Depois de quatro anos de luta, endoscopistas celebram a

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REVISTA
ISSN 2179-7285
Publicada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva
Edição no 21
Abril-Junho 2013
RDC
histórica
Depois de quatro anos de luta,
endoscopistas celebram a
publicação da norma específica
para serviços de endoscopia
DNA
COBERTURA
in loco
Entrevista com o
especialista francês,
René Lambert
7º Simpósio Internacional
de Endoscopia
Digestiva da SOBED
Saiba mais sobre
as utilidades da
cápsula de cólon
índice
Revista SOBED
Edição 21
abril-junho 2013
5
Radar SOBED
Acompanhe os programas, ações e eventos
realizados pela Sociedade, além de ações
promovidas pelas unidades estaduais
12
In loco
16
DNA
20
Cobertura
28
Info
34
Você
38
AMB
40
Ética
42
Por Dentro
A importância da cápsula de cólon para os
endoscopistas digestivos de todo o mundo
René Lambert, pesquisador da Agência
Internacional para Pesquisa Sobre o
Câncer em Lyon, na França
Detalhes e principais fatos ocorridos no
7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva,
realizado nos dias 2 e 3 de maio,
em Salvador (BA)
16
28
Confira a repercussão da RDC da Anvisa,
que padroniza as regras para realização
de procedimentos endoscópicos
Conheça dois médicos endoscopistas que
atravessaram o planeta para ver de perto
o título mundial do Corinthians
A piora da saúde pública no Brasil
Detalhes da decisão judicial que confirma
validade do título apenas com crivo de sociedade
Destaque para notícias sobre o aparelho
digestivo e a agenda de eventos nacionais e
internacionais. Composição da diretoria nacional,
comissões e estaduais da SOBED
abril/junho 2013
20
38
REVISTA SOBED
3
editorial
Palavra do Presidente
tempo de conquistas
ISSN 2179-7285
Revista SOBED é uma publicação
trimestral da Sociedade Brasileira
de Endoscopia Digestiva distribuída
gratuitamente para médicos.
O conteúdo dos artigos é de inteira
responsabilidade de seus autores
e não representa necessariamente
a opinião da SOBED.
Jornalista Responsável
Roberto Souza (Mtb 11.408)
Um primeiro semestre repleto de atividades! É assim que defino nossos meses iniciais deste ano. Prova disso, foi a relevante participação da SOBED e de seus associados
no 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da Sociedade, que aconteceu
nos dias 2 e 3 de maio, em Salvador (BA). A repórter Marina Panham foi até a cidade e
acompanhou tudo de perto. Confira a cobertura do evento que reuniu mais de 400 profissionais da área da saúde e ainda contou com outras atividades realizadas paralelamente,
como a Prova de Título de Especialista, o Curso Suporte Avançado de Vida em Endoscopia
Editor-chefe
Fábio Berklian
(SAVE®) e o Curso Teste Seus Conhecimentos. Na editoria DNA, leia uma entrevista exclusiva feita
Editor
Rodrigo Moraes
com o especialista francês, René Lambert, que esteve presente no encontro e falou sobre suas
Reportagem
Anderson Dias
Marina Panham
Samantha Cerquetani
Tatiana Piva
Camila Boni (estagiária)
Projeto Editorial
Fábio Berklian
Projeto Gráfico
RS Press
Luiz Fernando Almeida
Produção Editorial
Priscila Hernandez
Designers
Felipe Santiago
Leonardo Fial
Luiz Fernando Almeida
Rafael Tadeu Sarto
Tiragem
2.800 exemplares
principais áreas de atuação e ainda opinou sobre o panorama da nossa especialidade no País.
Faço questão de destacar ainda outros dois importantes assuntos dessa segunda edição.
Um deles surge na matéria de capa e aborda todos os detalhes sobre a Resolução nº 6, de
1º de março de 2013, que tem por objetivo estabelecer os requisitos de Boas Práticas
de Funcionamento para os Serviços de Endoscopia com Via de Acesso ao Organismo por
Orifícios Exclusivamente Naturais. Vale ressaltar que essa resolução se aplica a todos os serviços de saúde públicos e privados, civis e militares que realizam procedimentos endoscópicos,
diagnósticos e intervencionistas em todo o País e vai ajudar a padronizar todas as condutas
relacionadas à endoscopia.
O segundo tema está na seção In Loco e trata a respeito da cápsula endoscópica de cólon. Lançada recentemente no mercado, ela é uma nova técnica de diagnóstico disponível no
Brasil. Atualmente, esse procedimento complementa o exame de colonoscopia, é capaz de
Impressão
Maxi Gráfica
investigar o trato digestivo baixo, com a captação de imagens do interior do órgão de forma
Foto de Capa
Shutterstock
minimamente invasiva e detectar o que não pode ser avaliado pelos exames convencionais.
À despeito de qualquer opção de time, dois colegas endoscopistas acompanharam a
vitória do Corinthians na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que ocorreu no Japão no final do
ano passado e contaram histórias curiosas e engraçadas à equipe de reportagem da Revista
Rua Cayowaá, 228, Perdizes
São Paulo - SP
CEP: 05018-000
11 3875-6296
[email protected]
www.rspress.com.br
SOBED. Confiram e tenham todos uma ótima leitura!
João Carlos Andreoli
Presidente da SOBED Nacional
4
revista SOBED
abril/junho 2013
RADAR sobed
Notas
sobed.org.br
Foto: © ASGE / Divulgação
Novos módulos do
Webcast SOBED
Disponíveis
Os módulos 2, 3 e 4 do Programa
Webcast SOBED estão disponíveis para
todos os associados quites. O conteúdo
dessa nova ferramenta científica poderá ser acessado pelo site da Sociedade
– até mesmo por meio de tablets e celulares. As palestras de maior destaque durante a XI Semana do Aparelho
Digestivo (SBAD) serão disponibilizadas em vídeo e poderão ser acessadas
pelo período de quatro meses ou por
até três vezes durante esse tempo.
O conteúdo é disponibilizado por
meio de slides e de forma interativa.
Caso possuam cadastro na Comissão Nacional de Acreditação (CNA),
haverá uma pontuação para fins de
obter o Certificado de Atualização
Profissional. O 2º módulo conta com
os temas: pancreatites e coleções pancreáticas; estado atual do diagnóstico
da pancreatite crônica; como e quando realizar a drenagem endoscópica;
novas tecnologias no diagnóstico das
doenças do TGI; NBI e cápsula de colón. O módulo 2 estará disponível até
o dia 17/08. O 3º Módulo, que fala
sobre intestino médio e hemorragia
digestiva, teve início em 16/05 e termina dia 16/09. O 4º Módulo se iniciou em 24/05 e vai até 24/09. Um
dos temas é divertículo de Zenker.
Acesse o site: www.sobed.org.br/web/
medico/webcast.aspx
abril/junho 2013
Quian Cai e Seng-Ian Gan (EUA); Thomas M. Deas Jr., presidente da ASGE; Holly
Becker, diretora-assistente de programas internacionais da ASGE; e os médicos
brasileiros homenageados Angelo P. Ferrari Jr., Ricardo Dib e Thiago Secchi
Projeto Ambassador no
Brasil recebe homenagem
durante DDW 2013
Entre os dias 18 e 21 de maio, aconteceu na cidade
de Orlando, no estado da Flórida (EUA), a 44ª edição da
Digestive Disease Week (DDW® 2013). Durante a programação do evento, como de costume, vários acontecimentos paralelos foram promovidos pela Sociedade Americana de Endoscopia Gastrointestinal (ASGE, sigla em
inglês). Entre eles a ASGE Crystal Awards que ocorreu no
dia 19 de maio em um dos locais que abriga uma das principais atrações da cidade, o SeaWorld.
Conhecido por conta dos tradicionais shows de baleias,
golfinhos, entre outros animais que vivem no oceano, no
lugar aconteceu um jantar que homenageou o Projeto
Ambassador no Brasil, um programa social que propiciou
atendimento endoscópico para pacientes e atualização
prática para especialistas das regiões norte, centro-oeste
e nordeste do País. O evento aconteceu em Manaus (AM)
no final do ano passado. Os especialistas brasileiros homenageados foram os médicos Ricardo Dib, Thiago Secchi e
Angelo P. Ferrari Jr, todos preceptores do Ambassador.
REVISTA SOBED
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RADAR sobed
Notas
SOBED
Estadual-RJ obteve
vitórias nas
negociações
com planos
de saúde
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revista SOBED
O IV Fórum Nacional sobre a CBHPM foi realizado em Belo Horizonte (MG)
IV Fórum Nacional sobre a CBHPM
No dia 19 de abril, ocorreu o
IV Fórum Nacional sobre a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos
(CBHPM), em Belo Horizonte
(MG). Na ocasião, dados sobre
os Limites do Capital Internacional na Saúde Suplementar foram
apresentados. De acordo com o
assessor da diretoria da Unimed
de BH, José Augusto Ferreira,
o orçamento do Sistema Único
de Saúde (SUS) em 2012 foi de
91,7 milhões, enquanto as operadoras de planos de saúde tiveram uma receita de 84 milhões.
Ele também afirmou que, dentre
os 194 milhões de brasileiros,
48,7 milhões são beneficiários de
planos de saúde e se concentram
principalmente nas capitais.
Os participantes mostraram
que há uma redução do número de planos de saúde em
atividade no País: atualmente
são 973 operadoras, e 28 delas
mantêm 50% dos beneficiários.
Segundo Carlos Figueiredo, da
Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), eles reconhecem que há um desalinhamento entre o preço pago pelas
operadoras e os custos e riscos
dos procedimentos médicos.
Para amenizar esse problema,
a ANS elaborou uma proposta
de hierarquização dos procedimentos baseada na CBHPM,
com uma implantação gradual
em duas fases, para minimizar o impacto financeiro sobre
as operadoras.
abril/junho 2013
Foto: © Prefeitura Municipal de Belo Horizonte / Divulgação
A SOBED Estadual RJ realizou a sua Assembleia Geral Extraordinária no Conselho Regional
de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) no dia 20
de março. Durante a ocasião, foram apresentados
os resultados obtidos, por
meio das negociações realizadas em 2012, pela
Comissão Mista de Honorários SOBED-RJ/Câmara Técnica Cremerj com
operadoras, seguradoras
e Cooperativa de Trabalho Médico.
Os ganhos obtidos, em
honorários e custos, representaram um aumento de
26% a 70% dos valores
praticados anteriormente.
A Sociedade estabeleceu,
como balizador para as
futuras negociações, os
honorários médicos baseados na CBHPM 2012. Os
custos calculados, no valor
de R$ 291,53, são decorrentes da Resolução da Diretoria Colegiada de 6 de
março de 2013.
RADAR sobed
Notas
I Semana
Cearense
do Aparelho
Digestivo
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revista SOBED
Ao todo, 195 especialistas participaram da pesquisa
Censo online de
ecoendoscopia da SOBED
O Núcleo de Ecoendoscopia
da SOBED (Neco) realizou um
censo denominado Ecoendoscopia no Brasil com os profissionais da área, com o objetivo de
conhecer melhor as demandas
necessárias para cada região do
Brasil em relação à ecoendoscopia – questões de prática, ensino, teoria e pesquisa. O questionário de acesso gratuito, que
pôde ser acessado até o dia 5 de
maio, contou com 15 perguntas
simplificadas de fácil e rápido
preenchimento.
Ao todo, 195 especialistas
participaram do censo. A análise dos dados possibilitará planejar e desenvolver atividades
para este e os próximos anos.
De acordo com a responsá-
vel pelo questionário, Simone
Guaraldi, o primeiro censo e
a participação dos endoscopistas via online foi um sucesso.
“O nosso objetivo foi conhecer
em números, sob o olhar do
endoscopista que pratica ou
não o procedimento. Visamos
identificar as prioridades e definir e planejar as atividades do
Neco”, diz. A especialista completa que as questões do levantamento procuraram verificar
a percepção da necessidade
dos procedimentos ecoendoscópicos de uma forma geral,
a disponibilidade de profissionais e de equipamentos em
cada região do Brasil e elencar
as sugestões dos endoscopistas
de todo o País.
abril/junho 2013
Foto: © Shutterstock | RS Press / Divulgação
A I Semana Cearense do Aparelho Digestivo (SCAD) ocorrerá
entre os dias 8 e 10 de agosto.
O evento, que tem o objetivo de
promover maior interação entre
os profissionais de saúde que
estudam o aparelho digestivo
humano, é resultado da união
entre a Sociedade Cearense de
Gastroenterologia, Sociedade
Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e o Colégio
Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Durante a Semana,
ocorrerão conferências, mesas-redondas e simpósios satélites,
além da participação de convidados internacionais.
A estimativa é que compareçam 450 congressistas. Os
principais temas que serão abordados na SCAD são: câncer do
aparelho digestivo, cirrose hepática, dispepsia funcional, doença hepática gordurosa não alcoólica, doença do refluxo, doença
inflamatória intestinal, ecoendoscopia, hepatites virais, obesidade, POEM e vídeo-cirurgia.
Paralelamente à SCAD, acontecerá o II Congresso Cearense de
Gastroenterologia e Endoscopia
Digestiva e a II Jornada Cearense
de Cirurgia Digestiva. Mais informações sobre a programação no
site: www.scad2013.com.br
Vencedor da 53ª edição do Prêmio
Jabuti de Literatura na categoria
Ciências de Saúde, o Atlas de
Endoscopia Digestiva da SOBED
lança sua versão em espanhol
Atlas de endoscopia
digestiva da SOBED
ganha versão em espanhol
Vencedor da 53ª edição do Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Ciências de Saúde, o Atlas de
Endoscopia Digestiva da SOBED, lançado em 2010,
lança sua versão em espanhol. Produzido com objetivo de revisar e atualizar os principais tópicos da
especialidade com ênfase aos aspectos diagnósticos
e terapêuticos, a edição estrangeira será publicada
pela editora venezuelana Amolca em parceria com
a editora Revinter.
De acordo Marcelo Averbach, coordenador do
atlas e membro da Comissão Científica e Editorial
da SOBED, a versão em espanhol é extremamente
importante, pela penetração que a SOBED terá na
comunidade dos endoscopistas da América Latina e
nos países que falam a língua espanhola. “Estamos
tentando viabilizar também o lançamento do atlas
na Digestive Disease Week (DDW) 2013, que ocorreu
em Orlando, no mês de maio”, explica Averbach.
Segundo o coordenador, diferentemente da
versão brasileira que é condensada em apenas
um livro, a edição venezuelana é composta por
dois volumes. Ele também vem acompanhado
por um DVD com imagens de apoio, com o intuito de tornar a leitura mais rica e dinâmica.
