UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1) ATENDIDAS EM BELÉM-PARÁ ROZINETE LIMA LOPES Belém-Pará 2014 ROZINETE LIMA LOPES ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1) ATENDIDAS EM BELÉM-PARÁ Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, do Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Pará como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Almeida Machado. Belém-Pará 2014 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB/UFPA) Lopes, Rozinete Lima. Adesão à terapia antirretroviral em crianças portadoras do vírus da imunodeficiência humana 1 (HIV-1) atendidas em Belém-Pará / Rozinete Lima Lopes; Orientador, Prof. Dr. Luiz Fernando Almeida Machado. — 2014. Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós Gradução em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Belém, 2014. 1. HIV-1. 2. AIDS. 3. Terapia Antirretroviral – Pará. 4. Machado, Luiz Fernando Almeida. I. Título. CDD - 23. ed. 616.9792098115 1 ROZINETE LIMA LOPES ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1) ATENDIDAS EM BELÉM-PARÁ Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Almeida Machado Instituto de Ciências Biológicas, UFPA Banca Examinadora: Profª. Drª. Rosimar Neris Martins Feitosa Instituto de Ciências Biológicas, ICB/UFPA Profª Drª. Vânia Nakauth de Azevedo Instituto de Ciências Biológicas, ICB/UFPA Profª. Drª. Maria Tereza Sanches Figueiredo (Suplente) Hospital Universitário João de Barros Barreto, UFPA Dr. Felipe Bonfim Freitas Instituto Evandro Chagas, MS/SVS Belém, 28 de Maio de 2014 2 O que nos falta é a capacidade de traduzir em proposta aquilo que ilumina a nossa inteligência e mobiliza nossos corações: a construção de um novo mundo. Hebert de Souza 3 Dedico este trabalho a minha Mãe, filho, irmãos, sobrinhos e amigos pelo incentivo, apoio e colaboração; a eles meu eterno agradecimento. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela sua infinita misericórdia, bondade, ânimo e força, que me susteve todos os dias nessa longa jornada, não permitindo que eu desistisse ou olhasse para trás. Ao Prof. Dr. Luiz Fernando Almeida Machado que sempre se colocou disponível e aberto ao diálogo. A minha mãe Carmen Lucia Lima Lopes, que nunca mediu esforços para me ajudar nesta caminhada, e que sem o seu auxílio, paciência, compreensão e o amor, essa conquista tornar-se-ia muito difícil. Ao meu filho Walber Henrique Lima Nogueira, por tudo que representa na minha vida, essa Vitória também é sua. Agradeço a equipe da URE-MIA, onde foi aberta a oportunidade para a realização dessa pesquisa. Obrigada à Enfermeira Carla Cepêda e a todos os funcionários do setor, que me ajudaram nessa conquista. As Chefias de Enfermagem e Gerências Técnicas dos Hospitais: João de Barros Barreto e Pronto Socorro Municipal Humberto Maradei Pereira pelo apoio e compreensão. 5 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS 07 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 08 RESUMO 09 ABSTRACT 10 1 INTRODUÇÃO 11 1.1 O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1) 11 1.1.1 Biologia do HIV-1 11 1.1.1.1 Morfologia do HIV-1 11 1.1.1.2 Genoma do HIV-1 12 1.1.1.3 Replicação Viral 13 1.1.2 Patogênese da infecção pelo vírus HIV-1 15 1.2 EPIDEMIOLOGIA DA INFECÇÃO PELO HIV-1 16 1.2.1 Epidemiologia do HIV/AIDS no mundo 16 1.2.2 Epidemiologia do HIV/AIDS nas Américas Central e do Sul 18 1.2.3 Epidemiologia do HIV/AIDS no Brasil 19 1.3 TRATAMENTO DA INFECÇÃO PELO HIV-1 20 1.4 TARV: ADESÃO, IMPORTÂNCIA E FATORES RELACIONADOS 23 1.5 OBJETIVOS 26 1.5.1 Objetivo geral 26 1.5.2 Objetivos específicos 26 2 MATERIAL E MÉTODOS 27 2.1 MODELO DE ESTUDO E COLETA DE DADOS 27 2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 27 2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 28 2.4 ANÁLISE DOS DADOS 28 2.5 ASPECTOS ÉTICOS 29 3 RESULTADOS 30 3.1 VARIÁVEIS RELACIONADAS ÀS CRIANÇAS 30 3.1.1 Perfil sociodemográfico das crianças 30 3.2 VARIÁVEIS RELACIONADAS AO CUIDADOR 31 6 3.2.1 Perfil socioeconômico e demográfico do cuidador 31 3.2.2 Características do cuidador relacionadas à infecção pelo HIV 34 3.3 VARIÁVEIS RELACIONADAS AO SERVIÇO DE SAÚDE 35 3.4 VARIÁVEIS RELACIONADAS AO TRATAMENTO 37 4 DISCUSSÃO 39 5 CONCLUSÃO 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44 APÊNDICES 52 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Perfil sociodemográfico das crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013.................................................... Tabela 2 Características gerais dos cuidadores de crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013............................... Tabela 3 32 Perfil socioeconômico dos cuidadores de crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013............................... Tabela 4 31 33 Características dos cuidadores e seu relacionamento com a infecção pelo HIV, em Belém-PA, no ano de 2013............................................................ 34 Tabela 5 Detalhes do comparecimento às consultas das crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013...................... Tabela 6 Atendimento prestado na UREMIA as crianças portadoras do HIV, em Belém-PA, no ano de 2013........................................................................... Tabela 7 36 Administração do medicamento fornecido as crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013............................... Tabela 8 35 37 Características sobre o tratamento e sintomas das crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013...................... 38 8 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ARV Antirretrovirais CDC Centers for Disease Control and Prevention DNA Ácido desoxiribonucleico GP Glicoproteínas HIV Vírus da Imunodeficiência Humana HSH Homens que fazem sexo com homens IP/r Inibidores de Protease reforçados com ritonavir ITRN Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos ITRNN Inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos ITRNt Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleotídeos Nc Nucleoproteínas Nm Nanômetro OMS Organização Mundial da Saúde RNA Ácido Ribonucleico SAE Serviço de Assistência Especializada SESPA Secretaria de Saúde do Estado do Pará SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade SINAM Sistema de Informação de Agravos de Notificação SISCEL Sistema de Controle de Exames Laboratoriais TARV Terapia Antirretroviral TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido tRNA Ácido Ribonucleico transportador UDI Uso de drogas injetáveis URE-MIA Unidade de Referência Especializada Materno Infantil e Adolescente TFD Tratamento Fora do Domicilio 9 RESUMO Infecção pelo HIV aparece entre os eventos que causam maior morbidade e mortalidade em todo o mundo, considerando-se os dados registrados nas últimas duas décadas como resultado da mudança da epidemiologia da doença que é referenciado pelo grande número de mulheres infectadas, independentemente da posição sociodemográfica ocupada pelas mulheres no mundo de hoje e da aplicação efetiva na limitação e ordem na manuntenção que consequentemente, alcançe uma boa adesão aos antirretrovirais, o que é um fator chave para ausência de falhas que comprometem qualquer terapia que podem causar o desenvolvimento de resistência viral e consequente redução de sucessos no tratamento. A fim de avaliar a adesão à terapia antirretroviral em crianças com o vírus da imunodeficiência humana 1 (HIV1), reuniram-se em uma unidade de referência da criança e do adolescente de Belém, Pará 66 crianças menores de 13 anos. Avaliamos na UREMIA (unidade de referência da ciança e do adolescente) onde foram usados TARV (tratamento com antirretrovirais), juntamente com os pais e / ou cuidadores. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e informações do registro da unidade de referencia. As informações sobre a adesão e não adesão em crianças foi analisados e relacionados de acordo com variáveis sociodemográficas e do perfil dos cuidadores ou responsáveis e, além das variáveis relacionadas à adesão à TARV em serviços de saúde, por meio de métodos estatísticos. O estudo confirmou os resultados processados, semelhantes a outros que mostram que a baixa adesão é comum e difícil de prever, e mostra que variáveis como sexo, idade, classe social e educação, tem a adesão previsível e, portanto, a necessidade de compreender o social e as variáveis comportamentais é uma das estratégias para o cumprimento e compreensão por parte dos cuidadores e até mesmo o paciente em tratamento, que pode ser um dos fatores que facilitam a aderência sobre o desempenho das equipes de saúde e intervenção adequados para obter a eficiência do tratamento diminuindo a chance de surgimento de resistência do HIV a TARV. Palavras-chave: HIV-1, AIDS, Terapia antirretroviral. 10 ABSTRACT HIV infection appears between the events that cause greater morbidity and mortality worldwide, considering the recorded data over the past two decades as a result of changing epidemiology of the disease that is referenced by the large number of infected women, regardless of their sociodemographic women's position in the world today and the effective application of the limitation in order to maintain / achieve good adherence to antirretroviral drugs, which is a key factor in the absence of flaws that compromise any therapy that can cause the development of viral resistance and consequent reduction successes in treatment options. In order to assess adherence to antirretroviral therapy in children with human immunodeficiency virus 1 (HIV - 1), met in a unit of mother and child and adolescent reference in Belém, Pará 66 children under 13 years. We evaluated the UREMIA and were used TARV, along with their parents and / or caregivers. Data were collected through interviews and information on standard unit record. Information on adherence and nonadherence in children were analyzed and related according to sociodemographic variables and the profile of caregivers or guardians and, besides the variables related to adherence to ART in health services by means of statistical methods. The study confirmed the results processed in so many others that show that poor adherence is common and difficult to predict, and shows that variables such as gender, age, social class and education, among others, has predictable adhesion and therefore the need to understand the social and behavioral variables is one of the strategies for compliance and understanding by caregivers and even the patient in treatment, which can be one of the factors that facilitate adhesion on the performance of health care teams and appropriate intervention to obtain the efficiency of treatment decreased the chance of emergence of resistance of HIV to TARV Key words: HIV-1, AIDS, Antirretroviral therapy. 11 1. INTRODUÇÃO 1.1. O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1) O Vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi identificado como agente etiológico da Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) em 1983 (Gallo et al., 1984; Levy et al., 1984). O HIV pertence à família Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae, gênero Lentivirus . Embora as estruturas básicas sejam as mesmas para todos os retrovírus, de acordo com divergências presentes em seu genoma, esse vírus pode ser classificado em duas espécies: HIV-1 e HIV-2 (Fanales-Belasio et al., 2010). O HIV-1 é o mais disseminado pelo mundo, sendo o principal responsável pela pandemia da AIDS, já o HIV-2 é encontrado de forma mais restrita por algumas regiões da parte Central e Oeste da África e parece ser menos patogênico (Requejo, 2006). O HIV-1 é caracterizado por apresentar alta variabilidade genética, evolução rápida e grande diversificação. Por meio da análise do genoma completo de amostras de HIV-1 colhidas em diferentes regiões geográficas, esta espécie tem sido classificada em quatro grupos: M (main), O (outlier), N (non-M, non-O) e P, os quais podem ser subdivididos em subtipos, além de um número crescente de formas recombinantes circulantes (CRF). O grupo M é o responsável pela maior parte das infecções no mundo e pode ser dividido em nove subtipos A-D, F-H, J e K (Osmanov et al., 2002; Pinto & Struchiner, 2006). 