“NÃO SE PODE FALAR DE EDUCAÇÃO SEM AMOR” Paulo Freire ENTENDENDO OS COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS Comportamento agressivo O conceito de agressão não é unânime, que existem diferentes tipos de comportamento agressivo, que cada um deles tem uma base fisiológica e ambiental diferente, e que cada tipo de agressão pode ser definido pela situação de estímulo que a provoca. Grande parte do comportamento agressivo é resultado de práticas sociais que o reforçaram. A agressão é uma resposta que resultará em ganhos por parte do agressor, mas quando não ocorrem estes ganhos acontecerá a frustração que resultará em um aumento da agressividade. TRANSTORNOS 1. TRANSTORNO BIPOLAR 2. TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM 3. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 4. TRANSTORNO DE CONDUTA 5. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 6. TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL O QUE É CARACTERÍSTICAS PROCEDIMENTO PEDAGÓGICO ESTUDO DE CASOS TRANSTORNO BIPOLAR 1 - O QUE É TRANSTORNO BIPOLAR Transtorno bipolar do humor O transtorno bipolar é um problema em que os alunos alternam entre períodos de muito bom humor ou irritação. As "oscilações de humor" podem ser muito rápidas, onde podem ter ataques de raiva ou agressividade, “tempestades comportamentais”. 2 – CARACTERÍSTICAS DO TRANSTORNO BIPOLAR Distrai-se facilmente; Mudança súbita de humor; Agressividade, acessos de raiva; Irritabilidade emocional, pouco controle do temperamento; Dificuldade nos relacionamentos; Aumento de energia; agitação ou inquietação; Pensamentos e fala acelerada que se atropelam; Necessidade de “aparecer” e ser o centro das atenções; autoestima alta. 3 – PROCEDIMENTO PEDAGÓGICO O procedimento pedagógico com alunos com transtorno bipolar é comportamental, elogios no momento certo, troca de comportamento negativo por um positivo. Em geral os alunos com este transtorno precisam de um acompanhamento psiquiatra e medicamentos. TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM 1 – O QUE É TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM Dificuldade de aprendizagem, desordem de aprendizagem ou transtorno de aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual um aluno apresenta dificuldades em aprender efetivamente. O transtorno afeta a capacidade do cérebro em receber e processar informação e, pode ser um problema para o aprendizado. Problema de Integração sensorial. Um aluno com dificuldades de aprendizagem não apresenta necessariamente baixo ou alto QI: significa apenas que ele está trabalhando abaixo da sua capacidade devido a dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. 2 – CARACTERÍSTICAS Distúrbios de fala e linguagem; Distúrbio da articulação - (dificuldade em produzir sons da fala); Desordem expressiva -(dificuldade em colocar as suas idéias em forma); Transtorno receptivo - (dificuldade em perceber ou entender o que as outras pessoas falam); Dislexia - (deficiência na área da leitura); Dificuldade com orientação espacial - confusão das letras b e d, assim como outros pares. Na sua forma mais grave, b, d, p e q, semelhante a alunos disléxico; Disgrafia - o termo geral para uma deficiência na área da escrita física. É geralmente associada à dificuldade de integração visual-motora e habilidades motoras finas. Discalculia - o termo geral para uma deficiência na área da matemática. 3 – PROCEDIMENTO PEDAGÓGICO É importante promover mudanças substanciais no processo ensinoaprendizagem. Ajustes na sala de aula, aluno sentado perto da professora; Tarefas escolares alternativas ou modificadas; Incentivar a autoestima; Procedimentos de avaliação/testes modificados; Dicionário e material de pesquisa; TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 1 – O QUE É TDHA O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por um conjunto de problemas relacionados com falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Esses problemas resultam de um desenvolvimento não adequado e causam dificuldades na vida diária. O TDAH é um distúrbio biopsicossocial, isto é, parece haver fortes fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais que contribuem para a intensidade dos problemas experimentados. Atenção é a habilidade de estar ciente dos estímulos internos como pensamento e memória e estímulos externos como cenas e sons. É a base de toda atividade mental, como por exemplo, pensamento, linguagem, resolução de problemas. Hiperatividade – são alunos que frequentemente agitam as mãos, os pés ou se remexem na cadeira, estão sempre a “mil” , “a todo vapor” . Impulsividade – São alunos impacientes, custam muito a respeitar a sua vez e interrompem constantemente os outros; Sofrem acidentes ao realizar ações sem pensar nos perigos que existem; Não refletem sobre as diferentes alternativas possíveis. 