Pessoas com elefantíase podem ter o dobro do

Propaganda
B•4 •EDUCAÇÃO E SAÚDE
Macapá (AP), Sexta-feira, 05 de Agosto de 2016
POTENCIALIZADO
Pessoas com elefantíase podem ter o
dobro do risco de contrair HIV
Estudo colheu dados de 2006 a 2011, na Tanzânia, país com epidemia. Resultados foram publicadas pela revista
inglesa 'The Lancet'
AFP
DA REPORTAGEM LOCAL
Aspessoasinfectadaspeloparasita que causa a elefantíase teriam o
dobrodoriscodecontrairovírusHVI,
segundo um estudo publicado nesta
quarta-feira (3) pela revista médica
britânica"TheLancet".
O parasita Wuchereriabancrofti é
responsável por 90% dos casos de filarioselinfática,conhecidacomoelefantíase, que deforma os membros e
outras partes do corpo. A doença tropical,transmitidapormosquitos,afeta principalmente várias regiões da
África,ondeosíndicesdeinfecçãopor
HIV são altos.
O parasita, que pode viver no sistemalinfáticohumanoduranteanos
sem provocar sintomas, também é
endêmiconaÁsia,noPacíficoocidentaleempartesdoCaribeedaAmérica
do Sul.
"A longa duração da doença causada pela W. bancrofti - cerca de 10
anos-criaumarespostaimunecontínua",oquepoderiatornaraspessoas
mais suscetíveis à infecção pelo HIV,
disseIngeKroidl,especialistaemmedicina tropical da Universidade de
Munique,naAlemanha,ecoautordo
estudo.
O estudo foi realizado entre 2006
e 2011 com 2.699 habitantes do bairro Kyela da cidade de Mbeya, no sudeste da Tanzânia.
A filariose linfática afeta uma entre quatro pessoas deste país, e durante muito tempo se suspeitou que
era um dos fatores determinantes da
epidemiadeHIVnaÁfricasubsaariana.
Os participantes foram examinados anualmente durante cinco anos,
e foram recolhidas amostras de sangue, urina, fezes e saliva para fazer
testes de HIV e de infecção pelo Wuchereriabancrofti.
Tambémforamfeitasentrevistas
paradeterminarseaatividadesexual
dosparticipantespodiateraumentado seu risco de contrair o HIV.
Os cientistas constataram que as
pessoas portadoras do parasita tinham o dobro de possibilidades de
ter também o vírus da aids. O impacto era maior entre os adolescentes e
os adultos jovens.
Por enquanto, porém, a ligação
observadasetratadeumacorrelação,
enãodeumarelaçãodecausaeefeito
provada, afirmaram os pesquisado-
res.Oestudoevidencia,noentanto,a
necessidadedecuraraelefantíase.
"Os programas de eliminação da
filarioselinfáticanaúltimadécadafocaramnareduçãodatransmissão,mas
fizeramesforçoslimitadosparacurar
a infecção", afirma Kroidl.
Mais de 120 milhões de pessoas
estãoinfectadasnomundo,principalmente nos países pobres da África e
daÁsia,segundoaOrganizaçãoMundial da Saúde (OMS).
Atualmente,aprevençãosebaseia
no uso de redes de proteção contra
mosquitoseoutrosmétodosrepelentes.
Em um comentário na "The Lancet", Jennifer Downs e Daniel Fitzgerald, da Universidade Cornell, em
NovaYork,ressaltaramaurgênciade
serealizaroutrosestudosparaconfirmarosresultadoseavaliaroefeitodo
tratamentodaelefantíasenaincidência de infecção pelo HIV nas comunidadesafetadas.
A filariose linfática é classificada
pela OMS como uma das cerca de 20
"doenças tropicais negligenciadas"
queafetamcoletivamentemaisdeum
bilhão de pessoas nos países em desenvolvimento.
Psoríase e vitiligo não pegam, mas o
preconceito maltrata os portadores
Muitas pessoas discriminam quem tem vitiligo, por achar que é contagioso
“O que você mais ouve são
as pessoas cochichando e aí percebe que estão falando de você”,
diz uma portadora de vitiligo.
A Doutora Márcia Purcelli,
dermatologista e o dermatologista Gabriel Gontijo explicam
os sintomas e tratamentos
para essas doenças de pele,
como vitiligo e psoríase, que
não são contagiosas.
