Tipo I

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Processo Seletivo 2011/1 UFSJ
Cursos de Filosofia e Pedagogia
01 - Neste caderno, você vai encontrar 12 questões de múltipla
escolha para cada uma das seguintes disciplinas: Língua
Portuguesa, Literatura Brasileira, Filosofia e História.
02 - Leia com atenção cada questão da prova. Na última folha do
caderno, você vai encontrar o rascunho do Cartão de Respostas.
03 - Verifique se há falha de impressão no caderno de prova.
Havendo, solicite sua troca antes de iniciar a prova.
04 - Ao receber o Cartão de Respostas (cor vermelha), verifique:
a) se estão corretos o seu nome, o seu código (que é o número
de sua inscrição) e o nome do curso de sua opção;
b) se ele corresponde ao tipo de prova que você está fazendo
(Tipo I ou Tipo II).
05 - Para preenchimento do Cartão de Respostas, use somente
caneta esferográfica preta.
06 - Não deixe nenhuma questão sem resposta.
07 - O Cartão de Respostas não deve ser dobrado, amassado ou
rasurado. Não lhe será fornecido outro.
08 - O tempo de duração total da prova é de quatro horas.
09 -Após o período de sigilo (16 h), você poderá levar este caderno.
TIPO I
INSTRUÇÕES
(Leia atentamente antes de iniciar as provas)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
12/12
SÓ ABRA QUANDO AUTORIZADO
Boa
va!
o
r
p
UFSJ - PROCESSO SELETIVO 2011/1
PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TIPO I
LÍNGUA PORTUGUESA - TIPO I
Leia o texto atentamente:
A urna e a escola
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5
10
15
20
25
30
35
O Tribunal Superior Eleitoral divulgou na semana passada o tamanho e
o perfil do eleitorado brasileiro. Quanto ao grau de instrução, dos 135,8 milhões
de eleitores, 5,9% são analfabetos, 14,6% dizem saber ler e escrever, mas não
frequentaram a escola, e 33% frequentaram a escola mas não chegaram a
concluir o 1º grau. Na soma das três categorias, 53,5% do eleitorado, na melhor
das hipóteses, resvalou pela escola. Antes de mais nada, esses porcentuais são
de desmontar o delírio de Brasil Grande que assola o país, a começar pela
mente desavisada do presidente de turno. Não há país que tenha passado a
desenvolvido ostentando tão pobres índices de nível educacional.
Outro lado da questão é a ameaça à qualidade da democracia brasileira,
representada por um eleitorado tão mal equipado para se informar, entender o
processo e julgar os candidatos. Essa afirmação merece um desconto. Não é
que a outra parte do eleitorado ─ os 46,5% que têm pelo menos o 1º grau
completo ─ seja uma garantia de voto consciente. Sob a Constituição de 1946,
os analfabetos estavam impedidos de votar. Nem por isso o período deixou de
ser dominado pelos demagogos e pelos coronéis e de abrigar na vida pública
corruptos tão notórios quanto os da cena atual. Mas saber ler e interpretar um
texto será sempre um instrumento precioso para quem se dispõe a distinguir
uma tendência política de outra e a melhor identificar os próprios interesses.
A parte menos informada do eleitorado é em tese a mais sujeita à
manipulação. Isso é um problema para a democracia porque, segundo escreveu
o cientista político Leonardo Barreto na Folha de São Paulo, “ela é um sistema
interminável que funciona na base de tentativa e erro: punindo os políticos ruins
e premiando os bons”. O melhor da frase de Barreto é a classificação da
democracia como um “sistema interminável”. Ela não fecha. Quem fecha, e
afirma-se como ponto final das possibilidades de boa condução das sociedades,
é a ditadura. Por sua própria natureza, a democracia convida a um perpétuo
exercício de reavaliação. Isso quer dizer que, para bem funcionar, exige crítica.
Ora, mais apto a exercer a crítica é, em tese ─ sempre em tese ─ quem passou
pela escola.
Como resolver o problema do precário nível educacional do eleitorado?
