MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Mecânica Geral Básica Trabalho e Energia Prof. Nelson Luiz Reyes Marques MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Introdução Equação fundamental da dinâmica: Integrando: p p0 dp F dt t dp Fdt t0 t p p0 Fdt I t0 A variação da quantidade de movimento de uma partícula é igual ao impulso. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Introdução Substituindo p por mv , temos : 1 mv mv0 I ou v v0 I m dr v dt r t 1 1 t r0 dr t0 (v0 m I )dt ou r r0 v0t m t0 Idt Existem problemas em que a força não é conhecida como função do tempo, mas como função da posição. Nesse caso não podemos calcular a integral acima. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Introdução As leis de Newton permitem analisar vários tipos de movimentos. Esta análise pode ser bastante complexa, necessitando de detalhes do movimento que são inacessíveis. Exemplo: qual é a velocidade final de um carrinho na chegada de um percurso de montanha russa? Despreze a resistência do ar e o atrito, e resolva o problema usando as leis de Newton. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Introdução vi 0 vf ? MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho O trabalho é uma quantidade escalar, ou seja, tem módulo e sinal, mas não direção. Trabalho para um deslocamento infinitesimal. dW F dr O vetor diferencial dr é o deslocamento infinitesimal. As unidades do trabalho são comprimento força. 1 J joule 1 N 1 m MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho dW F dr dW F ds cos dW FT ds O trabalho é igual ao produto do deslocamento pela componente da força ao longo do deslocamento. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho Forças que não realizam trabalho (ds = 0 ou cos a = 0): • reação no pino sem atrito apoiando corpo em rotação, • reação na superfície sem atrito quando o corpo se move em contato ao longo da superfície, • força centrípeta no movimento circular, • peso de um corpo quando seu centro de gravidade se move horizontalmente. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho O trabalho total realizado sobre uma partícula, quando transportada de A para B é a soma de todos os trabalhos infinitesimais realizados durante os sucessivos deslocamentos infinitesimais, isto é, W F1 dr1 F2 dr2 F3 dr3 ... B B A A W F dr FT ds. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho O trabalho é representado pela área sob a curva obtida traçando-se FT em função de s. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho Um caso particular é aquele em que a força é constante em módulo, direção e sentido e o corpo move-se segundo uma linha reta na direção da força. Então FT = F W B A B Fds F ds Fs A Se Fx, Fy e Fz são as componentes retangulares de F, e dx, dy e dz são as componentes retangulares de dr, temos B W ( Fx dx Fy dy Fz dz ) A MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho Quando uma partícula está sujeita a várias forças F1 , F2 e F3 , o trabalho realizado durante o deslocamento dW dW1 dW2 dW3 ... dW F1 dr F2 dr F3 dr ... dW ( F1 F2 F3 ...)dr dW F dr O trabalho da força resultante de várias forças que atuam sobre uma partícula é igual à soma dos trabalhos das forças componentes. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Potência Mede a rapidez com que o trabalho é realizado. Potência instantânea: dW P dt F dr P F v dt Unidade: 1 W Potência média: 1j 1s Pmed W t MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 1 Um automóvel de massa igual a 1200 kg sobe uma longa colina, inclinada de 5º, com uma velocidade constante de 36 km/h. Calcule o trabalho que o motor deve realizar em 5 min e a potência desenvolvida por ele. Despreze os efeitos do atrito. FR ma F mg sen ma v cte a 0 F mg sen 1200.9.8.sen5 1, 024 10 N 0 3 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 1 v 36 km 10 m h s t 5 min 300 s s v.t 10.300 3000m 3 103 m W Fs 1, 024 103.3 103 3, 072 106 j W 3, 072 106 4 P 1, 024 10 w 2 t 3 10 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 2 Calcule o trabalho necessário para distender a mola por 2 cm sem aceleração. Sabe-se que, quando um corpo de massa igual a 4 kg é suspenso pela mola, o comprimento da mesma aumenta de 1,5 cm. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 2 F mg 4 9,8 39.2 N 39, 2 N F kx x 1, 5 102 x 2, 61 103 Nm 1 x x 0 0 W Fdx 1 2 kxdx kx 2 1 W 2, 61 103 (2 10 2 ) 2 5, 22 10 1 J 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 3 Uma força F = 6t N age sobre uma partícula cuja massa é 2 kg. Se a partícula parte do repouso, procure o trabalho realizado pela força durante os primeiros 2 s. F 6t F ma a 3t m s 2 m 2 v t dv a dv adt dv adt v0 t0 dt t v (3t )dt 1, 5t 2 m s 1 0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 3 x t dx v dx vdt dx vdv x0 t0 dt t t t0 0 x x0 vdt x (1, 5t 2 )dt 0, 5t 3 m 1 x 13 t ( ) 1, 26 x 3 0, 5 F 6t 7, 56 x 1 x x 0 0 3 N W Fdx (7, 56 x ) dx 5.67 x 1 3 4 3 x4m t2s x 0, 5t 4 m 3 W 5, 67 x 4 3 5, 67(4) 4 3 36 J MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 3 Outra solução: x 0, 5t 3 m dx 1, 5t dt F 6t 2 x x x0 0 W Fdx (6t )(1, 5t 2 dt ) 2, 25t 4 J t 2 s W 2, 25(2) 4 36 J MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Energia Cinética dv dp Temos que a força tangencial é FT maT m . dt dt Portanto dv dp ds FT ds m ds mdv mvdv, pois dt dt dt ds v . dt O trabalho total é B B A A W FT ds 1 1 2 mvdv mvB mv A2 2 2 Esse resultado indica que, independente da forma funcional da força e da trajetória seguida pela partícula, o valor do trabalho W realizado pela força é sempre igual a variação da quantidade ½ mv2 entre o inicio e o fim da trajetória. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Energia Cinética A quantidade ½ mv2 é chamada energia cinética. 1 2 T Ek mv 2 ou p2 T= Ek 2m O trabalho total realizado sobre uma partícula pela força resultante é igual à variação da sua energia cinética. W Ek , B Ek , A TB TA Esse resultado geral é válido qualquer que seja a natureza da força. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 4 Usando os dados do exemplo 3, calcule diretamente a energia cinética que a partícula ganha num tempo t. como a velocidade no instante t era v 1, 5t 2 m s 1 , portanto a energia cinética da partícula é 1 1 2 2 1 2 Ek mv (2kg )(1, 5t m s ) 2 2 EK 2, 25t 4 J . A energia cinética inicial da partícula em t = 0 é nula; assim o ganho de energia cinética da partícula no intervalo de tempo t é Ek – Ek,0 = 2,25 t4 J, que é exatamente o trabalho realizado sobre a partícula, de acordo com o segundo resultado do exemplo 3. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 5 A mola do exemplo 2 é colocada na posição horizontal. A massa m é deslocada para a direita a uma distância a, e abandonada. Calcule sua energia cinética quando ela se encontra a uma distância x da posição de equilíbrio. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 5 F kx Na posição de equilíbrio x = 0, F = 0 Na posição (b), x = a, F = -ka, v0 = 0, logo Ek = 0. Considerando v a velocidade na posição intermediária x. 1 1 2 W FT dx mv mv02 A 2 2 v0 0 Ek ,0 0 B x x 1 1 2 2 2 mv Fdx ( kx )dx k (a x ) a a 2 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 6 Dois blocos estão unidos por um cabo inextensível como mostrado. Se o sistema é solto do repouso, determine a velocidade do bloco A depois de ter movido 2 m. Suponha que o coeficiente de atrito entre o bloco A eo plano é μ = 0,25 e que a polia é sem peso e sem atrito MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 6 SOLUÇÃO: • Aplicar o princípio do trabalho e energia separadamente para os blocos A e B. FP , A 200 kg 9.81m s 2 1962 N FA k N A kWA 0.25 1962 N 490 N T2 T1 W12 T1 W12 T2 0 FC 2 m FA 2 m 12 mAv 2 FC 2 m 490 N 2 m 1 2 200 kg v 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 6 FP , B 300 kg 9.81m s 2 2940 N T1 T2 W12 T1 W12 T2 : 0 Fc 2 m FP , B 2 m 12 mB v 2 Fc 2 m 2940 N 2 m 1 2 300 kg v 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 6 • Quando as duas relações são combinadas, o trabalho das forças do cabo cancela. Resolva para a velocidade. FC 2 m 490 N 2 m 12 200 kg v 2 Fc 2 m 2940 N 2 m 12 300 kg v 2 2940 N 2 m 490 N 2 m 12 200 kg 300 kg v 2 4900 J 12 500 kg v 2 v 4.43 m s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho de uma Força Constante Consideremos uma partícula de massa m que se move sob ação de uma força F que é constante em módulo, direção e sentido. Quando a partícula se move de A para B, ao longo da curva (1), o trabalho de F é B W F dr A B W F dr A W F (rB rA ) O trabalho nesse caso é independente da trajetória que liga os pontos A e B. Se a partícula se mover pela curva (2), o trabalho será o mesmo. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho realizado pela Força Gravitacional Uma aplicação importante do trabalho de uma força constante é o trabalho realizado pela força da gravidade. F mg j mg rB rA i ( xB x A ) j ( yB y A ) W mg ( yB y A ) W mgy A mgyB O trabalho depende somente da diferença YB – YA. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 7 Uma massa de 2 kg, ligada a um fio de um metro de comprimento, com outro extremo fixo, é deslocada a um ângulo de 30°com a vertical. Determine a velocidade da massa quando o fio forma um ângulo de 10°com a vertical, do mesmo lado e do lado oposto. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 7 W mg ( y y0 ) W mgy0 mgy y0 y B`C ` OC `OB` OB` l cos 0 OC ` l cos y0 y l (cos cos 0 ) W mgl (cos cos 0 ) Ek ,C 1 mv 2 2 e Ek , B 0 W Ek Ek ,C Ek , B 1 mv 2 mgl (cos cos 0 ) ou v 2 v 2 gl (cos cos 0 ) 2 9,8 1 (cos100 cos 300 ) 1, 526 m/s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Forças Conservativas Uma força é conservativa quando a sua dependência com o vetor-posição r ou com as coordenadas x, y, z da partícula é tal que o trabalho W pode ser sempre expresso como a diferença entre os valores de uma quantidade Ep(x, y, z) nos pontos inicial e final. O trabalho realizado por independente da trajetória. forças conservativas é MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Energia Potencial A quantidade Ep(x, y, z) é chamada energia potencial e é função das coordenadas da partícula. Então, se F é uma força conservativa. B W F dr E p , A E p , B U A U B A A energia potencial é uma função das coordenadas tal que a diferença entre seus valores na posição inicial e na posição final é igual ao trabalho realizado sobre uma partícula para movê-la da posição inicial até a posição final. W E p E p ,inicial E p , final U inicial U final U E p mgy C C= constante arbitrária. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Trabalho de uma Forças Conservativas O trabalho realizado por forças conservativas é independente da trajetória. O trabalho realizado por uma força conservativa em uma curva fechada, de tal forma que o ponto final coincide com o inicial, é NULO. E p, A E p,B W 0 W F dr 0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Derivada direcional da EP F dr dE p B B A A W F dr dE p W ( E p , B E p , A ) E p , A E p . B F dr Fds cos dE p F cos ds dE p ds derivada direcional de E p MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Energia Potencial Quando um vetor é tal que sua componente em qualquer direção é igual à derivada direcional de uma função naquela direção, o vetor é dito gradiente da função. Assim dizemos que F é o negativo do gradiente de Ep F grad E p E p Quando estamos interessados nas componentes retangulares de F, ao longo dos eixos x, y e z, Fcos torna-se Fx, Fy e Fz e o deslocamento ds fica dx, dy e dz, tal que Fx E p x , Fy F grad E p u x E p y E p x , Fz uy E p y E p z uz ou E p z MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Energia Potencial Se o movimento está contido num plano e são usadas as coordenadas r, , o deslocamento ao longo do raio vetor r é dr e o deslocamento perpendicular ao raio vetor é rd. As componentes radial e transversal da força são Fr E p r 1 E p F r MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Força Central Se a força é central existe somente componente radial e F = 0, resultando E p 0 , que implica na não dependência de Ep com . Como resultado, uma força central depende somente da distância da partícula ao centro. A energia potencial associada a uma força central depende somente da distância da partícula ao centro de forças e, reciprocamente, a força associada com uma energia potencial que depende somente da distância da partícula a uma origem de forças é uma força central cuja linha de ação passa por essa origem. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Força não é central Quando as forças não são centrais, há um torque em torno do ponto O, dado por = F r, desde que a componente radial da força não contribui para o torque. O torque em torno de O é E p 1 E p F F r r E p Essa expressão geral dá o torque numa direção perpendicular ao plano no qual o ângulo é medido. Sempre que a energia potencial depende de um ângulo existe um torque aplicado ao sistema, resultando numa variação do momento angular em uma direção perpendicular ao plano do ângulo. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 8 Determine a energia potencial associada com as seguintes forças centrais: (a) F = kr (b) F = k/r2. Em ambos os casos, se k for negativo a força será atrativa e se k for positivo a força é repulsiva. (a) F E p r kr ou dE p kr dr 1 2 Integrando, obtemos E p kr dr kr C 2 É habitual fazer-se Ep = 0 em r = 0, de tal forma que C = 0 e 1 2 E p kr . Considerando r2 = x2 + y2 + z2, podemos escrever 2 Ep 1 k ( x2 y 2 z 2 ) 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 8 Fx E p x k x, Fy E p y k y, Fz E p z r z Resultado que era esperado, de vez que a força central F = kx na forma vetorial é (b) F k r k (u x x u y y u z z ). E p k dr F 2 ou dE p k 2 r r r dr k Integrando, obtemos E p k 2 C r r É habitual fazer-se Ep = 0 em r = , de tal forma que C = 0 e k Ep . r MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 9 Um colar de 90 N desliza sem atrito ao longo de uma haste vertical, como mostrado. A mola unida ao colar tem um comprimento indeformado de 10 cm e uma constante de 540 N/m. Se o colar é solto do repouso na posição 1, determine a sua velocidade depois de ter movido 15 cm para a posição 2. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 9 SOLUÇÃO: • Aplicar o princípio da conservação de energia entre as posições 1 e 2. x1 20cm 10cm 10cm 0,1m U e kx 1 2 Posição 1: 2 1 1 2 540 N m 0,1m U g 0 n. de ref. U1 U e U g 2, 7 J T1 0 2 2, 7 J MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 9 Posição 2: x 2 25cm 10cm 540 N / m 0,15m 6,1J U g FPY 90 N 0,15 m 13,5 J U e kx 1 2 2 2 2 1 2 U 2 U e U g 6,1 13,5 7, 4 J 1 90 2 T2 mv v2 4,59v22 2 9,81 1 2 2 2 Conservação de energia: T1 V1 T2 V2 0 2,7J 4,59v22 7,4 J v2 1,48 m s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Conservação da Energia Mecânica de uma Partícula Quando a força que age sobre uma partícula é conservativa, podemos combinar as equações B W F dr E p , A E p , B A e W Ek , B Ek , A que dá E p , A E p , B Ek , B Ek , A ( Ek E p ) A ( Ek E p ) B onde é chamada energia total da partícula. Quando as forças são conservativas, a energia mecânica total E da partícula permanece constante. E Ek E p const. E 1 mv 2 mgy const. 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 10 Um carrinho está em movimento sobre uma montanha russa. Qual a velocidade do carrinho no ponto C? (V(C) 12,8 m/s) 15 m/s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 11 Determine a altura mínima da qual deve partir uma bola para completar com sucesso a curva de laço mostrada na figura. Suponha que a bola deslize sem rolar e sem atrito. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 11 No ponto mais alto do laço (B) mv 2 Fc F mg R Como F = 0, temos v 2 gR Ek , A E p , A Ek , B E p , B mvB 2 0 mghA mghB 2 mgR 5 mgh mg 2 R h R 2 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 12 O bloco de 2,25 N é empurrado contra a mola e liberado do repouso em A. Desprezando atrito, determine a menor deflexão da mola para que o bloco dê a volta em torno do faço ABCDE e permaneça o tempo todo em contato com ele. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 12 SOLUÇÃO: • Definindo a força exercida pelo loop como zero, para resolver a velocidade mínima em D. Fn man : FP man mg m vD2 r vD2 rg 0,6 m 9,81m s 5,89 m 2 s 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 12 • Aplicar o princípio da conservação de energia entre os pontos A e D. U1 U e U g 12 kx 2 0 1 2 540 N m x 2 270 x 2 T1 0 U 2 U e U g 0 FP y 2, 25 N 1, 2m 2, 7 J U2 2, 7 J 1 2, 25 N 2 2 T2 mv 5,89 m s 0, 675 J 2 2 9,81m s 1 2 2 D MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 13 Um satélite é lançado em uma direção paralela à superfície da Terra com uma velocidade de 36.900 quilômetros por a hora de uma altitude de 500 km. Determine a altitude máxima atingida pelo satélite. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 13 • Aplicar os princípios para os pontos de altitude mínima e máxima para determinar a altitude máxima. Conservação de energia : TA U A TA U A 1 2 GMm 1 2 GMm mv 2 mv1 r0 r1 2 0 Conservação da quantidade de movimento angular : r0mv0 r1mv1 r0 v1 v0 r1 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 13 Combinando, 2 r0 GM r0 1 2 1 2 v0 1 2 r0 r1 r1 r0 2 2GM r0 1 1 2 2 r1 r0 v0 r1 r0 r0 2GM 1 1 2 r r r v 1 1 0 0 r0 2GM 1 r1 r0 v02 r0 1 r1 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 13 r0 2GM 1 2 r1 r0 v0 r0 6370 km 500 km 6870 km v0 36900 km h 10.25 106 m s 2 GM gR 9.81m s 6.37 10 m 