A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO PLANEJAMENTO TERRITORIAL E TURISMO: UM ESTUDO DAS ESTÂNCIAS TURÍSTICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO RIBEIRO, RENATA MARIA1 MARGARETE ARAUJO TELES2 Resumo: Esse estudo defende a pertinência em aliar o planejamento territorial às políticas públicas municipais ao suporte de planos de desenvolvimento para a população e turistas. Tem-se como objetivo principal, a observação do planejamento territorial, bem como as políticas de turismo nas Estâncias Turísticas de Presidente Epitácio, Ilha Solteira, Pereira Barreto, Santa Fé do Sul e do estado de São Paulo. Realizou-se pesquisa bibliográfica e documental apoiada nos Planos Diretores Municipais (capítulo referente ao turismo) daquelas quatro estâncias. O diagnóstico da pesquisa está sendo finalizado a partir da análise DAFO (Deficiências, Ameaças, Fortalezas e Oportunidades) com o propósito de contribuir ao diagnóstico do planejamento territorial do turismo em uma visão prospectiva positiva das políticas públicas de turismo para a sociedade e turistas. Palavras-chave: Planejamento Territorial, Plano Diretor, Política de turismo. 1 –O Planejamento e o Turismo As cidades iniciam sua trajetória ao século XXI observando que o modelo de desenvolvimento pautado na indústria, não é mais suficiente para garantir que a economia possa se sustentar e mesmo possibilitar a geração de empregos necessários ao crescimento populacional. O turismo ganha destaque, uma vez que a base de sua execução se dá a partir da prestação de serviços, e que esses estão dispostos no território, intrínseco ao cotidiano da sociedade. Nessa prerrogativa, recursos e atrativos naturais e culturais, bem como infra estruturas passam a ser utilizados pelo turista em conjunto com a população local. Essa inversão de valores gera melhorias à cidade numa perspectiva inversa, pois o turismo passa a justificar o planejamento do espaço social e se inter-relacionar ao cotidiano. Entendendo que o turismo exige a posse de recursos financeiros para a viagem, o alojamento, a alimentação e para as atividades de entretenimento, este 1 Professora Assistente Doutor - UNESP - Câmpus Rosana. E-mail de contato: [email protected] 2 Docente do programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade Federal do Paraná. E-mail de contato: [email protected] 3358 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO segmento deve ser incorporado às conquistas sociais fundamentais. Além disso, a qualidade de vida dos cidadãos deve alcançar níveis desejáveis em todos os campos: físico, biológico, cultural, social e psíquico (Ruschmann, 2003, p.18). Assim, de observadores, as pessoas passam a ser protagonistas do seu território uma vez que não somente transitam sobre ele, e sim interferem na sua essência e em sua transformação. O desenvolvimento territorial é justificado pelo turismo nas ações de planejamento, expansão e prospecção de crescimento que atende ou deveriam atender, não só à sociedade local, como também às atividades produtivas que servem de base para economia local e os setores a que tende a impactar. A consolidação de uma cidade em destino turístico depende de um esforço coletivo da sociedade local; seja na observação da realidade sobre atrativos, na predisposição da sociedade à hospitalidade ao turista, nos investimentos públicos em planejamento urbano (envolvendo o social, cultural, ambiental e territorial), e ainda, na intenção de empresários ao investimento de equipamentos necessários à estada dos turistas na localidade (hotéis, agências de turismo, lojas de artesanato, restaurantes, entre outros). Cada agente social é responsável por sua parte na contribuição para um conjunto de serviços necessários à atração de turistas e sua permanência no destino. Esse estudo defende a pertinência em aliar o planejamento territorial ao desenvolvimento políticas públicas municipais que possam ser suporte legal à execução de planos de desenvolvimento para a população e turistas. Nesse sentido tem-se como objetivo principal, a observação do planejamento territorial, bem como as políticas