(SAF) com Seringueira, Cacaueiro e Cultivos Alimentares

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SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF)
COM SERINGUEIRA, CACAUEIRO
E CULTIVOS ALIMENTARES
Ministério da
Agricultura, Pecuária
e Abastecimento
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Ministro: Jorge Alberto Portanova Mendes Ribeiro Filho
COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA
Diretor: Jay Wallace da Silva e Mota
Coordenador Geral Técnico Científico: Edmir Celestino de Almeida Ferraz
Coordenador Geral de Administração e Finanças: Antônio Siqueira Assreuy
Coordenador Geral de Gestão Estratégica: Elieser Barros Correia
SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO CACAUEIRA NO
ESTADO DA BAHIA
Superintendente: Juvenal Maynart Cunha
CENTRO DE EXTENSÃO
Chefe: Sergio Murilo Correia Menezes
CENTRO DE PESQUISA DO CACAU
Chefe: Adonias de Castro Virgens Filho
SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO CACAUEIRA NO ESTADO
DE RONDÔNIA - SUERO
Superintendente: Wilson Destro
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARÁ - SUEPA
Superintendente: Moisés Moreira dos Santos
SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) COM
SERINGUEIRA, CACAUEIRO E CULTIVOS
ALIMENTARES
José Raimundo Bonadie Marques
Adonias de Castro Virgens Filho
Edson Lopes Reis
João Manuel Afonso
2012
CENTRO DE EXTENSÃO - (Cenex)
Chefe: Sergio Murilo Correia Menezes
Serviço de Assistência Técnica
Chefe: Milton José da Conceição
Serviço de Programação e Acompanhamento
Chefe: João Henrique Silva Almeida
Coordenação: Célia Hissae Watanabe
Normalização de referências bibliográficas: Maria Christina de C. Faria
Editoração eletrônica: Selenê Cristina Badaró e Jacqueline C. C. do Amaral
Capa: Marília Leniuza Soares Ribeiro
Endereço para correspondência:
Ceplac/Cenex
Km 22 Rodovia Ilhéus/Itabuna
Caixa Postal 07, 45600-970, Itabuna, Bahia, Brasil
Telefone/Fax: (73) 3214 - 3304/ 3214-3325
E-mail: [email protected]
Tiragem: 8.000 exemplares
F
634.9865
M 357
MARQUES, J. R. B., et al. 2012. Sistema agroflorestal (SAF) com
seringueira, cacaueiro e cultivos alimentares. Ilhéus, Ceplac/Cenex.
40p.
1. Seringueira - Manejo. 2. Theobroma cacao - Manejo. I.Título.
APRESENTAÇÃO
A presente cartilha trata de maneira detalhada e
ilustrada das operações necessárias para preparo e
plantio da muda enxertada de seringueira, forma toco
de raiz nua. Mostra também modalidade de plantio
direto da seringueira no local definitivo, posterior
enxertia de base. Recomenda cuidados especiais na
escolha da área, variedade clonal, sentido do plantio,
abertura de cova, condução da copa, adubação e
controle fitossanitário para viabilizar o sistema
agroflorestal. Fornece ainda informações técnicas para
implantação e manejo do cacaueiro. Possibilita aos
agricultores familiares ocupação eficiente da força de
trabalho, diversificação na produção e geração de
renda.
4
Cartilha/Ceplac
1- INTRODUÇÃO
O sistema agroflorestal (SAF) constitui forma de uso e
manejo de recursos naturais, utiliza espécies perenes
em associação com cultivos agrícolas e, ou, animais
domesticados no mesmo espaço. A seqüência temporal
oferece vantagem na interação econômica e ecológica.
