Mírian Perpétua Palha Dias Parente - 2014 - IPTSP

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
MÍRIAN PERPÉTUA PALHA DIAS PARENTE
IMPACTO ECONÔMICO DO EPISÓDIO DA DENGUE
NA CIDADE DE TERESINA, PIAUÍ, BRASIL
Goiânia
2014
Termo de Ciência e de Autorização para Disponibilizar as Teses e Dissertações Eletrônicas (TEDE) na
Biblioteca Digital da UFG
Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás–UFG a
disponibilizar gratuitamente através da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – BDTD/UFG, sem
ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões
assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção
científica brasileira, a partir desta data.
1. Identificação do material bibliográfico: [ ] Dissertação
[X] Tese
2. Identificação da Tese ou Dissertação
Autor (a):
Mírian Perpétua Palha Dias Parente
E-mail:
[email protected]
Seu e-mail pode ser disponibilizado na página?
[X] Sim
[ ] Não
Vínculo Empregatício do autor:
Universidade Estadual do Piauí – UESPI
Agência de fomento:
Sigla:
País:
UF:
CNPJ:
Título:
“Impacto econômico do episódio da dengue na cidade de Teresina, Piauí, Brasil”
Palavras-chave:
Dengue; Custos; Impacto econômico; Epidemiologia.
Título em outra língua:
"Economic Impact of the episode of dengue fever in the city of Teresina,
Piauí, Brazil"
Palavras-chave em outra língua: Dengue; costs; Economic Impact; Epidemiology.
Área de concentração:
Epidemiologia
Data defesa: (dd/mm/aaaa)
30/10/2014
Programa
de Doutorado Interinstitucional (DINTER) em Medicina Tropical e Saúde Pública
Pós-Graduação: (PPGMTSP) do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da
Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Estadual do Maranhão
(UEMA), tendo como associadas a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e a
Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Profª. Dra. Celina Turchi Martelli
Orientadora:*
E-mail:
[email protected]
Prof. Dr. João Bosco Siqueira Júnior
Coorientador:*
E-mail:
[email protected]
*Necessita do CPF quando não constar no SisPG
3. Informações de acesso ao documento:
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Data: 26 /11 / 2015
_____________________________________________
Assinatura do (a) autor (a)
1
Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo suscita
justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão disponibilizados durante o período de
embargo.
MÍRIAN PERPÉTUA PALHA DIAS PARENTE
IMPACTO ECONÔMICO DO EPISÓDIO DA DENGUE
NA CIDADE DE TERESINA, PIAUÍ, BRASIL
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Medicina
Tropical e Saúde Pública da Universidade
Federal de Goiás para obtenção do
Título de Doutor em Medicina Tropical
e Saúde Pública, área de concentração
em Epidemiologia.
Orientadora: Profª Dra Celina Maria
Turchi Martelli
Coorientador: Prof. Dr. João Bosco
Siqueira Júnior
Goiânia
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
GPT/BC/UFG
Parente, Mírian Perpétua Palha Dias
Impacto econômico do episódio da dengue na cidade de Teresina,
Piauí, Brasil [manuscrito] / Mírian Perpétua Palha Dias Parente. 2014.
viii, 145 f.: il.
Orientador: Profa. Dra. Celina MariaTurchi Martelli; co-orientador Dr.
João Bosco Siqueira Júnior.
Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Goiás, Instituto de
Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) , Programa de Pós
Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública, Goiânia, 2014.
Bibliografia. Anexos.
Inclui siglas, mapas, fotografias, abreviaturas, símbolos, gráfico,
tabelas, algoritmos, lista de figuras, lista de tabelas.
1. Dengue. 2. Custos da doença. 3. Avaliação econômica. I. Martelli,
Celina MariaTurchi, orient. II. Siqueira Júnior, João Bosco, co-orient.
III. Título.
ii
Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública
da Universidade Federal de Goiás
BANCA EXAMINADORA DA TESE DE DOUTORADO
Aluno (a): Mírian Perpétua Palha Dias Parente
Orientador (a): Profª. Dra. Celina Maria Turchi Martelli
Coorientador (a): Prof. Dr. João Bosco Siqueira Júnior
Membros:
1. Professor (a) Doutor (a) Celina Maria Turchi Martelli
2. Professor (a) Doutor (a) Alexander Itria
3. Professor (a) Doutor (a) Marilia Dalva Turchi
4. Professor (a) Doutor (a) Valéria Cristina Soares Pinheiro
5. Professor (a) Doutor (a) Viriato Campelo
Data: 30/10/2014
iii
“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa,
nunca tem medo e nunca se arrepende”
Leonardo Da Vinci
iv
DEDICATÓRIA...
Dedico esta tese aos meus pais William (in memorian) e Gracy, pelo eterno
cuidado, dedicação, amor e por me ensinarem a buscar ideais com ética, dignidade
e confiança em Deus.
Ao José Miguel, pelo amor e companheirismo ao longo desta trajetória que
concretiza mais um sonho.
Aos meus filhos, Lucas e Fábio, que iluminam o caminho da minha vida e
estimulam meu crescimento pessoal e profissional.
v
AGRADECIMENTOS
“Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes." (Isaac Newton).
A Deus, pela bênção de viver e por ter me dado forças para prosseguir nos momentos
mais difíceis, superando os desafios dessa árdua caminhada;
À minha estimada orientadora, Drª Celina Maria Turchi Martelli, meu agradecimento
especial, pela humildade, carinho, paciência, ética e competência essenciais ao meu
crescimento profissional, além da compreensão dos meus limites na elaboração deste
trabalho, direcionando os meus passos. Sou muito grata pela maneira tranquila de
enfrentar os desafios com simplicidade, compromisso e dedicação. Sinto-me
privilegiada por ter feito parte de seu grupo de pesquisa!
Ao meu coorientador, Dr. João Bosco Siqueira Júnior pela preciosa atenção que sempre
demonstrou e por ser um grande exemplo como profissional;
Aos meus irmãos Leonor, Celina, Sales, Célia e Andréa pelo carinho, incentivo e por
estarem presentes e disponíveis na minha vida;
À Paula e Ernandes pelo apoio e colaboração nessa trajetória;
À Profª Dra. Marília Dalva Turchi, por ter nos acolhido tão bem no Instituto e pela
competência na condução de seu trabalho;
À Profª Dra. Valéria Cristina Soares Pinheiro, pela grande dedicação na coordenação
local do DINTER;
Aos colegas da turma do DINTER, em especial, à Gisella, Sheila e Ivonizete, pelo
companheirismo, apoio, compartilhamento de material didático, mas principalmente
pelos momentos de descontração e amizade que construímos ao longo desses anos;
À Ana Laura, pela imprescindível ajuda nas análises dos dados e pelas valiosas
discussões na construção deste produto;
Aos professores do curso do doutorado, pelos ensinamentos que propiciaram meu
crescimento profissional;
Aos professores que fizeram parte da minha banca de qualificação, pela leitura
cuidadosa da tese e pelas incisivas pontuações e relevantes sugestões apresentadas;
vi
À Fanny Julia Mireille Cortes e Noêmia Teixeira de Siqueira Filha, pela paciência,
dedicação e importante contribuição em quase todas as etapas deste trabalho.
A Wayner Souza (PhD) e Ulisses Montarroyos (PhD) pela colaboração na estatística
desse trabalho;
Ao Eduardo Jaime Ferraz (CpqAM/Fiocruz-PE) pela construção do questionário on-line
e entrada de dados de maneira segura e prática;
Aos amigos Dr. Kelsen Dantas Eulálio (FMS) e Dr. Francisco das Chagas de Sá Pádua
(FMS) pelo estímulo, apoio e ajuda na obtenção de dados para realização desta tese;
Ao Denis Romulo Leite Furtado, pela inestimável colaboração na coleta de dados do
Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí);
À Profª Drª Maria do Socorro Pires da Cruz (UFPI), pela disponibilidade e entusiasmo
com que aceitou o convite para contribuir valorosamente na revisão deste trabalho.
Ao meu grupo de trabalho composto pelos entrevistadores: Laís Gonçalves Brasil,
Raphael Luz da Silva, Raul do Carmo Araújo, Jersica Ferreira de Araújo, Joeudes da
Silva Barbosa, Pablo Henrique C. Silva, Luma Mendes Brito, André Lages, João
Manuel Sousa, Raisa Castelo Branco, Leonardo Rios Oliveira, Luciana S. Costa e aos
outros entrevistadores eventuais; Ao Adalberto Ariosto Rodrigues Dias Filho que
contribuiu com a implantação dos dados do questionário e na elaboração de gráficos; e
ao Eduardo Carvalho Santos, que na função de motorista, nos conduziu aos mais
longínquos bairros de Teresina. A todos agradeço a relevante colaboração no trabalho
de campo, tornando possível a difícil missão da coleta e entrada de dados;
Aos entrevistados, pela grande contribuição ao aceitarem dividir suas histórias e
sentimentos, sem as quais este estudo não seria possível;
À Sanofi-Pasteur, pelo apoio financeiro;
À banca de defesa pela disponibilidade em compartilhar comigo deste momento tão
importante na minha vida acadêmica;
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse trabalho,
muito obrigada!
vii
SUMÁRIO
FIGURAS, QUADROS E TABELAS ....................................................................................... 9
SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................... 10
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................... 14
RESUMO.................................................................................................................................. 16
ABSTRACT ............................................................................................................................. 17
1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 18
1.1 Epidemiologia da Dengue ............................................................................................ 18
1.1.1.
Dengue no Mundo ............................................................................................. 18
1.1.2.
Dengue no Brasil................................................................................................ 20
1.1.3.
Dengue na Região Nordeste .............................................................................. 22
1.1.4.
Dengue no Piauí ................................................................................................. 24
1.2. Aspectos clínicos da dengue ......................................................................................... 26
1.3. A carga da doença no mundo e no Brasil ................................................................... 28
1.3.1. Avaliação econômica da dengue ............................................................................. 30
1.4. Estratégias de Prevenção e Controle da Dengue ....................................................... 35
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 38
3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 39
3.1. Objetivo Geral ................................................................................................................ 39
3.2. Objetivo Específico......................................................................................................... 39
4 MÉTODOS ........................................................................................................................... 40
4.1. Delineamento do Estudo ............................................................................................... 40
4.2. Local do estudo .............................................................................................................. 41
4.3. Critérios de inclusão e exclusão................................................................................... 42
4.4. Definição de Caso ......................................................................................................... 42
4.5. Classificações de casos ................................................................................................... 42
4.6. Recrutamento dos pacientes ......................................................................................... 44
7 - Sumário
4.6.1. Seleção da Amostra ................................................................................................. 45
4.7. Coleta de Dados .............................................................................................................. 46
4.7.1. Fontes de dados secundários................................................................................... 47
4.8. Organização do Trabalho de Campo ........................................................................... 47
4.9. Quantificação dos Custos............................................................................................... 48
4.10. Análise de Dados .......................................................................................................... 49
4.10.1. Estimativas do impacto econômico da dengue .................................................... 49
4.11. Considerações Éticas .................................................................................................... 56
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 58
Artigo 1................................................................................................................................... 59
Artigo 2................................................................................................................................... 78
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 97
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 98
8 ANEXOS ............................................................................................................................. 110
Anexo 1 - Parecer do Comitê de Ética ............................................................................... 110
Anexo 2 – Aprovação/Parecer da Plataforma Brasil .................................................. 111
Anexo 3 -Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ............................... 112
Anexo 5: Anuência do Hospital Unimed ........................................................................... 115
Anexo 6: Anuência do Lacen .............................................................................................. 116
Anexo 7 – Questionário ...................................................................................................... 117
8 - Sumário
FIGURAS, QUADROS E TABELAS
Figura 1 - Distribuição da dengue globalmente, 2012. ............................................................... 19
Figura 2 - Sorotipos circulantes, Brasil, até a semana 06, 2012. ................................................. 21
Figura 3 - Número de casos notificados com dengue por complicações, em Teresina, 1999 a
2013. ............................................................................................................................................ 26
Figura 4 - Representação esquemática dos tipos de custos em uma avaliação econômica. ........ 31
Figura 5 - Delineamento geral do estudo, Teresina/PI, 2012-2013. ............................................ 40
Figura 6 - Mapa do Brasil com destaque para a região Nordeste, Piauí e Teresina. ................... 41
Figura 7 - Fluxograma do Trabalho de Campo. .......................................................................... 45
Figura 8 - Seleção dos Sujeitos da Pesquisa. .............................................................................. 46
Quadro 1 - Pesquisa multicêntrica segundo a localização e Instituição responsável. ................. 15
Quadro 2 - Avaliação dos Custos Diretos Ambulatoriais da Dengue, 2012/2013. ..................... 50
Quadro 3 - Avaliação dos Custos Diretos Hospitalares da Dengue, 2012/2013. ........................ 51
Quadro 4 - Avaliação dos Custos Indiretos Ambulatoriais e Hospitalares da Dengue, 2012/2013.52
Quadro 5 - Fórmulas para cálculos dos custos diretos médicos, diretos não médicos e custos
indiretos. ...................................................................................................................................... 52
Quadro 6 - Fórmulas dos cálculos para estimativa dos custos de dengue, com base nos casos
registrados no banco de dados do Sinan, no período de Janeiro 2012 – Agosto 2013. ............... 53
Quadro 7 - Fórmulas dos cálculos para estimativa dos custos de dengue e simulação com uso de
fator de expansão, com base nos casos registrados no banco de dados do Sinan, no período de
Janeiro 2012 – Agosto 2013. ....................................................................................................... 54
Tabela 1 – Casos prováveis de dengue por grupo de idade, segundo os estados de residência na
região Nordeste, Brazil, 2013. ..................................................................................................... 24
9 – Figuras, Quadros e Tabelas
SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS
$
A90
A91
ABEP
Ae
AIO
AMB
Anvisa
BDTD
BR
Cassi
CBHPM
CCEB
CEP
CH
CID
CMED
CNPJ
CNS
Cols
CPF
CpqAM
CRS
DALY
Datasus
d.C.
DC
DCC
DENV
DENV-1
DENV-2
DENV-3
DENV-4
Dinter
DOC
Dollar sign
Dengue (dengue clássica) – CID 10
Febre hemorrágica devido ao vírus dengue
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa
Aedes
Análise de Impacto Orçamentário
Associação Médica Brasileira
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
Brasil
Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos
Critério de Classificação Econômica Brasil
Código de Endereçamento Postal
Coeficiente de Honorários Médicos
Classificação Internacional de Doenças
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
Conselho Nacional de Saúde
Colaboradores
Cadastro de Pessoa Física
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
Coordenações Regionais de Saúde
Disability Adjusted Life Years
Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil
Depois de Cristo
Dengue Clássica
Dengue com complicações
Vírus Dengue
Vírus da dengue sorotipo 1
Vírus da dengue sorotipo 2
Vírus da dengue sorotipo 3
Vírus da dengue sorotipo 4
Doutorado Interinstitucional
Document
10 – Simbolos, Siglas e Abreviaturas
Doi
DOU
DP
Elisa
et al.
EuroQoL
FD
FE
FHD
FIGS
Fiocruz
FMS
Funasa
GO
Gov
Hab.
IBGE
IC
IDH
IgG
IgM
IPTSP
I$
Lacen
LSHTM/UK
M
Max
MEC
Medplan
MG
Min
Ml
Mm
mm3
MS
MS SQL Server
MSc
N (n)
nº
NS1
Oanda
OMS
Digital object identifier
Diário Oficial da União
Desvio Padrão
Enzyme-Linked Immunosorbent Assay
Demais autores
Instrumento padronizado para ser utilizado como uma medida de
desfecho de saúde (escala visual analógica)
Febre da Dengue
Fator de Expansão
Febre Hemorrágica da Dengue
Figuras
Fundação Oswaldo Cruz
Fundação Municipal de Saúde de Teresina
Fundação Nacional de Saúde
Goiás
Governo
Habitantes
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Intervalo de Confiança
Índice de Desenvolvimento Humano
Imunoglobulina G
Imunoglobulina M
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
International dollars
Laboratório Central de Saúde Pública
London School of Hygiene & Tropical Medicine/United Kingdom
Metro
Máximo
Ministério da Educação
Plano de Assistência Médica
Minas Gerais
Mínimo
Mililitro
Milímetro
Milímetro cúbico
Ministério da Saúde
Sistema gerenciador de Banco de dados relacional desenvolvido
pela Microsoft
Master of Science
Representa o tamanho da amostra
Número
Stands for Nonstructural Protein 1
Conversor de Moedas
Organização Mundial da Saúde
11 – Simbolos, Siglas e Abreviaturas
OPAS
Org
P
PA
PACS
PDF
PE
PEAa
PhD
PI
Plamta
PMCD
PNCD
PNUD
PSF
R
RIDE
RJ
RT-PCR
S
SAS
SCD
SESA
SESAPI
SIGTAP
SIH
Sinan
Sinan NET
Sinan WINDOWS
SNVS
SPSS
SUS
SVS
TCLE
TEDE
UEMA
UERJ
UESPI
UF
UFG
Organização Pan-Americana de Saúde
Organização (reconhecido na internet como um domínio de
confiança)
Probabilidade
Pará
Programa de Agentes Comunitários de Saúde
Portable Document Format
Pernambuco
Programa de Erradicação do Aedes aegypti
Philosophy Doctor
Piauí
Plano Médico de Tratamento e Assistência em Teresina
Programa Municipal de Combate à Dengue
Programa Nacional de Controle da Dengue
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Programa Saúde da Família
Software grátis para análises estatísticas e gráficas
Região Integrada de Desenvolvimento
Rio de Janeiro
Reverse Transcriptase-Polimerase Chain Reaction
South
Secretaria de Assistência à Saúde
Síndrome do Choque da Dengue
Secretaria da Saúde do Estado do Ceará
Secretaria de Saúde do Piauí
Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos,
Medicamentos e OPM do SUS
Sistema de Informação Hospitalar
Sistema de Informação de Agravos de Notificação
Sistema de Informação de Agravos de Notificação Sistema
operacional para ser utilizado pelos pontos de digitação que não
possuem uma ligação Internet.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação para
microcomputadores com sistema operacional Windows
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
Statistical Package for Social Sciences
Sistema Único de Saúde
Secretaria de Vigilância a Saúde
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Teses e Dissertações Eletrônicas
Universidade Estadual do Maranhão
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Universidade Estadual do Piauí
Unidade da Federação
Universidade Federal de Goiás
12 – Simbolos, Siglas e Abreviaturas
UFMA
UFMG
UFPA
UFPI
Unimed
UPE
USD
USA
W
WHO
Universidade Federal do Maranhão
Universidade Federal de Minas Gerais
Universidade Federal do Pará
Universidade Federal do Piauí
Cooperativa de Trabalho Médico
Universidade de Pernambuco
United States Dollar (Dólar Americano)
United States of America
West
World Health Organization
WHOQOL/
WHOQOL-BREF
World Health Organization of Quality of Life
13 – Simbolos, Siglas e Abreviaturas
APRESENTAÇÃO
A presente Tese registra a conclusão do Doutorado do Programa de PósGraduação em Medicina Tropical do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da
Universidade Federal de Goiás, área de concentração em Epidemiologia. A introdução
contém uma revisão da literatura sobre a epidemiologia e os custos relacionados à
dengue.
Dois artigos científicos descrevem a metodologia, os resultados e discussão
desta pesquisa. O primeiro intitulado "Impacto Econômico do Episódio de Dengue no
Nordeste, Brasil" apresenta os custos diretos e indiretos relacionados à assistência
médica de pacientes ambulatoriais e hospitalares durante o episódio da doença, na área
urbana de Teresina - Piauí, Nordeste do Brasil.
O segundo artigo, intitulado “Considerações sobre custo da dengue nas
Américas e revisão sistemática da literatura” apresenta os resultados de uma revisão
bibliográfica sobre estudos econômicos em dengue, no período de 2004 a 2014.
Este estudo, a cargo da Universidade Estadual do Piauí fez parte da pesquisa
"Economic Impact and Quality of Life Associated with Dengue in Brazil" coordenada
pela Universidade de Pernambuco e com financiamento da Sanofi Pasteur – divisão de
vacina do grupo Sanofi-Aventis. A pesquisa multicêntrica foi conduzida em seis
capitais do Brasil, localizadas em quatro regiões brasileiras (Quadro 1) e esta tese
demonstra apenas os dados realizados na cidade de Teresina, capital do estado do Piauí.
14 – Apresentação
Quadro 1 - Pesquisa multicêntrica segundo a localização e Instituição responsável.
Região
Capital/UF
População
Instituição responsável
(milhões hab.)
Nordeste
Norte
Centro-Oeste
Teresina/PI (e
cidades do entorno)
1,2
Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
Recife/PE
1,5
Universidade de Pernambuco (UPE)
Belém/PA
1,4
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Goiânia/GO
1,2
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Rio de Janeiro/RJ
6,3
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ)
Belo Horizonte/MG
2,4
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)
Sudeste
Fonte: (IBGE, 2010).
15 – Apresentação
RESUMO
Introdução: A dengue é considerada a arbovirose mais importante internacionalmente.
