LEITURA DINÂMICA Costa Verde Jazz Festival é mais um atrativo para a região O Costa Verde Jazz Festival reuniu a beleza da região, formada pelas cidades de Mangaratiba, Itaguaí, Angra dos Reis e Paraty (no litoral sul do estado do Rio de Janeiro) com música de alto nível, agradando ao público já em sua primeira edição. O festival foi realizado em dois dias, reunindo público local e de fora da cidade, com grandes músicos de jazz. Com o objetivo de levar música de qualidade e estimular o desenvolvi- mento musical, cultural e turístico em toda a região, os produtores do evento, Michel Simões e Alessandro Pinheiro, pretendem realizar, em 2009, um evento ainda mais grandioso. “Há muito que se esperava um evento que celebrasse a música na costa verde fluminense. E, com certeza, o festival veio para preencher essa lacuna, pois a idéia foi muito bem recebida pela prefeitura de Itaguaí, que é porta de entrada da Costa Verde”, afirma Michel. No primeiro dia, o baterista Felipe Alves, integrante do Ministério Toque no Altar, se apresentou junto com o contrabaixista Estevão Lima, o pianista Léo de Freitas e o guitarrista Jhony Mafra. O baterista apresentou composições rítmicas com uma harmonia complexa, um verdadeiro show instrumental. No dia seguinte, foi a vez do contrabaixista Marcos Natto, que, junto com o baterista Willian Mello e o tecladista Pedro Santos, ofereceu para o público uma aula de como se pode tocar um contrabaixo. E, por último, o guitar- rista Diogo Genovês, que teve ao piano o músico Eduardo Farias, Mário Zazv no contrabaixo e Tiago Fragoso na bateria. O grupo é influenciado por músicos como Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Toninho Horta e Kurt Rosenwinkel. A empresa responsável pela sonorização foi a Produsom, que disponibilizou e coordenou a utilização dos equipamentos. No palco foram colocados uma bateria da Pearl, um amplificador para baixo da Hartk Sistems e um amplificador para a guitarra Roland Jazz Chorus, microfones Shure e Beta e uma mesa Mackie BVS 32 canais. Segunda edição do Guitar Festival Cover Guitarra & Souza Lima revela novos talentos A final da segunda edição do Guitar Festival Cover Guitarra & Souza Lima, evento realizado pelo Conservatório Souza Lima com o objetivo de revelar novos talentos de guitarra no Brasil aconteceu em 31 de julho, no SL 52 www.backstage.com.br Music Hall, em São Paulo. Os nove finalistas foram julgados pelos músicos Evandro Pichirilli (violonista, guitarrista e professor, autor de arranjos para diversos artistas da MPB como Rosa Maria, Luiz Avelima e Misty), Edu Letti (guitarrista e professor da Escola Musical de Tecnologia e integrante do grupo do Osvaldinho do Acordeon), Rafael Bittencourt (ex-professor do Souza Lima Ensino de Música e guitarrista da banda Angra) e Gustavo Barros (guitarrista e violonista, especialista em produtos da Roland/Boss, guitarrista do grupo LEITURA DINÂMICA Fotos: Paula Witchert / Divulgação Tempestt e da banda do programa Astros (SBT) pelo segundo ano consecutivo). O evento passou por algumas reformulações. A fim de melhorar ainda mais o critério de avaliação, o festival reduziu o tempo de apresentação dos músicos e restringiu o repertório ao cover/versão. Neste ano os candidatos, que poderiam ter no máximo 30 anos, inscreveram-se pelo site ou pessoalmente na escola, mediante o pagamento de uma taxa de 15 reais e envio de um breve release, documentos pessoais e um CD, contendo duas peças de livre escolha. Dentre inúmeros candidatos, os nove finalistas pré-selecionados pelo departamento de produção Souza Lima e o vicediretor e coordenador pedagógico Lupa Santiago tiveram no dia da final um período total de 10 minutos para sua apresentação com uma peça de livre escolha e fo- Comissão julgadora e alguns dos finalistas do concurso ram avaliados pelos critérios de técnica, performance, etc. A final da segunda edição do evento iniciou com as boas-vindas do diretor Antônio Mário Cunha do Souza Lima, seguida por uma abertura com a apresentação do Quinteto Visconti, formado