Interessados em adquirir o atlas, devem entrar
no site www.amolcca.com e procurar os representantes de vendas.
abril/junho 2013
Estadual – SP:
grupo de
estudos dos
residentes
Com o objetivo de continuar a atividade
científica da SOBED Estadual-SP, a atual gestão da Sociedade decidiu que o grupo de estudos dos residentes se mantivesse com o mesmo formato, acontecendo mensalmente e às
segundas-feiras. A comissão de organização
do grupo é composta por integrantes atuantes
da SOBED Estadual–SP. Os sócios, bem como
pessoas ligadas às áreas da gastroenterologia,
estão convidados a participar dos encontros.
Cada reunião é coordenada por um serviço de endoscopia digestiva. Recomenda-se
que o encontro seja dividido em duas fases:
a primeira deverá conter uma apresentação
de casos clínicos bem documentados, breve discussão, revisão da literatura sobre o
assunto por um especialista do grupo responsável pela reunião, seguida de uma discussão de 10 minutos. Já na segunda fase,
o serviço responsável deve preparar uma
avaliação Teste seus Conhecimentos com 5 a
10 questões (com imagens endoscópicas e
questões interativas) que serão discutidas
por mais ou menos 15 minutos. Veja as datas e locais das próximas reuniões.
24/06 - Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE);
26/08 - Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp);
23/09 - Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de São Paulo (campus
Botucatu) e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP);
28/10 - Hospital Sírio-Libanês;
25/11 - Santa Casa de São Paulo.
REVISTA SOBED
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RADAR sobed
Notas
Carta à Revista SOBED
Fico feliz com a preocupação de informar sobre o trabalho de pesquisa em periódicos e com
o interesse em incentivar a publicação nos meios
de divulgação disponíveis, como foi feito na reportagem “Distribuição do conhecimento”, publicada na edição nº 20 da Revista SOBED.
Como reportagem, o conteúdo é de fácil leitura e entendimento. Entretanto, deixo apenas
como crítica o fato de que alguns meandros da
pesquisa na pós-graduação e em entidades privadas são muito complexos. Lutas por verbas, por
prestígio, conflitos de interesse, incluindo satisfação e administração de vaidades, entre outros
aspectos, influenciam por demais os retos caminhos da pesquisa, por vezes, desviando-os de
suas principais diretrizes.
De qualquer forma acho importante abordar
sempre esse tema. Na reportagem há um pequeno viés que coloca certo demérito, em especial,
aos Arquivos de Gastroenterologia, mas também
em publicações nacionais como um todo. Ela cita
um fator de impacto (FI) para os Arquivos e este
é comparado às revistas internacionais.
Apenas para conhecimento, os Arquivos não
têm ainda o FI do Journal Citation Reports (JCR)
que foi utilizado para as revistas estrangeiras
citadas. O FI de 0,15 é o do SciELO (dados de
2011) que tem viés muito importante pois tem
fórmula de cálculo bastante simplista. Só para
entender, o FI da Clinics é de 0,66 (2,5 no JCR)
e o da Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (RSBFa) é de 0,78. Por quê? No caso da
RSBFa, não existem outras fontes a citar e portanto há muita autocitação. Ou seja, estes índices
devem ser vistos com certa reserva, pois há até
ferramentas artificiais para elevá-los.
De qualquer forma, fico satisfeito em sermos
o periódico número um em importância na América Latina e o 55º na área de Gastroenterologia
em todo o mundo (fonte Scimago). Portanto, o
importante é que precisamos enaltecer a sobrevivência dos periódicos nacionais por meio de
todos os percalços e incentivar a publicação nos
mesmos, pois só assim elevaremos nossos periódicos ao patamar internacional.
Aproveito para informar que a imagem utilizada para ilustrar a edição da revista é anterior
a 2011. Desde então, a revista passou por uma
reformulação do projeto gráfico e está de cara
nova. Confira ao lado.
Dr. Ricardo Guilherme Viebig
Editor-Executivo da revista Arquivos de
Gastroenterologia
Nota de falecimento
É com pesar que a SOBED informa o falecimento do endoscopista Ricardo de Sordi Sobreira,
no último dia 2 de junho. Além de comandar uma das três equipes do Serviço de Endoscopia e
Colonoscopia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, o especialista também participou ativamente e integrou a história da SOBED em diversos momentos.
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revista SOBED
abril/junho 2013
RADAR sobed
A cápsula
endoscópica
de cólon capta
imagens do
interior do
órgão de forma
minimamente
invasiva para o
paciente
In loco
Tecnologia do futuro
nos consultórios
A cápsula endoscópica de colón é um procedimento
minimamente invasivo e detecta o que não pode ser
avaliado pelos exames convencionais
Por Samantha Cerquetani
Lançada recentemente no
mercado, a cápsula endoscópica
de cólon é uma nova técnica de
diagnóstico e também uma das
novas promessas da nanotecnologia disponível no Brasil. O conceito foi desenvolvido na década
de 1990, em Israel, pelo engenheiro mecânico Gavriel Iddan
e aprovado pela Food and Drug
Administration (FDA), agência
reguladora de medicamentos e
alimentos dos Estados Unidos,
em 2001. Atualmente, esse procedimento para a área do cólon,
12
revista SOBED
que complementa o exame de
colonoscopia, é capaz de investigar o trato digestivo baixo, com
a aquisição de imagens do interior do órgão de forma minimamente invasiva e detectar o que
não pode ser avaliado pelos exames convencionais. A cápsula foi
utilizada no País pela primeira
vez em 2011.
O dispositivo possui diversas
vantagens como tornar possível
a avaliação do cólon em pacientes que, por algum motivo, não
possam ser examinados pela
colonoscopia (algumas pessoas
relatam sentir insegurança e
abril/junho 2013
Fotos: © Fernanda Prata Martins / Arquivo pessoal
desconforto com esse método) ou naquelas que
não possam ser sedadas – diminuindo assim os
riscos relacionados, como depressão respiratória
e alterações cardiovasculares – e para aqueles em
que o colón não pode ser analisado inteiramente
por meio ótico, devido a problemas anatômicos.
“Além desses exemplos específicos, a cápsula,
em casos bem selecionados, pode ser indicada
em suspeita de alterações do hábito intestinal,
no sangramento digestivo baixo, na anemia ferropriva e no acompanhamento da doença inflamatória intestinal”, afirma Lucio Rossini, médico
endoscopista responsável pelo setor de ecoendoscopia do Hospital Samaritano (SP).
De acordo com o gerente de produtos da Given
Imaging, única empresa que fornece a cápsula
no Brasil no momento, conhecida como PillCam
Colon, Itamar Carrijo, aproximadamente 200 pacientes utilizaram a cápsula no País nos últimos
anos. “Estamos praticamente no início do processo
de divulgação da técnica. É inegável que a cápsula
endoscópica de cólon se apresenta como um complemento importantíssimo aos exames existentes.
Dentre os diversos benefícios, ela poderá ajudar
àqueles que tenham dificuldades físicas ou de qualquer índole com outros tipos de exame”, explica.
Em março de 2011, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou o Boletim
Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde
(BRATS) sobre a cápsula endoscópica. O documento destacou que a técnica possibilita a visualização de regiões do intestino que dificilmente
seriam diagnosticadas com outras técnicas. Além
disso, a Anvisa destaca os benefícios da comodidade ao paciente e o fato de ser pouco invasivo. Para chegar a essas conclusões, o Boletim
apresentou o resultado de seis meta-análises, que
avaliaram a eficácia e a segurança da cápsula em
pacientes com sangramento gastrointestinal obscuro e doença de Crohn. O estudo concluiu que
uma das limitações importantes é a impossibilidade de realizar biópsia e tratamentos locais, se
necessários. Já em relação ao rendimento diagnóstico, a Agência divulgou que a técnica pode
ser superior à enteroscopia por impulsão e outras
técnicas convencionais quanto à detecção de lesões em pacientes.
abril/junho 2013
Procedimento e indicações
Para realizar a técnica, o paciente precisa ficar em jejum prévio de 8 a 10 horas e limpar o
intestino cerca de 20 minutos antes da deglutição para melhorar a visualização da parede intestinal. Após essa fase, ele ingere com um copo de
água uma cápsula de 31,5 por 11,6 milímetros,
que pesa pouco mais de 4 gramas e possui em
seu interior dispositivos de iluminação, bateria e
duas câmeras (uma em cada extremidade) que
realizam centenas de fotografias do intestino.
O método não exige sedação ou internação e é
realizado em consultórios médicos. Após deixar
o ambiente hospitalar, o paciente tem a permissão de seguir a rotina normalmente, podendo até
mesmo realizar uma refeição leve.
Enquanto a cápsula se movimenta, são fotografadas até 35 imagens por segundo, con-
Sistema de
captura de
imagens
da cápsula
endoscópica,
composto pelos
sensores e o
gravador de dados
REVISTA SOBED
13
RADAR sobed
In loco
“A preparação é
semelhante à colonoscopia
e a cápsula fotografa o
tubo digestivo, esôfago e
ânus. Em 80% dos casos,
ela é eliminada após 8
horas pelas fezes e o
paciente precisa retornar
ao consultório apenas
para retirar o gravador de
dados”
Fernanda Prata Martins
endoscopista dos Hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês
forme a velocidade do dispositivo. Logo depois, essas fotos são encaminhadas para um
gravador de dados, instalado na cintura do
paciente antes do procedimento. Em seguida,
essas fotos são colocadas em sequência e visualizadas pelo especialista, que verifica se há
algum problema de saúde.
O método é indicado para detectar anormalidades do intestino delgado e diversas patologias
gastrointestinais, tais como doenças inflamatórias, câncer, fontes de sangramento, infecções
e até doenças mais raras. “A preparação é semelhante à colonoscopia e a cápsula fotografa
o tubo digestivo, esôfago e ânus. Em 80% dos
casos, ela é eliminada após 8 horas pelas fezes e
o paciente precisa retornar ao consultório apenas para retirar o gravador de dados”, afirma
Fernanda Prata Martins, endoscopista dos Hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês,
ambos em São Paulo. Em geral, a cápsula é contraindicada em pacientes que possuam alguma
obstrução intestinal, pois ela pode ficar presa
na região e não progredir. Além de pessoas que
possuam aparelhos elétricos implantados, como
marca-passo cardíaco, e pacientes que tenham
distúrbios de deglutição.
Contraindicações
De acordo com os especialistas, a técnica
ainda não é muito indicada pelos médicos por
ser muito recente, ainda não estar disponível no
Sistema Único de Saúde (SUS) e ter a cobertura de apenas alguns convênios. O gerente de
produtos da Given Imaging, Carrijo, destaca que
o método se propõe apenas a diagnosticar e a
cápsula até o momento não é terapêutica. Ainda
assim, ele acredita que a terapêutica pode vir a
ser agregada no futuro.
Em alguns casos, é possível que ocorram algumas descobertas durante o procedimento, que
podem solicitar a realização de uma colonoscopia em seguida. De acordo com o site da PillCam
Colon, são raros os casos em que ocorrem retenções de cápsula nas mais de 15 mil vendidas comercialmente em todo o mundo até o momento.
A Sociedade Europeia de Endoscopia
Gastrointestinal (ESGE, sigla em inglês) nas
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revista SOBED
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2
1. Imagens
obtidas por
cápsula de
cólon evidenciam
divertículos
sem sinais de
complicação
Fotos: © Fernanda Prata Martins / Arquivo pessoal
2. Imagens
obtidas por
cápsula de
cólon evidenciam
cólon normal
Diretrizes Endoscópicas de Cápsula do Cólon
afirmou que, “a Cápsula Endoscópica de
Colón tem demonstrado consistemente ser um
procedimento muito seguro: nenhuma complicação maior foi relatada em mais de 1.500
procedimentos, dos quais cerca de 40% estavam em indivíduos assintomáticos”.
Para Fernanda, o exame é um método alternativo, mas é importante destacar que não
realiza biópsias ou retira os pólipos, caso apareçam nas imagens. Porém, é uma técnica importante para aumentar a adesão e o rastreamento
do câncer na região. “O exame parece ter sua
melhor indicação no rastreamento do câncer de
cólon, contudo, ainda são aguardados trabalhos
que confirmem uma relação entre o custo, risco
e o benefício que justifique a utilização da cápsula de cólon em larga escala. Mas uma grande
dificuldade para sua utilização é o seu custo elevado, que é incompatível com a nossa realidade”, concorda Rossini. O custo dela está entre
R$ 4 mil e R$ 7 mil.
Perspectivas futuras
A cápsula endoscópica de cólon foi incorporada ao rol da Associação Médica Brasileira
(AMB), em novembro de 2010. O próximo pas-
abril/junho 2013
so agora é que ocorra a inclusão na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Discute-se,
entre outros fatores, a necessidade dessa técnica ficar disponível pelo SUS e tenha cobertura
ampla dos convênios. “O mercado aguarda com
ansiedade a inclusão do procedimento de cápsula endoscópica no rol da ANS, e proximamente deverá haver uma consulta pública a respeito. Convidamos então a todos os interessados a
visitarem rotineiramente o site da Agência para
ver se a consulta já está no ar e assim poder expressar seu desejo”, afirma Carrijo.
Segundo a endoscopista dos Hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, a cápsula
endoscópica de colón ainda não revoluciona a
área, mas há grandes expectativas com o avanço tecnológico crescente. Já para Ricardo Ganc,
que também é médico endoscopista do Einstein, o procedimento deverá substituir a colonoscopia no futuro. “Todas as pessoas acima de
50 anos precisam realizar exames preventivos
anualmente, entre esses está o de câncer colorretal. Está bastante claro que não há médicos
especialistas na área suficientes para realizar a
colonoscopia, sendo assim, a cápsula torna-se
a melhor alternativa para lidar com essa situação, por ser um procedimento que demanda
menos tempo”, opina.
REVISTA SOBED
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DNA
René Lambert
Expertise
franco-brasileira
René Lambert participa do 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva
da SOBED e divide sua experiência profissional com endoscopistas brasileiros
Por Marina Panham
A
aposentadoria aos 65 anos, obrigatória na França,
não impediu que o endoscopista franco-brasileiro René
Lambert continuasse contribuindo para a evolução do
rastreamento do câncer digestivo. Atual visiting scientist
da International Agency for Research on Cancer (IARC),
Lambert participou de praticamente todos os módulos do 7º Simpósio
Internacional de Endoscopia Digestiva, realizado pela SOBED em
Salvador (BA), entre os dias 2 e 3 de maio de 2013.
Na ocasião, o endoscopista concedeu entrevista para a equipe de
reportagem da Revista SOBED e contou um pouco sobre a sua trajetória profissional e sobre as novas técnicas de diagnóstico e tratamento
endoscópico por meio de equipamentos baseados em alta definição
de vídeo-endoscópios e processamento de imagem. Lambert também
avaliou o nível da endoscopia digestiva brasileira e reconheceu o esforço da SOBED em aperfeiçoar a especialidade no País, por meio de
iniciativas como a realização do Simpósio e dos demais eventos
de educação continuada. Confira!