2 – CARACTERÍSTICAS DO TDHA Dificuldade em prestar atenção, concentrar em provas, palestras, aulas, leitura; Dificuldade em ouvir; Dificuldade em iniciar tarefas que exijam longo esforço mental; Dificuldade em seguir instruções, em iniciar, completar, em mudar de tarefa; Dificuldade em organizar-se com objetos (gavetas, papéis), planejar o tempo; Dificuldade em ficar quieto, mexendo-se, levantando-se, andando; Dificuldade em memorizar assuntos: perde ou esquece objetos, nomes, datas; Dificuldade em esperar a fala do outro, interrompendo, falando em demasia; Dificuldade em horários, compromissos, material da escola; Dificuldade em terminar seus deveres escolares. 3 – PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS Quando estabelecer regras, faça-as de modo simples e específico e escreva-as em locais de fácil visão; ofereça lembretes; Ajude ao aluno, planejando com antecedência as atividades, previsibilidade; Mantenha o senso de humor e seja paciente: podendo evitar conflitos; Fique atento a todas as oportunidades para elogiar e fazer reforços positivos sempre que o aluno fizer algo corretamente. Mas tenha cuidado para não exagerar por conta de pequenos acertos, pois ele vai perceber; Tenha sempre em mente que você está lidando com uma condição médica que o aluno tem e, não uma falha de caráter; Nas horas de impor disciplina, não fale muito, seja objetiva e responda com clareza; Saiba distinguir desobediência de incapacidade; Favoreça que o aluno se levante; TRANSTORNO DE CONDUTA 1 – O QUE É TRANSTORNO DE CONDUTA “É um padrão repetitivo e persistente de comportamento que viola regras sociais importantes em sua idade ou os direitos básicos alheios” (ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria). O transtorno de conduta é um conjunto de comportamentos, que tornam as crianças e os adolescentes agressivos, desafiadores, negativistas, antissociais, violando regras e normas, baixa autoestima, intimidando colegas. A causa provável pode ser o ambiente familiar caótico, pais agressivos, violentos, negligentes e ausentes. Segundo Winnicott, “quando crianças sofrem privação afetiva, manifestam-se os comportamentos antissociais no lar ou numa esfera mais ampla. Do ponto de vista psicodinâmico, estes comportamentos demonstram esperança em obter algo bom que foi perdido, sendo a ausência de esperança a característica básica da criança que sofreu privação. O jovem experimenta um impulso de busca do objeto, de alguém que possa encarregar-se de cuidar dele, esperando poder confiar num ambiente estável, capaz de suportar a tensão resultante do comportamento impulsivo. O ambiente é repetidamente testado em sua capacidade para suportar a agressão, tolerar o incômodo, impedir a destruição, preservando o objeto que é procurado e encontrado.” 2 – CARACTERÍSTICAS: Mentiras; Agressões físicas; “matar aula” ; Destruição de carteiras; Roubo de material escolar; Agressividade e ameaças contra professores e colegas; Hostilidade com colegas da turma; Comportamento sádico; Ausência de remorso; Tendência ao consumo de álcool ou drogas; Desempenho escolar fraco; Isolamento social; Prática de bullyng. 