por membros da Orquestra de Guitarras Souza Lima, regida pelo maestro e guitarrista Ciro Visconti. O grupo formado por: Eric Matern, Leandro de César, Bruno Vicente, Guilherme da Matta e Thiago Lima executou o “1º Mo- vimento - Opus 33” de Haydn e, em seguida as apresentações individuais dos finalistas. Os vencedores foram: em primeiro lugar, o mato-grossense Diego Barboza, natural de Campo Grande, que subiu ao palco acompanhado de baixista e baterista com a música “Vento Bravo” de Edu Lobo. O belíssimo arranjo e a surpreendente apresentação causaram euforia na Quinteto Visconti Lima e uma caixa de cordas Giannini. O platéia. Em segundo lugar, o mineiro natuprimeiro colocado foi premiado com ral Otávio Medeiros Rocha, que esbanjou uma guitarra Tagima, interface porcarisma e esteve muito à vontade no palco. tátil para guitarra com software GT Apresentando-se em formato quarteto Player Express JamLab– M – Áudio, (acompanhado por teclado, baixo e bateprocessador de efeitos para guitarra ria), Otávio realizou uma emocionante iGTR - Waves – ambos cedidos pela execução de “Tender Surrender” do Steve Quanta Music –, uma caixa de corVai. Em terceiro lugar, empatados, o bradas Giannini, bolsa de estudos de siliense Ítalo Cunha, que tocou sem acomtrês meses no curso livre Souza Lima panhamento e, mesmo com problemas e assinatura anual da revista Cover técnicos, regulagem de equipamenGuitarra, além de camisetas e troféus to durante a apresentação e pouca Souza Lima para os três primeiros cosimpatia no palco foi colocado pela locados e camiseta da Quanta Music ótima execução de “Cold Duck para os dois primeiros colocados. Time” de Eddie Harris e o sorocaAlém de revelar novos talentos do insbano Rodrigo Ferreira de Souza, que trumento, o Guitar Festival Cover Guiexecutou muito bem o arranjo para tarra & Souza Lima desperta o interesse guitarra-solo de “Forrozim” de pela boa música e realiza o sonho de jovens Heraldo do Monte. Antes de dar o veredicto, Antônio Mário, Alexandre Nunes (Editora HMP) e o corpo de jurados entregaram a cada finalista um certificado de participação e um kit de revistas HMP, e, em seguida, premiaram os terceiros colocados em empate, Rodrigo e Ítalo, com assinatura trimestral da revista Cover Guitarra, bolsa de estudos de um mês do curso livre Sou- Diego Barboza músicos de mostrarem o seu trabalho za Lima e uma caixa de cordas Giannini. O com respeito, profissionalismo e recosegundo colocado ganhou assinatura trinhecimento, conquistando, quem sabe mestral da revista Cover Guitarra, bolsa de um dia, a sua “maioridade” musical. estudos de dois meses do curso livre Souza www.backstage.com.br 53 LEITURA DINÂMICA Quincy Jones e Chick Corea brilham no Festival de Montreux A 42ª edição do Montreux Jazz Festival repetiu, mais uma vez, uma eclética escalação de artistas que extrapolou a fronteira estilística do jazz. Tanto que o show de encerramento, no dia 19 de julho, ficou a cargo de uma das maiores bandas da história do rock, Deep Purple. E a programação da sala principal, Auditorium Stravinsky, abrigou expoentes de diversos gêneros, de Paul Simon a Joan Baez, passando por Sheryl Crow, Erykah Badu, Lenny Krawitz, David Sanborn e a banda Tower of Power, além das tradicionais noites de blues (com Gary Moore, Otis Clay, Buddy Guy e John Mayall) e MPB, com Gilberto Gil, Mart’nália e Elba Ramalho atraindo, no dia 12, para a paradisíaca cidade suíça, uma multidão de brasileiros residentes na Europa. Na mostra paralela, realizada na Miles Davis Hall, o Brasil ganhou duas noites exclusivas. O dia 11 atraiu a curiosidade 54 www.backstage.com.br da imprensa estrangeira com o espetáculo batizado “Paraíba meu Amor – The Forró Night”, que juntou o virtuosismo do bandolinista Hamilton de Holanda a Chico César, Pinto do Acordeon, Flávio José, Aleijadinho do Pombal e Trio Tamanduá. No dia 13 foi a vez de João Bosco esquentar o público para o show de Milton Nascimento com o Trio Jobim, também transformado em festa saudosista. Todas as músicas foram cantadas em coro pela