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revista SOBED
abril/junho 2013
Foto: © RS Press / Divulgação
Atualmente, o senhor é visiting scientist do
IARC. Como foi a sua trajetória profissional até
chegar a essa posição?
René Lambert: Logo que me formei
em medicina, iniciei uma pesquisa experimental com animais e escrevi um livro
sobre a cirurgia do trato digestivo do rato
nos EUA. Entre 1964 e 1999, fui professor
de medicina na Universidade de Lyon, na
França. Nesse período, fui chefe da unidade de gastroenterologia e coordenador
do departamento de doenças digestivas
no Hospital E. Herriot. Paralelamente,
também atuei em pesquisa fundamental
no Institut National de la Santé et de la
Recherche Médicale (Inserm) e no Centre
National de la Recherche Scientifique
(CNRS). Progressivamente, fiz minha carreira assim e, com 65 anos, me aposentei,
pois a aposentadoria nessa idade é obrigatória na França. Nesse momento, tive uma
oportunidade de voltar à pesquisa. Ingressei na International Agency for Research on
Cancer (IARC), em Lyon, na França, perto do hospital onde trabalhava antes de
me aposentar, e passei de aposentado à
visiting scientist da instituição, posição
que ocupo até hoje. Essa instituição depende da Organização Mundial da Saúde (WHO, sigla em inglês). De pesquisa
experimental com animais, passei a pesquisar epidemiologia humana e, progressivamente, me especializei em prevenção
e rastreamento do câncer digestivo, que
se relaciona à minha primeira formação
na endoscopia digestiva.
Atual visiting scientist da IARC, o franco-brasileiro
René Lambert foi um dos convidados internacionais
do 7o Simpósio Internacional da SOBED
Quais são os seus trabalhos desenvolvidos na
área de epidemiologia, prevenção e rastreamento do câncer digestivo?
Lambert: Desenvolvi pesquisas sobre
tumores do trato digestivo superior, programas de rastreamento para o câncer
colorretal em países em desenvolvimento,
classificação pragmática das lesões colorretais neoplásicas superficiais. Além de
evolução do rastreio do câncer colorretal
e epidemiologia do câncer da cavidade
oral e da orofaringe.
abril/junho 2013
REVISTA SOBED
17
DNA
René Lambert
Em entrevista à Revista
SOBED, Lambert avaliou
o nível da endoscopia
digestiva brasileira
Acompanhei a evolução
do diagnóstico e
tratamento do câncer
digestivo desde antes
da endoscopia digestiva
18
revista SOBED
Como avalia a evolução da endoscopia digestiva para o diagnóstico e tratamento do câncer
digestivo?
Lambert: Acompanhei a evolução do
diagnóstico e tratamento do câncer digestivo desde antes da endoscopia digestiva.
Inicialmente, a única técnica de endoscopia era a gastroscopia, depois a endoscopia
se desenvolveu para colonoscopia e, em seguida, para as vias biliares e pancreáticas.
A endoscopia digestiva como tratamento é
indicada para o câncer precoce e a expectativa é que ele seja curado por ainda ser limitado. Desta forma, a endoscopia digestiva
contribui para aperfeiçoar o prognóstico do
câncer e, consequentemente, aumentar a
taxa de sobrevida e reduzir a mortalidade.
Mas, por outro lado, e com mais importância no futuro, se desenvolve uma endoscopia que faz a detecção da lesão pré-cancerosa e com a destruição endoscópica dessa
lesão, o câncer não aparece e a incidência
da doença é reduzida. Quando ingressei na
gastroenterologia, no período entre 1955
e 1958, existiam poucas técnicas de diagnóstico e tratamento endoscópico. Havia
somente o exame clínico, biológico e auscultação do paciente. A radiologia digestiva estava começando a se desenvolver e
era ainda muito limitada e simples, sem o
duplo contraste. Não havia scanner e nem
ressonância magnética. E a endoscopia digestiva ainda não existia. Então, para fazer
um exame diagnóstico no estômago, era
necessário que o paciente ingerisse bário
para fazer uma radiografia. Por meio desse
método, só era possível fazer a detecção de
câncer bem avançado. Quando se desenvolveu a endoscopia, tudo mudou, pois o
diagnóstico passou a ser centralizado nos
casos precoces. Também se desenvolveu a
exploração endoscópica nos casos onde a
biologia não permitia estudo.
No Brasil, como o senhor avalia a evolução da
especialidade?
Lambert: Quando visitei o Brasil na década de 1990, a endoscopia também já estava
se desenvolvendo. Já havia gastroscopia,
abril/junho 2013
Foto: © RS Press / Divulgação
mas a exploração do câncer de cólon ainda não tinha sido muito bem desenvolvida,
porque a incidência desse tipo de câncer era
baixa. Existiam poucos casos desse tipo de
câncer no País. Hoje em dia, o Brasil está
classificado como país emergente e isso significa um crescimento rápido da economia
e dos fatores de promoção do câncer colorretal, que estão associados a um nível econômico mais alto, redução de atividade física e maior consumo calórico. Em função do
aumento da incidência do câncer de cólon,
a colonoscopia é uma técnica de base muito
bem desenvolvida no Brasil. A especialidade
evoluiu muito bem por aqui. O Brasil possui
bons endoscopistas. Vejo que a SOBED busca aprimorar cada vez mais a especialidade
no País e alcançar o nível mundial, por meio
de iniciativas como a realização do Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva,
em Salvador. A Sociedade traz os principais
nomes da endoscopia mundial para o País
para difundir o conhecimento internacional
entre os endoscopistas brasileiros. O Brasil
é ambicioso e deseja se desenvolver.
Os endoscopistas brasileiros não querem ficar
atrás no ranking mundial da especialidade,
eles querem estar à frente e vão conseguir.
No 7º Simpósio Internacional da SOBED, o senhor participou do painel Novos Horizontes da
Endoscopia. Em sua opinião, quais são os principais avanços tecnológicos da especialidade?
Lambert: Atualmente, os equipamentos
dos centros de endoscopia são baseados
em alta definição de vídeo-endoscópios e
processamento de imagem como Narrow
Band Imagem (Olympus), FICE (Fujinon) e
i-Scan (Pentax). Os procedimentos de diagnóstico simultâneos para endoscopia têm
impacto limitado em perspectiva, porque
ainda necessitam de uma endoscopia complementar. Isto se aplica à cápsula descartável e imagens radiológicas de neoplasia colorretal com tomografia computadorizada.
Qual é o futuro das novas técnicas de diagnóstico endoscópico?
Lambert: O Confocal Laser Endomicroscopy
abril/junho 2013
Os endoscopistas
brasileiros não aceitam
ficar atrás no ranking
mundial da especialidade.
Eles querem estar à frente
e vão conseguir
(CLE) permite uma análise da arquitetura
do tecido, comparável à histologia. A sonda
fina passa pelo canal acessório de endoscópios. A análise CLE provou ser útil na detecção de neoplasia no esôfago e quando
combinado pâncreas aos ultrassons. Outro
procedimento recente é a difusão generalizada de uma estratégia nascida no Japão
para o diagnóstico de neoplasia no trato
digestivo. Após a detecção e classificação
da morfologia da lesão nas classificações
de Paris e de Kyoto, a lesão é, em seguida,
caracterizada pelo padrão de superfície
de fossas e cristas epiteliais em categorias,
com previsão de histopatologia.
E o futuro das novas técnicas de tratamento?
Lambert: Em relação às técnicas de tratamento, a miotomia endoscópica POEM
tende para o tratamento eletivo de megaesôfago e uma ampla difusão da técnica
é esperada. A abordagem terapêutica do
câncer gástrico, projetada no Japão, combina a ressecção endoscópica da lesão à
ressecção extra-luminal de linfonodos por
celioscopia. Para ressecção de lesões neoplásicas relativamente planas, maior que
10 mm, a mucosectomia (EMR), seja em
bloco ou peça-refeição, com uma alça diatérmica, tende a ser substituída por ressecção com dissecção endoscópica submucosa
(ESD). Desta vez, o método demorado permite uma ressecção curativa mais completa e em bloco.
REVISTA SOBED
19
cobertura
7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva
Intercâmbio
endoscópico
Foto: © RS Press / Divulgação
SOBED investe em novo formato no 7o Simpósio Internacional de Endoscopia
Digestiva e promove transmissão ao vivo de casos clínicos realizados no
California Pacific Medical Center, nos Estados Unidos
20
revista SOBED
abril/junho 2013
Por Marina Panham
Aproximadamente
400 pessoas estiveram no
auditório do Hotel Pestana,
em Salvador (BA),
para participar do evento
abril/junho 2013
Em busca do aperfeiçoamento contínuo
da endoscopia digestiva nacional por meio de
intercâmbio científico, a Sociedade Brasileira
de Endoscopia Digestiva (SOBED) promoveu
a sétima edição de seu Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva. Em 2013, aproximadamente 400 congressistas de todas as
regiões do País e do exterior se deslocaram
para a capital baiana, Salvador, entre os dias
2 e 3 de maio, para prestigiar a programação
científica do Simpósio.
Na cerimônia de abertura, a presidente
do encontro, Adriana Vaz Safatle-Ribeiro,
agradeceu a presença dos congressistas e
dos palestrantes nacionais e internacionais
em nome da SOBED e do presidente, João
Carlos Andreoli, que infelizmente não pôde
estar presente. Na ocasião, o presidente da
SOBED Estadual Bahia, Sylon Ribeiro de
Britto Junior, ressaltou que a realização
de eventos fora do eixo Rio-SP descentraliza
a especialidade e possibilita que os profissionais de outras regiões conheçam as novidades diagnósticas e terapêuticas da endoscopia e a expertise internacional na área.
Nesta edição, a SOBED apostou em um
novo formato para valorizar as discussões
clínicas e práticas, e internacionalizar ainda
mais o Simpósio. Segundo o coordenador
da programação científica, Igelmar Barreto
Paes, o novo modelo gira em torno da endoscopia terapêutica avançada e com certeza será replicado pela SOBED, pois representa um avanço para a endoscopia
nacional. “Esse formato consiste em desenvolver a qualidade da especialidade em todas as regiões do País e, consequentemente,
beneficiar os pacientes.” Quatro casos clínicos transmitidos ao vivo para os congressistas do Simpósio no período da tarde do dia
2 de maio, foram realizados no California
Pacific Medical Center, nos Estados Unidos,
e supervisionados pelo diretor do Serviço de Endoscopia Intervencionista (IES, sigla
em inglês) da instituição, Kenneth Binmoeller.
Nas edições anteriores, especialistas internacionais eram convidados para executar
REVISTA SOBED
21
cobertura
7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva
O Simpósio
proporcionou dois
dias de intenso
debate e aprendizado
e, com certeza,
contribuiu para
melhorar a capacidade
diagnóstica
e terapêutica
endoscópica brasileira
Adriana Vaz Safatle-Ribeiro - Presidente
do 7º Simpósio Internacional da SOBED
os procedimentos nos serviços brasileiros.
O primeiro tesoureiro da SOBED, Dalton
Marques Chaves, moderou as discussões
acerca dos casos apresentados, ao lado dos
endoscopistas Simone Guaraldi da Silva e
Walton Albuquerque. Segundo Chaves, o
modelo de transmissão internacional possibilita que o especialista execute as técnicas com maior tranquilidade por já estar
familiarizado com a estrutura do serviço
em que atua. Para ele, a transmissão ao
vivo é uma ótima oportunidade para integrar os serviços nacionais e internacionais, sem precisar deslocar pessoas. Além
disso, os convidados internacionais Horst
Neuhaus, Jacques Devière, Marc Giovannini,
22
revista SOBED
René Lambert e Shinji Tanaka, discutiram os casos clínicos transmitidos ao vivo
e reforçaram o intercâmbio científico.
Neuhaus é chefe do Departamento de
Medicina
Interna
do
Evangelisches
Krankenhaus Düsseldorf da University of
Düsseldorf, na Alemanha; Devière é responsável
pelo Departamento de Gastroenterologia do
Erasme University Hospital da Université
Libre de Bruxelles, na Bélgica; Giovannini
é chefe da Unidade de Endoscopia do
Paoli-Calmettes Institute, na França; Lambert
é visiting scientist do International Agency for
Research on Cancer (IARC), na França; e Tanaka
é diretor do Departamento de Endoscopia
do Hiroshima University Hospital, no Japão.
abril/junho 2013
Habitualmente, a SOBED convida especialistas internacionais para compartilharem
suas experiências com os endoscopistas brasileiros durante o Simpósio Internacional de
Endoscopia Digestiva e, na sétima edição, não
poderia ser diferente. No módulo Pâncreas
e Cólon, por exemplo, Devière, Neuhaus
e Giovannini, apresentaram a visão do endoscopista acerca dos temas Tratamento
Endoscópico da Acalásia, Adenocarcinoma
no Esôfago de Barrett e Tumor Gástrico Subepitelial, respectivamente. As palestras dos
convidados internacionais foram intercaladas por apresentações de Ulysses Ribeiro
Junior, que discorreu sobre os mesmos temas, entretanto, sob o ponto de vista do ci-
abril/junho 2013
rurgião. Ainda no período matutino, no módulo Pâncreas e Cólon, José Sebastião dos
Santos falou sobre a visão do cirurgião em
relação aos temas Pseudocisto de Pâncreas e
Tratamento Paliativo do Câncer de Pâncreas,
apresentados por Jacques Devière e Marc
Giovannini, respectivamente. Na ocasião,
Giovannini enfatizou a qualidade dos debates e destacou a oportunidade de poder assistir à apresentação de Shinji Tanaka, que
discorreu sobre Câncer Colorretal no mesmo
painel. “Esse intercâmbio é fundamental,
pois, por meio do compartilhamento de experiências com endoscopistas e cirurgiões
brasileiros, aperfeiçoamos as possibilidades
de tratamento para os pacientes.”
Convidados nacionais
e internacionais
que compuseram a
programação científica
do 7o Simpósio
Internacional
REVISTA SOBED
23
cobertura
7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva
Acima, Transmissão ao
vivo de casos clínicos
realizados no California
Pacific Medical Center,
nos Estados Unidos,
consolida novo formato
do Simpósio Internacional
de Endoscopia Digestiva
da SOBED. Ao lado,
Aproximadamente 400
pessoas de várias regiões
do País e do exterior
lotaram o auditório
do Hotel Pestana, em
Salvador (BA).