3 – PROCEDIMENTO PEDAGÓGICO Intervenção junto à família, escola e aluno por meio de medidas socioeducativas, e técnicas cognitivo comportamental para o controle da agressividade e ajuste social. Utilizar maneiras positivas de orientar os alunos (evitar humilhá-los contribuindo para que eles diminuam ou destruam o respeito que têm por si mesmos); Considerar cada incidente em que a ordem não é obedecida, não punir os alunos como “exemplo” para os demais, mas por algo que tenham feito; Procurar as causas do comportamento de maneira objetiva , ao invés de reprimir o aluno ou forçá-lo a mudanças para as quais não está preparado; TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 1 – O QUE É TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA O autismo é um transtorno do desenvolvimento que manifesta antes dos 36 meses, compromete o desenvolvimento psiconeurológico, caracterizado por prejuízos na interação social, atraso na aquisição da linguagem e comportamentos estereotipados e repetitivos. Comprometimentos nas áreas da linguagem, comunicação e socialização. Tríade do autismo. Síndrome = conjunto de sintomas. A Síndrome de Asperger não tem atraso cognitivo ou da linguagem, porém têm dificuldade da interação social, falta de empatia, interpretação literal da linguagem, dificuldades com mudanças e comportamentos estereotipados. 2.1 – CARACTERÍSTICAS TEA; Não se mistura com outras crianças; Não mantém contato visual; Age como se fosse surdo; Não entende jogos sociais; Ataques de raiva nas mudanças de rotina; Não demonstra medo de perigos; Risos e gritos desconexos; Resiste ao contato físico; Cheira e/ou lambe brinquedos; Fixação por movimentos giratórios, carrinhos; Usa pessoas como ferramenta; Resiste à mudança de rotina; Apego não apropriado a objetos; Costuma ser agressivo e destrutivo; Mostra-se insensível aos ferimentos, automutilação; Acentuada hiperatividade física; Ausência de mastigação e paladar bizarro como comer terra ou sabonete; Joga brinquedos para trás; Bate os bracinhos como fossem asinhas; “flapping”; Atraso na capacidade de falar ou uma perda progressiva das vocalizações; Obsessão ansiosa em manter imutável o seu ambiente físico; Não dá tchau, quando bebe; Não sopra beijos, quando bebe; Não acena com a cabeça em sinal de negação, quando bebe. 2.2. – CARACTERÍSTICAS DO ALUNO COM SINDROME DE ASPERGER NA ESCOLA: Fala como adulto, de maneira formal; Diálogos intermináveis sobre assuntos preferidos, bem especifico; Dificuldade para entender metáfora, ditados populares ou piadas; Dificuldade em manter contatos visuais; Dificuldade em reconhecer expressões faciais; Dificuldade em entender os sentimentos dos outros; Dificuldade em se relacionar. 3 – PROCEDIMENTO PEDAGÓGICO PLANEJAMENTO: Analisar as características do aluno, para planejar as dificuldades a serem trabalhadas: O que o aluno precisa; O que ele consegue assimilar ou executar; O que a família espera da escola; Quais são os recursos disponíveis; Trocas de informações entre profissionais e familiares. OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS A UM ALUNO COM TEA; Ser capaz de interagir socialmente com os colegas e equipe da escola; Desenvolver habilidades de comunicação e brincar; Olhar as outras pessoas quando conversam; Relatar em sequencia uma situação vivenciada; Lidar com a equação ansiedade/frustração; Resolver os problemas cotidianos; ex.: como vai (explicar que a pergunta é sobre si e não se é a pé ou de carro); Manter sua autoestima elevada; Desenvolver independência nas atividades de vida diária= AVD; Desenvolver a escrita, pois tem muito comprometimento. FRASES DE UM AUTISTA “Eu descobri uma caverna e ficava lá por horas, onde nada mudava. “Eu odeio mudanças.” “Para mim mudança é como a morte.” “Eu precisava me comunicar com alguém, mas não sabia como!” “Eu usualmente não me incomodava com coisas que normalmente assustavam as pessoas e vice-versa. Eu ficava petrificada com manequins, bonecas e bonecos ventríloquos. Quando ia a lojas para comprar roupas eu me escondia entre os cabides de roupas. O escuro me acalmava.” “Quando eu encontro com família de alguém que tem autismo que ainda não lhe foi revelada o que tem, autismo, porque não querem rótulos, isso me deixa perturbada. Eu posso assegurar que não somente os autistas sabem que são diferentes, mas sofrem profundamente por não entender o motivo. Enquanto tentam se entender sem receber as informações necessárias, estão sendo rotulados pelas pessoas, usualmente sem compaixão e sem a educação que pode ajudá-los. Eu não penso que o termo autismo seja percebido como um rótulo para eles, mas se não entendem o que acontecem não conseguem mudar. Por outro lado os autistas não se importam verdadeiramente como o que se pensa