Estima-se que 390 milhões de pessoas se infectem anualmente pelo vírus da dengue e
aproximadamente um quarto manifesta algum nível de gravidade clínica da doença. Na
última década, o Brasil vem contribuindo para a carga global da dengue no hemisfério
ocidental, apesar de investimentos para controlar os mosquitos vetores e,
conseqüentemente, tentar-se reduzir a transmissão da doença. Objetivo: Analisar o
impacto econômico do episódio de dengue sob as perspectivas do pagador público e da
sociedade, em pacientes ambulatoriais e hospitalizados atendidos nos setores públicos e
privados de saúde e realizar revisão sistemática da literatura sobre os custos da dengue
em países das Américas. Métodos: Trata-se de uma de avaliação econômica em saúde,
utilizando o método de macro e micro custeio, que se configura numa análise de custos
de um episódio de dengue entre casos ambulatoriais e hospitalares com suspeita de
dengue, atendidos nos setores públicos e privados. Os pacientes foram entrevistados no
início do episódio de dengue e aproximadamente 30 dias após o início dos sintomas.
Resultados e discussão: Os dados apresentados tiveram como base as entrevistas de
415 pacientes incluídos no estudo. Dos entrevistados, 355 (85,5%) eram do grupo
Ambulatorial e 60 (14,5%) do grupo de Hospitalizados. Considerando a perspectiva da
Sociedade, a média de custo por unidade de atendimento ambulatorial no setor público
foi de USD 72 e no setor privado foi de USD 500. Para os casos hospitalizados, os
custos médios globais para pacientes atendidos no setor público foram cerca de quatro
vezes maiores (USD 270), enquanto que no setor privado, cerca de 1,5 vezes maior que
os ambulatoriais (USD 835). Considerando a perspectiva do pagador, foi avaliado
apenas o setor público, onde a média de custo por unidade de atendimento ambulatorial
foi de USD 31 e em hospitais foi de USD 198, valor inferior ao da avaliação pela
perspectiva da Sociedade. Conclusão: A dengue representa um custo elevado na
economia do sistema de saúde público e privado, bem como para a sociedade, além
desse custo variar de acordo com o setor de atendimento (ambulatorial e hospitalizado).
Palavras-chave: Dengue, Custos da doença, Avaliação econômica.
16 - Resumo
ABSTRACT
Introduction: Dengue is considered the most important arboviral internationally. An
estimated 390 million people infected annually by the dengue virus and about a quarter
expressed some level of clinical severity. In the last decade, Brazil has been
contributing to the global burden of dengue in the Western hemisphere, despite
investments to control the vector mosquitoes and thus attempting to reduce disease
transmission. Objective: To analyze the economic impact of dengue episode from the
perspectives of the public payer and society, in outpatients and inpatients served in
public and private health sectors and realize systematic literature review about dengue
costs in the Americas countries. Methods: This is an economic evaluation in health
care, using the method of macro and micro costing, which sets up a cost analysis of an
episode of dengue among ambulatory and hospital with suspected dengue cases treated
in the public and private sectors. Patients were interviewed at the beginning of the
episode of dengue and approximately 30 days after the onset of symptoms. Results and
discussion: The results presented were based on interviews of 415 patients included in
the study. Of the respondents, 355 (85.5%) were ambulatory and 60 (14.5%) of the
group of hospitalized group. Considering the perspective of society, the average cost per
unit of outpatient care in the public sector was $ 72 and in the private sector was USD
500. For hospitalized cases, the overall average costs for patients treated in the public
sector were about four times higher (270 USD), while in the private sector, about 1.5
times higher than ambulatory patients (835 USD). Considering the prospect of paying
assessed only the public sector, where the average cost per outpatient ward was USD 31
and USD 198 hospitals was lower than the assessment value from the perspective of
society. Conclusion: Dengue is a high cost in the private and public health care
economy as well as to society, beyond that costs vary according to the sector of care
(outpatient and inpatient).
Keywords: Dengue, costs of disease, economic evaluation.
17 - Abstract
1. INTRODUÇÃO
1.1 Epidemiologia da Dengue
Dengue é uma doença febril aguda causada por um flavivírus com quatro
sorotipos conhecidos DENV (DENV-1, -2, -3, -4). Esses sorotipos são antigenicamente
diferentes, por isso, a imunidade conferida pela infecção é permanente para o sorotipo
que a causou (imunidade homóloga), mas temporária e parcial para os outros sorotipos
(imunidade heteróloga) (HALSTEAD, 1988; GUBLER, 1998).
Considerada a arbovirose mais importante internacionalmente e com mais de
50,0% da população mundial vivendo em áreas de risco da doença, atualmente a dengue
está presente em 128 países. A transmissão da doença ocorre através de picadas do
mosquito fêmea infectado com o vírus da dengue. Esse mosquito é do gênero Aedes,
apresenta três subgêneros: Stegomyia, Finlaya e Diceromyia e três espécies: Aedes
aegypti, Aedes albopictus e Aedes polynesiensis, sendo o Aedes aegypti o principal vetor
de importância epidemiológica na transmissão da dengue nas Américas (GUBLER, 2006;
CDC, 2011; GUBLER, 2011; EVANGELISTA; DE OLIVEIRA; GONÇALVES, 2012;
MAHALINGAM; HERRING; HALSTEAD, 2013).
1.1.1. Dengue no Mundo
Estima-se que 390 milhões de pessoas se infectem anualmente pelo vírus da
dengue, dos quais 96 milhões manifestam algum nível de gravidade clínica da doença
(BHATT et al., 2013). A dengue tornou-se endêmica em mais de 100 países na África,
Américas, Mediterrâneo Oriental, Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental, sendo o
Sudeste Asiático e as regiões ocidentais do Pacífico os lugares mais gravemente afetados
(WHO, 2012b).
Os primeiros casos, cujos sintomas eram compatíveis com dengue, foram
anotados em uma enciclopédia médica chinesa em 992 d.C., originalmente publicada no
período da dinastia Chin antes de ser formalmente editada. As primeiras epidemias que se
18 - Introdução
assemelhavam à dengue ocorreram em 1635 e 1699 nas Antilhas e América Central,
respectivamente. Em relação à Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), a primeira
epidemia registrada ocorreu no sudeste da Ásia na década de 1950 e, em 1975, tornou-se
uma das principais causas de hospitalização e morte entre crianças em muitos países
(GUBLER,
2006;
WILDER-SMITH;
GUBLER,
2008;
EVANGELISTA;
DE
OLIVEIRA; GONÇALVES, 2012; PASSOS; FIGUEIREDO, 2012).
A Figura 1 mostra a distribuição geográfica e risco de transmissão da dengue
referente ao ano de 2012 em todo o mundo. Observa-se a dispersão geográfica do vetor e
da doença para os países situados entre a linha do Equador e abaixo do Trópico de
Câncer, coincidindo com as áreas de maior adensamento populacional do planeta. A
dengue apresenta maior ocorrência de casos nas Américas, África e parte da Ásia.
Figura 1 - Distribuição da dengue globalmente, 2012.
Fonte: (SIMMONS et al., 2012) – Adaptado.
Em países asiáticos, a dengue é caracteristicamente reconhecida como doença de
crianças, sendo importante causa de hospitalização pediátrica. Entretanto, dados indicam
que os doentes idosos, acima de 65 anos, são mais propensos a serem hospitalizados,
apresentam maior numero de óbitos e são menos propensos a apresentar hemorragia,
independentemente do sorotipo infectante (KLIKS et al., 1988).
Na Europa, a transmissão local da dengue foi relatada pela primeira vez na
França e Croácia em 2010 e casos importados foram detectados em três outros países
europeus (WHO, 2012c).
19 - Introdução
Durante as duas últimas décadas, todas as áreas tropicais da América Central e
América do Sul, bem como a maior parte do Caribe, aumentaram a incidência da dengue
clássica e febre hemorrágica da dengue (SAN MARTÍN et al., 2010).
1.1.2. Dengue no Brasil
Há relatos de que o Ae. aegypti foi introduzido no país, provavelmente, na época
do tráfego de escravos, ou seja, ainda no Brasil Colônia (1500-1822). Faz-se referência à
dengue no país desde o ano de 1846 e há referências de epidemias em 1916, em São
Paulo, e em 1923, em Niterói, no Rio de Janeiro, sem comprovação laboratorial. Intensas
campanhas de erradicação do Ae. aegypti nas Américas foram incentivadas nas décadas
de 1930 e 1940 pela Fundação Rockfeller e em 1947 pela Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS) (FORATTINI, 1986; BARRETO; TEIXEIRA, 2008).
Entre as décadas de 1950 e 1960, o Brasil e outros países da América Central e
do Sul foram certificados como regiões livres do Ae. aegypti. Em 1955, o Brasil
conseguiu eliminar seu último criadouro do mosquito e, três anos depois, o vetor foi
declarado erradicado no país. Em 1967, confirmou-se a reintrodução do Ae. aegypti no
Brasil. Em 1973 foi declarado novamente erradicado do país, ressurgindo em 1976,
iniciando, a partir de então, uma progressiva dispersão no território nacional (OSANAI et
al., 1983; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA et al., 2002; BRAGA, I. A.; VALLE, 2007;
BASTOS et al., 2012).
Entre os anos de 1981 e 1982, foi documentada, clínica e laboratorialmente, a
primeira epidemia causada pelos DENV-1 e DENV-4, que ocorreu em Boa Vista –
Roraima. Em 1986, foi identificado no estado do Rio de Janeiro o DENV-1 e
posteriormente disseminado para outros estados do Brasil. Entre 1986 e 1990, as
epidemias de dengue se restringiram a alguns estados das Regiões Sudeste (Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais) e Nordeste (Pernambuco, Alagoas, Ceará e Bahia)
(BRAGA, I. A.; VALLE, 2007)
Em 1990, foi criada a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) que passou a ser
responsável pela coordenação das ações de controle da dengue no Brasil. Neste mesmo
ano, o vírus DENV-2 foi detectado no país e registrado milhares de casos da doença,
época em que a forma hemorrágica foi documentada no Rio de Janeiro, com oito mortes
notificadas. Posteriormente, os vírus DENV-1 e DENV-2 foram se disseminando para
outros estados do país já infestados pelo Ae. aegypti, com aumento do número casos de
20 - Introdução
dengue e a ocorrência de epidemias (SIQUEIRA JR et al., 2005; TEIXEIRA, L. D. A. S.
et al., 2010).
Em 1994, o DENV-3 foi reintroduzido nas Américas. No Brasil, a circulação
deste sorotipo do vírus foi identificada pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro em
dezembro de 2000 e, posteriormente, no estado de Roraima, em novembro de 2001. No
Brasil, a maior epidemia de dengue teve mais de 1,2 milhão de casos notificados em
2002, quando houve cocirculação de DENV-1, DENV-2 e DENV-3 (SIQUEIRA JR et
al., 2005; MEDRONHO, 2006; BARRETO; TEIXEIRA, 2008).
A cocirculação de vários sorotipos DENV no País (Figura 2) e a alta
endemicidade da doença podem ser responsáveis pelo aumento da ocorrência de formas
graves e o aumento no número de hospitalizações relacionadas com a dengue (SAN
MARTÍN et al., 2010; TEIXEIRA, M. G. et al., 2013).
Figura 2 - Sorotipos circulantes, Brasil, até a semana 06, 2012.
Fonte: (BRASIL/OPAS/OMS, 2012).
Atualmente, o Ae. aegypti está presente em todas as 27 unidades da Federação.
Mais recentemente, a concentração de casos de dengue em centros urbanos vem sendo
alterada, com aumento da incidência em municípios de pequeno e médio porte.
Municípios com população menor que 100.000 habitantes notificaram 52,0% dos casos
em 2007 e 16,0% das notificações ocorreram em municípios com população entre
100.000 e 500.000 habitantes (BRAGA, I. A.; VALLE, 2007; SILVAJÚNIOR, 2012).
21 - Introdução
No Brasil, a notificação de doenças transmissíveis, entre elas a Dengue, é
obrigatória e todos os casos suspeitos devem ser notificados à Vigilância Epidemiológica
do município (BRASIL, 2009c; KAKKAR, 2012). Com aproximadamente 70,0% dos
casos notificados, o Brasil é atualmente o país das Américas mais afetado em número de
casos de dengue. Nos últimos anos, houve uma elevação no número de casos em crianças
e no número de mortes por dengue tanto no Brasil quanto em outros países (SIQUEIRA
JR et al., 2005; ABE; MARQUES; COSTA, 2012; SINAN, 2013b).
1.1.3. Dengue na Região Nordeste
A dengue tem padrão endêmico na região Nordeste. Entre os anos de 1982 e
1997, foram notificados 502.772 casos da doença nessa região, correspondendo a 54,0%
das notificações ocorridas no país. No período decorrido entre 1998 e 2001, os casos
nordestinos aumentaram para 652.448 registros, correspondendo a 46,3% dos casos
nacionais (SANTOS, 2003; GONÇALVES NETO; REBÊLO, 2004).
As maiores incidências de casos de dengue coincidem com a estação chuvosa no
Nordeste brasileiro, onde se tem observado um padrão de sazonalidade da doença. A
notificação de casos aumenta nos meses de maior precipitação pluvial, de fevereiro a
junho, e no final dessa estação e durante todo o período seco, observa-se diminuição do
número de registros da doença. Entre 1990 e 2000 ocorreram várias epidemias, sobretudo
nos grandes centros urbanos do Nordeste do Brasil (GONÇALVES NETO; REBÊLO,
2004; MONTEIRO et al., 2009; BARBOSA, 2012).
O Ae. aegypti foi introduzido em São Luís, capital do Maranhão, em 1969, mas só
chamou a atenção dos órgãos de saúde no ano de 1995, quando foram detectados os
primeiros casos de dengue clássica. Nos anos de 1995 e 1996, ocorreu naquele município
uma epidemia de dengue causada pelo sorotipo DENV-1. Em 2001, após considerável
queda no número de casos de dengue nos dois anos anteriores, foi isolado o sorotipo
DENV-2 e em 2002 notificaram-se quatro casos de FHD, com um óbito, coincidindo com
a circulação do DENV-3, causando um estado de alerta em São Luís/MA
(VASCONCELOS et al., 1999; SANTOS, 2003; GONÇALVES NETO; REBÊLO,
2004).
Na Bahia, até o ano 2000, não houve nenhum registro de óbito por dengue,
mesmo com dois sorotipos circulando: o DENV-2 (desde 1994) e o DENV-1 (a partir de
1997). A introdução do DENV-3 em 2002 levou a modificações do quadro
22 - Introdução
epidemiológico daquele estado. A primeira epidemia de dengue na Bahia foi detectada
em fevereiro de 1987 em Ipupiara, município de baixa densidade demográfica, quando
foi identificado o sorotipo DENV-1. (TEIXEIRA, M. D. G. et al., 2001; MELO et al.,
2010; PASSOS; FIGUEIREDO, 2012).
Há casos de dengue notificados no Ceará desde 1986, com isolamento do sorotipo
DENV-1. Nesses últimos 25 anos a dengue se manifestou de forma endêmica com o
registro de, pelo menos, cinco epidemias nos anos de 1987, 1994, 2001, 2008 e 2011. Em
2012, segundo dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde do estado do
Ceará (SESA), durante todo o ano, foram registrados 51.463 casos de dengue, sendo
98,5% do tipo 4 e apenas 1,5% de DENV-1. Destes, 75,0% dos casos ocorreram em
Fortaleza, com 24 óbitos dentre os 35 ocorridos em todo o estado. (CAVALCANTI et al.,
2010; SESA, 2013).
No Rio Grande do Norte, as mais importantes epidemias da dengue ocorreram em
2002 e 2008, inicialmente com a cocirculação do DENV-1 e do DENV-2 até 2002, e a
partir desse ano, com o aparecimento do DENV-3 circulante.
Esse mesmo padrão
epidêmico de cocirculação desses sorotipos virais foi observado na cidade do Recife-PE
(BARBOSA, 2012).
Em Pernambuco, os primeiros casos autóctones de dengue ocorreram em 1987,
com confirmação laboratorial e o isolamento do DENV-1. Foram identificadas as
seguintes epidemias no estado: 1995-1996, causada pelo DENV-2, 1997-1999, causada
pelo DENV-1 e 2002, pelo DENV-3 (CORDEIRO et al., 2007).
Em 2008, Sergipe foi um dos estados brasileiros mais afetados com epidemias de
dengue, com um aumento de 2.311,0% em comparação ao ano de 2007. Em relação aos
anos seguintes foi observado um rápido declínio no número de casos da doença (ALVES
et al., 2011; MARTEIS et al., 2013).
Na região Nordeste, o cenário da doença pode ser visto na Tabela 1.
23 - Introdução
Tabela 1 – Casos prováveis de dengue por grupo de idade, segundo os estados de
residência na região Nordeste, Brazil, 2013.
Estados de residência
Grupos de idade
<1
01 a 04 05 a 09 10 a 14 15 a 19 20 a 39 40 a 59 ≥ 60 Total
Alagoas
159 541
757
972
1421
4356
1619
486
Bahia
653 1923
3273
5475
7094
25618
13365
4607 62008
Ceara
395 1005
1836
2720
3614
12478
6204
2012 30264
Maranhão
137 256
416
356
378
1297
576
205
Paraíba
227 494
697
1131
1467
5729
2834
1006 13585
Pernambuco
147 395
561
639
921
3813
1584
452
8512
Piauí
59
267
357
528
2143
1060
403
4992
Rio Grande do Norte
254 679
1035
1333
1837
7960
4515
1570 19183
Sergipe
16
50
66
103
359
123
49
175
40
10311
3621
806
Fonte: Sinan/SVS/MS. Dados de 2013 atualizados em Maio/2014.
1.1.4. Dengue no Piauí
No estado do Piauí circulam os quatro sorotipos da dengue: DENV-1, DENV-2,
DENV-3 e DENV-4, onde a dengue tende a apresentar comportamento epidêmico
essencialmente nos períodos de janeiro a junho (RIBEIRO; SOUSA; ARAÚJO, 2008;
IBGE, 2010; NOGUEIRA; EPPINGHAUS, 2011).
Na década de 1990 foi registrado o primeiro caso de dengue no estado do Piauí,
provocado pelo DENV-2. A incidência da dengue no estado do Piauí e no município de
Teresina, no período de 2000 a 2010, apresentou ciclos de alta transmissão influenciados
pela predominância de diferentes sorotipos no país: no período de 2001 a 2006 foi
DENV-3 e entre 2007 a 2009 foi DENV-2. Em 2003, a manutenção de um novo sorotipo
de DENV pode ter ocasionado o aumento de doentes, bem como o número de internações
(Figura 3) (CASTRO et al., 2003; BRASIL, 2011a; EVANGELISTA; DE OLIVEIRA;
GONÇALVES, 2012).
Em relação à febre hemorrágica da dengue, em 2004 não houve registro de
episódios no Piauí. Até setembro de 2005, foram registrados 13 casos e em 2006, 34
casos de FHD, com nove óbitos no estado e letalidade de 26,0%. Em 2007, foram
24 - Introdução
confirmados 86 casos de FHD com onze óbitos, representando uma letalidade de 13,0%.
Já em 2008, houve registro de sete casos de FHD, sem óbitos, no estado (BRASIL,
2010a).
Em 2009, em todo o estado do Piauí, foram notificados 4.006 casos prováveis de
dengue e em comparação com 2010, que foram notificados 7.137 casos prováveis de
dengue, houve um aumento de 78,2% de um ano para o outro. Em relação ao
monitoramento da circulação viral, em 2010, foram analisadas 539 amostras das quais 42
foram positivas para DENV-1, oito para DENV-2 e uma para DENV-3 (BRASIL,
2011a).
Em 2011, foi isolado o DENV-4 no Piauí. Em todo o estado, o número de casos
de dengue em 2012 foi de 15.840 registros da doença, 15,7% maior do que as
notificações feitas em 2011. Em 2013, foram notificados 4.992 casos de dengue no Piauí,
o que representa uma redução em relação ao mesmo período de 2012 (NOGUEIRA;
EPPINGHAUS, 2011; SESAPI, 2013a; SINAN, 2013a).
Em Teresina, a ocorrência da dengue se dá ao longo de todos os meses do ano,
com maior incidência no período chuvoso. Até 17 de maio de 2013, foram notificados
1.068 casos de dengue, com o maior percentual classificado como dengue clássica. A
população da faixa etária de 20 a 34 anos foi considerada a de maior risco no período
(SESAPI, 2012; FMS, 2013; SESAPI, 2013a).
O primeiro caso com isolamento viral em Teresina foi provocado pelo DENV-2,
na década de 1990. Em maio de 2002, foram relatados os primeiros os casos do DENV-3.
Posteriormente, começou a circular o DENV-1. Até início de 2011, circularam os
sorotipos DENV-1, DENV-2 e DENV-3. A partir de março de 2011 foram notificados os
primeiros casos do DENV-4 e atualmente circulam em Teresina os quatro sorotipos
virais: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 (CASTRO et al., 2003; BRASIL, 2011b;
NOGUEIRA; EPPINGHAUS, 2011; EVANGELISTA; DE OLIVEIRA; GONÇALVES,
2012).
Em todo o ano de 2012, a maior incidência de casos de Teresina ocorreu no
bairro Itararé, zona Sudeste de Teresina e nos bairros Santa Maria da Codipi e São
Joaquim, localizados na zona Norte (FMS, 2013). A cidade de Parnaíba, localizada no
litoral do estado, ficou com a segunda maior notificação, com 1.005 notificações da
doença no Piauí (BRASIL, 2011b; SESAPI, 2013b).