1.1.1. Biologia do HIV-1 1.1.1.1. Morfologia do HIV-1 O HIV-1 é caracterizado por ser um vírus esférico que mede, aproximadamente, 100 nm de diâmetro. Externamente, apresenta o envelope viral constituído por uma bicamada lipídica proveniente da membrana da célula hospedeira, onde estão expressas as glicoproteínas virais gp120 e gp41 (Fanales-Belasio et al., 2010). Internamente, encontra-se a matriz viral que é formada pela proteína p17 e o capsídeo viral, de simetria cônica, o qual é formado pela proteína p24 e contêm duas cópias de ácido ribonucléico (RNA) genômico de fita simples e polaridade positiva. No interior do capsídeo ainda são encontradas as enzimas protease, transcriptase reversa (TR), integrase (IN) e a proteína p7 de ligação RNA (Frankel & Young, 1998). Além destas, ainda podem ser encontradas as proteínas necessárias à replicação viral: p6, Vif, Vpr e Nef (Herschhonrn & Hizi, 2010; Figura 1). 12 Figura 1: Representação da estrutura morfológica do HIV-1 (Adaptado de Fanales-Belasio et al., 2010). 1.1.1.2. Genoma do HIV-1 O genoma do HIV-1 é constituído por duas cópias de uma molécula de RNA de fita simples (ssRNA) e de polaridade positiva medindo, aproximadamente, 9,8 kilobases (kb) de comprimento. Cada fita possui nove genes, os quais são flanqueados por duas regiões terminais longas e repetitivas denominadas LTR (Long Terminal Repeats). Destes nove, três genes são estruturais: gag, pol e env, caracterizando a estrutura básica de todos os retrovírus, e seis são regulatórios: tat, rev, vif, vpu, vpr e nef (Greene, 1991; Figura 2). Figura 2: Esquema representativo do genoma do HIV-1 (Adaptado de Franchina, 2009). 13 O gene gag codifica uma proteína precursora que ao clivar-se dá origem as proteínas estruturais do vírus que compõem a matriz e o capsídeo viral, p17 (MA) e p24 (CA), as proteínas mais internas do nucleocapsídeo, p7 e p6 (NC), assim como duas proteínas espaçadoras p1 e p2 (SP1 e SP2). O gene pol codifica as enzimas protease, transcriptase reversa e integrase (Wiegers et al., 1998). A integrase tem papel na integração do ácido nucléico viral ao genoma celular. A protease cliva os polipeptídios precursores codificados pelos genes gag e pelo próprio gene pol, é essencial para a replicação do vírus, principalmente na etapa de maturação, levando à produção de novas partículas virais infecciosas, enquanto que a transcriptase reversa possui ação de RNase e é responsável pela replicação do RNA viral. O gene env, por sua vez, codifica as glicoproteínas do envelope viral gp120 e gp41, as quais reconhecem os receptores da superfície da célula alvo (Fanales-Belasio et al., 2010; Wensing et al., 2010). O genoma do HIV-1 possui ainda seis genes regulatórios (tat, rev, vif, vpu, vpr e nef) que não são encontrados nos outros retrovírus. Tais genes codificam proteínas auxiliares, e possuem papel de regulação na replicação e a infectividade viral (Rubbert et al., 2006). 1.1.1.3. Replicação Viral O ciclo de replicação do HIV é complexo e pode ser sumarizado em seis importantes momentos: 1) ligação e entrada; 2) desnudamento; 3) transcrição reversa; 4) integração do provírus; 5) síntese de proteínas virais e montagem e 6) brotamento. A infecção pelo HIV inicia-se com a entrada do vírus na célula, por meio da ligação da proteína de superfície (gp120) com o receptor da célula, molécula T CD4+, que é expressa na superfície de cerca de 60% dos linfócitos T circulantes, nos monócitos, nos macrófagos, nas células dedríticas e células da micróglia do sistema nervoso central (Grotto & Pardini, 2006; Fanales-Belasio et al., 2010; Engelman & Cherepanov, 2012). Após este evento, o complexo do envelope viral passa por uma mudança estrutural, expondo um domínio específico na gp120 capaz de se ligar aos coreceptores de quimiocinas na membrana da célula, CXCR4 e CCR5 (Fanales-Belasio et al., 2010). A formação de um complexo ternário resultante (gp 120/CD4+/coreceptor) leva a uma segunda mudança conformacional das glicoproteínas da espícula e a exposição dos sítios hidrofóbios da gp41 que se ancora na membrana plasmática ocorrendo então a fusão entre o envelope viral e a membrana celular, permitindo a entrada do capsídeo na célula (processo de adsorção) (Turner 14 & Summers, 2009; Simon et al., 2006; 2010; Engelman & Cherepanov, 2012; Voux et al., 2013). O ácido ribonucleico transportador (tRNA) inicia a transcrição reversa na extremidade 5’ de cada fita de RNA viral, iniciando o processo de síntese de uma molécula de DNA de polaridade negativa pela transcriptase reversa, resultando em um híbrido RNA–DNA dupla hélice. Em seguida ocorre degradação da fita molde de RNA viral pela ação da ribonuclease (H RNase) e, novamente pela ação da transcriptase reversa, ocorre a formação da segunda fita de polaridade positiva, formando–se, assim, o DNA proviral de fita dupla que é transportado para o núcleo da célula e sob a ação da integrase, integra-se ao genoma celular (Andrade et al., 2003; Simon et al., 2006; Fanales-Belasio et al., 2010; Engelman & Cherepanov, 2012). A dupla fita de DNA formada é integrada de forma randômica ao genoma do hospedeiro por meio da enzima integrase. Proteínas virais são transportadas e montadas próximas à membrana celular (Simon et al., 2006; Engelman & Cherepanov, 2012). Inicialmente, apenas as proteínas Tat, Ver e Nef são sintetizadas, sendo a seguir sintetizadas as proteínas estruturais e o RNA genômico. A liberação do vírus é por brotamento; durante essa fase, a enzima protease processa as proteínas precursoras do pol e gag, tornando a partícula viral madura e capaz de infectar uma nova célula (Simon et al., 2006, Fanales-Belasio et al., 2010). A figura 3 representa esquematicamente o ciclo de replicação do HIV. Figura 3: Representação esquemática do ciclo de replicação do HIV (Fonte: Adaptado de http:// www.icb.ufmg.br). 15 1.1.2. Patogênese da infecção pelo HIV-1 O entendimento da patogênese da infecção pelo HIV é o principal pré-requisito para a escolha de melhores estratégias terapêuticas, para o desenvolvimento de imunoterapêuticos e vacinas profiláticas (Rubbert et al., 2006). A infecção pelo HIV-1 destrói os linfócitos T CD4+ acarretando uma deficiência no sistema imunológico do hospedeiro, já que estes linfócitos, em condições normais, são responsáveis pela coordenação da resposta imune (Pantaleo & Fauci, 1996). A principal ocorrência no organismo do indivíduo infectado pelo HIV é a diminuição da relação LTCD4+/LTCD8+, uma vez que além da diminuição dos linfócitos T CD4 +, que normalmente são encontrados em maiores quantidades, se observa também o aumento dos linfócitos T CD8+ (Pantaleo & Fauci, 1996). As manifestações clínicas da infecção são definidas em diferentes fases, em um tempo de evolução relativo, onde o curso da infecção pelo HIV depende tanto de fatores virais como do hospedeiro (Chaisson et al., 2000). As fases da patogênese do HIV podem ser identificadas em três momentos: infecção primária pelo HIV, fase de latência e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), podendo variar, portanto, de um estado de portador assintomático até o desenvolvimento de doenças oportunistas graves e potencialmente letais (Paranjape, 2005). Sabe-se que diversos fatores podem estar envolvidos nesta diversidade na progressão da infecção, tais como idade, sexo, genética do hospedeiro, histórico de tratamento, entre outros (BRASIL, 2010a). A manifestação inicial da infecção pelo HIV na maioria dos indivíduos recentemente infectados é caracterizada como uma síndrome semelhante à mononucleose infecciosa, chamada de síndrome retroviral aguda (Cooper et al., 1985). Após a infecção primária, o paciente infectado pode permanecer assintomático por vários anos, caracterizando, assim o período de latência. Nesta fase, o número de linfócitos T CD4 + vai diminuindo lentamente, e no momento que esta contagem se encontra abaixo do limite das 500 células/mm3, o risco de desenvolvimento de doenças oportunistas aumenta significativamente (Sheppard et al., 1993; BRASIL, 2010c). A progressão para a AIDS, em pacientes infectados pelo HIV-1, parece estar diretamente relacionada à diminuição na contagem de células T CD4+ e conseqüente inversão na relação CD4+/CD8+, ficando bem estabelecida, nesta fase, a relação entre o grau de imunossupresão e o risco para o desenvolvimento das diferentes infecções oportunistas (Graziosi et al., 1998). Embora diversos fatores estejam relacionados à variabilidade na taxa 16 de progressão da doença, a ativação do sistema imunológico é provavelmente o fator determinante mais importante (Bentwich et al., 2000), pois além de facilitar a replicação viral, alterar o perfil da produção de citocinas e afetar o ciclo celular, é também associada com vários graus de disfunção imune, como deficiência na resposta imunológica e apoptose, os quais aceleram à progressão da doença e diminuem a sobrevida do paciente (Hazenberg et al., 2000; Lichtenfeld et al., 2004). 1.2. EPIDEMIOLOGIA DA INFECÇÃO PELO HIV-1 1.2.1. Epidemiologia do HIV/AIDS no Mundo O grupo M do HIV-1 é o mais prevalente no mundo (Sharp & Hahn, 2010). O subtipo B é mais frequente na Europa e nas Américas, enquanto os subtipos A, C, D e G são predominantes na África e na Ásia. A figura 3 revela a distribuição mundial de subtipos e recombinantes do HIV-1, subtipo M. O grupo O é o mais confinado, infectando dezenas de milhares de pessoas, principalmente, em Camarões e Nigéria. O grupo N é muito mais raro e restrito em Camarões (Lemey et al., 2010). O grupo P é uma cepa recentemente encontrada e foi descrita em uma mulher camaronesa (Plantier et al., 2009). 17 B C A,B,C,D e CRF A,B,G,03_AB A,C,D e CRF A,C,D,G e CRF A,G,02_AG e CRF B,F,12_BF B,01_AE B,01_AE,07_BC,08_BC Dados insuficientes Figura 4: Distribuição mundial de subtipos e recombinantes de HIV- 1 (Fonte: Woodman & Williamson, 2009). Estudos mostram que o epicentro da infecção pelo HIV, possivelmente foi o continente africano. A partir dele, devido a movimentos migratórios, o vírus disseminou-se para outras regiões do mundo, como atesta Gilbert et al. (2007) sobre as guerras e os movimentos maciços de soldados do continente americano para a África e vice-versa, a intensa migração da peste suína africana para o Caribe e para as Américas, o fluxo de trabalhadores haitianos e prostitutas para o Zaire e o comércio de sangue de haitianos, vendido para transfusões e produção de derivados do plasma a serem comercializados em países desenvolvidos, como os EUA e a França, constituindo-se em acontecimentos importantes para a disseminação do HIV entre a África e países das Américas e da Europa. Desde o início da epidemia, mais de 60 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV, e cerca de 30 milhões de pessoas morreram de AIDS. Em 2009, havia uma estimativa de 33,3 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo que 2,6 milhões eram novas infecções (Stanecki et al., 2010). Houve cerca de 1,8 milhões de mortes relacionadas à AIDS nesse período. A África subsaariana continua sendo a mais severamente afetada: cerca de um em cada 20 18 adultos (4,9%) vivem com HIV, e é responsável por 69% das pessoas vivendo com HIV em todo o mundo (WHO, 2012 Dados também revelam que a taxa de mortalidade por AIDS vem regredindo no mundo quando comparados os índices de 2,1 milhões de mortos em 2004 à notificação de cerca de 1,8 milhões de óbitos em 2009. Explica-se o fato, parcialmente, pela maior abrangência do tratamento antirretroviral em países subdesenvolvidos, e a criação de políticas públicas assistenciais para portadores de HIV/AIDS por programas nacionais, estimulados pela OMS, a partir de 1986. Atualmente, 6,6 milhões de pessoas recebem o tratamento antirretroviral (Brasil, 1987; Galvão, 2000; Vallabhaneni et al., 2013). No Brasil, o acesso gratuito aos medicamentos antirretrovirais iniciou-se em 1996 (BRASIL, 1999). 