Carta da Reuniao da Direcao Nacional da ASSIBGE-SN

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ASSIBGE – SINDICATO NACIONAL
Dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística
Av. Presidente Wilson, 210 – 8º andar - Centro (RJ) Cep: 20.030-021 Tel: (21) 3575 - 5757 fax: (21) 3575 - 5766
Pagina: www.assibge.org
e-mail: [email protected]
S.O.S. IBGE
QUEREMOS TRABALHAR!
A todos os trabalhadores do IBGE,
A todos os servidores públicos,
A toda a população brasileira,
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reconhecido mundialmente como o maior banco
de dados da América Latina, completa 78 anos em 2014. Em todas essas décadas de existência, o IBGE
tem realizado relevantes serviços para a sociedade brasileira. Censos populacionais para saber quantos
somos, onde estamos e como vivemos; trabalhos de geografia, cartografia e geodésia, que retratam a
organização do território e definem as fronteiras internas e externas do Brasil; pesquisas sobre os
movimentos da economia e do mercado de trabalho, da estruturação do Estado em todos os entes
federativos, entre tantas outras informações.
Todos estes trabalhos são decisivos para a formação da identidade nacional e para que a sociedade tome
conhecimento da realidade em que vivemos. Cabe aos governantes, estudiosos e empresas fazerem
suas escolhas, sempre a partir dos dados levantados, analisados e disseminados pelo IBGE. Nosso papel,
enquanto servidores públicos, é de levantar e analisar informações de maneira mais fiel possível, porque
elas são vitais para a sociedade.
Infelizmente, nas últimas décadas o IBGE, vem sendo esvaziado e descaracterizado, apesar da resistência
aguerrida de seus servidores. Chegamos a um quadro tal que os trabalhos do IBGE são quase todos - e
não apenas o Censo Demográfico - realizados por servidores temporários, pouco treinados, sem direitos
básicos e com salários que agora, a partir de junho, chegarão a apenas 1,3 salários mínimos.
Chega a mais de 4 mil o número de vagas abertas pelas aposentadorias e pedidos de exoneração de
servidores concursados. As vagas do último concurso nem sequer repõem o número de aposentadorias
que ocorreram do começo do ano até agora. Ao mesmo tempo, a Direção do IBGE e o governo exigem
novas pesquisas e trabalhos, sem oferecer as condições de pessoal e de estrutura para isso. Recentemente
houve uma tentativa da Direção, frustrada pela pressão dos servidores e da sociedade, de adiar a
divulgação da PNAD Contínua, pesquisa de grande relevância para a sociedade.
Nas últimas semanas o Governo simplesmente cortou verbas de todos os ministérios, economizando
recursos públicos para pagar juros da dívida pública que não pára de crescer. Essa decisão veio na
contramão das manifestações de meados de 2013, que exigiam serviços públicos de qualidade e
transparência na gestão pública. No entanto, a Direção do IBGE além de não esboçar qualquer reação à
altura do que exige os cargos que ocupam em um instituto com a relevância social do IBGE,
também adiou a Contagem Populacional de 2015 para 2016 e suspendeu a realização da Pesquisa de
Orçamento Familiar (POF). Isso atinge diretamente os sistemas estatístico e geográfico nacionais e
prejudica o levantamento de informações essenciais para que a sociedade brasileira se conheça e possa,
assim, exercer a cidadania.
Diante deste quadro de mazelas e da falta de respostas objetivas do Governo e de uma Direção que não
nos representa, os servidores do IBGE, representados pelos delegados eleitos em assembleias em todo o
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ASSIBGE – SINDICATO NACIONAL
Dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística
Av. Presidente Wilson, 210 – 8º andar - Centro (RJ) Cep: 20.030-021 Tel: (21) 3575 - 5757 fax: (21) 3575 - 5766
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país, reunidos de 15 a 18 de maio em Nova Friburgo (RJ), decidiram paralisar suas atividades a partir de
26 de maio.
Não se trata de mais uma greve, ou de mais um movimento só por salários, embora as condições salariais
no IBGE sejam um dos pontos que levantamos. Trata-se de dizer a toda a sociedade brasileira que
QUEREMOS TRABALHAR, MAS O GOVERNO E A DIREÇÃO DO IBGE NÃO OFERECEM AS
MÍNIMAS CONDIÇÕES PARA ISSO.
Portanto, fazemos um chamado a toda a sociedade EM DEFESA DO IBGE. Entramos em greve para
exigir:
Nosso lema será:
SOS IBGE!
Queremos trabalhar, mas precisamos:
-Ratificar o IBGE como órgão de Estado e não de governos: Pela plena autonomia técnica;
-Reversão dos cortes orçamentários e recursos suficientes para cumprir o plano de trabalho do IBGE;
-Concursos públicos para substituir contratos temporários nas pesquisas continuas e suprir as
aposentadorias crescentes;
-Salários no patamar das carreiras dos órgãos do ciclo de gestão (Banco Central, IPEA, CVM, SUSEP);
-Salários e direitos iguais para os trabalhadores temporários , enquanto eles existirem no IBGE;
-Democratização do IBGE
-Fora Wasmália e o Conselho Diretor e substituição das Chefias de Unidades Estaduais que estejam há
mais de quatro anos no cargo;
-Eleições diretas para Presidente, membros do Conselho Diretor, Coordenadores de Pesquisas e Chefes de
Unidades Estaduais do IBGE;
-Congresso Institucional que discuta as prioridades do IBGE e uma nova estrutura democrática de gestão,
que escute e planeje em conjunto com os servidores.
Por decisão também unânime, os delegados presentes batizaram esta Reunião da Direção Nacional de
Domingos Eusébio Albuquerque Neto – trabalhador temporário que, aos 21 anos, faleceu em um
acidente de carro quando estava a serviço do IBGE no município de Massapê/CE.
Executivo Nacional ASSIBGE - Sindicato Nacional
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