“Tractatus” nas “Investigações Filosóficas”

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A crítica de Wittgenstein ao seu “Tractatus” nas “Investigações
Filosóficas”
Ricardo Peraça Cavassane
Departamento de Filosofia da FFC – Marília
Unesp – Universidade Estadual Paulista
1. Objetivos
Este
texto
tem
como
objetivo
esclarecer qual a natureza da crítica do
segundo
Wittgenstein,
na
sua
obra
“Investigações Filosóficas”, à primeira fase de
sua filosofia, da qual a principal obra é o
“Tractatus Logico-Philosophicus”. Tal crítica se
faz principalmente pelo viés da linguagem, e
abarca não somente sua própria filosofia, mas
também toda a tradição filosófica. O
esclarecimento acerca da natureza de tal crítica
é fundamental para que se possa compreender
como é pensada a filosofia da linguagem do
segundo Wittgenstein, e qual a sua nova
concepção de filosofia, verdadeiros objetivos
de nossa pesquisa.
2. Metodologia
Visto que o próprio Wittgenstein diz, no
prefácio às “Investigações Filosóficas”, que
seus novos pensamentos só poderiam ser
verdadeiramente compreendidos por oposição
ao seu velho modo de pensar (referindo-se ao
“Tractatus
Logico-Philosophicus”),
nesta
investigação as idéias do segundo Wittgenstein
serão sempre apresentadas em contraposição
com as do primeiro, com a comparação de
trechos de suas obras que tratem dos mesmos
assuntos. Além disso, as filosofias de outros
autores da tradição serão abordadas, tendo
sido eles relevantes para o primeiro
Wittgenstein ou criticados pelo segundo, a
partir dos trechos citados por um ou por outro.
3. Resultados e Discussão
A crítica do segundo Wittgenstein à sua
primeira fase e à tradição filosófica se volta
principalmente contra uma “visão de mundo”,
que remonta a Platão e que foi adotada pela
tradição, cuja principal característica é o
entrelaçamento
mente-mundo-linguagem,
levado às últimas consequências no “Tractatus
Logico-Philosophicus”. Como se dá a
“transição” entre as fases, e o que leva o
segundo Wittgenstein a elaborar tal crítica se,
no prefácio ao “Tractatus” ele acreditava ter
resolvido de vez todos os problemas filosóficos,
são as questões que pretendemos responder
neste texto.
4. Conclusões
A crítica do segundo Wittgenstein à sua
primeira fase e à tradição filosófica abre
caminho para sua nova teoria da linguagem e
para uma concepção de filosofia diferente e
inovadora, que rompe não somente com os
métodos, o estilo e as idéias da tradição
filosófica, mas também com seus propósitos.
5. Referências bibliográficas
FANN, K. T. El concepto de filosofía en
Wittgenstein. Madri: Editorial Tecnos, 1999.
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STEGMÜLLER,
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Tradução: Edwino A. Royer. São Paulo: Editora
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______.
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