1.2.2. Epidemiologia do HIV/AIDS nas Américas Central e do Sul Relatório publicado em sua última e mais recente versão pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/AIDS (UNAIDS) registra que no ano de 2010, a incidência de infecção pelo HIV caiu em 33 países entre os anos de 2001 e 2009, sendo que a maior parte desses países está situado em território africano, continente mais atingido pela referida epidemia, embora tenha sido registrado também, que em países do Leste Europeu e da porção central da Ásia, o percentual de casos de AIDS, aumentou em mais de 25% no decorrer do mesmo período de tempo. Estimando-se, portanto, que 2,6 milhões de pessoas se infectaram cerca de 20% a menos do que em 1989, quando 3,1 milhões de indivíduos se tornaram portadores do HIV (UNAIDS, 2010) e que dentre essas 370.000 crianças tenham sido infectadas por esse vírus durante o Período Perinatal ou de aleitamento materno especificamente, significando um importante decréscimo de cerca de 24% em relação ao ano de 2001, momento em que a incidência apontava para aproximadamente 500.000 indivíduos, sendo citada redução atribuída provavelmente, ao maior acesso ao tratamento por parte das mães, gerando desse modo, um efeito preventivo bloqueador do nascimento de crianças infectadas com o HIV. Mesmo assim, o número de pessoas convivendo com o HIV cresceu para 33,3 milhões em relação aos 26,2 milhões registrados em 1995, demonstrando na realidade um aumento de 27% em 10 anos (UNAIDS, 2010) levando a inferir-se que, a expansão do número de indivíduos vivendo com o HIV/AIDS, guarde estreita relação com o incremento das oportunidades do tratamento, o estabelecimento de protocolos, como também, com avanços das ações assistenciais e dos medicamentos disponibilizados, enquanto que a diminuição nos 19 índices de novas infecções, esteja em vinculação direta ao maior acesso à informação e métodos de prevenção da doença. 1.2.3. Epidemiologia do HIV/AIDS no Brasil O Brasil convém mencionar que na contextualização deste problema de crise social na saúde, foi um dos primeiros países a adotar políticas públicas de saúde, visando à melhoria do tratamento de pacientes infectados pelo HIV, com a aprovação da Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 que regulamenta o Sistema Único de Saúde. Dados oficialmente publicados, servem para evidenciar que os gastos do Ministério da Saúde com medicamentos antirretrovirais em 2005 no Brasil, chegaram a atingir 1 bilhão de reais (Gomes et al., 2009) e que a garantia de acesso, dos aproximadamente 197 mil pacientes atualmente em tratamento hoje no Brasil (BRASIL, 2010), tem convalidado a sua importância, quando confrontada com os benefícios gerados pela significativa redução dos índices de morbidade e mortalidade, com consequente redução de gastos com internações e procedimentos terapêuticos frente as intercorrências causadas por doenças oportunistas comuns e provenientes do enfraquecimento do sistema imunológico acirrado pelo HIV, em território nacional. O sucesso do tratamento, contudo, não se limita apenas à ingestão dos medicamentos prescritos e ao seu fornecimento, mas igualmente à disposição do paciente de consumi-lo corretamente, ou seja, de proporcionar um alto grau de adesão. Registros divulgados no Boletim Epidemiológico DST/AIDS do Ministério da Saúde (ano base de 2010), foram informados (pelo SINAN, SIM, Siscel/Siclom) desde que foi detectado o primeiro caso de AIDS no Brasil, em 1980, afirmativamente, já foram contabilizados 608.230 casos de AIDS acumulados até junho de 2011, sendo 397.662 (65,4%) no gênero masculino e 210.538 (34,6%) no feminino (2010). Cerca de 33% das pessoas mundialmente infectadas vivem no Brasil, País no qual, a prevenção da infecção pelo HIV e o tratamento da AIDS vem sido consideravelmente ampliados (UNAIDS, 2010) e embora o acesso aos serviços de saúde e à prevenção da transmissão vertical, ainda se apresentem precários nesta área, o número de crianças infectadas pelo HIV está decrescendo e aproximadamente 50% das gestantes vivendo com este vírus, recebiam o tratamento antirretroviral para prevenir a transmissão da infecção aos seus filhos, no ano de 2009 (UNAIDS, 2010). Sobre a epidemiologia do HIV/AIDS no Brasil, dados publicados pelo Ministério da 20 Saúde demonstram que: numa distribuição variada, de acordo com a idade, gênero e hábitos de vida, cerca de 0,6% da população entre 15 e 49 anos de idade está infectada com o HIV, sendo 0,4% mulheres e 0,8% homens; entre os grupos mais atingidos estão os usuários de drogas ilícitas (onde a prevalência é de 5,9%) e as mulheres profissionais do sexo (com um índice de 5,1%). A razão das ocorrências entre os gêneros, que era de 37 homens para cada 10 mulheres no ano de 1990, passou por uma inversão no ano 2000, com 9 homens para cada 10 mulheres infectadas. Apesar desta inversão, em 2009, os indivíduos do gênero masculino, voltaram a ser os principais atingidos pela AIDS (BRASIL, 2010). A distribuição de acordo com as regiões do País no ano de 2009 também é demonstrada neste relatório do Ministério da Saúde (2010), sendo: 38,2% na Região Sudeste, Nordeste (21,9%), Sul (21,1%), Norte (11,1%) e Centro-Oeste (7,7%). Entre crianças, a transmissão vertical constitui a principal causa de infecção pelo HIV, correspondendo a mais de 85% dos casos. Dessas crianças infectadas verticalmente, 60,1% foram diagnosticadas até os dois anos de idade. Cerca de 0,41% das gestantes estão infectadas pelo HIV no Brasil, e 12.456 recém-nascidos são expostos a este vírus todo ano. A taxa de transmissão nestes casos é de 6,8% no País, variando de 13,4% na Região Norte e 4,3% na Centro-Oeste (BRASIL, 2010). O número de pessoas que foram a óbito por causas relacionadas à AIDS soma 6,2/100.000 habitantes, sendo que entre 1997 e 2004 este índice caiu e no ano de 2010 apresentou-se estabilizado (BRASIL, 2010). 1.3. TRATAMENTO DA INFECÇÃO PELO HIV-1 Entre as exigências oficialmente preconizadas pelo Ministério da Saúde para o tratamento do HIV, encontra-se considerada, a administração de duas a três drogas ativas de duas diferenciadas classes de medicamentos, na tentativa de controlar a replicação deste vírus, verificada através de valores da carga viral inferiores a 40 – 50 cópias do RNA de HIV/mL (Gazzard et al., 2008). As drogas que se encontram disponíveis pertencem a seis classes diferentes, envolvendo: inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeo (ITRN); inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeo (ITRNN); inibidores da protease (IP); inibidor de integrase; inibidor de fusão e um inibidor de CCR5, sendo que os ITRN foram as primeiras drogas aprovadas para o tratamento da infecção pelo HIV, quando em 1987 foi 21 licenciada a Zidovudina (AZT). A descoberta dos inibidores de protease (Saquinavir), em 1995, deu início ao tratamento potente contra o HIV (HAART- Highly active anti-retroviral therapy), no qual pelo menos dois diferentes medicamentos passaram a ser utilizados. Esta terapia reduziu drasticamente o número de mortes de pessoas relacionadas com a AIDS e ampliou a longevidade daquelas em tratamento, garantindo-lhes anos vividos com expressiva qualidade de vida. Em 1996, os ITRNN começaram a ser utilizados, com a aprovação da Nevirapina (Béthune, 2010). Os três principais e mais utilizados grupos de drogas antirretrovirais são os ITRN, ITRNN e os IP. Os ITRN funcionam como substratos naturais dos desoxirribonucleosídeos para a transcriptase reversa (RT), mas não possuem o grupamento 3'-hidroxil no seu domínio de açúcar. Já os ITRNN inibem a RT através da ligação nas proximidades do sítio catalítico desta enzima, provocando mudanças conformacionais nesta e, então, impactando na sua atividade. Os IP se ligam à protease viral com elevada afinidade, mas ocupam um espaço maior do que o seu substrato natural, ocasionando deste modo, uma inibição por competição (Wensing et al., 2010). No ano de 2010, registrou-se que mais de cinco milhões de pessoas recebiam o tratamento para a infecção pelo HIV em todo o mundo, enquanto em 2009 cerca de 1,2 milhões de indivíduos iniciaram a medicação antirretroviral pela primeira vez, representando um acréscimo de 30% em relação ao ano anterior, e nesse contexto, o número de pessoas recebendo medicação antirretroviral também apresentou um crescimento de 13 vezes nos últimos 5 anos. Esta expansão no acesso ao tratamento contribuiu para significativa redução no número de mortes relacionadas ao HIV, ocorridas entre 2004 e 2009. Ao mesmo tempo em que, a evolução no tratamento e o aumento no acesso às medicações sejam notáveis, dados alarmantes paralelamente são demonstrados, como os de que existem cerca de 10 milhões de indivíduos convivendo com o HIV que deveriam receber o tratamento antirretroviral, segundo as novas diretrizes da Organização Mundial de Saúde, mas que por diferentes motivos não o fazem ainda (UNAIDS, 2010). Relatório subsequente ao anteriormente citado e apresentado pelo governo brasileiro na Assembléia das Nações Unidas sobre HIV/AIDS demonstra o progresso feito pelo país nas ações para lidar com este agravo, ao indicar que, aproximadamente, 197.000 indivíduos portadores do HIV estão em tratamento gratuito na rede pública de saúde do Brasil, ou seja, 22 cerca de 95% dos pacientes diagnosticados com HIV são elegíveis para este tratamento (BRASIL, 2010). Os medicamentos antirretrovirais são adquiridos pelo Ministério da Saúde, de forma centralizada e, só então, distribuídos, julgando-se importante ressaltar que, atualmente, encontram-se disponíveis à população, 19 princípios ativos de antirretrovirais em 32 apresentações comerciais, algumas para o uso adulto e outras para o pediátrico (BRASIL, 2010) e que a rede de tratamento contra o HIV contém 675 Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM), 636 unidades de referência para o tratamento, 434 hospitais de referência, 79 hospitais-dia e 54 unidades de atendimento domiciliar terapêutico, perfazendo 1.210 serviços (BRASIL, 2010). Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, o cuidado pediátrico prevê algumas diretrizes, que abordam desde a profilaxia em gestantes portadoras do HIV, até o tratamento de crianças e adolescentes infectados pelo HIV, sendo que o início do acompanhamento deve ser realizado mensalmente, até o 6° mês de vida da criança nascida de mãe soropositiva para o HIV, tornando-se bimestral a partir do 2º semestre (BRASIL, 2009). Encontra-se também recomendado que as crianças e os adolescentes sem indicação para uso de terapia antirretroviral, também devem ser avaliados clínica e laboratorialmente, em intervalos regulares de um a dois meses, na tentativa de detecção precoce de manifestações clínicas e alterações sugestivas de AIDS, e na intenção de se reduzir os índices de morbimortalidade, o uso da terapia antirretroviral deve ser iniciado o mais rápido possível (Violari et al., 2008). A aplicação desses cuidados demonstra que a precocidade no tratamento, pode reduzir em até 75% o risco de morte entre estes indivíduos. Deve ser levado em conta também, o fato de serem as crianças mais propensas à rápida progressão da doença causada pelo HIV, de modo que, os níveis de linfócitos T CD4+/CD8+ e carga viral, são indicadores de um possível agravo (Shearer et al., 1997). Com o tratamento antirretroviral em crianças, visa-se reduzir a morbimortalidade destas, melhorando sua qualidade de vida, promovendo-lhes um crescimento e desenvolvimento adequados para a idade, além de preservar-lhe o funcionamento do sistema imunológico e suprimir a replicação viral. Neste sentido, no caso de indicação deste tratamento, devem ser levados em conta fatores como; estilo de vida; hábitos pessoais; vivência escolar e a vida familiar do paciente, no sentido de proporcionar maior adesão ao uso dos medicamentos (BRASIL, 2009). 