24
revista SOBED
abril/junho 2013
O novo modelo gira em torno da endoscopia
terapêutica avançada e, com certeza, será
replicado pela SOBED, pois representa um
avanço para a endoscopia nacional
Igelmar Barreto Paes - Coordenador da programação científica do 7º Simpósio Internacional da SOBED
Na parte da tarde, a Sessão de Vídeos encerrou a programação científica do primeiro dia
do Simpósio. Os convidados tiveram cinco minutos para contar algumas de suas vivências
com casos difíceis já enfrentados em procedimentos endoscópicos. Giovannini, por exemplo, apresentou um vídeo de cisto de fígado
e contou sua experiência com Endoscopic
Ultrasonography (EUS) em pâncreas.
Ao final de cada apresentação, os debatedores René Lambert, Artur Parada, Luiz Leite
Luna e Lúcio Rossini discutiram as complicações expostas, sob moderação do ex-presidente da SOBED, Glaciomar Machado.
No dia seguinte, os convidados internacionais Jacques Devière, Horst Neuhaus e
Shinji Tanaka, apresentaram casos de GERD,
Tratamento endoscópico do câncer gástrico precoce e Doença inflamatória intestinal, na Sessão
Multidisciplinar: Casos Clínicos, sob moderação do Secretário da SOBED, Jairo Silva Alves.
Na ocasião, Neuhaus exibiu vídeos de procedimentos realizados em câncer gástrico precoce e explicou a diferença entre os exames
endoscópicos realizados pelos japoneses e
pelos ocidentais. No final da apresentação, os
debatedores Celso Ardengh, José Sebastião e
Walton Albuquerque enfatizaram que o exame diagnóstico endoscópico deve ser aperfeiçoado no País para a detecção do câncer
gástrico precoce. Já no painel Sessão de Vídeos,
foram exibidos casos de Prevenção e Tratamento das Complicações dos Procedimentos
Endoscópicos. Os debatedores René Lambert,
Dalton Chaves e Marcelo Averbach, discutiram
abril/junho 2013
Convidados
nacionais
Admar Borges da Costa Junior
Adriana Vaz Safatle-Ribeiro
Angelo Paulo Ferrari Junior
Artur Adolfo Parada
Claudio Rolim Teixeira
Dalton Marques Chaves
Edivaldo Fraga Moreira
Fauze Maluf Filho
Gilberto Reynaldo Mansur
Glaciomar Machado
Igelmar Barreto Paes
Jairo Silva Alves
João Carlos Andreoli
José Celso Ardengh
José Sebastião dos Santos
Lucio Giovanni Battista Rossini
Luiz Leite Luna
Marcelo Averbach
Marcos Clarencio Batista Silva
Simone Guaraldi da Silva
Ulisses Ribeiro Junior
Vitor Nunes Arantes
Walton Albuquerque
Convidados
internacionais
Horst Neuhaus (Alemanha)
Jacques Devière (Bélgica)
Kenneth Binmoeller (Estados Unidos)
Marc Giovannini (França)
Rene Lambert (França)
Shinji Tanaka (Japão)
REVISTA SOBED
25
cobertura
7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva
Suporte pós-simpósio
Sob a coordenação do especialista Ricardo Anuar Dib, o curso Suporte Avançado de Vida em Endoscopia (SAVE®) reuniu quase 20
pessoas em uma sala do Hotel Pestana, em Salvador (BA), no dia
4 de maio. Aspectos teóricos e práticos sobre ética e responsabilidade, vias aéreas, sedação, situações clínicas e reanimação cardiorrespiratória, foram repassados aos presentes por Leonardo
Vanzato e Samir Lisak. De acordo com Dib, a iniciativa visa oferecer uma atualização aos médicos sobre complicações na realização da endoscopia. O curso ofereceu manequins de treinamento,
acessórios para demonstração e simulação de acesso às vias aéreas básicas e avançadas (máscaras faciais, AMBU, laringoscópios, tubos traqueais, dispositivos supraglóticos e kits para cricotireoidostomia), e dispositivos para simulação de atendimento a
situações de emergência.
os vídeos apresentados, com a moderação de
Gilberto Mansur. O tema Conduta Endoscópica na Hemorrágica Gastrointestinal pautou as
apresentações conduzidas e debatidas apenas
por especialistas brasileiros no primeiro painel
do período da tarde do segundo e último dia
de Simpósio.
Última palestrante da sessão, a presidente
do Simpósio Internacional da SOBED, Adriana
Vaz Safatle-Ribeiro, abordou as condutas que
devem ser adotadas na hemorragia digestiva
média. Pioneira na investigação do assunto,
a especialista comentou casos e enfatizou
que repetir enteroscopia e manter seguimento, resultam em melhor diagnóstico e tratamento adequado. Ainda de acordo com ela, o
Simpósio proporcionou dois dias de intenso
debate e aprendizado, e, com certeza, contribuiu para melhorar a capacidade diagnóstica e terapêutica endoscópica brasileira. “Se
cada um de nós aplicássemos o que aprendeu
nesses dois dias, nós já teríamos alcançado
nosso objetivo principal, que é aprimorar a
conduta com os nossos pacientes.”
Para encerrar a programação científica,
os quatro convidados internacionais Shinji
Tanaka, Marc Giovannini, Jacques Devière e
Horst Neuhaus, apresentaram os Novos Horizontes da Endoscopia e discorreram sobre
Novas tecnologias de imagem endoscópica da
detecção do câncer gastrointestinal, Aplicações
da endomicroscopia confocal, Conduta endoscópica na obesidade e Desafios da ESD nos países ocidentais. Na opinião do especialista alemão, o Simpósio foi muito bem organizado e
ofereceu um mix excelente de apresentações
de casos e discussões, com uma interessante
abordagem interdisciplinar das doenças do
aparelho digestivo. “O encontro foi realizado
em uma atmosfera maravilhosa e aproveitei
muito bem a hospitalidade brasileira.”
Teste seus conhecimentos
Estande da SOBED instalado na área de exposição do evento
26
revista SOBED
Mais de 100 pessoas, entre candidatos à
prova de Título de Especialista em Endoscopia
(TEE) e titulados, participaram do curso Teste
Seus Conhecimentos, no dia 1º de maio. O curso pré-simpósio promoveu a revisão de todos
abril/junho 2013
os temas da endoscopia digestiva por meio de
exercícios similares aos que estão presentes
na prova de TEE. Os participantes tinham menos de um minuto para escolher, por meio de
um controle remoto, as alternativas que julgavam corretas entre as opções apresentadas
pelo palestrante.
Na sequência, o especialista convidado
apresentava as porcentagens das opções
escolhidas e explicava a melhor conduta
diagnóstica ou terapêutica para o caso apresentado. A iniciativa é considerada uma ferramenta de ensino aos que pretendem prestar a prova, além de ser fonte de atualização
abrangente e interativa.
Um dos idealizadores do curso, Artur
Parada conta que, no período em que presidiu
a SOBED, havia uma preocupação em fazer
uma revisão dos principais temas da especialidade diante do rigor da prova de título mas,
por outro lado, havia a dúvida se a iniciativa de
promover um curso com uma revisão geral da
especialidade na véspera do exame seria real-
abril/junho 2013
mente eficiente. Segundo ele, a diretoria chegou à conclusão de que em meados de 2007,
a atividade deveria ser realizada. Inicialmente,
o Teste seus Conhecimentos era voltado apenas
para os candidatos à prova. Posteriormente, titulados começaram a participar em busca de
atualização. “Temos trazido os grandes experts
da endoscopia nacional para realizá-lo, o que
tem alterado o público presente na atividade”,
observou o atual coordenador-geral do curso,
Flávio Hayato Ejima. Segundo ele, 50% dos
participantes já possuem TEE. De acordo com
Ejima, a revisão passou a ser baseada em evidências nos últimos anos e isso agregou qualidade ao trabalho realizado. No dia 4 de maio,
pós-simpósio, aproximadamente 80 candidatos
participaram da prova para a obtenção do Título de Especialista em Endoscopia e/ou Certificado de Área de Atuação em Endoscopia Digestiva no mesmo local onde foi realizado o curso.
A divulgação do resultado será feita em até 20
dias após a realização da prova e comunicada
aos candidatos formalmente por carta.
De praxe, a SOBED
aproveitou a ocasião
para realizar reunião
da diretoria
REVISTA SOBED
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info
RDC no 06/2013
Vitória com a
RDC
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revista SOBED
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Anvisa divulga legislação específica para serviços de
endoscopia e especialistas comemoram após luta de quase quatro anos
Por Anderson Dias
Fotos: © Shutterstock
O
abril/junho 2013
último dia 4 de março pode ser
considerado histórico para os
médicos endoscopistas do Brasil.
Nessa data, a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou a Resolução da Diretoria Colegiada no 6 de 2013 (RDC no 06/2013), que
impõe regras e procedimentos exclusivos a
serviços de endoscopia públicos e privados
em todo o País.
Essa é uma das bandeiras mais antigas
reivindicadas pela Sociedade Brasileira de
Endoscopia Digestiva (SOBED). As negociações com o Governo Federal, por meio
do Ministério da Saúde (MS), do Conselho
Federal de Medicina (CFM) e da Anvisa começaram em 2009 e, internamente, um ano
antes, na época do surto de micobacteriose. A partir da entrada em vigor da RDC, os
serviços de endoscopia têm até três meses
para se adequarem à nova legislação, com
exceção das mudanças para infraestrutura
em recursos humanos. Para esses pontos, o
prazo de adequação é de um ano.
Antes da RDC no 06/2013, os estabelecimentos que realizavam endoscopias seguiam regras
gerais relacionadas ao processamento de equipamentos e acessórios. O grande foco das novas
regras é a limpeza e higiene, tanto de equipamentos como do local reservado aos procedimentos, já que falhas nesse sentido representam
grande risco de contaminação para pacientes.
Para o presidente da Comissão de Título
de Especialista e sua Atualização da SOBED,
Flávio Hayato Ejima, que auxiliou na elaboração da nova legislação, a reação dos en-
doscopistas foi positiva. “Essa é uma luta que
se iniciou efetivamente em 2008. O cenário
era complicado. As autoridades sanitárias até
cogitaram proibir as endoscopias no Brasil”,
explicou o especialista.
Para que fosse possível chegar à publicação desta RDC, Ejima salientou o trabalho
das diretorias anteriores da Sociedade. De
acordo com o especialista, nesse momento de
crise, em 2008, a instituição teve forte atuação. Vale lembrar que, no biênio 2008-2010,
o presidente da SOBED foi Carlos Alberto
Capellanes, que iniciou as negociações para a
implantação da Resolução.
Ejima lembrou também que, na essência,
a RDC no 06/2013 é um compilado de normas já existentes. “Foram unificadas diversas ações que já faziam parte de recomendações isoladas do Ministério da Saúde, do
Trabalho e Emprego, do CFM e da Anvisa.
Isso facilita e qualifica o trabalho das autoridades sanitárias”, opinou.
No texto original da nova legislação, assinada pelo diretor-presidente da
Anvisa, Dirceu Barbano, as disposições
iniciais mostram que o objetivo é “estabelecer os requisitos de boas práticas do
funcionamento para os serviços de endoscopia com via de acesso ao organismo
por orifícios exclusivamente naturais”.
Principais medidas
Diversas clínicas que oferecem o exame
endoscópico se anteciparam e hoje já cumprem o que foi determinado na RDC. Entre
REVISTA SOBED
29
info
RDC no 06/2013
Serviços de endoscopia
receberam o prazo para
se adequar à legislação
até o dia 4 de junho
30
revista SOBED
as principais medidas, é possível citar as
classificações dos serviços de endoscopia,
os processos detalhados, o registro diário de
procedimentos, com data e horário do exame, nome do paciente, data de nascimento, sexo, procedimento realizado, nome do
profissional que executou o procedimento e
identificação do equipamento.
Em situações de emergência, a RDC determina que o serviço de endoscopia esteja preparado e equipado para estabilizar o paciente, até que seja possível uma remoção segura
ou que ocorra a sua liberação para recuperação em domicílio. Outra determinação é que
qualquer paciente submetido à endoscopia,
sob qualquer tipo de sedação, deve ter um
acompanhante adulto. Em caso de remoção,
a RDC determina que um endoscopista acompanhe o paciente durante todo o tempo.
“As novas medidas têm como principais
benefícios a segurança dos pacientes, além de
normatizar cuidados com a segurança também dos profissionais”, disse Ejima. O especialista acredita que os serviços de endoscopia
não terão grandes dificuldades para cumprir
integralmente a RDC, pois não há medidas
“mirabolantes”. Embora ele admita que muitos estabelecimentos não sigam essas diretrizes. Entre as especificações do documento,
está também a obrigatoriedade de todo e
abril/junho 2013
qualquer serviço de endoscopia, autônomo
ou não, estar sob responsabilidade de um
profissional legalmente habilitado, ou seja,
um endoscopista com título de especialista.
Para chegar ao texto final desta Resolução, Ejima ressalta a importância da aproximação com os órgãos responsáveis. “A aproximação da instituição com órgãos como o
CFM, a Anvisa, a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) fez com que essa
reivindicação crucial fosse atendida”, lembrou o presidente da Comissão de Título de
Especialista e sua Atualização.
“Com o Procedimento Operacional Padrão (POP) todas as etapas do processamento
de equipamentos e acessórios utilizados nos
procedimentos endoscópicos são detalhados”, afirma Ejima. E continua: “O POP deverá respeitar a legislação referente ao uso dos
agentes saneantes e as orientações contidas
nos manuais de processamento, seja de limpeza, esterilização, acondicionamento, manuseio e conservação”, completa.
Fotos: © Thiago Teixeira / RS Press
Entusiastas
Embora a publicação da RDC seja uma
conquista de todos os endoscopistas digestivos, alguns nomes estão intimamente ligados
a essa reivindicação. Além de Flávio Ejima,
Tadayoshi Akiba e Vera Mello participaram
ativamente desse processo.
Vera Mello, que é presidente da Comissão
de Ética e Defesa Profissional da SOBED, diz
que a publicação da Resolução não foi surpreendente, mas a aliviou. “Não posso negar
a intranquilidade até ler a publicação no Diário Oficial da União”, admitiu. A especialista
lembrou que a conquista, em si, não significa uma norma legal pronta. “O que pode
acontecer depois [da publicação] também
é dependente de outros olhares internos da
instituição e da consulta pública”, lembrou.
Um dos pontos citados por Vera foi também o surto de micobacteriose, em 2008.
Segundo a endoscopista, o fato, embora lamentável, foi o mote para a Anvisa começar
as discussões sobre a RDC. “Nesse caso, en-
abril/junho 2013
Mesmo antes da
RDC, a especialidade
conseguiu se impor por
seu próprio mérito
Vera Mello - Endoscopista e presidente da
Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED
doscopistas digestivos foram arrolados sem
nenhuma culpa para que a própria Anvisa,
reconhecendo o fato, reparasse na necessidade
da separação dos procedimentos endoscópicos por vias naturais dos demais realizados
por outras vias”, disse.
