A NOÇÃO DE FELICIDADE NA FILOSOFIA ANTIGA (1ª SÉRIE, 1º

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A NOÇÃO DE FELICIDADE NA FILOSOFIA ANTIGA (1ª SÉRIE, 1º BIMESTRE)
EUDAIMONIA
Termo grego que designa: FELICIDADE;
Etimologia: eu (bem, bom); daimon (poder divino);
Felicidade: bem ou poder concedido pelos deuses;
Manter a felicidade: conduzir a vida de forma que não cause irritação, aborrecimento ou ofensa aos
deuses;
A felicidade dependia da vontade dos deuses;
Felicidade como fortuna, acaso, sorte: algo instável que dependia da conduta pessoal e da boa vontade
dos deuses.
PLATÃO (427 – 347 a.C.)
Felicidade: subordinação e harmonia das 3 almas.
Alma concupiscente: cobiça ligada aos desejos;
Alma irascível: situada no peito, vinculada às paixões (sentimentos, emoções);
Alma racional: situada na cabeça e relacionada com o conhecimento.
FELICIDADE EM PLATÃO: PREVALÊNCIA DA ALMA RACIONAL
Vida feliz: alma racional regula a irascível, e esta controla a concupiscente;
Primazia da parte racional sobre as demais;
Preparação corporal e intelectual:
Ginástica: atividade física por meio da qual a pessoa dominaria as inclinações negativas do corpo;
Dialética: investigação dialógica (baseada no diálogo), uma técnica de investigação conjunta, feita através
da colaboração de duas ou mais pessoas, um instrumento de busca da verdade.
ARISTÓTELES (384 – 322 a.C.)
Felicidade: finalidade de todos os indivíduos;
Para um ser alcançar o seu fim quando cumpre a função ou faculdade que lhe é própria, aquilo que lhe
distingue dos demais seres.
Para chegar à felicidade o homem precisa cumprir, desenvolver a faculdade que lhe distingue dos
demais animais.
FELICIDADE ARISTOTÉLICA: DESENVOLVIMENTO DA VIRTUDE
Virtude essencial humana: o pensamento, a racionalidade.
O homem só alcança seu fim (felicidade) se atuar conforme a sua virtude (o pensar, a razão).
Fim, finalidade do ser humano: felicidade.
Virtude humana, o que distingue o homem dos demais animais: razão, pensamento, racionalidade.
Felicidade verdadeira: aprimoramento intelectual.
Intelectual, afetivo (família, amigos) e econômico.
Econômico: promover, garantir o bem-estar (alimentação, conforto etc.).
EPICURO (341 – 271 a.C.)
Todos podem achar a felicidade, o problema é que a procuramos nos lugares errados;
Vida humana: busca pelo prazer: o estado de aponia (bem-estar), que era a ausência da dor física.
INGREDIENTES DA FELICIDADE EPICURISTA
1º Ter amigos: amigos trazem a felicidade;
2º Liberdade: independência financeira, ser autossuficiente (sem depender de chefes);
3º Vida bem analisada: reservar tempo para a reflexão.
PRAZER: MOMENTÂNEO X DURADOURO
Prazer Momentâneo: prazer breve e passageiro que traz efeitos colaterais ao corpo e à alma;
Ex.: empanturrar-se com comida, embriagar-se;
Prazer Duradouro: prazer estável que proporciona uma sensação de bem-estar (aponia), a ausência da dor,
perturbação (física ou psíquica). (EX. MÚSICA, LEITURA);
Evitar o prazer que trará consequências negativas (dor, sofrimento, perturbação);
Cálculo para escolha dos prazeres: o prazer momentâneo deve ser trocado pelo duradouro;
Utilizar a razão como critério de escolha.
EPICURO E OS 3 TIPOS DE DESEJOS OU PRAZERES
Naturais e Necessários: prazeres ligados à conservação do individuo. Ex: comer, beber e repousar.
Naturais e Desnecessários: excessos, variações supérfluas dos naturais e necessários. Ex: comer
exageradamente, ingerir bebidas alcoólicas etc.
Não Naturais e Desnecessários: ligados aos desejos de riqueza, poder e honras (trazem perturbação
da alma e causam dor).
AUTARQUIA E ATARAXIA
A eliminação dos desejos desnecessários e a moderação dos demais levava a autarquia (governo da
própria vida, não dependência de elementos externos) e a ataraxia (estado de imperturbabilidade da
alma).
FELICIDADE EPICURISTA
Prazer: ausência de dor (perturbações físicas ou psíquicas);
Prudência Racional: avaliar as consequências dos prazeres;
Evitar prazeres que trazem consequências negativas;
Ser feliz: escolher os prazeres de forma racional.
Se interiormente estamos bem, livres de perturbações, de dores (não só as físicas como também as
psíquicas), teremos uma vida mais prazerosa, moderada, sem exageros, uma vida mais feliz!
ZENÃO DE CÍCIO (335 – 264 a.C.)
Felicidade: viver de acordo com a ordem Cósmica
Aceitar o destino;
Inteligência que rege o mundo: Providência (Deus);
Tudo o que acontece tem um objetivo;
Predeterminado (destino).
FELICIDADE: ESTOICISMO
Não podemos ter tudo o que desejamos;
Há coisas que dependem de nós;
Ex. elaborar um bom trabalho, ser bom, generoso;
E outras que não dependem de nós, ou só de nós.
Ex. ganhar na loteria.
Se nossa vida já está determinada, e se há coisas que não dependem de mim, da minha vontade, então,
como ser feliz?
Felicidade: usar a vontade para querer, desejar apenas aquilo sobre o que temos poder, o que depende de
mim;
ZENÃO E OS 3 TIPOS DE COISAS: BOAS, MÁS E INDIFERENTES;
Boas: dependem só de nós, de nossa vontade para acontecer e para sermos felizes devemos querer e
buscá-las; EXEMPLOS: ser prudente, honesto, justo;
Más: também só dependem de nós, mas devemos evitá-las; EXEMPLOS: ser imprudente,
desonesto, injusto;
Indiferentes: não dependem de nós, não dependem de nossa vontade para acontecer, por isso, não
devemos nos preocupar com elas; EXEMPLOS: morte, saúde, doença, poder, riqueza.
OS ESTOICOS E A INFELICIDADE
Para os estoicos a infelicidade ocorre quando não conduzimos corretamente nossos pensamentos e
não evitamos as chamadas coisas más (coisas que só dependem de nós para acontecer, mas devemos
evitá-las), ou quando nos preocupamos com as coisas indiferentes (coisas que não dependem da nossa
vontade para acontecer, não as controlamos).
CONCLUSÃO: FELICIDADE ESTOICA
Fórmula para a felicidade, segundo os estoicos: devemos evitar as coisas más, não nos preocupar
com as indiferentes e querer e praticar coisas boas.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2009.
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Conecte filosofar: filosofia. São Paulo: Saraiva, 2011.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: filosofia pagã antiga. São Paulo: Paulus,
2003.
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