públicas que dão suporte ao desenvolvimento do turismo nas Estâncias Turísticas de Ilha Solteira, Pereira Barreto, Santa Fé do Sul e Presidente Epitácio do estado de São Paulo. Parte-se da premissa de que há atribuições em que o estado deve ser responsável, uma vez que o mesmo é detentor das prerrogativas para o estabelecimento da legislação pertinente, expansiva e protetiva às atitudes de mercado, no escopo político de intervenção ao atendimento das expectativas da população local. A pesquisa bibliográfica apoiada em RUSCHMANN (2003), SANTOS (1996), BENI(1998) entre outros, apóia as 3359 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO hipóteses observadas junto ao escopo do trabalho. A pesquisa documental está amparada nos Planos Diretores Municipais (capítulo referente ao turismo) e nos Planos Diretores de Turismo daquelas quatro estâncias. O diagnóstico da pesquisa está sendo finalizado a partir da análise SWOT ou DAFO (Deficiências, Ameaças, Fortalezas e Oportunidades) na busca de respostas sobre o modelo de planejamento territorial e turístico adotado naqueles municípios. Os resultados tem o propósito de contribuir de modo científico ao diagnóstico do planejamento territorial do turismo e a respeito das ações tomadas pelos gestores do turismo em desenvolver o território para os munícipes e turistas, embasado em uma visão prospectiva positiva na busca do desenvolvimento endógeno e harmonioso entre sociedade, território, políticas públicas e turismo. 2 – Estâncias Turísticas: caracterização e investimentos Os municípios de Santa Fé do Sul, Pereira Barreto, Ilha Solteira estão localizados a Noroeste e Presidente Epitácio a Oeste do Estado de São Paulo e são considerados Estâncias Turísticas. Uma das principais características desses municípios é a proximidade com os rios Tietê e Paraná, o que provoca a possibilidade de desenvolver o turismo a partir desse recurso natural de extrema importância no cenário da atividade. O turismo de pesca e de praia (fluvial) à beira dos rios Tietê e Paraná naquelas cidades, proporcionou uma organização territorial que tem atraído turistas, principalmente durante o verão. A potencialidade de desenvolver o turismo a partir desses recursos foi decisiva ao estabelecimento de novos serviços para atender uma demanda de visitantes, a partir de suas necessidades de alimentação, hospedagem, opções de lazer entre outros setores vinculados direta ou indiretamente ao turismo. O Estatuto da Cidade prevê que cidades que possuam potencialidade para o turismo e população acima de 20 mil habitantes formulem o Plano Diretor. No caso dos municípios estudados, tem-se esses dois indicadores favoráveis ao estabelecimento dessa política: 3360 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO MUNICIPIO DATA DE CRIAÇÃO POPULAÇÂO 30 -12-1953 EXTENSÃO TERRITORIAL (Km²) 208,216 31.113 DENSIDADE DEMOGRÁFICA (hab/Km²) 141,81 Santa Fé do Sul Pereira Barreto Ilha Solteira Presidente Epitácio 30-11-1938 30-12-1991 24-12-1948 978,885 656,225 1.259,089 25.755 26.242 44.348 25,50 38,42 32,79 Tabela 1 – Dados Gerais das Estâncias Turísticas. Fonte: IBGE(2014) Acessado em abril, 2015. Organização: RIBEIRO, 2015. A condição de Estância, e ainda a existência de Plano Diretor propiciaram àqueles municípios a captação de recursos junto ao DADE - Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias para projetos de melhoria principalmente em Infra estrutura. Segundo pesquisa tem-se num período de dois anos investimentos na ordem de R$ 19.021.987,56 em investimentos direcionados aos diversos projetos apresentados e apoiados pelo DADE. Presidente Epitácio Valores em R$ 4.805.938,69 Ilha Solteira Valores em R$ Santa Fé do Sul Valores em R$ Pereira Barreto Valores em R$ 5.700.807,97 4.901.069,84 3.614.171,06 Tabela 2 – Valores de Convênio DADE / Estâncias FONTE: DADE, 2013. Organização: RIBEIRO, 2013. Importante salientar que aqui foram somados somente recursos advindos do DADE; valores investidos pelos municípios não fizeram parte da pesquisa nesse momento uma vez que os dados não foram disponibilizados pelos gestores locais. Cabe ainda informar que a liberação de recursos somente é possível a partir de apresentação de projetos confeccionados pelo município ( não necessariamente advindos de Secretarias vinculadas ao Turismo), e apresentados ao órgão estadual que procede análise e repasse dos respectivos valores. No Gráfico 1 pode-se observar que a Estância de Ilha Solteira obteve aprovação de valores na ordem de R$ 5.700.807,97 seguido de Santa Fé do Sul, Presidente Epitácio e Pereira Barreto. 