REVISTA ISSN 2179-7285 Publicada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Edição no 21 Abril-Junho 2013 RDC histórica Depois de quatro anos de luta, endoscopistas celebram a publicação da norma específica para serviços de endoscopia DNA COBERTURA in loco Entrevista com o especialista francês, René Lambert 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED Saiba mais sobre as utilidades da cápsula de cólon índice Revista SOBED Edição 21 abril-junho 2013 5 Radar SOBED Acompanhe os programas, ações e eventos realizados pela Sociedade, além de ações promovidas pelas unidades estaduais 12 In loco 16 DNA 20 Cobertura 28 Info 34 Você 38 AMB 40 Ética 42 Por Dentro A importância da cápsula de cólon para os endoscopistas digestivos de todo o mundo René Lambert, pesquisador da Agência Internacional para Pesquisa Sobre o Câncer em Lyon, na França Detalhes e principais fatos ocorridos no 7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva, realizado nos dias 2 e 3 de maio, em Salvador (BA) 16 28 Confira a repercussão da RDC da Anvisa, que padroniza as regras para realização de procedimentos endoscópicos Conheça dois médicos endoscopistas que atravessaram o planeta para ver de perto o título mundial do Corinthians A piora da saúde pública no Brasil Detalhes da decisão judicial que confirma validade do título apenas com crivo de sociedade Destaque para notícias sobre o aparelho digestivo e a agenda de eventos nacionais e internacionais. Composição da diretoria nacional, comissões e estaduais da SOBED abril/junho 2013 20 38 REVISTA SOBED 3 editorial Palavra do Presidente tempo de conquistas ISSN 2179-7285 Revista SOBED é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED. Jornalista Responsável Roberto Souza (Mtb 11.408) Um primeiro semestre repleto de atividades! É assim que defino nossos meses iniciais deste ano. Prova disso, foi a relevante participação da SOBED e de seus associados no 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da Sociedade, que aconteceu nos dias 2 e 3 de maio, em Salvador (BA). A repórter Marina Panham foi até a cidade e acompanhou tudo de perto. Confira a cobertura do evento que reuniu mais de 400 profissionais da área da saúde e ainda contou com outras atividades realizadas paralelamente, como a Prova de Título de Especialista, o Curso Suporte Avançado de Vida em Endoscopia Editor-chefe Fábio Berklian (SAVE®) e o Curso Teste Seus Conhecimentos. Na editoria DNA, leia uma entrevista exclusiva feita Editor Rodrigo Moraes com o especialista francês, René Lambert, que esteve presente no encontro e falou sobre suas Reportagem Anderson Dias Marina Panham Samantha Cerquetani Tatiana Piva Camila Boni (estagiária) Projeto Editorial Fábio Berklian Projeto Gráfico RS Press Luiz Fernando Almeida Produção Editorial Priscila Hernandez Designers Felipe Santiago Leonardo Fial Luiz Fernando Almeida Rafael Tadeu Sarto Tiragem 2.800 exemplares principais áreas de atuação e ainda opinou sobre o panorama da nossa especialidade no País. Faço questão de destacar ainda outros dois importantes assuntos dessa segunda edição. Um deles surge na matéria de capa e aborda todos os detalhes sobre a Resolução nº 6, de 1º de março de 2013, que tem por objetivo estabelecer os requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Endoscopia com Via de Acesso ao Organismo por Orifícios Exclusivamente Naturais. Vale ressaltar que essa resolução se aplica a todos os serviços de saúde públicos e privados, civis e militares que realizam procedimentos endoscópicos, diagnósticos e intervencionistas em todo o País e vai ajudar a padronizar todas as condutas relacionadas à endoscopia. O segundo tema está na seção In Loco e trata a respeito da cápsula endoscópica de cólon. Lançada recentemente no mercado, ela é uma nova técnica de diagnóstico disponível no Brasil. Atualmente, esse procedimento complementa o exame de colonoscopia, é capaz de Impressão Maxi Gráfica investigar o trato digestivo baixo, com a captação de imagens do interior do órgão de forma Foto de Capa Shutterstock minimamente invasiva e detectar o que não pode ser avaliado pelos exames convencionais. À despeito de qualquer opção de time, dois colegas endoscopistas acompanharam a vitória do Corinthians na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que ocorreu no Japão no final do ano passado e contaram histórias curiosas e engraçadas à equipe de reportagem da Revista Rua Cayowaá, 228, Perdizes São Paulo - SP CEP: 05018-000 11 3875-6296 [email protected] www.rspress.com.br SOBED. Confiram e tenham todos uma ótima leitura! João Carlos Andreoli Presidente da SOBED Nacional 4 revista SOBED abril/junho 2013 RADAR sobed Notas sobed.org.br Foto: © ASGE / Divulgação Novos módulos do Webcast SOBED Disponíveis Os módulos 2, 3 e 4 do Programa Webcast SOBED estão disponíveis para todos os associados quites. O conteúdo dessa nova ferramenta científica poderá ser acessado pelo site da Sociedade – até mesmo por meio de tablets e celulares. As palestras de maior destaque durante a XI Semana do Aparelho Digestivo (SBAD) serão disponibilizadas em vídeo e poderão ser acessadas pelo período de quatro meses ou por até três vezes durante esse tempo. O conteúdo é disponibilizado por meio de slides e de forma interativa. Caso possuam cadastro na Comissão Nacional de Acreditação (CNA), haverá uma pontuação para fins de obter o Certificado de Atualização Profissional. O 2º módulo conta com os temas: pancreatites e coleções pancreáticas; estado atual do diagnóstico da pancreatite crônica; como e quando realizar a drenagem endoscópica; novas tecnologias no diagnóstico das doenças do TGI; NBI e cápsula de colón. O módulo 2 estará disponível até o dia 17/08. O 3º Módulo, que fala sobre intestino médio e hemorragia digestiva, teve início em 16/05 e termina dia 16/09. O 4º Módulo se iniciou em 24/05 e vai até 24/09. Um dos temas é divertículo de Zenker. Acesse o site: www.sobed.org.br/web/ medico/webcast.aspx abril/junho 2013 Quian Cai e Seng-Ian Gan (EUA); Thomas M. Deas Jr., presidente da ASGE; Holly Becker, diretora-assistente de programas internacionais da ASGE; e os médicos brasileiros homenageados Angelo P. Ferrari Jr., Ricardo Dib e Thiago Secchi Projeto Ambassador no Brasil recebe homenagem durante DDW 2013 Entre os dias 18 e 21 de maio, aconteceu na cidade de Orlando, no estado da Flórida (EUA), a 44ª edição da Digestive Disease Week (DDW® 2013). Durante a programação do evento, como de costume, vários acontecimentos paralelos foram promovidos pela Sociedade Americana de Endoscopia Gastrointestinal (ASGE, sigla em inglês). Entre eles a ASGE Crystal Awards que ocorreu no dia 19 de maio em um dos locais que abriga uma das principais atrações da cidade, o SeaWorld. Conhecido por conta dos tradicionais shows de baleias, golfinhos, entre outros animais que vivem no oceano, no lugar aconteceu um jantar que homenageou o Projeto Ambassador no Brasil, um programa social que propiciou atendimento endoscópico para pacientes e atualização prática para especialistas das regiões norte, centro-oeste e nordeste do País. O evento aconteceu em Manaus (AM) no final do ano passado. Os especialistas brasileiros homenageados foram os médicos Ricardo Dib, Thiago Secchi e Angelo P. Ferrari Jr, todos preceptores do Ambassador. REVISTA SOBED 5 RADAR sobed Notas SOBED Estadual-RJ obteve vitórias nas negociações com planos de saúde 6 revista SOBED O IV Fórum Nacional sobre a CBHPM foi realizado em Belo Horizonte (MG) IV Fórum Nacional sobre a CBHPM No dia 19 de abril, ocorreu o IV Fórum Nacional sobre a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), em Belo Horizonte (MG). Na ocasião, dados sobre os Limites do Capital Internacional na Saúde Suplementar foram apresentados. De acordo com o assessor da diretoria da Unimed de BH, José Augusto Ferreira, o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2012 foi de 91,7 milhões, enquanto as operadoras de planos de saúde tiveram uma receita de 84 milhões. Ele também afirmou que, dentre os 194 milhões de brasileiros, 48,7 milhões são beneficiários de planos de saúde e se concentram principalmente nas capitais. Os participantes mostraram que há uma redução do número de planos de saúde em atividade no País: atualmente são 973 operadoras, e 28 delas mantêm 50% dos beneficiários. Segundo Carlos Figueiredo, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), eles reconhecem que há um desalinhamento entre o preço pago pelas operadoras e os custos e riscos dos procedimentos médicos. Para amenizar esse problema, a ANS elaborou uma proposta de hierarquização dos procedimentos baseada na CBHPM, com uma implantação gradual em duas fases, para minimizar o impacto financeiro sobre as operadoras. abril/junho 2013 Foto: © Prefeitura Municipal de Belo Horizonte / Divulgação A SOBED Estadual RJ realizou a sua Assembleia Geral Extraordinária no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) no dia 20 de março. Durante a ocasião, foram apresentados os resultados obtidos, por meio das negociações realizadas em 2012, pela Comissão Mista de Honorários SOBED-RJ/Câmara Técnica Cremerj com operadoras, seguradoras e Cooperativa de Trabalho Médico. Os ganhos obtidos, em honorários e custos, representaram um aumento de 26% a 70% dos valores praticados anteriormente. A Sociedade estabeleceu, como balizador para as futuras negociações, os honorários médicos baseados na CBHPM 2012. Os custos calculados, no valor de R$ 291,53, são decorrentes da Resolução da Diretoria Colegiada de 6 de março de 2013. RADAR sobed Notas I Semana Cearense do Aparelho Digestivo 8 revista SOBED Ao todo, 195 especialistas participaram da pesquisa Censo online de ecoendoscopia da SOBED O Núcleo de Ecoendoscopia da SOBED (Neco) realizou um censo denominado Ecoendoscopia no Brasil com os profissionais da área, com o objetivo de conhecer melhor as demandas necessárias para cada região do Brasil em relação à ecoendoscopia – questões de prática, ensino, teoria e pesquisa. O questionário de acesso gratuito, que pôde ser acessado até o dia 5 de maio, contou com 15 perguntas simplificadas de fácil e rápido preenchimento. Ao todo, 195 especialistas participaram do censo. A análise dos dados possibilitará planejar e desenvolver atividades para este e os próximos anos. De acordo com a responsá- vel pelo questionário, Simone Guaraldi, o primeiro censo e a participação dos endoscopistas via online foi um sucesso. “O nosso objetivo foi conhecer em números, sob o olhar do endoscopista que pratica ou não o procedimento. Visamos identificar as prioridades e definir e planejar as atividades do Neco”, diz. A especialista completa que as questões do levantamento procuraram verificar a percepção da necessidade dos procedimentos ecoendoscópicos de uma forma geral, a disponibilidade de profissionais e de equipamentos em cada região do Brasil e elencar as sugestões dos endoscopistas de todo o País. abril/junho 2013 Foto: © Shutterstock | RS Press / Divulgação A I Semana Cearense do Aparelho Digestivo (SCAD) ocorrerá entre os dias 8 e 10 de agosto. O evento, que tem o objetivo de promover maior interação entre os profissionais de saúde que estudam o aparelho digestivo humano, é resultado da união entre a Sociedade Cearense de Gastroenterologia, Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Durante a Semana, ocorrerão conferências, mesas-redondas e simpósios satélites, além da participação de convidados internacionais. A estimativa é que compareçam 450 congressistas. Os principais temas que serão abordados na SCAD são: câncer do aparelho digestivo, cirrose hepática, dispepsia funcional, doença hepática gordurosa não alcoólica, doença do refluxo, doença inflamatória intestinal, ecoendoscopia, hepatites virais, obesidade, POEM e vídeo-cirurgia. Paralelamente à SCAD, acontecerá o II Congresso Cearense de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva e a II Jornada Cearense de Cirurgia Digestiva. Mais informações sobre a programação no site: www.scad2013.com.br Vencedor da 53ª edição do Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Ciências de Saúde, o Atlas de Endoscopia Digestiva da SOBED lança sua versão em espanhol Atlas de endoscopia digestiva da SOBED ganha versão em espanhol Vencedor da 53ª edição do Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Ciências de Saúde, o Atlas de Endoscopia Digestiva da SOBED, lançado em 2010, lança sua versão em espanhol. Produzido com objetivo de revisar e atualizar os principais tópicos da especialidade com ênfase aos aspectos diagnósticos e terapêuticos, a edição estrangeira será publicada pela editora venezuelana Amolca em parceria com a editora Revinter. De acordo Marcelo Averbach, coordenador do atlas e membro da Comissão Científica e Editorial da SOBED, a versão em espanhol é extremamente importante, pela penetração que a SOBED terá na comunidade dos endoscopistas da América Latina e nos países que falam a língua espanhola. “Estamos tentando viabilizar também o lançamento do atlas na Digestive Disease Week (DDW) 2013, que ocorreu em Orlando, no mês de maio”, explica Averbach. Segundo o coordenador, diferentemente da versão brasileira que é condensada em apenas um livro, a edição venezuelana é composta por dois volumes. Ele também vem acompanhado por um DVD com imagens de apoio, com o intuito de tornar a leitura mais rica e dinâmica. Interessados em adquirir o atlas, devem entrar no site www.amolcca.com e procurar os representantes de vendas. abril/junho 2013 Estadual – SP: grupo de estudos dos residentes Com o objetivo de continuar a atividade científica da SOBED Estadual-SP, a atual gestão da Sociedade decidiu que o grupo de estudos dos residentes se mantivesse com o mesmo formato, acontecendo mensalmente e às segundas-feiras. A comissão de organização do grupo é composta por integrantes atuantes da SOBED Estadual–SP. Os sócios, bem como pessoas ligadas às áreas da gastroenterologia, estão convidados a participar dos encontros. Cada reunião é coordenada por um serviço de endoscopia digestiva. Recomenda-se que o encontro seja dividido em duas fases: a primeira deverá conter uma apresentação de casos clínicos bem documentados, breve discussão, revisão da literatura sobre o assunto por um especialista do grupo responsável pela reunião, seguida de uma discussão de 10 minutos. Já na segunda fase, o serviço responsável deve preparar uma avaliação Teste seus Conhecimentos com 5 a 10 questões (com imagens endoscópicas e questões interativas) que serão discutidas por mais ou menos 15 minutos. Veja as datas e locais das próximas reuniões. 