03 Síndrome de Fournier: Relato de caso

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Síndrome de Fournier: Relato de caso
Autores:
Andreza Lamônica, disciplina de Clínica Médica, Universidade Estadual
Paulista – UNESP – São Paulo (SP), Brasil
Ana Gláucia Kerber, disciplina de Clínica Médica, Pontifícia Universidade
Católica do Paraná – PUCPR – Paraná (PR), Brasil
Victor Horácio De Souza Costa Júnior, disciplina de Pediatria, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Paraná (PR), Brasil
1. Introdução
Este trabalho traz um relato de um paciente que apresentou lesão em
períneo de rápida evolução.
2. Relato do caso
Paciente, masculino, 6 meses, branco, natural de Maringá- Paraná,
previamente hígido deu entrada no Hospital Pequeno Príncipe no dia 02/05/2014
com febre, irritabilidade ao manuseio e lesão em região inguinal que aumentou
progressivamente.
Exame físico da admissão: Taquipneia, retração de fúrcula e tiragem
intercostal, Saturação de 89%, FC 135 bpm, Bulhas cardíacas em 2 tempos sem
sopros, Murmúrios vesiculares presentes com sibilos e estertores difusos
bilateralmente. Abdome distendido com dor à palpação. Extremidades com
pulsos amplos e simétricos, sem edema e perfusão de 2 segundos. Períneo com
lesão em pele.
Para iniciar investigação foram requisitados exames: Hb 7,6; Ht 23%;
Leucócitos de 943 com 13% de bastões e 67% de linfócitos e 1% de
segmentados, 30000 plaquetas; PCR 520 (referência < 10), sorologias para HIV,
hepatites e parvovírus B 19 negativas.
Após exames e avaliação de lesão, dado o diagnóstico de Gangrena de
Fournier e iniciado tratamento com: Ceftriaxona, Oxacilina e Metronidazol.
Conduta mantida e no dia 16/05 recebeu Imunoglobulina humana por 3
dias.
Exames em 19/05: Hb 8,8; Ht 26,5; Leucócitos 5230, 7% de bastões, 43%
de linfócitos e 31% de segmentados, plaquetas 399000, PCR 6.
Paciente evoluiu com melhora clínica e recebeu alta após
antibioticoterapia.
3. Comentários
O caso descrito mostra um paciente de 6 meses de vida, com peso,
perímetro cefálico e estatura adequados ao nascimento, gestação sem
intercorrências, aleitamento materno exclusivo até os 4 meses, com calendário
vacinal em dia para a idade, sem evidências de portas de entrada para a infecção
que desenvolveu uma infecção sem evolução para disfunção orgânica e sem
necessidade de drogas vasoativas.
A Gangrena de Fournier é pouco descrita em pediatria. O início da
estabilização clínica e o curto espaço de tempo entre o início da doença e a
utilização da antibioticoterapia de ampla cobertura são as principais armas
contra a síndrome.
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