25 - Introdução
No Piauí, as pessoas de 20 a 39 anos foram as mais acometidas por dengue em
todo o estado (Tabela 1). Em Teresina, no ano de 2012 houve redução número de casos
hospitalizados da doença. Em 2013, uma morte por dengue foi registrada na cidade. A
figura 3 demonstra o número de casos notificados com dengue por complicações, em
Teresina, no período de 1999 a 2013.
Figura 3 - Número de casos notificados com dengue por complicações, em Teresina,
1999 a 2013.
Fonte: Sinan /SVS/MS (SINAN, 2013a).
1.2. Aspectos clínicos da dengue
O processo infeccioso desencadeado pelo vírus da dengue pode variar desde
uma infecção assintomática, até quadros mais graves e, em algumas situações, levar à
morte. Clinicamente, apresenta quatro tipos de manifestações clínicas: infecção
inaparente, dengue clássica (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou síndrome do
choque da dengue (SCD), sendo as duas últimas, as manifestações mais agravadas
(BRASIL, 2009b).
Deve-se suspeitar de dengue diante de um paciente que apresente febre alta
acompanhada por pelo menos dois dos seguintes sintomas: cefaleia intensa, dor retroorbitária, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, infartamento ganglionar ou
erupção cutânea. O período de incubação da doença é de 4-10 dias após a picada de um
mosquito infectado, seguido de sintomas que geralmente duram 2-7 dias, podendo evoluir
para a cura ou com complicações que podem ser letais (WHO, 2012c).
26 - Introdução
Na fase inicial da doença, os achados laboratoriais incluem trombocitopenia e
leucopenia leve a moderada, com elevação moderada dos níveis hepáticos de
aminotransferases na maioria das vezes. Esta fase dura de 3 a 7 dias, após o qual a
maioria dos doentes se recupera sem complicações. As crianças, embora tenham febre
alta, geralmente são menos sintomáticas do que os adultos durante a fase de estado da
doença. É comum se observar leves manifestações hemorrágicas como petéquias e
hematomas, principalmente em locais de punção venosa (SIMMONS et al., 2012).
A Febre Hemorrágica da Dengue/Síndrome do Choque da dengue (FHD/SCD) é
caracterizada por extravasamento vascular sistêmico, levando ao choque hipovolêmico e
uma taxa de mortalidade de até 5,0%. Essa fase geralmente acontece na época da
defervescência, evidenciada pelo aumento da hemoconcentração, hipoproteinemia,
derrame pleural e ascite. Pode ocorrer hipotensão, choque irreversível e morte. Sinais de
deterioração iminente incluem vômitos persistentes, dor abdominal cada vez mais severa,
hepatomegalia dolorosa, elevação do hematócrito, rápida diminuição na contagem de
plaquetas, efusões serosas, sangramento da mucosa e letargia ou agitação. Sangramento
de pele, sangramento de mucosas (gastrointestinal ou vaginal), ou ambos, pode ocorrer
em adultos sem fatores precipitantes óbvios. Pode ocorrer moderada a grave
trombocitopenia, aumento transitório no tempo parcial de tromboplastina ativada, além
de diminuição nos níveis de fibrinogênio (GIBBONS; VAUGHN, 2002; BISWAS et al.,
2012; SIMMONS et al., 2012; WHO, 2012c).
O diagnóstico laboratorial da dengue pode ser feito por diferentes meios de
investigação, entre eles: isolamento viral, detecção do ácido nucleico viral pelo método
de RT-PCR (detecção de genoma viral (RT-PCR), técnica sorológica para pesquisa de
anticorpos específicos – sorologia - (IgM/IgG), detecção de antígenos virais em tecidos
utilizando técnica de imunohistoquímica e, mais recentemente, a pesquisa do antígeno
não-estrutural 1 (NS1) que ampliou a possibilidade de detecção da dengue no início da
fase aguda. O método mais empregado em saúde pública é a pesquisa de
imunoglobulinas IgM ou IgG, pelo método de ELISA, que apresenta 90,0 a 97,0% de
sensibilidade e menos de 2,0% de falsos positivos, sendo considerado o padrão ouro para
o diagnóstico (GUZMÁN; KOURI, 2002; WHO, 2009; BRASIL, 2010a).
O tratamento da FD continua a ser de suporte, com especial ênfase na
administração de fluidos, uma vez que não há agente antiviral específico nem há vacina
licenciada para proteger contra o vírus da dengue. Se a doença progride para FHD e SCD,
27 - Introdução
a terapia mais intensiva com fluídos torna-se imperativa para restaurar o volume
plasmático e manter a perfusão dos órgãos críticos. Em pacientes com hemorragia grave
que compromete a função cardiovascular, também está indicada a transfusão de sangue
(WHO, 2009).
1.3. A carga da doença no mundo e no Brasil
Os sistemas de saúde em todo o mundo têm sido sobrecarregados pelo
surgimento e ressurgimento de doenças anteriormente consideradas sob controle, além de
serem muito afetados pelas desigualdades socioeconômicas e transformações
demográficas, pelo envelhecimento populacional e agravo das doenças crônicas, como
também pelas alterações das condições ambientais (TALIBERTI; ZUCCHI, 2010). Dos
96 milhões de infecções por dengue no mundo em 2010, estima-se que 70% dos casos da
doença correspondam a casos que ocorreram na Ásia, com maior número de casos na
Índia (34% do total). Nas Américas ocorreram 14% dos casos, principalmente no Brasil e
México. A carga da dengue da África é quase equivalente ao das Américas, com 16% do
total mundial. Os países da Oceania e Europa contribuíram com pequeno número das
infecções aparentes globais (KAKKAR, 2012; BHATT et al., 2013).
Apesar de a dengue ser uma doença de notificação compulsória no Brasil e o
Ministério da Saúde ter implementado um sistema de vigilância desde a primeira
epidemia no início de 1980, é muito difícil fazer a mensuração da carga total da dengue
no país. Pelas suas características clínicas, a dengue é uma doença que acarreta grande
demanda por atendimento médico, comprometimento laboral e escolar, além do impacto
negativo na qualidade de vida das pessoas e familiares envolvidos (SUAYA, J. et al.,
2009).
Com a sobrecarga dos serviços de saúde, a dengue produz uma carga econômica
importante refletida pela perda de horas de trabalho, gastos por hospitalização, assistência
médica e medidas de prevenção e controle do vetor, entre outros. Um estudo econômico
conduzido nas Américas entre 2000 e 2007 estimou um custo total da doença de 2,1
bilhões de dólares com aproximadamente 60% do total dos custos correspondendo aos
custos indiretos, principalmente com perda de produtividade. O Brasil responde sozinho
por 40,9% do custo total da dengue em todo continente americano (SHEPARD et al.,
2011; SHEPARD; UNDURRAGA; HALASA, 2013).
28 - Introdução
Tendo em vista a vigilância das doenças de forma insatisfatória, baixo nível de
elaboração de relatórios, baixa letalidade, e análises comparativas inconsistentes, é
provável que a verdadeira incidência e o impacto da dengue sejam significativamente
maiores do que aquele descrito na literatura (BEATTY et al., 2011; GUBLER, 2011).
Estima-se que, mundialmente, 700.000 Anos de Vida Ajustados por Incapacidade
(DALY) por ano sejam perdidos devido a dengue. Em decorrência das mudanças
climáticas e em função da transmissão vetorial sustentada, a dengue deve provocar um
impacto ainda maior sobre a população, com complicações decorrentes da doença, além
do aumento do número de óbitos (HOTEZ et al., 2008; ABE; MARQUES; COSTA,
2012).
Em estudo sobre o custo da dengue em oito países, cinco nas Américas (Brasil,
El Salvador, Guatemala, Panamá, Venezuela) e três na Ásia (Camboja, Malásia,
Tailândia), nos anos de 2005-2006, demonstrou-se que, além do paciente, foram afetados
outros membros da família que ajudaram a cuidar dele. O custo total de um caso
ambulatorial não fatal foi em média I$ 514 dólares internacionais, enquanto o custo de
um caso hospitalizado não fatal foi em média I$ 1,491 dólares internacionais. Naquele
contexto, ficou bem caracterizado que um caso de dengue hospitalizado custou em média
três vezes mais do que o ambulatorial. Por conseguinte, os ganhos econômicos seriam
substanciais com uma vacina ou outras estratégias de prevenção da doença, se tais
medidas fossem eficazes em impedir grande parte dessa carga financeira (SUAYA, J. et
al., 2009; WHO, 2009).
Em estudo multicêntrico realizado em países das Américas incluindo o Brasil, os
custos indiretos relativos ao absenteísmo e dificuldade para exercer as atividades diárias
ultrapassaram os custos médicos diretos durante o episódio de dengue (ARMIEN, BLAS
et al., 2008; SUAYA, J. et al., 2009; WHO, 2009). Na última década, o Brasil vem
contribuindo para a carga global da dengue no hemisfério ocidental, apesar de
investimentos para controlar os mosquitos vetores e, consequentemente, tentar-se reduzir
a transmissão da doença. Um estudo realizado sobre custos do Programa de Prevenção e
Controle da Dengue no Município de São Paulo em 2005 evidenciou que a taxa de
hospitalização da doença, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), tem sido crescente ao longo dos anos, passando de 0,15% dos casos
notificados em 2001 a 20,08% em 2006, acarretando aumento de custos, que em muito
29 - Introdução
ultrapassam os gastos com tratamento da forma clássica da doença (TALIBERTI;
ZUCCHI, 2010; MARTELLI et al., 2011).
1.3.1. Avaliação econômica da dengue
Segundo DEL NERO (1995), economia da saúde é definida como “o ramo do
conhecimento que tem por objetivo a otimização das ações de saúde, ou seja, o estudo
das condições ótimas de distribuição dos recursos disponíveis para assegurar à população
a melhor assistência à saúde e o melhor estado de saúde possível, tendo em conta os
meios e recursos limitados”. A economia analisa os custos, benefícios e a melhor maneira
de distribuir os recursos, utilizando-se de metodologias que podem ser aplicadas em
situações em que são necessárias decisões e há escassez ou limitação de recursos. No
setor da saúde, os recursos são geralmente insuficientes e limitados, e a decisão de como
utilizá-los é quase sempre centralizada nas figuras dos profissionais da saúde,
administradores ou políticos (DEL NERO; PIOLA; VIANNA, 1995).
A avaliação econômica visa identificar, quantificar e comparar os custos e as
alternativas que são consideradas, e pode ser parcial (examina apenas custos) ou total
(examina custos e consequências). Toda avaliação econômica deve estar orientada por
uma questão de estudo bem definida, que determine o escopo, o desenho da pesquisa e a
técnica mais apropriada, tendo igualmente bem especificadas a intervenção e as
estratégias sob comparação, assim como a população-alvo, a perspectiva e o horizonte
temporal do estudo (DRUMMOND MF et al., 1997; BRASIL, 2009c).
Um estudo de avaliação econômica de tecnologias em saúde depende da
população que está sendo avaliada. Deve-se especificar que grupos ou subgrupos
potencialmente se beneficiarão dessa avaliação, definindo assim, a população-alvo. Nas
análises de impacto orçamentário (AIO), existem dois métodos para a delimitação da
população de interesse: o método epidemiológico e o método da demanda aferida. No
método epidemiológico, define-se o território de interesse, a população que nele habita e
o percentual dessa população que corresponde à faixa etária de interesse. Para doenças
agudas e exacerbações agudas crônicas, a unidade de análise é o episódio e a estimativa
epidemiológica deverá ser baseada na incidência de episódios; para doenças crônicas, a
unidade de análise é o indivíduo e a estimativa epidemiológica deverá ser baseada na
prevalência de casos da doença. Podem-se considerar doenças agudas aquelas com
30 - Introdução
duração inferiores a 12 meses e doenças crônicas aquelas com duração de 12 ou mais
meses (FERREIRA-DA-SILVA et al., 2012).
Existem basicamente duas formas de realizar avaliações econômicas: estudos de
custos e análises de custos/resultados. Os custos podem ser categorizados em: custos
diretos, que são aqueles relacionados diretamente aos serviços de saúde, que implicam
dispêndios imediatos, de identificação objetiva, correspondendo aos cuidados médicos e
não médicos e custos indiretos, que estão relacionados às perdas para a sociedade
resultantes da doença ou seu tratamento (perda de produtividade). Os custos diretos
médicos referem-se aos insumos médicos utilizados diretamente para prestar o tratamento
(hospitalizações, medicamentos, exames, próteses, honorários) e os custos diretos não
médicos são custos dos pacientes e famílias que estão diretamente associados ao
tratamento, mas que não são ligados à área da medicina ou hospitalar. Nesse grupo
podemos citar os gastos envolvidos no transporte do paciente ao consultório ou hospital,
alimentação e residência temporária. (BOMBARDIER; EISENBERG, 1985; LEWIS; LA
FORGIA; SULVETTA, 1996; SECOLI et al., 2005).
Além desses custos, pode-se agregar à análise do custo econômico da doença
uma terceira categoria de custos: os custos intangíveis, que são os custos associados à dor
e sofrimento, perda emocional e estigmatização social, para os quais é extremamente
difícil atribuir um valor monetário. Como há dificuldade para medi-los diretamente, esses
custos não são tipicamente incluídos em estudos de custo-efetividade. Na figura 4 estão
representados os tipos de custos em uma avaliação econômica
(TORRANCE;
DRUMMOND, 2005).
Figura 4 - Representação esquemática dos tipos de custos em uma avaliação econômica.
Fonte: (BALBINOTTO NETO; SILVA, 2008).
31 - Introdução
Os custos em economia da saúde referem-se aos recursos consumidos durante o
fornecimento de cuidados à saúde. A análise dos custos em saúde envolve a identificação,
mensuração e valoração de todos os recursos que são usados nos cuidados em saúde.
Custeio significa método de apropriação de custos. Pode-se dizer que um sistema de
custeio é constituído por etapas para o desenvolvimento do cálculo de custo. Os custos
são calculados para estimar os recursos (ou insumos) que são utilizados na produção de
um bem ou serviço (MARTINS, 1990; DRUMMOND, M.; MCGUIRE, 2001).
Para estimativa de custos, é importante considerar alguns fatores econômicos
nas análises, tais como preços de mercado, inflação, depreciação de bens e valor de
oportunidade. Os valores devem ser expressos de preferência em uma moeda estável e
em um ano específico; e quando os dados abrangem anos diferentes, o efeito da inflação
deve ser removido, corrigindo os valores para os próximos anos ou para a inflação nos
anos passados (BRASIL, 2008).
O estudo do custo da doença (COI) propõe-se a determinar o impacto
econômico total de uma doença ou condição de saúde sobre a sociedade, por meio da
identificação, medição e avaliação de todos os custos diretos e indiretos. Este desenho de
estudo focaliza os custos mas não aborda questões em relação a eficiência do tratamento.
Os estudos COI estimam, para a sociedade, o impacto econômico total de uma doença em
particular. As análises do tipo custo da doença são importantes para indicar as
informações necessárias à decisão sobre prioridades de investimento em saúde bem como
para verificar o impacto da implantação de ações e programas no setor da saúde
(BALBINOTTO NETO; GARCIA, 2011).
Existem quatro tipos de análise de custos completa: análise de minimização de
custos; análise de custo-benefício; análise de custo-efetividade; e análise de custoutilidade. Na análise de minimização de custos (AMC) estudam-se os custos de uma
determinada ação, comparando-os com alternativas que se sabe terem consequências
iguais. Quando as alternativas apresentam efeitos equivalentes, então a mais eficiente
será aquela que apresentar menores encargos. A análise de custo-benefício (ACB) é uma
forma de avaliação econômica em que os custos dos procedimentos ou programas
alternativos são comparados com resultados medidos em unidades naturais, tais como, o
custo de vida salvo por ano, o custo por caso curado e o custo por dia sem sintomas. A
32 - Introdução
análise de custo-efetividade (ACE) pode ser definida como um método de pesquisa para
avaliar e quantificar os custos e as consequências clinicas da utilização de uma tecnologia
ou programa de saúde de modo a estimar critérios de eficiência econômica sobre o uso
alternativo dos recursos para atingir um determinado objetivo. Já a análise de custoutilidade (ACU) é vista como uma técnica específica útil porque leva em consideração
ajustamentos da qualidade de vida para um dado conjunto de resultados de tratamento,
enquanto simultaneamente proporciona um resultado genérico para comparação de custos
e resultados em diferentes programas (ROBINSON, 1993; DRUMMOND MF et al.,
1997).
As metodologias de custeio para análise de custos de serviços de saúde são
classificadas em microcusteio e macrocusteio. O método de microcusteio é a maneira
mais acurada para avaliar potencialmente o custo das intervenções de saúde,
especialmente em serviços inovadores cujas necessidades de recursos não estão
disponíveis a partir de fontes de dados secundários, mas existem relativamente poucos
aplicativos de microcustos publicados, uma vez que pode ser um estudo caro. Para
Swindle e cols. o microcusteio deve ser aplicado em componentes de custo que são
propensos a mostrar grande variação de custo entre os pacientes (SWINDLE et al., 1999;
FRICK, 2009). O microcusteio costuma utilizar a analise de prontuários dos pacientes
para determinar que serviços específicos foram utilizados e atribuir custos a cada serviço.
(RASCATI, 2010).
O método de microcusteio subdivide-se em Botton-up ou Top-down. Na
estimativa Botton-up (de baixo para cima) os custos são coletados diretamente de uma
amostra de pacientes, tanto retrospectivamente usando prontuários e questionários como
prospectivamente utilizando uma amostra para um dado período de tempo. Na estimativa
Top-down (de cima para baixo) utilizam-se bancos de dados estatísticos e registros para
estimar os custos para uma dada amostra de prevalência (ARAUJO, 2010).
O macrocusteio (gross costing) é um método menos preciso que o microcusteio e
identifica os itens de custo em alto nível de agregado, englobando um ou alguns
componentes de custo mais relevantes para o serviço analisado (TAN et al., 2009).
Do ponto de vista conceitual, “perspectiva” é o ponto de vista a partir do qual a
avaliação econômica é conduzida. As perspectivas mais usadas são as do paciente, do
sistema de saúde e da sociedade em geral. Na perspectiva da sociedade, deverão ser
33 - Introdução
incluídos todos os custos diretos da produção do serviço/procedimento e dos tempos
perdidos pelos pacientes e seus familiares, além dos custos relacionados à perda de
produtividade e morte prematura, adotando-se para sua valoração a renda per capita
nacional. Já a perspectiva do pagador público, no caso do nosso sistema de saúde SUS ou
convênios, pode servir como um reflexo de valores cobrados para prestação de serviços.
Quanto ao horizonte temporal, deve-se tomar como base o curso natural da condição
mórbida e o provável impacto que a intervenção tenha sobre ele (DRUMMOND MF et
al., 1997; BRASIL, 2009c; CONSTENLA et al., 2009).
Os estudos econômicos aplicados à saúde, de forma geral, baseiam-se na
avaliação do impacto de determinada medida, por meio da relação do custo com os
efeitos de natureza econômica ou na saúde da população-alvo. Acredita-se que o processo
de tomada de decisão sobre assuntos relacionados à assistência em saúde pode ser mais
bem instruído melhorando-se a capacidade de avaliação sobre a eficácia e a eficiência das
medidas propostas na gestão da assistência à saúde (DA ROCHA MIRANDA, 2003).
Tendo em vista que o financiamento da saúde pode advir de duas fontes básicas,
pública e privada, em relação ao financiamento, o sistema de saúde no Brasil pode ser
classificado em quatro grandes grupos: o grupo do Sistema Único de Saúde (SUS),
universal e integral com financiamento por meio de impostos e contribuições; o segmento
dos planos privados de saúde, financiados pelas famílias e empregadores; o segmento de
acesso restrito para servidores públicos e militares, financiado pelos próprios servidores e
com recursos públicos; e o grupo de provedores privados de saúde, mediante ao
pagamento direto (MENEZES et al., 2006).
A contribuição da economia no âmbito da assistência à saúde tem gerado
conhecimentos aplicáveis à realidade dos serviços, auxiliando na determinação das
prioridades da gestão em saúde, bem como na alocação de recursos (DRUMMOND, M.
F.; TORRANCE; GREG, 1991; BRASIL, 2008). A medida da carga financeira e social
de uma doença pode ser útil na decisão dos gestores em saúde sobre onde e como aplicar
seus recursos, justificando a necessidade de investimento e fortalecimento do setor de
vigilância em saúde (PEREIRA et al., 2014).
A área de avaliação econômica em saúde ainda apresenta escassez de bancos de
dados abrangentes, de forma que as informações insuficientes possam levar os
pesquisadores a assumirem pressupostos, contribuindo para o aumento da incerteza dos
34 - Introdução
modelos. Para minimizar o problema, é necessário conduzir uma análise de sensibilidade
a fim de verificar os potenciais impactos destas variações no resultado do estudo
(DRUMMOND, M.; MCGUIRE, 2001).