5
MAPA - Ceplac
Prescreve-se plantio da seringueira em sistema
agroflorestal com cacaueiro e cultivos agrícolas de ciclo
semiperene e anual. Apropriado para a agricultura
familiar e pequenos produtores, permite adequado uso
do solo, maior produção por unidade de área, ampliação
da receita, redução do risco de pragas/doenças e
ameniza problemas de caixa decorrentes da variação
de preços
Conhecem-se as virtudes e técnicas de plantio atinentes
à exploração da seringueira como árvore de sombra
permanente do cacaueiro. Requisitam-se cuidados
especiais na escolha da variedade clonal e definição do
manejo dispensado na formação e condução da copa,
oferece sustentabilidade ao sistema agroflorestal.
6
Cartilha/Ceplac
2-ESCOLHA DA VARIEDADE CLONAL
A seringueira pertence ao grupo das plantas perenes,
apresenta longo ciclo de vida útil. Escolha dos clones
considera as condições edafoclimáticas, especialmente, quando se realiza plantios em sistema agroflorestal,
visa potencializar as características peculiares dos clones
no processo de consorciação.
7
MAPA - Ceplac
Para consorciação com cacaueiro e cultivos agrícolas
escolhem-se clones de seringueira que apresentam arquitetura de copa menos compacta ou reduzida densidade foliar, ramificações laterais voltadas para cima,
aspecto em forma de taça e regular período de troca de
folhas, destaca-se o SIAL 1005 e FDR 5788.
8
Cartilha/Ceplac
3 - IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA AGROFLORESTAL
3.1 - Localização da área
A seleção de áreas para plantio prioriza glebas planas
ou ligeiramente inclinadas. Suporta declividade que
margeia 10%, desde que dispensadas práticas
conservacionistas, ou seja, plantio feito em curva de
nível. Esse procedimento protege o solo e facilita o
manejo da cultura e sangria das plantas.
9
MAPA - Ceplac
O modelo agroflorestal instala-se em áreas que
apresentem solos com as seguintes características:
textura média, friáveis, drenados e profundidade mínima
de 2 metros. Com isso evitam-se os danos causados ao
plantio da seringueira quando estabelecida em áreas
de baixada ou com impedimentos físicos.
10
Cartilha/Ceplac
3.2 - Espaçamento da área
A seringueira dispõe-se em fileiras duplas de 3,0m x
2,5m, espaçadas de 15 ou 17m entre si, densidade de
400 a 440 plantas/hectare. O cacaueiro planta-se em
fileiras quádruplas (15m) ou quíntuplas (17m), entre as
fileiras duplas da seringueira, espaçamento de 3,0m x
3,0m, primeira fileira do cacaueiro planta-se a 3,0m
(15m) e 2,5m (17m) de distância da fileira da
seringueira, stand fixa-se com 780 ou 830 cacaueiros/
hectare.
11
MAPA - Ceplac
Os cultivos intercalares instalam-se nos espaçamentos
preconizados pelos sistemas de produção delineados
para as lavouras e, ou, criações, estabelecem-se nas
entrelinhas ou dentro das fileiras duplas de seringueira,
proporcionam melhor aproveitamento da área.
12
Cartilha/Ceplac
3.3 - Marcação e sentido das linhas de plantio
As fileiras duplas orientam-se no sentido leste-oeste,
proporcionam sombra adequada às culturas
consorciadas nas entrelinhas, normalmente coincidem
com a direção dos ventos dominantes ou constantes.
Favorecem a movimentação da massa de ar nos
diferentes extratos da vegetação, reduzem a umidade
e minimizam os problemas fitossanitários comuns à
seringueira, cacaueiro e demais explorações
agroeconômicas.
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MAPA - Ceplac
3.4 - Abertura de covas
As covas preparam-se pelo processo manual, dimensão
mínima de 40 cm/40 cm/50 cm – largura, comprimento
e profundidade. No centro da base, recomenda-se fazer
abertura cônica de 30 cm de profundidade por 15 cm
de diâmetro com auxílio de cavador boca-de-lôbo, facilita
e agiliza o crescimento das raízes podadas,
principalmente do toco enxertado de raiz nua.