platéia, não raro abafando a voz de Milton. O grande concerto de gala aconteceu no dia 14. Celebrando os 75 anos de Quincy Jones, um elenco de peso subiu ao palco para reverenciar o maestro e produtor durante três horas: Toots Thielemans, Al Jarreau, Herbie Hancock, Chaka Khan, Patti Austin, Joe Sample, Mick Hucknall (do Simply Red) e até a sumida Petula Clark. Muito emocionado, Quincy comandou a festa liderando seu grupo, que incluía o percussionista carioca Paulinho da Costa, e regendo a Swiss Army Big Band. Os ingressos da noite mais cara do Festival chegavam a 380 francos suíços. No final, o fundador e ainda hoje diretor do Festival, Claude Nobs, subiu ao palco para entregar um cheque de 50 mil dólares doado a “Quincy Jones Listen Up Foundation”, que atende a vítimas de genocídios em países do terceiro mundo. A gravadora Universal aproveitou para também homenagear o produtor com uma festa para o lançamento do CD “Summer in the City: The Soul Jazz Grooves of Quincy Jones”, cuja coletânea foi produzida pelo produtor Arnaldo DeSouteiro, que rapidamente esgotou na lojinha de discos do festival e que tocava sem parar no sistema de som do local. Vários artistas atuantes no disco estavam em Montreux para o concerto – Toots Thielemans, Herbie Hancock, Chaka Khan, Patti Austin, Greg Phillinganes – e acabaram participando da sessão de autógrafos. A segunda grande atração do Festival foi o compositor e tecladista Chick Corea, que reorganizou seu célebre grupo Return to Forever. Após o show, a gravadora Verve promoveu, no Montreux Palace, o coquetel de lançamento do CD “Electric Chick”, também produzido por Arnaldo DeSouteiro. “Como diz o título, deixei de lado as gravações acústicas, optando por focar nos anos setenta, quando ele se dedicava prioritariamente ao piano elétrico e aos sintetizadores analógicos, exatamente como neste show em Montreux”, explica o produtor. Os fãs poderão se deliciar com músicas extraídas de discos como “The Leprechaun”, que recebeu dois prêmios Grammy em 1976 nas categorias de Best Jazz Performance e Best Instrumental Arrangement, destacando as presenças de Anthony Jackson e Bill Watrous. Vencedor do Grammy de Best Jazz instrumental Performance em 1978, o álbum “Friends” está representado na antologia pela faixa-título e mais duas músicas: “The One Step” e “Sicily”, com Chick Corea liderando um quarteto, incluindo Eddie Gomez, Steve Gadd e Joe Farrell. O baterista brasileiro Airto Moreira participa de “Fickle Funk” e o cantor Al Jarreau solta a voz em “Hot New Blues”. Também merece atenção o duelo entre os teclados de Chick e Herbie Hancock em “The Mad Hatter Rhapsody”, que encerra o CD. LEITURA DINÂMICA Novo produto para o mercado de iluminação A Gobos do Brasil desenvolveu para iluminação cenográfica, decorativa e arquitetural um sistema integrado de ribaltas de alto brilho, o iLED Ribalta, que, na atualidade, está presente nos shows de artistas de grande sucesso como Lulu Santos e Titãs. Vicente Ruggiero, que há 15 anos atua como lighting designer de Roberto Carlos, também usa os equipamentos nos shows do cantor. Tantos anos de experiência em iluminação com um artista tão talentoso e exigente como o “Rei” e sua anterior vivência profissional garantiram a Ruggiero a perícia em saber escolher o que utilizar para obter o melhor resultado em um espetáculo. “Não há como saber se um equipamento de determinada marca é bom ou não antes de experimentálo. Uso o iLED Ribalta e os refletores iLED PAR PLUS e iLED SUPERPAR nos shows de Roberto Carlos porque desde a primeira vez que experimentei funcionam bem; até hoje não me trazem problemas, são bem rápidos. Além disso, sua luz é bem potente, forte, o que é muito importante para um iluminador”, afirma o profissional, que abriu sua própria empresa de iluminação, a Luz Brasil. Para criar este sistema, a Gobos contatou iluminadores experientes e somou sugestões. O iLED Ribalta é fabricado em três medidas: 1,00m, 0,50m ou 0,25m de comprimento, por 63mm de largura e 87mm de altura. Os refletores apresentam elegante