1.4. Estratégias de Prevenção e Controle da Dengue
Existe atualmente a necessidade de melhoria das estimativas do verdadeiro
impacto da dengue em escala mundial devido a subregistro da doença. Para que o
controle da dengue seja eficaz, é de fundamental importância que haja vigilância e
comunicação. A quantificação mais precisa do impacto da dengue no mundo permitirá
uma melhor política, aplicação adequada dos recursos financeiros e priorização de
medidas eficazes no controle da doença (GUBLER, 2012; BHATT et al., 2013;
SHEPARD; UNDURRAGA; HALASA, 2013).
O mapeamento de doenças vem sendo instrumento básico no campo da saúde
pública. Alguns estudos brasileiros têm utilizado diferentes técnicas de análise espacial
baseadas em dados individuais e agregados para identificar áreas de maior risco para
dengue. Em razão da grande capacidade de dispersão do vetor, da mobilidade das
populações, do contingente populacional nas cidades e da complexidade dos problemas
sociais e políticos que afetam a qualidade de vida e o ambiente, o controle da dengue é
uma das tarefas mais difíceis para os serviços de saúde. Ainda existem muitas questões a
serem esclarecidas sobre a doença, desde a eliminação dos locais onde os mosquitos se
reproduzem até o combate à cadeia de transmissão da doença com o desenvolvimento de
políticas nacionais de controle da mesma (TAUIL, 2002; SIQUEIRA et al., 2004;
SIQUEIRA-JUNIOR et al., 2008; BRASIL, 2010a).
A vigilância epidemiológica da dengue consiste na detecção precoce dos casos,
realização de investigação para identificar a área de transmissão, acompanhamento da
curva epidêmica e realização de investigação de óbitos suspeitos. Todos os casos
suspeitos de dengue atendidos nos serviços de saúde pública ou de prestadores de saúde
privados devem ser notificados no Sinan e acessíveis na internet. O Sistema Nacional de
Vigilância e Controle de Doenças (SNVS) do Brasil opera como parte do Sistema Único
de Saúde (SUS). Em situações epidêmicas, a coleta e o fluxo dos dados devem permitir o
acompanhamento da curva epidêmica, com vistas ao desencadeamento e avaliação das
medidas de controle. Os casos graves devem ser notificados e investigados
35 - Introdução
imediatamente, preferencialmente, durante o período de internação. (BARRETO;
TEIXEIRA, 2008; BRASIL, 2010b; BARRETO et al., 2011).
Em 1996, o Ministério da Saúde instituiu o Programa de Erradicação do Ae.
aegypti (PEAa) no Brasil. Ao longo do processo de implantação desse programa
observou-se a inviabilidade técnica de erradicação do mosquito a curto e médio prazos e
o PEAa teve méritos ao propor a necessidade de atuação multissetorial e prever um
modelo descentralizado de combate à doença, com a participação das três esferas de
governo, Federal, Estadual e Municipal. Em julho de 2002, o Ministério da Saúde
instituiu o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), com mudanças efetivas
em relação aos modelos anteriores, passando a envolver toda a sociedade no controle do
vírus e implantar a estratégia de controle em todos os municípios brasileiros (BRASIL,
2002).
Objetivando atingir metas do PNCD, foi proposta a elaboração de programas
permanentes, realização de campanhas de informação e de mobilização da população,
vigilância epidemiológica e entomológica, melhoria da qualidade do trabalho de campo
no combate ao vetor, integração com o Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS) e Programa Saúde da Família (PSF), além da evidente necessidade de
sensibilizar a população no combate ao vetor (BRAGA, I. A.; VALLE, 2007).
Em 2009, o Ministério da Saúde propôs outras medidas de prevenção e controle
da dengue, quando elaborou as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de
Epidemia de Dengue apresentando um plano de trabalho organizado por componentes
referente à assistência, à vigilância epidemiológica, ao controle vetorial, além da
comunicação e mobilização para orientar a revisão dos planos estaduais e municipais de
controle da dengue, visando à redução do impacto da dengue sobre a saúde da população
(BRASIL, 2009a).
O controle efetivo do vetor tem sido o esteio da prevenção e controle da dengue.
Além disso, o fortalecimento da vigilância epidemiológica e melhor relato dos casos
também são essenciais para avaliar a verdadeira situação da dengue no mundo. Não
existe atualmente nenhuma vacina ou tratamento antiviral específico para enfrentar a
crescente ameaça da dengue, sendo que o prognóstico da doença depende do diagnóstico
precoce e do manejo clínico apropriado. Dessa forma, uma medida promissora para o
controle da endemia poderá ser o desenvolvimento de uma vacina tetravalente para uso
36 - Introdução
em larga escala na população (HALSTEAD, 2007; MURRAY; QUAM; WILDERSMITH, 2012).
Avaliar o impacto econômico durante o episódio da dengue representa conhecer
não somente os custos dos vários componentes do PNCD e do Programa Municipal de
Combate à Dengue (PMCD), como também conhecer sobre os gastos relacionados ao
tratamento da doença, desde o atendimento nas unidades básicas de saúde até o
diagnóstico e a hospitalização dos casos mais graves, sobre os gastos que recaem sobre as
famílias, incluindo-se os dias perdidos de trabalho dos doentes e cuidadores e,
finalmente, sobre os prejuízos para a economia do país (TALIBERTI; ZUCCHI, 2010).
37 - Introdução
2 JUSTIFICATIVA
Estudos econômicos são de fundamental importância em relação às ações
políticas de saúde pública, evitando prejuízos econômicos produzidos pela doença, que
poderiam ser evitados caso houvesse investimentos no controle ou na prevenção da
doença (Shepard et al. 2004). Ainda são poucas as publicações acerca dos impactos
socioeconômicos e da qualidade de vida dos pacientes com dengue no Brasil (Suaya et al.
2009). Esses tipos de dados são necessários para permitir que as autoridades de saúde
pública e políticas possam tomar decisões informadas sobre a eficácia de custo de
programas de controle da dengue. Vale lembrar que o setor privado também é
fundamental nas análises econômicas para orientar a tomada de decisões em vacinas e
desenvolvimento de medicamentos antivirais (GUBLER, 2012). De maneira geral, esses
resultados são relevantes tanto na saúde pública como para reduzir os prejuízos sociais,
que poderiam ser evitados ou minimizados caso houvesse medidas eficazes para o
controle da doença, como por exemplo, uma potencial vacina contra dengue.
No Brasil, a investigação sobre os custos do episódio da dengue foi realizada na
região Centro-oeste, evidenciando a expressiva carga da doença em adultos e a
necessidade de expandir esse tipo de mensuração em outros contextos regionais
(MARTELLI et al., 2011). Em continuidade a essa linha de pesquisa em dengue, este
estudo demonstra os referidos achados em Teresina, uma área metropolitana da região
Nordeste. Considera-se assim que este trabalho possa consubstanciar avaliações que
permitam ampliar o cenário no foco da pesquisa favorecendo estratégias para a
diminuição significativa do número de casos de dengue em futuro próximo.
Esta pesquisa busca contribuir para a produção de novos conhecimentos na área
da saúde mostrando o impacto com os custos diretos e indiretos relacionados à assistência
médica de pacientes ambulatoriais e hospitalares. Além disso, visa também subsidiar os
formuladores das políticas e gestores para melhor direcionamento dos recursos e
planejamento
das
ações
de
assistência
à
38 - Justificativa
saúde
relacionada
à
dengue.
3 OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Analisar o impacto econômico do episódio de dengue sob as perspectivas do
pagador público e da sociedade, em pacientes ambulatoriais e hospitalizados atendidos
nos setores públicos e privados de saúde, em Teresina-PI e realizar revisão sistemática
da literatura sobre os custos da dengue em países das Américas.
3.2. Objetivo Específico
Estimar os custos associados com o episódio de dengue: custos médicos diretos,
custos não médicos diretos e custos indiretos.
39 - Objetivos
4 MÉTODOS
O presente estudo compõe a pesquisa multicêntrica sobre o impacto econômico
da dengue no Brasil, conduzida em seis capitais (Teresina, Recife, Belém, Goiânia, Belo
Horizonte e Rio de Janeiro), em quatro regiões brasileiras (Nordeste, Norte, Centro-Oeste
e Sudeste). Esta tese apresenta os resultados de custos do episódio da dengue em Teresina
– PI.
4.1. Delineamento do Estudo
Esta pesquisa foi delineada como estudo de custo em coorte prospectiva
utilizando-se o método de macro e micro custeio no município de Teresina, Piauí, no
período de janeiro de 2012 a agosto de 2013.
Os pacientes suspeitos de dengue foram recrutados no início dos sintomas da
doença e a coleta dos dados de custos foi realizada aproximadamente de 15 a 30 dias
após o início dos sintomas. Esse intervalo foi escolhido para minimizar o viés de
memória (Figura 5).
Figura 5 - Delineamento geral do estudo, Teresina/PI, 2012-2013.
40 - Métodos
4.2. Local do estudo
O local de estudo foi a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande
Teresina (RIDE), 1,1 milhão de hab., que corresponde a 33,3% da população do Piauí e
apresenta densidade populacional de 584,95 hab./km2 (Figura 6). A cidade está localizada
entre os rios Parnaíba e Poti, a 5° 5'S, 42° 48'W. A altitude média do município varia de
100 a 150m. O clima é tropical, a temperatura média anual é de 27°C e, a precipitação
anual é de 1.300 mm. As temperaturas mais elevadas começam em agosto e duram até
dezembro, e os intervalos de estação chuvosa, de janeiro a abril (IBGE 2010).
Teresina
possui
124
bairros
divididos
administrativamente
em
três
Coordenações Regionais de Saúde (CRS): Centro-Norte, Sul e Leste-Sudeste,
contemplando um total de 261.468 imóveis (residenciais comerciais e terrenos baldios).
Aproximadamente 95,0% dos bairros têm serviço de abastecimento de água, embora
exista intermitência em alguns deles. Apenas 13,0% da área urbana são cobertos por
esgotamento sanitário e a coleta de lixo é feita em dias alternados (MONTEIRO et al.,
2009).
Figura 6 - Mapa do Brasil com destaque para a região Nordeste, Piauí e Teresina.
Fonte: (LUVENTICUS, 2013).
41 - Métodos
4.3. Critérios de inclusão e exclusão
Foram considerados elegíveis casos suspeitos de dengue residentes em TeresinaPI.
Foram excluídos os pacientes que não concordaram em assinar o TCLE, os
residentes em outros municípios, ainda que tivessem sido tratados nessa cidade, aqueles
com endereços incompletos e os pacientes impossibilitados de responder à entrevista,
mesmo com a colaboração do responsável.
4.4. Definição de Caso
Os pacientes recrutados apresentavam suspeita clínica de dengue definida como
febre, associada a duas ou mais das seguintes manifestações: cefaleia, dor retro orbital,
mialgia, artralgia, prostração ou exantema (com ou sem a presença de hemorragia). Estes
critérios de definição de caso de dengue estão em consonância com as diretrizes
brasileiras (BRASIL, 2009a).
Foram considerados ambulatoriais os pacientes advindos de consultas em
consultórios ou que estiveram em observação por menos de 24 horas; foram considerados
hospitalares os pacientes internados ou em observação por período maior ou igual a 24
horas.
4.5. Classificações de casos
Casos de dengue clássica (DC), Dengue com complicações e Febre hemorrágica
da Dengue (FHD) foram definidos seguindo-se as recomendações da Organização
Mundial de Saúde (OMS) vigente em 2012 e posteriormente reclassificados de acordo
com a atualização da norma em 2013 (WHO, 2009); (BRASIL, 2013a).
Caso suspeito de dengue clássica – paciente que tivesse doença febril aguda,
com duração máxima de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes
sintomas: cefaleia, dor retro orbital, mialgia, artralgia, prostração e exantema. Além
desses sintomas, deveria ter estado, nos últimos 15 dias, em área onde estivesse
ocorrendo transmissão de dengue ou tivesse a presença de Ae. Aegypti (BRASIL, 2013a).
42 - Métodos
Caso suspeito de FHD – todo caso suspeito de dengue clássico que apresentasse
também manifestações hemorrágicas, variando desde prova do laço positiva até
fenômenos mais graves, como hematêmese, melena e outros. A ocorrência de
manifestações hemorrágicas, acrescidas de sinais e sintomas de choque cardiovascular
(pulso arterial fino e rápido ou ausente, diminuição ou ausência de pressão arterial, pele
fria e úmida, agitação), levou a suspeita de síndrome de choque.
Caso confirmado de dengue clássica – caso confirmado laboratorialmente. No
curso de uma epidemia, a confirmação poderia ser feita através de critério clínicoepidemiológico, exceto nos primeiros casos da área, que deveriam ter confirmação
laboratorial.
Caso confirmado de FHD – caso em que todos os critérios abaixo estivessem
presentes: febre ou história de febre recente, com duração de 7 dias ou menos;
trombocitopenia (≤100.000/mm3); manifestações hemorrágicas evidenciadas por um ou
mais dos seguintes sinais: prova do laço positiva, petéquias, equimoses ou púrpuras,
sangramentos de mucosas, do trato gastrointestinal e outros; extravasamento de plasma,
devido ao aumento de permeabilidade capilar, manifestado por: hematócrito
apresentando um aumento de 20,0% do valor basal (valor do hematócrito anterior à
doença) ou valores superiores a: 45,0% em crianças, a 48% em mulheres e a 54,0% em
homens; ou, queda do hematócrito em 20,0%, após o tratamento; ou, presença de derrame
pleural e/ou pericárdico, ascite e hipoproteinemia; confirmação laboratorial específica
(sorologia ou isolamento).
Caso de dengue com complicações – todo caso suspeito de dengue que
apresentasse uma das situações abaixo: Caso suspeito de dengue que evoluiu para forma
grave, mas não possuia todos os critérios para ser encerrado como FHD; nessa situação, a
presença de pelo menos uma das alterações clínicas e/ou laboratoriais abaixo era
suficiente para encerrar o caso como dengue com complicações: alterações neurológicas;
disfunção cardiorrespiratória; insuficiência hepática; hemorragia digestiva importante
(volumosa); derrame pleural, pericárdico e ascite; plaquetopenia inferior a 20.000/mm3;
leucometria igual ou inferior a 1 ml/mm3. Caso suspeito de dengue que evoluiu para
óbito, mas não possuiu todos os critérios para ser encerrado como FHD.
43 - Métodos
Caso descartado: Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo (2
resultados negativos, amostras pareadas de IgM), desde que se comprovasse que as
amostras foram coletadas e transportadas adequadamente. Caso suspeito de dengue com
diagnóstico laboratorial de outra entidade clínica. Caso suspeito, sem exame laboratorial,
cujas investigações clínica e epidemiológica fossem compatíveis com outras patologias.
Neste projeto, todos os casos foram revistos pelo pesquisador clínico para
assegurar a definição e classificação dos casos.
4.6. Recrutamento dos pacientes
Os pacientes foram recrutados nas seguintes unidades de saúde: Setor público
(Hospital de Doenças Tropicais Nathan Portella – Anexo 4) e setor privado (Hospital
Unimed – Anexo 5), que eram visitadas semanalmente pelos entrevistadores.
Adicionalmente, a Secretaria Estadual de Saúde (Laboratório Central do Estado do Piauí
– Lacen – Anexo 6) fornecia uma lista de casos notificados semanalmente para consulta e
inclusão de novos casos. Outro banco de dados consultado semanalmente foi o do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan (Sinan NET e Sinan
WINDOWS). No Sinan foram realizadas buscas das notificações de casos de dengue pela
Classificação Internacional de Doenças - CID 10: A90 e A91 (DATASUS, 2010). Os
potenciais pacientes foram contatados para agendamento das entrevistas domiciliares ou
no seu local de trabalho.
Aos pacientes selecionados ou responsáveis legais (para crianças) que
preencheram os critérios de elegibilidade foi solicitado que assinassem um termo de
consentimento informado (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE) e em
seguida incluído no estudo (Figura 7).
44 - Métodos
Figura 7 - Fluxograma do Trabalho de Campo.
4.6.1. Seleção da Amostra
No período do estudo, 2.694 pacientes foram notificados na cidade de Teresina,
dos quais, 1.896 pacientes sintomáticos de dengue foram triados e 415 (22,0%)
atenderam os critérios de inclusão. Foram excluídos 1.471 (77,6%) por residirem em
outros municípios e principalmente por estarem com endereços incompletos; 10 (0,5%)
por não assinaram o TCLE (Figura 8). A quantidade de pacientes no setor hospitalar
inferior a 100 justificou-se em decorrência da baixa circulação de vírus no período da
coleta
45 - Métodos
1.896 pacientes com suspeita de dengue / FHD
1.481 Excluídos
 1.471 residiam em outros
municípios, ou o endereço estava
incompleto/ou
não
foram
encontrados em casa.
 10 recusaram-se a assinar o
consentimento informado.
415 casos recrutados com dengue
355 Casos Ambulatoriais
 324 Setor Público
 31 Setor Privado
60 Casos Hospitalares
 30 Setor Público
 30 Setor Privado
Figura 8 - Seleção dos Sujeitos da Pesquisa.
4.7. Coleta de Dados
A coleta de dados abrangeu o período de janeiro de 2012 a Agosto de 2013. Foi
desenvolvido
um
questionário
eletrônico
(disponível
em:
www.cpqam.fiocruz.br/custodengue) para serem aplicados utilizando tablets. Os dados
do questionário foram armazenados em um banco de dados, MS SQL Server, versão
2008 R2, instalado no servidor CPqAM (Anexo 7).
O questionário continha dados sobre atendimento ambulatorial ou hospitalar;
tipo de unidade de saúde (setor público ou privado); data inicial e final de
sinais/sintomas; dados demográficos, de classificação econômica, história de dengue
anterior. Foram também coletados custos diretos não médicos (transporte, alimentação,
alojamento), custos diretos médicos (consulta médica, medicamentos, exames
laboratóriais e radiológicos) e custos indiretos (absenteísmo e dias de escola perdido).
46 - Métodos
4.7.1. Fontes de dados secundários
Foi utilizado o ranking de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que é uma
medida do progresso em longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento
humano: renda, educação e saúde, que varia de baixa (0) a um (1), que é o mais alto
índice de bem-estar. Em 2010, o IDH de Teresina foi de 0,751 (PNUD, 2012). No Brasil,
a renda média per capita (em Reais), período 2012 (salário mínimo = R$ 622,00/US$
274) foi de R$ 860,53/US$ 379, e no Nordeste foi R$ 550,62/US$ 246,3 (IBGE, 2012).
Dados dos Sistemas de Informação em Saúde foram também utilizados:
 Indicadores e Dados Básicos, Brasil, (DATASUS);
 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN);
 Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
4.8. Organização do Trabalho de Campo
Etapa 1: Pacientes com suspeita clinica de dengue identificados pelo
atendimento ambulatorial e hospitalar e nas listas (Lacen e Sinan) foram contatados pelos
entrevistadores. Nessa etapa, os objetivos do projeto foram explicados e, se pertinente,
obtido a assinatura do termo de consentimento, coleta do endereço para entrevista
domiciliar e agendamento da entrevista familiar.
Etapa 2: Foi realizado entrevista domiciliar (15-30 dias após o início dos
sintomas) para coleta de dados socioeconômicos dos pacientes e familiares, sobre a
utilização dos serviços de saúde, despesas com desembolso direto e de custos indiretos
durante o episódio dengue.
Os entrevistadores foram treinados pela coordenadora de campo e eram
estudantes da área de saúde. Para conduzir a entrevista, os entrevistadores foram
orientados a ler as perguntas e opções de resposta para o paciente. Caso o paciente não
entendesse a pergunta, o entrevistador lia a pergunta novamente e marcava a escolha do
paciente, sem, no entanto, orientar as respostas dadas. Quando necessário, os pais ou
cuidadores dos pacientes menores de idade foram entrevistados.
47 - Métodos
Os pacientes ou responsáveis foram entrevistados no intervalo de 15 a 30 dias
após o início dos sintomas clínicos (período de convalescença). Foi realizada uma
entrevista por telefone para avaliar o estado de saúde do participante (aproximadamente
30 dias após) para os casos que não estavam recuperados no momento da entrevista
domiciliar. Os períodos de acompanhamento foram estabelecidos para permitir reunir os
custos durante o período inicial da doença até a fase de convalescença tardia.
Para o deslocamento aos hospitais, unidades de saúde e residência dos pacientes,
os entrevistadores disponibilizaram de veículo e motorista contratado especialmente para
as atividades da pesquisa. Para a realização das entrevistas, eles utilizaram tablets com
chips ligados à internet o que possibilitou a entrada direta ao banco de dados. O acesso
aos pacientes hospitalizados foi realizado com a autorização das diretorias dos hospitais
por meio de Termo de Anuência Institucional.
4.9. Quantificação dos Custos
A estimativa de custo deste estudo baseou-se em quantificar o impacto
econômico do episódio de dengue, com avaliação dos custos diretos e indiretos. Os
custos foram avaliados sob as perspectivas do pagador público e da sociedade, incluindo
os setores público e privado, pacientes e suas famílias. O horizonte temporal da análise
foram dois anos, que incluiu a sazonalidade de dengue, com períodos de baixa e alta
transmissão.
Foram avaliados os custos médicos diretos (visitas médicas, medicação e
testes/exames de laboratório); custos não-médicos diretos (alimentação, alojamento e
transporte e outras despesas com desembolso direto) e custos indiretos (absenteísmo e
dias de escola perdidos).