Vitiligo
O vitiligo é uma doença genética caracterizada pela perda
de coloração da pele. A pessoa
tem pré-disposição genética
para a doença, mas ela fica adormecida até que um estresse emocional, geralmente, atue como
gatilho para ela se manifestar. A
pessoa, aí, desenvolve um anticorpo específico que destrói o
melanócito nessas regiões, onde
aparecem as manchas.
O principal sintoma da doença é a baixa autoestima, que
fica abalada por conta do preconceito.
Psoríase
A psoríase é uma doença au-
toimune e não-contagiosa.
Também já se sabe que ela é sistêmica, afeta todo sistema imunológico e não só a pele.
Não se sabe ao certo o motivo, mas alguns fatores aumentam as chances da pessoa adquirir a doença ou piorar o quadro: histórico familiar, estresse, obesidade, o tempo frio,
quando a pele fica mais ressecada, e o consumo de álcool e
cigarro. O sol é um grande aliado da pessoa portadora de psoríase porque atua como anti-inflamatório natural.
Estudo foi realizado entre 2006 e 2011, na Tanzânia
Importância de usar fio dental é
superestimada, segundo estudos
O uso do fio dental é uma das
recomendações mais universais
de saúde pública. No entanto, há
poucas provas de que usar fio dental realmente funciona. Ainda assim, a prática vem sendo recomendada há décadas por governos, associações de odontologia e fabricantes de fio dental.
Quando o governo federal dos Estados Unidos divulgou suas diretrizes alimentares para os americanos
este ano, a recomendação de uso de
fio dental tinha sido removida. Em
carta para a agência Associated Press,
o governo afirmou que a efetividade
de usar o fio dental nunca foi pesquisada de forma adequada.
A Associated Press revisou as pesquisas mais rigorosas conduzidas na
última década, focando em 25 estudos que comparavam, de maneira geral, o uso de escova de dentre com o
uso da combinação de escova com fio
dental. Os resultados? Eles mostram
que a evidência para a eficácia do uso
do fio dental é "fraca", "não confiável"
ou de qualidade "muito baixa".
"A maior parte dos estudos falham
em demostrar que usar fio dental é
efetivo de maneira geral na remoção
de placa", diz uma revisão conduzida
no ano passado. Outra revisão de 2015
fala em "evidência inconsistente/fraca" para o uso do fio dental e uma
"falta de eficácia".
Uma revisão de estudos de 2011
concluiu que o uso de fio dental está
associado a uma pequena redução em
casos de inflamação de gengiva, que
pode evoluir algumas vezes para doenças de gengiva mais graves. Mas os
pesquisadores classificaram a evidência como "não confiável". Um comentário publicado em uma revista de
odontologia afirmou que qualquer
benefício seria tão pequeno que poderia nem ser notado pelos usuários.
Até as empresas produtoras de fio
dental têm dificudade de conseguir
evidências consistentes que comprovem que o uso do produto reduz placa ou gengivite. São essas empresas
que geralmente pagam e algumas vezes conduzem essas pesquisas.
A Procter & Gamble, que alega
que seu fio dental combate placa
e gengivite, recorre a um estudo
que durou duas semanas, que foi
considerado irrelevante na revisão de 2011.
O porta-voz da Johnson & Johnson Marc Boston diz que o fio dental
ajuda a remover a placa, mas declinou em comentar sobre estudos que
afirmam o contrário.
O fio dental também pode, ocasionalmente, fazer mal. Se passado de
forma errada, ele pode prejudicar a
gengiva. Apesar de a frequência com
que isso ocorre não ser clara, o fio dental pode deslocar bactérias ruins que
podem invadir a corrente sanguínea
e causar infecções perigosas, especialmente em pessoas com imunidade
baixa, segundo a literatura médica.
O dentista Tim Iafolla, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, afirmou que os padrões científicos mais altos foram aplicados na
análise das revisões sobre o uso de fio
dental, "então seria apropriado derrubar as diretrizes de uso de fio dental".
Apesar disso, ele acrescentou que os
americanos deveriam continuar com o
hábito.
"O risco é baixo e o custo também", ele disse. "Sabemos que tem
uma possibilidade de funcionar,
então nos sentimos confortáveis
em dizer para as pessooas fazerem
isso." (Associated Press)
Download