23 O esquema de primeira linha para o tratamento de crianças inclui dois ITRN (AZT e Lamivudina - 3TC) e um ITRNN, como alternativos podem ser utilizados o esquema com dois ITRN e um IP conjugado com o ritonavir, sendo que nos esquemas com ITRNN, a maior vantagem é o menor risco de dislipidemia e lipodistrofia, na medida que nos tratamentos alternativos com IP com ritonavir, existe maior barreira genética, acarretando menor risco de ocorrência de mutações decorrendo em resistência. Além desses fatores mencionados, a escolha do esquema de tratamento, também exige que seja levado em conta, o resultado do teste de genotipagem preconizado para todas as crianças virgens de tratamento antirretroviral (BRASIL, 2009), bem como, para avaliação da adesão ao tratamento e o sucesso deste, um monitoramento periódico deve ser realizado. Monitoramento que seja capaz de avaliar a tolerabilidade às drogas, os efeitos adversos e a presença de infecções oportunistas. Neste intuito, a história clínica, avalia as mudanças relatadas pelo paciente em relação às características iniciais, a ocorrência de efeitos adversos e as dificuldades associadas ao esquema de medicamentos antirretrovirais, constituem-se fatores de fundamental importância para o mapeamento e controle da regressão ou expansão de casos da doença (BRASIL, 2009). 1.4 TARV: ADESÃO, IMPORTÂNCIA E FATORES RELACIONADOS Compliancee adherence, são termos na língua inglesa que têm significados díspares, uma vez que compliance significa obediência, sendo o paciente visto como um ser passivo, enquanto, adherence ou aderência, implica o entendimento de um ser ativo, participante e que assume as responsabilidades perante seu tratamento, sendo relativamente livre, para aceitar ou não certas recomendações (Leite & Vasconcelos, 2003). Ambos os termos adesão e aderência no Brasil, são considerados similares e para este estudo especificamente, decidiu-se por utilizar a palavra adesão. Gomes et al., (2009) e Silva et al., (2009) referem que, enquanto processo dinâmico a adesão pode ser conceituada sob várias formas, tais como a conduta do indivíduo ao seguir as prescrições médicas, observação à posologia, à quantidade de medicamentos por horário, ao tempo de tratamento e às recomendações procedimentais para determinado medicamento que pode ser influenciado pelo contexto sociocultural, dependendo, fundamentalmente, da qualidade do relacionamento entre pacientes e profissionais de saúde e do modo como os indivíduos infectados pelo HIV enfrentam suas possibilidades para obter uma melhor qualidade de vida, ficando assim mais difícil demonstrar o benefício da TARV para os 24 pacientes em estágio assintomático da infecção pelo HIV (BRASIL, 2008). O advento da TARV aumentou em muito a qualidade de vida e a probabilidade de conviver com a infecção pelo HIV entre os pacientes portadores. Mas, para alcançar tais efeitos, como a diminuição da carga viral e o risco de infecções oportunistas entre estes indivíduos a adesão ao esquema antirretroviral deve ser superior a 90% (Ceccato et al., 2004). Citam-se os principais fatores relacionados com a falha do tratamento: a não adesão ao esquema de medicamentos, geralmente relacionada a erros na posologia, atrasos a não administração e ingestão das doses nos intervalos prescritos; suspensões esporádicas e até mesmo, à falta da medicação regularmente disponibilizada pelos postos de distribuição (Ceccato et al., 2004). Assim, Haberer et al. (2011) em seus estudos, trataram da questão relacionando-a a fatores que influenciam na adesão ao tratamento antirretroviral. Este assunto torna-se mais completo quando trata-se de pacientes pediátricos, pois, além do indivíduo infectado, deve ser analisado o seu cuidador (geralmente responsável pela administração do esquema medicamentoso) e as relações afetiva e emocional existentes entre ambos, desde modo, existem diferentes métodos para a verificação da ingestão da medicação, assim como também, para a determinação da adesão, ou não ao tratamento. Quatro diferentes modos de análise podem ser formalizados, constituindo-se de: relato realizado pelo próprio cuidador; progressão clínica da doença; contagem de pílulas na casa do próprio paciente em visitas-surpresa e um sistema de monitoramento eletrônico da abertura dos frascos, contendo as drogas do esquema antirretroviral. Somente a não-adesão verificada por meio do monitoramento eletrônico relaciona-se com o aumento da carga viral e a progressão da doença causada pelo HIV (Haberer et al., 2011). Quanto aos fatores relacionados à criança portadora do HIV e a não-adesão ao tratamento, conforme explicado por Fetzer et al. (2011), podem fazer parte o desconhecimento sobre seu estado de portadora do vírus e a não adaptação do regime medicamentoso à sua rotina escolar. Já entre os fatores interferentes nesta adesão e relacionados ao cuidador da criança estão: parentesco (ter a mãe como cuidadora pode influenciar de maneira positiva no tratamento); escolaridade; abuso de álcool; renda familiar e também a soropositividade deste. Embora a relação entre cuidador-criança portadora do HIV, seja apontada como o principal influenciador da adesão, ou não, aos medicamentos antirretrovirais (Jaspan et al., 2011). Esta relação familiar também influencia na transmissão vertical do vírus, dando inicio a todo este círculo. Byakika-Tusiime et al. (2009) relatam também a interferência de fatores 25 como a depressão entre pais portadores do HIV e a não-adesão destes ao tratamento, tendo como consequência a passagem do vírus para a criança durante o nascimento, ou por meio do aleitamento materno. Outra variável interferente da adesão ao esquema medicamentoso que se apresenta, é o tempo deste tratamento, podendo ser verificada uma relação inversa, entre o tempo de tratamento antirretroviral e a adesão a este (Colombini et al., 2005; Byakikaa-Tusiime et al., 2009). Assim, se justifica o estudo das características dos cuidadores, das crianças em tratamento, da infecção pelo HIV e da relação cuidador-criança, na tentativa de se verificar os fatores que influenciam na adesão ao esquema antirretroviral, visando à possibilidade de detecção de pontos passiveis de modificação, no intuito de otimizar esta adesão, evitando-se ou reduzindo-se a morbimortalidade provocada pela progressão da doença e os efeitos que o vírus causa no organismo. 26 1.5 OBJETIVOS 1.5.1 Objetivo geral Avaliar a adesão à terapia antirretroviral em crianças portadoras do HIV-1 com indicação de tratamento em Belém, Pará, e descrever os principais fatores que podem influenciar nesta adesão. 1.5.2 Objetivos específicos Investigar a adesão ao TARV em crianças infectadas HIV, atendidas em uma Unidade de Referencia de Belém, Pará; Conhecer o perfil socioeconômico de crianças infectadas pelo HIV atendidas na UREMIA em Belém, Pará; Descrever os fatores que influenciam a adesão à TARV em crianças infectadas pelo HIV de acordo com as variáveis relacionadas ao cuidador, ao serviço de saúde e ao tratamento. 27 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 MODELO DE ESTUDO E COLETA DE DADOS Foi realizado um estudo do tipo descritivo transversal, com a finalidade de avaliar a adesão ao tratamento antirretroviral de crianças portadoras do HIV atendidas na Unidade de Referência Especializada Materno-Infantil – UREMIA, localizada na cidade de Belém – Pará. Além das crianças envolvidas nesta pesquisa, fizeram parte também seus respectivos cuidadores responsáveis pela administração do tratamento. A coleta de dados ocorreu no período de 15/06/2013 a 30/08/2013, utilizou-se também, dados em arquivos referentes ao período de janeiro a agosto do mesmo ano, sendo que participaram da pesquisa 66 crianças portadoras do HIV. Foram aplicadas as seguintes estratégias: Os cuidadores dos participantes foram abordados em dois momentos, o primeiro na consulta inicial e o segundo no retorno após três meses, conforme o indicado pela UREMIA, em cumprimento às recomendações do Ministério da Saúde brasileiro. No momento da consulta inicial, os cuidadores foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa e convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. No primeiro contato, as perguntas realizadas tiveram como objetivo levantar dados socioeconômicos, principais impressões sobre a doença e o tratamento (Apêndice B). No segundo momento, as questões foram relacionadas com o tratamento antirretroviral realizado no intervalo estudado, assim como os principais fatores relacionados à adesão e os efeitos notados pelos cuidadores nos pacientes medicados durante este período (Apêndice C). Os dados e informações relacionados à infecção pelo HIV, diagnóstico de AIDS, tempo de tratamento e progressão da doença foram obtidos através dos prontuários médicos, disponibilizados pela UREMIA. 2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Para participação na Pesquisa foram adotados os seguintes Critérios de Inclusão: a) indivíduos na Faixa Etária de inferior a 13 anos, residentes no Estado do Pará; b) portador confirmado da infecção pelo HIV; c) estar cadastrado e em tratamento especializado na referida unidade de assistência; d) apresentar informações em prontuários da UREMIA, sobre esquemas terapêuticos de uso de ARV; 28 e) aceitar participar da pesquisa após esclarecimentos sobre o estudo, mediante a assinatura do cuidador da criança de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A); e, f) aceitar responder ao questionário sócio epidemiológico, na condição de cuidador de criança portadora do HIV (Apêndice B e C). 2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Para critérios de exclusão foram adotados: a) pacientes sem esquemas terapêuticos ; b) faltosos na data agendada para consulta, ou ausente em período considerado de até um mês após o inicio deste estudo; c) pacientes transferidos para outras Unidades de Referência ou outro Estado da Federação; d) evoluir a óbito ao longo da pesquisa; e, e) pacientes atendidos por plano de saúde particulares. 2.4 ANÁLISE DOS DADOS Após a coleta se iniciou a codificação de cada questão do instrumento de coleta de dados, com o escopo de facilitar a ordenação dos dados e identificar possíveis falhas durante a construção das tabelas descritivas. Concluídas as etapas preparatórias, após a efetivação da Coleta de Dados, o produto objetivo foi agrupado e armazenado em planilhas utilizando a Plataforma eletrônica Microsoft Office Excel versão 2007, dando origem a um em um banco de dados, o qual foi analisado estatisticamente por meio do software BioEstat versão 5.0. As tabelas foram elaboradas de acordo com as variáveis socioeconômicas e demográficas, variáveis relacionadas à percepção de padrão de vulnerabilidade, provável fonte de infecção, variáveis relacionadas com características clínicas e de tratamento, variáveis relacionadas a tratamento e variáveis relacionadas ao serviço de saúde. Para analisar a os fatores associados à adesão ao tratamento antirretroviral do HIV/AIDS em uma amostra contendo 66 pacientes, foram aplicados métodos estatísticos descritivos e inferenciais. 29 2.5 ASPÉCTOS ÉTICOS O projeto foi submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Barros Barreto/UFPA, conforme preconiza a Resolução 196/96, da CONEP, o qual foi aprovado de acordo com o processo de número 300762, data da relatoria 11/06/13 (Apêndice D). Posto isso, solicitou-se o consentimento da direção técnica, administrativa e operacional da Unidade de Saúde participante, neste ato apresentando-se também o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para que fosse tomado conhecimento e para a permissão do espaço considerado como universo de trabalho metodológico. O estudo tendo sido autorizado, todos os pacientes e os representantes legais foram devidamente identificados e orientados sobre os objetivos prospectados. Após terem compreendido e concordado espontaneamente, responderam aos questionários de dados pessoais e após anexá-los aos documentos contendo dados dos exames complementares que foram previamente realizados, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), consensualmente declarando-se dispostos a e responder ao questionário sócio epidemiológico (Apêndice B e C),aceitando a participação. 