (ml ou l)
por peso (g ou Kg) permanece próximo de 1,8:1
(1,6:1 para bebedouros de pipeta). Pode medir-se
o seu consumo utilizando contadores instalados no
local de entrada de água no pavilhão.
A tabela 6 mostra o consumo de água típico com
diferentes sistemas de bebida para frangos de
carne (broilers) a distintas idades.
As aves bebem mais água a altas temperaturas. A
sua necessidade cresce aproximadamente 65%
por grau centígrado acima dos 21ºC. Em áreas
tropicais, com altas temperaturas durante períodos
prolongados, o consumo de água diário será
duplo.
Tabela 1: Consumo típico de água por broiler a 21ºC*,
em L/1000aves/dia
* As necessidades de água aumentam 6,5% por 1ºC acima
dos 21ºC.
Nota: o consumo de água variará em relação com o
consumo de alimento. Os valores tabelados estão
baseados no consumo de alimento diário definido nos
Objectivos de Rendimento para Ross 308.
Bebedouros de
pipeta com copo
1,7 L/Kg alimento
Bebedouros de
campânula
1,8 L/Kg alimento
Machos
Fêmeas
Mistos
Machos
Fêmeas
Mistos
Machos
Fêmeas
Mistos
54
101
160
224
274
318
349
362
51
94
146
197
230
259
274
272
53
98
152
211
253
290
312
318
58
107
170
238
291
338
371
384
54
100
155
209
245
275
291
289
56
104
162
224
269
308
332
338
61
113
180
252
308
358
392
407
58
106
164
221
259
292
308
306
59
110
171
238
284
326
351
358
(continua na página 2)
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(Continuação da página 1)
SISTEMAS DE ABEBERAMENTO
Perigo:
Os incrementos ou descidas bruscas das
necessidades e/ou desvios da proporção de água
por alimento de 1,8:1 (1,6:1 para as pipetas) são
os primeiros indicadores de stress, doença ou
qualidade do alimento suspeita.
Os dois sistemas de bebedouros mais utilizados
são:
•Bebedouros “campânula”;
•Bebedouros de pipeta.
Figura 1: Dispositivo para
automatização do
aquecimento.
Bebedouros de Pipeta
Bebedouros Campânula
Quando os pintos têm um dia, por cada 1000
deverá haver um mínimo de 6 bebedouros
campânula (40 cm de diâmetro); também deverão
dispor de pontos de água suplementares em forma
de mini-bebedouros por cada 1000 pintos. Quando
os frangos crescem e a área da nave que utilizam
se aumenta, deve dispor-se um mínimo de 8
bebedouros campânula (40 cm de diâmetro) por
cada 1000 aves. Há que colocar os bebedouros
uniformemente ao longo da nave de maneira que
nenhum frango esteja a mais de 2m da água. Os
mini-bebedouros e as bandejas suplementares
utilizadas quando o pinto tem um dia de idade
deverão retirar-se aos poucos para que em 3-4 dias
todos os pintos estejam a beber em bebedouros
automáticos.
Como guia, até os 7-10 dias de idade o nível de
água deverá situar-se a 0,6 cm abaixo do topo
superior do bebedouro; a partir dos 10 dias, a altura
da água desde a base do bebedouro deverá ser de
0,6 cm.
A partir dos 18 dias deve-se comprovar diariamente
a altura dos bebedouros e regulá-los de maneira a
que a base de cada um esteja nivelado com o dorso
da ave, o que minimiza a contaminação fecal da
água. A altura do bebedouro com pipeta regula-se
mediante um guincho central, enquanto que os
bebedouros campânula necessitam uma regulação
individual. Deve-se controlar o nível da água dos
bebedouros de forma a que se evite derrame de
água e os problemas subsequentes que ocasionam
camas húmidas
Figura 2: Bebedouro de pipetas acedido por pinto.
