título do resumo - Anais Unicentro

Propaganda
Aplicação de Eletrodos de Pasta de Carbono Modificados em
Dispositivos Eletroquímicos para a Detecção de Fármacos
Jessica Laís Gehrmann (PIBIC/Araucária-UEPG), Ricardo Wacklavic,
Chrisitiana Andrade Pessoa, Karen Wohnrath, Jarem Raul Garcia
(Orientador), e-mail: [email protected].
Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento de Química/Ponta
Grossa, PR.
Ciências da Saúde - Farmácia
Palavras-chave: Sensores Eletroquímicos, Eletrodos de Pasta de Carbono,
Fármacos Paracetamol e Dipirona
Resumo:
O Paracetamol (PC) é um fármaco com propriedades analgésicas e
antipiréticas, sendo bastante utilizada em formulações farmacêuticas. A sua
atuação no organismo ocorre pela inibição da síntese das prostaglandinas,
as quais são mediadores celulares responsáveis pelo aparecimento da dor e
febre. Devido ao PC oferecer poucos efeitos colaterais e não reagir com a
maioria dos medicamentos, atualmente este é um dos fármacos mais
utilizados para o tratamento de dores e febre. No entanto, em doses
elevadas o PC apresenta sérios riscos à saúde com danos significativos ao
fígado. A Dipirona (DI) é um medicamento antiinflamatório não esteroidal
amplamente utilizado como analgésico e antipirético em formulações
farmacêuticas e como é hidrossolúvel pode ser administrado em grandes
doses, o que contribui para o uso abusivo deste fármaco pelos pacientes. A
restrição imposta a DI em alguns países está relacionada com a descoberta
de que o uso contínuo pode causar agranulocitose, uma doença que
provoca a falta ou diminuição dos glóbulos brancos no sangue. Com base
nestas informações, o controle de qualidade destes fármacos em
formulações farmacêuticas torna-se extremamente importante. Deste modo
este trabalho objetiva desenvolver estudos sistemáticos para a aplicação de
compósitos
contendo
nanopartículas
metálicas
como
sensores
eletroquímicos de fármacos. Para este fim, procedeu-se a caracterização
eletroquímica dos compósitos obtidos (por meio de medidas de voltametria
cíclica), bem como a verificação da atividade catalítica dos compostos
obtidos em relação à detecção do Paracetamol e da Dipirona.
Introdução
Fármacos são geralmente compostos altamente funcionalizados e a maioria
deles exibe grupos oxidáveis, o que os tornam alvos ideais para um
metabolismo oxidativo quando são introduzidos no organismo humano.
(BERNADOU & MEUNIER, 2004). Devido à importância dos fármacos no
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
metabolismo humano, sempre houve um grande interesse no estudo destes
compostos, bem como na determinação analítica de seus teores em
produtos comerciais. Com o advento dos medicamentos genéricos e o
crescimento, de certa forma descontrolado, no número de pequenos
laboratórios farmacêuticos, que muitas vezes funcionam em local
desapropriado, busca-se cada vez mais desenvolver novos métodos que
sejam sensíveis, precisos e de fácil acesso para este tipo de análise
(MARCOLINO-JUNIOR, 2007). Sensores químicos, especificamente,
apresentam importantes aplicações, o que pode ser constatado pelo volume
de investimentos nos últimos anos, sendo a área dos sensores
eletroquímicos, considerada chave de sucesso para este ramo.
Analgésicos são fármacos que, mediante ação sobre o sistema
nervoso central, aliviam a dor sem causar entorpecimento ou perda de
consciência. Antipiréticos ou antitérmicos são fármacos que eliminam ou
aliviam os estados febris. Sua ação não é específica. O Paracetamol (PC) é
um fármaco com propriedades analgésicas e antipiréticas. Sua atuação no
organismo ocorre pela inibição da síntese das prostaglandinas, as quais são
mediadores celulares responsáveis pelo aparecimento da dor e febre.
Devido ao PC oferecer poucos efeitos colaterais e não reagir com a maioria
dos medicamentos, atualmente este é um dos fármacos mais utilizados para
o tratamento de dores e febre. No entanto, em doses elevadas o PC
apresenta sérios riscos à saúde com danos significativos ao fígado. A
Dipirona (DI) é um medicamento antiinflamatório não esteroidal amplamente
utilizado como analgésico e antipirético e como é hidrossolúvel pode ser
administrado em grandes doses, o que contribui para o uso abusivo deste
fármaco pelos pacientes. A restrição imposta a DI em alguns países está
relacionada com a descoberta de que o uso contínuo pode causar
agranulocitose, uma doença que provoca a falta ou diminuição dos glóbulos
brancos no sangue. (SKEIKA et al., 2008)
Deste modo este trabalho objetiva desenvolver estudos sistemáticos
para a aplicação de compósitos contendo nanopartículas metálicas como
sensores eletroquímicos de fármacos. Para este fim, procedeu-se a
caracterização eletroquímica dos compósitos obtidos (por meio de medidas
de voltametria cíclica), bem como a verificação da atividade catalítica dos
compostos obtidos em relação à detecção do Paracetamol e da Dipirona.