design e são muito leves e práticos, porque tanto AC quanto sinal interligam os aparelhos entre si. 256, 128 ou 64 LEDs ultrabright de 10 mm em sistema RGB equipam as ribaltas de 1,00m, 0,50m e 0,25m, que podem ser configuradas para trabalhar em 6 ou 12 canais DMX, incluindo funções como colour strobo e dimmer. Sem mesa de controle, funcionam em modo Stand Alone com programas como colour fading, colour changing e sound active, trabalhando em conjunto como Master & Slave. A linha iLED de equipamentos ecologicamente corretos possui AC input/output integrado e bivolt automático para 110/230V e pode ser vista no amplo Stand da Gobos do Brasil, na Expomusic 2008. Para obter mais informações, acesse: www.gobos.com.br e www.luzbrasilsp.com.br. www.backstage.com.br 55 LEITURA DINÂMICA Shangai Project, do brasileiro Thiago Pinheiro faz sucesso em festival internacional O O festival Fora do Tempo 2008, realizado entre 23 e 28 de julho em uma paradisíaca ilha deserta do Rio Tocantins, na Chapada das Mesas (MA), incluiu DJs como o argentino Heretogenesis, os sul-africanos Hydro- Thiago Pinheiro phonics e The Commercial Hippies no dance-floor e contou com uma intensa programação em sua tenda cultural e no espaço chill out . O tecladista e produtor Thiago Pinheiro também foi convidado a tocar na terceira edição do festival e estreou muito bem na cena eletrônica com seu “Shangai Project”. A apresentação terminou com o músico sendo carregado pela platéia que exigiu um show extra na noite de encerramento da festa. “Quando estive na China convidado pela M-Audio para uma série de apresentações, aproveitei para conhecer a cena underground da música eletrônica local. Ouvi DJs de altíssimo nível tocando coisas realmente incríveis, com tecnologia e coração. Inspirado pelos climas e texturas que ouvi, 56 www.backstage.com.br compus o trabalho de eletro-jazzfusion que leva o nome da cidade em que ele nasceu: O Shangai Project”, conta Thiago sobre o projeto. A apresentação de Thiago foi ao início da manhã do dia 26. “A missão era tocar para os sobreviventes da noite principal do evento, sem deixar a peteca cair”, conta o músico. Às 7h30min, ele entrou no palco ainda com a platéia deitada sobre cangas e toalhas nas areias, dormindo ou sentada, vendo o amanhecer. “Conforme a música e o show foram se desenvolvendo, eu comecei a ver mais e mais pessoas despertando”, afirma. Depois de algumas músicas, a platéia já estava de pé, com gente dançando, e outros aplaudindo e acompanhando os solos. O set acabou com fotógrafos se acumulando, o chill- out fervendo e uma grata surpresa para o produtor: na hora do agradecimento, Thiago foi surpreendido pela multidão extasiada que veio em sua direção e o carregou aos gritos e aplausos. Após o show, a notícia rapidamente se espalhou, e os que não viram a apresentação ficaram extremamente curiosos. De tanto insistir, o público convenceu a organização do festival a colocar o “Shangai Project” de volta ao palco para um show especial. Surpreendendo a platéia, logo antes de repetir o show, Thiago participou de uma jam session ao lado da dupla argentina Yagé, projeto antecipado do festival. “Durante a jam com o Yagé, estávamos os dois usando Macs em sincronia perfeita”, comemora o músico. Com participação de diversos DJs, produtores e músicos, o festival Fora do Tempo é um espaço para troca de idéias. “Gosto de buscar sonoridades, timbragens e caminhos novos e meu objetivo foi o de estimular um ambiente criativo, em que ferramentas tecnológicas pudessem ser usadas de forma cada vez mais musical”. Com seu teclado controlador sem-fio MidAir25 modificado com uma correia e sons 100% gerados por computador (soft synths), o Shangai Project foi tocado a partir de um sistema rodando Leopard. DJ Smurf, que organiza e toca no chillout de eventos como Universo Parallelo na Bahia, e Boom Festival em Portugal, também ficou impressionado com o Shangai Project. “Thiago Pinheiro é presença garantida nas próximas edições do festival”, afirmou Juarez Vilhena, organizador do evento.