Todos os custos foram inicialmente calculados na moeda local (Real [R$]) e
convertidos para dólares americanos (USD) utilizando uma taxa média de câmbio (1,00
R$ = 0,44079 USD em 20 de novembro de 2013) pelo conversor de moedas OANDA
(www.oanda.com).
48 - Métodos
4.10. Análise de Dados
A unidade de análise foi um episódio de dengue, definido como um caso de
dengue sintomático com confirmação clínico/epidemiológica ou laboratorial.
Para classificar o nível econômico foi utilizada a classificação da Associação
Brasileira de Empresas de Pesquisa – ABEP (ABEP, 2012). O Critério de Classificação
Econômica Brasil - CCEB categoriza os participantes em oito níveis, de A1 a E. Esta
classificação estima o poder de indivíduos e famílias categorizados em oito classes
econômicas (renda familiar média) de compra: no topo da lista A1 (R$ 12.926 - USD
5,698); A2 (R$ 8.418 - USD 3,711); B1 (R$ 4.418 - USD 1,947); B2 (R$ 2.565 - USD
1,131); C1 (R$ 1541 – USD 679); C2 (R$ 1.024 - USD 451), D (R$ 714 - USD 315) para
E (R$ 477 - USD 210) parte inferior da lista. A taxa de câmbio utilizada foi de R$ 1 =
0,44079 USD em 20 de novembro de 2013 (www.oanda.com). Nos casos em que houve
dificuldade para determinar a renda da família, a renda assumida foi a do chefe de
família.
As fórmulas para cálculo dos custos diretos médicos, diretos não médicos e os
custos indiretos para os pacientes ambulatoriais e hospitalares estão descritas nos
Quadros 2, 3, e 4, respectivamente. Os custos médios foram calculados de acordo com as
fórmulas apresentadas no Quadro 5.
4.10.1. Estimativas do impacto econômico da dengue
Para conhecer o impacto da doença em Teresina foram utilizados os cálculos
apresentados no Quadro 6.
Considerando-se que as notificações passivas de dengue são em geral
subestimadas recomenda-se utilizar um multiplicador chamado Fator de Expansão (FE)
para melhor aproximação do número de casos existentes. No Brasil, o fator de expansão
para casos hospitalizados foi de 1.6 em estudo realizado na cidade de Belo Horizonte
(DUARTE; FRANÇA, 2006). Para casos ambulatoriais o FE sugerido por Luz et al
(2009) variou de 0.3 a 10. Na ausência de um número mais preciso e considerando o
cenário epidemiológico do período optamos por utilizar FE = 2 (Quadro 7).
49 - Métodos
Foi realizada uma análise de sensibilidade para avaliar o grau de estabilidade
dos resultados deste estudo quando variamos as estimativas de probabilidades,
determinadas pela variação do Fator de Expansão (FE=1, 2, 5 e 10).
Quadro 2 - Avaliação dos Custos Diretos Ambulatoriais da Dengue, 2012/2013.
50 - Métodos
Quadro 3 - Avaliação dos Custos Diretos Hospitalares da Dengue, 2012/2013.
Custo por caso hospitalizado = Custo por caso hospitalizado tratados em ambulatório + Custo por
caso tratado no hospital ponderado pelo número de pacientes hospitalizados que tiveram
atendimento ambulatorial.
51 - Métodos
Quadro 4 - Avaliação dos Custos Indiretos Ambulatoriais e Hospitalares da Dengue,
2012/2013.
Quadro 5 - Fórmulas para cálculos dos custos diretos médicos, diretos não
médicos e custos indiretos.
Ambulatório
CTAmb = CDAmb + CIAmb, onde
CDAmb = CCM + CMedicação + CExLab + CNMD
Sendo, CTAmb = Custo Total Ambulatorial, CDAmb = Custo Direto Ambulatorial, CIAmb = Custo
Indireto Ambulatorial, CCM = Custo da Consulta Médica, CMedicação = Custo da medicação,
CExLab = Custos de Exames Laboratoriais, CNMD = Custos Não Médicos Diretos.
Hospital
CTHosp_Amb = CTHosp + CTAmb, onde
CTHosp = CDHosp + CIHosp, onde
CDHosp = CDHosp + CDAmb X % de pacientes hospitalizados que tiveram cuidados ambulatoriais,
onde CDAmb = CCM + CMedicação + CExLab.
Sendo, CTHosp_Amb = Custo Total Hospitalizado que tiveram atendimento Ambulatorial prévio,
CTHosp = Custo Total Hospitalizado, CTAmb = Custo Total Ambulatorial, CDHosp = Custo Direto
Hospitalizado, CTAmb = Custo Total Ambulatorial, CIHosp = Custo Indireto Hospitalizado, CDAmb =
Custo Direto Ambulatorial, CCM =Custo Consulta Médica, CMedicação = Custo de medicação,
CExLab = Custos de Exames Laboratoriais.
52 - Métodos
Quadro 6 - Fórmulas dos cálculos para estimativa dos custos de dengue, com base
nos casos registrados no banco de dados do Sinan, no período de Janeiro 2012 –
Agosto 2013.
Custo do caso de dengue: derivado de dados primários.
CC = CT/n
Sendo, CC = Custo do Caso de dengue, CT = Custo Total, n = Número da amostra de Teresina.
Foi adotada a razão de 9:1 (casos ambulatoriais: hospitalares) para estimar o numero de casos
ambulatoriais e hospitalares registrados pelo SINAN.
C_Eamb = CRSinan X 90%
C_Ehosp = CRSinan X 10%
Sendo, C_Eamb = Casos Estimados de Atendimento Ambulatorial, CRSinan = Casos Registrados
pelo SINAN, C_Ehosp = Casos Estimados de Atendimento Hospitalar.
Para estimar a relação do número de casos atendidos no setor privados e público em Teresina,
utilizou-se como parâmetro dados do IBGE que demonstram que 75% da população da região
Nordeste utiliza assistência à saúde pelo SUS (IBGE, 2012).
C_Eamb_pub = C_Eamb x 75%
C_Eamb_priv = C_Eamb x 25%
Sendo, C_Eamb = Casos Estimados de Atendimento Ambulatorial, C_Eamb_pub = Casos Estimados
de Atendimento Ambulatorial no setor público, C_Eamb_priv = Casos Estimados de Atendimento
Ambulatorial no setor privado.
C_Ehosp_pub = C_Ehosp x 75%
C_Ehosp_priv = C_Ehosp x 25%
Sendo, C_Ehosp_pub = Casos Estimados de Atendimento Hospitalar no setor público, C_Ehosp =
Casos Estimados de Atendimento Hospitalar, C_Ehosp_priv = Casos Estimados de Atendimento
Hospitalar no setor privado.
O CG foi calculado com: CC multiplicado pelo número de CR.
CG = CC x CR.
Sendo, CG = Custo Global, CC = Custo de Caso de dengue, CR = Casos Registrados pelo SINAN.
CEcon foi calculada como: CEcon = CG/CRSinan
Sendo, CE = Carga Econômica, CG = Custo Global, CRSinan = Casos Registrados pelo SINAN.
Os resultados foram estratificados por casos ambulatoriais e hospitalares.
CEconT_amb = CEcon x C_Eamb
CEconT_hosp = CEcon x C_Ehosp
Sendo, CEconT_amb = Carga Econômica Total de Ambulatório, CEcon = Carga Econômica, C_Eamb
= Casos Estimados de Atendimento Ambulatorial, CEconT_hosp = Carga Econômica Total de
Hospital, C_Ehosp = Casos Estimados de Atendimento Hospitalar.
53 - Métodos
Quadro 7 - Fórmulas dos cálculos para estimativa dos custos de dengue e simulação
com uso de fator de expansão, com base nos casos registrados no banco de dados do
Sinan, no período de Janeiro 2012 – Agosto 2013.
Para ajustar as subnotificações dos casos registrados do SINAN, aplicou-se o uso de dois fatores de
expansão (FE): 2 (para ambulatório) e 1,6 (para hospital).
C_amb (ajust) = C_amb x 2
C_hosp (ajust) = C_hosp x 1,6
Sendo, C_amb (ajust) = Casos ambulatoriais ajustados, C_amb = casos ambulatoriais, C_hosp (ajust) =
Casos hospitalares ajustados.
Para o setor público, os dados sobre os custos de medicação foram baseados no
Banco de Preços da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED
(ANVISA, 2013) utilizada pelo governo para a compra pública de medicamentos. Os
custos de laboratório, exames/procedimentos: exames de Raios-x, ultrassom etc, foram
obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DataSUS
(DATASUS, 2013).
Para os custos de medicação no setor privado foi utilizada a lista de
medicamentos: "Guia Farmacêutico Brasíndice, de janeiro de 2013" (BRASÍNDICE,
2013) e para laboratório/exames e procedimentos foram utilizados os custos da
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos - CBHPM/Tabela da
Associação Médica Brasileira – AMB 92, a partir de listas de preços (AMB, 2012). Os
custos unitários foram estimados pelo produto do custo unitário de cada procedimento
realizado pela quantidade de cada item utilizado. Depois, foram calculados os valores
totais, considerando o número de casos classificados nos diferentes grupos. Os dados
foram expressos em reais (R$), tanto para o pagamento pelo SUS quanto para seguros de
saúde, para os quais também é apresentado o valor em CH (coeficiente de honorários
médicos), unidade utilizada pela Associação Médica Brasileira, que quantifica cada
procedimento médico para efeito de remuneração. Neste estudo, o valor do CH
considerado (0,26) corresponde à média dos valores pagos pelos seguros de saúde aos
procedimentos médicos realizados.
54 - Métodos
O custo por dia de escola foi baseado a partir do critério brasileiro, que leva em
conta o nível de educação dos indivíduos em cada estado (BRASIL, 2012b). Para o
cálculo do custo da diária escolar para alunos do ensino superior, o custo-aluno no setor
público em 2008 foi estimado em R$15.000,00 (USD 6,507.38) baseado em nos dados do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Ministério da
Educação (INEP, 2011)
Para o cálculo dos dias perdidos de escola pelo paciente de ensino médio e
fundamental, foi utilizada a Portaria Interministerial Nº 1360-A, 19 de novembro de
2012, página nº 228, 27 de novembro de 2012 - Diário Oficial da União (BRASIL,
2012b), considerando o Ano escolar = 200 dias letivos - Lei de Diretrizes e Bases – MEC
(BRASIL, 1996b) e o Mês comercial = 30 dias - Decreto Nº 7.872, de 26 de dezembro de
2012 (BRASIL, 2012a).
A análise descritiva das frequências, médias, medianas e desvios-padrão (DP)
foi realizada para fins de comparação entre os setores. Foi utilizado o teste do quiquadrado (2) de Pearson para comparar a distribuições das características dos casos de
dengue e estimativa de média com 95% de confiança (IC95%). O nível de significância
adotado foi de 5% para todos os testes (p-value).
Foram analisadas as frequências de classes econômicas de acordo com a sua
admissão no setor público ou privado. Uma estimativa dos custos regionais e nacionais
anuais de dengue levou em conta os casos notificados pelo sistema de notificação oficial
(Sinan), simultaneamente com o período de estudo (2012-2013).
Foi estimado o custo de cada paciente verificando os valores referentes à diária
hospitalar, transporte, alimentação, medicamentos, serviços diagnósticos e de
profissionais de saúde. Este cálculo teve por base os valores utilizados pela própria
unidade de saúde/instituição hospitalar, no cálculo de pacientes atendidos por seguros de
saúde, por desembolso direto ou pelo Sistema Único de Saúde. Os valores obtidos foram
transformados em custos por atendimento no setor público ou privado, em atendimento
ambulatorial ou hospitalar.
Para o cálculo dessas unidades de custo, cada paciente respondeu a um
questionário aplicado como entrevista padronizada contendo perguntas como: meio de
transporte utilizado, tempo de deslocamento e custo do transporte. Os meios de transporte
55 - Métodos
identificados foram: transporte público, motocicleta, bicicleta, automóvel próprio, taxi e
caminhada.
O custo do paciente variava de acordo com o número de consultas que cada
paciente necessitava receber, que interferia no número de deslocamentos, e com a
duração do tratamento. Ou seja, tratamentos de mesma duração poderiam ter custos
diferentes, dependendo do número de consultas. Tratamentos com pequena duração, mas
que requeriam muitas consultas resultava em menor custo do tempo de tratamento,
porém, com maior custo dos deslocamentos.
A análise de dados foi realizada pelos programas Statistical Package for Social
Sciences, version 17.0 Windows (SPSS Inc. Chicago, II, USA), Programa Microsoft
Excel® 2010 e Pacote R (avaliado em: http://www.r-project.org/).
4.11. Considerações Éticas
Esse estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade
Estadual do Piauí sob o nº. 026/2011 (Anexo 1) e pela Plataforma Brasil (Plataforma
Brasil: (aplicacao.saude.gov.br/ plataformabrasil) sob o nº. 94.121/2012 (Anexo 2).
Todos os pacientes selecionados para a pesquisa ou seus representantes legais em caso de
menores de idade (<18 anos) assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Anexo 3). Foi assegurado o sigilo das informações através de codificação das
entrevistas, com exclusão dos nomes nos registros eletrônicos.
Foram consentidas as autorizações institucionais dos hospitais e do Lacen, por
meio do Termo de Anuência (Anexos 4, 5 e 6), para a realização da pesquisa e o livre
acesso aos prontuários dos pacientes hospitalizados, seguindo os princípios éticos das
pesquisas biomédicas que envolvem seres humanos, de acordo com a Resolução Nº
196/96, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996a). Cumpridas também as
recomendações contidas nos “Ethical principles for medical research involving human
subjects” da Declaração de Helsinki da Associação Médica Mundial, com as diversas
modificações ocorridas (SAIF, 2000).
56 - Métodos
Fonte de Financiamento
Esta pesquisa fez parte da pesquisa multicêntrica para estimar o custo de dengue
no Brasil com o financiamento do Laboratório Sanofi Pasteur (www.sanofipasteur.com).
57 - Métodos
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Artigo 1: Econômic Impact of Dengue: Multicenter Study across Four Brazilion
Regions.
Periódico submetido: PLOS – Neglected Tropical Diseases.
Artigo 2: Considerações sobre custo da dengue nas Américas e revisão sistemática da
literatura.
Periódico submetido: Revista Panamericana de Salud Pública - PAHO-WHO / Pan
American Journal of Public Health (PAJPH) .
58 – Resultados e Discussão
59
Artigo 1
59 – Resultados e Discussão
60
60 – Resultados e Discussão
61
61 – Resultados e Discussão
62
62 – Resultados e Discussão
63
63 – Resultados e Discussão
64
64 – Resultados e Discussão
65
65 – Resultados e Discussão
66
66 – Resultados e Discussão
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67 – Resultados e Discussão
68
68 – Resultados e Discussão
69
69 – Resultados e Discussão
70
70 – Resultados e Discussão
71
71 – Resultados e Discussão
72
72 – Resultados e Discussão
73
73 – Resultados e Discussão
74
74 – Resultados e Discussão
75
75 – Resultados e Discussão
76
76 – Resultados e Discussão
77
77 – Resultados e Discussão
78
Artigo 2
Considerações sobre custo da dengue nas Américas e revisão sistemática da literatura
Mírian Perpétua Palha Dias ParenteI
Noemia Teixeira de Siqueira FilhaII
João Bosco Siqueira JrIII
Fanny Julia Mireille CortesII
Alexander Itria III
Celina Maria Turchi MartelliII, III
I
Centro de Ciências da Saúde. Universidade Estadual do Piauí.
II
Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães.
III
Departamento de Saúde Coletiva. Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública.
Universidade Federal de Goiás.
Endereço para correspondência:
Mírian Perpétua Palha Dias Parente
Rua Profª Juliêta Neiva Nunes, 5821, Bairro Uruguai, Teresina-Piauí, Brasil. CEP 64073-500.
Email: [email protected]
Tel.: +55-869-9953-6767
78 – Resultados e Discussão
79
RESUMO
OBJETIVO: Revisão sistemática da literatura sobre os custos da dengue nas Américas,
comparação da metodologia e dos custos em dengue.
MÉTODOS: Pesquisa bibliográfica conduzida nas seguintes bases de dados eletrônicas:
MEDLINE/PubMED, EMBASE e LILACS, no período de 2004 a 2014. Para os estudos
selecionados, os custos foram convertidos em valores de moeda local, corrigidos com o índice
de preço ao consumidor (2014) e convertidos para o poder de paridade de compra (PPC)
possibilitando comparações.
RESULTADOS: 728 publicações foram identificadas nas bases de dados, das quais apenas 13
artigos foram selecionados para análises. Nove dos treze estudos foram realizados na
perspectiva da sociedade e três na perspectiva do sistema de saúde. Na maioria dos estudos, os
custos indiretos representaram o maior percentual no total de custos para os pacientes
ambulatoriais. Em contrapartida, para os pacientes hospitalizados, os custos diretos médicos
apresentaram os maiores percentuais. O impacto econômico da dengue foi estimado em I$ 3,2
bilhões por ano, variando de I$ 1,4 a I$ 5,9 bilhões, quando se inclui as seis sub-regiões das
Américas.
CONCLUSÃO: A dengue representou um custo econômico elevado para o sistema de saúde e
para a sociedade na América Latina. Houve variabilidade metodológica entre os estudos, tanto
das características dos sistemas de vigilância instituídos em cada país, quanto pela realização
das pesquisas em períodos endêmicos e/ou epidêmicos.
Palavras-chave: Dengue, Custos, Economia da Saúde, Américas, Revisão.
ABSTRACT
OBJECTIVE: A systematic review of the literature on the costs of dengue in the Americas,
comparison of methodology and dengue costs.
METHODS: A literature search conducted in the following electronic databases: MEDLINE /
PubMed, EMBASE and LILACS, from 2004 to 2014. For the studies selected, costs were
converted to local currency values, corrected with the price index of consumer (2014) and
converted to purchasing power parity (PPP) enabling comparisons.
RESULTS: 728 publications were identified in the databases, of which only 13 items were
selected for analysis. Nine of the thirteen studies have been conducted from the perspective of
society and three in the health system perspective. In most studies, indirect costs accounted for
the highest percentage in the total costs for outpatients. In contrast to hospitalized patients, the
direct medical costs showed the highest percentage. The economic impact of dengue was
estimated in I$ 3.2 billion per year, ranging from I$ 1.4 to I$ 5.9 billion when it includes the
six sub-regions of the Americas.
79 – Resultados e Discussão
80
CONCLUSION: Dengue represented a high cost to the health system and society in Latin
America. There were methodological variability between studies, both the characteristics of
surveillance systems set up in each country, as for carrying out research on endemic and / or
epidemic
periods.
Keywords: Dengue, Costs, Health Economics, Americas Review.
Introdução
A infecção pelos vírus da dengue é considerada a mais comum das arboviroses do
mundo, com estimativas de 50-100 milhões de infectados por ano, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS) (1). Utilizando-se diferentes metodologias, o total de infectados por
dengue pode ser três vezes maior do que o indicado na estatística oficial da OMS (2). Essas
novas estimativas globais chegam a 390 milhões de infecções por dengue por ano e 96 milhões
de casos da doença em 2010. Nesse estudo, as Américas contribuíram com 40,5 milhões de
infectados e 13,3 milhões de casos de dengue. Esse número representa 14% dos casos de
doença no mundo, dos quais metade são procedentes do Brasil e do México (2). Recente
revisão sistemática da epidemiologia e carga da dengue na América Latina e Caribe mostrou
tendência crescente na incidência da doença entre os anos de 1995 e 2010, sendo
aproximadamente 60% dos casos registrados no Brasil (3). Na região das Américas a dengue é
considerada um dos principais desafios de saúde pública pela carga da doença, pela dificuldade
de controle vetorial e pelo potencial de causar epidemias (4,5).
Frente às expectativas de introdução de uma vacina de dengue, estudos abordando o
impacto econômico da doença e custo efetividade dessa nova tecnologia será necessário. Esses
estudos geram informações que auxiliam os gestores na tomada de decisão sobre a
implementação dessa intervenção em larga escala (6–8). Drummond et al (2005) destaca que a
carga e os custos da doença na perspectiva da sociedade, bem como os anos de vida perdidos,
são componentes fundamentais nas avaliações econômicas de tecnologias em saúde (9,10). No
entanto, a variabilidade metodológica dificulta a comparação dos estudos entre países/regiões
e/ou em diferentes períodos epidêmicos (11). Recentemente foram publicadas diretrizes
metodológicas para estudos de custos em dengue nas Américas intitulado “Costing Dengue
Cases And Outbreaks: A Guide To Current Practices And Procedures” (www.jhsph.edu).
Essas recomendações representaram o esforço conjunto de pesquisadores e gestores em saúde
de países endêmicos a fim de possibilitar comparabilidade dos estudos econômicos em dengue
(12).
Poucas estimativas do impacto econômico da dengue na América Latina foram
publicadas, apesar da elevada carga da doença no continente (13). Síntese da estimativa de
custos da dengue, com atualização para o ano de 2010, mostrou que o impacto econômico da
dengue excedeu àquele encontrado em outras doenças virais nas Américas (14). O presente
manuscrito visa fazer revisão sistemática da literatura sobre os estudos de custos da dengue em
países das Américas, avaliando os estudos de custos em dengue de acordo com as diretrizes
80 – Resultados e Discussão
81
metodológicas publicadas (12). Os resultados de custo foram convertidos para valor de PPC
para possibilitar comparação.