24/06 - Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE); 26/08 - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 23/09 - Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de São Paulo (campus Botucatu) e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP); 28/10 - Hospital Sírio-Libanês; 25/11 - Santa Casa de São Paulo. REVISTA SOBED 9 RADAR sobed Notas Carta à Revista SOBED Fico feliz com a preocupação de informar sobre o trabalho de pesquisa em periódicos e com o interesse em incentivar a publicação nos meios de divulgação disponíveis, como foi feito na reportagem “Distribuição do conhecimento”, publicada na edição nº 20 da Revista SOBED. Como reportagem, o conteúdo é de fácil leitura e entendimento. Entretanto, deixo apenas como crítica o fato de que alguns meandros da pesquisa na pós-graduação e em entidades privadas são muito complexos. Lutas por verbas, por prestígio, conflitos de interesse, incluindo satisfação e administração de vaidades, entre outros aspectos, influenciam por demais os retos caminhos da pesquisa, por vezes, desviando-os de suas principais diretrizes. De qualquer forma acho importante abordar sempre esse tema. Na reportagem há um pequeno viés que coloca certo demérito, em especial, aos Arquivos de Gastroenterologia, mas também em publicações nacionais como um todo. Ela cita um fator de impacto (FI) para os Arquivos e este é comparado às revistas internacionais. Apenas para conhecimento, os Arquivos não têm ainda o FI do Journal Citation Reports (JCR) que foi utilizado para as revistas estrangeiras citadas. O FI de 0,15 é o do SciELO (dados de 2011) que tem viés muito importante pois tem fórmula de cálculo bastante simplista. Só para entender, o FI da Clinics é de 0,66 (2,5 no JCR) e o da Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (RSBFa) é de 0,78. Por quê? No caso da RSBFa, não existem outras fontes a citar e portanto há muita autocitação. Ou seja, estes índices devem ser vistos com certa reserva, pois há até ferramentas artificiais para elevá-los. De qualquer forma, fico satisfeito em sermos o periódico número um em importância na América Latina e o 55º na área de Gastroenterologia em todo o mundo (fonte Scimago). Portanto, o importante é que precisamos enaltecer a sobrevivência dos periódicos nacionais por meio de todos os percalços e incentivar a publicação nos mesmos, pois só assim elevaremos nossos periódicos ao patamar internacional. Aproveito para informar que a imagem utilizada para ilustrar a edição da revista é anterior a 2011. Desde então, a revista passou por uma reformulação do projeto gráfico e está de cara nova. Confira ao lado. Dr. Ricardo Guilherme Viebig Editor-Executivo da revista Arquivos de Gastroenterologia Nota de falecimento É com pesar que a SOBED informa o falecimento do endoscopista Ricardo de Sordi Sobreira, no último dia 2 de junho. Além de comandar uma das três equipes do Serviço de Endoscopia e Colonoscopia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, o especialista também participou ativamente e integrou a história da SOBED em diversos momentos. 10 revista SOBED abril/junho 2013 RADAR sobed A cápsula endoscópica de cólon capta imagens do interior do órgão de forma minimamente invasiva para o paciente In loco Tecnologia do futuro nos consultórios A cápsula endoscópica de colón é um procedimento minimamente invasivo e detecta o que não pode ser avaliado pelos exames convencionais Por Samantha Cerquetani Lançada recentemente no mercado, a cápsula endoscópica de cólon é uma nova técnica de diagnóstico e também uma das novas promessas da nanotecnologia disponível no Brasil. O conceito foi desenvolvido na década de 1990, em Israel, pelo engenheiro mecânico Gavriel Iddan e aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, em 2001. Atualmente, esse procedimento para a área do cólon, 12 revista SOBED que complementa o exame de colonoscopia, é capaz de investigar o trato digestivo baixo, com a aquisição de imagens do interior do órgão de forma minimamente invasiva e detectar o que não pode ser avaliado pelos exames convencionais. A cápsula foi utilizada no País pela primeira vez em 2011. O dispositivo possui diversas vantagens como tornar possível a avaliação do cólon em pacientes que, por algum motivo, não possam ser examinados pela colonoscopia (algumas pessoas relatam sentir insegurança e abril/junho 2013 Fotos: © Fernanda Prata Martins / Arquivo pessoal desconforto com esse método) ou naquelas que não possam ser sedadas – diminuindo assim os riscos relacionados, como depressão respiratória e alterações cardiovasculares – e para aqueles em que o colón não pode ser analisado inteiramente por meio ótico, devido a problemas anatômicos. “Além desses exemplos específicos, a cápsula, em casos bem selecionados, pode ser indicada em suspeita de alterações do hábito intestinal, no sangramento digestivo baixo, na anemia ferropriva e no acompanhamento da doença inflamatória intestinal”, afirma Lucio Rossini, médico endoscopista responsável pelo setor de ecoendoscopia do Hospital Samaritano (SP). De acordo com o gerente de produtos da Given Imaging, única empresa que fornece a cápsula no Brasil no momento, conhecida como PillCam Colon, Itamar Carrijo, aproximadamente 200 pacientes utilizaram a cápsula no País nos últimos anos. “Estamos praticamente no início do processo de divulgação da técnica. É inegável que a cápsula endoscópica de cólon se apresenta como um complemento importantíssimo aos exames existentes. Dentre os diversos benefícios, ela poderá ajudar àqueles que tenham dificuldades físicas ou de qualquer índole com outros tipos de exame”, explica. Em março de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou o Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS) sobre a cápsula endoscópica. O documento destacou que a técnica possibilita a visualização de regiões do intestino que dificilmente seriam diagnosticadas com outras técnicas. Além disso, a Anvisa destaca os benefícios da comodidade ao paciente e o fato de ser pouco invasivo. Para chegar a essas conclusões, o Boletim apresentou o resultado de seis meta-análises, que avaliaram a eficácia e a segurança da cápsula em pacientes com sangramento gastrointestinal obscuro e doença de Crohn. O estudo concluiu que uma das limitações importantes é a impossibilidade de realizar biópsia e tratamentos locais, se necessários. Já em relação ao rendimento diagnóstico, a Agência divulgou que a técnica pode ser superior à enteroscopia por impulsão e outras técnicas convencionais quanto à detecção de lesões em pacientes. abril/junho 2013 Procedimento e indicações Para realizar a técnica, o paciente precisa ficar em jejum prévio de 8 a 10 horas e limpar o intestino cerca de 20 minutos antes da deglutição para melhorar a visualização da parede intestinal. Após essa fase, ele ingere com um copo de água uma cápsula de 31,5 por 11,6 milímetros, que pesa pouco mais de 4 gramas e possui em seu interior dispositivos de iluminação, bateria e duas câmeras (uma em cada extremidade) que realizam centenas de fotografias do intestino. O método não exige sedação ou internação e é realizado em consultórios médicos. Após deixar o ambiente hospitalar, o paciente tem a permissão de seguir a rotina normalmente, podendo até mesmo realizar uma refeição leve. Enquanto a cápsula se movimenta, são fotografadas até 35 imagens por segundo, con- Sistema de captura de imagens da cápsula endoscópica, composto pelos sensores e o gravador de dados REVISTA SOBED 13 RADAR sobed In loco “A preparação é semelhante à colonoscopia e a cápsula fotografa o tubo digestivo, esôfago e ânus. Em 80% dos casos, ela é eliminada após 8 horas pelas fezes e o paciente precisa retornar ao consultório apenas para retirar o gravador de dados” Fernanda Prata Martins endoscopista dos Hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês forme a velocidade do dispositivo. Logo depois, essas fotos são encaminhadas para um gravador de dados, instalado na cintura do paciente antes do procedimento. Em seguida, essas fotos são colocadas em sequência e visualizadas pelo especialista, que verifica se há algum problema de saúde. O método é indicado para detectar anormalidades do intestino delgado e diversas patologias gastrointestinais, tais como doenças inflamatórias, câncer, fontes de sangramento, infecções e até doenças mais raras. “A preparação é semelhante à colonoscopia e a cápsula fotografa o tubo digestivo, esôfago e ânus. Em 80% dos casos, ela é eliminada após 8 horas pelas fezes e o paciente precisa retornar ao consultório apenas para retirar o gravador de dados”, afirma Fernanda Prata Martins, endoscopista dos Hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, ambos em São Paulo. Em geral, a cápsula é contraindicada em pacientes que possuam alguma obstrução intestinal, pois ela pode ficar presa na região e não progredir. Além de pessoas que possuam aparelhos elétricos implantados, como marca-passo cardíaco, e pacientes que tenham distúrbios de deglutição. Contraindicações De acordo com os especialistas, a técnica ainda não é muito indicada pelos médicos por ser muito recente, ainda não estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e ter a cobertura de apenas alguns convênios. O gerente de produtos da Given Imaging, Carrijo, destaca que o método se propõe apenas a diagnosticar e a cápsula até o momento não é terapêutica. Ainda assim, ele acredita que a terapêutica pode vir a ser agregada no futuro. Em alguns casos, é possível que ocorram algumas descobertas durante o procedimento, que podem solicitar a realização de uma colonoscopia em seguida. De acordo com o site da PillCam Colon, são raros os casos em que ocorrem retenções de cápsula nas mais de 15 mil vendidas comercialmente em todo o mundo até o momento. A Sociedade Europeia de Endoscopia Gastrointestinal (ESGE, sigla em inglês) nas 14 revista SOBED abril/junho 2013 1 2 1. Imagens obtidas por cápsula de cólon evidenciam divertículos sem sinais de complicação Fotos: © Fernanda Prata Martins / Arquivo pessoal 2. Imagens obtidas por cápsula de cólon evidenciam cólon normal Diretrizes Endoscópicas de Cápsula do Cólon afirmou que, “a Cápsula Endoscópica de Colón tem demonstrado consistemente ser um procedimento muito seguro: nenhuma complicação maior foi relatada em mais de 1.500 procedimentos, dos quais cerca de 40% estavam em indivíduos assintomáticos”. Para Fernanda, o exame é um método alternativo, mas é importante destacar que não realiza biópsias ou retira os pólipos, caso apareçam nas imagens. Porém, é uma técnica importante para aumentar a adesão e o rastreamento do câncer na região. “O exame parece ter sua melhor indicação no rastreamento do câncer de cólon, contudo, ainda são aguardados trabalhos que confirmem uma relação entre o custo, risco e o benefício que justifique a utilização da cápsula de cólon em larga escala. Mas uma grande dificuldade para sua utilização é o seu custo elevado, que é incompatível com a nossa realidade”, concorda Rossini. O custo dela está entre R$ 4 mil e R$ 7 mil. Perspectivas futuras A cápsula endoscópica de cólon foi incorporada ao rol da Associação Médica Brasileira (AMB), em novembro de 2010. O próximo pas- abril/junho 2013 so agora é que ocorra a inclusão na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Discute-se, entre outros fatores, a necessidade dessa técnica ficar disponível pelo SUS e tenha cobertura ampla dos convênios. “O mercado aguarda com ansiedade a inclusão do procedimento de cápsula endoscópica no rol da ANS, e proximamente deverá haver uma consulta pública a respeito. Convidamos então a todos os interessados a visitarem rotineiramente o site da Agência para ver se a consulta já está no ar e assim poder expressar seu desejo”, afirma Carrijo. Segundo a endoscopista dos Hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, a cápsula endoscópica de colón ainda não revoluciona a área, mas há grandes expectativas com o avanço tecnológico crescente. Já para Ricardo Ganc, que também é médico endoscopista do Einstein, o procedimento deverá substituir a colonoscopia no futuro. “Todas as pessoas acima de 50 anos precisam realizar exames preventivos anualmente, entre esses está o de câncer colorretal. Está bastante claro que não há médicos especialistas na área suficientes para realizar a colonoscopia, sendo assim, a cápsula torna-se a melhor alternativa para lidar com essa situação, por ser um procedimento que demanda menos tempo”, opina. REVISTA SOBED 15 DNA René Lambert Expertise franco-brasileira René Lambert participa do 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED e divide sua experiência profissional com endoscopistas brasileiros Por Marina Panham A aposentadoria aos 65 anos, obrigatória na França, não impediu que o endoscopista franco-brasileiro René Lambert continuasse contribuindo para a evolução do rastreamento do câncer digestivo. Atual visiting scientist da International Agency for Research on Cancer (IARC), Lambert participou de praticamente todos os módulos do 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva, realizado pela SOBED em Salvador (BA), entre os dias 2 e 3 de maio de 2013. Na ocasião, o endoscopista concedeu entrevista para a equipe de reportagem da Revista SOBED e contou um pouco sobre a sua trajetória profissional e sobre as novas técnicas de diagnóstico e tratamento endoscópico por meio de equipamentos baseados em alta definição de vídeo-endoscópios e processamento de imagem. Lambert também avaliou o nível da endoscopia digestiva brasileira e reconheceu o esforço da SOBED em aperfeiçoar a especialidade no País, por meio de iniciativas como a realização do Simpósio e dos demais eventos de educação continuada. Confira! 