30 3. RESULTADOS Das 100 crianças portadoras do HIV atendidas na UREMIA durante o período do estudo, 34 foram excluídas da análise em virtude de não atenderem aos critérios de inclusão, tais como abandono (20 pacientes), transferência para outras instituições ou municípios (4 pacientes), óbito (2 pacientes) e serem atendidos por planos de saúde (8 pacientes). Nestes indivíduos não foi possível a aplicação do questionário epidemiológico utilizado no estudo. Desta forma, apenas 66 indivíduos permaneceram em atendimento na Unidade até a conclusão do estudo. Para considerar a adesão das crianças a TARV, utilizou-se como parâmetro as seguintes perguntas do questionário 2 (APÊNDICE C) : “Frequentam as consultas agendadas regularmente?” e “Nos últimos sete (07) dias deixou de administrar alguma medicação?”. 3.1 VARIAVÉIS RELACIONADAS ÀS CRIANÇAS 3.1.1 Perfil sócio demográfico das crianças A análise das características das crianças conforme a adesão ao tratamento, a pesquisa mostra que a faixa etária registrada que as crianças de 0 a 5 anos (76,9%) não tiveram boa adesão, no entanto, o grupo de crianças de 6 a 12 anos (52,8%) apresentou boa adesão. Considerando-se o sexo das crianças quanto à adesão ao tratamento, foi registrado que de modo significativo 61,1% das crianças do gênero feminino, não apresentaram boa adesão, contra 56,7% das crianças do sexo masculino que apresentaram boa adesão. Quanto à situação da escolaridade das crianças, a pesquisa mostrou que o grupo correspondente a 80% das crianças frequentadoras do pré-escolar portanto, a maioria, não tiveram boa adesão; enquanto que entre as crianças cursando sequencialmente do 2º ao 5º anos correspondendo a 54,2% tiveram boa adesão. Em relação ao tipo de escola que as crianças freqüentam, observou-se que a adesão foi de 48,9% entre os estudantes da escola pública e 40% da privada. 31 Tabela 1: Perfil sócio demográfico das crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013. Idade 0 a 5 anos 6 a 12 anos Gênero Feminino Masculino Escolaridade Maternal Pré-escolar 1º ano alfabetização 2º ao 5º ano 6º ao 9º ano Não estuda Escola Pública Privada Não se aplica Procedência Região Metropolitana de Belém Interior do Estado Tempo na escola por dia 2-4 horas 4-6 horas Mais de 6 horas Não se aplica % NãoAdesão N=35 % 03 28 23,1 58,2 10 25 76,9 47,2 13 53 19,6 80,4 14 17 38,9 56,7 22 13 62,9 43,3 36 30 54,5 45,5 0 01 05 13 05 07 0 20,0 41,7 54,2 50,0 46,7 0 04 07 11 05 08 0 80,0 58,3 45,8 50,0 53,3 0 5 12 24 10 15 0,0 7,6 18,2 36,4 15,2 22,7 22 02 07 48,9 40,00 43,8 23 3 09 51,1 60,0 56,3 45 05 16 68,2 7,6 24,2 12 19 41,4 51,4 17 18 58,6 48,6 29 37 43,9 56,1 24 0 0 07 47,1 0 0 46,7 27 0 0 08 52,9 0 0 53,3 51 0 0 15 77,3 0,0 0,0 22,7 Adesão n=31 Geral n % 3.2 VARIAVÉIS RELACIONADAS AO CUIDADOR 3.2.1 Perfil sócio econômico e demográfico do cuidador A faixa etária do cuidador que melhor apresenta adesão ao tratamento é dos 28 aos 37 anos (52% boa adesão), e 57% dos cuidadores do sexo masculino estão associados a fraca adesão ao tratamento (Tabela 2). O parentesco com a criança implica em 47,7% de associação a adesão ao tratamento e somente uma criança não tem como cuidador um parente e quando o cuidador era o pai a 32 criança apresentou 60% de adesão, enquanto que quando era a mãe representou 45,7% (Tabela 2). A situação trabalhista do cuidador pouco influenciou na adesão ao tratamento, por outro lado os cuidadores com o ensino médio incompleto (75%) e completo (61%) são os que têm maior adesão ( Tabela 3). Tabela 2: Características gerais dos cuidadores de crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013. Idade 18-27 anos 28-37 anos 38-47 anos 48-57 anos A partir dos 58 anos Gênero Feminino Masculino Parente da Criança Sim Não Grau de Parentesco Mãe Pai Tia-Tio Avô-Avó Primo-Prima Situação Conjugal Solteiro Casado(união estável) Viúvo % NãoAdesão N 02 13 06 05 05 40,0 52,0 40,0 45,5 50,0 28 03 Adesão N % Geral N % 3 12 09 06 05 60,0 48,0 60,0 54,5 50,0 05 25 15 11 10 7,6 37,9 22,7 16,7 15,2 47,5 42,9 31 04 52,5 57,1 59 07 89,4 10,6 31 0 47,7 0 34 01 52,3 100,0 65 01 98,5 1,5 16 03 06 06 0 45,7 60,0 46,2 50,0 0 19 02 07 06 01 54.3 40,0 53,8 50,0 100,0 35 05 13 12 01 53,0 7,6 19,7 18,2 1,5 11 20 0 42,3 50,0 0,0 15 20 0 57,7 50,0 0,0 26 40 0 39,4 60,6 0,0 33 Tabela 3: Perfil sócio econômico dos cuidadores de crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013. Situação Trabalhista Emprego Formal Trabalho Informal Desempregado Se Sim (possui carteira assinada) Sim Não Não se aplica Se empregado qual a carga horária 4-6h 6-8h Acima de 8h Não se Aplica Escolaridade Analfabeto Nível Fund.Incompleto Nível Fund.Completo Nível Médio Incompleto Nível Médio completeto Ensino Superior Renda Familiar Total 1-2 SM 3-4 SM Mais de 5 SM % NãoAdesão n 10 21 0 41,7 50,0 0 10 20 01 Adesão N % Geral n % 14 21 0 58,3 50,0 0 24 42 0 3,4 63,6 0,0 41,7 48,8 100,0 14 21 0 58,3 51,2 0 24 41 01 36,4 62,1 1,5 02 20 09 0 66,7 43,5 52,9 0 01 26 08 0 33,3 56,5 47,1 0 03 46 17 0 4,5 69,7 25,8 0,0 0 11 09 03 08 0 0 39,3 50,0 75,0 61,5 0 01 17 09 01 05 02 100,0 60,7 50,0 25,0 38,5 100,0 01 28 18 04 13 02 15 42,4 27,3 6,1 19,7 3,0 27 03 01 45,0 60,0 100,0 33 02 0 55,0 40,0 0 60 05 01 90,9 7,6 1,5 34 3.2.2 Características do cuidador relacionadas à infecção pelo HIV A pesquisa mostrou que quando os cuidadores eram portadores do HIV adesão foi maior (54, 5%), porém quando os cuidadores não eram portadores não se obteve uma boa adesão (60,6%). Todos os cuidadores conheciam os efeitos da infecção pelo HIV, e mesmo assim 53% das crianças não tiveram uma boa adesão ao tratamento. Tabela 4: Características dos cuidadores e seu relacionamento com a infecção pelo HIV, em Belém-PA no ano de 2013. n % NãoAdesão N 18 13 54,5 39,4 15 20 45,5 60,6 33 33 50,0 50,0 18 0 13 54,5 0 39,4 15 0 20 45,5 0 60,6 33 0 33 50.0 0.0 50.0 31 0 47,0 0 35 0 53,0 0 66 0 100,0 0,0 Adesão CUIDADOR Portador de Infecção pelo HIV Sim Não Se portador faz antirretroviral Sim Não Não se aplica Conhece os efeitos da Infecção Sim Não Geral % n % 35 3.3 VARIÁVEIS RELACIONADAS AO SERVIÇO DE SAÚDE Quando as crianças não faltavam às consultas a adesão representou 75,6%, porém quando teve falta entre 1-3 consultas, 100% não tiveram boa adesão e, a maioria delas (98,5%) tinham dificuldades de ir nas consultas, sendo que 52,3% não tiveram boa adesão. Das crianças que moram no interior do Estado, 51 (77,3%) delas não recebem TFD (Tratamento Fora de Domicilio), este auxílio é dado quando o paciente realiza tratamento em outro município. Dentre essas crianças que não recebem 51% não tiveram adesão ao tratamento. Tabela 5: Detalhes do comparecimento às consultas das crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013. N % NãoAdesão N 31 0 0 75,6 0 0 10 25 0 24,4 100,0 0 41 25 0 62,1 37,9 0,0 31 0 47,7 0 34 01 52,3 100,0 65 1 98,5 1,5 05 25 01 38,5 49,0 50,0 8 26 01 61,5 51,0 50,0 13 51 02 19,7 77,3 3,0 Adesão CUIDADOR Deixou de ir em alguma consulta Nenhuma 1-3 consultas 4-6 consultas Dificuldade para ir as consultas Sim Não Mora interior do Estado tem TFD Sim Não Não se aplica Geral % n % 36 Nos serviços prestados pela UREMIA que envolveu tratamento recebido e a marcação do retorno, observou-se que em relação ao atendimento 69,7% dos cuidadores disseram ser suficiente o tratamento recebido e 100% disseram ser fácil a marcação do retorno. Tabela 6: Atendimento prestado na UREMIA as crianças portadoras do HIV em Belém-PA, no ano de 2013. Como você define o tratamento recebido Suficiente Insuficiente Não responderam O retorno é marcado facilmente Sim Não Adesão N % NãoAdesão N 21 02 08 45,7 50,0 50,0 31 0 47,0 0 % Geral n % 25 02 08 54,3 50,0 50,0 46 04 16 69,7 6,1 24,2 35 0 53,0 0 66 0 100,0 0,0 37 3.4 VARIÁVEIS RELACIONADAS AO TRATAMENTO No detalhamento do uso do medicamento fornecido observou-se a seguinte descrição: 60,6% não encontrou nenhuma dificuldade na administração dos medicamentos e que 75,8% não deixou de administrar nenhum medicamento nos últimos 7 dias. Em relação à rotina da criança e do cuidador, verificou-se o seguinte: 89,4% não encontrou nenhuma dificuldade entre a administração dos medicamentos e a rotina da criança, porém 57,6% do total dos cuidadores confirmaram ter dificuldade na administração dos medicamentos e a rotina do cuidador. Tabela 7: Administração do medicamento fornecido as crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013. N % NãoAdesão N 12 19 46,2 47,5 14 21 Adesão Alguma dificuldade na administração da medicação Sim Não Nos últimos 7 dias você deixou de administrar alguma medicação Sim Não Não sabe Alguma dificuldade quanto a administração da medicação e a rotina da criança Sim Não Alguma dificuldade quanto a administração da medicação e a rotina do cuidador Sim Não Geral % n % 53,8 52,5 26 40 39,4 60,6 100,0 38,0 100 15 50 01 22,7 75,8 1,5 50,8 71,4 59 07 89,4 10,6 47,4 60,7 38 28 57,6 42,4 <0.0001 0 31 0 0 62,0 0 15 19 01 0.528 29 02 49,2 28,6 30 05 0.4098 20 11 52,6 39,3 18 17 38 Nas características sobre o tratamento, 68.2% dos cuidadores reconheciam os termos Carga Viral e CD4+/CD8+ e, 65.2% das crianças não possuíam nenhum sintoma da infecção antes do tratamento, assim como 98.5% das crianças não possuíam nenhum sinal ou sintoma relacionado com a infecção no momento. Notaram também que 98.5% das crianças melhoraram seu estado com o tratamento utilizado com o antirretroviral. Tabela 8: Características sobre o tratamento e sintomas das crianças portadoras do HIV, atendidas na UREMIA em Belém-PA, no ano de 2013. n % NãoAdesão N 24 7 53,3 33.3 21 14 46,7 66,7 45 21 68,2 31,8 13 18 56,5 41,9 10 25 43,5 58,1 23 43 34,8 65,2 0 31 0 47,7 01 34 100,0 52,3 01 65 1,5 98,5 30 1 46,2 100,0 35 0 53,8 0 65 01 98,5 1,5 Adesão Reconhece os termos: Carga viral e CD4+/CD8+ Sim: Não: Antes do tratamento a criança possuía algum sintoma da infecção Sim Não A criança possui algum sinal ou sintoma Relacionado com a infecção atualmente Sim Não Notou se o tratamento antirretroviral melhorou o estado da criança Sim Não Geral % n % 39 4. DISCUSSÃO O estudo realizado ratifica resultados obtidos em tantos outros que demonstram que a baixa adesão é comum e difícil de predizer, e não mostra que variáveis como sexo, idade, categoria de exposição ao risco e escolaridade dentre outras, são preditos de adesão e por isso, a necessidade de se entender as variáveis sociais e comportamentais constitui uma das estratégias para compreensão da adesão pelos cuidadores e até mesmo pelo paciente em tratamento, o que poderá ser um dos fatores facilitadores da adesão a partir da atuação das equipes dos serviços de saúde e intervenção adequada para obtenção da eficiência do tratamento e diminuição da chance do surgimento de resistência do HIV à TARV. Remor et al. (2007) constataram não haver influência das características sociodemográficas no grau de adesão ao tratamento. Levando-se em conta o nível socioeconômico, observa-se que não é considerado como bom preditivo do grau de adesão ao tratamento, exceto em situações quando envolve grupos de portadores do HIV/AIDS caracterizados como vivendo em linha abaixo da pobreza, conforme referenciado pelo IBGE (1910) o que não se observou na presente amostra. Na literatura a correlação entre o grau de adesão e a idade não está clara. Vias de regra a adesão cresce com o avançar da idade, exceto acima dos 75 anos. Contudo, os dados são controversos quando se relacionam com relação ao gênero, pois, em assuntos específicos, o sexo masculino tem sido mais associado com a não adesão. Mulheres com faltas ao acompanhamento clínico e esquecimento na ingestão de maior número de doses da medicação que os homens, justificando esta diferença com o fato de que são as mulheres que comumente precisam administrar as rotinas familiares e os cuidados com as crianças, esquecendo-se na maioria das vezes de cuidar de si mesmas. Colombrine et al. (2005) discutem que existem fatores considerados mais importantes do que características sociodemográficas concretas, como a idade, escolaridade ou o nível socioeconômico, embora um trabalho nacional aponte relação entre a escolaridade e a adesão. A adesão a um tratamento tão complexo e por tempo indefinido acaba esbarrando em dificuldades como os fatores a seguir citados: isolamento social, estresse, preconceito, falta de informação e consequente falta de apoio afetivo e social e de um serviço de saúde acessível. Colombrini et al. (2005); Bonolo et al. (2001) chegaram a listar estas situações com a maior vulnerabilidade destes pacientes ao desenvolvimento de resistências à medicação antirretroviral e ao adoecimento, possivelmente pela falta de cumprimento do tratamento. 