Materiais e métodos
Procedeu-se a caracterização eletroquímica dos compósitos obtidos (por
meio de medidas de voltametria cíclica), bem como a verificação da
atividade catalítica dos compostos obtidos em relação à detecção do
Paracetamol e da Dipirona. Estes ensaios foram realizados em célula
eletroquímica convencional contendo três eletrodos (contra eletrodo de
platina, eletrodo de referência Ag/AgCl saturado e eletrodo de trabalho os
EPC), utilizando-se como eletrólito suporte solução de H2SO4 0,1 mol.L-. As
medidas foram realizadas no Potenciostato PalmSens.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
Resultados e Discussão
As medidas de voltametria cíclica do eletrodo de pasta de carbono
modificado com ftalocianina de cobalto a 5% indicaram que este eletrodo
promove a oxidação do Paracetamol com corrente de pico de oxidação (ipa)
proporcional as diferentes concentrações deste fármaco (Voltamograma 2).
O mesmo não se observa para a Dipirona(Voltamograma 3). Quando se
realiza medidas de voltametria cíclica deste eletrodo na presença simultânea
dos dois fármacos observa-se um comportamento relativamente complexo
em relação ao observado para os fármacos isolados (Voltamograma 4,5, 6 e
7), entretanto as curvas voltamétricas indicam que este eletrodo é mais
sensível a presença de Paracetamol do que a presença de Dipirona.
150
100
CoPc/C (H2SO4)
50
I/A (µ A)
0
-50
-100
-150
-200
-250
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
E/V vs EHR
Voltamograma 1 – Comportamento do eletrodo de pasta de carbono modificado com
ftalocianina de carbono a 5% em meio ácido (H2SO4 0,1 mol L-1).
Voltamograma 2 - Comportamento
do eletrodo de pasta de carbono
modificado com ftalocianina de
cobalto a 5% frente a diferentes
concentrações de Paracetamol.
Voltamograma 3. Comportamento
do eletrodo de pasta de carbono
modificado com ftalocianina de
cobalto a 5% frente a diferentes
concentrações de Dipirona.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
Voltamograma 4. Comportamento do
eletrodo de pasta de carbono modificado
com ftalocianina de cobalto a 5% frente a
presença simultâea de Paracetamol e
Dipirona, através da variação da
concentração de dipirona.
500
50
0
-50
I/A (µ A)
1000
I/A ( µ A)
100
1 add DI + 1 add PA
2 add PA
2 add DI
3 add PA
3 add DI
4 add PA
4 add DI
5 add PA
5 add DI
1500
Voltamograma 5. Comportamento do
eletrodo de pasta de carbono modificado
com ftalocianina de cobalto a 5% frente a
presença simultânea de Dipirona e
Paracetamol, através da variação da
concentração de paracetamol.
0
1 add Pa + 1 add DI
2 add DI
2 add PA
3 add DI
3 add PA
4 add DI
4 add PA
5 add DI
5 add PA
-100
-150
-200
-250
-500
-300
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
E/V vs Ag/AgCl
Voltamograma 6. Comportamento do
eletrodo de pasta de carbono modificado
com ftalocianina de cobalto a 5% frente a
presença simultânea de dipirona e
paracetamol através de adições
alternadas iniciadas com a dipirona.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
E/V vs Ag/AgCl
Voltamograma 7. Comportamento do
eletrodo de pasta de carbono modificado
com ftalocianina de cobalto a 5% frente a
presença simultânea de dipirona e
paracetamol através de adições
alternadas iniciadas com o paracetamol.
Conclusões
Os resultados indicaram que o eletrodo de pasta de carbono modificado com
ftalocianina de cobalto a 5% tem potencial para ser utilizado como sensor
seletivo para o paracetamol em presença de Dipirona.
Agradecimentos
A Fundação Araucária e a UEPG.
Referências
BERNADOU, J. & MEUNIER, B., "Biomimetic chemical catalysts in the oxidative activation of drugs". Adv. Synth. Catal. 346(2-3): 171, 2004.
MARCOLINO-JUNIOR, L. H. Eletrodos voltamétricos e amperométricos para
a determinação de espécies de interesse farmacêutico. Tese de Doutorado,
Universidade
Federal
de
São
Carlos,
2007.
SKEIKA, T.; FARIA, M. F.; NAGATA, N.; PESSOA C. A. Simultaneous
Voltammetric Determination of Dypirone and Paracetamol with Carbon Paste
Electrode and Multivariate Calibration Methodology, 2008, p 2 – 4.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
Download