16° TÍTULO: FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DO DIAGNÓSTICO CITOPATOLÓGICO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): BIANCA VIEIRA DA SILVA GARDIM ORIENTADOR(ES): ANA MARINA REIS BEDÊ BARBOSA 1. RESUMO O câncer do colo do útero é causado por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV em uma infecção genital persistente. Sua transmissão ocorre por via sexual. É muito frequente a infecção por este vírus, mas na maioria das vezes não causa doença. Em alguns casos, pode evoluir para o câncer com alterações celulares. O exame Papanicolaou, também conhecido como citologia convencional, foi criado para prevenir e diagnosticar o câncer do colo do útero, também devendo abranger métodos para detecção de alta sensibilidade, especificidade e facilidade de realização, porém, tem sido alvo de muitas críticas em função de sua baixa sensibilidade, mesmo diminuindo a incidência da doença, tem aumentado o número de casos falso-negativos e falso-positivos no diagnóstico. O objetivo deste trabalho é descrever os fatores que interferem na qualidade do diagnóstico citopatológico. Foi realizada a revisão de literatura e os resultados parciais revelam que os principais fatores que interferem na qualidade na fase pré-analítica são a coleta, a fixação, a coloração e a montagem da lâmina. Já os fatores que interferem na qualidade na fase analítica são o escrutínio e a interpretação dos achados celulares. 2. INTRODUÇÃO O câncer de colo uterino tem sido considerado como uma séria questão de saúde pública, decorrente da alta incidência, evolução mórbida e elevada taxa de mortalidade. No Brasil são esperados 16.340 casos novos em 2016, com um risco estimado de 15,85 casos a cada 100 mil mulheres e 5.430 óbitos em 2013. A principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença é o exame preventivo do câncer do colo do útero a Citologia Oncótica Cérvico vaginal. Apesar da prevenção do câncer cervical ser um sucesso, há limitações na citologia, como os resultados falso-negativos, que apresentam implicações médicas e legais e em saúde pública. 3. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é descrever os fatores que interferem na qualidade do diagnóstico citopatológico. 4. METODOLOGIA Foi realizada a revisão de literatura a partir das bases de dados Scielo, Bireme, Google Acadêmico e Instituto Nacional de Câncer - INCA. Sendo as palavras chaves: controle de qualidade, câncer do colo do útero, exame Papanicolaou, falso negativo. 5. DESENVOLVIMENTO Têm sido investigados os fatores associados aos resultados falsonegativos, porém o desafio de superá-los e amenizar seus efeitos ainda persistem.1 Às taxas de resultados falso-negativos são evidentes podendo variar entre 6% a 56% sendo considerado um exame de alta sensibilidade. Os principais erros estão na fase pré-analítica, na coleta (62%), e na fase analítica relacionada à interpretação (22%).1 5.1 Fatores que interferem na fase pré-analítica 5.1.1 Coleta da amostra e fixação Os fatores que normalmente retratam erros da coleta, que podem também causar erros de escrutínio e de interpretação, tais como a presença de sangue, a não representação de células endocervicais e/ou zona de transformação, artefatos de fixação e processos inflamatórios.2 Os instrumentos utilizados na coleta podem resultar falso-negativos, podem ficar retidas nas fibras de madeira ou no algodão células tumorais como, por exemplo, lesões pequenas vão ser perdidas na coleta por um erro de transferência. Após uma coleta, apenas 18% das células vão para a lâmina. Quando há um longo tempo entre a coleta e a fixação, ficará comprometida coloração, porque ocorrem mudanças nucleares e citoplasmáticas que modificam a afinidade nos corantes usados na técnica de coloração do Papanicolaou nas células. O que é importante para uma fixação adequada é observar o prazo de validade, modo de uso do fixador, e o tempo de fixação. Os fixadores devem ser mantidos fechados para não evaporar o álcool, pois as concentrações das substâncias mudarão o que prejudicara o processo. 5.1.2 Coloração e montagem da lâmina Durante o escrutínio de rotina, não identificar as células anormais por causa da má qualidade da coloração do esfregaço, leva a um resultado falso-negativo. Para evitar a contaminação cruzada, diariamente deve ser monitorada a bateria de coloração. Devem ser filtrados e trocados as soluções e os corantes regularmente.3 Quando as células anormais estão fora da área da lamínula pode ocorrer um falso-negativo. A montagem com a lamínula precisa cobrir todo o esfregaço, assim permitindo uma melhor visualização e interpretação das células, preservação das estruturas e arquivamento da lâmina.3 5.2 Fatores que interferem na fase analítica A não observação no escrutínio de células, que estão no esfregaço, ocorre muitas vezes por carga de trabalho elevada do escrutinador que resulta em falta de concentração, atenção e tempo para analisar o esfregaço. Além da falta de experiência profissional, de revisão hierárquica dos esfregaços e de revisão dos esfregaços negativos. Erros na interpretação ocorrem quando são observadas as células neoplásicas, mas são interpretadas como benignas, ou são subavaliadas e classificadas erroneamente. Isso ocorre por causa das informações clínicas inadequadas e experiência insuficiente do escrutinador. 6. RESULTADOS PRELIMINARES Os resultados parciais revelam que os principais fatores que interferem na qualidade são: a coleta, a fixação, a coloração, a montagem da lâmina, o escrutínio e a interpretação dos achados celulares. 7. FONTES CONSULTADAS 1. AMARAL, R. G. et al. Influência da adequabilidade da amostra sobre a detecção das lesões precursoras do câncer cervical. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.30 n.11 Nov. 2008. 2. MANRIQUE, E. J. C. et al. A revisão rápida de 100% é eficiente na detecção de resultados falso-negativos dos exames citopatológicos cervicais e varia com a adequabilidade da amostra: uma experiência no Brasil. Rev. Bras. Ginecol. Obstret. vol.29 n.8, pp.402-407, 2007. 3. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - INCA (Brasil). Manual de Gestão da Qualidade Laboratório de Citopatologia. 2 ed. Rio de Janeiro: INCA; 2016. 160p ISBN 978-85-7318-281-1.