40 Apurar a qualidade do grau da adesão, tanto no contexto clínico quanto no de pesquisa, é importante por diversas razões, como por exemplo, no contexto clínico, o monitoramento da adesão é essencial para identificar de forma precoce pacientes em risco de não adesão, ou que já estejam demonstrando dificuldades, a fim de esquematizar intervenções de apoio ao tratamento de acordo com cada um dos casos (Polejack e Seidl, 2010). Entre os entrevistados neste estudo 39,4% afirmou categoricamente que tem dificuldades com a administração dos medicamentos, sendo que ainda nesta pesquisa 60,6% dos pesquisados revelaram usar como estratégia para não esquecer a administração do medicamento o fato de realizá-lo após as refeições, além de deixá-los à vista e disposto sempre no mesmo lugar. Remor et al. (2007), fizeram um estudo no qual aplicou este mesmo modelo de questionário à 59 pacientes, sendo que como resultado encontrou uma pontuação média de 74,89 pontos, com desvio-padrão de 5,66. Aderir ao tratamento contra o HIV/AIDS segundo o preconizado significa ingerir os remédios prescritos pelo médico nos horários corretos, manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos, comparecer regularmente ao serviço de saúde e principalmente nos dias agendados, entre outros cuidados. Quando o cuidador do portador do HIV, não segue todas as recomendações médicas, o vírus causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais, e isso diminui as alternativas de tratamento, especialmente quando instalados em crianças. Do total de entrevistados, 98,5% relataram melhorias na carga viral da criança na última entrevista realizada. Este parâmetro sugere a efetividade da terapia, uma vez que está apresentando controle sob a replicação viral. Infere-se que um dos fatores que leva a manifestação de novas cepas virais resistentes e afeta o prognóstico do indivíduo é a baixa adesão, sendo que no caso da administração e ingestão dos antirretrovirais, a taxa de adesão sugerida gira em torno de 95%, e ela incluem não somente o uso, mas o uso regular, para evitar a falência do tratamento (Silva et al., 2009). Nesta pesquisa foi possível observar-se que 60,6% dos entrevistados não se recordavam os nomes dos medicamentos que utilizam na terapia antirretroviral para tratamento de suas crianças. Já no estudo de Souza (2010), apenas 18% dos pacientes referiram não se lembrar do nome dos medicamentos em uso, sendo que entre os 82% que lembraram, observou-se que estes tinham consigo uma lista com o nome de todos os medicamentos, desta forma, foi recomendado aos cuidadores das crianças que durante o acompanhamento mensal levassem na carteira a relação dos medicamentos em uso. 41 Observou-se também que quanto à atenção ao tratamento, 48,5% disseram esforçar-se bastante para cumprir com as recomendações e, entretanto, em relação ao tratamento e as tomadas das medicações, estudos consagrados aludem que alguns pacientes deixam de ingerir os medicamentos em finais de semana pela dificuldade em cumprir os horários devido a compromissos sociais e que se sentem inibidos para tomá-los em um encontro ou festa. Logo, este é um aspecto que necessita de maior investigação (Colombrini et al., 2005). Bonolo et al. (2001), dão destaque para a necessidade de ocorrer orientações detalhadas aos pacientes sobre o processo da terapia, para aumentar seus conhecimentos sobre a doença e melhorar a compreensão do tratamento. Na presente pesquisa 33,3% dos voluntários cuidadores consideraram como “regular” o conhecimento que têm sobre os medicamentos antirretrovirais. Todos referiram ter os serviços de saúde vistos como espaços estratégicos de informação e execução de intervenções no campo da adesão, entre as quais se inclui a disponibilidade de informação sobre a importância da adesão e a adequação do tratamento à rotina de vida do paciente, entretanto alguns queixaram que nem sempre se sentem bem orientados pelos repassadores dessas importantes informações. Com relação à questão da avaliação que o paciente faz de si mesmo 54,5% proferiram que se avaliam como sendo “muito cumpridores” do esquema antirretroviral. Em um estudo feito por Souza (2010), 56% dos pacientes entrevistados consideram-se “poucos cumpridores” do esquema antirretroviral enquanto que 31% consideram-se “cumpridores” e 13% regulares. Ao considerar-se como cumpridor do tratamento, ou seja, que procura seguir as orientações e usar o medicamento de forma correta, o cuidador em seu discurso, evidencia reconhecer a importância entre o uso do medicamento e a redução da carga viral, ratifica o desejo de tratar a criança e compreender as mudanças que a terapia traz à vida da mesma. No que se refere aos aspectos emocionais pode-se constatar que há pouca relação com o uso correto, pois a maioria dos pacientes entrevistados informou que não deixaram de administrar o medicamento mesmo sentindo que a criança apresenta estado, que pode ser considerado melhor, ou pior ou triste após o uso do mesmo. Neste estudo observou-se que todos os voluntários cuidadores envolvidos responderam que mantém uma boa relação com os médicos que assistem suas crianças. De acordo com Colombrini et al. (2005), há relação positiva entre a adesão e a boa qualidade de acompanhamento do cuidador, destacando-se também, a relação com os profissionais de saúde. Este aspecto é considerado fundamental para a adesão ao tratamento, tendo relação 42 com a percepção do cuidador da criança portadora, sobre a competência do profissional, a qualidade e a clareza da comunicação, a disposição dos profissionais em se envolver de forma afetiva e emocional com os cuidadores das crianças, tomando importantes decisões referentes ao tratamento, demonstrando o sentimento de apoio e satisfação com a equipe e quando recebe destas informações adequadas sobre o tratamento e a gravidade dos efeitos colaterais que exigem ficar atentos na lide com as crianças cujo tratamento está única e exclusivamente sob a sua responsabilidade. 43 5. CONCLUSÃO 1) Em relação ao perfil sócio demográfico das crianças, a maioria era do sexo feminino, com faixa etária de 6 a 12 anos, estudavam em escolas públicas, cursando entre o 2º e o 5º ano do Ensino Fundamental no Interior do Estado, e não recebiam Beneficio e nem TFD (Taxa referente ao Tratamento fora do Domicilio); 2) Em relação ao perfil sócio demográfico do cuidador, a maioria dos participantes eram mulheres, com algum tipo de parentesco com a criança, sem vinculo empregatício e de baixa renda; 3) A aderência é um processo em que vários fatores têm influências e pesos diversos, comprovado pelo relato dos vários motivos que os levaram a deixar de administrar os ARV em algum momento do tratamento e que estão relacionadas à conciliação entre exigências impostas pelo tratamento e atividades cotidianas, as representações sobre o HIV/AIDS e a TARV e aqueles inerentes a complexidade do tratamento; 4) As variáveis com significativa associação com a adesão foram: grau de parentesco (mãe/pai),registros médicos e satisfação com o serviço prestado pela unidade de saúde. Estas variáveis ressaltam a influência de fatores decorrentes da natureza da doença, da personalidade do cuidador, do seu entorno social, da qualidade da relação da equipe terapêutica com o cuidador e a criança, das condições do serviço de saúde e de fatores decorrentes do próprio tratamento; 44 REFERÊNCIAS ANDRADE, J.; TOMÁS, N.; LOURENÇO, S. HIV: perspectiva imunológica. Évora: Universidade de Évora, 2003. BENTWICH, Z., MAARTENS, G., TORTEN, D., LAL, A.A., & LAL, R.B. Concurrent infections and HIV pathogenesis. AIDS, 14: 2071-2081, 2000. BÉTHUNE, M. P. Non-nucleoside reverse transcriptase inhibitors (NNRTIs), their discovery, development, and use in the treatment of HIV-1 infection: A review of the last 20 years (1989–2009). Antiviral Research, 85: 75 – 90, 2010. BONOLO, P. F.; GUIMARÃES, M. D. C.; ATAR, Grupo. Adesão ao tratamento antirretroviral (ARV) em indivíduos infectados pelo HIV em dois serviços públicos de referência, Belo Horizonte (MG), 2001: análise preliminar. Minas Gerais: UDMG Departamento de Medicina Preventiva, dez. 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais. SIDA/AIDS e o terceiro mundo. Brasília: MS, 1987, p. 53-57. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais. Terapia antirretroviral e Saúde Pública: um balanço da experiência brasileira. Brasília: MS, 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais. Recomendações para terapia antirretroviral (TARV) em adultos infectados pelo HIV. Brasília: MS, 2008, p.34-36. BRASIL. Ministério da Saúde. Recomendações para terapia antirretroviral em crianças e adolescentes infectados pelo HIV. Brasília: MS, 2009. 213 p. 45 BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais (CNAIDS). Acesso universal no Brasil: Cenário atual, conquistas, desafios e perspectivas. Brasília: MS, 2010. 37 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Adesão ao tratamento antirretroviral no Brasil: coletânea de estudos do projeto ATAR. Brasília: MS, 2010a. 409 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico - AIDS e DST. Brasília: MS, 2010b. 56 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Metas e Compromissos assumidos pelos Estados-Membros na Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, UNGASS – HIV/AIDS. Resposta Brasileira 2008-2009, Relatório de Progresso do País. Brasília: MS, 2010c. 213 p. BYAKIKA-TUSIIME, J. CRANE, J. OYUGI, J. H., RAGLAND, K., KAWUMA, A., MUSOKE, P. & BANGSBERG, D.R. Longitudinal antirretroviral adherence in HIV+ Ugandan parents and their children initiating HAART in the MTCT-Plus family treatment model: role of depression in declining adherence over time. AIDS Behavior, 13: S82 – S91, 2009 CECCATO, M.G.B., ACURCIO, F.A., BONOLO, P.F., ROCHA, G. M. & GUIMARÃES, M.D.C. Compreensão de informações relativas ao tratamento antirretroviral entre indivíduos infectados pelo HIV. Cadernos de SaúdePública, 20 (5): 1388 – 1397, 2004. CHAISSON, R.E., STERLING, T.R. & GALLANT, J.E. General clinical manifestations of Human immunodeficiency virus infection (Including oral, cutaneous, renal, ocular and cardiac diseases). In: Principles and Practice of Infectious Diseases.Mandell, G.L., Bennett, J.E. & Douglas, R.G. (eds). Florida, USA: Churchill Livingstone, 2000. p. 13981415. 46 COLOMBRINI, M.R.C., LOPES, M.H.B.M. & FIGUEIREDO, R.M. Adesão à terapia antirretroviral para HIV/AIDS. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 40 (4): 576 – 581, 2005. COOPER, D.A., GOLD, J., MACLEAN, P., DONOVAN, B., FINLAYSON, R., BARNES, T.G., MICHELMORE, H.M., BROOKE, P. & PENNY, R. Acute AIDS retrovirusinfection. Definition of a clinical illness associated with seroconversion. Lancet, 1(8428): 537-540, 1985. ENGELMAN, A.; CHEREPONOV, P. The structural biology of HIV-1: mechanistic and therapeutic insights. Nature Review, 10: 279-290, Apr. 2012. FANALES-BELASIO, E., RAIMONO, M., SULIGOI & B., BUTTÒ, S. HIV virology and pathogenetic mechanisms of infection: a brief overview. Annali dell'Istituto Superiore di Sanità, 46: 5-14, 2010. FETZER, B.C., MUPENDA, B., LUSIAMA, J., KITETELE, F., GOLIN, C. & BEHETS, F. Barriers to and facilitators of adherence to pediatric antirretroviral therapy in a subSaharan setting: insights from a qualitative study. AIDS patient care and STDs, 25 (10): 1 – 11, 2011. FRANCHINA, S. AIDS: decifrando genoma virus. <http://www.liquidarea.com/wp-content/uploads/2009/08/HIV-1.jpg>. Disponível em: Acesso em: 19/08/2011. FRANKEL, A.D. & YOUNG, J.A.T. HIV-1: Fifteen Proteins and an RNA. Annual Review of Biochemistry, 67: 1-25,1998. GALLO, R.C.; SALAHUDDIN, S.Z.; POPOVIC, M.; SHEARER, G.M.; KAPLAN, M.; HAYNES, B.F.; PALKER, T.J.; REDFIELD, R.; OLESKE, J.; SAFAI, B.; WHITE, G.; FOSTER, P.; MARKHAM, P.D. Frequent detection and isolation of cytopathic retroviruses (HTLV-III) from patients with AIDS and at risk for AIDS. Science, 224: 500-503, 1984. 