Métodos
Foi realizada uma revisão da literatura de artigos publicados sobre os custos da dengue.
A pesquisa bibliográfica foi conduzida nas seguintes bases de dados eletrônicas: (1) Medical
Literature
Analysis
and
Retrieved
System
–
MEDLINE/PubMED
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/); (2) EMBASE (http://www.embase.com/login) e (3)
Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS
(http://lilacs.bvsalud.org/). Realizou-se também busca manual com base nas referências listadas
nos artigos inclusos na revisão.
As buscas bibliográficas foram conduzidas através de descritores catalogados no
Descritor em Ciências da Saúde – DeCS e no Medical Subject Headings – MeSH, em
português, espanhol e em inglês contidos no título ou nos resumos dos estudos. Utilizou-se o
operador booleano “AND” e “OR”, além da utilização das aspas a fim de facilitar a busca aos
manuscritos. A combinação de termos utilizados juntos ou separados nas respectivas bases de
dados (Medline/PubMed, EMBASE e LILACS) foram: “dengue”; "dengue virus”; “severe
dengue”; “hemorrhagic dengue”; “dengue hemorrhagic fever”; “hemorrhagic fever dengue”;
“dengue shock syndrome”; “classic dengue fever”; “classical dengue”; “cost*”; “cost
analysis”; “direct costs”; “indirect costs”; “cost measure*”; “cost of illness”; “health care
costs”; “health expenditure”; “burden of illness”; “cost of disease”; “cost of sickness”;
“dengue” OR "dengue virus” OR “severe dengue” OR “hemorrhagic dengue” OR “dengue
hemorrhagic fever” OR “hemorrhagic fever dengue” OR “dengue shock syndrome” OR
“classic dengue fever” OR “classical dengue”. “cost*” OR “cost analysis” OR “direct costs”
OR “indirect costs” OR “cost measure*” OR “cost of illness” OR “health care costs” OR
“health expenditure” OR “burden of illness” OR “cost of disease” OR “cost of sickness”.
“dengue” OR "dengue virus” OR “severe dengue” OR “hemorrhagic dengue” OR “dengue
hemorrhagic fever” OR “hemorrhagic fever dengue” OR “dengue shock syndrome” OR
“classic dengue fever” OR “classical dengue AND “cost*” OR “cost analysis” OR “direct
costs” OR “indirect costs” OR “cost measure*” OR “cost of illness” OR “health care costs”
OR “health expenditure” OR “burden of illness” OR “cost of disease” OR “cost of sickness”.
Os critérios de inclusão foram: artigos originais, publicados em periódicos
internacionais ou nacionais, realizados em países da América Latina, indexado em uma das
bases anteriormente citadas, no período entre 01 de janeiro de 2004 a 8 de outubro de 2014.
Foram excluídos editoriais, conferências e relatos de casos.
A seleção dos artigos foi inicialmente realizada pela leitura dos títulos e resumos com
exclusão dos que não se enquadravam nos critérios de inclusão. Foram identificadas as
referências repetidas nos bancos de dados de busca bibliográficas. Os artigos selecionados
foram lidos na íntegra por dois revisores independentes (MPPDP e NTSF) para a extração de
81 – Resultados e Discussão
82
dados e posterior conferência por revisores (CMTM e FJMC). As discordâncias foram
avaliadas em conjunto para harmonização dos dados coletados. As buscas e revisões foram
realizadas entre 05 de setembro e 08 de outubro de 2014.
Para a extração de dados dos artigos construímos uma ficha de coleta de dados com as
variáveis: autor, ano de publicação do estudo, local do estudo (cidade/unidade federativa/País),
tipo de estudo econômico, definição de caso, método do estudo, tamanho da amostra, horizonte
temporal, perspectiva de estudo, dados de custo, setor (público ou privado), local de
atendimento (ambulatório ou hospital), componente de custo (direto médico e não médico,
indireto), custo por caso de dengue, fator de expansão, estimativa de custo regional e/ou
nacional, impacto do PIB no país, limitações do estudo, análise de sensibilidade e inclusão de
custos de programa de controle do vetor e com mobilização social.
Para permitir a comparação dos resultados dos estudos realizados em países e anos
diferentes, cada componente de custo foi convertido em valores de moeda local de cada país
referente ao ano de investigação. Em seguida os valores monetários dos resultados foram
corrigidos com o índice de preço ao consumidor para todos os consumidores urbanos de
assistência à saúde anual de 2014, para contabilizar os efeitos da inflação do período. (US
Department of Labor. US labor statistics data. Consumer Price Index.
http://www.bls.gov/cpi/.). Posteriormente, os valores foram convertidos usando a paridade do
poder de compra (PPC), que é a taxa de câmbio que equivale o preço de uma cesta de bens e
serviços idênticos em dois países. Assim, os custos da doença ou prevenção foram
apresentados em dólar internacional, que é uma moeda hipotética usada no intuito de
possibilitar a comparação entre países usando um ponto de referência comum, o dólar
americano. (Organization for Economic Co-operation and Development. Purchasing power
parities (PPP). http://www.oecd.org/std/ppp). As conversões dos custos por episódio de dengue
foram realizadas para os estudos com dados primários (15). Publicações com atualização dos
resultados já publicados não foram convertidos para evitar informações duplicadas.
Resultados
Foram encontradas 728 publicações referentes aos custos em dengue nas Américas, das
quais 13 artigos preencheram os critérios de inclusão (Figura 1). Dos artigos incluídos 05
foram recuperados pela base de dados EMBASE; quatro pelo MedLine (PubMed); três pelo
LILACS e uma por busca manual de referências. Das 381 referências encontradas na base de
dados EMBASE, 371 (97,4%) foram excluídas pelo título. Das 10 referências selecionadas,
quatro eram conferências e uma foi excluída após leitura completa. Das 293 referências
encontradas na base de dados MedLine (PubMed), 284 (96,9%) foram excluídas pelo título.
Das 09 citações selecionadas, quatro estavam duplicadas na base de dados EMBASE e uma era
editorial, totalizando cinco exclusões. Das 53 referências encontradas na base LILACS, 47
(88,7%) foram excluídos pelos títulos. Dos 06 trabalhos selecionados, dois estavam duplicados
na base MedLine e um foi excluído após leitura completa.
82 – Resultados e Discussão
83
Identificação
Figura 1 – Resultado da busca bibliográfica na identificação de estudos de custo em dengue nas
Américas.
Registros identificados através de
pesquisa de banco de dados
n = 727
(Embase = 381; Medline = 293;
LILACS = 53)
Registros duplicados excluídos
n = 06
Registros identificados
n = 728
Registros excluídos
702 leitura título/resumo
04 conferências
01 editorial
n = 707
Elegibilidade
Registros selecionados
(títulos e resumos)
n = 722
Texto completo artigos / documentos
elegíveis
n = 15
Incluídos
Seleção
Registros adicionais identificados
através outras fontes
n=1
(Avaliação de referências)
Estudos / documentos incluídos na
síntese qualitativa
n = 13
(Embase = 5; Medline = 4; LILACS
= 3; Avaliação de referências = 1)
Textos completos excluídos
(não obedeceu a critérios de
inclusão)
n=2
A tabela 1 apresenta os estudos de custos da dengue (COI) nas Américas na última
década (2004-2014). Onze das treze publicações referem-se a estudos realizados em diferentes
países: Brasil (2 artigos), Cuba (2), Venezuela (2), Argentina (1 artigo), Colômbia (1), Panamá
(1), Porto Rico (1) e Nicarágua (1). A publicação de Suaya et al (2009) refere-se a estudo
multicêntrico, englobando cinco países das Américas (Brasil, El Salvador, Guatemala, Panamá
e Venezuela). Na publicação intitulada “Economic impact of dengue illness in the Americas”
(14) os custos do episódio de dengue do estudo multicêntrico (16) foram atualizados para
valores do dólar em 2010. As publicações Armien et al, (2008) e Suaya et al (2009) os dados
83 – Resultados e Discussão
84
primários de custos do episódio de dengue do Panamá são da mesma pesquisa. Nove dos treze
estudos foram realizados na perspectiva da sociedade e três na perspectiva do sistema de saúde
(público e/ou privado). Especificamos na tabela 1 os estudos que utilizaram fator de expansão
(FE) para os casos de dengue atendidos em ambulatório ou em hospital nas suas estimativas de
custos regionais e/ou nacionais. O estudo multicêntrico (16) realizou análise de sensibilidade
com variação de FE (2, 3 e 6). Os maiores valores de FE foram registrados para estudos da
Nicarágua (17), que atribuiu valor FE=20 para período endêmico e FE=10 para período
epidêmico.
A Tabela 2 apresenta os custos diretos médicos, diretos não médicos e indiretos por
paciente convertidos em dólares internacionais (2014), estratificado por ambulatório e hospital.
No estudo multicêntrico de Suaya, os custos hospitalares foram em média superiores aos custos
ambulatoriais. Os custos hospitalares variaram de I$ 2.079 a I$ 917 para o Panamá e para a
Guatemala, respectivamente. O componente de custos diretos médicos representou
aproximadamente 70% do custo total, exceto para o Brasil (~ 50%). Os custos de pacientes
ambulatoriais variaram interpaíses de I$ 853 a I$ 193 para o Brasil e a Guatemala,
respectivamente. Nessa tabela de conversão para dólares internacionais dos componentes de
custo da dengue foram excluídas as publicações de Armien (Panamá) e Shepard (multicêntrico)
com resultados na publicação anterior de Suaya (2009).
Dois estudos de custos hospitalares de dengue foram realizados na Venezuela (Añez,
2006; Natera, 2009). O primeiro estudo mostrou que os custos diretos médicos de pacientes de
dengue hospitalizados foram de I$ 137 e os custos indiretos variaram de I$ 402 a I$ 525 para
os anos de 2003 e 2001, respectivamente. Nessa publicação não há dados dos custos diretos
não médicos. No segundo estudo, as estimativas de custos médicos diretos na capital Caracas
variaram de I$ 1.244 a I$ 3.066 para os anos de 2000 e 2008, respectivamente. Essa publicação
não avaliou os custos indiretos (18).
Na Argentina, o estudo de Tarragona (2012) avaliou os custos da dengue em três
cenários, com alternativas médicas de menor custo (primeiro cenário) e de maior custo
(terceiro cenário) para atendimento em unidade de terapia intensiva (UTI), em diferentes
regiões do país. Os custos diretos médicos variaram de I$ 242 a I$ 872 (UTI) e os custos
indiretos variaram em I$ 277 a I$ 320 para perda laboral e de I$ 24 a I$ 35 para perdas de dias
de escola, conforme as regiões (19).
Em Guantánamo, Cuba, o custo por caso hospitalar de dengue foi estimado em I$
1.213, sendo o custo direto médico de I$ 752 correspondendo a ~62% do total, seguido pelo
custo indireto: I$ 352 (~29%) e o restante de custo direto não médico (20).
Estudo realizado em duas cidades da Colômbia estimou os custos de acordo com a
gravidade dos pacientes hospitalizados de dengue, evidenciando que os casos graves de dengue
apresentaram custos superiores a 60% comparado aos casos hospitalares de menor gravidade
(I$ 2.031 versus I$ 1.283) (21).
84 – Resultados e Discussão
85
Em Porto Rico, o custo do episódio de dengue em pacientes ambulatoriais foi de I$
1.944, dos quais aproximadamente 70% representaram custo indireto e 30% custos diretos
médicos e não médicos. Em contrapartida, para os pacientes atendidos em hospital,
aproximadamente 70% do total dos custos foram custos diretos médicos. Os custos hospitalares
foram cerca de quatro vezes maior que os custos ambulatoriais (22).
Na Nicarágua, o custo total por paciente, ambulatório e hospital, variou de I$ 373 a I$
797 (17).
O estudo de Machado (2014) realizado em um hospital público e três hospitais privados
em Dourados, cidade localizada na região Centro-Oeste do Brasil estimou em I$ 554 os custos
diretos médicos (23). Estudo de Pereira (2014) avalia os custos do episódio de dengue após
inundação (2011) da cidade de Nova Friburgo no Estado de Rio de Janeiro. Os custos diretos
médicos foram estimados em I$ 342 e os indiretos variaram entre I$ 97 a I$ 166 de acordo com
o salário mínimo nacional (2011) e a renda média da cidade, respectivamente. Nesse estudo, os
autores mostram um aumento de pelo menos 30 vezes o número de casos notificados de
dengue após o desastre ambiental, comparado com os anos anteriores (24).
A figura 1 sumariza os componentes dos custos do episódio de dengue para pacientes
ambulatoriais e hospitalares. Na maioria dos estudos, os custos indiretos representaram o maior
percentual no total de custos para os pacientes ambulatoriais. Em contrapartida para os
pacientes hospitalizados, os custos diretos médicos apresentaram os maiores percentuais.
Discussão
Identificamos 13 estudos de custo da dengue no período desta revisão sistemática
(2004-2014) indicando o interesse em mensurar o impacto econômico da dengue nos países da
região em anos recentes.
Nas Américas o primeiro estudo multicêntrico, na perspectiva da sociedade, foi
realizado simultaneamente em cinco países (Brasil, Venezuela, El Salvador, Guatemala,
Panamá) no ano de 2005 (16). Houve variabilidade do custo total por caso ambulatorial ou
hospitalar interpaíses. No entanto os componentes de custos foram proporcionalmente
similares nos diferentes países estudados. Os custos indiretos representaram o maior percentual
do total de custo por pacientes atendido em ambulatório. Em contrapartida, para os pacientes
hospitalizados por dengue os custos diretos médicos foram predominantes para a maioria dos
países. Considerando-se que o estudo utilizou um protocolo comum de investigação, a
variabilidade nos custos por episódio de dengue parece refletir as características de
atendimento de cada local, o tipo de acesso aos serviços de saúde e as condições econômicas
de cada país. Os autores estimaram em I$ 343 milhões os custos agregados de morbidade e
mortalidade por dengue (2001-2005) nesses cinco países das Américas. Do mesmo grupo de
investigadores (14) o impacto econômico da dengue foi estimado em I$ 3,2 bilhões por ano,
variando de I$ 1,4 a I$ 5,9 bilhões, quando se inclui as seis sub-regiões das Américas. Essa
85 – Resultados e Discussão
86
atualização do impacto econômico da dengue utilizou os resultados de custos do estudo
multicêntrico (16) atualizando os valores para o ano de 2010, e fazendo extrapolações para os
demais países da região.
O estudo multicêntrico conduzido em diferentes países das Américas possibilitou
comparar os custos diretos e indiretos do episódio da doença, nos distintos contextos
epidemiológicos regionais (16). Nesse estudo, o custo médio por caso hospitalizado foi
calculado em aproximadamente I$ 1.700 (dólares internacionais) no Panamá e no Brasil versus
I$ 750 na Guatemala. Na comparação intra-país, o custo médio por caso hospitalizado foi
aproximadamente três vezes maior que o custo do caso ambulatorial. Nos casos de dengue
tratados em ambulatório, o componente de custos indiretos decorrente da perda de
produtividade do paciente/familiar, dias de escola perdidos foram superiores aos dos custos
diretos em decorrência ao atendimento médico. Nesse estudo o Brasil foi representado por uma
capital da região centro-oeste e a investigação realizada em 2005, com circulação de DENV-1,
DENV-2 e DENV-3, antes da escalada da transmissão da dengue regionalmente.
Após o período estipulado nesta revisão (2014), as recentes publicações do impacto da
dengue na Colômbia (25), México (26) e no Brasil (27) merecem ser discutidas. O custo da
dengue na Colômbia foi estimado em aproximadamente US 168 milhões na epidemia de 2010
(25). Nesse estudo, o componente do custo médico direto do episódio de dengue representou a
maior parcela dos custos totais dos pacientes hospitalizados enquanto os custos indiretos
associados à perda produtiva dos pacientes ou cuidadores representaram a maior parcela dos
custos por caso atendido em ambulatório. Essa distribuição proporcional de componente de
custos foi similar à encontrada em estudos anteriores em outros países das Américas (14,16).
Recentemente um extenso estudo da carga da dengue no México avaliou os custos da
doença e da prevenção utilizando de múltiplas fontes de dados (vigilância, controle vetorial,
entrevistas de pacientes) (26). Além da carga da doença em DALYs, foi realizada análise de
sensibilidade de vários parâmetros (fator de expansão, custo unitário, dias de trabalho perdido,
utilização de serviços de saúde entre outros) para avaliar incertezas das estimativas
econômicas. As estimativas dos casos discriminados por casos e óbitos foram apresentadas
para o período de 1995 a 2011. O No México o custo médio anual da dengue foi estimado em
US$ 170 milhões.
No Brasil, o custo global da dengue na perspectiva da sociedade atingiu US 1,2 bilhões
para período epidêmico de 2012-2013 (27). Esses altos valores incluem os custos médicos,
perda de produtividade e óbitos considerando-se os ajustes dos casos notificados. Nesse valor
não foram incluídos os custos das intervenções de controle vetorial, educativas e de vigilância
da doença. Consideramos que esse estudo multicêntrico nacional foi a avaliação do impacto da
dengue mais representativa, sob a perspectiva da sociedade, utilizando dados de entrevistas de
cerca de dois mil casos suspeitos de dengue, atendidos em ambulatório e/ou hospital do setor
público e privado, das quatro regiões mais endêmicas de dengue (Norte; Nordeste, CentroOeste e Sudeste). O custo do episódio de dengue variou Inter regiões na dependência dos tipos
de serviços de saúde oferecidos, da incidência e/ou gravidade da doença, da proporção de
86 – Resultados e Discussão
87
atendimentos no setor público ou privado e condições socioeconômicas da população. Nesse
estudo, 67% dos custos totais foram relativas aos custos de casos atendidos em ambulatório.
Assim, a dengue representou substancial impacto econômico, particularmente pela grande
demanda de atendimento ambulatorial e pela perda de produtividade relacionados à doença.
Embora o custo médio do episódio de dengue do caso hospitalar tenha sido maior que o custo
do caso atendido em ambulatório, apenas 10% do total dos casos de dengue foram
hospitalizados no período (27). Essa característica clínica–epidemiológica da dengue no Brasil,
maior proporção de casos ambulatoriais, contrasta com as características do atendimento com
maiores proporções (peso, share) de custos hospitalares no total dos custos da doença, relatados
em diferentes contextos epidemiológicos (28). De forma geral, a perda de produtividade devido
a dengue vem sendo apontado como um dos principais componentes de custos em dengue em
publicações sobre avaliação do impacto econômico da dengue (28); (26). Essa importância da
perda de produtividade mensurada pelo componente de custos indiretos reforça a necessidade
de avaliação do impacto da dengue na perspectiva da sociedade (1).
Vale ressaltar a variabilidade nos custos do episódio da dengue entre os países da
América e mesmo dentro de um mesmo país, mesmo em estudos multicêntricos utilizando o
mesmo protocolo de investigação (16). As variações de custo do episódio de dengue entre os
países podem ser decorrentes das diferenças epidemiológicas regionais; dos sistemas de saúde
e das diretrizes para manejo da doença estabelecido, além das diferenças econômicas regionais.
Diferentes critérios de inclusão dos casos, se suspeitos e/ou confirmados laboratorialmente,
podem interferir no custo da doença dificultando a comparabilidade sobre o impacto da doença.
As estimativas dos custos globais da dengue dependeram dos registros dos casos de
dengue notificados pelo sistema de vigilância (14). Aspectos epidemiológicos da dengue, como
a sazonalidade da doença (períodos endêmicos e epidêmicos), bem como as características dos
sistemas de vigilância instituídos, devem ser levados em conta na interpretação das estimativas
globais de custos (29,30). Por exemplo, no Brasil, a dengue se caracterizou por tendência
crescente da série temporal com ampla dispersão geográfica no período de 2000-2010 (5).
Foram notificadas cerca de 1 milhão casos de dengue em 2010, enquanto 2 milhões de casos
foram registrados nas epidemias desde a introdução da dengue no país (31).
Como lidar com as variações da incidência da dengue é ainda uma questão sem
consenso, para os estudos de avaliação econômica. No entanto, recomenda-se que se incluam
períodos epidêmicos e endêmicos, e amplo horizonte temporal (anos) para permitir comparação
entre diferentes períodos (1). Essa estratégica foi aplicada em vários estudos de custos que
incluem uma série histórica de casos notificados na avaliação dos custos nacionais (26,27).
Outra questão fundamental refere-se a estabelecer o grau de subnotificação e/ou
supernotificação da dengue, nos períodos endêmicos e epidêmicos. Assim, para ajustar os
dados de notificação do sistema de vigilância passiva, utiliza-se um fator de expansão, que
representa a razão entre os casos de dengue sintomáticos existentes e o número de casos
registrado pelo sistema de notificação. Em geral, o fator de expansão para casos ambulatoriais
é maior que o FE para casos hospitalares, e varia também se o período é endêmico ou
epidêmico. Recente revisão sobre os fatores de expansão que quantificam a subnotificação do
87 – Resultados e Discussão
88
sistema de vigilância para dengue em diferentes países endêmicos evidenciou lacuna dessa
informação para o Brasil (32).
