RElatório 6 - Rede-Observatório do Programa Mais Médicos

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VER SUS 2015
22 de janeiro de 2015
Raquel Valladares
Iniciamos o dia visitando o CAPSi. Durante está manhã, a equipe de profissionais
que atua no espaço passou por uma supervisão de caso realizada juntamente com uma
profissional convidada. Desta forma, apenas nos apresentamos à equipe e logo após
fomos conduzidos a outro espaço, juntamente com a Residente em Psicologia, a Residente
em Enfermagem e com a Terapeuta Ocupacional.
Neste outro espaço assistimos um breve filme sobre o trabalho realizado no
CAPSi. Em seguida passamos para um momento de conversa, onde os viventes foram
fazendo alguns questionamentos sobre as oficinas realizadas, atendimentos individuais e
em grupo, atendimento da demanda de linguagem das crianças assistidas, faixa etária de
atendimento e como é a transição do CAPSi para o CAPS Adulto (quando necessária).
As profissionais foram complementando as perguntas explicando-nos também
como são realizados os atendimentos. Salientaram que procuram realizar os momentos
em espaços que deixem as crianças a vontade, sendo que não é uma barreira leva-las para
praças, mercados, lan houses, enfim. Além disso, as oficinas estão em constante mudança,
pois são pensadas a partir dos interesses das próprias crianças.
A equipe do CAPSi conta com duas horas diárias destinadas para as reuniões de
área onde, entre outros, são discutidos casos. Às quintas-feiras pela manhã também são
destinadas para reunião de área. Uma vez no mês é realizada uma reunião de rede, onde
os profissionais do CAPSi atuam no matriciamento, a escola está presente neste espaço,
entre outros setores da rede.
Através dos relatos das profissionais, percebemos que o CAPSi demonstra uma
boa articulação entre a rede e entre a própria equipe do CAPSi. Pensamos que muito disso
se dá pela boa disposição de horas para reuniões de área.
Finalizamos nossa visita conhecendo o Capiscina, uma antiga piscina
transformada em uma brinquedoteca, e as demais salas do local. Conversamos
rapidamente com a Assistente Social, que brevemente relatou algumas das histórias
acompanhadas ao longo dos seus anos de atuação no CAPSi.
Em seguida, à convite da médica cubana Mayra Lupita, visitamos a Unidade de
Estratégia de Saúde da Família (USF) da Vila Palmeira. Conhecemos as salas de
atendimento, sala de reunião, farmácia, sala de vacinação e as demais dependências do
local. Fomos conduzidos pela médica e por uma enfermeira que durante este tempo iam
respondendo algumas perguntas e salientando algumas curiosidades, como por exemplo,
o fato de muitos dos pacientes acreditarem que os remédios distribuídos gratuitamente
(sem as caixinhas), não são tão eficazes como os que são comprados.
No período da tarde visitamos a Vigilância Sanitária, neste espaço fomos
recebidos por um Enfermeiro e por uma Médica Veterinária. Apresentaram-nos um
pouco do trabalho exercido pela Vigilância Sanitária, desmistificando algumas
impressões erradas que em geral a comunidade têm sobre o serviço.
Após este momento visitamos o Sistema de Atendimento Especializado,
conduzidos por uma Técnica de Enfermagem e representante da secretaria de saúde. Neste
espaço são acolhidos os casos de HIV e Hepatite, ali são realizados os testes rápidos e
também fornecidos os remédios para as respectivas patologias.
Pela tardinha participamos de um momento cultural na Praça 20 de Setembro.
Neste espaço tivemos a oportunidade de aprender um pouco sobre o que é o grafite e
experimentar grafitar, conduzidos por um grafiteiro. Em seguida assistimos um pequeno
filme elaborado por usuários e profissionais do CAPS Adulto Vida Nova, de Nova
Petrópolis, “As Aventuras de Joaozinho no País das Maravalhas”. Ao término do filme
conversamos com os usuários e profissionais CAPS Adulto Vida Nova, as psicólogas
explicaram um pouco sobre o trabalho realizado e os usuários relataram algumas de suas
vivências neste espaço. O diretor do filme finalizou este momento destinando a seguinte
frase aos acadêmicos: -Eu confio em vocês para que o atendimento de saúde mude, eu sei
que vocês podem!
Ainda na Praça 20 de Setembro tivemos a oportunidade de registrar algumas frases
nas laterais dos canteiros centrais.
Acredito que minhas principais aprendizagens neste dia foram referentes a
importância de uma boa articulação da equipe. Também registro a importância da
flexibilidade dos atendimentos, relatada no CAPSi, onde muitas vezes precisamos sair de
nossas salas e levar os usuários para a praça, cinema, enfim, pois estes também são
ambientes que oferecem uma riqueza de oportunidades.
Destaco ainda o momento com o CAPS Nova Vida, na ocasião pude refletir como
quanto profissionais temos o dever de escutar nossos pacientes, tornarmo-nos mais
sensíveis às suas histórias de vida, sem ignorar suas experiências passadas e sim valorizá-
los como seres integrais. A partir desta valorização poderemos tecer vínculos que de fato
serão significativos na vida de cada um.
Durante a visita ao CAPSi aproveitei para perguntar sobre as demandas de
linguagem e como seria a atuação de um fonoaudiólogo. As profissionais relataram que
certamente acrescentaria muito, e que há alguns anos havia uma fonoaudióloga atuando
no serviço e que o seu trabalho associado a um profissional da música era muito
interessante. Aproveito para apontar uma das grandes questões que constantemente
discutimos na academia sobre a atuação fonoaudiológica na saúde pública, aqueles que
optam por entrar na rede pública devem ser generalistas e articular o possível para suprir
as necessidades da rede. Na grande maioria das vezes seu trabalho não será em uma sala
de atendimentos individual ou em apenas uma USF, será um trabalho que envolverá as
mais diversas estratégias, a fim de abranger o máximo possível das demandas.
Uma das falhas percebidas na rede é quanto ao sigilo do paciente, notamos que
muitas vezes são falados os nomes e sobrenomes dos usuários.
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