16 revista SOBED abril/junho 2013 Foto: © RS Press / Divulgação Atualmente, o senhor é visiting scientist do IARC. Como foi a sua trajetória profissional até chegar a essa posição? René Lambert: Logo que me formei em medicina, iniciei uma pesquisa experimental com animais e escrevi um livro sobre a cirurgia do trato digestivo do rato nos EUA. Entre 1964 e 1999, fui professor de medicina na Universidade de Lyon, na França. Nesse período, fui chefe da unidade de gastroenterologia e coordenador do departamento de doenças digestivas no Hospital E. Herriot. Paralelamente, também atuei em pesquisa fundamental no Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (Inserm) e no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Progressivamente, fiz minha carreira assim e, com 65 anos, me aposentei, pois a aposentadoria nessa idade é obrigatória na França. Nesse momento, tive uma oportunidade de voltar à pesquisa. Ingressei na International Agency for Research on Cancer (IARC), em Lyon, na França, perto do hospital onde trabalhava antes de me aposentar, e passei de aposentado à visiting scientist da instituição, posição que ocupo até hoje. Essa instituição depende da Organização Mundial da Saúde (WHO, sigla em inglês). De pesquisa experimental com animais, passei a pesquisar epidemiologia humana e, progressivamente, me especializei em prevenção e rastreamento do câncer digestivo, que se relaciona à minha primeira formação na endoscopia digestiva. Atual visiting scientist da IARC, o franco-brasileiro René Lambert foi um dos convidados internacionais do 7o Simpósio Internacional da SOBED Quais são os seus trabalhos desenvolvidos na área de epidemiologia, prevenção e rastreamento do câncer digestivo? Lambert: Desenvolvi pesquisas sobre tumores do trato digestivo superior, programas de rastreamento para o câncer colorretal em países em desenvolvimento, classificação pragmática das lesões colorretais neoplásicas superficiais. Além de evolução do rastreio do câncer colorretal e epidemiologia do câncer da cavidade oral e da orofaringe. abril/junho 2013 REVISTA SOBED 17 DNA René Lambert Em entrevista à Revista SOBED, Lambert avaliou o nível da endoscopia digestiva brasileira Acompanhei a evolução do diagnóstico e tratamento do câncer digestivo desde antes da endoscopia digestiva 18 revista SOBED Como avalia a evolução da endoscopia digestiva para o diagnóstico e tratamento do câncer digestivo? Lambert: Acompanhei a evolução do diagnóstico e tratamento do câncer digestivo desde antes da endoscopia digestiva. Inicialmente, a única técnica de endoscopia era a gastroscopia, depois a endoscopia se desenvolveu para colonoscopia e, em seguida, para as vias biliares e pancreáticas. A endoscopia digestiva como tratamento é indicada para o câncer precoce e a expectativa é que ele seja curado por ainda ser limitado. Desta forma, a endoscopia digestiva contribui para aperfeiçoar o prognóstico do câncer e, consequentemente, aumentar a taxa de sobrevida e reduzir a mortalidade. Mas, por outro lado, e com mais importância no futuro, se desenvolve uma endoscopia que faz a detecção da lesão pré-cancerosa e com a destruição endoscópica dessa lesão, o câncer não aparece e a incidência da doença é reduzida. Quando ingressei na gastroenterologia, no período entre 1955 e 1958, existiam poucas técnicas de diagnóstico e tratamento endoscópico. Havia somente o exame clínico, biológico e auscultação do paciente. A radiologia digestiva estava começando a se desenvolver e era ainda muito limitada e simples, sem o duplo contraste. Não havia scanner e nem ressonância magnética. E a endoscopia digestiva ainda não existia. Então, para fazer um exame diagnóstico no estômago, era necessário que o paciente ingerisse bário para fazer uma radiografia. Por meio desse método, só era possível fazer a detecção de câncer bem avançado. Quando se desenvolveu a endoscopia, tudo mudou, pois o diagnóstico passou a ser centralizado nos casos precoces. Também se desenvolveu a exploração endoscópica nos casos onde a biologia não permitia estudo. No Brasil, como o senhor avalia a evolução da especialidade? Lambert: Quando visitei o Brasil na década de 1990, a endoscopia também já estava se desenvolvendo. Já havia gastroscopia, abril/junho 2013 Foto: © RS Press / Divulgação mas a exploração do câncer de cólon ainda não tinha sido muito bem desenvolvida, porque a incidência desse tipo de câncer era baixa. Existiam poucos casos desse tipo de câncer no País. Hoje em dia, o Brasil está classificado como país emergente e isso significa um crescimento rápido da economia e dos fatores de promoção do câncer colorretal, que estão associados a um nível econômico mais alto, redução de atividade física e maior consumo calórico. Em função do aumento da incidência do câncer de cólon, a colonoscopia é uma técnica de base muito bem desenvolvida no Brasil. A especialidade evoluiu muito bem por aqui. O Brasil possui bons endoscopistas. Vejo que a SOBED busca aprimorar cada vez mais a especialidade no País e alcançar o nível mundial, por meio de iniciativas como a realização do Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva, em Salvador. A Sociedade traz os principais nomes da endoscopia mundial para o País para difundir o conhecimento internacional entre os endoscopistas brasileiros. O Brasil é ambicioso e deseja se desenvolver. Os endoscopistas brasileiros não querem ficar atrás no ranking mundial da especialidade, eles querem estar à frente e vão conseguir. No 7º Simpósio Internacional da SOBED, o senhor participou do painel Novos Horizontes da Endoscopia. Em sua opinião, quais são os principais avanços tecnológicos da especialidade? Lambert: Atualmente, os equipamentos dos centros de endoscopia são baseados em alta definição de vídeo-endoscópios e processamento de imagem como Narrow Band Imagem (Olympus), FICE (Fujinon) e i-Scan (Pentax). Os procedimentos de diagnóstico simultâneos para endoscopia têm impacto limitado em perspectiva, porque ainda necessitam de uma endoscopia complementar. Isto se aplica à cápsula descartável e imagens radiológicas de neoplasia colorretal com tomografia computadorizada. Qual é o futuro das novas técnicas de diagnóstico endoscópico? Lambert: O Confocal Laser Endomicroscopy abril/junho 2013 Os endoscopistas brasileiros não aceitam ficar atrás no ranking mundial da especialidade. Eles querem estar à frente e vão conseguir (CLE) permite uma análise da arquitetura do tecido, comparável à histologia. A sonda fina passa pelo canal acessório de endoscópios. A análise CLE provou ser útil na detecção de neoplasia no esôfago e quando combinado pâncreas aos ultrassons. Outro procedimento recente é a difusão generalizada de uma estratégia nascida no Japão para o diagnóstico de neoplasia no trato digestivo. Após a detecção e classificação da morfologia da lesão nas classificações de Paris e de Kyoto, a lesão é, em seguida, caracterizada pelo padrão de superfície de fossas e cristas epiteliais em categorias, com previsão de histopatologia. E o futuro das novas técnicas de tratamento? Lambert: Em relação às técnicas de tratamento, a miotomia endoscópica POEM tende para o tratamento eletivo de megaesôfago e uma ampla difusão da técnica é esperada. A abordagem terapêutica do câncer gástrico, projetada no Japão, combina a ressecção endoscópica da lesão à ressecção extra-luminal de linfonodos por celioscopia. Para ressecção de lesões neoplásicas relativamente planas, maior que 10 mm, a mucosectomia (EMR), seja em bloco ou peça-refeição, com uma alça diatérmica, tende a ser substituída por ressecção com dissecção endoscópica submucosa (ESD). Desta vez, o método demorado permite uma ressecção curativa mais completa e em bloco. REVISTA SOBED 19 cobertura 7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva Intercâmbio endoscópico Foto: © RS Press / Divulgação SOBED investe em novo formato no 7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva e promove transmissão ao vivo de casos clínicos realizados no California Pacific Medical Center, nos Estados Unidos 20 revista SOBED abril/junho 2013 Por Marina Panham Aproximadamente 400 pessoas estiveram no auditório do Hotel Pestana, em Salvador (BA), para participar do evento abril/junho 2013 Em busca do aperfeiçoamento contínuo da endoscopia digestiva nacional por meio de intercâmbio científico, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) promoveu a sétima edição de seu Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva. Em 2013, aproximadamente 400 congressistas de todas as regiões do País e do exterior se deslocaram para a capital baiana, Salvador, entre os dias 2 e 3 de maio, para prestigiar a programação científica do Simpósio. Na cerimônia de abertura, a presidente do encontro, Adriana Vaz Safatle-Ribeiro, agradeceu a presença dos congressistas e dos palestrantes nacionais e internacionais em nome da SOBED e do presidente, João Carlos Andreoli, que infelizmente não pôde estar presente. Na ocasião, o presidente da SOBED Estadual Bahia, Sylon Ribeiro de Britto Junior, ressaltou que a realização de eventos fora do eixo Rio-SP descentraliza a especialidade e possibilita que os profissionais de outras regiões conheçam as novidades diagnósticas e terapêuticas da endoscopia e a expertise internacional na área. Nesta edição, a SOBED apostou em um novo formato para valorizar as discussões clínicas e práticas, e internacionalizar ainda mais o Simpósio. Segundo o coordenador da programação científica, Igelmar Barreto Paes, o novo modelo gira em torno da endoscopia terapêutica avançada e com certeza será replicado pela SOBED, pois representa um avanço para a endoscopia nacional. “Esse formato consiste em desenvolver a qualidade da especialidade em todas as regiões do País e, consequentemente, beneficiar os pacientes.” Quatro casos clínicos transmitidos ao vivo para os congressistas do Simpósio no período da tarde do dia 2 de maio, foram realizados no California Pacific Medical Center, nos Estados Unidos, e supervisionados pelo diretor do Serviço de Endoscopia Intervencionista (IES, sigla em inglês) da instituição, Kenneth Binmoeller. Nas edições anteriores, especialistas internacionais eram convidados para executar REVISTA SOBED 21 cobertura 7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva O Simpósio proporcionou dois dias de intenso debate e aprendizado e, com certeza, contribuiu para melhorar a capacidade diagnóstica e terapêutica endoscópica brasileira Adriana Vaz Safatle-Ribeiro - Presidente do 7º Simpósio Internacional da SOBED os procedimentos nos serviços brasileiros. O primeiro tesoureiro da SOBED, Dalton Marques Chaves, moderou as discussões acerca dos casos apresentados, ao lado dos endoscopistas Simone Guaraldi da Silva e Walton Albuquerque. Segundo Chaves, o modelo de transmissão internacional possibilita que o especialista execute as técnicas com maior tranquilidade por já estar familiarizado com a estrutura do serviço em que atua. Para ele, a transmissão ao vivo é uma ótima oportunidade para integrar os serviços nacionais e internacionais, sem precisar deslocar pessoas. Além disso, os convidados internacionais Horst Neuhaus, Jacques Devière, Marc Giovannini, 22 revista SOBED René Lambert e Shinji Tanaka, discutiram os casos clínicos transmitidos ao vivo e reforçaram o intercâmbio científico. Neuhaus é chefe do Departamento de Medicina Interna do Evangelisches Krankenhaus Düsseldorf da University of Düsseldorf, na Alemanha; Devière é responsável pelo Departamento de Gastroenterologia do Erasme University Hospital da Université Libre de Bruxelles, na Bélgica; Giovannini é chefe da Unidade de Endoscopia do Paoli-Calmettes Institute, na França; Lambert é visiting scientist do International Agency for Research on Cancer (IARC), na França; e Tanaka é diretor do Departamento de Endoscopia do Hiroshima University Hospital, no Japão. abril/junho 2013 Habitualmente, a SOBED convida especialistas internacionais para compartilharem suas experiências com os endoscopistas brasileiros durante o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva e, na sétima edição, não poderia ser diferente. No módulo Pâncreas e Cólon, por exemplo, Devière, Neuhaus e Giovannini, apresentaram a visão do endoscopista acerca dos temas Tratamento Endoscópico da Acalásia, Adenocarcinoma no Esôfago de Barrett e Tumor Gástrico Subepitelial, respectivamente. As palestras dos convidados internacionais foram intercaladas por apresentações de Ulysses Ribeiro Junior, que discorreu sobre os mesmos temas, entretanto, sob o ponto de vista do ci- abril/junho 2013 rurgião. Ainda no período matutino, no módulo Pâncreas e Cólon, José Sebastião dos Santos falou sobre a visão do cirurgião em relação aos temas Pseudocisto de Pâncreas e Tratamento Paliativo do Câncer de Pâncreas, apresentados por Jacques Devière e Marc Giovannini, respectivamente. Na ocasião, Giovannini enfatizou a qualidade dos debates e destacou a oportunidade de poder assistir à apresentação de Shinji Tanaka, que discorreu sobre Câncer Colorretal no mesmo painel. “Esse intercâmbio é fundamental, pois, por meio do compartilhamento de experiências com endoscopistas e cirurgiões brasileiros, aperfeiçoamos as possibilidades de tratamento para os pacientes.” Convidados nacionais e internacionais que compuseram a programação científica do 7o Simpósio Internacional REVISTA SOBED 23 cobertura 7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva Acima, Transmissão ao vivo de casos clínicos realizados no California Pacific Medical Center, nos Estados Unidos, consolida novo formato do Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED. Ao lado, Aproximadamente 400 pessoas de várias regiões do País e do exterior lotaram o auditório do Hotel Pestana, em Salvador (BA). 