3361 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 6.000.000,00 5.000.000,00 4.000.000,00 3.000.000,00 2.000.000,00 1.000.000,00 0,00 Presidente Epitácio Ilha Solteira Pereira Barreto Santa Fé do Sul Gráfico 1 - Investimentos às Estâncias 2011/2012. Fonte: DADE, 2012. Organização: RIBEIRO, 2013. Em que pese a ordem de investimentos advindas do Estado para com as Estâncias, e na linha do pensamento do planejamento e da gestão pública, tem-se o pensamento de que as políticas públicas em torno da temática estão concatenadas ao desenvolvimento de curto, médio e longo prazo, em projetos contínuos e estruturados em um plano cujo objetivo deveria fortalecer o turismo como um segmento econômico, social e cultural. Nessa premissa, entende-se necessário o estudo relacionando o território delimitado ao turismo no Plano Diretor das Estâncias e os investimentos entre 2011 /2012. Para tanto, a análise por meio da Metodologia DAFO poderá esclarecer alguns pontos e interseções envolvendo ações aplicadas em espaços turísticos em uma proposta de planejamento territorial. 3. Análise DAFO das Estâncias A análise realizada junto às estâncias será apresentada a partir das informações coletadas nos documentos do Plano Diretor, dos dados dos investimentos advindos do DADE, e da visita às Estâncias. Essas três fontes 3362 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO puderam dar base ( ainda que inicial) a análise DAFO com alguns apontamentos gerais para algumas considerações iniciais da pesquisa. 3.1. Estância Turística de Presidente Epitácio A Estância possui Plano Diretor pela Lei Complementar Nº 50/2006 de 10 de outubro de 2006 e há um capítulo específico (Artigos. 17,18 E 19) que tratam do turismo. Observou-se nesse documento que há o delineamento de uma política de turismo, mas não há relação entre o zoneamento territorial e as atividades de planejamento vinculadas ao turismo. Isso significa que as obras relacionadas ao turismo não estão vinculadas exclusivamente a espaços turísticos, indicador de que essas políticas estão desconexas. Ressalta-se que há projetos específicos interligados às atividades de turismo, à infra-estrutura básica e ainda projetos em que não há informações detalhadas. DATA PRESIDENTE EPITÁCIO 2011/2012 CONVENIO USO DO RECURSO 28/07/2011 15/08/2011 22/11/2011 19/01/2012 19/01/2012 26/04/2012 26/07/2012 13/11/2012 156/2008 024/2010 156/2008 132/2011 029/2012 012/2009 136/2011 Construção do Pavilhão de Eventos Não disponível para consulta Construção do Pavilhão de Eventos Não Disponível para consulta Construção do Forte APACHE Pavimentação de via urbana Não Disponível para consulta Pavimentação de via urbana/ farol fluvial TOTAL (2011+2012) VALOR 402.812,55 409.893,78 402.812,55 150.000,00 150.055,02 1.291.868,46 443.938,62 1.5 54.557,71 4.805.938,69 Tabela 3– Convênio DADE / Município FONTE: DADE, 2013. Organização: RIBEIRO, 2013. 3363 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO PONTOS FRACOS Falta de informações junto à Secretaria de Turismo municipal. Falta de materiais de divulgação do município, guias de atrativos, hotéis, mapas. A sinalização turística para o balneário (Parque do Figueiral) é precária. Não houve informações sobre onde se localiza a possível construção do Forte Apache. Não houve possibilidade de ter acesso ao documento da Política Municipal de Turismo (Artigo 19 do Capítulo Turismo no Plano Diretor), nem ao Plano Diretor de Turismo, o que sugere prejudica a popularização de ações e decisões envolvendo o turismo; É difícil (para quem não conhece a cidade) encontrar a Casa do Artesão; PONTOS FORTES Observa-se a existência de um plano territorial que valoriza