398 1012 m3 s 2 2 2 6 r1 60.4 106 m 60400 km MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Mov. retilíneo sob ação de forças conservativas No caso geral de um movimento retilíneo, a energia potencial depende apenas de uma coordenada, digamos x e podemos escrever: 1 E mv 2 E p ( x ) 2 2 dx 1 dx v E m EP ( x ) dt 2 dt dx 2 E E p ( x ) dt m 1 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Mov. retilíneo sob ação de forças conservativas Podemos escrever essa equação numa forma em que as variáveis x e t são separadas, isto é, a variável x aparece de um lado da equação e a varável t aparece do outro lado. Podemos escrever dx 2 E E p x m 1 2 dt Integrando (e fazendo por t0 = 0 por conveniência), temos x x0 dx 2 E E x p m t 1 2 dt t 0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 14 Use a equação anterior para resolver o problema do movimento retilíneo sob força constante. Se a força F é constante, temos: Fx dE p dx dE p Fdx E p Fx C Considerando Ep = 0 para x = 0, resulta C = 0. Então E p Fx é a expressão da energia potencial associada a uma força constante. Fazendo x0 = 0, teremos 1 2 m 1 2 x 0 dx E Fx 1 2 t MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exemplo 14 dx x 0 1 2 E Fx 1 2 1 2 1 2 2 2 2 2 t E Fx E t F F m m 1 2 1 2 Resolvendo para x, resulta Como, Resulta 1 F 2 2E x t t 2m m F a m 1 2E 2 2 E mv Fx, para t 0, x 0 v 2 m 1 2 x at v0t 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da Energia potencial elástica Vamos considerar que a energia mecânica deste sistema tem valor Eo MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da Energia potencial elástica Quando x = ± L toda a energia mecânica está sob a forma de energia potencial. Esses pontos x = ± L são chamados pontos de inversão pois ao chegar neles a velocidade da partícula se anula e inverte o sentido. Quando x = 0 toda a energia mecânica é cinética. O movimento da partícula está confinado à região -L≥x≥+L. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da energia potencial de uma partícula MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da energia potencial de uma partícula A) E = E0 Para esse valor de energia mecânica, toda a energia é potencial e portanto a energia cinética será sempre zero. A partícula vai estar permanentemente localizada na posição x = x0 e com velocidade nula. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da energia potencial de uma partícula B) E = E1 Como E ≥ U(x) para esse valor de energia mecânica x1≥ x ≥ x2 . A partícula está confinada a se movimentar entre os pontos x1 e x2 , passando pelo ponto xo, de mínimo da energia potencial e consequentemente de máximo da energia cinética. Nos pontos x1 e x2 temos E1 = U(x1) = U(x2), e portanto toda a energia é potencial. Isso implica que a energia cinética é nula nesses pontos. Esses pontos são chamados pontos de retorno (ou pontos de inversão) pois a partícula estava se movendo em um sentido, sua velocidade se anulou e ela retornou usando o sentido contrário. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da energia potencial de uma partícula C) E = E2 Existem quatro pontos de retorno D) E = E3 Existe apenas um ponto de inversão. Se a partícula estiver se movendo em direção ao ponto x = 0 , ao chegar em x = x3 ela para, retornando no sentido contrário. E) E = E4 Não existem pontos de retorno. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Relação entre força e potencial Em uma dimensão, temos: x W F ( x) dx E p , x0 E p , x U ( x0 ) U ( x ) x0 dU ( x) F ( x) dx MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da energia potencial de uma partícula A) No ponto x = x0 temos um equilíbrio estável e citaremos como exemplo dessa situação um pêndulo em equilíbrio na sua posição vertical inferior. Se alterarmos a sua posição, surge uma força restauradora e o sistema tende a voltar à posição de equilíbrio inicial. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Gráfico da energia potencial de uma partícula B) No ponto x = x4 temos um equilíbrio instável e citaremos como exemplo dessa situação um pêndulo em equilíbrio na sua posição vertical superior. Se alterarmos a sua posição, surge uma força que afasta ainda mais o sistema de sua situação de equilíbrio inicial. C) No ponto x ≥ x5 temos um equilíbrio indiferente. Se alterarmos a sua posição não acontece nenhuma das duas situações anteriores. Uma exemplo desse caso seria um cone apoiado em uma face lateral. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Forças não conservativas Vamos considerar que estão atuando N forças sobre uma dada partícula, de modo que a força resultante será dada por: N F F1 F2 ... FN Fi i 1 Como já foi mencionado, o trabalho executado pela força resultante é igual à variação da energia cinética da partícula: N T WF W1 W2 WN Wi i 1 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Forças não conservativas Se forem conservativas todas as forças mencionadas, teremos: T WC U T U 0 T U E 0 Para cada força conservativa teremos a sua energia potencial associada a ela, daí a soma das energias potenciais. A soma das energias potenciais com a energia cinética nos dá a energia mecânica E. Quando existem apenas forças conservativas, a energia mecânica não varia E = 0 , sendo então uma constante de movimento. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Forças não conservativas Se, por outro lado, tivermos atuando também forças nãoconservativas (em particular a força de atrito), teremos: T WC WA U WA T U WA T U E WA E E f Ei WA MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Forças não conservativas como é negativo o trabalho executado pela força de atrito, acontecerá uma perda da energia mecânica; a energia mecânica final será menor que a energia mecânica inicial. ∆𝑬 < 𝟎 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exercícios 1. Uma força 𝐹 que dura 20 s é aplicada a um corpo de massa igual a 500 kg. A força produz no corpo que estava inicialmente em repouso, uma velocidade final de 0,5 m ∙ s-1. Se a força cresce linearmente com o tempo durante 15 s e depois decresce até zero, também linearmente, durante 5 s, (a) determine o impulso causado sobre o corpo pela força, (b) calcule a força máxima exercida sobre o corpo, e (c) faça um gráfico de 𝐹 contra 𝑡 e procure a área sob essa curva. Esse resultado concorda com (a)? Suponha que 𝐹 seja a única força que age no corpo. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exercícios 2. Calcule o trabalho realizado por um homem que arrasta um saco de farinha de 65 kg a uma distância de 10 m sobre o solo com uma força de 25 kgf, erguendo-o depois até a carroceria de um caminhão de 75 cm de altura. Qual é a potência média desenvolvida se o processo todo foi realizado em 2 min? 3. Um corpo de massa igual a 4 kg move-se para cima num plano inclinado de 20° com a horizontal. As seguintes forças agem sobre o corpo: uma força horizontal de 80N, uma força de 100 N paralela ao plano inclinado no sentido do movimento. O corpo desliza 10 m sobre o plano. Calcule o trabalho total realizado pelo sistema de forças que age sobre o corpo, assim como o trabalho executado por cada um a delas. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exercícios 4. Um corpo com 0,10 kg de massa cai de uma altura de 3m sobre um monte de areia. Se o corpo afunda 3 cm antes de parar, qual é modulo da força constante que a areia exerceu sobre o corpo? 5. Um automóvel sobe uma rampa inclinada de 3°, com velocidade constante de 45 km ∙ s-1. A massa do automóvel é de 1 600 kg. Qual é a potência desenvolvida pelo motor? Qual o trabalho realizado em 10 s? Despreze as forças de atrito. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exercícios 6. Dada 𝐹 = 𝑢𝑥 7 − 𝑢𝑦 6 𝑁 . (a) Calcule o trabalho realizado quando uma partícula submetida a essa força vai da origem a 𝑟 = 𝑢𝑥 −3 + 𝑢𝑦 4 + 𝑢𝑧 16 𝑚 . Será necessário especificar o caminho seguido pela partícula? (b) Calcule a potência média quando a partícula leva 0,6s para ir de um ponto ao outro. Exprima sua resposta em watts e HP. (c) Sendo a massa da partícula 1,0 kg, calcule a variação de energia cinética. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 4 Exercícios 7. Uma bomba com 10 kg de massa é largada de um avião que voa horizontalmente com velocidade 270 km/h. Se o avião está a 100 m de altitude, calcule: (a) a energia cinética inicial da bomba; (b) sua energia potencial inicial; (c) sua energia total; (d) sua velocidade quando ela atinge o solo; (e) suas energias cinética e potencial 10 s após o início da queda. 8. Usando somente a conservação da energia, calcule a velocidade da bomba do problema anterior quando ela se encontra a 50 m acima do solo, e sua altitude quando a energia cinética tiver aumento de 30 % em relação ao valor inicial.