(Sorghum arundinaceum). Alunos: Eduardo dos Santos

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INTERFERÊNCIA DA TEMPERATURA E PROFUNDIDADE NA
GERMINAÇÃO DO SORGO SELVAGEM (Sorghum arundinaceum)
Eduardo dos Santos Silveira (Univag); Luana Lima (Univag); Douglas Onghero
Ribeiro (Univag); Antonio Ricardo da Silva (Univag); Eloiza Cristina Castelan
(Univag); Anderson Luis Cavenaghi (Univag).
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo determinar a profundidade e temperatura
ideal para emergência e desenvolvimento do Sorghum arundinaceum. Os
experimentos foram realizados casa de vegetação e laboratório de sementes do
Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), localizado no município de
Várzea Grande – Mato Grosso, onde em condições de laboratório avaliou-se a
germinação da planta daninha sob as temperaturas constante de 20°, 30° e 40°C e
fotoperíodo de 12 horas, e em casa de vegetação, observou-se a emergência de
plântulas em vasos com sementes nas profundidades de1, 3, 7, 10 e 15cm. As
avaliações foram aos 3, 5, 7, 10 e 15 dias após instalação para os respectivos
tratamentos. No laboratório observou-se que o tratamento, com temperatura de 30°C
apresentou maior numero de germinação das sementes de sorgo “selvagem” onde a
germinação ocorreu no 3º dia após plantio. E a temperatura de 40ºC a pior entre os
tratamentos. Na casa de vegetação, os melhores resultados obtidos para
emergência do sorgo selvagem foram da profundidade 1cm no 3º dia após plantio.
Sendo as outros períodos de 5, 7, 10, 15 e 20º dia da semeadura e profundidades 1,
3, 7 e 10cm não apresentaram diferenças estatisticamente segundo teste de Scott e
Knott á 10%. O resultado pode ser atribuído, entre outros fatores, a um melhor
contato das sementes com substrato úmido e a presença na solução do solo, de
substancias como o nitrato, que interagem positivamente com a luz.
Palabra Chave: Germinação, temperatura e planta daninha Sorghum arundinaceum
INTRODUÇÃO
A produção agrícola, em qualquer sistema de cultivo, está associada a
fatores como os genéticos, edáfoclimáticos e os relacionados com o manejo
adequado, tanto sob aspectos nutricionais, hídrico, controle de pragas, doenças e
das plantas daninhas. A interferência daninha-cultura influencia no crescimento,
desenvolvimento e produtividade de uma lavoura, e tal interação é determinada por
uma série de fatores ambientais, tanto diretos, por competição, alelopatia e
interferência na colheita, quanto indiretamente por hospedar insetos e doenças.
Por um processo longo e dinâmico, as plantas daninhas evoluiram com
adaptações às perturbações ambientais. E sua perpetuação como infestante em
áreas agropecuárias esta condicionada a plasticidade e a flexibilidade adaptativa
das espécies e por requererem para seu desenvolvimento os mesmos fatores
exigidos pelas culturas com água, luz, nutrientes e espaço físico, e tirando
vantagens destes, pois em meio a cultura, mesmo como a do milho, eficiente em
absorção,
consegue
acumular
nutrientes
em
seus
tecidos
(KARAM
E
MELHORANÇA, 2006).
E o grau de interferência imposta à cultura é determinado pela comunidade
infestante que ocorrem na área, sua distribuição espacial e o período de
convivência. Sendo de fundamental importância o monitoramento, pois este indica o
melhor manejo, a eficiência dos controles utilizados e seus efeitos sobre a vegetação
do local, o que auxilia no planejamento e na escolha dos métodos e das práticas a
serem empregadas no próximo ciclo com o mínimo de gasto.
Atualmente, o sorgo “selvagem” é uma excelente alternativa como cultura de
cobertura no inverno para o estabelecimento do sistema de semeadura direta, por
apresentar resistência às condições de déficit hídrico, já que possui elevada
capacidade de aproveitamento da água (MAGALHÃES et al., 2000), e por
apresentar alto nível de produção de fitomassa e características bromatológicas
semelhantes às do milho, chegando a apresentar teores mais elevados de proteína
bruta em algumas variedades (MATEUS et al., 2004), também seu uso é
interessante como pastejo direto, silagem e feno (MAGALHÃES et al., 2006).
Mas por manejo incorreto, principalmente permitindo a floração tanto na
produção de forrageira, quanto na cobertura para o sistema de plantio direto
ocasionado aumento no banco de semente na área instalada, o sorgo tem sido
freqüente planta daninha no estado de Mato Grosso. E de difícil controle
principalmente no plantio de milho, já que apresentam características bastante
semelhantes, logo por ser importante conhecer todos os fatores que possam afetar o
desenvolvimento e o relacionamento entre plantas daninhas e as culturas.