a orla (Rio Paraná) com avenida larga, calçadas amplas e espaço para caminhadas. O Pavilhão de Eventos está bem localizado na Orla, dando destaque à paisagem. O Balneário Municipal (Parque Figueiral) estava organizado com presença de salva vidas sendo observado a presença de pessoas do próprio município. OPORTUNIDADES Na avenida da Orla se encontra o Pavilhão de Eventos que à época estava sendo concluído (estacionamento). O espaço potencializa a realização de eventos de grande porte; AMEAÇAS Não foram encontrados materiais publicitários e o Posto de Informações Turísticas estava fechado, o que impediu o esclarecimento de algumas informações; Há poucas informações sobre o planejamento do turismo na esfera municipal; 3.2.Estância Turística de Ilha Solteira A Estância Turística de Ilha Solteira possui a Lei Complementar nº 151 de 01 de Julho de 2008, que institui o Plano Diretor do Município de Ilha Solteira. Destacase que nesse documento há destaque ao turismo nos Artigos 58, 59 e 60. Ainda pode ser observado que no zoneamento da cidade aparece o Balneário Municipal como área de lazer, entretanto, o planejamento territorial, ações ou projetos não estão diretamente inter-relacionados às ações do turismo, ou seja, são idealizados sem considerar o espaço em que as atividades turísticas acontecem. 3364 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO ILHA SOLTEIRA 2011/2012 DATA 25/02/2011 21/10/2011 19/01/2012 CONVENIO 114/2010 132/2007 168/2011 27/02/2012 143/2009 27/04/2012 10/05/2012 17/05/2012 032/2012 114/2010 031/2012 31/07/2012 143/2009 20/09/2012 TOTAL 2011+2012 168/2011 USO DO RECURSO Revitalização da Av. Brasil Não disponível para consulta Criação de roteiro das capelinhas e mosaicos Revitalização da Av. Norte Sul Sistema de monitoramento Revitalização da Av. Brasil Infraestrutura em rotatória e ciclovia Revitalização da Av. Norte Sul Sistema de monitoramento VALOR 828.470,83 184.291,93 32.090.76 533.043,06 605.150,60 828.470,83 1.025.584,55 448.878,36 1.246.917,81 5.700.807,97 Tabela 4 – Convênio DADE / Município FONTE: DADE, 2013. Organização: RIBEIRO, 2013. PONTOS FRACOS Não há consonância entre as ações de planejamento delineadas no Plano Diretor. O Conselho de Turismo não está atuante; Não foi executado um estudo sobre a atuação da Diretoria de Turismo como traçado no artigo V. O aeroporto não pode ser efetivado, pois parte dele foi transformado em bairro; A criação do roteiro das capelinhas não foi mencionado pela Técnica de Turismo durante a entrevista. O zoológico estava fechado quando estive realizando a pesquisa (abre somente aos finais de semana) PONTOS FORTES O aluguel de quiosques no Balneário pode ser realizado via depósito bancário na conta específica do Fundo Municipal de Turismo. A Entrevista e a receptividade da equipe da secretaria de turismo denotam seriedade no desenvolvimento da atividade; Há um interesse forte em manter ações voltadas à cultura, inclusive com a revitalização da casa da cultura para abrigar peças e outras atividades culturais. Houve interesse em informar sobre horários de visitação na Usina Hidrelétrica. OPORTUNIDADES A construção da ciclovia foi realizada com recursos do DADE, mas a mesma está sendo utilizada somente por moradores. Um projeto de passeio ciclístico pela ciclovia pode potencializar um produto inovador ao visitante. AMEAÇAS A não implementação da Política de Turismo; A realização de obras que possam potencializar o turismo sem essa conexão; Não conhecimento da prefeitura de números de visitantes no município, e o não estudo das fichas de visitação do zoológico para início de uma pesquisa de demanda. 