14
Cartilha/Ceplac
3.5 - Adubação na cova
A abertura das covas antecede plantio da muda
enxertada em pelo menos um mês, propicia aeração e
estruturação do solo. Quinze dias após a abertura,
realiza-se o reenchimento das covas sem compactação,
procede-se da seguinte maneira: terra da camada
superficial, primeiros 20 cm, mistura-se com 150 g de
calcáreo dolomítico e deposita-se no fundo da cova,
completa-se o reenchimento com terra obtida da camada
inferior da cova, mistura-se com 200 g de superfosfato
simples e 10 litros de esterco animal bem curtido. Essas
quantidades de corretivo e adubo recomendam-se para
solos com baixo teor de cálcio, magnésio e fósforo.
Concluídas estas fases, marca-se a cova reenchida com
um piquete.
15
MAPA - Ceplac
3.6 - Plantio do toco enxertado de raiz nua
O plantio do toco enxertado de raiz nua efetiva-se no
início do período chuvoso, prescreve-se apresentar a
gema do enxerto ligeiramente intumescida. Recomendase parafinar a parte aérea e tratar com indutor as raízes
laterais e pivotante, estimula brotação do enxerto e
crescimento do sistema radicular. Em condições
climáticas adversas, quando do plantio, sugere-se
assistência técnica para respaldar na escolha e uso do
hidrosolo (gel), visando melhorar as condições de
pegamento do toco de raiz nua e formar seringal mais
uniforme.
16
Cartilha/Ceplac
O plantio conclui-se com introdução do toco preparado
no furo deixado pelo piquete, centro da cova, empurrase a extremidade da pivotante para o fundo do orifício,
comprova-se a posição pela resistência oferecida à
penetração do toco.
17
MAPA - Ceplac
Após o ajuste da muda à cova, realiza-se socagem da
terra para comprimir o toco com soquete ou pisotear
em volta da muda. O toco encontra-se plantado quando
a região do coleto atinge o nível do solo e oferece
resistência a ligeiros movimentos laterais e verticais.
Assim, eleva-se o índice de pegamento da muda, evitase formação de bolsões de ar na extremidade da raiz.
18
Cartilha/Ceplac
3.7 - Cobertura morta
Terminado o plantio, efetua-se cobertura morta em torno
da muda, utilizam-se restos vegetais ou materiais
orgânicos. Prática feita também usando o pseudocaule
de bananeira, colocam-se quatro pedaços bem juntos
para evitar o crescimento de plantas invasoras. Este
procedimento favorece desenvolvimento inicial do toco
enxertado de raiz nua.
19
MAPA - Ceplac
3.8 – Replantio
O replantio representa prática para reposição das plantas
mortas no stand, executa-se no primeiro ano, utilizamse mudas com dois lançamentos foliares maduros,
previamente ensacoladas, substituem-se as plantas
mortas, defeituosas ou pouco desenvolvidas. Esse
procedimento forma seringal uniforme e sem falhas,
contribui para o apropriado aproveitamento de plantas
na sangria e aumento da produtividade.
20
Cartilha/Ceplac
3.9 – Calagem
A calagem recomenda-se a partir dos resultados da
análise do solo, visa correção do solo e disponibilização
de cálcio e magnésio, requer considerável quantidade
destes nutrientes, principalmente na fase de
desenvolvimento. O calcário atira-se a lanço, cobre área
das entrelinhas e fileiras duplas antes do plantio da
seringueira e cultivos intercalares
21
MAPA - Ceplac
3.10 - Culturas associadas
O sistema agroflorestal seringueira/cacaueiro consorcia-se com cultivos anuais (feijão, abobóra, milho e
batata-doce) e semiperenes (banana, mamão, abacaxi, cana-de-açúcar, andu, mandioca e aipim). A escolha
de um ou mais cultivos agrícolas fica a critério do agricultor, considera tradição agrícola, valor
relativo dos produtos, características
do mercado e aspectos técnicos dos sistemas de produção.
Sugere-se assistência técnica para respaldar a tomada de
decisão.
