uso da escala de braden em pacientes internados em uma

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USO DA ESCALA DE BRADEN EM PACIENTES INTERNADOS EM UMA
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Francisca Erika de Lima¹;
Patrícia Aquino de Queiroz²;
Livia Moreira Barros³;
Marta Maria Costa Freitas;
Joselany Áfio Caetano.
Introdução: Durante o período de hospitalização em Unidades de Terapia Intensiva, pacientes
com quadro clínico grave requerem medidas de suporte à vida como ventilação mecânica,
sedação contínua e drogas vasoativas, assim como diversos tipos de dispositivos como
cateteres, sondas, drenos e imobilizadores. Tais medidas prejudicam um dos mais importantes
mecanismos de manutenção da integridade da pele que é a mobilização no leito, o que torna
esses pacientes altamente vulneráveis ao desenvolvimento de úlceras por pressão (SERPA et al
2011). Para avaliar os riscos aos quais esses pacientes estão submetidos, Braden e Bergstrom
desenvolveram a escala de Braden em 1987, a qual adaptada e validada para o Brasil em 1999.
Ela consiste de seis subescalas: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e
fricção e cisalhamento. O escore total pode variar de 6 a 23 pontos, sendo os pacientes
classificados da seguinte forma: risco muito alto (escores iguais ou menores a 9), risco alto
(escores de 10 a 12 pontos), risco moderado (escores de 13 a 14 pontos), baixo risco (escores
de 15 a 18 pontos) e sem risco (escores de 19 a 23 pontos) (BAVARESCO et al, 2011; SERPA
et al 2011). Sendo assim, considera-se fundamental o uso dessas escalas pelo enfermeiro,
devendo o mesmo estar capacitado para avaliar e classificar o risco aos quais os pacientes que
estão sendo assistidos estão expostos. A utilização dessas escalas nos serviços de saúde é de
grande importância, pois a prevenção de UP não apenas favorece o paciente, o qual sofre mais
injúrias, mas também favorece a equipe quanto à otimização do cuidado, o trabalho dispensado
ao paciente e ao hospital, o qual reduz os custos dispensados a curativos e outros insumos
necessários ao tratamento de úlceras bem como reduz o período de hospitalização.
Objetivo: Avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras por pressão de acordo com a escala de
Braden em pacientes críticos internados na UTI de um hospital de referência em Fortaleza-CE.
Metodologia: Estudo descritivo e transversal com uma abordagem quantitativa realizado em
janeiro e fevereiro de 2014 em uma UTI clínica de um hospital universitário em Fortaleza-CE.
Essa UTI é destinada apenas à pacientes adultos de várias especialidades médicas, tendo
12345-
Acadêmica de Enfermagem UFC, bolsista do projeto de extensão Segurança do Paciente no Contexto Hospitalar;
Coordenadora de enfermagem da UTI clínica do HUWC;
Mestranda em Enfermagem UFC;
Doutoranda em cuidados clínicos pela UECE;
Orientadora, Professora Doutora em Enfermagem UFC.
apenas seis leitos e conta com uma equipe de enfermagem composta por 2 enfermeiros e 3
técnicos/auxiliar de enfermagem por plantão. A amostra foi composta por todos os pacientes
internados no mês janeiro e fevereiro de 2014 e que obedeceram aos seguintes critérios de
inclusão: não apresentar úlceras no momento da admissão e com tempo mínimo de 48hrs de
internação. A coleta foi realizada através de um formulário estruturado que continha dados de
identificação e dados relativos à escala de Braden. Os dados foram tabulados e analisados no
programa Excel versão 2007. O presente estudo foi realizado conforme a Resolução 466/12 da
Comissão
Nacional
de
Ética
em
Pesquisa
(CONEP),
sob
o
CEP:
098.09.11.
Resultados: A amostra foi composta por 20 pacientes sendo 12 do sexo feminino e 8 do sexo
masculino, média de idade 61,5 anos. Quanto à percepção sensorial 80%, 16 pacientes
encontravam-se sedado, 15%, 3 pacientes apresentando gemido ou inquietação, 5%, 1 paciente
apresentando discreta limitação. Quanto à umidade 85%, 17 pacientes encontrava-se com a
pele ocasionalmente úmida e 15%, 3 pacientes com pele úmida. Quanto à atividade, todos se
encontravam restrito ao leito. Em relação à mobilidade 85%, 17 pacientes eram completamente
imóveis, 10%, 2 pacientes muito restrito e 5%, 1 paciente com discreta limitação. Quanto à
nutrição 90%, 18 pacientes estavam em dieta enteral, 5%, 1 paciente altera VO com enteral e
5%, 1 paciente VO excelente. Em relação à fricção/cisalhamento 95%, 19 pacientes eram
impossíveis de levantar-se e 5%, 1 paciente movimentava-se com ajuda. A média dos escores
de Braden obtidos foi 9,4 em que a mínima foi de 8 pontos e máxima de 12 pontos, sendo a
classificação referente a um risco muito elevado para o mínimo e elevado para o máximo.
Conclusão: De acordo com os resultados obtidos, observou-se que a maioria dos pacientes
(14) obteve risco muito elevado para o desenvolvimento de UP. A utilização da escala de
Braden para predizer o risco de desenvolver UP é útil, pois permite uma avaliação sistemática
do paciente e a partir de então a equipe deve instituir medidas preventivas. Entretanto essa
avaliação deve ser contínua e não ocasional, devendo o enfermeiro estar apto e comprometido
a executar tal ação diariamente durante a sua de assistência. Porém, sabe-se que existem
fatores limitantes para a implementação de instrumentos em unidades assistenciais devido à
grande
quantidade
de
procedimentos
realizados
pela
equipe
de
enfermagem.
Referências: 1- BAVARESCO, T; MEDEIROS, R.H; LUCENA, A.F. Implantação da escala de
Braden em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Rev. Gaúcha
Enfermagem,
32(4):703-10.
Porto
Alegre
(RS),
dezembro,
2011.
2- SERPA, L.F; SANTOS, V.L.C.G; CAMPANILI, T.C.G.F; QUEIROZ, M. Validade preditiva da
Escala de Braden para o risco de desenvolvimento de úlcera por pressão em pacientes críticos.
Rev. Latino-Am Enfermagem, 19(1): [8 telas], jan-fev, 2011.
12345-
Acadêmica de Enfermagem UFC, bolsista do projeto de extensão Segurança do Paciente no Contexto Hospitalar;
Acadêmica de Enfermagem UFC;
Coordenadora de enfermagem da UTI clínica do HUWC;
Mestranda em Enfermagem UFC;
Orientadora, Professora Doutora em Enfermagem UFC.
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