Vera Mello disse que, independentemente da RDC, os endoscopistas têm mostrado
qualidade e mérito, mesmo que antes não
existisse um conjunto de normas específicas
para a especialidade. De acordo com ela, foi
a demanda crescente pelos procedimentos
endoscópicos que iniciou um novo ciclo para
a especialidade, não apenas com a formação
de novos especialistas, mas com melhorias na
infraestrutura e condições de funcionamento. “É a especialidade se impondo por seu
próprio mérito”, resumiu.
A especialista continuou: “A RDC da Endoscopia faz parte do processo evolutivo, e
como disse anteriormente, precipitado pelo
surto de micobacteriose. [A resolução] tem a
vantagem de reunir em um único documento
o que realmente é importante para a segurança dos procedimentos, dos pacientes em todas
as etapas do atendimento e dos profissionais”.
Sobre a possibilidade de alguns estabelecimentos não conseguirem se adequar à RDC,
Vera Mello é taxativa. “Aqueles serviços que ao
longo de todos estes anos não acompanharam
as normas legais ou que não receberam orientação das respectivas sociedades de especialidade, terão enorme dificuldade de todas as
REVISTA SOBED
31
info
RDC no 06/2013
Outras especificações
para os profissionais
Além da determinação de um profissional legalmente habilitado, a RDC no 06/2013 traz especificações sobre os profissionais
que vão atuar nos serviços de endoscopia. O estabelecimento
deve promover a capacitação de seus funcionários antes do início das atividades e de forma permanente. Todo esse processo
em conformidade com as atividades realizadas. Conheça os temas das capacitações:
• Prevenção e controle de infecção em serviços de saúde, utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e higienização das mãos;
• Procedimentos de limpeza, desinfecção, esterilização, transporte, armazenamento, manuseio e funcionamento dos equipamentos e acessórios;
• Monitoramento da eficácia dos saneantes;
• Gerenciamento de resíduos;
• Atendimento de emergência.
ordens”, lembrou. “A SOBED, há muitos anos,
se preocupa com a legalidade e especialmente com a segurança sob todos os aspectos e
tem se empenhado neste sentido tanto com as
publicações quanto nos congressos”, disse, ao
lembrar que a instituição realiza fóruns sobre
o assunto há mais de sete anos.
“Para exemplificar, a presença de uma
sala específica para processamento com critérios de segurança para os trabalhadores,
a portaria no 485 do Ministério do Trabalho
e Emprego foi publicada em novembro de
2005”, lembrou Vera. Por outro lado, ela
recordou que alguns estabelecimentos, mesmo com conhecimento total das normas,
não conseguiram segui-las em função de
dificuldades financeiras. “As exigências do
setor regulatório não foram, para a maioria
dos serviços, acompanhadas por uma remuneração condizente pelos tomadores de serviços médicos, isso tanto na saúde pública
quanto na privada.”
A médica, no entanto, espera alguma
mudança nesse cenário após a publicação
da RDC no 06/2013. “Nossos problemas
32
revista SOBED
econômico-financeiros estão se agravando
há muitos anos e penso que agora, com situações de remuneração e ressarcimentos
insustentáveis, além de uma norma legal
específica a ser exibida, talvez estanquemos
o ‘quebra galhos’, pois o maior beneficiário
não é o paciente”, opinou.
O representante da SOBED na Anvisa,
Tadayoshi Akiba, concorda que a organização, estruturação e padronização da endoscopia no Brasil é um fato que tem ocorrido há
mais de cinco anos. “A partir de 2006, houve
uma melhora significativa nos serviços de
endoscopia nos grandes hospitais. Esse movimento influenciou os menores e os centros
de diagnóstico paulatinamente”, disse, ao
lembrar também da intensificação da fiscalização da Anvisa no âmbito municipal.
A primeira reunião na Agência Nacional
de Vigilância Sanitária para elaboração da
RDC foi realizada em outubro de 2009. Agora, Akiba espera que os médicos endoscopistas auxiliem na divulgação e cumprimento
das normas. “Essa é nossa expectativa. Aqueles que estão dentro da lei devem incentivar
e auxiliar todos a fazerem o mesmo”, opinou.
O especialista lembrou-se de uma queixa frequente dos médicos endoscopistas mesmo
antes da publicação da Resolução. “Algumas
operadoras de saúde têm se recusado a assumir os custos, principalmente nos contratos
de pacotes”, salientou.
A publicação da RDC foi destaque também no site oficial da Anvisa. No dia 5 de
março, o portal divulgou a notícia intitulada
Serviços de endoscopia ganham regras para
segurança do paciente. O material cita alguns
trechos da Resolução. “Para as categorias II
e III, por exemplo, será obrigatória a presença de desfibrilador, ressuscitador manual do
tipo balão autoinflável, sondas de aspiração,
entre outros equipamentos. Isso porque os
serviços dessas categorias são os que utilizam algum tipo de sedação. Já as endoscopias de categoria I utilizam apenas anestesia
tópica”, traz o documento.
ONLINE Confira a íntegra da RDC no 06/2013
no site da SOBED: www.sobed.org.br
abril/junho 2013
você
Esporte
Conheça a história de dois médicos que foram
até o Japão e viram o Corinthians conquistar
a Copa do Mundo de Clubes da Fifa
Foto: © Luis Maruta / Arquivo Pessoal © Site Só dá Timão / Divulgação
A
Por Anderson Dias
paixão por um clube de futebol leva torcedores de todo o
mundo a fazer loucuras. E talvez seja este até um dos grandes segredos desse esporte ser o mais popular do mundo: o
poder de igualar pessoas. De diferentes países, profissões,
classes sociais, raças e religiões, elas se reúnem e se unem
para torcer por suas equipes.
No Brasil, país onde o futebol é praticado desde em paredes de quintal até grandes estádios, um clube foi capaz de
levar quase 12 mil torcedores apaixonados, literalmente, ao
outro lado do mundo. Mais que isso, após conseguir o título
inédito da Copa Libertadores da América, o Corinthians levantou a taça de campeão mundial após derrotar os ingleses
do Chelsea por 1 a 0, no Japão.
E se engana quem pensa que profissionais de atividades
consideradas “frias”, como a medicina, que exige atenção,
erro zero e qualificação constante não combinam com esse
cenário do futebol. Exemplo disso é o endoscopista João
Henrique Meira Sousa, que mora na cidade de Socorro, no
interior de São Paulo. Ele trabalha na Santa Casa do mesmo município, na Santa Casa de Mogi Mirim e também no
Hospital Municipal de Itapira.
Sousa se diz corintiano “desde que nasceu” por influência de seu pai. No ano passado, um dia após ver seu time
vencer a Libertadores pela primeira vez, comprou as passagens para o Japão, a fim de acompanhar a equipe na Copa
do Mundo de Clubes da Fifa. Porém, não satisfeito em acomLuis Maruta,
médico
panhar as duas partidas do Timão no torneio, Sousa esteve
endoscopista
literalmente junto ao Corinthians no Japão. “Fiz questão de
do HU USP
me hospedar no mesmo hotel que a delegação corintiana,
acompanhar os treinos, ir aos mesmos restaurantes, enfim,
perseguir a equipe”, contou o fanático médico alvinegro.
Tanta persistência rendeu ao endoscopista 12 autógrafos de atletas como
Guerrero, Danilo, Emerson e Alessandro, todos titulares absolutos da equipe armada
pelo técnico Tite. Sem contar o fato mais destacado por Sousa. “Na viagem de trem entre Nagoya e Yokohama, entrei na composição um pouco atrasado e, quando vi estava
no mesmo vagão dos jogadores. A segurança gentilmente me retirou, mas foi mais
uma oportunidade de estar perto de todos eles”, relembrou empolgado.
34
revista SOBED
abril/junho 2013
Os
LOUCOS
endoscopistas
digestivos
abril/junho 2013
REVISTA SOBED
35
você
Esporte
Emoções
Mais um “louco”
Entre esses milhares de torcedores corintianos, havia pessoas pertencentes a diferentes classes sociais e com diversas profissões.
A Revista SOBED teve acesso a mais um endoscopista que cruzou o planeta para ver o
Corinthians de perto durante o Mundial de
Clubes. Trata-se de Luis Maruta, médico do
Hospital Universitário da Universidade de
São Paulo (HU-USP). O especialista começou
a torcer pelo clube paulistano na década de
1970, período considerado o mais difícil da
história do clube, já que ficou 23 anos sem
ganhar um título sequer (tabu quebrado em
1977, na tão lembrada final do Campeonato
36
revista SOBED
A conquista
O Corinthians conquistou o direito de disputar o Campeonato do
Mundo de Clubes da Fifa, após, vencer pela primeira vez a Copa
Libertadores da América no primeiro semestre de 2012.
O caminho da equipe do Parque São Jorge, no Japão, começou no
dia 12 de dezembro, contra os egípcios do Al Ahly Sporting Club,
na cidade de Toyota. O gol da vitória foi marcado pelo peruano
Guerrero, aos 30 minutos do primeiro tempo.
O adversário do Timão saiu do duelo entre Monterrey, do México e
Chelsea, da Inglaterra, um dos clubes mais poderosos da Europa. No
jogo disputado em Yokohama, a equipe britânica venceu por 3 a 1,
sem dificuldades, com gols de Mata, Torres e um contra de Chávez.
O gol de honra dos mexicanos foi feito por De Nigris.
A final, então, estava marcada para o dia 16 de dezembro de 2012. O
estádio de Yokohama seria o palco. De um lado, o poderoso Chelsea,
com atletas do mundo inteiro e um dos melhores rendimentos financeiros do mundo. Do outro o Corinthians, com uma equipe experiente, sem
grandes estrelas e um estilo de jogo padronizado, definido por Tite.
Após um jogo bem disputado tecnicamente, mais uma vez o
peruano Guerrero apareceu para marcar o gol da histórica vitória
alvinegra no Japão. A vitória valeu a taça do Mundial e deu início a
uma das maiores festas da história do futebol brasileiro.
Paulista contra a Ponte Preta, de Campinas).
Criado em Londrina, no estado do Paraná,
Maruta teve contato com o Corinthians quando se mudou para São Paulo e assistiu a sua
primeira partida em estádio. “Foi um vírus
que me contaminou, e tornou-se resistente a
tudo e a todos. Não houve sequer influência
familiar, já que meus dois irmãos mais velhos
torcem para outras equipes”, conta o médico.
abril/junho 2013
Foto: © Fox Sports / Divulgação © João Souza / Arquivo Pessoal
Após uma Libertadores vencida de maneira invicta, de enfrentar o frio do Japão e
de eliminar o Al Ahly Sporting Club, equipe
do Egito, era chegado o dia da grande decisão do torneio da Fifa. Com uma temperatura
que beirava os 3ºC, os corintianos cantavam
sem parar nas arquibancadas no Estádio Nacional de Yokohama. Sousa conta que os últimos 45 minutos foram extremamente emocionantes. “Chorei durante toda a etapa final.
Fiquei ajoelhado nas arquibancadas, não tinha muita noção do que estava acontecendo”, disse o médico torcedor.
Apesar da conquista histórica, o endoscopista diz que o mais importante no Japão não
foi a taça trazida na bagagem. “Penso que o
grande destaque foi a festa da torcida corintiana naquele país. Tínhamos lá 12 mil corintianos brasileiros, 10 mil do Japão e centenas
de outros países, como Austrália, China, Cingapura e de algumas localidades da Europa.
Foi marcante”, resumiu.
Outro caso lembrado por ele foi o fato de,
na segunda-feira, dia posterior ao título, os
aeroportos no Japão e nos Estados Unidos
(utilizados como conexões para voos vindos
do país oriental até o Brasil) estarem lotados
de corintianos. De acordo com o médico, em
Tóquio, por exemplo, o terminal aéreo “parecia o estádio do Pacaembu”.
Por ter iniciado sua “loucura” pelo Corinthians nesse período, Maruta diz que seu
grande ídolo no clube é Rivelino.
Ele contou também uma história sobre outro ídolo corintiano: Sócrates. “Quando ainda era estudante de medicina, já tinha visto
o Sócrates dar espetáculo no time de futebol
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
da Universidade de São Paulo (FMRP-SP).
Na competição entre faculdades de medicina (Intermed), o time deles ganhava
os jogos de goleada e dava gosto de ver
o espetáculo, mesmo a Med USP perdendo” admitiu. O endoscopista lembra que,
ao lado de Sócrates, uma das estrelas desse time, era Artur Parada, ex-presidente
da Sociedade Brasileira de Endoscopia
Digestiva (SOBED).
Sobre a viagem, Maruta lembrou que estava de férias do trabalho na época do Mundial de Clubes da Fifa. O endoscopista disse
que, com a viagem garantida, sua maior
preocupação era adquirir os ingressos, o que
conseguiu graças à ajuda de uma amiga que
mora no Japão.
Curiosidades e aventuras
Mas além de ver o Corinthians levantar
a taça do campeonato de clubes mais im-
abril/junho 2013
À esquerda,
Corinthians
comemora taça do
Mundial da Fifa, com
direito a troféu
do goleiro Cássio
como melhor
jogador do torneio;
À direita,
João Souza,
endoscopista,
acompanhou o
Corinthians em
restaurantes, hotéis
e até no trem bala
portante do mundo, os “loucos” que cruzaram o planeta também tiveram de enfrentar algumas dificuldades. Embora o Japão
seja um país hospitaleiro e organizado,
alguns corintianos tiveram problemas com
o clima, alimentação, cultura e principalmente, com o idioma.
O médico João Henrique Sousa admite
que sua principal barreira foi mesmo o idioma. ”Antes da viagem, muitas pessoas me
disseram que no Japão, a maioria dos habitantes fala inglês. Ledo engano. De 25 diferentes restaurantes que fomos, apenas cinco
tinham cardápio em inglês”, contou.
Outros fatores citados pelo médico mostram a sempre lembrada organização, educação e preparação dos japoneses para grandes eventos. “A rede de transportes é muito
boa, o povo faz o melhor para receber bem
os estrangeiros e há muita organização e
limpeza”, opinou.
Já Maruta se lembrou de como essa ”mistura” entre japoneses e brasileiros foi civilizada. “Como tenho acesso à cultura de lá, para
mim não houve tanto choque. Mas é bonito
lembrar que havia corintianos para todos os
lados, todos com uniformes, bandeiras e faixas. Todos gostaram muito da estada e pretendem revisitar o Japão ao lado de suas famílias”, concluiu o médico.