Instalar bebedouros com pipeta para 12 aves por
pipeta (entre 9-10 para broilers grandes) pode
ser melhor que pôr bebedouros campânula, já
que há menos probabilidades de derrames e
portanto, humedecimento das camas. Os
sistemas com pipeta distribuem água com níveis
mais baixos de contaminação bacteriana que os
sistemas abertos convencionais. As evidentes
vantagens dos sistemas com pipeta para a
distribuição de água podem não ser tais, se o
rendimento da carcaça é baixo.
Os sistemas de bebedouro com pipeta a alta
pressão
(que
não
necessitam
copos
recuperadores de goteio) podem também reduzir
a contaminação por bactérias da água.
A regulação da altura dos sistemas com pipeta
deve estar controlada com exactidão e
diariamente. Nos estádios iniciais da cria, as
linhas de pipetas colocam-se a uma altura
adequada para que a ave possa beber. O dorso
do pinto deverá formar um ângulo de 35-45º com
o solo no momento em que está a beber.
Quando a ave cresce, as pipetas deverão elevarse para que o dorso da ave forme um ângulo de
(continua na página 3)
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(Continuação da página 2)
aproximadamente 75-85º com o solo e de tal
forma que as aves devam estirar ligeiramente o
pescoço para conseguir a água.
Perigo:
As camas debaixo dos bebedouros devem ser
niveladas para permitir um acesso por igual de
todas as aves à água e para evitar os derrames.
Tipo de
bebedouro
“Campânula”
Pipetas
Necessidades de bebedouros
8 bebedouros (40 cm diâmetro)
83 pipetas
(12 aves/pipeta, 9-10 aves/pipeta
para broilers grandes)
Tabela 2: Necessidades mínimas de bebedouros / 1000 aves
em engorda
É conveniente ter depósitos de água de reserva, na
exploração, para prevenir falhas de abastecimento
principal. Seria ideal armazenar água suficiente
para proporcionar um consumo máximo durante 24
horas. Os depósitos de emergência deverão formar
parte do sistema diário para garantir sempre um
aporte de água limpa, não estancada e sem
contaminação.
Se houver suspeita da salubridade da água, um
tratamento com luz ultravioleta (UV) ou sua
cloração ( adição de cloro) no ponto de entrada na
nave reduzirá a contaminação bacteriana.
As investigações têm demonstrado que uma
elevada carga bacteriana da água distribuída a aves
jovens incrementa os problemas de patas,
especialmente a necrose da cabeça do fémur (NCF)
e infecções associadas a Staphylococcus aureus.
Esta contaminação por bactérias por vezes pode
aumentar as rejeições devido a septicemia.
Perigo:
•As aves que beberam água com alto conteúdo de
bactérias apresentam uma maior incidência de
problemas de patas e rejeições no matadouro.
•A água pode estar limpa no ponto de entrada da
nave ( por exemplo se pertence à rede pública de
boa qualidade), mas ser contaminada rapidamente
pela sua exposição a bactérias dentro da nave.
•Para se ter a segurança de que a água está limpa
nos pontos de consumo, deverão manter-se limpos
os bebedouros. Haverá que considerar sempre a
cloração da água, por ser o processo mais
económico. Sobretudo no caso de bebedouros
abertos (por exemplo, campânula ou pipetas com
recuperadores anti-goteio).
Pontos chave
•As aves devem ter acesso à água durante as
24 horas do dia;
•Proporcionar bebedouros suplementares
durante os primeiros 4 dias de vida do lote;
•Controlar a proporção de água por consumo
de alimento diários, para comprovar que as
aves bebem suficiente água;
•Ter em conta um acréscimo no consumo de
água a altas temperaturas; 6,5% mais por
cada 1ºC acima dos 21ºC;
•Regular cada dia a altura dos bebedouros;
•Proporcionar um espaço para beber
adequado e assegurar-se que os bebedouros
são de fácil acesso para todo o lote;
•Utilizar água para beber fresca e limpa, com
o fim de manter as patas em boas condições
de saúde e reduzir as rejeições no
matadouro.
Qualidade da água
Dependendo da sua origem, a água distribuída às
aves pode conter excessivas quantidades de
diversos minerais ou estar contaminada por
bactérias. A água potável para consumo humano, é
a apropriada para aves. A de perfurações, a
procedente de depósitos abertos ou de
abastecimento público de pouca qualidade pode
originar problemas.