24 revista SOBED abril/junho 2013 O novo modelo gira em torno da endoscopia terapêutica avançada e, com certeza, será replicado pela SOBED, pois representa um avanço para a endoscopia nacional Igelmar Barreto Paes - Coordenador da programação científica do 7º Simpósio Internacional da SOBED Na parte da tarde, a Sessão de Vídeos encerrou a programação científica do primeiro dia do Simpósio. Os convidados tiveram cinco minutos para contar algumas de suas vivências com casos difíceis já enfrentados em procedimentos endoscópicos. Giovannini, por exemplo, apresentou um vídeo de cisto de fígado e contou sua experiência com Endoscopic Ultrasonography (EUS) em pâncreas. Ao final de cada apresentação, os debatedores René Lambert, Artur Parada, Luiz Leite Luna e Lúcio Rossini discutiram as complicações expostas, sob moderação do ex-presidente da SOBED, Glaciomar Machado. No dia seguinte, os convidados internacionais Jacques Devière, Horst Neuhaus e Shinji Tanaka, apresentaram casos de GERD, Tratamento endoscópico do câncer gástrico precoce e Doença inflamatória intestinal, na Sessão Multidisciplinar: Casos Clínicos, sob moderação do Secretário da SOBED, Jairo Silva Alves. Na ocasião, Neuhaus exibiu vídeos de procedimentos realizados em câncer gástrico precoce e explicou a diferença entre os exames endoscópicos realizados pelos japoneses e pelos ocidentais. No final da apresentação, os debatedores Celso Ardengh, José Sebastião e Walton Albuquerque enfatizaram que o exame diagnóstico endoscópico deve ser aperfeiçoado no País para a detecção do câncer gástrico precoce. Já no painel Sessão de Vídeos, foram exibidos casos de Prevenção e Tratamento das Complicações dos Procedimentos Endoscópicos. Os debatedores René Lambert, Dalton Chaves e Marcelo Averbach, discutiram abril/junho 2013 Convidados nacionais Admar Borges da Costa Junior Adriana Vaz Safatle-Ribeiro Angelo Paulo Ferrari Junior Artur Adolfo Parada Claudio Rolim Teixeira Dalton Marques Chaves Edivaldo Fraga Moreira Fauze Maluf Filho Gilberto Reynaldo Mansur Glaciomar Machado Igelmar Barreto Paes Jairo Silva Alves João Carlos Andreoli José Celso Ardengh José Sebastião dos Santos Lucio Giovanni Battista Rossini Luiz Leite Luna Marcelo Averbach Marcos Clarencio Batista Silva Simone Guaraldi da Silva Ulisses Ribeiro Junior Vitor Nunes Arantes Walton Albuquerque Convidados internacionais Horst Neuhaus (Alemanha) Jacques Devière (Bélgica) Kenneth Binmoeller (Estados Unidos) Marc Giovannini (França) Rene Lambert (França) Shinji Tanaka (Japão) REVISTA SOBED 25 cobertura 7o Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva Suporte pós-simpósio Sob a coordenação do especialista Ricardo Anuar Dib, o curso Suporte Avançado de Vida em Endoscopia (SAVE®) reuniu quase 20 pessoas em uma sala do Hotel Pestana, em Salvador (BA), no dia 4 de maio. Aspectos teóricos e práticos sobre ética e responsabilidade, vias aéreas, sedação, situações clínicas e reanimação cardiorrespiratória, foram repassados aos presentes por Leonardo Vanzato e Samir Lisak. De acordo com Dib, a iniciativa visa oferecer uma atualização aos médicos sobre complicações na realização da endoscopia. O curso ofereceu manequins de treinamento, acessórios para demonstração e simulação de acesso às vias aéreas básicas e avançadas (máscaras faciais, AMBU, laringoscópios, tubos traqueais, dispositivos supraglóticos e kits para cricotireoidostomia), e dispositivos para simulação de atendimento a situações de emergência. os vídeos apresentados, com a moderação de Gilberto Mansur. O tema Conduta Endoscópica na Hemorrágica Gastrointestinal pautou as apresentações conduzidas e debatidas apenas por especialistas brasileiros no primeiro painel do período da tarde do segundo e último dia de Simpósio. Última palestrante da sessão, a presidente do Simpósio Internacional da SOBED, Adriana Vaz Safatle-Ribeiro, abordou as condutas que devem ser adotadas na hemorragia digestiva média. Pioneira na investigação do assunto, a especialista comentou casos e enfatizou que repetir enteroscopia e manter seguimento, resultam em melhor diagnóstico e tratamento adequado. Ainda de acordo com ela, o Simpósio proporcionou dois dias de intenso debate e aprendizado, e, com certeza, contribuiu para melhorar a capacidade diagnóstica e terapêutica endoscópica brasileira. “Se cada um de nós aplicássemos o que aprendeu nesses dois dias, nós já teríamos alcançado nosso objetivo principal, que é aprimorar a conduta com os nossos pacientes.” Para encerrar a programação científica, os quatro convidados internacionais Shinji Tanaka, Marc Giovannini, Jacques Devière e Horst Neuhaus, apresentaram os Novos Horizontes da Endoscopia e discorreram sobre Novas tecnologias de imagem endoscópica da detecção do câncer gastrointestinal, Aplicações da endomicroscopia confocal, Conduta endoscópica na obesidade e Desafios da ESD nos países ocidentais. Na opinião do especialista alemão, o Simpósio foi muito bem organizado e ofereceu um mix excelente de apresentações de casos e discussões, com uma interessante abordagem interdisciplinar das doenças do aparelho digestivo. “O encontro foi realizado em uma atmosfera maravilhosa e aproveitei muito bem a hospitalidade brasileira.” Teste seus conhecimentos Estande da SOBED instalado na área de exposição do evento 26 revista SOBED Mais de 100 pessoas, entre candidatos à prova de Título de Especialista em Endoscopia (TEE) e titulados, participaram do curso Teste Seus Conhecimentos, no dia 1º de maio. O curso pré-simpósio promoveu a revisão de todos abril/junho 2013 os temas da endoscopia digestiva por meio de exercícios similares aos que estão presentes na prova de TEE. Os participantes tinham menos de um minuto para escolher, por meio de um controle remoto, as alternativas que julgavam corretas entre as opções apresentadas pelo palestrante. Na sequência, o especialista convidado apresentava as porcentagens das opções escolhidas e explicava a melhor conduta diagnóstica ou terapêutica para o caso apresentado. A iniciativa é considerada uma ferramenta de ensino aos que pretendem prestar a prova, além de ser fonte de atualização abrangente e interativa. Um dos idealizadores do curso, Artur Parada conta que, no período em que presidiu a SOBED, havia uma preocupação em fazer uma revisão dos principais temas da especialidade diante do rigor da prova de título mas, por outro lado, havia a dúvida se a iniciativa de promover um curso com uma revisão geral da especialidade na véspera do exame seria real- abril/junho 2013 mente eficiente. Segundo ele, a diretoria chegou à conclusão de que em meados de 2007, a atividade deveria ser realizada. Inicialmente, o Teste seus Conhecimentos era voltado apenas para os candidatos à prova. Posteriormente, titulados começaram a participar em busca de atualização. “Temos trazido os grandes experts da endoscopia nacional para realizá-lo, o que tem alterado o público presente na atividade”, observou o atual coordenador-geral do curso, Flávio Hayato Ejima. Segundo ele, 50% dos participantes já possuem TEE. De acordo com Ejima, a revisão passou a ser baseada em evidências nos últimos anos e isso agregou qualidade ao trabalho realizado. No dia 4 de maio, pós-simpósio, aproximadamente 80 candidatos participaram da prova para a obtenção do Título de Especialista em Endoscopia e/ou Certificado de Área de Atuação em Endoscopia Digestiva no mesmo local onde foi realizado o curso. A divulgação do resultado será feita em até 20 dias após a realização da prova e comunicada aos candidatos formalmente por carta. De praxe, a SOBED aproveitou a ocasião para realizar reunião da diretoria REVISTA SOBED 27 info RDC no 06/2013 Vitória com a RDC 28 revista SOBED abril/junho 2013 Anvisa divulga legislação específica para serviços de endoscopia e especialistas comemoram após luta de quase quatro anos Por Anderson Dias Fotos: © Shutterstock O abril/junho 2013 último dia 4 de março pode ser considerado histórico para os médicos endoscopistas do Brasil. Nessa data, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou a Resolução da Diretoria Colegiada no 6 de 2013 (RDC no 06/2013), que impõe regras e procedimentos exclusivos a serviços de endoscopia públicos e privados em todo o País. Essa é uma das bandeiras mais antigas reivindicadas pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). As negociações com o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Anvisa começaram em 2009 e, internamente, um ano antes, na época do surto de micobacteriose. A partir da entrada em vigor da RDC, os serviços de endoscopia têm até três meses para se adequarem à nova legislação, com exceção das mudanças para infraestrutura em recursos humanos. Para esses pontos, o prazo de adequação é de um ano. Antes da RDC no 06/2013, os estabelecimentos que realizavam endoscopias seguiam regras gerais relacionadas ao processamento de equipamentos e acessórios. O grande foco das novas regras é a limpeza e higiene, tanto de equipamentos como do local reservado aos procedimentos, já que falhas nesse sentido representam grande risco de contaminação para pacientes. Para o presidente da Comissão de Título de Especialista e sua Atualização da SOBED, Flávio Hayato Ejima, que auxiliou na elaboração da nova legislação, a reação dos en- doscopistas foi positiva. “Essa é uma luta que se iniciou efetivamente em 2008. O cenário era complicado. As autoridades sanitárias até cogitaram proibir as endoscopias no Brasil”, explicou o especialista. Para que fosse possível chegar à publicação desta RDC, Ejima salientou o trabalho das diretorias anteriores da Sociedade. De acordo com o especialista, nesse momento de crise, em 2008, a instituição teve forte atuação. Vale lembrar que, no biênio 2008-2010, o presidente da SOBED foi Carlos Alberto Capellanes, que iniciou as negociações para a implantação da Resolução. Ejima lembrou também que, na essência, a RDC no 06/2013 é um compilado de normas já existentes. “Foram unificadas diversas ações que já faziam parte de recomendações isoladas do Ministério da Saúde, do Trabalho e Emprego, do CFM e da Anvisa. Isso facilita e qualifica o trabalho das autoridades sanitárias”, opinou. No texto original da nova legislação, assinada pelo diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, as disposições iniciais mostram que o objetivo é “estabelecer os requisitos de boas práticas do funcionamento para os serviços de endoscopia com via de acesso ao organismo por orifícios exclusivamente naturais”. Principais medidas Diversas clínicas que oferecem o exame endoscópico se anteciparam e hoje já cumprem o que foi determinado na RDC. Entre REVISTA SOBED 29 info RDC no 06/2013 Serviços de endoscopia receberam o prazo para se adequar à legislação até o dia 4 de junho 30 revista SOBED as principais medidas, é possível citar as classificações dos serviços de endoscopia, os processos detalhados, o registro diário de procedimentos, com data e horário do exame, nome do paciente, data de nascimento, sexo, procedimento realizado, nome do profissional que executou o procedimento e identificação do equipamento. Em situações de emergência, a RDC determina que o serviço de endoscopia esteja preparado e equipado para estabilizar o paciente, até que seja possível uma remoção segura ou que ocorra a sua liberação para recuperação em domicílio. Outra determinação é que qualquer paciente submetido à endoscopia, sob qualquer tipo de sedação, deve ter um acompanhante adulto. Em caso de remoção, a RDC determina que um endoscopista acompanhe o paciente durante todo o tempo. “As novas medidas têm como principais benefícios a segurança dos pacientes, além de normatizar cuidados com a segurança também dos profissionais”, disse Ejima. O especialista acredita que os serviços de endoscopia não terão grandes dificuldades para cumprir integralmente a RDC, pois não há medidas “mirabolantes”. Embora ele admita que muitos estabelecimentos