REVISTA SOBED
37
amb
Associação Médica Brasileira
O Sistema Público de Saúde
O
Brasil se aproxima dos 200 milhões de habitantes, com cerca de 150 milhões dependendo exclusivamente do Sistema Único de
Saúde (SUS). Quem pode, paga um plano de saúde. Hoje, ter assistência médica privada é o segundo
“objeto de desejo” do brasileiro, perdendo somente
para a casa própria.
Esse anseio tem várias explicações. Uma
importante é que o SUS projetado, concebido, desejado é bastante diferente do que nos
deparamos no cotidiano. O governo tenta
explicar que é devido à falta de médicos, porém precisa ser claro com a população e dizer
quanto o SUS paga por uma consulta de um
pediatra ou de um ginecologista (menos de
R$ 3). O povo precisa saber quanto o SUS
paga por uma cirurgia de adenoide-amígdala (R$ 183,41), para retirar o apêndice
(R$ 161,03 – esse valor inclui o anestesista),
para uma curetagem uterina (R$ 67,03), para
38
revista SOBED
uma ultrassonografia abdominal (R$ 24,20),
para um raio-X do tórax (R$ 14,32).
O governo precisa dizer em quantas cidades
não se consegue fazer um hemograma ou
uma ultrassonografia de qualidade. Aí sim,
dizer quantos médicos o Brasil precisa, e em
quais especialidades/áreas do conhecimento,
para trabalhar onde e com que remuneração.
Temos quase 400 mil médicos no Brasil,
que se concentram nas capitais e grandes
cidades das regiões sul e sudeste. Tudo isso
como consequência da inoperância do governo (nas três esferas: municipal, estadual
e federal) em criar condições adequadas de
trabalho em vários municípios e pagar salários dignos. Quanto o Governo Federal paga
por 40h semanais de trabalho de um médico
que já tem 25 anos de emprego? Qual o salário de um médico que trabalha 20h semanais
no governo do estado do Ceará? E o médico
que trabalha 20h semanais para a prefeitura
de capitais brasileiras?
abril/junho 2013
Soluções existem desde que sejam encaradas verdadeiramente e não criando subterfúgios ou procurando culpados. É notório
o subfinanciamento da saúde pública brasileira (hoje cerca de R$ 2/habitante/dia). O
Brasil investe menos em saúde (porcentual
do Produto Interno Bruto - PIB) que a média
dos países africanos e que outros da América
do Sul. É amadora a gestão em vários locais. Os desvios que ainda teimam em acontecer são vergonhosos. Como se consegue
facilmente tantos recursos para estádios de
futebol e não temos recursos para financiar
adequadamente o SUS? Sabe-se que ao longo dos últimos anos a esfera federal vem se
desonerando em relação aos investimentos
na saúde quando comparados aos recursos
de estados e municípios. Quem mais arrecada em tributos no Brasil (uma das maiores
cargas tributárias do mundo) é o Governo
Federal, que hoje contribui menos que estados e municípios juntos.
abril/junho 2013
Além da falta de recursos, a distribuição
não se dá de forma equitativa. Vários bons
serviços existentes não são acessíveis a todos
e a qualidade deixa a desejar em inúmeras
situações. Muitos que necessitam não conseguem, pois continuam longas as filas de espera para consultas, exames e cirurgias. Não
se mensuram rotineiramente os resultados
produzidos pelas diferentes intervenções.
Sabe-se há muito tempo que o maior impacto
nos custos da saúde é rapidez e qualidade do
acesso. Nesse momento não temos acesso a
todos os serviços no SUS e muitos têm qualidade questionável.
A saúde é o nosso bem maior e os brasileiros merecem respeito. Vamos juntos dar
um basta nessa situação que aumenta o sofrimento do nosso povo, especialmente do mais
pobre e carente.
Florentino Cardoso,
presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)
REVISTA SOBED
39
ética
Vera Mello
Juiz consolida posição
do CFM de que somente
prova das sociedades
de especialidades ou
residência conferem título
U
ma decisão do Tribunal Regional
Federal (TRF) da Primeira Região, publicada em novembro, consolida entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM)
de que cursos de pós-graduação lato sensu não
conferem ao médico o direito de se inscrever
nos conselhos de medicina como especialista ou
anunciar tal título. A decisão indeferiu recurso
de médicos que pleiteavam usar, em anúncios,
a expressão “pós-graduados”. Pleiteavam, ainda que o art. 3º, alínea “i” da Resolução CFM
1.974/2011 tivesse seus efeitos suspensos.
40
revista SOBED
O TRF, no entanto, entendeu e frisou
que títulos acadêmicos (de pós-graduação
lato sensu), ainda que reconhecidos pelo
Ministério da Educação (MEC), podem se
confundir, aos olhos leigos, com a especialidade médica reconhecida pelos conselhos
de medicina. “Portanto, para se reconhecer
a especialidade médica, o conselho pode,
legitimamente, ser mais exigente do que o
MEC, ao regulamentar requisitos mínimos”.
Em sua deliberação, o tribunal ressaltou que “de nenhuma maneira a atuação do
CFM impede ou inibe a aquisição de graus
superiores de educação”. No documento, o
juiz federal Renato Martins Prates argumenta que a decisão pretende impedir que o médico que somente tenha curso de pós-graduação possa ser admitido como especialista
abril/junho 2013
em determinada área médica sem possuir
todos os requisitos necessários, induzindo a
clientela à confusão.
Para o CFM, a decisão está de acordo
com a legislação e as normas que disciplinam a matéria, tornando evidente a competência da entidade para determinar, por
meio de resolução, as qualificações necessárias à publicidade de especialidades médicas. A decisão “estabelece de maneira
inquestionável que cursos lato sensu não
outorgam valores para a prática profissional ou habilitações para anúncio publicitário de especialidades médicas”, avalia o
primeiro vice-presidente Carlos Vital. De
acordo com a resolução, é vetado o anúncio
de pós-graduação realizada para a capacitação pedagógica, exceto quando estiver
relacionado à especialidade ou área de atuação devidamente registrada no CRM.
Para o CFM, a decisão
está de acordo com a
legislação e as normas que
disciplinam a matéria,
tornando evidente a
competência da entidade
para determinar, por
meio de resolução, as
qualificações necessárias
à publicidade de
especialidades médicas
CFM reforça entendimento
aos médicos
Em diversos informes aos médicos, o
CFM tem destacado que cursos de pós-graduação lato sensu, ainda que reconhecidos
pelo MEC, não têm valor para a atividade
profissional e não habilitam ao médico se
anunciar como especialista, tendo somente
valor acadêmico.
Apenas duas formas podem levar o médico a obter a especialização: por meio de
uma prova de títulos e habilidades das sociedades de especialidades filiadas à Associação Médica Brasileira e/ou por residência
médica reconhecida pela Comissão Nacional
de Residência Médica.
A entidade tem debatido constantemente o assunto e está atenta a propagandas de alguns cursos que induzem a
interpretação equivocada. Ressalta ainda
abril/junho 2013
que a residência multiprofissional é uma
modalidade lato sensu destinada às categorias profissionais da área da saúde, exceto a médica (Lei nº 11.129/2005). Em
se tratando dessas três opções (residência
multiprofissional, cursos de especialização e residência médica), apenas aos que
cursaram esta última pode ser conferido o
título de especialista. O médico somente
poderá anunciar especialidade quando o
título estiver registrado no CRM.
Fonte: Conselho Federal de Medicina (CFM)
Vera Mello, Comissão de Ética e
Defesa Profissional da SOBED
REVISTA SOBED
41
Por dentro
Aparelho digestivo e saúde em destaque
Câncer de
estômago
pode ser
detectado
pelo hálito
Em um levantamento com
130 pacientes, pesquisadores
israelenses e chineses descobriram que um exame de
hálito simples tinha 90% de
precisão no diagnóstico e na
diferenciação do câncer de estômago e problemas na região
estomacal. O novo teste tenta
detectar perfis químicos no hálito que são característicos de
pacientes com esse problema
de saúde. Isso ocorre porque
a doença possui uma espécie
de marca, uma característica
específica: compostos orgânicos voláteis, que emitem um
cheiro e podem ser detectados
usando um kit médico ou talvez até cães farejadores.
Os estudos foram realizados
com 37 pacientes com câncer
de estômago, 32 tinham úlceras e 61 tinham outros problemas de estômago. Além de definir a diferença entre todos os
problemas em 90% das vezes,
o exame do hálito também conseguiu apontar em quais casos
o câncer estava nos estágios iniciais e em quais estava em fases
mais avançadas.
42
revista SOBED
Governo Federal estimula
a produção nacional
de medicamentos
Um pacote de iniciativas, que
visam impulsionar a indústria brasileira de medicamentos, foi anunciado pelo Governo Federal. Foram
firmadas oito parcerias entre laboratórios públicos e privados para a
produção nacional de medicamentos e equipamentos no mês de abril.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a economia
do governo gerada com a produção
nacional chega ao paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quanto menor o gasto do governo com
a importação, mais medicamentos
poderão ser ofertados gratuitamente pelo SUS”, explicou, em nota divulgada pela pasta.
No encontro também foram assinados acordos de cooperação entre a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
para consolidar o processo de concessão de patentes e registro a produtos
prioritários para a saúde pública. Ao
todo serão 63 parcerias entre 15 laboratórios públicos e 35 privados para a
produção nacional de 61 medicamentos e seis equipamentos. As parcerias
preveem a transferência de tecnologia
para produção de cinco medicamentos,
uma vitamina e quatro equipamentos
que, atualmente, são consumidos por
quase 754 mil pessoas pelo SUS.
abril/junho 2013
Fotos: © Shutterstock
Queda do hormônio do sono
está relacionada ao aumento
das chances de diabetes
A diminuição do hormônio melatonina, que favorece o sono, está vinculada a um risco maior de diabetes
tipo 2 em adultos, segundo um estudo
publicado no Journal of the American
Medical Association. Os níveis de melatonina, produzida pelo cérebro durante o sono, estão em seu nível mais
elevado durante a noite, o que permite regular o ritmo biológico. A pesquisa foi realizada com 370 mulheres
da mesma raça e idade, que desenvolveram a doença e outras 370, sem
qualquer sintoma da doença.
Os cientistas descobriram que os
participantes diabéticos tinham baixo nível de melatonina durante a
noite em comparação com o grupo
sadio. E, de acordo com os especialistas, níveis baixos de melatonina à
noite dobram o risco de desenvolver
diabetes em comparação com níveis
elevados. Também foram observados outros fatores, como obesidade,
histórico familiar ou estilo de vida,
como a dieta alimentar, a prática de
exercícios físicos, o tabagismo ou a
duração do sono.
Metabolismo
intestinal faz
carne elevar
risco de
doença cardiovascular
Consumir carne vermelha
pode aumentar o risco de doenças
cardiovasculares, de acordo com
uma pesquisa publicada na revista
Nature Medicine. Isso ocorre porque o alimento possui uma substância denominada L-carnitina
que, se consumida em excesso,
pode ser prejudicial à saúde, pois
o metabolismo da substância por
bactérias no intestino produz a
TMAO, que favorece o acúmulo
de gordura nas paredes arteriais,
podendo desencadear um processo de aterosclerose.
Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas
abril/junho 2013
demonstram que há uma relação
direta entre a produção de TMAO
e o risco elevado de doenças cardiovasculares. A pesquisa foi realizada com camundongos e seres
humanos, incluindo vegetarianos.
Concluiu-se que quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior
o risco de desenvolver aterosclerose e outras doenças cardiovasculares. Essa substância altera a maneira como o colesterol e os esteroides
são metabolizados e inibe um processo chamado “transporte reverso
de colesterol”, que resulta em um
aumento do acúmulo de gordura
nas paredes internas das artérias.
REVISTA SOBED
43
Por dentro
Aparelho digestivo e saúde em destaque
Microchip
controla o
apetite e
combate a
obesidade
Cientistas britânicos apresentaram um microchip desenvolvido para ser implantado no
corpo humano com o objetivo
de controlar o apetite e combater a obesidade. O chip deverá
ser implantado junto à cavidade
peritoneal do abdome, preso ao
nervo vago (pneumogástrico),
por meio de eletrodos. Esse nervo regula o apetite e outras funções dos organismos. Após testes satisfatórios nos laboratórios
do Imperial College, os testes em
animais estão prestes a começar,
já em humanos e a expectativa é
que ocorram em três anos.
Com base nos dados coletados, o chip poderá enviar estímulos elétricos ao cérebro,
reduzindo o apetite. De acordo
com os pesquisadores, o chip
pode se tornar uma alternativa à cirurgia de redução do estômago, já que a nova técnica
poderá controlar o desejo de
comer. Uma empresa americana
também desenvolveu a mesma
técnica com os chips em 239 pacientes. Como resultado, registraram a eliminação de 20% do
excesso de peso no corpo.
44
revista SOBED
Variações genéticas podem
levar à obesidade mórbida e leve
Publicado na revista Nature
Genetics, um estudo desenvolvido
pela Universidade de Uppsala, na Suécia, identificou sete novas variações
genéticas ligadas à obesidade e outras
quatro variantes relacionadas à altura
de uma pessoa. Os pesquisadores chegaram à conclusão que a sobreposição
de variações associadas a medidas
do corpo, que interfere no índice de
massa corporal (IMC), que relaciona
altura e peso de um indivíduo, pode
desencadear tanto as formas mais extremas de obesidade quanto as mais
brandas de excesso de peso.
O DNA de aproximadamente 260
mil pessoas foram analisados, juntamente com as variações genéticas
nos indivíduos associadas à obesidade. A partir dos achados, os pesquisadores concluíram que os mesmos
mecanismos que levam à obesidade
mórbida estão ligados às formas mais
leves do problema de saúde. Para Erik
Ingelsson, coordenador da pesquisa,
os resultados sugerem que indivíduos com obesidade mórbida talvez tenham um maior número de variações
genéticas ligadas ao excesso de peso,
em comparação com pessoas com
obesidade mais leve, e não variações
completamente diferentes. Ele acredita que a descoberta é importante
para aumentar o conhecimento biológico sobre as origens da obesidade
em gravidades diferentes.
Pesquisa confirma a possibilidade
de bloquear a metástase
Cientistas do Centro de Hematologia e Hemoterapia da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e
do Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia do Sangue (INCT Sangue) realizam atualmente uma pesquisa que visa bloquear a metástase,
aumentando assim as chances de
cura. Os tumores são formados por
agrupamentos de células que aderem
umas às outras e interagem entre si.
Se elas forem fracas, maior será a
probabilidade de que elas se soltem e
migrem para outros órgãos e tecidos,
dando origem à metástase. A proteína chamada ARHGAP21 é responsável por essa adesão. E os cientistas,
ao retirá-la de células tumorais humanas de um câncer de próstata, em
testes de laboratório, constataram
que elas não se moviam e por isso
não ocorria a metástase.
