Crash de culturas: uma reflexão a cerca das relações multiculturais

Propaganda
Crash de culturas: uma reflexão a cerca das relações multiculturais
Julia Maria Gomes e Carvalho
Faculdade de Filosofia e Ciências, FFC, SP
Universidade do Estado de São Paulo, UNESP
1. Objetivos
O filme “Crash - no limite”, do diretor Paul
Haggis, lançado em 2004, pós 11 de setembro,
consiste numa representação de algumas das
relações sociais presentes na cidade de Los
Angeles, onde nesta, as pessoas desenvolvem
condutas conflitantes frente a outrem.
Mediante os paradigmas da globalização e do
multiculturalismo pretende-se discutir como se
dão os conflitos e suas repercussões dentro
das
possibilidades
expostas
no
filme,
compreendendo - o como uma obra de arte que
por sua vez, produz e reproduz a realidade.
Relacionando determinados aspectos do filme
com a realidade estadunidense, pretende-se
criar instrumentos e mecanismos que ofereçam
base para reflexões a cerca das possibilidades
do diálogo multicultural.
2. Material e Métodos
O presente projeto baseia-se na análise do
filme “Crash – no limite” (2004), de Paul Haggis
e possui duas fases: a primeira delas consiste
na análise da representação cinematográfica, a
fim de apreender, origem, forma, e repercussão
dos crashes culturais apresentados; e a
segunda etapa, consiste na discussão sobre as
possibilidades do diálogo multicultural, frente
suas potencialidades na resolução de conflitos
culturais, a luz das teorias de Habermas e
Boaventura
de
Souza
Santos
–
respectivamente Teoria do Agir Comunicativo e
Hermenêutica Diatópica.
3. Discussão
O crash entre culturas presentes no filme nos
remete a diversas questões tais como os
paradigmas
da
globalização,
do
multiculturalismo, as noções de identidade e
direito,
além
da
necessidade
do
estabelecimento do diálogo, que é colocada.
Existem diversas perspectivas frente aos
processos de globalização, entretanto podemos
dizer que, com tal processo, a fronteira entre o
global e o local torna-se fluida e suscetível às
intempéries das ações tidas como globais. A
globalização, desta forma, intensifica o encontro
entre diferentes culturas, fazendo emergir o
paradigma contemporâneo do multiculturalismo.
Assim uma das grandes questões posta pela
globalização é o dilema dialético entre o
homogêneo e o diverso, entre o mono e
multicultural.
4. Conclusão
O filme coloca em evidência os conflitos que se
intensificam pós 11 de setembro, como o
racismo e a xenofobia. Ademais, ele destaca o
empobrecimento das relações sociais atuais,
empobrecimento este não só advindo dos
preconceitos raciais, mas também dos
preconceitos
relacionados
ao
status
socioeconômicos dos indivíduos, uma vez que,
este se ambienta no país que detém a maior
hegemonia
econômica
do
mundo
contemporâneo: os EUA.
Buscando intermediar tais conflitos temos como
possibilidade a teoria do agir comunicativo de
Habermas, e a hermenêutica diatópica de
Boaventura.
5. Bibliografia
IANNI,
Octavio.
Globalização:
novos
paradigmas das ciências sociais. Estud.Av.v.8
n.21. São Paulo. 1994.
SANTOS, Boaventura de Souza. Por uma
concepção multicultural de direitos humanos. In
Reconhecer para Libertar, Boaventura de
Souza Santos. Civilização Brasileira. Rio de
Janeiro. 2003.
HABERMAS, Jurgen. A inclusão do outro.
Loyola. 2002.
Download