Desta forma, este estudo foi realizado com objetivo de determinar a
profundidade e temperatura ideal para emergência e desenvolvimento do Sorghum
arundinaceum, contribuindo para aumento de dados científicos, e colaborar na
elaboração de técnicas melhor manejo viável e sustentável desta invasora.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no campus do Centro Universitário de Várzea
Grande - UNIVAG, localizado no município de Várzea Grande – Mato Grosso, sob
coordenadas 15°38’44''Sul e 56°55’54''Oeste, onde foram utilizadas sementes de
sorgo selvagem provenientes de área de cultivo de milho da Fazenda Buriti,
localizada no município de Chapada dos Guimarães-MT.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado realizado em duas
etapas. A primeira etapa foi realizada no laboratório de analise de sementes do
Univag, onde cada tratamento com quatro repetições constitui-se de 50 sementes,
dispostas em Gerbox com duas folhas de papel mata-borrão umedecidos com 20ml
da solução Nitrato de Potássio (KNO3) a 0,2% para superação de dormência, foram
colocadas em câmaras de germinação para avaliação da interferência de diferentes
temperaturas (20°, 30° e 40°C) sob fotoperiodo de 12 horas na germinação de sorgo
selvagem. E em casa de vegetação, foram distribuídas 60 sementes de sorgo
selvagem em 20 covas de cada vaso constituindo cinco tratamentos com quatro
repetições onde observou-se a emergência de plântulas em vasos sob as seguintes
profundidades 1, 3, 7, 10 e 15cm. O substrato utilizado foi solo (terra preta)
autoclavada, por período de 45 minutos a 120°C, para esterilização do mesmo. As
avaliações foram aos 3, 5, 7, 10 e 15 dias respectivamente para os dois testes.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os experimentos foram avaliados estatisticamente no programa Sisvar com
o teste Scott e Knott sob o nível de significância 10%, e apresentarão diferenças
expressivas entre as temperaturas e as profundidades estudadas no laboratório e na
casa de vegetação, respectivamente.
No laboratório observou-se que dos tratamentos, o de 30°C apresentou
maior numero de germinação das sementes de sorgo “selvagem” (Tabela 1), sendo
que, apenas neste ocorreu germinação no 3º dia após implantação representando
77,5% das sementes, e com germinação final de 92%, duas vezes superior a da
temperatura 20°C. Esta por sua vez, apresentou germinação 37,5% das sementes
no 5º dia de instalado o experimento. Sendo a temperatura 40ºC a pior entre os
tratamentos, já que o nível de germinação se manteve baixo durante todo o estudo
(Figura 1). Segundo Guimarães et. al (2000), indica que a germinação final das
sementes de erva-de-touro, planta Asteraceae, mas também considerada daninha
como o sorgo selvagem, foi superior nas temperaturas 25, 30 e 35ºC, com maior
velocidade na de 30ºC e como o esperado na temperatura de 40ºC a germinação
final foi muito baixa, perdendo de 50 a 80% de sua viabilidade.
Tabela 1. Porcentagem de germinação de sementes de sorgo “selvagem” em
resposta a efeito da temperatura
Temperaturas (°C)
Média (%)
20
16,8 B
30
43 A
40
0,6 C
CV (%)
28,46
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott a 10%.
100
Quantidade Germinada (%)
90
80
70
60
20°C
50
30°C
40
40°C
30
20
10
0
0
5
10
15
20
Dias Após Instalação
Figura 1. Germinação acumulada de sementes de sorgo “selvagem” em diferentes
temperaturas.
Na casa de vegetação, os melhores resultados obtidos para emergência do
sorgo selvagem foram da profundidade 1cm no 3º dia após instalação do
experimento (Tabela 2), sendo nos 5, 7, 10, 15 e 20º dia da semeadura
estatisticamente igual para as sementes na profundidade 3cm. Nos dias de
avaliações 7º, 10º, 15º e 20º as profundidades 1, 3, 7 e 10cm não diferirão
estatística, apenas diferenciarão da profundidade de 15cm que também ocorreu
germinação, mas como o esperado esta apresentou a pior velocidade de
emergencia das plântulas (Figura 2). O resultado pode ser atribuído, entre outros
fatores, a um melhor contato das sementes com substrato úmido e a presença na
solução do solo, de substancias como o nitrato, que interagem positivamente com a
luz (Karssen & Bouwmeester, 1992).
Segundo Guimarães et. al (2002), a emergência das plântulas de erva-detouro foi máxima quando as sementes foram parcialmente enterrados no substrato,
mas em profundidades de 3cm houve drástica redução na emergência, mesmo com
tratamento para superação da necessidade de luz.
100
Quantidade Emergida (%)
90
80
70
1cm
60
3cm
50
7cm
40
10cm
30
20
15cm
10
0
0
5
10
15
20
25
Dias Após Instalação
Figura 2. Germinação acumulada de sementes de sorgo “selvagem” em diferentes
profundidades.
Tabela 2. Porcentagem velocidade de emergencia de sementes de sorgo
“selvagem” em resposta ao efeito profundidade
Profundidade (cm)
Média (%)
Velocidade de Emergencia
1
45,87 A
6,3 A
3
43,7 A
5,7 A
7
37,25 B
4,2 A
10
33,29 B
3,7 A
15
11,9 C
0,8 B
CV(%)
40,65
52,95
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott a 10%.
CONCLUSÃO
A profundidade de 1cm na semeadura foi a que apresentou maiores índices
da velocidade de emergência de plântulas do sorgo “selvagem”, mas também
ocorreram plantas nos vasos de 15cm, fato não esperado. Já os resultados para
temperatura, o melhor índice de germinação foi o tratamento com 30°C.
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