Em conclusão, nossa revisão sistemática evidenciou que a dengue representou um custo
econômico elevado para o sistema de saúde e para a sociedade na América Latina. Houve
variabilidade nos custos do episódio da dengue entre os diversos estudos, decorrente tanto das
características dos sistemas de vigilância instituídos em cada país, quanto pela realização das
pesquisas em períodos endêmicos e/ou epidêmicos. Em geral, o absenteísmo e a perda da
produtividade representaram uma parcela importante dos custos durante o episódio da dengue.
Tendo em vista o pequeno número de pesquisas nesta área, ainda há espaço para
aprimoramento metodológico em estudos de dengue, sobretudo na área da economia da saúde.
Considerando-se, ainda, as características dinâmicas da epidemiologia da dengue nos países da
América, recomenda-se que outros estudos econômicos sobre esta doença sejam realizados
nessa região. Finalmente, estudos de custo efetividade da vacina de dengue devem ser
considerados uma prioridade em pesquisa, na perspectiva atual de introdução de imunização
para controle dessa doença.
Contribuição dos autores
Parente MPPD e Siqueira-Filha NT participaram da concepção e planejamento do trabalho,
coleta e interpretação dos dados.
Martelli CMT, Siqueira-Jr JB e Cortes F participaram da redação e revisão crítica do conteúdo.
Todos os autores aprovaram a versão final do manuscrito e declararam serem responsáveis por
todos os aspectos do trabalho, garantindo sua precisão e integridade.
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91 – Resultados e Discussão
92
Tabela 1 - Estudos de Custos da Dengue nas Américas, 2004 a 2014.
Referência
País
Tama
nho da
amostr
a
Añez et al, 2006
Venezuela
Armien et al, 2008
Panamá
Relação
casos
ambulatori
ais:
hospitalare
s
Tipo de estudo
Perspectiva
do estudo
Período
do estudo
FE
ambulatório
FE hospital
-
-
Dados primários
Sociedade
1997-2003
-
-
136
1:0,05
Sociedade
2004-2005
6
6
Coorte
550
3:1
El Salvador
189
1:1
Guatemala
85
3:1
Panamá
136
1:0,05
Venezuela
200
2:1
Venezuela
453
0:1
Estudo descritivo
-
Dados secundários
da coorte
multicêntrica
Suaya et al, 2009 *
Natera et al, 2009
América do Norte,
Shepard et al, 2011
*
América Central,
-
Coorte
multicêntrica
Univariada
Dados primários
Brasil
Análise de
sensibilida
de
(FE 1-10)
Univariada
Sociedade
2005
3
3
(FE 2, 3, 6)
Dados primários
Serviço de
saúde
Sociedade
Região Andina e
92 – Resultados e Discussão
2000-2008
Brasil FE=5
Brasil FE=1,6
Colômbia FE=9
Colômbia e
Nicarágua
FE=2,3
-
Probabilística.
Simulação de
Monte Carlo
93
México,
Nicarágua
FE=20,4
Brasil e Cone Sul,
Panamá FE=6
Região Caribe
Porto Rico
FE=2,4
Demais países
FE=2,3
Porto Rico e
demais países
FE=15
Baly et al, 2012
Cuba
3.549
0:1
Dados primários
Sociedade
2006
-
-
-
271
-
Estudo
retrospectivo
Pagador
público
-
-
-
-
1:2
Estudo prospectivo
Sociedade
2008-2010
10
2,42
FE
ambulatório
entre 5 e 27
Colômbia
Castaneda-Orjuela
et al, 2012
2011-2014
(estimativas)
2011 ano base
100
Halasa et al, 2012
Tarragona et al,
2012
Valdés et al, 2012
Wettstein et al,
2012
Porto Rico
Argentina
201
10:1
Cuba
22.196
0:1
Nicarágua
Casos
de
dengue
confir
mados
laborat
orialm
ente de
19962010
Dados primários e
secundários
Estudo descritivo e
retrospectivo
Dados secundários
Sociedade
2009
-
-
-
Sistema de
saúde
2006-2007
-
-
-
Período endêmico FE = 20
(variação 18-25)
Período epidêmico FE = 10
Casos DF (variação 8-14)
-
Dados secundários
Sociedade
1996-2010
Casos DHF FE = 6 (variação 510)
93 – Resultados e Discussão
Probabilística
(Simulação de
Monte Carlo),
univariada
94
Casos
suspeit
os de
20042010
Machado et al,
2014
Brasil
288
Pereira et al, 2014
Brasil
1.356
0:1
Estudo retrospectivo
Dados secundários
Sistemas de
saúde
(público e
privado)
2010
-
-
-
93:7
-
Sociedade
2011
-
-
-
FE: Fator de expansão
*
Estudo multicêntrico
Tabela 2 - Componentes de custos por caso de dengue ambulatorial ou hospitalar, de acordo com os estudos e países, em dólar
internacional (I$, 2014).
Referência
Suaya et al, 2009
a
País
Ambulatório
Direto
Indireto
não médico
39
706
Custo
Total
853
Direto
médico
849
Hospital
Direto
Indireto
não médico
106
1.025
Brasil
Direto
médico
109
El Salvador
57
5
162
224
828
135
207
1.171
Guatemala
41
17
134
193
717
77
124
917
Panamá
122
39
487
648
1.092
359
628
2.079
Venezuela
95
15
156
266
694
50
249
994
94 – Resultados e Discussão
Custo
Total
1.979
95
Añez et al, 2006
Venezuela
137
Natera et al, 2009
Venezuela
1.244 – 3.066 c
Tarragona et al, 2012
Argentina
242 – 872d
Cuba
752
Baly et al, 2012
Castaneda-Orjuela et al, 2012
Colômbia
Halasa et al, 2012
Porto Rico
Wettstein et al, 2012
Nicarágua
Machado et al, 2014
Brasil
Pereira et al, 2014
Brasil
525 – 402b
277 – 320e
109
352
1.283f
2.031g
138
570
36
1.338
1.944
1.213
5.604
219
2.532
8.355
373 – 797h
554
8
342
a
97 – 166
Estudo multicêntrico; b Custos indiretos de dengue por episódio de dengue avaliado nos anos de 2001 e 2003, convertidos em I$ 2014.
Custos diretos médicos de dengue por episódio de dengue hemorrágica avaliado nos anos de 2000 e 2008, convertidos em I$ 2014.
d
Variação entre menor e maior custo diretos médicos; e Variação dos custos indiretos referente a perda laboral
f
casos hospitalar; g casos graves; h Variação do custo total, ambulatorial e hospitalar
c
95 – Resultados e Discussão
96
Gráfico 1 - Custos diretos médicos, Custos diretos não médicos e Custos indiretos por setor de atendimento ambulatorial e hospitalar, em
estudos de custos em dengue nas Américas, 2004 a 2014.
96 – Resultados e Discussão
97
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A dengue representa um custo importante na economia do sistema de saúde
público e privado, como também para a sociedade. O estudo mostra que o custo médio de
um episódio de dengue foi maior no setor privado em relação ao setor público, tanto
ambulatorial quanto no hospital.
É importante a observância dos fatores que representam maior impacto nos custos
da doença, como visto neste estudo, por exemplo, que os custos indiretos, representados
pelo absenteísmo e a perda da produtividade, bem como a hospitalização assumiram uma
parcela importante dos custos durante o episódio da dengue.
O estudo realizado em área urbana, em período não epidêmico, evidenciou
resultados que confirmam o já descrito na literatura que afirma que, nas Américas, a
dengue geralmente se apresenta na sua forma clássica (DC), a maioria recebe cuidados
em ambulatório e os relatórios oficiais subestimam o real número de casos implicando na
necessidade de uso de fatores de expansão para ajustar as subnotificações.
São recomendadas medidas como a melhoria da vigilância associada às
intervenções de prevenção da dengue, tais como vacinas de dengue e inovações de
controle de vetores, bem como de esforços para reduzir a subnotificação e dessa maneira
servir como potenciais benefícios econômicos. As estimativas de custos encontradas
podem subsidiar análises econômicas nesta área, sendo úteis para nortear políticas de
saúde pública, bem como colaborar nas avaliações de custo efetividade da vacina antidengue.
97 – Conclusões e Recomendações
98
7 REFERÊNCIAS
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108 – Referências e Anexos
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Como citar esta tese:
PARENTE, Mírian Perpétua Palha Dias. Impacto econômico do episódio da dengue na
cidade de Teresina, Piauí, Brasil. 2014. 152f. Tese (Doutorado em Medicina Tropical –
Epidemiologia) Universidade Federal de Goiás, Instituto de Patologia Tropical e Saúde
Publica, Goiânia, GO, 2014.
PARENTE, Mírian Perpétua Palha Dias. Economic impact of the episode of dengue in the
city of Teresina, Piauí, Brazil. 2014. 152p. Thesis (Doctoral Thesis in Tropical Medicine
- Epidemiology) Federal University of Goiás, Institute of Tropical Pathology and Public
Health, Goiânia, GO, 2014.
109 – Referências e Anexos
110
8 ANEXOS
Anexo 1 - Parecer do Comitê de Ética
110 – Referências e Anexos
111
Anexo 2 – Aprovação/Parecer da Plataforma Brasil
111 – Referências e Anexos
112
Anexo 3 -Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), de uma pesquisa.
Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte
do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a
outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado (a) de
forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: “Qualidade de vida e impacto socioeconômico dos pacientes com
dengue / febre hemorrágica da dengue na cidade de Teresina, Piauí, Brasil”
Pesquisador Responsável: Dra. Mirian Perpétua Palha Dias Parente.
Pesquisadores participantes:
Professora Orientadora: Profa Dra Celina Maria Turchi Martelli
Professor Co-orientador: Prof. Dr. João Bosco Siqueira Júnior
Telefones para contato (inclusive ligações a cobrar): (086) 9972-2573
Descrição da pesquisa (Conforme Res. CNS n.o 196/96 – IV.1. a, b, c, d, e, f, g, h, i;
citados no Protocolo de Pesquisa – CEP/UESPI)
Nome e Assinatura do pesquisador:_______________________________________
Mirian Perpétua Palha Dias Parente
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu,_____________________________________________________________________
______, RG: ______________________________, CPF: ___________________, n.º de
prontuário:_____________________n.º de matrícula______________, abaixo assinado,
concordo em participar do estudo “Qualidade de vida e impacto socioeconômico dos
pacientes com dengue/febre hemorrágica da dengue na cidade de Teresina, Piauí, Brasil”,
como sujeito. Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pela pesquisador (a) Dra.
Mirian Perpétua Palha Dias Parente sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,
112 – Referências e Anexos
113
assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me
garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento.
Local e data:
Nome e Assinatura do sujeito: ______________________________________________
ATENÇÃO: para pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, portadores de
perturbação mental ou doença mental e sujeitos em substancial diminuição em suas
capacidades de consentimento, cujo Termo de Consentimento será assinado por seus
representantes legais:
Eu,____________________________________________________________________,
RG:_______________________, CPF: _________________________, abaixo assinado,
responsável por ___________________________________________________, autorizo
sua participação no estudo estudo “Qualidade de vida e impacto socioeconômico dos
pacientes com dengue/febre hemorrágica da dengue na cidade de Teresina, Piauí, Brasil”,
como sujeito. Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pela pesquisador(a) Dra.
Mírian Perpétua Palha Dias Parente sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,
assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes da sua participação. Foi-me
garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade ou interrupção do acompanhamento/assistência/tratamento prestado
ao sujeito pesquisado.
Local e data:
Assinatura da pesquisadora:
113 – Referências e Anexos
114
Anexo 4: Anuência do Hospital de Doenças Tropicais Nathan Portella
114 – Referências e Anexos
115
Anexo 5: Anuência do Hospital Unimed
115 – Referências e Anexos
116
Anexo 6: Anuência do Lacen
116 – Referências e Anexos
117
Anexo 7 – Questionário
117 - Anexos
118
FORMULÁRIO A
10000 - Triagem inicial
Q1001
O paciente / Responsável concordou/ assinou TCLE?
1. Sim
Q1003
Número do paciente:
Q1016
Data de início dos sintomas:
/
/
Q1004
Marcar data de entrevista domiciliar ~15 a 20 dias após do início dos sintomas:
/
/
Q1005
CPF do entrevistador:
Q1006
Data da triagem
/
/
Q1007
Município
Q1008
Unidade de saúde
Q1009
Número de registro do paciente na Unidade de Saúde:
Q1010
Tipo de Unidade de saúde:
1. Ambulatório
2. Hospital
Q1011
Setor da Unidade de Saúde:
1. Público
2. Privado
Q1012
Nome do paciente:
Q1013
Data de nascimento:
Q1014
Sexo:
1. Feminino
2. Masculino
Q1015
Apresenta/ apresentou sintomas de dengue?
1. Sim
2. Não
Q1017
Você teve/tem febre?
1. Sim
2. Não
Q1018
Nome do responsável (se menor):
Q1019
Endereço 1:
Q1020
Ponto de referência 1:
/
118 - Anexos
2. Não
/
119
Q1021
Endereço 2:
Q1022
Ponto de referência 2:
Q1023
Telefone 1:
Q1024
Observações:
Telefone 2:
Telefone 3:
Telefone 4:
FORMULÁRIO B
2000. Características demográficas do paciente
Q2001
Número do paciente:
Q2002
Data da entrevista domiciliar:
/
/
Se está entrevistando o paciente, marque a opção 9 e vá para a Q.2004
Q2003
Se você está entrevistando um
responsável, qual é a relação do
responsável com o paciente?
Mãe
Q2004
Qual é o nível de escolaridade do
paciente?
Analfabeto/
Fundamental 1
incompleto
Fundamental 1
completo/ Fundamental
2 incompleto
Q2005
Qual é atualmente o tipo de
emprego do paciente?
Funcionário
público
Empregado não
governamental
Q2007
Qual o estado civil do paciente?
Solteiro
Casado
Pai
Avó
Avô
119 - Anexos
Irmão maior
Fundamental 2
completo/ Médio
incompleto
Outro
9.
Não se aplica
Médio completo/
Técnico/ Superior
incompleto
Superior
completo
Autônomo
Empresário/Patrão
Não tem
emprego
remunerado
Divorciado
Viúvo
União estável
120
INFORMAÇÃO DO RESPONSÁVEL, preencher para pacientes menores de idade.
Q2008
Qual a idade do
responsável (em anos)?
Q2009
Qual é o nível de
escolaridade do
responsável?
Analfabeto/
Fundamental 1
incompleto
Fundamental 1 completo/
Fundamental 2 incompleto
Fundamental 2
completo/ Médio
incompleto
Médio completo/ Técnico/
Superior incompleto
Superior completo
Q2010
Qual é atualmente o tipo
de emprego do
responsável?
Funcionário público
Empregado não
governamental
Autônomo
Empresário/Patrão
Não tem emprego
remunerado
Posse de itens (Critério de Classificação Econômica Brasil - CCEB)
Q2012
A residência do paciente tem televisão em cores?
0
1
2
3
4 ou +
Q2013
A residência do paciente tem rádio?
0
1
2
3
4 ou +
Q2014
A residência do paciente tem banheiro?
0
1
2
3
4 ou +
Q2015
A residência do paciente tem automóvel?
0
1
2
3
4 ou +
Q2016
A residência do paciente tem empregada mensalista?
0
1
2
3
4 ou +
Q2017
A residência do paciente tem máquina de lavar?
0
1
2
3
4 ou +
Q2018
A residência do paciente tem videocassete e/ou DVD?
0
1
2
3
4 ou +
Q2019
A residência do paciente tem uma geladeira?
0
1
2
3
4 ou +
Q2020
A residência do paciente tem freezer (aparelho
0
1
2
3
4 ou +
120 - Anexos
121
independente ou parte da geladeira duplex)?
Q2021
A residência do paciente tem aspirador de pó?
0
0
0
0
0
3000. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, MEDICAMENTOS E LABORATÓRIO.
Q3001
Quando foi o início dos sintomas?
/
Q3002
Você está com algum sintoma no momento da entrevista?
Q3000X2
Data em que você se recuperou completamente. (apenas se não tiver
mais sintomas da Dengue)
Q3003
Você teve febre no período da doença?
/
Sim
Não
/
/
Sim
Não
Você teve algum dos sintomas ou sinais durante o período da doença?
Q3004
Dor de cabeça
Sim
Não
Não sabe
Q3005
Dor nos olhos
Sim
Não
Não sabe
Q3006
Náuseas
Sim
Não
Não sabe
Q3007
Vômitos
Sim
Não
Não sabe
Q3008
Cansaço/prostração
Sim
Não
Não sabe
Q3009
Perda de apetite
Sim
Não
Não sabe
Q3010
Dor muscular ou articular (dor nas juntas)
Sim
Não
Não sabe
Q3011
Dor nos ossos
Sim
Não
Não sabe
Q3012
Dor abdominal
Sim
Não
Não sabe
121 - Anexos
122
Q3013
Tontura
Sim
Não
Não sabe
Q3014
Manchas vermelhas na pele
Sim
Não
Não sabe
Q3015
Sangramentos (pequenos pontos vermelhos na pele, machucados espontâneos ou provocados, sangramentos pelo nariz,
sangramento nas gengivas ou outro tipo de sangramento).
Sim
Não
Não sabe
Q3016
Coceira
Sim
Não
Não sabe
Q3017
Diarreia
Sim
Não
Não sabe
Q3018
Inchaço nos olhos
Sim
Não
Não sabe
Q3019
Sede excessiva
Sim
Não
Não sabe
Q3020
Diminuição da urina
Sim
Não
Não sabe
Q3021
Agitação
Sim
Não
Não sabe
Q3022
Sonolência/letargia
Sim
Não
Não sabe
Q3023
Dor de garganta ou secreção nasal
Sim
Não
Não sabe
Medicamentos
Q3024
Durante este período da doença, você recebeu alguma
medicação prescrita pelo serviço de saúde ou médico?
Sim
Q3025
Qual(is) medicamento(s) você recebeu?
Med.A:
Não
Med.B:
122 - Anexos
Med.C:
Não sabe
Med.D
Med.E
Não sabe
123
Q3026
Quantos comprimidos/dosagem você tomou durante o período
da doença?
Med.A:
Med.B:
Med.C:
Q3027
Durante este período da doença, você comprou alguma medicação?
Q3028
Qual(is) medicamento(s) você comprou?
Med. A:
Q3029
Quantos comprimidos / dosagem você tomou durante o período da
doença?
Med. A:
Q3030
Quanto gastou na compra de medicamentos?
R$
Q3000X1
Quanto tempo, depois de notar os primeiros sinais de enfermidade, você
recebeu a primeira assistência por parte de um serviço de saúde ou
médico?
No mesmo dia
(em 24 horas)
Med.D
Sim
Med.E
Não sabe
Não
Não sabe
Med.B:
Med.C:
Não sabe
Med.B:
Med.C:
Não sabe
No segundo dia (entre
24 e 48 horas)
Depois de 48 horas
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, MEDICAMENTOS E LABORATÓRIO.
Q3031
Já fez sorologia?
Sim
Não
Não sabe
Se "não/não sabe", vá para a pergunta Q3036.
Q3032
Quantos exames sorológicos você fez?
Q3033
Quando foi coletada a primeira amostra de sangue para sorologia?
Q3034
Quando foi coletada a segunda amostra de sangue para sorologia?
Q3035
Qual o resultado da sorologia?
Exame 1, Data:
/
/
Qual o tipo de Exame?
Reagente
Não reagente
123 - Anexos
Inconclusivo
Não sabe
124
Exame 2, Data:
/
/
Qual o tipo de Exame?
Reagente
Não reagente
Inconclusivo
Não sabe
Exame 3, Data:
/
/
Qual o tipo de Exame?
Reagente
Não reagente
Inconclusivo
Não sabe
Q3036
Quantos exames de hemograma realizou?
Q3037
Fez alguma radiografia?
Sim
Não
Não sabe
Sim
Não
Não sabe
Sim
Não
Não sabe
Se "não/não sabe", vá para a pergunta Q3040.
Q3038
De qual parte do corpo? (especificar todas as partes do corpo radiografadas)
Q3039
Quantos exames de RX realizou?
Q3040
Fez alguma ultrassonografia?
Se "não/não sabe", vá para a pergunta Q3043.
Q3041
De qual parte do corpo? (especificar todas as partes do corpo)
Q3042
Quantos exames de ultrassonografia realizou?
Q3043
Fez algum outro exame? (sangue, urina, tomografia, etc.)
Se "não/não sabe", vá para a seção 4000.
Q3044
Qual exame?
Q3045
Quantas vezes?
124 - Anexos
125
Q3046
Qual outro exame?
Q3047
Quantas vezes?
A ser preenchido pelo supervisor de campo.
Notificação de dengue (por favor, verifique o registro médico do hospital e a ficha de investigação de dengue).
Q3048
Este caso foi notificado/registrado como um episódio de Dengue?
Sim
Não
Se "não", vá para a pergunta Q3053.
Q3049
Este caso foi confirmado
como?
Critério clínico-epidemiológico
Q3050
Com que diagnóstico ele foi
notificado/registrado?
1.