22
Cartilha/Ceplac
4- PLANTIO DIRETO DA SERINGUEIRA
O plantio direto da seringueira consiste basicamente na
repicagem das sementes pré-germinadas ou mudinhas
no estádio de “palito” em local definitivo e posterior
enxertia. Método indicado para agricultura familiar
formar pequenas áreas, máximo 5 hectares, requisita
acompanhamento contínuo e eficaz durante as
diferentes fases de implantação.
23
MAPA - Ceplac
A viabilidade da adoção do plantio direto condiciona-se
às áreas em cultivo ou exploradas com culturas de ciclo
curto, semiperene ou perene, compõem sistema
agroflorestal (SAF). Potencializa os aspectos ecológicos/
agronômicos e estimula geração de emprego/renda.
24
Cartilha/Ceplac
A muda assim produzida apresenta crescimento rápido
e preserva integridade do sistema radicular, situação
inversa verifica-se em outros tipos de mudas para plantio,
como ensacolada e toco enxertado de raiz nua. A muda
de raiz nua, mais plantada na região sul da Bahia, sofre
poda das raízes laterais e pivotante, antes do plantio provoca traumatismo.
O método possibilita seleção do porta-enxerto; redução
do tempo de manutenção dos porta-enxertos no campo;
elimina gastos com mão de obra para arranquio, preparo,
transporte, abertura de covas e plantio das mudas e
diminui fase de imaturidade econômica do seringal, por
força do maior desenvolvimento das plantas e entrada
precoce em sangria.
25
MAPA - Ceplac
5 - MANUTENÇÃO E MANEJO
Compreende as práticas culturais que promovem o
desenvolvimento da lavoura, engloba plantio do toco
de raiz nua ou semente pré-germinada/mudinha no
local definitivo até entrada em sangria, antecipa fase
produtiva e obtém alta produtividade. Durante essa
etapa, cuidados técnicos diferenciam-se por planta.
26
Cartilha/Ceplac
5.1 - Controle de plantas invasoras
O plantio da seringueira em SAF reduz ocorrência de
plantas invasoras e competição por água, luz e
nutrientes, através do uso adequado dos espaços ociosos
nas entrelinhas. O controle das plantas invasoras no
inicío realiza-se através da capina manual, utiliza-se mão
de obra familiar. Após esta fase, o sitema se beneficia
dos tratos culturais dispensados às culturas intercalares
e corbertura morta, promovida pela incorporação dos
restos vegetais, leguminosa fixadora de nitrogênio
(gliricídia) e folhagem do cacaueiro, ameniza os custos
de manutenção do SAF.
27
MAPA - Ceplac
5.2 - Combate às Pragas da Seringueira
Mandarová ( Erinnys ello ), principal praga da
seringueira, causa sérios prejuízos para a cultura, diminui
o crescimento das plantas e produção de borracha.
Revela-se premente o combate, rapidamente desfolha
completamente as plantas. Os surtos retratam natureza
cíclica, lagarta bastante voraz.
Como medida preventiva, recomenda-se criteriosa
observação no período de setembro/janeiro para
detectar postura ou larvas jovens sobre as folhas novas.
Em viveiro, efetiva-se catação manual de ovos. O
combate concretiza-se através da aplicação de inseticidas
biológicos ou químicos. Para eliminar o mandarová
consulte profissional especializado. Na aplicação de
produtos químicos, usar equipamentos de proteção
individual (EPI).
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Cartilha/Ceplac
5.3 - Controle de Doenças da Seringueira
Mal-das-folhas, doença causada pelo fungo
Microcyclus ulei , principal doença da seringueira,
ocasiona infecção e queda de folíolos, reduz a área foliar,
diminui o crescimento da planta e prejudica a produção.
Ataques sucessivos debilitam as plantas, acarreta morte
ou facilita incidência de doenças e pragas fatais.
29
MAPA - Ceplac
O controle preventivo executa-se por meio do uso de
clones tolerantes ou resistentes às doenças. Reduzemse os danos causados pelo mal-das-folhas através do
controle químico com fungicidas e plantio em sistemas
agroflorestais, promove melhoria no manejo da
seringueira por força do arranjo espacial (SAF),
possibilita aumento da produção e renda.