Porém, os pesquisadores ressaltaram que ainda não sabem se é possível inativar essa proteína em humanos devido a muitas outras funções,
inclusive benéficas, por ela desempenhada nas células. A partir de agora,
os pesquisadores vão simular diversos
tipos de tumores em camundongos com células cancerígenas sem a
ARHGAP21 para avaliar a possibilidade de utilização da técnica em humanos para bloquear metástase.
abril/junho 2013
Foto: © Shutterstock
Câncer de intestino
em homens cresce
30% em três décadas
O Institute of Cancer Research divulgou um levantamento que mostra
que os casos de câncer de intestino
entre os homens cresceram quase
30% nas últimas três décadas. De
acordo com o estudo, trata-se do segundo tipo de câncer mais mortal na
Inglaterra, atrás do câncer de pulmão. Segundo a pesquisa divulgada
pelo jornal The Guardian, entre as
mulheres o aumento registrado foi de
apenas 6% no mesmo período.
O crescimento da doença foi registrado principalmente entre homens entre 60 e 70 anos. O levantamento ainda mostrou que a taxa de
sobrevivência aumentou e a metade
dos pacientes vive por, pelo menos,
10 anos após o diagnóstico. Para o
diretor do National Cancer Research
Network, Matthew Network, os riscos de câncer de intestino aumentam
com a velhice e, como a expectativa
de vida aumentou consideravelmente
nos últimos anos, não é surpresa ver
o crescimento nos casos da doença.
Ele ainda esclarece que os estudos
agora buscam as razões para a elevação do problema em homens.
abril/junho 2013
Nova droga para
tratar diabetes
tipo 2 é aprovada
nos EUA
O primeiro remédio de uma nova classe de drogas para o diabetes tipo 2 foi regulamentado pelo
Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regulamenta medicamentos e alimentos, nos
Estados Unidos. O remédio, denominado Invokana,
trata a doença de uma forma diferente, impedindo
que o açúcar no sangue seja reabsorvido pelo rim
e fazendo com que ele seja excretado pela urina. A
maioria das drogas que controlam a doença estimula
a produção ou melhora a ação da insulina.
Para que esse medicamento fosse aprovado, o
FDA se baseou nos resultados de nove estudos clínicos que envolveram mais de 10 mil pacientes
com diabetes do tipo 2. De acordo com o órgão,
a droga é eficaz e segura, e as pessoas que fizeram o uso do Invokana apresentaram melhora no
controle de açúcar no sangue. Um dos efeitos adversos mais comuns do remédio foram infecções
do trato urinário. Ainda deverão ser realizados
cinco estudos após a aprovação do medicamento para determinar outros riscos como doenças
cardíacas, câncer e problemas hepáticos.
REVISTA SOBED
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Por dentro
Aparelho digestivo e saúde em destaque
MS lança portaria sobre
cuidados com obesidade
De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o Sistema
Único de Saúde (SUS) gasta anualmente R$ 488 milhões com tratamento de doenças associadas à
obesidade. Recentemente, o órgão
publicou uma Portaria sobre o tema:
Linha de Cuidados Prioritários do
Sobrepeso e da Obesidade no Sistema
Único de Saúde (SUS). Segundo o
MS, há 1.550.993 pessoas com obesidade grave no País, o que representa 0,8% da população. Um estudo realizado pela pasta em 2011
revelou que a proporção de habitantes acima do peso cresceu de 42,7%
em 2006 para 48,5% em 2011. Nesse mesmo período, a quantidade de
obesos subiu de 11,4% para 15,8%
dos brasileiros.
A nova portaria prevê a atenção
básica para pessoas obesas e até o
atendimento em serviços especializados, como auxílio psicológico. O documento também reduziu de 18 para
16 anos a idade mínima para realizar
a cirurgia bariátrica, em casos em que
há risco ao paciente. Tal medida ocorreu devido a estudos que apontam o
aumento crescente da obesidade entre adolescentes. A idade máxima
(65 anos) também foi alterada: a portaria determina que a realização da
cirurgia não precisa ser determinada
pela idade e sim pela avaliação clínica (risco-benefício) do paciente.
Mutações
em genes
que causam
câncer de
esôfago são
descobertas
Pesquisadores da Harvard
Medical School (EUA) revelaram
ter descoberto mutações em 26
genes que podem causar câncer
de esôfago. Eles descobriram o código genético de células tumorais,
a partir de 149 doentes, e compararam com as células saudáveis.
A descoberta é importante para
que seja possível chegar a novos
medicamentos para a doença. De
acordo com o estudo, a incidência
da doença aumentou 600% nos
últimos 30 anos, sobretudo nos
países ocidentais. Segundo Adam
Bass, coautor do estudo, que é a
maior análise genética desse tipo
de câncer, descobrir as mutações
ajuda a compreender o câncer e a
encontrar novas terapias.
Rim é desenvolvido em laboratório
O Hospital Geral de Massachusetts
(EUA) desenvolveu um rim em laboratório, que foi transplantado para animais e produziu urina. A técnica resulta
em rins menos eficazes do que os naturais, mas representa um avanço para
a medicina regenerativa. Os cientistas
americanos utilizaram um rim velho,
retiram todas as suas células antigas e
46
revista SOBED
deixaram apenas uma estrutura básica.
Assim, o rim é reconstruído com células retiradas do próprio paciente.
Tal procedimento traz duas vantagens para os transplantes de rins. Como
o novo tecido será formado com células
do paciente, não será necessário o uso
de drogas antirrejeição, que evitam que
o sistema imunológico bloqueie o fun-
cionamento do novo órgão ao corpo.
Além disso, é possível aumentar o número de órgãos disponíveis para transplantes. Para que os testes ocorram em
humanos, os pesquisadores precisam
provar que o rim continuará a funcionar por um longo tempo e há ainda
o desafio de colocar as células novas no
lugar certo em um órgão maior.
abril/junho 2013
Por dentro
Diretorias nacionais
• diretoria nacional
Presidente: João Carlos Andreoli (SP)
Vice-Presidente: Ramiro Robson F. Mascarenhas (BA)
1º secretário: Jairo Silva Alves (MG)
2º sesoureiro: Silvana Dagostin (SC)
1º tesoureiro: Dalton Marques Chaves (SP)
2º tesoureiro: Luis Fernando Tullio (PR)
• comissões estatutárias
Eleitoral, de Estatutos, Regimentos e Regulamentos
Presidente: Carlos Marcelo Dotti (MS)
Carlos Eugenio Gantois (PE)
Eli Kahan Foigel (SP)
Geraldo Ferreira Lima Junior (MG)
Laercio Tenório Ribeiro (AL)
Admissão e Sindicância
Presidente: Antonio Gentil Neto
José Olympio Meirelles dos Santos (SP)
Juarez Alves Sampaio (CE)
Científica e Editorial
Presidente: Igelmar Barreto Paes (BA)
Adriana Vaz Safatle-Ribeiro (SP)
Angelo Paulo Ferrari Junior (SP)
Claudio Rolim Teixeira (RS)
Dalton Marques Chaves (SP)
Edivaldo Fraga Moreira (MG)
Fauze Maluf Filho (SP)
Gilberto Reynaldo Mansur (RJ)
José Celso Ardengh (SP)
Lucio Giovanni Battista Rossini (SP)
Marcelo Averbach (SP)
Marcos Clarencio Batista Silva (BA)
Vitor Nunes Arantes (MG)
Walton Albuquerque (MG)
Simpósio Internacional
Presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro (SP)
Angelo Paulo Ferrari Junior (SP)
Claudio Rolim Teixeira (RS)
Dalton Marques Chaves (SP)
Fauze Maluf Filho (SP)
Vitor Nunes Arantes (MG)
Consultor internacional: René Lambert (França)
Curso ao Vivo
Presidente: Marcos Bastos da Silva (ES)
Coordenador Geral: Gustavo Andrade de Paulo (SP)
Esteban Sadovsky (ES)
Herbeth José Toledo Silva (AL)
Luiz Fernando Ferreira Campos (ES)
Viriato João Leal da Cunha (SC)
SBAD
Presidente: João Carlos Andreoli (SP)
Carlos Alberto Cappellanes (SP)
Dalton Marques Chaves (SP)
Jairo Silva Alves (MG)
Luis Fernando Tullio (PR)
Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas (BA)
Sérgio Luiz Bizinelli (PR)
Silvana Dagostin (SC)
Ética e Defesa Profissional
Presidente: Vera Helena A. F. de Mello (SP)
Tomazo Antonio Prince Franzini (SP)
Lincoln Eduardo V. V.de C. Ferreira (MG)
Adriane Graicer Pelosof (SP)
Claudia Zitron (SP)
Oswaldo Luiz Pavan Junior (ES)
Avaliação e Credenciamentos de Centros de Ensino e Treinamento
Presidente: Admar Borges da Costa Junior (PE)
Afonso Celso da Silva Paredes (RJ)
Daniel Moribe (SP)
Eduardo G. Houneaux de Moura (SP)
Eloá Marussi Morsoletto Machado (PR)
Fabio Marioni (SP)
Giovani Antonio Bemvenuti (RS)
José Eduardo Brunaldi (SP)
abril/junho 2013
José Flávio Ernesto Coelho (RJ)
Ismael Maguilnik (RS)
José Flávio Ernesto Coelho
Julio Carlos Pereira Lima (RS)
Luciana Rodrigues Leal da Silva (BA)
Luis Masuo Maruta (SP)
Luiz Cláudio Miranda da Rocha (MG)
Luiz Sérgio Emery Ferreira (ES)
TÍTULO DE ESPECIALISTA E SUA ATUALIZAÇÃO
Presidente: Flavio Hayato Ejima (DF)
Afonso Celso da Silva Paredes (RJ)
Antonio Carlos Coelho Conrado (PE)
Beatriz Monica Sugai (SP)
Daniela Medeiros Milhomem Cardoso (GO)
Fabio Marioni (SP)
Guilherme Becker Sander (RS)
Jimi Izaques Bifi Scarparo (SP)
José Luiz Sebba de Souza (SP)
Marco Aurélio D’Assunção (SP)
Luis Fernando Túlio (PR)
Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)
Ricardo Anuar Dib (SP)
Ricardo Rangel de Paula Pessoa (CE)
Rodrigo José Felipe (BA)
Sérgio Eiji Matuguma (SP)
Fabio Segal (RS)
Júlio César Souza Lobo (PR)
Gerônimo Franco de Almeida (PB)
Thiago Festa Secchi (SP)
Thiago Andrade Tatagiba (RJ)
Sede SOBED
Ricardo Anuar Dib (SP)
Thiago Festa Secchi (SP)
• comissões não estatutárias
formação e Treinamento em Técnicas Endoscópicas –
Centro de Treinamento
Coordenador: Carlos Alberto Cappellanes (SP)
Ricardo Anuar Dib (SP)
Rodrigo Roda Rodrigues da Silva (MG)
Ciro Garcia Montes (SP)
Relações Internacionais
Coordenação Geral: Glaciomar Machado (RJ)
Coord. América do Sul: Everson Luiz de A. Artifon (SP)
José Celso Ardengh (SP)
Julio Carlos Pereira Lima (RS)
Paulo Sakai (SP)
Coord. Europa: Adriana Vaz Safatle (SP)
René Lambert (FRANÇA)
Sérgio Luiz Bizinelli (PR)
Walton Albuquerque (MG)
Coord. EUA: Angelo Paulo Ferrari Junior (SP)
Dalton Marques Chaves (MG)
Eduardo G. Houneaux de Moura (SP)
Luiz Leite Luna (RJ)
Ricardo Anuar Dib (SP)
Coord. Japão: Cláudio Rolim Teixeira (RS)
Paulo Sakai (SP)
Vitor Nunes Arantes (MG)
ASSESSORIA À PRESIDÊNCIA
Artur Adolfo Parada (SP)
Igelmar Barreto Paes (BA)
Luiz Felipe Paula Soares (PR)
COMUNICAÇãO (Revista SOBED + site + rede SOBED + SOBED em Casa)
Coordenador: Gustavo Andrade de Paulo (SP)
Alexandre de Souza Carlos (SP)
Atanagildo Cortes Junior (MG)
Flávio Braguim (SP)
José Luiz Paccos (SP)
Marcelo Simas de Lima (SP)
Ricardo Leite Ganc (SP)
DIRETRIZES E PROTOCOLOS
Claudio Lyioiti Hashimoto
Lix Alfredo Reis de Oliveira (SP)
Luiza Maria Filomena Romanello (SP)
Paulo Roberto Alves de Pinho (RJ)
Tadayoshi Akiba (SP)
REPRESENTANTE NAS REVISTAS:
GED e Arquivos Brasileiros de Gastroenterologia
Alexandre de Souza Carlos (SP)
Marcelo Simas de Lima (SP)
Paulo Roberto Arruda Alves (SP)
REPRESENTANTES EM INSTITUIÇÕES CFM E CNRM
Coordernador: Flavio Hayato Ejima (DF)
Zuleica Barrio Bortoli (DF)
anvisa
Coordenador: Vera Helena A. F. de Mello (SP)
Carlos Alberto da Silva Barros (MG)
Flávio Hayato Ejima (DF)
Francisco José Medina Pereira Caldas (RJ)
Tadayoshi Akiba (SP)
AMB
Coordenador: Maria das Graças Pimenta Sanna (MG)
Carlos Alberto Cappellanes (SP)
Rodrigo José Felipe (BA)
Órteses e Próteses: Wagner Colaiacovo (SP)
COMISSÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO (CNA)
Coordenador: Renato Baracat (SP)
Carlos Alberto da Silva Barros (MG)
• núcleos
Ecoendoscopia
Coordenador: Simone Guaraldi da Silva (RJ)
Fauze Maluf Filho (SP)
José Celso Ardengh (SP)
Lucio Giovanni Batista Rossini (SP)
Marco Aurélio D’Assunção (SP)
Vitor Nunes Arantes (MG)
Walton Albuquerque (MG)
Pediatria
Coordenador: Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)
Cristina Helena Targa Ferreira (RS)
Paula Bechara Poletti (SP)
Silvia Regina Cardoso (SP)
NOTES