Q3051
Pelos exames/sintomas, qual a
classificação do caso confirmado,
segundo os critérios da OPAS?
Q3052
Foi isolado o vírus da dengue?
Q3053
Qual o tipo de vírus isolado?
Dengue sem
classificação
1.
2.
Dengue
clássica
Dengue sem
sinais de
alerta
1.
1.
DV1
Laboratorialmente
2.
3.
Dengue clássica
com
manifestações
hemorrágicas
DV2
Febre
hemorrágica
do dengue
Dengue com sinais de alerta
Sim
2.
4.
2.
3.
DV3
125 - Anexos
4.
5.
Síndrome do choque do dengue
3.
Dengue grave
Não
3.
Não sabe
DV4
8. Não sabe informar
126
4000. ASSISTÊNCIA
Por favor, especifique a assistência recebida durante o período da doença, em ordem de recebimento desde o início dos sintomas.
Códigos para o tipo de assistência (TA):
Códigos para tipos de serviço (TS):
1. Farmácia
2. Centro/posto/PSF/unidade de saúde
2a. Consulta
1.
2.
3.
4.
5.
2b. Sala de hidratação
Códigos para tipos de transporte:
SUS (sistema público)
Convênio (sistema suplementar)
Particular (pagamento direto pelo paciente)
Coparticipação
Outro
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
2c. Sala de estabilização
3. Consultório
4. Hospital
4a. Sala de urgência/emergência em hospital
A pé
Bicicleta
Moto
Carro
Ônibus/ micro-ônibus
Bicicleta-táxi
Moto-táxi
Táxi
Carona
Outro tipo
4b. Hospitalização em enfermaria
4c. Hospitalização e UTI (cuidados intensivos)
5. Laboratório
6. Banco de sangue
7. Outro
Q4010
Você tem/ utilizou seguro de saúde durante esse episódio de dengue?
1.
Sim
2.
Não
3.
Não sabe
Se "não", vá para a seção 5000.
Q4011
Se sim, qual o plano ou seguro de saúde?
Ordem de
Assistência
Transporte (sentido único) à Assistência
126 - Anexos
Alimentação
Alojamento
127
assistência
recebida
Q4001
1º
Q4002
2º
Q4003
3º
Q4004
4º
Q4005
5º
Q4006
6º
Q4007
7º
Tipo de
assistência
(TA)
(a)
Tipo de
serviço
(TS)
(b)
Tempo
de
espera
(min)
(c)
Tempo
de
consulta
(min)
(d)
Valor
total
gasto
(e)
Valor
reembolsado
ao paciente
(f)
Tipo de
transporte
(g)
Distância
(Km)
(h)
5000. PERDA DE PRODUTIVIDADE (do paciente e do responsável)
Q5001
Quantos membros vivem na casa? (Incluindo o paciente)
Q5002
Quantas pessoas menores de 18 anos vivem em sua casa? (Incluindo o paciente)
Q5003
Quantas pessoas têm algum tipo de renda?
Q5004
Qual a renda total da família no último mês?
R$
Grau de parentesco com o paciente
1. Pai/ mãe
2. Irmão/ Irmã
127 - Anexos
Tempo
de
viagem
(min)
(i)
Valor
total
do
gasto
(j)
Valor total do
gasto
(k)
Valor total
do gasto
(k)
128
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Filho/ Filha
Tio/ Tia
Avô/ Avó
Primo/ Prima
Cônjuge/ Companheiro (a)
Outros
Escolaridade máxima alcançada
1.
2.
3.
4.
5.
Analfabeto/ Fundamental 1 incompleto
Fundamental 1 completo/ Fundamental 2 incompleto
Fundamental 2 completo/ Médio incompleto
Médio completo/ Técnico/ Superior incompleto
Superior completo
1.
2.
3.
4.
Cuidando do paciente
Substituição do paciente ou do assistente
Enfermidade
Outros
Motivos de ausência
Sexo
2. Masculino
1. Feminino
S. Sim
N. Não
Para respostas sim/não
ATENÇÃO: Completar com informações APENAS das pessoas ligadas ao paciente que o ajudaram nos cuidados durante a fase de doença.
Número
do
membro
da
família
(a)
Q5005
Código
da
relação
com o
paciente
(b)
Código
do sexo
(c)
Idade
em
anos
(d)
Escolaridade
mais alta
(e)
Estudando
(S/N)
(f)
Dias de
ausência
da escola
(g)
Paciente
128 - Anexos
Emprego
remunerado
(S/N)
(h)
Dias de
ausência
do
trabalho
(i)
Código
do
motivo
maior da
ausência
(j)
Renda
total
no
último
mês
(k)
CUIDADO COM
O PACIENTE
Média
Número
diárias
de dias
em
(m)
horas
(l)
129
Q5006
Q5007
Q5008
Q5009
Q5010
1º
2º
3º
4º
5º
FORMULÁRIO C
6000. QUALIDADE DE VIDA (entrevista para maiores de 12 anos).
As duas perguntas seguintes estão relacionadas à saúde geral do paciente, incluída a saúde física e mental.
Q6001
Em geral, como era a sua saúde antes desse episódio da doença?
Muito boa
Bom
Moderada
Mal
Muito mal
Q6002
No total durante o período da doença, quanta dificuldade você teve
com as atividades escolares, trabalho ou atividades domésticas?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Pense no número total de dias desse período da doença e responda às seguintes 5 perguntas :
Q6003
Quantos dias você esteve doente? (Contar do início dos sintomas até hoje)
Q6004
Durante o período da doença, quantos dias você se sentiu "muito mal"?
Q6005
Durante o período da doença, quantos dias você se sentiu "mal"?
Q6006
Durante o período da doença, quantos dias você se sentiu "moderado" (mais ou menos)?
Q6007
Durante o período da doença, quantos dias você se sentiu "bem"?
Q6008
Durante o período da doença, quantos dias você se sentiu "muito bem"?
Q6009
Soma de dias Q6004 a Q6008
129 - Anexos
130
Mobilidade
Q6010
No total, durante o período da doença, qual o grau de dificuldade você teve
para se deslocar?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Q6011
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve em atividades
vigorosas, tais como correr 3 km (ou equivalente) ou andar de bicicleta?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Cuidado pessoal
Q6012
No total, durante o período da doença, qual grau de dificuldade você teve com
seu cuidado pessoal, como tomar banho e vestir-se sem ajuda?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Q6013
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve em manter seu aspecto
geral (por exemplo, asseio, se ver limpo e arrumado, etc.)
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Dor e mal-estar
Q6014
Durante esse período, quanta dor ou sofrimento físico você teve?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Q6015
Durante esse período, quanto mal-estar físico você teve?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Aprendizado/ Cognição
Q6016
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve para se concentrar
e recordar das coisas?
Nenhuma
130 - Anexos
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
131
Q6017
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve em aprender uma
nova tarefa (por exemplo, aprender como chegar a um novo endereço,
aprender um novo jogo, aprender uma nova receita, etc.)?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Atividades interpessoais
Q6018
No total, durante esse período, qual grau de dificuldade você teve com suas
relações pessoais e participação na comunidade?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Q6019
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve para tratar
conflitos e tensões com os outros?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Visão
Q6020
Você usa óculos ou lentes de contato?
Sim
Não
Se o entrevistado disse "sim", introduza as próximas 2 perguntas com: "Por favor, responda às seguintes perguntas levando em conta seus óculos ou lentes de contato...".
Q6021
Nos últimos 30 dias, quanta dificuldade você teve para ver e reconhecer
alguém conhecido cruzando a rua (quer dizer de uma distância de 20
metros)?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Q6022
Nos últimos 30 dias, quanta dificuldade você teve para ver e reconhecer um
objeto colocado ao seu alcance ou para ler?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Sono e Energia
Q6023
Durante esse período, qual o grau de dificuldade para conciliar o sono,
131 - Anexos
132
despertar várias vezes durante a noite ou despertar muito cedo pela manhã?
Q6024
Durante esse período, qual o grau de cansaço e indisposição você sentiu
(por ex. se sentir cansado, sem energia)?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Sentimentos
Q6025
No total, durante esse período, qual o grau de tristeza e depressão?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Q6026
No total, durante esse período, qual o grau de ansiedade e preocupação?
Nenhuma
Leve
Moderada
Grave
Extrema/ Incapaz
Estado de saúde do paciente durante o período de doença (usar a escala/termômetro).
Q6027
Qual o melhor estado de saúde?
Q6028
Qual o pior estado de saúde?
Data da entrevista:
Nós desenhamos uma escala (semelhante a um termômetro) na qual o melhor estado de saúde que possa imaginar é 100 e o pior estado de saúde que possa
imaginar é 0. Gostaríamos que indicasse nesta escala qual é, em sua opinião, o seu estado de saúde hoje e qual foi o pior estado de saúde durante o período da
doença.
Por favor, desenhe uma linha a partir do quadrado que se encontra abaixo, até ao ponto da escala que melhor classifica o seu estado de saúde hoje.
132 - Anexos
133
Desenhe outra linha indicando o pior estado de saúde durante o período da doença.
133 - Anexos
134
Formulário D - PACIENTES HOSPITALIZADOS
Coleta de dados do prontuário médico do paciente
Identificação do paciente:
QM001
Nome/Sobrenome
QM002
Qual o número do registro médico ou número de identificação neste estabelecimento?
QM003
Data da admissão
QM004
Diagnóstico da
admissão hospitalar
/
/
Diagnóstico não
menciona dengue
Dengue sem
classificação
Dengue
clássica
Dengue clássica
com
manifestações
hemorrágicas
Febre
hemorrágica
do dengue
Síndrome de
choque do
dengue
Outro
Não
registrado
Se o diagnóstico na admissão não menciona "dengue", por favor refira o(s) diagnóstico(s) da admissão. Do contrário vá para a questão QM006.
QM005
Especificar outros diagnósticos na admissão:
QM006
Data da alta
QM007
Diagnóstico
da alta
hospitalar
QM008
O paciente contraiu alguma infecção
/
Diagnóstico não menciona
dengue
/
Dengue sem
classificação
Dengue
clássica
Sim
Não
Dengue clássica
com
manifestações
hemorrágicas
134 - Anexos
Febre
hemorrágica
do dengue
Síndrome de
choque do
dengue
b. Se sim, qual?
Outro
Não
registrado
135
hospitalar durante sua hospitalização?
QM009
O paciente foi hospitalizado anteriormente
devido a esta enfermidade aguda?
Sim
Não
QM010
O paciente teve alta com vida?
Sim
Não
Não registrado
Sintomas
QM011
Data do início dos sintomas
/
QM012
Por quantos dias o paciente teve febre decorrente deste episódio de enfermidade?
QM013
Dor de cabeça?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM014
Dor retrorbital?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM015
Mialgia/Artralgia?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM016
Anorexia?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM017
Exantema?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM018
Prurido?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM019
Vômitos?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM020
Dor epigástrica / abdominal?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM021
Sede excessiva?
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM022
Manifestações hemorrágicas (petéquias, púrpura, equimoses, epistaxe, sangramento
gengival, hematêmese/melena)
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM023
Extravasamento plasmático (derrame pleural, derrame pericárdico, distensão abdominal,
hepatomegalia, ascite)
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
QM024
Diminuição da perfusão (diminuição da pressão arterial, convergência da pressão arterial,
diminuição volume urinário, extremidades frias, pele fria e úmida, letargia, inquietude)
1. Sim
2. Não
3. Não registrado
135 - Anexos
/
136
Outros sinais
(Por favor, mencione outras manifestações clínicas importantes que o paciente apresentou. Se não houver, vá para a QM030)
QM025
Manifestação clínica 1:
QM026
Manifestação clínica 2:
QM027
Manifestação clínica 3:
QM028
Prova do Laço
Positiva
Negativa
136 - Anexos
Não realizada
137
Exames Laboratoriais
(O paciente foi submetido a algum exame listado abaixo?)
QM029
Sorologia?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
Qual o resultado da sorologia?
Resultado 1, Qual tipo de exame?
Reagente
Não reagente
Inconclusivo
Resultado 2, Qual tipo de exame?
Reagente
Não reagente
Inconclusivo
Resultado 3, Qual tipo de exame?
Reagente
Não reagente
Inconclusivo
Resultado 4, Qual tipo de exame?
Reagente
Não reagente
Inconclusivo
Resultado 5, Qual tipo de exame?
Reagente
Não reagente
Inconclusivo
QM031
Pesquisa de antígeno NS1
Sim
Não registrado
Número de exames:
QM032
Qual o resultado do NS1?
Positivo
Negativo
Inconclusivo
QM033
Isolamento viral?
Sim
Não registrado
Número de exames:
QM034
Qual o resultado do Isolamento viral?
Positivo
Negativo
Inconclusivo
QM035
Pesquisa de genoma do vírus dengue (RT-PCR)
Sim
Não
QM036
Contagem de Plaquetas?
Sim
Não
QM038
Hematócrito?
Sim
QM039
Quantos exames de hematócrito?
QM030
Não
Não
137 - Anexos
Não sabe
Número de exames:
Resultados:
Não registrado
Número de exames:
Não
Não registrado
138
QM040
Quantos hemogramas completos?
QM041
Dosagem de albumina?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM042
Dosagem de ureia?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM043
Dosagem de Cálcio?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM044
Dosagem de Potássio?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM045
Dosagem de Sódio?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM046
Dosagem de Cloro?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM047
Dosagem de Glicemia?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM048
Dosagem de Creatinina?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM049
Velocidade de Hemossedimentação?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM050
Gasometria?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM051
Sumário de urina?
Sim
Não
Não registrado
Número de exames:
QM052
Realizou outro(s) exame(s)?
Sim
Não
Não registrado
QM053
Qual exame 1?
QM054
Quantas vezes?
QM055
Qual exame 2?
QM056
Quantas vezes?
138 - Anexos
139
QM057
Qual exame 3?
QM058
Quantas vezes?
QM059
Qual exame 4?
QM060
Quantas vezes?
QM061
Qual exame 5?
QM062
Quantas vezes?
Exames de Imagem
(O paciente foi submetido a algum exame listado abaixo?)
QM063
Radiografia?
Sim
Não
Região do corpo:
Número de exames:
QM064
Ultrassonografia?
Sim
Não
Região do corpo:
Número de exames:
QM065
Tomografia computadorizada?
Sim
Não
Região do corpo:
Número de exames:
QM066
Ressonância nuclear magnética?
Sim
Não
Região do corpo:
Número de exames:
QM067
Realizou outro(s) exame(s) de imagem (ns)?
Sim
Não
Região do corpo:
Número de exames:
QM068
Qual(is) exame(s) de imagem(ns)?
Procedimentos
(O paciente foi submetido a algum procedimento listado abaixo?)
139 - Anexos
140
QM069
Cirurgia
Sim
Não
Qual?
QM070
Cateterização Vesical
Sim
Não
Quantas?
QM071
Cateterização Nasogástrica
Sim
Não
Quantas?
QM072
Cateterização Venosa
Sim
Não
Quantas?
QM073
Intubação Orotraqueal
Sim
Não
Quantas?
QM074
Punção torácica
Sim
Não
Quantas?
QM075
Outros procedimentos?
Sim
QM076
Qual procedimento 1?
QM077
Quantas vezes?
QM078
Qual procedimento 2?
QM079
Quantas vezes?
QM080
Qual procedimento 3?
QM081
Quantas vezes?
QM082
Qual procedimento 4?
QM083
Quantas vezes?
QM084
Qual procedimento 5?
QM085
Quantas vezes?
Não
140 - Anexos
141
Material e Medicamentos
(O paciente utilizou algum material ou medicamento listado abaixo?)
QM086
Unidades de soro fisiológico
Sim
Não
Quantidade:
QM087
Unidades de solução glicosada
Sim
Não
Quantidade:
QM088
Unidades de solução de Ringer Lactato
Sim
Não
Quantidade:
QM089
Expansores plasmáticos (dextran, gelatina)
Sim
Não
Quantidade:
QM090
Unidades de albumina
Sim
Não
Quantidade:
QM091
Concentrado de hemácias
Sim
Não
Quantidade:
QM092
Concentrado de plaquetas
Sim
Não
Quantidade:
QM093
Potássio
QM094
Sódio
QM095
Bloqueadores H2 ou inibidores da bomba de
prótons
QM096
Analgésicos/antitérmicos durante a internação
QM097
Antiemético durante a internação
Sim
Não
Substância (nome
genérico):
Apresentação:
Concentração:
Número de doses
utilizadas:
Sim
Não
Substância (nome
genérico):
Apresentação:
Concentração:
Número de doses
utilizadas:
Sim
Não
Substância (nome
genérico):
Apresentação:
Concentração:
Número de doses
utilizadas:
Sim
Não
Substância (nome
genérico):
Apresentação:
Concentração:
Número de doses
utilizadas:
Sim
Não
Substância (nome
genérico):
Apresentação:
Concentração:
Número de doses
utilizadas:
141 - Anexos
142
Sim
Não
Substância (nome
genérico):
Apresentação:
Concentração:
Número de doses
utilizadas:
Sim
Não
Substância (nome
genérico):
Apresentação:
Concentração:
Número de doses
utilizadas;
QM098
Antibiótico durante a internação
QM099
Outro medicamento durante a internação
QM100
Sonda Nasogástrica
Sim
Não
Quantidade:
QM101
Cateter Vesical
Sim
Não
Quantidade:
Informações sobre a internação/Diárias hospitalares
QM102
Quantos dias de internação em enfermaria?
QM103
Quantos dias de internação em quarto/ apartamento?
QM104
Quantos dias de internação em setor de emergência?
QM105
Quantos dias o paciente esteve internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI)?
Honorários Profissionais (Preencher para hospitais da rede privada)
QM106
Durante a internação quantas visitas feitas por médicos?
FORMULÁRIO E
Q 7000 – Entrevista telefônica
142 - Anexos
143
Q7001
Número do paciente:
Q7002
Nome do paciente:
Q7003
Nome do responsável (se menor):
Q7004
Data da entrevista telefônica:
Q7005
Data em que você se recuperou completamente:
Q7006
Entre a data da entrevista domiciliar e a data de hoje, você recebeu mais algum medicamento
prescrito pelo serviço de saúde ou médico?
Sim
Não
Não sabe
Q7007
Qual(is) medicamento(s) você recebeu?
Med.A:
Med.B:
Med.C:
Med.D
Med.E
Não sabe
Q7008
Quantos comprimidos/dosagem você tomou
durante esse período?
Med.A:
Med.B:
Med.C:
Med.D
Med.E
Não sabe
Q7009
Entre a data da entrevista domiciliar e a data de hoje, você comprou mais algum medicamento?
Sim
Não
Não sabe
Q7010
Qual(is) medicamento(s) você comprou?
Med. A:
Med.B:
Med.C:
Não sabe
Q7011
Quantos comprimidos você tomou depois da entrevista domiciliar?
Med. A:
Med.B:
Med.C:
Não sabe
Q7012
Quanto gastou a mais na compra de medicamentos?
R$
Q7013
Fez mais alguma sorologia?
Sim
Não
Não sabe
Q7014
Quantos exames sorológicos você fez?
Q7015
Fez mais algum outro exame?
Sim
Não
Não sabe
Q7016
Quais exames você fez?
/
/
/
/
143 - Anexos
144
Códigos para o tipo de assistência (TA):
Códigos para tipos de serviço (TS):
Códigos para tipos de transporte:
Farmácia
SUS (sistema público)
A pé
Centro/posto/PSF/unidade de saúde
Convênio (sistema suplementar)
Bicicleta
2a. Consulta
Particular (pagamento direto pelo paciente)
Moto
2b. Sala de hidratação
Coparticipação
Carro
2c. Sala de estabilização
Outro
Ônibus/ micro-ônibus
Consultório
Bicicleta-táxi
Hospital
Moto-táxi
4a. Sala de urgência/emergência em hospital
Táxi
4b. Hospitalização em enfermaria
Carona
4c. Hospitalização e UTI (cuidados intensivos)
Outro tipo
Laboratório
Banco de sangue
Outro
Assistência
Ordem de
assistência
recebida
Tipo de
assistên
cia
(TA)
(a)
Tipo de
serviço
(TS)
(b)
Tempo
de
espera
(min)
(c)
Tempo
de
consulta
(min)
(d)
Transporte (sentido único) à Assistência
Valor
total
gasto
(e)
Valor
reembolsad
o ao
paciente
(f)
Tipo de
transporte
(g)
144 - Anexos
Distância
(Km)
(h)
Tempo
de
viagem
(min)
(i)
Valor
total do
gasto
(j)
Alimentação
Valor total do
gasto
(k)
Alojament
o
Valor total
do gasto
(k)
145
Q7017
Q7018
Q7019
Q7020
Q7021
Q7022
1º
2º
3º
4º
5º
Continuou se ausentando do trabalho?
Q7023
Q7024
Q7025
Q7026
Q7027
Q7028
Se sim, quantos dias de ausência do trabalho no período da doença?
Continuou se ausentando da escola?
Se sim, quantos dias de ausência da escola no período da doença?
Precisou ajuda de alguém nas atividades diárias?
Se sim, a pessoa que estava cuidando de você faltou ao trabalho?
Se sim, quantos dias?
145 - Anexos
1. Sim
2. Não
1. Sim
2. Não
1. Sim
1. Sim
2. Não
2. Não
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