3365 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 3.3.Estância Turística de Pereira Barreto A Estância Turística de Pereira Barreto possui a Lei Complementar nº 28/2006 que institui o Plano Diretor. Não há um capítulo específico de turismo, mas o mesmo é mencionado no Capítulo VI e Artigos 27 e 54. Cabe ressaltar que há uma área no Plano Diretor relacionada a Equipamentos Turismo e Lazer (E2), sendo que sua implementação depende de elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança. Entretanto, na relação de projetos do DADE, não foi possível estabelecer relação entre local e investimentos aplicados. PEREIRA BARRETO 2011/2012 DATA CONVENIO USO DO RECURSO VALOR 25/04/2011 29/06/2011 18/11/2011 025/2009 059/2007 024/2010 450.000,00 28.143,09 832.391,40 16/12/2011 24/05/2012 031/2011 033/2012 Não disponível para consulta Não disponível para consulta Construção do Monumento ao turismo Revitalização de Avenidas Revitalização da Praia Porto do Sol TOTAL 2011+2012 955.959,99 1.347.676,58 3.614.171,00 Tabela 5 – Convênio DADE / Município FONTE: DADE, 2013. Organização: RIBEIRO, 2013. PONTOS FRACOS Internamente o município não possui claramente dados financeiros em torno dos custos de projetos diretamente ligados ao turismo ou que são indiretos e que causam melhoria a atividade. Não há menção no Plano Diretor de Turismo sobre formas de gestão da AEIT (Área Especial de Interesse Turístico). PONTOS FORTES Conselho Municipal de Turismo atuante; Plano Diretor de Turismo recém elaborado. OPORTUNIDADES A existência de projetos em parceria com o DADE na ordem de R$ 3.614.171,00, sendo em obras de revitalização de parque de lazer, de avenidas (utilizadas pela população local e turista) e ainda quanto a construção de monumentos que embelezam a paisagem urbana e rememoram à população sobre a vocação da cidade para o turismo. AMEAÇAS Alguns projetos diretamente financiados pelo DADE não estão disponíveis, o que inviabilizam estudos detalhados em torno dos recursos necessários e já destinados em 2011 e 2012. Essa falta de clareza na disponibilização de dados do DADE reflete à necessidade de melhoria na transparência de repasse de recursos às Estâncias. 3366 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 3.4. Estância Turística de Santa Fé do Sul O Plano Diretor de Santa Fé do Sul está contemplado na Lei Complementar nº 92 de 03 de dezembro de 2003 e dispõe sobre o Plano de Desenvolvimento Sustentável da Estância. Foi o município pesquisado que tratou com mais detalhamento no Plano Diretor amparado em mapas de zoneamento ambiental inserindo áreas de expansão ou impedimento de atividade turística. SANTA FÉ DOS SUL 2011/2012 DATA CONVENIO USO DO RECURSO VALOR 09/06/2011 22/09/2011 005/2010 013/2011 324.465,94 570.180,04 22/09/2011 014/2011 29/09/2011 002/2010 14/10/2011 26/04/2012 23/08/2012 005/2010 023/2012 013/2011 30/08/2012 13/09/2012 TOTAL 2011+2012 014/2011 023/2012 Não disponível para consulta Reforma e Ampliação do Parque Ecoturismo das Águas Claras e Implantação do Parque EcológicoAmpliação do Estacionamento Construção de calçadão e revitalização do centro Iluminação da Pista de Cooper e Construção de Ciclo faixa Não disponível para consulta Não disponível para consulta Reforma e Ampliação do Parque Ecoturismo das Águas Claras e Implantação do Parque EcológicoAmpliação do Estacionamento Não disponível para consulta Não disponível para consulta 847.430,25 88.745,19 324.465,94 1.455.759,51 184.583,28 363.184,00 742.255,69 4.901.069,84 PONTOS FRACOS Há poucas informações a respeito das ações de planejamento integrado nas áreas de proteção ambiental delimitadas no Zoneamento. PONTOS FORTES Parque Ecológico estruturado. Calçadão do centro da cidade organizado e reformado com recursos do DADE; Monumentos revitalizados e casa do artesão em funcionamento; OPORTUNIDADES O município tem se destacado como polo de festividades natalinas; Possui materiais de divulgação de atrativos; AMEAÇAS Pouca articulação entre Conselho Municipal de Turismo com as políticas de Turismo do Ministério do Turismo. 