Requeima, acarretada pelo fungo
(Phytophthora sp.),
grave problema da
seringueira, controla-se através do
emprego
de
fungicidas. Como
medidas auxiliares
recomendam-se
práticas profiláticas, tais
como: drenagem da
área, tratamento de
casqueiros do cacaueiro,
controle preventivo das
doenças do painel da seringueira e procedimentos que reduzem a dispersão do patógeno. Evitar o plantio da serin30
Cartilha/Ceplac
gueira em regiões onde o período de reenfolhamento
das árvores coincida com a época chuvosa. Além disso,
prescreve-se a implantação de clones com fenologia
regular, retirar os ramos e galhos infectados da porção
baixa da copa e posterior incineração, principalmente
em seringueiras com idade entre um e três anos.
O controle químico de ambas as doenças realiza-se com
supervisão e acompanhamento de profissional especializado, secunda-se pelo uso correto dos fungicidas e
equipamentos de proteção individual (EPI), preserva
saúde do aplicador/trabalhador.
31
MAPA - Ceplac
5.4 - “Castração” das gemas axiliares
Agiliza-se o crescimento vertical da seringueira em
SAF ou elongação dos lançamentos foliares, através
da técnica de “castração” das gemas foliares axilares,
no último lançamento foliar maduro, impede brotações
precoces e indesejáveis na haste principal. Executase nos dois primeiros anos do estabelecimento do
sistema. Esta prática revela analogia com a desbrota,
apresenta o mesmo rendimento de mão de obra.
Requer treinamento para concretização, pois exige o
uso de canivete, escada, podão, tesoura ou moto-serra
acoplada a lançadeira.
32
Cartilha/Ceplac
5.5 - Manejo de copa da seringueira em SAF
O manejo da copa da seringuiera em SAF diferencia-se
em relação ao da monocultura, cuja copa situa-se a
altura nunca inferior a seis metros do solo, efetua-se
com adoção da prática de “castração” das gemas laterais. Copa formada bem mais alta promove
sombreamento de melhor qualidade, facilita entrada
de luz solar e movimentação da massa de ar nas entrelinhas, articula condições favoráveis ao desenvolvimento,
produção e longevidade do cacaueiro e cultivos intercalares. A aplicação desta técnica contribui para formação de fuste reto, valoriza a madeira no mercado, gera
receita extra para o agricultor familiar.
33
MAPA - Ceplac
5.6 - Adubação nas fases de formação e sangria
A adubação realiza-se em função da disponibilidade de
nutrientes no solo e estado nutricional da planta. As
recomendações baseiam-se na análise química do solo
e foliar. Na fase de desenvolvimento do seringal distribuise o adubo no entorno da planta, promove crescimento
e reduz período que antecede sangria. Primeiro ao
terceiro ano, aduba-se seringal a lanço, círculos que
crescem de acordo com a idade da planta. A partir do
4º ano coloca-se o fertilizante em faixas laterais à planta.
Fa
30
mês
ixa
s
de
ad
ub
aç
60
mês
90
mês
ão
a
pa
rtir
130 170 210
meses
do
36 0
mê
s
270 330
meses
34
Cartilha/Ceplac
As recomendações na fase de sangria baseiam-se na
análise química do solo e foliar. Distribui-se o adubo em
faixas laterais afastadas no mínimo 30 cm das plantas.
A quantidade de fertilizante ajusta-se em função da
análise de solo e foliar, conforme indicado na Tabela 1.
Após o 7º ano de idade, período de queda das folhas,
lança-se 50% de nitrogênio e 100% de fósforo e potássio
da dose prescrita em cobertura. Os 50% restantes do
nitrogênio aplica-se 3 a 4 meses depois do
reenfolhamento também em faixas laterais a fileira de
plantio da seringueira.
