Demanda Thaiane Suellen Para subsidiar a resposta aos questionamentos, foi utilizado o boletim epidemiológico HIV, AIDS, 2014. Atualmente, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais lança dois Boletins Epidemiológicos por ano. O primeiro, sempre em julho, apresenta dados referentes aos casos de hepatites virais no país. O segundo, e mais tradicional, apresenta e analisa informações referentes aos casos de aids em toda a população brasileira, inclusive em mulheres grávidas. Nesse último, há, ainda, dados sobre sífilis em gestantes e sífilis congênita. Os resultados dos boletins são apresentados por estados e regiões do país e considera as variáveis: sexo, idade, categoria de exposição, raça/cor e escolaridade. As publicações são produzidas a partir de dados transferidos das secretarias estaduais de saúde ao Setor de Produção do DATASUS, do Ministério da Saúde. Esses materiais estão disponíveis no site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, no seguinte endereço: http://www.aids.gov.br/pagina/boletim-epidemiologico. QUAL É O ÍNDICE DE PESSOAS QUE TIVERAM O PRIMEIRO ACESSO AO TRATAMENTO DE SAÚDE NA REGIÃO DO NORDESTE BASEADA NO COMBATE A AIDS NOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS O Brasil reitera seu compromisso da meta 90/90/90 até 2020: 90% de pessoas vivendo com HIV/aids com conhecimento do seu estado sorológico; 90% das pessoas HIV+ em tratamento; 90% das pessoas em tratamento com carga viral indetectável. Essa meta é monitorada por meio da cascata do cuidado contínuo, atualizada nesta edição com os dados referentes a 2013. Em dezembro de 2013, o Brasil deu outro passo inovador e de vanguarda para a resposta à epidemia de HIV/aids: tornou-se o primeiro país em desenvolvimento e o terceiro do mundo a recomendar o início imediato da TARV para todas as PVHA, independentemente da contagem de CD4, considerando a motivação do paciente (BRASIL, 2013). A implementação do tratamento como prevenção (TasP) tem sido reconhecida como uma das mais importantes medidas de saúde pública para o controle da transmissão do HIV (HULL et al., 2014; COHEN et al., 2011; MONTANER et al., 2010). Nesse contexto, o monitoramento clínico das PVHA, incluindo a cascata de cuidado contínuo, torna-se essencial para se conhecerem os esforços necessários a maximizar os efeitos das intervenções e nortear as ações para conter o avanço da epidemia de HIV/aids (NOSYK et al., 2014). O Gráfico 1 apresenta a cascata de cuidado contínuo para o Brasil, em 2013. Nesse ano, estima-se que 734 mil pessoas vivam com o HIV/aids, das quais 80% (589 mil) já haviam sido diagnosticadas. Aproximadamente dois terços (537 mil) das PVHA estavam vinculadas a algum serviço de saúde e 448 mil (61%) continuaram retidas no serviço. Das 355 mil PVHA que estavam em TARV, em 2013, 293 mil apresentaram supressão da carga viral (CV), com valor inferior a 1.000 cópias/mL, e 255 mil possuíam carga viral indetectável (inferior a 50 cópias/mL). A distribuição proporcional dos casos de aids no Brasil segundo região mostra uma concentração dos casos nas regiões Sudeste e Sul, correspondendo a 54,4% e 20,0% do total de casos identificados de 1980 até junho de 2014; as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte correspondem a 14,3%, 5,8% e 5,4% do total dos casos, respectivamente (Tabela 5). Nos últimos cinco anos, o Brasil tem registrado uma média de 39,7 mil casos de aids. Segundo as regiões, o Norte apresenta uma média de 3,5 mil casos ao ano; o Nordeste, 7,9 mil; o Sudeste, 17,0 mil; o Sul, 8,6 mil; e o Centro-Oeste, 2,7 mil (Tabela 5). A partir da implantação do TasP, verifica-se um crescimento de quase 30% no número de PVHA de 15 anos e mais que iniciaram tratamento até outubro de 2014, quando comparadas àquelas que iniciaram tratamento até outubro de 2013 (Gráfico 8). Nesse período, quase 60 mil pessoas maiores de 15 anos iniciaram TARV no Brasil. Observa-se também que em 10 UFs o aumento no número de PVHA que iniciaram tratamento até outubro, entre 2013 e 2014, foi superior à média nacional (Tabela A). Destacam-se os estados do Amazonas e do Ceará, que este ano investiram na implantação do Siclom Operacional e, por isso, apresentam crescimento atípico. HOUVE UMA REDUÇÃO DOS ÍNDICES DE MORTALIDADE DA DOENÇA RELACIONADA AO TRATAMENTO REALIZADO PELO SUS NOS ULTIMOS QUATRO ANOS? O acesso universal e gratuito à terapia antirretroviral (TARV), implantado no Brasil desde 1996, causou importante impacto na morbimortalidade por aids (FAZITO-REZENDE et al., 2010), com aumento da sobrevida de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) (CHEQUER et al., 1992, MARINS et al., 2003, MATIDA et al., 2008). Desde o início da epidemia de aids (1980) até dezembro de 2013, foram identificados 278.306 óbitos tendo como causa básica a aids (CID10:B20 a B24), sendo a maioria na região Sudeste (61,8%), seguida do Sul (17,3%), Nordeste (11,9%), Centro-Oeste (5,0%) e Norte (4,0%). Em 2013, a distribuição proporcional dos 12.431 óbitos foi de 44,0% no Sudeste, 21,2% no Sul, 20,0% no Nordeste, 9,1% no Norte e 5,8% no Centro-Oeste. Avaliando o coeficiente de mortalidade padronizado, observa-se uma tendência significativa de queda nos últimos dez anos para o Brasil como um todo, o qual passou de 6,1 óbitos para cada 100 mil habitantes em 2004 para 5,7 em 2013, representando uma queda de 6,6%. No entanto, essa mesma tendência não se observa em todas as regiões do país; apenas as regiões Sudeste e Sul apresentam tendência significativa de queda, sendo esta mais acentuada no Sudeste (26,3%). Nas regiões Norte e Nordeste, a tendência é de crescimento nos últimos dez anos; no Norte, a taxa aumentou 75,0%, passando de 4,0 óbitos para cada 100 mil habitantes em 2004 para 7,0 em 2013, e no Nordeste, aumentou 41,9%, passando de 3,1 para 4,4 óbitos para cada 100 mil habitantes. A região Centro-Oeste apresentou redução no coeficiente de 4,7 em 2004 para 4,4 em 2013; no entanto, essa diferença não é estatisticamente significativa (Gráfico 18 e Tabela 21) DEVIDO A REGIÃO SER UMA DAS MAIS POBRES DO PAÍS, ALÉM DO GOVERNO EXISTE ALGUM OUTRO ÓRGÃO QUE AUXILIA NOS RECURSOS PARA A REALIZAÇÃO DESTE TRATAMENTO PARA OS USUÁRIOS? O governo federal financia a aquisição dos medicamentos antirretrovirais para todo o território nacional. O gráfico abaixo apresenta o orçamento autorizado e a execução orçamentária e financeira com a aquisição dos medicamentos ARV no Brasil, de 2005 a 2015.