3367 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 4. Conclusão Observando os dados e informações coletadas durante a pesquisa cujo objetivo foi observar critérios que determinam a escolha das Estâncias Turísticas do Estado de São Paulo, observou-se que a lei determinava em princípio a possibilidade de ser estância aos municípios que possuíam principalmente praias e águas termais (com poderes curativos). Em um primeiro olhar teve-se a preocupação em oportunizar àqueles municípios, condições de urbanidade para atender uma demanda de pessoas em busca de descanso e cura. As Estâncias em questão possuem atrativos de lazer diretamente relacionados às praias fluviais do rio Tietê e Paraná. Há necessidade ainda de realização de estudos referentes à demanda de visitantes, porém pode-se observar uma tendência ao turismo regional, além de elencar e integrar legislações cabíveis ao desenvolvimento do turismo com foco no planejamento territorial das estâncias. Conhecer os instrumentos de execução do planejamento territorial do turismo nas Estâncias Turísticas de Santa Fé do Sul, Pereira Barreto, Ilha Solteira e Presidente Epitácio é essencial para que o turismo possa contribuir à economia das cidades. O planejamento do turismo não está somente relacionado às técnicas específicas desse segmento e si das articulações políticas e do planejamento conjunto e integrado a partir de parâmetros técnicos, considerando que o turismo acontece no território, e está submetido às mesmas regras de ordenamento territorial dos demais setores produtivos. Os estudos envolvendo a política territorial para o turismo são pouco difundidos e esse trabalho comprova que apesar da existência de planos diretores, da organização de atrativos turísticos ou dos investimentos realizados pelo DADE, há claramente a falta de articulação dessas políticas nas quatro estâncias pesquisadas, o que provoca ações desconexas e pouco articuladas em uma visão de longo prazo a fim de desenvolver o turismo em sua plenitude e considerando o território como uns dos principais componentes para a consolidação de atividades de lazer para a população e turistas. Entende-se ainda que essa articulação favorecerá que novos territórios turísticos possam de desenvolver na sua integralidade. 3368 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Ainda se faz necessário contemplar as políticas de desenvolvimento territorial, às quais possibilitem o estudo e a percepção desses novos territórios turísticos sobrepostos à divisão política formal, que, atualmente se consolidam desordenadamente gerando sobrecarga no espaço de pessoas em determinados períodos, caos às temporadas de verão, ocupação territorial desorganizada e ociosa em outros momentos, efetivando descontentamentos tanto de turistas quanto da população receptora e sensação de incompetência por parte dos gestores de planejamento; fato que se afirma diante da visão encurtada de uma política executada na perspectiva de resultados de curto prazo, obscurecendo um cenário de integralidades ao turismo e outras atividades que acontecem nos territórios politicamente submetidos e ordenados. 5. BIBLIOGRAFIA BENI, Mario Carlos. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Editora Senac, São Paulo,1998. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2010. Assessoria de Comunicação. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidades>. Acesso em: maio/2015. BRASIL. Estatuto da Cidade. Secretaria Especial de Editoração e Publicações. Brasilia-DF, 2004. Disponivel em: http://www.vsilva.com.br/dados/Estatuto%20da%20Cidade.pdf. Acesso em 10 ago. 2014. ILHA SOLTEIRA. Lei N° 151, de 1 de julho de 2008 Institui o Plano Diretor do Município de Ilha Solteira, cria o Conselho da Cidade e dá outras providências. Câmara Municipal, Ilha Solteira, SP. 1 jul.2014. Disponível em: < http://www.ilhasolteira.sp.gov.br/planodiretor/>. Acesso em: mar./2013. PEREIRA BARRETO. Lei Complementar Nº 28/2006 Trata do Plano Diretor da Estância turística de Pereira Barreto, SP. Disponível em: <www.pereirabarreto.sp.gov.br/portalambiental/wp.../dowload.php?id...> Acesso em: abril/2013. PRESIDENTE EPITÁCIO. Plano Diretor. Disponível em: http://www.presidenteepitacio.sp.gov.br/leis/plano-diretor/lei-complementar-n-502006-revisao-plano-diretor.pdf Acesso em: junho/2013. 3369 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável. 5. Ed. São Paulo: Papirus, 2003. SANTA FÉ DO SUL. Plano Diretor da Estância Turística de Santa Fé do Sul. Disponível em: Disponível em: <http://www.santafedosul.sp.gov.br/>Acesso em junho/2013. SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. 3ªed. São Paulo: Editora Hucitec, 1996. 3370