47 GALVÃO, J. AIDS no Brasil: a agenda de construção de uma epidemia. São Paulo, Abia, 2000. GAZZARD, B.; ANDERSON, J.; BABIKER, A.; BOFFITO, M.; BROOK, G.; BROUGH, G.; CHURCHILL, D.; CROMARTY, B.; DAS, S.; FISHER, M.; FREEDMAN, A.; GERETTI, A.M.; JOHNSON, M.; KHOO, S.; LEEN, C.; NAIR, D.; PETERS, B.; PHILLIPS, A.; PILLAY, D.; POZNIAK, A.; WALSH, J.; WILKINS, E.; WILLIAMS, I.; WILLIAMS, M.; YOULE, M. British HIV Association guidelines for the treatment of HIV-1-infected adults with antirretroviral therapy. HIV Medicine, 9: 563 – 608, 2008. GILBERT, M. T.; RAMBAUT, A.; WLASIUK, G.; SPIRA, T. J.; PITCHENIK, A. E.; WOROBEY, M. The emergence of HIV/AIDS in the Americas and beyond. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 104: 1856618570, 2007. GOMES, R. R. F. M.; MACHADO, C.J.; ACURCIO, F. A.;GUIMARÃES, M. D. C. Utilização dos registros de dispensação da farmácia como indicador da não-adesão à terapia anti-retroviral em indivíduos infectados pelo HIV, Cad. Saúde Pública, 25(3): 495-506, mar. 2009. GRAZIOSI, C.; SOUDEYNS, H.; RIZZARDI, G.P.; BART, P.A.; CHAPUIS, A.; PANTALEO, G. Immunopathogenesis of HIV infection. AIDS Research and Human Retroviruses, 14: 135-142, 1998. GREENE, W.C. The molecular biology of human immunodeficiency virus type 1 infection.New England Journal of Medicine, 324: 308-317, 1991. GROTTO, R. M. T.; PARDINI, M. I. M. C. biologia molecular do HIV-1 e genética da resistência humana à AIDS. Arq. Ciênc. Saúde, 13(3): 61-63, jul./set. 2006. 48 HABERER, J.E., COOK, A., WALKER, A.S., NGAMBI M. & FERRIER A. Excellent adherence to antirretrovirals in HIV+ Zambian children is compromised by disrupted routine, HIV nondisclosure, and paradoxical income effects. PLoS ONE, 6 (4): e-18505, 2011. HAZENBERG, M.D.; COHEN STUART, J.W.; OTTO, S.A.; BORLEFFS, J.C.; BOUCHER, C.A.; DE BOER, R.J.; MIEDEMA, F.; HAMANN, D. T-cell division in HIV- 1 infection is mainly due to immune activation: a longitudinal analysis in patients before and during highly active antirretroviral therapy (HAART). Blood, 95: 249-255, 2000. HERSCHHORN, A. & HIZI, A. Retroviral reverse transcriptase. Cellular and Molecular Life Sciences, 67: 2717-2747, 2010. JASPAN, H.B.; MUELLER, A.D.; MYER, L.; BEKKER, L.G.; ORRELL, C. Effect of caregivers’ depression and alcohol use on child antirretroviral adherence in South Africa. AIDS patient care and STD, 25 (5), 2011. LEITE, S. N.; VASCONCELOS, M. P. C. Adesão à Terapêutica Medicamentosa: elementos para discussão de conceitos e pressupostos adotados na literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 8(6): 775-782, 2003. LEMEY, P.; SOUSA,J. D. de; MÜLLER, V.; VANDAME, A. M. High GUD incidence in the early 20 century created a particularly permissive time window for the origin and initial spread of epidemic HIV strains. PLoS One, 5: 9936-9943, 2010. LEVY, J.A.; HOFFMAN, A.D.L.; KRAMER, S.M.; LANDIS, J.A.; SHIMABUKURO, J.M.; OSHIRO, L.S. Isolation of ymphocytopathic retroviruses from San Francisco patients with AIDS. Science, 225: 840-842, 1984. 49 LICHTERFELD, M.; YU, X.G.; WARING, M.T. HIV-1 specific cytotoxicity is preferentially mediated by a subset of CD8+ T cells producing both interferon gamma and tumor necrosis factor alpha. Journal of Experimental Medicine, 104: 487-494, 2004. OSMANOV, S.; PATTOU, C.; WALKER, N.; SCHWARDLÄNDER, B.; ESPARZA, J.; WHO-UNAIDS NETWORK FOR HIV ISOLATION AND CHARACTERIZATION. Estimated global distribution and regional spread of HIV-1 genetic subtypes in the year 2000. Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes, 28: 184-190, 2002. PANTALEO, G. & FAUCI, A.S. Immunopathogenesis of HIV infection. Annual Review of Microbiology, 50: 825 – 854, 1996. PARANJAPE, R.S. Immunopathogenesis of HIV infection. The Indian Journal of Medical Research, 121: 240-255, 2005. PINTO, M.E., & STRUCHINER, C.J. A diversidade do HIV-1: uma ferramenta para o estudo da pandemia. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22 (3): 473-484, 2006. PLANTIER, J.C..; LEOZ, M.; DICKERSON, J.E.; DE OLIVEIRA, F.; CONDONNIER, F.; LEMEÉ, V.; DAMOND, F.; ROBERTSON, D.L.; SIMON, F. A. new human immunodeficiency vírus derived from gorillas. Nat Med, 15: 871-872, 2009. POLEJACK, L & SEIDL, E. M. F. Monitoramento e avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral para HIV/AIDS: desafios e possibilidades. Ciência & Saúde Coletiva, 15 (Suplemento1): 1201-1208, 2010. REMOR, E; MILNER-MOSKOVICS, J; PREUSSLER, G. Adaptação brasileira do “cuestionario para la evaluación de la adhesión al tratamiento antirretroviral”. Rev. Saúde Pública, 41 (5): 685-694, 2007. REQUEJO, H.I.Z. Epidemiologia molecular do HIV no mundo. Revista de Saúde Pública, 40 (2):331-345, 2006. 50 RUBBERT, A.; BEHRENS, G.; OSTROWSKI, M. Pathogenesisof HIV-1 Infection. In: HIV Medicine. Hoffmann, C., Rockstroh, J.K. &Kamps, B.S. (eds). Cologne: Flying Publisher, 2006. SHARP, P. M.; HAHN, B. H. The evolution of HIV-1 and the origin of AIDS. Philosophical Transactions of the Royal Society of London, 365: 2487-2494, 2010. SHEARER, W.T.; QUINN, T.C.; LARUSSA, P.; LEW, J.F.; MOFENSON, L.; ALMY, S.; RICH, K.; HANDELSMAN, E.; DIAZ, C.; PAGANO, M.; SMERIGLIO, V.; KALISH, L.A. Viral load and disease progression in infants infected with human immunodeficiency virus type 1. The New England Journal of Medicine, 336 (19): 1337 – 1342, 1997. SHEPPARD, H.W.; LANG, W.; ASCHER, M.S.; VITTINGHOFF, E.; WINKELSTEIN, W. The characterization of non-progressors: long-term HIV-1 infection with stable CD4+ Tcell levels. AIDS, 7: 1159-1166, 1993. SIMON, V.; HO, D. D.; ABDOOL KARIN, Q. HIV/AIDS epidemiology, pathogenesis, prevention, and treatment. Lancet, 368: 489-504, 2006. SILVA, A. L. C. N.; WAIDMAN, M. A. P.; MARCON, S. S. Adesão e não-adesão à terapia anti-retroviral: as duas faces de uma mesma evidência. Revista Brasileira de Enfermagem, 62(2): 213-220, Mar./Abr. 2009. SOUZA JUNIOR, P. R. B.; SZWARCWALD, C. L.; CASTILHO, E. A. Delay in introducing antirretroviral therapy in patients infected by HIV in Brazil, 2003-2006. Clinics, v.62, n.5, p.579-584, 2010. STANECKI, K.; DAHER, J.; STOVER, J.; BEUSENBERG, M.; SOUTEYRAND, Y.; GARCIA CALLEJA, J. M. Antirretroviral therapy needs: the effect of changing global guidelines. Sexually Transmitted Infections, 2: 62-66, 2010. 51 TURNER, B. G. & SUMMERS, M. F. Structural biology of HIV. J Mol Biol. 285(1):1, 2009. UNAIDS - JOINT UNITED NATIONS PROGRAM ON HIV/AIDS. Global report: UNAIDS report on the global AIDS epidemic. Genova: WHO Library, 2010. 364 p. VALLABHANESI, S.; CHANDY, S.; HEYLEN, E.; EKSTRAND, M. L. Evaluation of WHO immunologic criteria for treatment failure; implications for detection of virologic failure, evolution of drug resistance and choice off second-line therapy in India. Journal of the international AIDS Society, 16: 18449-18456, 2013. VIOLARI, A.; COTTON, M.F.; GIBB, D. M.; BABIKER, A.G.; STEYN, J.; MADHI, S.A.; JEAN-PHILIPPE, P.; MCINTYRE, J.A.Early antirretroviral therapy and mortality among HIV-infected infants.The New England Journal of Medicine, 359 (21): 2233 – 2244, 2008. VOUX, A.; CHAN, M.-C.; FOLEFOC, A. T.; MADZIVA, M. T.; FLANAGAN, C. A. Constutively Active CCR5 Chemokine Receptors Differin Mediating HIV Envelopedependent Fusion. PLoS One, 8(1): 1-10, jan. 2013. WENSING, A.M.J.; VAN MAARSEVEEN, N.M. ; NIJHUIS, M. Fifteen years of HIV Protease Inhibitors: raising the barrier to resistance. Antiviral Research, 85: 59-74, 2010. WIEGERS, K.; RUTTER, G.; KOTTLER, H.; TESSMER, U.; HOHENBERG, H.; KRAUSSLICH, H.G. Sequential steps in human immunodeficiency virus particle maturation revealed by alterations of individual Gag polyprotein cleavage sites. Journal of Virology, 72: 2846-2854, 1998. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global health observatory. HIV/AIDS. Global situation and trends. 2012 Disponível <http://www.who.itn/gho/hiv/en/index.html.>. Acesso em 03/07/2013. em : 52 APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a participar da Pesquisa intitulada “ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1), ATENDIDAS EM BELÉM-PA”, a qual será realizada pela Pesquisadora Rozinete Lima Lopes, sob orientação do Prof. Luís Fernando Almeida Machado da Universidade Federal do Pará. O Projeto de Pesquisa tem como objetivo “Avaliar a adesão à terapia antirretroviral em crianças portadoras do HIV -1 em Belém – Pará e descrever os principais fatores que podem influenciar nesta adesão. O estudo será desenvolvido em crianças menores de 13 anos de ambos os gêneros residentes no estado do Pará e portadores do HIV-1, sendo, por isso, necessária a autorização dos responsáveis. Além das crianças envolvidas nesta pesquisa, também farão parte os cuidadores dos menores. Este estudo é necessário para a elaboração da dissertação de Mestrado em Epidemiologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários e será realizado pela pesquisadora acima citada e será desenvolvido por meio de estudo documental e aplicação de um questionário com os cuidadores dos menores responsáveis pela administração do tratamento. A pesquisa oferece risco mínimo uma vez que não serão empregados métodos invasivos, não consiste em estudo experimental que venha a colocar em prática qualquer nova intervenção ou mudança no cenário institucional. A pesquisa se orientará e obedecerá aos cuidados éticos colocados pela Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, considerado o respeito aos sujeitos e às Instituições participantes em todo o processo investigativo, observadas as condições de: 53 1 Consentimento esclarecido, expresso pela assinatura do presente termo; 2 Garantia de confidencialidade e proteção da imagem individual e institucional; 3 Respeito a valores individuais ou institucionais, sejam de caráter religioso, cultural ou moral; 4 Liberdade de recusa à participação, total ou parcial, pela restrição de acesso a documentos; 5 Amplo acesso aos participantes a qualquer informação acerca do estudo; 6 Que os registros, anotações e documentos coletados ficarão sob a guarda da pesquisadora principal. Só terão acesso aos mesmos os pesquisadores envolvidos. 7 Será dado o direito de verificar tudo o que está sendo feito, bem como fazer qualquer pergunta sobre a pesquisa. As informações coletadas serão utilizadas em publicações como livros, periódicos ou divulgação em eventos científicos. Caso o (a) Sr.