Devem-se realizar recolhas no abastecimento de
água para verificar o nível de sais de cálcio
(dureza), de salinidade e de nitratos. Ao limpar e
antes da chegada das aves, deverão tomar-se
amostras das várias procedências, nos depósitos e
nos bebedouros para realizar análises de
contaminação bacteriana.
Perigos:
A água pode representar um reservatório de
bactérias responsáveis do envenenamento pela
alimentação.
(continua na página 4)
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(Continuação da página 3)
A tabela 3 mostra uma concentração máxima
aceitável de minerais e matéria orgânica no
abastecimento de água. Não é provável que
esta seja ultrapassada se o abastecimento for
da rede pública. No entanto, a dos poços ou
furos artesianos pode ter um nível excessivo de
nitratos e por vezes um alto conteúdo em
bactérias devido às infiltrações ao fertilizar os
campos de cultivo.
Quando a carga microbiológica aumenta,
deverá verificar-se a sua causa e rectificá-la se
possível. A cloração para os níveis entre 1-3
ppm ao nível dos bebedouros será uma medida
de controlo, especialmente onde se utilizem
sistemas de bebedouros abertos. A irradiação
com UV ou a adição de peróxido de hidrogénio,
são também formas efectivas para controlar a
contaminação microbiológica.
Se a água contém níveis altos de sais de cálcio
(dureza) ou um alto nível de ferro (>3mg/l), as
válvulas e tubagens dos bebedouros podem
entupir-se.
Os sedimentos também podem bloquear as
tubagens; portanto, se existe este problema, é
necessário filtrar a água utilizando um filtro com
uma malha de 40-50 micras.
Uma água muito fria ou muito quente reduzirá a
ingestão e, por conseguinte, o crescimento das
aves. Durante dias quentes, considera-se boa
prática renovar a água das tubagens a
intervalos regulares para que fique o mais
fresca possível.
Minerais / Bactérias
Total de sólidos dissolvidos
Cloro1
pH 2
Nitratos
Sulfatos
Ferro
Cálcio
Cobre 4
Magnésio 3
Manganésio
Zinco
Chumbo
Coliformes fecais
Concentração aceitável
300-500 ppm
200 mg/l
6-8
45 ppm
200 ppm
1 mg/l
75 mg/l
0,05 mg/l
30 mg/l
0,05 mg/l
5 mg/l
0,05 mg/l
0
Notas:
Níveis de 14 mg/l podem reduzir o rendimento se os de sódio
são também elevados (50 mg/l).
A água para beber, ácida (pH<6), pode afectar a digestão,
corroer o equipamento de bebedouros e pode ser incompatível
com determinados medicamentos e vacinas.
Os níveis altos de sulfatos produzem excrementos húmidos. O
efeito aumenta se os níveis de sódio ou de magnésio são >
50mg/l.
O excesso de cobre pode produzir um sabor amargo na água e
provocar lesões no fígado.
Fonte: Organização Mundial de Saúde.
Perigos:
O excesso de alguns sais minerais reduzirá a
ingestão de água, o que também restringirá o
crescimento.
Pontos chave
• Permitir o livre acesso das aves à água de
boa qualidade e a uma temperatura
apropriada;
• Analisar a água para verificar o conteúdo de
contaminantes minerais e bacteriológicos e
tomar as medidas correctivas necessárias;
• Em períodos quentes, vazar a água das
tubagens dos bebedouros para que esta
refresque o máximo possível.
Temas do próximo boletim
• Sistemas de Alimentadores
• A Socampestre em 2006
Ficha Técnica
Propriedade: Socampestre – Associação Nacional
de Criadores de Aves Campestres
Quinta da Venda- Marés, 2584-958 Abrigada
Tel. 263 798 008
Fax: 263 798 016
E-mail: [email protected]
Impressão: Interaves
Tiragem: 200
Tabela 3: Níveis máximos aceitáveis de minerais e
bactérias na água para beber
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