Ângelo Paulo Ferrari Junior (SP)
Marco Aurélio D’Assunção (SP)
Pablo Rodrigo de Siqueira (SP)
Paulo Sakai (SP)
Núcleo de Tabagismo
Everton Ricardo de Abreu Netto (AM)
patologia endoscópica
Coordenador: Filadelfio Euclides Venco (SP)
Elisa Ryoka Baba (SP)
COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DE HONORÁRIOS MÉDICOS
E COOPERATIVAS NAS UNIDADES ESTADUAIS
Coordenação: Lincoln Eduardo V. V. de Castro
Ferreira (MG)
Artur Adolfo Parada (SP)
Edson Luiz Doncatto (RS)
Francisco das Chagas Gonçalves de Oliveira (CE)
Francisco Paulo Ponte Prado Júnior (CE)
José Edmilson Ferreira da Silva (RJ)
Julio César Souza Lobo (PR)
Julio Pereira Lima (RS)
Luiz Fernando Tullio (PR)
Luiz Paulo Reis Galvão (PE)
Marcus Valerius Saboia Rattacaso (CE)
Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)
Sandra Teixeira (PR)
Sérgio Luiz Bizinelli (PR)
Vera Helena de Aguiar Freire de Mello (SP)
Viriato João Leal da Cunha (SC)
CONSELHO EDITORIAL (LIVROS)
Artur Adolfo Parada (SP)
João Carlos Andreoli (SP)
Luiz Leite Luna (RJ)
Marcelo Averbach (SP)
REVISTA SOBED
47
Por dentro
Diretorias estaduais
• ALAGOAS
Rua Carlos Povina Cavalcanti, 49 - Apto 302 – Maceió
CEP 57036-411 | (82)9631-2000 | [email protected]
Presidente: Herbeth Jose Toledo Silva
Vice-Presidente: Carlos Henrique Barros Amaral
1º Secretário: Laercio Tenório Ribeiro
1º Tesoureiro: Francisco Milton Mel
• AMAZONAS
Rua do Congresso, 90 – Manaus
CEP: 69010-970 | (92) 9152-9119 | [email protected]
Presidente: Jeanne Monique Guimarães Pimentel
Vice-presidente: Déborah Nadir Cruz Ferreira
1º Secretário: Ricardo Paes Barreto Ferreira
2º Secretário: Alinne Lais Bessa Maia
1º Tesoureiro: Jorge Luis Bastos Arana
2º Tesoureiro: Lourenço Candido Neves
• BAHIA
R. Baependi, 162, sala 3 - Ondina – Salvador
CEP: 40170-070 | (71) 9338-0220 | [email protected]
Presidente: Sylon Ribeiro de Britto Junior
Vice-presidente: Luciano Magalhães Oliveira
1º Secretário: Durval Gonçalves Rosa Neto
2º Secretário: Wladimir Campos de Araújo
1º Tesoureiro: Alcione Prates Leite
2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva
• CEARÁ
Avenida Santos Dumont, 1168 – Sala 301 – Centro – Fortaleza
CEP: 60150-160 | (85) 9996-0281
Presidente: José Rúver Lima Herculano Junior
Vice-Presidente: Luiz Helder de Alencar Moreno
1° Secretário: Ricardo Rangel de Paula Pessoa
2° Secretário: Marcellus Henrique Loiola P. de Souza
1º Tesoureiro: Raphael Felipe Bezerra de Aragão
2º Tesoureiro: João Paulo Aguiar Ribeiro
• DISTRITO FEDERAL
SGAS, 910, Bloco A, sala 224, Asa Sul – Brasília
CEP: 70390-100 | (61) 3242-9203
[email protected]
Presidente: Eduardo Aires Coelho Marques
Vice-presidente: Francisco Machado da Silva
1º Secretário: Luciana Machado Nonino
2º Secretário: Carmem Alves Pereira
1º Tesoureiro: Fabio Santana Bolinja Rodrigues
2º Tesoureiro: Hermes Gonçalves Aguiar Junior
• espírito santo
R. Francisco Rubim, 395 - Bento Ferreira – Vitória
CEP: 29050-680 | (27) 3324-1333
[email protected]
Presidente: Flavia Emília Lima de Oliveirao
Vice-presidente: Roseane Valeria Bicalho Ferreira Assis
1º Secretário: Giovana Pereira Nogueira da Gama
2º Secretário: Edorio de Souza Ribeiro
1º Tesoureiro: Márcio Demoner Brandão
2º Tesoureiro: Luiz Fernando Ferreira Campos
48
revista SOBED
• goiás
Avenida Portugal, 1052 – Setor Marista – Goiânia
CEP: 74150-030 | (62) 3251-7208
[email protected]
Presidente: Marcelo Barbosa Silva
Vice-Presidente: Fernando Henrique Porto Barbosa Ramos
1º Secretário: Daniela Medeiros Milhomem Cardoso
2º Secretário: Marcus Vinicius da Silva Ney
1º Tesoureiro: Américo de Oliveira Silvério
2º Tesoureiro: Eduardo Aguiar Silva Neto
• maranhão
R. Carutapera 2, Quadra 37 B - Jd. Renascença – São Luís
CEP: 65075-690 | (98) 8141-1116 | [email protected]
Presidente: Milko Abrantes de Oliveira
Vice-presidente: Selma Santos Maluf
1º Secretário: Elian Oliveira Barros
2º Secretário: Clelma Pires Batista
1º Tesoureiro: Djalma dos Santos
2º Tesoureiro: Nailton Jorge Ferreira Lyra
• mato grosso
Rua 25 de Agosto, 33 - Apto 1801 - Edificio Maison Du Park – Cuiabá
CEP: 78043-382 | (65) 9983-1701 | [email protected]
Presidente: Roberto Carlos Fraife Barreto
Vice-presidente: Carlos Eduardo Miranda de Barros
1º Secretário: José Geraldo Favalesso
2º Secretário: José Carlos Comar
1º Tesoureiro: Ubirajarbas Miranda Vinagre
2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira
• mato grosso do sul
Rua Goiás, 405 - sala 01 - Jd. dos Estados – Campo Grande
CEP - 79020-101 | (67) 3325-6040 | [email protected]
Presidente: Rogerio Nascimento Martins
Vice-presidente: Marcelo de Souza Cury
1º Secretário: Geraldo Vinicius Ferreira Hemerly Elias
2º Secretário: Adriano Fernandes da Silva
1º Tesoureiro: Eduarda Nassar Tebet Ajeje
2º Tesoureiro: Thiago Alonso
• minas gerais
Av. João Pinheiro, 161 - Centro – Belo Horizonte
CEP: 30130-180 | (31) 3247-1647 | [email protected]
Presidente: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho
Vice-presidente: Vitor Nunes Arantes
1º Secretário: Roberta Nogueira de Sá
2º Secretário: Ricardo Castejon Nascimento
1º Tesoureiro: Rodrigo Roda Rodrigues da Silva
2º Tesoureiro: Gustavo Miranda Martins
• pará
Cidade Nova -VI Travessa WE 69, nº302 – Belém
CEP: 67140-120 | (91) 3263-7693 | maué[email protected]
Presidente: Erivaldo de Araujo Maues
Vice Presidente: Zacarias Pereira de Almeida Neto
1º Secretario: Monica Barauna Assunção
2º Secretario: Lilian Costa de Almeida
1º Tesoureiro: Marcos Moreno Domingues
2º Tesoureiro: Aida Lopes Sirotheau Correa
abril/junho 2013
• PARAÍBA
Rua Sílvio Almeida, 620 - Expedicionários – João Pessoa
CEP: 58041-020 | (83) 3244-8080 | [email protected]
Presidente: Pedro Duques de Amorim
Vice-Presidente: Francisco de Sales Moreira Pinto
1º Secretario: Paulo Duques de Amorim
2º Secretario: Tarcisio Carneiro da Costa
1º Tesoureiro: Fábio da Silva Delgado
2º Tesoureiro: Daniel Chaves Mendes
• PARANÁ
R. Candido Xavier, 575 - São Rafael – Curitiba
CEP: 80240-280 | (41) 3342-3282
[email protected]
Presidente: Maria Cristina Sartor
Vice-Presidente: Flávio Heuta Ivano
1º Secretario: Wanderlei da Rocha Carneiro Junior
2º Secretario: Rafael Nastas Acras
1º Tesoureiro: Silvia Maria da Rosa
2º Tesoureiro: Sandra Beatriz Marion Valarini
• PERNAMBUCO
R. Sen. José Henrique, 141, 1º andar, Ilha do Leite – Recife
CEP: 52050-020 | (81) 3221-6959 | [email protected]
Presidente: Júlia Corrêa de Araújo
Vice-Presidente: Admar Borges da Costa Junior
1º Tesoureiro: Antônio Carlos Coelho Conrado
2º Tesoureiro: José Julio Viana
1º Secretario: Carlos Eugênio Gantois
2º Secretario: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo
• PIAUÍ
Rua Aviador Irapuan Rocha, 1430, Ed. Medical Leste (3º andar)
Jóquei – Teresina
CEP: 64049-518 | (86) 3221-5968
[email protected]
Presidente: Antonio Moreira Mendes Filho
Vice-presidente: Carlos Dimas Carvalho Souza
1º Secretário: Valdeci Ribeiro de Carvalho
2º Secretário: Adelmar Neiva de Sousa Sobrinho
1º Tesoureiro: Wilson Ferreira Almino de Lima
2º Tesoureiro: Artur Pereira e Silva
• RIO DE JANEIRO
R. da Lapa, 120, sl. 309 - Centro – Rio de Janeiro
CEP: 20021-180 | (21) 2507-1243
[email protected]
Presidente: Ana Maria Zuccaro
Vice-presidente: Afonso Celso da Silva Paredes
1º Secretário: Evandro de Oliveira Sá
2º Secretário: Lílian Machado Silva
1º Tesoureiro: Maria Elizabeth Cardoso de Castro
2º Tesoureiro: Mariceli Santos Costa
• RIO GRANDE DO NORTE
R. Maria Auxiliadora, 804 - Tirol – Natal
CEP: 59014-500 | (84) 3198-1900
[email protected]
Presidente: Licia Vilas Boas Moura
Vice-presidente: Carlos dos Santos Fonsêca
1º Tesoureiro: Mara Lúcia Lauria de Souza
Presidente Comissão de Honorários
e Defesa Profissional: Verônica de Souza Vale
abril/junho 2013
• RIO GRANDE DO SUL
Av. Ipiranga, 5.311, sl. 207 - Azenha – Porto Alegre
CEP: 90610-001 | (51) 3014-2072 | [email protected]
Presidente: Claudio Rolim Teixeira
Vice - presidente: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos
1º Secretario: Luciana Filchtiner Figueiredo
1º Tesoureiro: César Vivian Lopes
• RONDÔNIA
Rua Campos Salles, 2245 - Nova União 03 – Porto Velho
CEP: 76801-081 | (69) 9981-5375 | [email protected]
Presidente: Adriana Silva Assis
Vice-Presidente: Marcelo Pereira da Silva
1° Secretário: Edson Aleotti
2° Secretário: Márcia Coelho de Mello Bach
1° Tesoureiro: Victor Hugo Pereira Marques
2° Tesoureiro: Domingos Montaldi Lopes
• SANTA CATARINA
Rodovia SC 401, nº 3854, Km 04 - Saco Grande – Florianópolis
CEP: 88032-005 | (48) 3231-0324
[email protected]
Presidente: Eduardo Nobuyuki Usuy Jr
Vice-presidente: Hoiti Okamoto
1º Secretário: Lothar Stange
2º Secretário: Waldir Savi Junior
1º Tesoureiro: Luiz Locks Junior
2º Tesoureiro: Felipe Paludo Salles
• SÃO PAULO
R. Itapeva, 202, sl. 98 - Bela Vista – São Paulo
CEP: 01332-000 | Fone: (11) 3288-6883
[email protected]
Presidente: Thiago Festa Secchi
Vice-presidente: Dalton Marques Chaves
1º Secretário: Gustavo Andrade de Paulo
2º Secretário: Fábio Marioni
1º Tesoureiro: Francisco Susumu Correa Koyama
2º Tesoureiro: Marcel Langer
• SERGIPE
R. Guilhermino Rezende, 462, São José – Aracaju
CEP: 49020-270 | (79) 3246-2763 | [email protected]
Presidente: Simone Déda Lima Barreto
Vice - Presidente: Kelly Menezio Oliveira Giardina
1º Secretário: Jilvan Pinto Monteiro
2º Secretário: Raul Andrade Mendonça Filho
1º Tesoureiro: Miraldo Nascimento da Silva Filho
2º Tesoureiro: Patricia Santos Rodrigues Costa
• TOCANTINS
Rua Engenheiro Bernardo Sayão, 770, Gurupi
CEP: 77402-060 | (63) 3312-0013 ou (63)8446-0113 |
[email protected]
Presidente: Zoroastro Henrique de Santana
Vice Presidente: Mery Tossa Nakamura
1º Secretario: Jorge Luiz de Matos Zeve
2º Secretario: Sebastião Geraldo de Melo
1º Tesoureiro: Eduardo Komka Filho
2º Tesoureiro: Haley Pandolfi Junior
REVISTA SOBED
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Por dentro
Agenda
Confira na relação abaixo os principais eventos ligados à
gastroenterologia e à endoscopia digestiva dos próximos meses
junho
28 de junho
III Curso de Capacitação em Enteroscopia
por Cápsula Endoscópica
Local: Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre
Inscrições: www.santacasa.org.br/
instituto-ensino-pesquisa/ensino/cursos
8 a 10 de agosto
I Semana Cearense do Aparelho Digestivo (SCAD)
Local: Fábrica de Negócios – Fortaleza-CE
Inscrições: www.scad2013.com.br
16 e 17 de agosto
Oficinas de Balão Intragástrico SOBED 2013
Informações: (11) 3148-8200 – Silene Faria
Local: Hospital Estadual Mário Covas –Santo
André – SP
julho
Pré-inscrições: www.oficinabalao.com.br
3 a 5 de julho
40º Gastrão
Local: Centro de Convenções Rebouças –
São Paulo-SP
24 e 25 de agosto
XI International Course of Therapeutic
Endoscopy
Local: Mendes Convention Center – Santos-SP
Inscrições: www.gastrao.org.br
Inscrições: www.anacosta.com.br
agosto
setembro
1 a 3 de agosto
Colono 2013
Local: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e
Pesquisa – São Paulo-SP
7 de setembro
Curso Teste seus conhecimentos
Local: São Paulo (SP)
Inscrições: www.hospitalsiriolibanes.org.br/
ensino
2 a 3 de agosto
VIII Encuentro Latinoamericano
de cápsula endoscópica
VII Encuentro Latinoamericano
de enteroscopía com balón
Local: Buenos Aires, Argentina
www.endiba.org.ar
www.sobed.org.br
8 de setembro
Prova de Categoria Especial (formados até 1994)
Local: São Paulo (SP)
Prazo de inscrições: 9/08
www.sobed.org.br
novembro
24 a 27 de novembro
SBAD 2013
Local: Centro de Convenções de Goiânia –
Goiânia-GO
Inscrições: www.sbad.org.br
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revista SOBED
abril/junho 2013
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