(a) aceite participar deste estudo, solicita-se que seja assinado este termo de consentimento. Consentimento Pós-informado Eu,________________________________________________________, fui esclarecido (a) sobre a pesquisa “ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1), ATENDIDAS EM BELÉM-PA” e concordo em participar livremente do estudo, para isso dato e assino. Belém, _____ de _______________de 2013. ____________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa Campo para assentimento do sujeito menor de pesquisa (para crianças escolares e adolescentes com capacidade de leitura e compreensão): Eu,___________________________________________________(nome por extenso do sujeito de pesquisa /menor de idade), declaro que recebi todas as explicações sobre esta 54 pesquisa e concordo em participar da mesma, desde que meu pai/mãe (responsável) concorde com esta participação. _____________________________________Data:_______________ Assinatura ou impressão datiloscópica Eu,__________________________________________(nome do pesquisador ou do membro da equipe que aplicou o TCLE), declaro que forneci todas as informações referentes ao projeto de pesquisa supra-nominado. _______________________________________________________ Dr. Luís Fernando Almeida Machado (Pesquisador Responsável) _______________________________________________________ Rozinete Lima Lopes (Pesquisadora Principal) Telefone para contato: Luis Fernando Almeida Machado: (91) 3201-8412 UFPa / BAIP– (Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários - Instituto de Ciências Biológicas) E-mail: [email protected] Rozinete Lima Lopes: (91) 3201 6636/ 3184 6229/ 88557302 E-mail: [email protected] Para dúvidas sobre a eticidade da pesquisa pode consultar o CEP/HUJBB: (Comitê Ética em Pesquisa) [email protected]. Rua dos Mundurucus, 4487, (91)32016154 E-mail: 55 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO 1 PESQUISA: “Adesão à terapia antirretroviral em crianças portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana 1 ( HIV-1 ), atendidas em Belém – PA” DADOS DA CRIANÇA 1-Iniciais da criança:________________ 2-Data da Primeira consulta:_________________ 3-Data que Iniciou TARV:_____________________ 4- Data da consulta de retorno: _________ 5-Idade da criança:_______ 6-Sexo da criança: F ( ) M( ) 7-Escolaridade: a) Analfabeto ( ) b) Nível fund. inc.( ) c) Nível fund. comp.( ) 8-Escola: a) Pública ( ) b) Privada ( ) c) Não se aplica ( ) 9-Cidade onde mora: a) Região metropolitana de Belém ( ) b) Interior do Estado ( ) 10- Tempo que fica na escola por dia: a) 2-4 horas ( ) b) 4-6 horas ( ) c) Mais de 6 horas ( ) 11-Relacionamento na escola: a) Possui amigos ( ) b) Isola-se das demais crianças ( ) 12-Possui outras atividades fora da escola? a) Trabalha ( ) b) Cursos extracurriculares ( ) c) Atividades físicas ( ) 13-Sabe que é portador de HIV? 56 a) Sim ( ) b) Não ( ) 14-Como adquiriu a infecção pelo HIV? a) Através da mãe ( ) b) Outro:____________________________ 15-Possui algum sintoma relacionado com a infecção? a) Sim ( ) b) Não ( ) DADOS DO CUIDADOR 16-Iniciais:________________ 17-Idade:_______ 18-Gênero: a) F ( ) b) M ( ) 19-Parente da criança: a) Sim ( ) b) Não ( ) 20-Grau de parentesco a) Mãe ( ) b) Pai ( ) c) Tia/Tio ( ) d) Avô/Avó ( ) e) Primo/Prima ( ) 21-Situação conjugal: a) Solteiro ( ) b) Casado/União estável ( ) c) Viúvo ( ) d) Separado ( ) 22-Situação trabalhista: 57 a) Emprego Formal ( ) b) Emprego Informal ( ) c) Desempregado ( ) 23-Possui carteira de trabalho assinada? a) Sim ( ) b) Não ( ) 24-Se empregado, qual a carga horária diária? a) 4-6 h ( ) b) 6-8 h ( ) c) 8-10 h ( ) d) Mais de 10 h ( ) 25-Escolaridade: a) Analfabeto ( ) b) Nível Fundamental Incompleto ( ) c) Nível Fundamental Completo ( ) d) Nível Médio Incompleto ( ) e) Nível Médio Completo ( ) f) Ens. Superior ( ) 26-Renda familiar total mensal: S.M. = salários mínimos a) 1-2 S.M. ( ) b) 3-4 S.M. ( ) c) Mais de 5 S.M.( ) 27-Portador de infecção pelo HIV? a) Sim ( ) b) Não ( ) 28-Se portador, faz tratamento antirretroviral? a) Sim ( ) b) Não ( ) 29-Conhece os efeitos decorrentes da infecção pelo HIV? a) Sim ( ) b) Não ( ) 30-Reconhece a necessidade do tratamento desta infecção? a) Sim ( ) 58 b) Não ( ) 31-Sabe sobre a importância da administração dos medicamentos nos tempos e maneira prescritos? a) Sim ( ) b) Não ( ) 59 APÊNDICE C Data: / QUESTIONÁRIO 2 PESQUISA:“Adesão à terapia antirretroviral em crianças portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana 1 ( HIV – 1 ), atendidas em Belém – PA” 1-Iniciais da criança: ________ 2-Iniciais do cuidador:_________ 3-Data da consulta de retorno: _________ 4-O retorno está dentro do tempo recomendado? a) Sim ( ) b) Não ( ) 5-Se não, quanto tempo após o esperado? a) Menos de 1 Mês b) De 1 a 2 Meses c) De 3 a 4 Meses d) Não se aplica 6-Frequentam as consultas agendadas regularmente? a) Sim ( ) b) Não ( ) 7-Nos últimos 12 meses a criança deixou de vir a consulta quantas vezes? a) Nenhuma ( ) b) 1 a 3 consultas ( ) c) 4 a 6 consultas ( ) 8-Alguma dificuldade para frequentar estas consultas? a) Sim ( ) Qual: ______________ b) Não ( ) 9-Se moram no interior do estado, possui TFD? a) Sim ( ) b) Não ( ) 10-A criança é acompanhada fora da URE-MIA quanto a infecção ou o tratamento? a) Sim ( ) b) Não ( ) / 60 11-São acompanhados psicologicamente? a) Sim ( ) b) Não ( ) 12-São acompanhados socialmente? a) Sim ( ) b) Não ( ) 13-Como é o relacionamento com o pessoal de saúde da URE-MIA? a) Bom ( ) b) Indiferente ( ) c) Ruim ( ) 14-Como define o tratamento oferecido? a) Suficiente ( ) b) Insuficiente ( ) c) Indiferente ( ) 15-O retorno é marcado facilmente, respeitando a vontade do cuidador? a) Sim ( ) b) Não ( ) 16-O cuidador entendeu a prescrição feita pelo médico? a) Sim ( ) b) Não ( ) 18-Quantos comprimidos e/ou ml de solução da medicação/dia são administrados?Doses e intervalos a) 1 a 2 doses /dia ( ) b) 3 a 4 doses/dia ( ) c) + de 4 doses/dia ( ) 17-Nos últimos sete( 07 ) dias deixou de administrar alguma medicação? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Nãosabe ( ) 18-Administrou a medicação recomendada nos tempos previstos? a) Sim( ) b) Não( ) 19-Alguma dificuldade na administração da medicação? a) Sim ( ) 61 b) Não ( ) 20-Alguma dificuldade quanto à administração da medicação e a rotina da criança? a) Sim ( ) b) Não ( ) 21-A implantação do tratamento decorreu em alguma mudança na rotina da criança? a) Sim ( ) b) Não ( ) 22-Alguma dificuldade quanto à administração da medicação e a rotina do cuidador? a) Sim ( ) b) Não ( ) 23-A implantação do tratamento decorreu em alguma mudança na rotina do cuidador? a) Sim( ) b) Não( ) 24-Surgiu alguma dificuldade de relacionamento na escola ou em casa? 1- Sim( ) 2- Não( ) 25-Surgiu alguma dificuldade de relacionamento na escola ou em casa? a) Sim( ) b) Não( ) 26-Sabe da necessidade do acompanhamento periódico feito pelo médico? a) Sim( ) b) Não( ) 27-Reconhece os termos seguintes termos? a) Carga viral:Sim ( ) Não ( ) b) CD4+/CD8+:Sim ( ) Não ( ) 28-Antes do tratamento a criança possuía algum sintoma da infecção? a) Sim ( ) b) Não ( ) 29-A criança possui algum sinal ou sintoma relacionado com a infecção atualmente? a) Sim ( ) b) Não ( ). 62 30-A criança possui algum sintoma adverso relacionado com a medicação antirretroviral? a) Sim ( ) b) Não ( ) 31-Notou se o tratamento antirretroviral melhorou o estado da criança? a) Sim ( ) b) Não ( ) 63 APÊNDICE D HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO UFPA PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 1 (HIV-1), ATENDIDAS EM BELÉM, PA. Pesquisador: Rozinete Lima Lopes Área Temática: Versão: 2 CAAE: 02346413.8.0000.0017 Instituição Proponente: Instituto de Ciências Biológicas (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA) Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer:300.762 Data da Relatoria:11/06/2013 64 Apresentação do Projeto: Estudo referente à Adesão à Terapia Antirretroviral em crianças portadoras da Imunodeficiência Humana 1(HIV-1), atendidas em Belém-Pa. No que tange o cuidado pediátrico, o Ministério da Saúde prevê algumas diretrizes que abordam desde a profilaxia em gestantes portadoras do vírus da imunodeficiência humana até o tratamento de crianças e adolescentes infectados pelo HIV. Por exemplo, no início o acompanhamento deve ser realizado mensalmente até o 6° mês de vida da criança nascida de mãe soropositiva para o HIV, se tornando bimestral a partir do 2º semestre (BRASIL, 2009). As crianças e os adolescentes sem indicação para uso de terapia antirretroviral também devem ser avaliados clínica e laboratorialmente em intervalos regulares de um a dois meses, na tentativa de detectar precocemente as manifestações clínicas e as alterações sugestivas de AIDS. Além disso, também é de extrema importância a identificação de aspectos psicológicos, familiares, sociais e culturais que possam influenciar a qualidade de vida tanto do paciente e quanto dos familiares, afetando assim a adesão à terapia antirretroviral. Neste sentido também deve ser oferecido apoio psicológico e assistência social ao paciente infectado pelo HIV e aos familiares destes indivíduos (BRASIL, 2009). Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal. Será avaliada toda a população de crianças soropositivas para a infecção pelo HIV com indicação de tratamento para AIDS, atendidas na Unidade de Referência Especializada Materno-Infantil e Adolescente (UREMIA), localizada na cidade de Belém, no primeiro semestre de 2013. Além das crianças envolvidas nesta pesquisa, farão parte também os respectivos responsáveis pela administração do tratamento, através da resposta ao questionário socioepidemiológico. Objetivo da Pesquisa: Avaliar a adesão à terapia antirretroviral em crianças portadoras do HIV-1 com indicação de tratamento em Belém, Pará, e descrever os principais fatores que podem influenciar nesta adesão. Conhecer o perfil socioeconômico de crianças infectadas pelo HIV ou com AIDS em Belém, Pará; Investigar a adesão ao TARV em crianças infectadas HIV com indicação de tratamento para AIDS, atendidas em uma Unidade de Referência de Belém, Pará; 65 Descrever os fatores que influenciam a adesão à TARV em crianças infectadas pelo HIV; Correlacionar a adesão à TARV com a progressão da AIDS na população estudada. Avaliação dos Riscos e Benefícios: Risco mínimo, uma vez que não serão empregados métodos invasivos. Os riscos se referirão ao possível manuseio incorreto dos dados dos pacientes, quebra de sigilo ou preenchimento incompleto do questionário sócioepidemiológico que poderão impossibilitar a análise posterior dos dados. No entanto, os mesmos serão minimizados pelo compromisso ético do pesquisador responsável, o qual aplicará o questionário pessoalmente resguardando a integridade dos participantes. Benefícios: Para o indivíduo pesquisado o benefício está baseado na possibilidade do conhecimento de informações que visem melhorar a sua adesão a terapia antirretroviral, uma vez que identificando possíveis falhas, torna se possível trabalhar estratégias para garantir o seguimento do tratamento. Para o pesquisador e a comunidade científica este projeto, com fins acadêmicos, proporcionará uma ampliação dos conhecimentos acerca do assunto abordado e a possibilidade de discutir junto a gestão em saúde estratégias de melhoria. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Pesquisa relevante. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Atendidas as pendências. Recomendações: Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Sem pendências. Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: 66 Não Considerações Finais a critério do CEP: Diante do exposto, este Colegiado manifesta-se pela APROVAÇÃO do protocolo de pesquisa por estar de acordo com a Resolução nº196/96 e suas complementares do Conselho Nacional de Saúde/MS. Em atendimento a Res. 196 esclarecemos que a responsabilidade do pesquisador é indelegável, indeclinável e compreende os aspectos éticos e legais. E ao mesmo cabe ainda: 1- desenvolver o projeto conforme delineado; 2- elaborar e apresentar os relatórios parciais, e em prazo máximo de 60 (sessenta) dias, após a finalização da pesquisa, apresentar o relatório final, incluindo os resultados finais da pesquisa, impresso e na Plataforma Brasil; 3- apresentar dados solicitados pelo CEP, a qualquer momento; 4- manter em arquivo, sob sua guarda, por um período de 5 (cinco) anos após o término da pesquisa, os seus dados, em arquivo físico ou digital; 5- encaminhar os resultados para publicação, com os devidos créditos aos pesquisadores associados e ao pessoal técnico participante do projeto; 6- justificar, perante o CEP, interrupção do projeto ou a não-publicação dos resultados. Endereço: RUA DOS MUNDURUCUS 4487 Bairro: GUAMA UF: PA Telefone: (91)3201-6754 Fax: (91)3201-6663 CEP:66.073-000 Município: BELEM E-mail: [email protected] BELEM, 11 de Junho de 2013 ____________________________________________________ Assinado por: João Soares Felício (Coordenador)