não sigam essas diretrizes. Entre as especificações do documento, está também a obrigatoriedade de todo e abril/junho 2013 qualquer serviço de endoscopia, autônomo ou não, estar sob responsabilidade de um profissional legalmente habilitado, ou seja, um endoscopista com título de especialista. Para chegar ao texto final desta Resolução, Ejima ressalta a importância da aproximação com os órgãos responsáveis. “A aproximação da instituição com órgãos como o CFM, a Anvisa, a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) fez com que essa reivindicação crucial fosse atendida”, lembrou o presidente da Comissão de Título de Especialista e sua Atualização. “Com o Procedimento Operacional Padrão (POP) todas as etapas do processamento de equipamentos e acessórios utilizados nos procedimentos endoscópicos são detalhados”, afirma Ejima. E continua: “O POP deverá respeitar a legislação referente ao uso dos agentes saneantes e as orientações contidas nos manuais de processamento, seja de limpeza, esterilização, acondicionamento, manuseio e conservação”, completa. Fotos: © Thiago Teixeira / RS Press Entusiastas Embora a publicação da RDC seja uma conquista de todos os endoscopistas digestivos, alguns nomes estão intimamente ligados a essa reivindicação. Além de Flávio Ejima, Tadayoshi Akiba e Vera Mello participaram ativamente desse processo. Vera Mello, que é presidente da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED, diz que a publicação da Resolução não foi surpreendente, mas a aliviou. “Não posso negar a intranquilidade até ler a publicação no Diário Oficial da União”, admitiu. A especialista lembrou que a conquista, em si, não significa uma norma legal pronta. “O que pode acontecer depois [da publicação] também é dependente de outros olhares internos da instituição e da consulta pública”, lembrou. Um dos pontos citados por Vera foi também o surto de micobacteriose, em 2008. Segundo a endoscopista, o fato, embora lamentável, foi o mote para a Anvisa começar as discussões sobre a RDC. “Nesse caso, en- abril/junho 2013 Mesmo antes da RDC, a especialidade conseguiu se impor por seu próprio mérito Vera Mello - Endoscopista e presidente da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED doscopistas digestivos foram arrolados sem nenhuma culpa para que a própria Anvisa, reconhecendo o fato, reparasse na necessidade da separação dos procedimentos endoscópicos por vias naturais dos demais realizados por outras vias”, disse. Vera Mello disse que, independentemente da RDC, os endoscopistas têm mostrado qualidade e mérito, mesmo que antes não existisse um conjunto de normas específicas para a especialidade. De acordo com ela, foi a demanda crescente pelos procedimentos endoscópicos que iniciou um novo ciclo para a especialidade, não apenas com a formação de novos especialistas, mas com melhorias na infraestrutura e condições de funcionamento. “É a especialidade se impondo por seu próprio mérito”, resumiu. A especialista continuou: “A RDC da Endoscopia faz parte do processo evolutivo, e como disse anteriormente, precipitado pelo surto de micobacteriose. [A resolução] tem a vantagem de reunir em um único documento o que realmente é importante para a segurança dos procedimentos, dos pacientes em todas as etapas do atendimento e dos profissionais”. Sobre a possibilidade de alguns estabelecimentos não conseguirem se adequar à RDC, Vera Mello é taxativa. “Aqueles serviços que ao longo de todos estes anos não acompanharam as normas legais ou que não receberam orientação das respectivas sociedades de especialidade, terão enorme dificuldade de todas as REVISTA SOBED 31 info RDC no 06/2013 Outras especificações para os profissionais Além da determinação de um profissional legalmente habilitado, a RDC no 06/2013 traz especificações sobre os profissionais que vão atuar nos serviços de endoscopia. O estabelecimento deve promover a capacitação de seus funcionários antes do início das atividades e de forma permanente. Todo esse processo em conformidade com as atividades realizadas. Conheça os temas das capacitações: • Prevenção e controle de infecção em serviços de saúde, utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e higienização das mãos; • Procedimentos de limpeza, desinfecção, esterilização, transporte, armazenamento, manuseio e funcionamento dos equipamentos e acessórios; • Monitoramento da eficácia dos saneantes; • Gerenciamento de resíduos; • Atendimento de emergência. ordens”, lembrou. “A SOBED, há muitos anos, se preocupa com a legalidade e especialmente com a segurança sob todos os aspectos e tem se empenhado neste sentido tanto com as publicações quanto nos congressos”, disse, ao lembrar que a instituição realiza fóruns sobre o assunto há mais de sete anos. “Para exemplificar, a presença de uma sala específica para processamento com critérios de segurança para os trabalhadores, a portaria no 485 do Ministério do Trabalho e Emprego foi publicada em novembro de 2005”, lembrou Vera. Por outro lado, ela recordou que alguns estabelecimentos, mesmo com conhecimento total das normas, não conseguiram segui-las em função de dificuldades financeiras. “As exigências do setor regulatório não foram, para a maioria dos serviços, acompanhadas por uma remuneração condizente pelos tomadores de serviços médicos, isso tanto na saúde pública quanto na privada.” A médica, no entanto, espera alguma mudança nesse cenário após a publicação da RDC no 06/2013. “Nossos problemas 32 revista SOBED econômico-financeiros estão se agravando há muitos anos e penso que agora, com situações de remuneração e ressarcimentos insustentáveis, além de uma norma legal específica a ser exibida, talvez estanquemos o ‘quebra galhos’, pois o maior beneficiário não é o paciente”, opinou. O representante da SOBED na Anvisa, Tadayoshi Akiba, concorda que a organização, estruturação e padronização da endoscopia no Brasil é um fato que tem ocorrido há mais de cinco anos. “A partir de 2006, houve uma melhora significativa nos serviços de endoscopia nos grandes hospitais. Esse movimento influenciou os menores e os centros de diagnóstico paulatinamente”, disse, ao lembrar também da intensificação da fiscalização da Anvisa no âmbito municipal. A primeira reunião na Agência Nacional de Vigilância Sanitária para elaboração da RDC foi realizada em outubro de 2009. Agora, Akiba espera que os médicos endoscopistas auxiliem na divulgação e cumprimento das normas. “Essa é nossa expectativa. Aqueles que estão dentro da lei devem incentivar e auxiliar todos a fazerem o mesmo”, opinou. O especialista lembrou-se de uma queixa frequente dos médicos endoscopistas mesmo antes da publicação da Resolução. “Algumas operadoras de saúde têm se recusado a assumir os custos, principalmente nos contratos de pacotes”, salientou. A publicação da RDC foi destaque também no site oficial da Anvisa. No dia 5 de março, o portal divulgou a notícia intitulada Serviços de endoscopia ganham regras para segurança do paciente. O material cita alguns trechos da Resolução. “Para as categorias II e III, por exemplo, será obrigatória a presença de desfibrilador, ressuscitador manual do tipo balão autoinflável, sondas de aspiração, entre outros equipamentos. Isso porque os serviços dessas categorias são os que utilizam algum tipo de sedação. Já as endoscopias de categoria I utilizam apenas anestesia tópica”, traz o documento. ONLINE Confira a íntegra da RDC no 06/2013 no site da SOBED: www.sobed.org.br abril/junho 2013 você Esporte Conheça a história de dois médicos que foram até o Japão e viram o Corinthians conquistar a Copa do Mundo de Clubes da Fifa Foto: © Luis Maruta / Arquivo Pessoal © Site Só dá Timão / Divulgação A Por Anderson Dias paixão por um clube de futebol leva torcedores de todo o mundo a fazer loucuras. E talvez seja este até um dos grandes segredos desse esporte ser o mais popular do mundo: o poder de igualar pessoas. De diferentes países, profissões, classes sociais, raças e religiões, elas se reúnem e se unem para torcer por suas equipes. No Brasil, país onde o futebol é praticado desde em paredes de quintal até grandes estádios, um clube foi capaz de levar quase 12 mil torcedores apaixonados, literalmente, ao outro lado do mundo. Mais que isso, após conseguir o título inédito da Copa Libertadores da América, o Corinthians levantou a taça de campeão mundial após derrotar os ingleses do Chelsea por 1 a 0, no Japão. E se engana quem pensa que profissionais de atividades consideradas “frias”, como a medicina, que exige atenção, erro zero e qualificação constante não combinam com esse cenário do futebol. Exemplo disso é o endoscopista João Henrique Meira Sousa, que mora na cidade de Socorro, no interior de São Paulo. Ele trabalha na Santa Casa do mesmo município, na Santa Casa de Mogi Mirim e também no Hospital Municipal de Itapira. Sousa se diz corintiano “desde que nasceu” por influência de seu pai. No ano passado, um dia após ver seu time vencer a Libertadores pela primeira vez, comprou as passagens para o Japão, a fim de acompanhar a equipe na Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Porém, não satisfeito em acomLuis Maruta, médico panhar as duas partidas do Timão no torneio, Sousa esteve endoscopista literalmente junto ao Corinthians no Japão. “Fiz questão de do HU USP me hospedar no mesmo hotel que a delegação corintiana, acompanhar os treinos, ir aos mesmos restaurantes, enfim, perseguir a equipe”, contou o fanático médico alvinegro. Tanta persistência rendeu ao endoscopista 12 autógrafos de atletas como Guerrero, Danilo, Emerson e Alessandro, todos titulares absolutos da equipe armada pelo técnico Tite. Sem contar o fato mais destacado por Sousa. “Na viagem de trem entre Nagoya e Yokohama, entrei na composição um pouco atrasado e, quando vi estava no mesmo vagão dos jogadores. A segurança gentilmente me retirou, mas foi mais uma oportunidade de estar perto de todos eles”, relembrou empolgado. 34 revista SOBED abril/junho 2013 Os LOUCOS endoscopistas digestivos abril/junho 2013 REVISTA SOBED 35 você Esporte Emoções Mais um “louco” Entre esses milhares de torcedores corintianos, havia pessoas pertencentes a diferentes classes sociais e com diversas profissões. A Revista SOBED teve acesso a mais um endoscopista que cruzou o planeta para ver o Corinthians de perto durante o Mundial de Clubes. Trata-se de Luis Maruta, médico do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). O especialista começou a torcer pelo clube paulistano na década de 1970, período considerado o mais difícil da história do clube, já que ficou 23 anos sem ganhar um título sequer (tabu quebrado em 1977, na tão lembrada final do Campeonato 36 revista SOBED A conquista O Corinthians conquistou o direito de disputar o Campeonato do Mundo de Clubes da Fifa, após, vencer pela primeira vez a Copa Libertadores da América no primeiro semestre de 2012. O caminho da equipe do Parque São Jorge, no Japão, começou no dia 12 de dezembro, contra os egípcios do Al Ahly Sporting Club, na cidade de Toyota. O gol da vitória foi marcado pelo peruano Guerrero, aos 30 minutos do primeiro tempo. O adversário do Timão saiu do duelo entre Monterrey, do México e Chelsea, da Inglaterra, um dos clubes mais poderosos da Europa. No jogo disputado em Yokohama, a equipe britânica venceu por 3 a 1, sem dificuldades, com gols de Mata, Torres e um contra de Chávez. O gol de honra dos mexicanos foi feito por De Nigris. A final, então, estava marcada para o dia 16 de dezembro de 2012. O estádio de Yokohama seria o palco. De um lado, o poderoso Chelsea, com atletas do mundo inteiro e um dos melhores rendimentos financeiros do mundo. Do outro o Corinthians, com uma equipe experiente, sem grandes estrelas e um estilo de jogo padronizado, definido por Tite. Após um jogo bem disputado tecnicamente, mais uma vez o peruano Guerrero apareceu para marcar o gol da histórica vitória alvinegra no Japão. A vitória valeu a taça do Mundial e deu início a uma das maiores festas da história do futebol brasileiro. Paulista contra a Ponte Preta, de Campinas). Criado em Londrina, no estado do Paraná, Maruta teve contato com o Corinthians quando se mudou para São Paulo e assistiu a sua primeira partida em estádio. “Foi um vírus que me contaminou, e tornou-se resistente a tudo e a todos. Não houve sequer influência familiar, já que meus dois irmãos mais velhos torcem para outras equipes”, conta o médico. abril/junho 2013 Foto: © Fox Sports / Divulgação © João Souza / Arquivo Pessoal Após uma Libertadores vencida de maneira invicta, de enfrentar o frio do Japão e de eliminar o Al Ahly Sporting Club, equipe do Egito, era chegado o dia da grande decisão do torneio da Fifa. Com uma temperatura que beirava os 3ºC, os corintianos cantavam sem parar nas arquibancadas no Estádio Nacional de Yokohama. Sousa conta que os últimos 45 minutos foram extremamente emocionantes. “Chorei durante toda a etapa final. Fiquei ajoelhado nas arquibancadas, não tinha muita noção do que estava acontecendo”, disse o médico torcedor. Apesar da conquista histórica, o endoscopista diz que o mais importante no Japão não foi a taça trazida na bagagem. “Penso que o grande destaque foi a festa da torcida corintiana naquele país. Tínhamos lá 12 mil corintianos brasileiros, 10 mil do Japão e centenas de outros países, como Austrália, China, Cingapura e de algumas localidades da Europa. Foi marcante”, resumiu. Outro caso lembrado por ele foi o fato de, na segunda-feira, dia posterior ao título, os aeroportos