deles.” TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL 1. O QUE É INTEGRAÇÃO SENSORIAL Sabemos que é através dos sentidos que vamos interiorizando informações e que vamos percebendo o mundo que nos rodeia. Quando estes falham ou ficam alterados, o acesso ao mundo fica perturbado não possibilitando a correcta percepção e interação. A integração sensorial é então o processo pelo qual o cérebro organiza as informações, de modo a dar uma resposta adaptativa adequada, organizando assim, as sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do cerebro no ambiente. As nossas capacidades de processamento sensorial são usadas para a interação social; o desenvolvimento de habilidades motoras e para a atenção e concentração. Todos temos dificuldade em processar determinados estímulos sensoriais (um certo toque, olfato, paladar, som, movimento, etc) e todos temos preferências sensoriais. Só se torna um transtorno do processamento sensorial, quando estamos em extremos do continuum, ou seja, torna-se uma "experiência perturbadora”, com flutuações imprevisíveis e com um impacto significativo sobre a capacidade de desenvolvimento ou funcionamento diário. É essa ruptura que gera uma disfunção neurológica chamada Transtorno do Processamento Sensorial. Quando existem distúrbios sensoriais, estes podem afetar negativamente o desenvolvimento e as habilidades funcionais do aluno, quer sejam no comportamento, coordenação motora, cognitivo e nível emocional. As alterações podem ocorrer num ou em todos os sistemas sensoriais, incluindo tátil, auditivo, visual, gustativo, olfativo, proprioceptivo e vestibular. 2. - CARACTERÍSTICAS Pouca resposta a estímulos; Raciocínio lento; Passividade; Lentidão para as atividades; Desatenção; Atraso na fala e linguagem; Pobre coordenação motora (desajeitado,desastrado); Problemas na escrita (lentidão para cópia no quadro); Criança desmotivada,com baixa autoestima que evita novas atividades e desafios; Dificuldade para brincar e fazer novos amigos; Agitação ; Criança excessivamente ativa e pouca noção de perigo; Comportamento impulsividade e hiperatividade; Perde o controle emocional facilmente,chorando com frequência; Aversão a estímulos táteis,hipersensibilidade auditivas e visuais. EXEMPLOS EM ESCOLA:. Ter medo de balanços, elevadores, escadas; Evitar brincadeiras de pular; Incomodar com etiqueta da blusa, Evitar comer certos alimentos; Incomodar com barulhos em sala de aula ou no pátio; Não gostar de sujar as mãos; Não gostar de contatos com os colegas em jogos ou brincadeiras; Problemas na capacidade de aprendizagem (dificuldade em concentrarse, perturbar-se com os ruídos, distrair-se com estimulação visual); 3 – PROCEDIMENTO PEDAGÓGICO Atividades que ajudam no processamento sensorial; correr; puxar/empurrar; pular; atividades com bola;contato com diversas texturas, jogos, equilíbrio. Especifico para crianças: MASSA PARA MODELAR DESCRIÇÃO: A massa de modelar é feita com quatro xícaras de farinha de trigo, uma xícara de sal, uma xícara e meia de água e uma colher de óleo. Misturar estes ingredientes e amassá-los. Para colorir pode ser adicionado suco em pó ou corante comestível. ESTIMULA: Motricidade; ação exploratória; criatividade, aquisição do conceito da constância da massa. QUENTE OU FRIO DESCRIÇÃO: saco de gelo e um saco quente. ESTIMULA:: Percepção tátil, discriminação térmica, vocabulário. SACOLA SURPRESA DESCRIÇÃO: 1 sacola de pano com objetos com texturas diferentes: retalhos de lã, seda, pedaços de lixa, de plástico e de papel; lápis, tampinhas, blocos de madeira clipes, alfinetes de fralda, bolinhas de gude, borrachas. ESTIMULA: Atenção e concentração, pensamento lógico, percepção tátil, discriminação de texturas. BIBLIOGRAFIA GERAL CARVALHO, Rosita Edler. Temas em educação especial; Rio de Janeiro. WVA Ed. 1998. CAMARGOS JR, Walter e colaboradores, Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, 3. Milênio, Brasília, CORDE, 2002. FACION, José Desenvolvimento Raimundo, Transtorno Invasivos do Associados a Problemas de Graves Comportamento, Brasília, CORDE, 2002. FACION, J. Raimundo,Transtornos Invasivos do Desenvolvimento e Transtornos de Comportamento Disruptivo,IBPEX,Curitiba, 2005. 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