Jardim Gulbenkian: uma obra-prima Público-alvo: Ensino Secundário, Profissional, Superior e Academias de Seniores Conceção e orientação: Carlos Carrilho JARDIM Esta visita celebra o Jardim Gulbenkian e o seu projeto. Examina a relação simbiótica do Jardim com os edifícios da Fundação; a sublimação da funcionalidade de usos deste centro institucional numa paisagem idílica onde a vida selvagem floresce e os visitantes encontram a calma e o sossego no meio da cidade. A visita debate o modo como se concretiza esta obra-prima da arquitetura paisagista do século XX e porque se tornou uma referência a nível mundial. OBJETIVOS GERAIS - Contribuir para um melhor conhecimento do Jardim Gulbenkian, das suas características formais, das técnicas utilizadas para as alcançar e das premissas do projeto; - Proporcionar a reflexão sobre os conceitos de jardim, paisagem, natureza, natural e artificial; - Promover experiências diversificadas em torno dos conceitos de jardim e de paisagem; - Estimular a perceção e o conhecimento dos elementos e matérias da natureza e da paisagem; - Estimular o sentido de observação, interpretação e proteção da natureza e do meio envolvente, nomeadamente a partir do Jardim Gulbenkian. - Evidenciar alguns dos ecossistemas concretizados no Jardim Gulbenkian; - Dar a conhecer a vida selvagem existente no Jardim Gulbenkian. CONCEITOS-CHAVE - jardim; natureza; paisagem; arquitetura; arquitetura paisagista; arte; projeto; natural e artificial; relação homem/natureza; ecossistema. METODOLOGIA Esta visita é uma atividade que se desenvolve em passeio, através de percursos pelo Jardim Gulbenkian, e que se concretiza com o recurso a materiais de apoio, no intuito de criar dinâmicas de comunicação e partilha de conhecimentos facilitadoras do alcance dos objetivos pretendidos. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE 1. O Jardim Gulbenkian é reconhecido como uma referência da arquitetura paisagista em Portugal no século XX e está a começar a tornar-se famoso internacionalmente. Porquê? As razões serão examinadas durante a visita. Material de apoio | Visita “O Jardim Gulbenkian: uma obra-prima” | 1 2. Como se verá, as inter-relações do jardim com os vários edifícios da Fundação Gulbenkian estão implícitas no conceito e desenvolvimento global do projeto desde o seu início, tanto a nível visual como funcional. Os jardins não terminam nas paredes dos edifícios; pelo contrário, revestem sacadas e mesmo terraços, integrando de forma excelente os edifícios na paisagem. Igualmente, as vistas do jardim a partir do interior dos edifícios revelam, na sua beleza, a sabedoria e sensibilidade que presidiram à conceção espacial. 3. O jardim apresenta diversas ilusões. Uma das mais extraordinárias é a de que por baixo da sublime serenidade das árvores e do lago repousa um oculto labirinto de corredores, escritórios, armazéns, salas de ensaios e garagens. Que técnicas foram empregues para conseguir isto? Outra ilusão é a de o jardim parecer muito maior do que na realidade é. Os seus limites e a envolvente urbana quase desaparecem visualmente mas também através de “sugestionamento” psicológico. Quais são as ideias que estão em jogo neste projeto? Como é que essas ideias se concretizam para alcançar os objetivos? 4. Seguir os caminhos do jardim é entregar-se a uma série de aprazíveis ilusões cénicas, a que não são alheias características marcantes da luz e da paisagem portuguesas. A sensação de se embrenhar pelos trilhos sombreados de um bosque, passar por regatos gorgolejantes de montanha e emergir em ensolaradas clareiras; de atravessar prados abertos salpicados de flores com sucessivas vistas empolgantes que atraem e estimulam qualquer um a prosseguir. Se o projeto do jardim é absolutamente contemporâneo, da segunda metade do século XX, não deixa de existir um sentido poético clássico no explorar e desvendar os seus segredos. 5. Ver-se-á como as específicas espécies de plantas e árvores que crescem são fundamentais para tudo aquilo que o jardim proporciona e que uma das qualidades essenciais para tal reside no facto de a flora ecoar de forma sensível as dinâmicas dos sistemas ecológicos naturais. 6. Os jardins são efémeros e com a maturidade dão-se profundas alterações ao longo dos anos. Até na antecipação disto o conceito original deste jardim é inspirador. 7. Considerar-se-ão ainda as novas direções e intervenções no jardim e como elas refletem o contínuo génio inovador dos seus autores. Material de apoio | Visita “O Jardim Gulbenkian: uma obra-prima” | 2