no Japão e nos Estados Unidos (utilizados como conexões para voos vindos do país oriental até o Brasil) estarem lotados de corintianos. De acordo com o médico, em Tóquio, por exemplo, o terminal aéreo “parecia o estádio do Pacaembu”. Por ter iniciado sua “loucura” pelo Corinthians nesse período, Maruta diz que seu grande ídolo no clube é Rivelino. Ele contou também uma história sobre outro ídolo corintiano: Sócrates. “Quando ainda era estudante de medicina, já tinha visto o Sócrates dar espetáculo no time de futebol da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-SP). Na competição entre faculdades de medicina (Intermed), o time deles ganhava os jogos de goleada e dava gosto de ver o espetáculo, mesmo a Med USP perdendo” admitiu. O endoscopista lembra que, ao lado de Sócrates, uma das estrelas desse time, era Artur Parada, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). Sobre a viagem, Maruta lembrou que estava de férias do trabalho na época do Mundial de Clubes da Fifa. O endoscopista disse que, com a viagem garantida, sua maior preocupação era adquirir os ingressos, o que conseguiu graças à ajuda de uma amiga que mora no Japão. Curiosidades e aventuras Mas além de ver o Corinthians levantar a taça do campeonato de clubes mais im- abril/junho 2013 À esquerda, Corinthians comemora taça do Mundial da Fifa, com direito a troféu do goleiro Cássio como melhor jogador do torneio; À direita, João Souza, endoscopista, acompanhou o Corinthians em restaurantes, hotéis e até no trem bala portante do mundo, os “loucos” que cruzaram o planeta também tiveram de enfrentar algumas dificuldades. Embora o Japão seja um país hospitaleiro e organizado, alguns corintianos tiveram problemas com o clima, alimentação, cultura e principalmente, com o idioma. O médico João Henrique Sousa admite que sua principal barreira foi mesmo o idioma. ”Antes da viagem, muitas pessoas me disseram que no Japão, a maioria dos habitantes fala inglês. Ledo engano. De 25 diferentes restaurantes que fomos, apenas cinco tinham cardápio em inglês”, contou. Outros fatores citados pelo médico mostram a sempre lembrada organização, educação e preparação dos japoneses para grandes eventos. “A rede de transportes é muito boa, o povo faz o melhor para receber bem os estrangeiros e há muita organização e limpeza”, opinou. Já Maruta se lembrou de como essa ”mistura” entre japoneses e brasileiros foi civilizada. “Como tenho acesso à cultura de lá, para mim não houve tanto choque. Mas é bonito lembrar que havia corintianos para todos os lados, todos com uniformes, bandeiras e faixas. Todos gostaram muito da estada e pretendem revisitar o Japão ao lado de suas famílias”, concluiu o médico. REVISTA SOBED 37 amb Associação Médica Brasileira O Sistema Público de Saúde O Brasil se aproxima dos 200 milhões de habitantes, com cerca de 150 milhões dependendo exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Quem pode, paga um plano de saúde. Hoje, ter assistência médica privada é o segundo “objeto de desejo” do brasileiro, perdendo somente para a casa própria. Esse anseio tem várias explicações. Uma importante é que o SUS projetado, concebido, desejado é bastante diferente do que nos deparamos no cotidiano. O governo tenta explicar que é devido à falta de médicos, porém precisa ser claro com a população e dizer quanto o SUS paga por uma consulta de um pediatra ou de um ginecologista (menos de R$ 3). O povo precisa saber quanto o SUS paga por uma cirurgia de adenoide-amígdala (R$ 183,41), para retirar o apêndice (R$ 161,03 – esse valor inclui o anestesista), para uma curetagem uterina (R$ 67,03), para 38 revista SOBED uma ultrassonografia abdominal (R$ 24,20), para um raio-X do tórax (R$ 14,32). O governo precisa dizer em quantas cidades não se consegue fazer um hemograma ou uma ultrassonografia de qualidade. Aí sim, dizer quantos médicos o Brasil precisa, e em quais especialidades/áreas do conhecimento, para trabalhar onde e com que remuneração. Temos quase 400 mil médicos no Brasil, que se concentram nas capitais e grandes cidades das regiões sul e sudeste. Tudo isso como consequência da inoperância do governo (nas três esferas: municipal, estadual e federal) em criar condições adequadas de trabalho em vários municípios e pagar salários dignos. Quanto o Governo Federal paga por 40h semanais de trabalho de um médico que já tem 25 anos de emprego? Qual o salário de um médico que trabalha 20h semanais no governo do estado do Ceará? E o médico que trabalha 20h semanais para a prefeitura de capitais brasileiras? abril/junho 2013 Soluções existem desde que sejam encaradas verdadeiramente e não criando subterfúgios ou procurando culpados. É notório o subfinanciamento da saúde pública brasileira (hoje cerca de R$ 2/habitante/dia). O Brasil investe menos em saúde (porcentual do Produto Interno Bruto - PIB) que a média dos países africanos e que outros da América do Sul. É amadora a gestão em vários locais. Os desvios que ainda teimam em acontecer são vergonhosos. Como se consegue facilmente tantos recursos para estádios de futebol e não temos recursos para financiar adequadamente o SUS? Sabe-se que ao longo dos últimos anos a esfera federal vem se desonerando em relação aos investimentos na saúde quando comparados aos recursos de estados e municípios. Quem mais arrecada em tributos no Brasil (uma das maiores cargas tributárias do mundo) é o Governo Federal, que hoje contribui menos que estados e municípios juntos. abril/junho 2013 Além da falta de recursos, a distribuição não se dá de forma equitativa. Vários bons serviços existentes não são acessíveis a todos e a qualidade deixa a desejar em inúmeras situações. Muitos que necessitam não conseguem, pois continuam longas as filas de espera para consultas, exames e cirurgias. Não se mensuram rotineiramente os resultados produzidos pelas diferentes intervenções. Sabe-se há muito tempo que o maior impacto nos custos da saúde é rapidez e qualidade do acesso. Nesse momento não temos acesso a todos os serviços no SUS e muitos têm qualidade questionável. A saúde é o nosso bem maior e os brasileiros merecem respeito. Vamos juntos dar um basta nessa situação que aumenta o sofrimento do nosso povo, especialmente do mais pobre e carente. Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) REVISTA SOBED 39 ética Vera Mello Juiz consolida posição do CFM de que somente prova das sociedades de especialidades ou residência conferem título U ma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da Primeira Região, publicada em novembro, consolida entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM) de que cursos de pós-graduação lato sensu não conferem ao médico o direito de se inscrever nos conselhos de medicina como especialista ou anunciar tal título. A decisão indeferiu recurso de médicos que pleiteavam usar, em anúncios, a expressão “pós-graduados”. Pleiteavam, ainda que o art. 3º, alínea “i” da Resolução CFM 1.974/2011 tivesse seus efeitos suspensos. 40 revista SOBED O TRF, no entanto, entendeu e frisou que títulos acadêmicos (de pós-graduação lato sensu), ainda que reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), podem se confundir, aos olhos leigos, com a especialidade médica reconhecida pelos conselhos de medicina. “Portanto, para se reconhecer a especialidade médica, o conselho pode, legitimamente, ser mais exigente do que o MEC, ao regulamentar requisitos mínimos”. Em sua deliberação, o tribunal ressaltou que “de nenhuma maneira a atuação do CFM impede ou inibe a aquisição de graus superiores de educação”. No documento, o juiz federal Renato Martins Prates argumenta que a decisão pretende impedir que o médico que somente tenha curso de pós-graduação possa ser admitido como especialista abril/junho 2013 em determinada área médica sem possuir todos os requisitos necessários, induzindo a clientela à confusão. Para o CFM, a decisão está de acordo com a legislação e as normas que disciplinam a matéria, tornando evidente a competência da entidade para determinar, por meio de resolução, as qualificações necessárias à publicidade de especialidades médicas. A decisão “estabelece de maneira inquestionável que cursos lato sensu não outorgam valores para a prática profissional ou habilitações para anúncio publicitário de especialidades médicas”, avalia o primeiro vice-presidente Carlos Vital. De acordo com a resolução, é vetado o anúncio de pós-graduação realizada para a capacitação pedagógica, exceto quando estiver relacionado à especialidade ou área de atuação devidamente registrada no CRM. Para o CFM, a decisão está de acordo com a legislação e as normas que disciplinam a matéria, tornando evidente a competência da entidade para determinar, por meio de resolução, as qualificações necessárias à publicidade de especialidades médicas CFM reforça entendimento aos médicos Em diversos informes aos médicos, o CFM tem destacado que cursos de pós-graduação lato sensu, ainda que reconhecidos pelo MEC, não têm valor para a atividade profissional e não habilitam ao médico se anunciar como especialista, tendo somente valor acadêmico. Apenas duas formas podem levar o médico a obter a especialização: por meio de uma prova de títulos e habilidades das sociedades de especialidades filiadas à Associação Médica Brasileira e/ou por residência médica reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica. A entidade tem debatido constantemente o assunto e está atenta a propagandas de alguns cursos que induzem a interpretação equivocada. Ressalta ainda abril/junho 2013 que a residência multiprofissional é uma modalidade lato sensu destinada às categorias profissionais da área da saúde, exceto a médica (Lei nº 11.129/2005). Em se tratando dessas três opções (residência multiprofissional, cursos de especialização e residência médica), apenas aos que cursaram esta última pode ser conferido o título de especialista. O médico somente poderá anunciar especialidade quando o título estiver registrado no CRM. Fonte: Conselho Federal de Medicina (CFM) Vera Mello, Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED REVISTA SOBED 41 Por dentro Aparelho digestivo e saúde em destaque Câncer de estômago pode ser detectado pelo hálito Em um levantamento com 130 pacientes, pesquisadores israelenses e chineses descobriram que um exame de hálito simples tinha 90% de precisão no diagnóstico e na diferenciação do câncer de estômago e problemas na região estomacal. O novo teste tenta detectar perfis químicos no hálito que são característicos de pacientes com esse problema de saúde. Isso ocorre porque a doença possui uma espécie de marca, uma característica específica: compostos orgânicos voláteis, que emitem um cheiro e podem ser detectados usando um kit médico ou talvez até cães farejadores. Os estudos foram realizados com 37 pacientes com câncer de estômago, 32 tinham úlceras e 61 tinham outros problemas de estômago. Além de definir a diferença entre todos os problemas em 90% das vezes, o exame do hálito também conseguiu apontar em quais casos o câncer estava nos estágios iniciais e em quais estava em fases mais avançadas. 42 revista SOBED Governo Federal estimula a produção nacional de medicamentos Um pacote de iniciativas, que visam impulsionar a indústria brasileira de medicamentos, foi anunciado pelo Governo Federal. Foram firmadas oito parcerias entre laboratórios públicos e privados para a produção nacional de medicamentos e equipamentos no mês de abril. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a economia do governo gerada com a produção nacional chega ao paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quanto menor o gasto do governo com a importação, mais medicamentos poderão ser ofertados gratuitamente pelo SUS”, explicou, em nota divulgada pela pasta. No encontro também foram assinados acordos de cooperação entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para consolidar o processo de concessão de patentes e registro a produtos prioritários para a saúde pública. Ao todo serão 63 parcerias entre 15 laboratórios públicos e 35 privados para a produção nacional de 61 medicamentos e seis equipamentos. As parcerias preveem a transferência de tecnologia para produção de cinco medicamentos, uma vitamina e quatro equipamentos que, atualmente, são consumidos por quase 754 mil pessoas pelo SUS. abril/junho 2013 Fotos: © Shutterstock Queda do hormônio do sono está relacionada ao aumento das chances de diabetes A diminuição do hormônio melatonina, que favorece o sono, está vinculada a um risco maior de diabetes tipo 2 em adultos, segundo um estudo publicado no Journal of the American Medical Association. Os níveis de melatonina, produzida pelo cérebro durante o sono, estão em seu nível mais elevado durante a noite, o que permite regular o ritmo biológico. A pesquisa foi realizada com 370 mulheres da mesma raça e idade, que desenvolveram a doença e outras 370, sem qualquer sintoma da doença. Os cientistas descobriram que os participantes diabéticos tinham baixo nível de melatonina durante a noite em comparação com o grupo sadio. E, de acordo com os especialistas, níveis baixos de melatonina à noite dobram o risco de desenvolver diabetes em comparação com níveis elevados. Também foram observados outros fatores, como obesidade, histórico familiar ou estilo de vida, como a dieta alimentar, a prática de exercícios físicos, o tabagismo ou a duração do sono. Metabolismo intestinal faz carne elevar risco de doença cardiovascular Consumir carne vermelha pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine. Isso ocorre porque o alimento possui uma substância denominada L-carnitina que, se consumida em excesso, pode ser prejudicial à saúde, pois o metabolismo da substância por bactérias no intestino produz a TMAO, que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, podendo desencadear um processo de aterosclerose. Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas abril/junho 2013 demonstram que há uma relação direta entre a produção de TMAO e o risco elevado de doenças cardiovasculares. A pesquisa foi realizada com camundongos e seres humanos, incluindo vegetarianos. Concluiu-se que quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior o risco de desenvolver aterosclerose e outras doenças cardiovasculares. Essa substância altera a maneira como o colesterol e os esteroides são metabolizados e inibe um processo chamado “transporte reverso de colesterol”, que resulta em um aumento do acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias. REVISTA SOBED 43 Por dentro Aparelho digestivo e saúde em destaque Microchip controla o apetite e combate a obesidade Cientistas britânicos apresentaram um microchip desenvolvido para ser implantado no corpo humano com o objetivo de controlar o apetite e combater a obesidade. O chip deverá ser implantado junto à cavidade peritoneal do abdome, preso ao nervo vago (pneumogástrico), por meio de eletrodos. Esse nervo regula o apetite e outras funções dos organismos. Após testes satisfatórios nos laboratórios do Imperial College, os testes em animais estão prestes a começar, já em humanos e a expectativa é que ocorram em três anos. Com base nos dados coletados, o chip poderá enviar estímulos elétricos ao cérebro, reduzindo o apetite. De acordo com os pesquisadores, o chip pode se tornar uma alternativa à cirurgia de redução do estômago, já que a nova técnica poderá controlar o desejo de comer. Uma empresa americana também desenvolveu a mesma técnica com os chips em 239 pacientes. Como resultado, registraram a eliminação de 20% do excesso de peso no corpo. 44 revista SOBED Variações genéticas podem levar à obesidade mórbida e leve Publicado na revista Nature Genetics, um estudo desenvolvido pela Universidade de Uppsala, na Suécia, identificou sete novas variações genéticas ligadas à obesidade e outras quatro variantes relacionadas à altura de uma pessoa. Os pesquisadores chegaram à conclusão que a sobreposição de variações associadas a medidas do corpo, que interfere no índice de massa corporal (IMC), que relaciona altura e peso de um indivíduo, pode desencadear tanto as formas mais extremas de obesidade quanto as mais brandas de excesso de peso. O DNA de aproximadamente 260 mil pessoas foram analisados, juntamente com as variações genéticas nos indivíduos associadas à obesidade. A partir dos achados, os pesquisadores concluíram que os mesmos mecanismos que levam à obesidade mórbida estão ligados às formas mais leves do problema de saúde. Para Erik Ingelsson, coordenador da pesquisa, os resultados sugerem que indivíduos com obesidade mórbida talvez tenham um maior número de variações genéticas ligadas ao excesso de peso, em comparação com pessoas com obesidade mais leve, e não variações completamente diferentes. Ele acredita que a descoberta é importante para aumentar o conhecimento biológico sobre as origens da obesidade em gravidades diferentes. Pesquisa confirma a possibilidade de bloquear a metástase Cientistas do Centro de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue (INCT Sangue) realizam atualmente uma pesquisa que visa bloquear a metástase, aumentando assim as chances de cura. Os tumores são formados por agrupamentos de células que aderem umas às outras e interagem entre si. Se elas forem fracas, maior será a probabilidade de que elas se soltem e migrem para outros órgãos e tecidos, dando origem à metástase. A proteína chamada ARHGAP21 é responsável por essa adesão. E os cientistas, ao retirá-la de células tumorais humanas de um câncer de próstata, em testes de laboratório, constataram que elas não se moviam e por isso não ocorria a metástase. Porém, os pesquisadores ressaltaram que ainda não sabem se é possível inativar essa proteína em humanos devido a muitas outras funções, inclusive benéficas, por ela desempenhada nas células. A partir de agora, os pesquisadores vão simular diversos tipos de tumores em camundongos com células cancerígenas sem a ARHGAP21 para avaliar a possibilidade de utilização da técnica em humanos para bloquear metástase. abril/junho 2013 Foto: © Shutterstock Câncer de intestino em homens cresce 30% em três décadas O Institute of Cancer Research divulgou um levantamento que mostra que os casos de câncer de intestino entre os homens cresceram quase 30% nas últimas três décadas. De acordo com o estudo, trata-se do segundo tipo de câncer mais mortal na Inglaterra, atrás do câncer de pulmão. Segundo a pesquisa divulgada pelo jornal The Guardian, entre as mulheres o aumento registrado foi de apenas 6% no mesmo período. O crescimento da doença foi registrado principalmente entre homens entre 60 e 70 anos. O levantamento ainda mostrou que a taxa de sobrevivência aumentou e a metade dos pacientes vive por, pelo menos, 10 anos após o diagnóstico. Para o diretor do National Cancer Research Network, Matthew Network, os riscos de câncer de intestino aumentam com a velhice e, como a expectativa de vida aumentou consideravelmente nos últimos anos, não é surpresa ver o crescimento nos casos da doença. Ele ainda esclarece que os estudos agora buscam as razões para a elevação do problema em homens. abril/junho 2013 Nova droga para tratar diabetes tipo 2 é aprovada nos EUA O primeiro remédio de uma nova classe de drogas para o diabetes tipo 2 foi regulamentado pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regulamenta medicamentos e alimentos, nos Estados Unidos. O remédio, denominado Invokana, trata a doença de uma forma diferente, impedindo que o açúcar no sangue seja reabsorvido pelo rim e fazendo com que ele seja excretado pela urina. A maioria das drogas que controlam a doença estimula a produção ou melhora a ação da insulina. Para que esse medicamento fosse aprovado, o FDA se baseou nos resultados de nove estudos clínicos que envolveram mais de 10 mil pacientes com diabetes do tipo 2. De acordo com o órgão, a droga é eficaz e segura, e as pessoas que fizeram o uso do Invokana apresentaram melhora no controle de açúcar no sangue. Um dos efeitos adversos mais comuns do remédio foram infecções do trato urinário. Ainda deverão ser realizados cinco estudos após a aprovação do medicamento para determinar outros riscos como doenças cardíacas, câncer e problemas hepáticos. REVISTA SOBED 45 Por dentro Aparelho digestivo e saúde em destaque MS lança portaria sobre cuidados com obesidade De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta anualmente R$ 488 milhões com tratamento de doenças associadas à obesidade. Recentemente, o órgão publicou uma Portaria sobre o tema: Linha de Cuidados Prioritários do Sobrepeso e da Obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o MS, há 1.550.993 pessoas com obesidade grave no País, o que representa 0,8% da população. Um estudo realizado pela pasta em 2011 revelou que a proporção de habitantes acima do peso cresceu de 42,7% em 2006 para 48,5% em 2011. Nesse mesmo período, a quantidade de obesos subiu de 11,4% para 15,8% dos brasileiros. A nova portaria prevê a atenção básica para pessoas obesas e até o atendimento em serviços especializados, como auxílio psicológico. O documento também reduziu de 18 para 16 anos a idade mínima para realizar a cirurgia bariátrica, em casos em que há risco ao paciente. Tal medida ocorreu devido a estudos que apontam o aumento crescente da obesidade entre adolescentes. A idade máxima (65 anos) também foi alterada: a portaria determina que a realização da cirurgia não precisa ser determinada pela idade e sim pela avaliação clínica (risco-benefício) do paciente. Mutações em genes que causam câncer de esôfago são descobertas Pesquisadores da Harvard Medical School (EUA) revelaram ter descoberto mutações em 26 genes que podem causar câncer de esôfago. Eles descobriram o código genético de células tumorais, a partir de 149 doentes, e compararam com as células saudáveis. A descoberta é importante para que seja possível chegar a novos medicamentos para a doença. De acordo com o estudo, a incidência da doença aumentou 600% nos últimos 30 anos, sobretudo nos países ocidentais. Segundo Adam Bass, coautor do estudo, que é a maior análise genética desse tipo de câncer, descobrir as mutações ajuda a compreender o câncer e a encontrar novas terapias. Rim é desenvolvido em laboratório O Hospital Geral de Massachusetts (EUA) desenvolveu um rim em laboratório, que foi transplantado para animais e produziu urina. A técnica resulta em rins menos eficazes do que os naturais, mas representa um avanço para a medicina regenerativa. Os cientistas americanos utilizaram um rim velho, retiram todas as suas células antigas e 46 revista SOBED deixaram apenas uma estrutura básica. Assim, o rim é reconstruído com células retiradas do próprio paciente. Tal procedimento traz duas vantagens para os transplantes de rins. Como o novo tecido será formado com células do paciente, não será necessário o uso de drogas antirrejeição, que evitam que o sistema imunológico bloqueie o fun- cionamento do novo órgão ao corpo. Além disso, é possível aumentar o número de órgãos disponíveis para transplantes. Para que os testes ocorram em humanos, os pesquisadores precisam provar que o rim continuará a funcionar por um longo tempo e há ainda o desafio de colocar as células novas no lugar certo em um órgão maior. abril/junho 2013 Por dentro Diretorias nacionais • diretoria nacional Presidente: João Carlos Andreoli (SP) Vice-Presidente: Ramiro Robson F. Mascarenhas (BA) 1º secretário: Jairo Silva Alves (MG) 2º sesoureiro: Silvana Dagostin (SC) 1º tesoureiro: Dalton Marques Chaves (SP) 2º tesoureiro: Luis Fernando Tullio (PR) • comissões estatutárias Eleitoral, de Estatutos, Regimentos e Regulamentos Presidente: Carlos Marcelo Dotti (MS) Carlos Eugenio Gantois (PE) Eli Kahan Foigel (SP) Geraldo Ferreira Lima Junior (MG) Laercio Tenório Ribeiro (AL) Admissão e Sindicância Presidente: Antonio Gentil Neto José Olympio Meirelles dos Santos (SP) Juarez Alves Sampaio (CE) Científica e Editorial Presidente: Igelmar Barreto Paes (BA) Adriana Vaz Safatle-Ribeiro (SP) Angelo Paulo Ferrari Junior (SP) Claudio Rolim Teixeira (RS) Dalton Marques Chaves (SP) Edivaldo Fraga Moreira (MG) Fauze Maluf Filho (SP) Gilberto Reynaldo Mansur (RJ) José Celso Ardengh (SP) Lucio Giovanni Battista Rossini (SP) Marcelo Averbach (SP) Marcos Clarencio Batista Silva (BA) Vitor Nunes Arantes (MG) Walton Albuquerque (MG) Simpósio Internacional Presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro (SP) Angelo Paulo Ferrari Junior (SP) Claudio Rolim Teixeira (RS) Dalton Marques Chaves (SP) Fauze Maluf Filho (SP) Vitor Nunes Arantes (MG) Consultor internacional: René Lambert (França) Curso ao Vivo Presidente: Marcos Bastos da Silva (ES) Coordenador Geral: Gustavo Andrade de Paulo (SP) Esteban Sadovsky (ES) Herbeth José Toledo Silva (AL) Luiz Fernando Ferreira Campos (ES) Viriato João Leal da Cunha (SC) SBAD Presidente: João Carlos Andreoli (SP) Carlos Alberto Cappellanes (SP) Dalton Marques Chaves (SP) Jairo Silva Alves (MG) Luis Fernando Tullio (PR) Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas (BA) Sérgio Luiz Bizinelli (PR) Silvana Dagostin (SC) Ética e Defesa Profissional Presidente: Vera Helena A. F. de Mello (SP) Tomazo Antonio Prince Franzini (SP) Lincoln Eduardo V. V.de C. Ferreira (MG) Adriane Graicer Pelosof (SP) Claudia Zitron (SP) Oswaldo Luiz Pavan Junior (ES) Avaliação e Credenciamentos de Centros de Ensino e Treinamento Presidente: Admar Borges da Costa Junior (PE) Afonso Celso da Silva Paredes (RJ) Daniel Moribe (SP) Eduardo G. Houneaux de Moura (SP) Eloá Marussi Morsoletto Machado (PR) Fabio Marioni (SP) Giovani Antonio Bemvenuti (RS) José Eduardo Brunaldi (SP) abril/junho 2013 José Flávio Ernesto Coelho (RJ) Ismael Maguilnik (RS) José Flávio Ernesto Coelho Julio Carlos Pereira Lima (RS) Luciana Rodrigues Leal da Silva (BA) Luis Masuo Maruta (SP) Luiz Cláudio Miranda da Rocha (MG) Luiz Sérgio Emery Ferreira (ES) TÍTULO DE ESPECIALISTA E SUA ATUALIZAÇÃO Presidente: Flavio Hayato Ejima (DF) Afonso Celso da Silva Paredes (RJ) Antonio Carlos Coelho Conrado (PE) Beatriz Monica Sugai (SP) Daniela Medeiros Milhomem Cardoso (GO) Fabio Marioni (SP) Guilherme Becker Sander (RS) Jimi Izaques Bifi Scarparo (SP) José Luiz Sebba de Souza (SP) Marco Aurélio D’Assunção (SP) Luis Fernando Túlio (PR) Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG) Ricardo Anuar Dib (SP) Ricardo Rangel de Paula Pessoa (CE) Rodrigo José Felipe (BA) Sérgio Eiji Matuguma (SP) Fabio Segal (RS) Júlio César Souza Lobo (PR) Gerônimo Franco de Almeida (PB) Thiago Festa Secchi (SP) Thiago Andrade Tatagiba (RJ) Sede SOBED Ricardo Anuar Dib (SP) Thiago Festa Secchi (SP) • comissões não estatutárias formação e Treinamento em Técnicas Endoscópicas – Centro de Treinamento Coordenador: Carlos Alberto Cappellanes (SP) Ricardo Anuar Dib (SP) Rodrigo Roda Rodrigues da Silva (MG) Ciro Garcia Montes (SP) Relações Internacionais Coordenação Geral: Glaciomar Machado (RJ) Coord. América do Sul: Everson Luiz de A. Artifon (SP) José Celso Ardengh (SP) Julio Carlos Pereira Lima (RS) Paulo Sakai (SP) Coord. Europa: Adriana Vaz Safatle (SP) René Lambert (FRANÇA) Sérgio Luiz Bizinelli (PR) Walton Albuquerque (MG) Coord. EUA: Angelo Paulo Ferrari Junior (SP) Dalton Marques Chaves (MG) Eduardo G. Houneaux de Moura (SP) Luiz Leite Luna (RJ) Ricardo Anuar Dib (SP) Coord. Japão: Cláudio Rolim Teixeira (RS) Paulo Sakai (SP) Vitor Nunes Arantes (MG) ASSESSORIA À PRESIDÊNCIA Artur Adolfo Parada (SP) Igelmar Barreto Paes (BA) Luiz Felipe Paula Soares (PR) COMUNICAÇãO (Revista SOBED + site + rede SOBED + SOBED em Casa) Coordenador: Gustavo Andrade de Paulo (SP) Alexandre de Souza Carlos (SP) Atanagildo Cortes Junior (MG) Flávio Braguim (SP) José Luiz Paccos (SP) Marcelo Simas de Lima (SP) Ricardo Leite Ganc (SP) DIRETRIZES E PROTOCOLOS Claudio Lyioiti Hashimoto Lix Alfredo Reis de Oliveira (SP) Luiza Maria Filomena Romanello (SP) Paulo Roberto Alves de Pinho (RJ) Tadayoshi Akiba (SP) REPRESENTANTE NAS REVISTAS: GED e Arquivos Brasileiros de Gastroenterologia Alexandre de Souza Carlos (SP) Marcelo Simas de Lima (SP) Paulo Roberto Arruda Alves (SP) REPRESENTANTES EM INSTITUIÇÕES CFM E CNRM Coordernador: Flavio Hayato Ejima (DF) Zuleica Barrio Bortoli (DF) anvisa Coordenador: Vera Helena A. F. de Mello (SP) Carlos Alberto da Silva Barros (MG) Flávio Hayato Ejima (DF) Francisco José Medina Pereira Caldas (RJ) Tadayoshi Akiba (SP) AMB Coordenador: Maria das Graças Pimenta Sanna (MG) Carlos Alberto Cappellanes (SP) Rodrigo José Felipe (BA) Órteses e Próteses: Wagner Colaiacovo (SP) COMISSÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO (CNA) Coordenador: Renato Baracat (SP) Carlos Alberto da Silva Barros (MG) • núcleos Ecoendoscopia Coordenador: Simone Guaraldi da Silva (RJ) Fauze Maluf Filho (SP) José Celso Ardengh (SP) Lucio Giovanni Batista Rossini (SP) Marco Aurélio D’Assunção (SP) Vitor Nunes Arantes (MG) Walton Albuquerque (MG) Pediatria Coordenador: Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG) Cristina Helena Targa Ferreira (RS) Paula Bechara Poletti (SP) Silvia Regina Cardoso (SP) NOTES Ângelo Paulo Ferrari Junior (SP) Marco Aurélio D’Assunção (SP) Pablo Rodrigo de Siqueira (SP) Paulo Sakai (SP) Núcleo de Tabagismo Everton Ricardo de Abreu Netto (AM) patologia endoscópica Coordenador: Filadelfio Euclides Venco (SP) Elisa Ryoka Baba (SP) COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DE HONORÁRIOS MÉDICOS E COOPERATIVAS NAS UNIDADES ESTADUAIS Coordenação: Lincoln Eduardo V. V. de Castro Ferreira (MG) Artur Adolfo Parada (SP) Edson Luiz Doncatto (RS) Francisco das Chagas Gonçalves de Oliveira (CE) Francisco Paulo Ponte Prado Júnior (CE) José Edmilson Ferreira da Silva (RJ) Julio César Souza Lobo (PR) Julio Pereira Lima (RS) Luiz Fernando Tullio (PR) Luiz Paulo Reis Galvão (PE) Marcus Valerius Saboia Rattacaso (CE) Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG) Sandra Teixeira (PR) Sérgio Luiz Bizinelli (PR) Vera Helena de Aguiar Freire de Mello (SP) Viriato João Leal da Cunha (SC) CONSELHO EDITORIAL (LIVROS) Artur Adolfo Parada (SP) João Carlos Andreoli (SP) Luiz Leite Luna (RJ) Marcelo Averbach (SP) REVISTA SOBED 47 Por dentro Diretorias estaduais • ALAGOAS Rua Carlos Povina Cavalcanti, 49 - Apto 302 – Maceió CEP 57036-411 | (82)9631-2000 | [email protected] Presidente: Herbeth Jose Toledo Silva Vice-Presidente: Carlos Henrique Barros Amaral 1º Secretário: Laercio Tenório Ribeiro 1º Tesoureiro: Francisco Milton Mel • AMAZONAS Rua do Congresso, 90 – Manaus CEP: 69010-970 | (92) 9152-9119 | [email protected] Presidente: Jeanne Monique Guimarães Pimentel Vice-presidente: Déborah Nadir Cruz Ferreira 1º Secretário: Ricardo Paes Barreto Ferreira 2º Secretário: Alinne Lais Bessa Maia 1º Tesoureiro: Jorge Luis Bastos Arana 2º Tesoureiro: Lourenço Candido Neves • BAHIA R. Baependi, 162, sala 3 - Ondina – Salvador CEP: 40170-070 | (71) 9338-0220 | [email protected] Presidente: Sylon Ribeiro de Britto Junior Vice-presidente: Luciano Magalhães Oliveira 1º Secretário: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Secretário: Wladimir Campos de Araújo 1º Tesoureiro: Alcione Prates Leite 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva • CEARÁ Avenida Santos Dumont, 1168 – Sala 301 – Centro – Fortaleza CEP: 60150-160 | (85) 9996-0281 Presidente: José Rúver Lima Herculano Junior Vice-Presidente: Luiz Helder de Alencar Moreno 1° Secretário: Ricardo Rangel de Paula Pessoa 2° Secretário: Marcellus Henrique Loiola P. de Souza 1º Tesoureiro: Raphael Felipe Bezerra de Aragão 2º Tesoureiro: João Paulo Aguiar Ribeiro • DISTRITO FEDERAL SGAS, 910, Bloco A, sala 224, Asa Sul – Brasília CEP: 70390-100 | (61) 3242-9203 [email protected] Presidente: Eduardo Aires Coelho Marques Vice-presidente: Francisco Machado da Silva 1º Secretário: Luciana Machado Nonino 2º Secretário: Carmem Alves Pereira 1º Tesoureiro: Fabio Santana Bolinja Rodrigues 2º Tesoureiro: Hermes Gonçalves Aguiar Junior • espírito santo R. Francisco Rubim, 395 - Bento Ferreira – Vitória CEP: 29050-680 | (27) 3324-1333 [email protected] Presidente: Flavia Emília Lima de Oliveirao Vice-presidente: Roseane Valeria Bicalho Ferreira Assis 1º Secretário: Giovana Pereira Nogueira da Gama 2º Secretário: Edorio de Souza Ribeiro 1º Tesoureiro: Márcio Demoner Brandão 2º Tesoureiro: Luiz Fernando Ferreira Campos 48 revista SOBED • goiás Avenida Portugal, 1052 – Setor Marista – Goiânia CEP: 74150-030 | (62) 3251-7208 [email protected] Presidente: Marcelo Barbosa Silva Vice-Presidente: Fernando Henrique Porto Barbosa Ramos 1º Secretário: Daniela Medeiros Milhomem Cardoso 2º Secretário: Marcus Vinicius da Silva Ney 1º Tesoureiro: Américo de Oliveira Silvério 2º Tesoureiro: Eduardo Aguiar Silva Neto • maranhão R. Carutapera 2, Quadra 37 B - Jd. Renascença – São Luís CEP: 65075-690 | (98) 8141-1116 | [email protected] Presidente: Milko Abrantes de Oliveira Vice-presidente: Selma Santos Maluf 1º Secretário: Elian Oliveira Barros 2º Secretário: Clelma Pires Batista 1º Tesoureiro: Djalma dos Santos 2º Tesoureiro: Nailton Jorge Ferreira Lyra • mato grosso Rua 25 de Agosto, 33 - Apto 1801 - Edificio Maison Du Park – Cuiabá CEP: 78043-382 | (65) 9983-1701 | [email protected] Presidente: Roberto Carlos Fraife Barreto Vice-presidente: Carlos Eduardo Miranda de Barros 1º Secretário: José Geraldo Favalesso 2º Secretário: José Carlos Comar 1º Tesoureiro: Ubirajarbas Miranda Vinagre 2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira • mato grosso do sul Rua Goiás, 405 - sala 01 - Jd. dos Estados – Campo Grande CEP - 79020-101 | (67) 3325-6040 | [email protected] Presidente: Rogerio Nascimento Martins Vice-presidente: Marcelo de Souza Cury 1º Secretário: Geraldo Vinicius Ferreira Hemerly Elias 2º Secretário: Adriano Fernandes da Silva 1º Tesoureiro: Eduarda Nassar Tebet Ajeje 2º Tesoureiro: Thiago Alonso • minas gerais Av. João Pinheiro, 161 - Centro – Belo Horizonte CEP: 30130-180 | (31) 3247-1647 | [email protected] Presidente: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho Vice-presidente: Vitor Nunes Arantes 1º Secretário: Roberta Nogueira de Sá 2º Secretário: Ricardo Castejon Nascimento 1º Tesoureiro: Rodrigo Roda Rodrigues da Silva 2º Tesoureiro: Gustavo Miranda Martins • pará Cidade Nova -VI Travessa WE 69, nº302 – Belém CEP: 67140-120 | (91) 3263-7693 | maué[email protected] Presidente: Erivaldo de Araujo Maues Vice Presidente: Zacarias Pereira de Almeida Neto 1º Secretario: Monica Barauna Assunção 2º Secretario: Lilian Costa de Almeida 1º Tesoureiro: Marcos Moreno Domingues 2º Tesoureiro: Aida Lopes Sirotheau Correa abril/junho 2013 • PARAÍBA Rua Sílvio Almeida, 620 - Expedicionários – João Pessoa CEP: 58041-020 | (83) 3244-8080 | [email protected] Presidente: Pedro Duques de Amorim Vice-Presidente: Francisco de Sales Moreira Pinto 1º Secretario: Paulo Duques de Amorim 2º Secretario: Tarcisio Carneiro da Costa 1º Tesoureiro: Fábio da Silva Delgado 2º Tesoureiro: Daniel Chaves Mendes • PARANÁ R. Candido Xavier, 575 - São Rafael – Curitiba CEP: 80240-280 | (41) 3342-3282 [email protected] Presidente: Maria Cristina Sartor Vice-Presidente: Flávio Heuta Ivano 1º Secretario: Wanderlei da Rocha Carneiro Junior 2º Secretario: Rafael Nastas Acras 1º Tesoureiro: Silvia Maria da Rosa 2º Tesoureiro: Sandra Beatriz Marion Valarini • PERNAMBUCO R. Sen. José Henrique, 141, 1º andar, Ilha do Leite – Recife CEP: 52050-020 | (81) 3221-6959 | [email protected] Presidente: Júlia Corrêa de Araújo Vice-Presidente: Admar Borges da Costa Junior 1º Tesoureiro: Antônio Carlos Coelho Conrado 2º Tesoureiro: José Julio Viana 1º Secretario: Carlos Eugênio Gantois 2º Secretario: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo • PIAUÍ Rua Aviador Irapuan Rocha, 1430, Ed. Medical Leste (3º andar) Jóquei – Teresina CEP: 64049-518 | (86) 3221-5968 [email protected] Presidente: Antonio Moreira Mendes Filho Vice-presidente: Carlos Dimas Carvalho Souza 1º Secretário: Valdeci Ribeiro de Carvalho 2º Secretário: Adelmar Neiva de Sousa Sobrinho 1º Tesoureiro: Wilson Ferreira Almino de Lima 2º Tesoureiro: Artur Pereira e Silva • RIO DE JANEIRO R. da Lapa, 120, sl. 309 - Centro – Rio de Janeiro CEP: 20021-180 | (21) 2507-1243 [email protected] Presidente: Ana Maria Zuccaro Vice-presidente: Afonso Celso da Silva Paredes 1º Secretário: Evandro de Oliveira Sá 2º Secretário: Lílian Machado Silva 1º Tesoureiro: Maria Elizabeth Cardoso de Castro 2º Tesoureiro: Mariceli Santos Costa • RIO GRANDE DO NORTE R. Maria Auxiliadora, 804 - Tirol – Natal CEP: 59014-500 | (84) 3198-1900 [email protected] Presidente: Licia Vilas Boas Moura Vice-presidente: Carlos dos Santos Fonsêca 1º Tesoureiro: Mara Lúcia Lauria de Souza Presidente Comissão de Honorários e Defesa Profissional: Verônica de Souza Vale abril/junho 2013 • RIO GRANDE DO SUL Av. Ipiranga, 5.311, sl. 207 - Azenha – Porto Alegre CEP: 90610-001 | (51) 3014-2072 | [email protected] Presidente: Claudio Rolim Teixeira Vice - presidente: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos 1º Secretario: Luciana Filchtiner Figueiredo 1º Tesoureiro: César Vivian Lopes • RONDÔNIA Rua Campos Salles, 2245 - Nova União 03 – Porto Velho CEP: 76801-081 | (69) 9981-5375 | [email protected] Presidente: Adriana Silva Assis Vice-Presidente: Marcelo Pereira da Silva 1° Secretário: Edson Aleotti 2° Secretário: Márcia Coelho de Mello Bach 1° Tesoureiro: Victor Hugo Pereira Marques 2° Tesoureiro: Domingos Montaldi Lopes • SANTA CATARINA Rodovia SC 401, nº 3854, Km 04 - Saco Grande – Florianópolis CEP: 88032-005 | (48) 3231-0324 [email protected] Presidente: Eduardo Nobuyuki Usuy Jr Vice-presidente: Hoiti Okamoto 1º Secretário: Lothar Stange 2º Secretário: Waldir Savi Junior 1º Tesoureiro: Luiz Locks Junior 2º Tesoureiro: Felipe Paludo Salles • SÃO PAULO R. Itapeva, 202, sl. 98 - Bela Vista – São Paulo CEP: 01332-000 | Fone: (11) 3288-6883 [email protected] Presidente: Thiago Festa Secchi Vice-presidente: Dalton Marques Chaves 1º Secretário: Gustavo Andrade de Paulo 2º Secretário: Fábio Marioni 1º Tesoureiro: Francisco Susumu Correa Koyama 2º Tesoureiro: Marcel Langer • SERGIPE R. Guilhermino Rezende, 462, São José – Aracaju CEP: 49020-270 | (79) 3246-2763 | [email protected] Presidente: Simone Déda Lima Barreto Vice - Presidente: Kelly Menezio Oliveira Giardina 1º Secretário: Jilvan Pinto Monteiro 2º Secretário: Raul Andrade Mendonça Filho 1º Tesoureiro: Miraldo Nascimento da Silva Filho 2º Tesoureiro: Patricia Santos Rodrigues Costa • TOCANTINS Rua Engenheiro Bernardo Sayão, 770, Gurupi CEP: 77402-060 | (63) 3312-0013 ou (63)8446-0113 | [email protected] Presidente: Zoroastro Henrique de Santana Vice Presidente: Mery Tossa Nakamura 1º Secretario: Jorge Luiz de Matos Zeve 2º Secretario: Sebastião Geraldo de Melo 1º Tesoureiro: Eduardo Komka Filho 2º Tesoureiro: Haley Pandolfi Junior REVISTA SOBED 49 Por dentro Agenda Confira na relação abaixo os principais eventos ligados à gastroenterologia e à endoscopia digestiva dos próximos meses junho 28 de junho III Curso de Capacitação em Enteroscopia por Cápsula Endoscópica Local: Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Inscrições: www.santacasa.org.br/ instituto-ensino-pesquisa/ensino/cursos 8 a 10 de agosto I Semana Cearense do Aparelho Digestivo (SCAD) Local: Fábrica de Negócios – Fortaleza-CE Inscrições: www.scad2013.com.br 16 e 17 de agosto Oficinas de Balão Intragástrico SOBED 2013 Informações: (11) 3148-8200 – Silene Faria Local: Hospital Estadual Mário Covas –Santo André – SP julho Pré-inscrições: www.oficinabalao.com.br 3 a 5 de julho 40º Gastrão Local: Centro de Convenções Rebouças – São Paulo-SP 24 e 25 de agosto XI International Course of Therapeutic Endoscopy Local: Mendes Convention Center – Santos-SP Inscrições: www.gastrao.org.br Inscrições: www.anacosta.com.br agosto setembro 1 a 3 de agosto Colono 2013 Local: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – São Paulo-SP 7 de setembro Curso Teste seus conhecimentos Local: São Paulo (SP) Inscrições: www.hospitalsiriolibanes.org.br/ ensino 2 a 3 de agosto VIII Encuentro Latinoamericano de cápsula endoscópica VII Encuentro Latinoamericano de enteroscopía com balón Local: Buenos Aires, Argentina www.endiba.org.ar www.sobed.org.br 8 de setembro Prova de Categoria Especial (formados até 1994) Local: São Paulo (SP) Prazo de inscrições: 9/08 www.sobed.org.br novembro 24 a 27 de novembro SBAD 2013 Local: Centro de Convenções de Goiânia – Goiânia-GO Inscrições: www.sbad.org.br 50 revista SOBED abril/junho 2013