35
MAPA - Ceplac
A recomendação da fertilização apresenta-se num laudo
técnico que leva em conta os resultados das análises de
solo e foliar. A Tabela 1 resume os critérios adotados no
uso da adubação, fase de formação e sangria do
seringal. O adubo aplica-se em solo limpo e úmido em
ambas as fases. Após lançamento cobre-se o adubo
com restos de vegetais. Nas áreas declivosas a adubação
realiza-se a lanço ou cobertura, semicírculo e faixas
laterais superiores.
Tabela 1. Critérios para o emprego de fertilizantes na cultura da seringueira.
Idade (anos)
Nutriente
0a1
1a2
2a3
3a6
>7
70
90
100
50
25
60
30
15
-1
N (kg ha )
Nitrogênio
Fósforo
Mehlich (mg/dm3)
0-5
6 - 16
17 - 27
30
40
60
P2O5 (kg ha-1)
40
20
10
60
30
15
80
40
20
Potássio
Mehlich (cmolc/dm3)
0 - 0,09
0,10 - 0,25
0,26 – 0,36
10
10
5
20
10
5
30
15
10
40
20
10
40
20
10
Fracionamento
3
3
2
2
-
K2O (kg ha-1)
36
Cartilha/Ceplac
5.7 - Sangria da seringueira no SAF
A seringueira manejada em SAF mostra-se apta para
exploração comercial por volta dos cinco a seis anos de
idade, quando pelo menos 50% das plantas se
encontram com 50 cm de perímetro do tronco à altura
de 1,30 m do solo, com espessura de casca igual ou
superior a 7 mm, condição que é propiciada pelas
condições do ambiente, tratos culturais, aspectos
fitossanitários, vigor do clone e manejo dispensado à
formação da copa da árvore de sombra.
37
MAPA - Ceplac
Extração do látex da seringueira constitui etapa relevante
para produtor obter retorno do investimento ou
remuneração do capital aplicado no negócio. Trata-se
de tecnologia altamente sofisticada, portanto, exige mão
de obra qualificada e habilitada para executar as práticas
requisitadas para implementar processo de sangria,
diante da complexidade das tarefas prescreve-se
elaborar cartilha específica e minuciosa a respeito do
assunto.
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Cartilha/Ceplac
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DE RENOVAÇÃO DA
LAVOURA CACAUEIRA. CENTRO DE PESQUISAS DO
CACAU. 1983. Sistema de produção de seringueira para
a Região Sul da Bahia; pequenas e médias empresas.
Ilhéus, BA. CEPLAC/CEPEC. 48p.
MARQUES, J. R. B. 2006. SIAL 1005 – Um clone de
seringueira com dupla aptidão. Ilhéus, BA. CEPLAC/
CEPEC/SEGEN. Recomendações técnica nº 4. 1f.
MARQUES, J. R. B., et al. 2007. O cultivo do cacaueiro
em sistemas agroflorestais com a seringueira. In: Valle,
R.R. ed. Ciência, Tecnologia e Manejo do Cacaueiro.
Gráfica e Editora Vital Ltda. Itabuna, BA, pp 272-290.
MARQUES, J. R. B., et al. 2010. Influência do método de
plantio no crescimento da seringueira (Hevea brasiliensis)
estabelecida em sistema agroflorestal com o cacaueiro
( Theobroma cacao ). In: Congresso Brasileiro de
Heveicultura, 2. Anais. Ilhéus, BA, CEPLAC. 1 v [em CDROM].
MARQUES, J. R. B.; MONTEIRO, W. R. 2011.
Seringueira: Uma planta de usos múltiplos. LATEKS.
Lateks Comunicação Ltda. nº 14. pp 50-54.
39
MAPA - Ceplac
REIS, E. L. 2007. Nutrição e Adubação de Seringueira.
Informe Agropecuário (Brasil) 28 (237):59-69.
SANTOS, G. P. 2007. Pragas de Seringueira. Informe
Agropecuário (Brasil) 28 (237):70-77.
VIRGENS FILHO, A. de C. 2007. Explotação de Seringais.
Informe Agropecuário (Brasil) 28 (237):105-119.
40
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Agricultura, Pecuária
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