Solução fácil e cirúrgica seria extirpar suas camadas iletradas. Cassem-se os
direitos políticos dos analfabetos e semianalfabetos e pronto: cortou-se o mal
pela raiz. Além do mais, a solução está em consonância com a prática dos
nossos maiores. A história eleitoral do Brasil é um desfile de cassações a
parcelas da população. No período colonial, só podiam eleger e ser eleitos os
“homens bons”, curiosa e maliciosa expressão que transpõe um conceito moral
─ o de “bom” ─ para uma posição social. “Homens bons” eram os que não
tinham o “sangue infecto” ─ não eram judeus, mouros, negros, índios ─ não
Cursos de Filosofia e Pedagogia
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PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TIPO I
40 exerciam “ofício mecânico” ─ não eram camponeses, artesãos nem viviam de
alguma outra atividade manual. Sobravam os nobres representantes da classe
dos proprietários e pouco mais. No período imperial, o critério era a renda; só
votava quem a usufruísse a partir de certo mínimo. As mulheres só ganharam
direito a voto em 1932. Os analfabetos, em 1985. Sim, cassar parte do eleitorado
45 se encaixaria na tradição brasileira. Mas, ao mesmo tempo ─ que pena ─,
atentaria contra a democracia. Esta será tão mais efetiva quanto menos
restrições contiver à participação popular. Quanto mais restrições, mais restritiva será ela própria.
Outra solução, menos brutal, e por isso mesmo advogada, esta, sim,
50 amplamente, é a conversão do voto obrigatório em voluntário. A suposição é que
as camadas menos educadas são as mais desinteressadas das eleições.
Portanto, seriam as primeiras a desertar. O raciocínio é discutível. Por um lado, o
ambiente em que se pode ou não votar pode revelar-se muito mais favorável à
arregimentação de eleitores em troca de favores, ou a forçá-los a comparecer às
55 urnas mediante ameaça. Por outro, a atração da praia, do clube ou da viagem,
se a eleição cai num dia de sol, pode revelar-se irresistível a ponto de sacrificar o
voto mesmo entre os mais bem informados. A conclusão é que o problema não
está no eleitorado. Não é nele que se deve mexer. Tê-lo numeroso e abrangente
é uma conquista da democracia brasileira. O problema está na outra ponta ─ a
60 da escola. Não tê-la, ou tê-la e precária condição, eis o entrave dos entraves, o
que expõe o Brasil ao atraso e ao vexame.
Fonte: TOLEDO, Roberto Pompeu de. A urna e a escola. Revista Veja, São Paulo, ano 43,
n 30, p. 162, jul. 2010.
QUESTÃO 01
As asserções abaixo podem ser confirmadas no texto em questão, EXCETO a da
alternativa:
A) Excluir os iletrados não colaboraria na resolução do problema do nível de educação dos eleitores.
B) Se todos os eleitores fossem escolarizados, o problema da qualidade da democracia brasileira seria resolvido.
C) Se o voto se tornasse voluntário, fatores contextuais poderiam colaborar para
que letrados e iletrados não comparecessem às urnas.
D) O nível educacional do eleitorado pode influenciar sua escolha.
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PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TIPO I
QUESTÃO 02
Com relação ao título do texto "A urna e a escola”, é CORRETO afirmar que ele
A)
B)
C)
D)
foi construído ironicamente.
indica diretamente os temas discutidos.
foi construído metonimicamente.
evidencia oposição entre duas noções.
QUESTÃO 03
De acordo com o texto, assinale a alternativa cuja relação entre os dois termos
citados processa-se por causa e consequência, respectivamente.
A) Condições precárias da escola / Brasil atrasado e vexatório.
B) A parte sujeita à manipulação / Eleitorado menos informado.
C) Cassação dos direitos políticos dos analfabetos / Solução do problema educacional do eleitorado.
D) Qualidade da democracia brasileira / Eleitorado mal informado.
QUESTÃO 04
No texto apresentado, a expressão “Brasil Grande” (linha 7) quer dizer que o Brasil
A)
B)
C)
D)
possui uma enorme extensão territorial.
vem sendo considerado um país de boas perspectivas.
está se igualando aos países de primeiro mundo.
é um país de importantes políticos.
QUESTÃO 05
Nos trechos do texto indicados abaixo, o autor manifesta-se metaforicamente,
EXCETO no da alternativa:
A)
B)
C)
D)
“solução fácil e cirúrgica” (linha 32).
“cortou-se o mal pela raiz” (linhas 33-34).
“o entrave dos entraves” (linha 60).
“desfile de cassações” (linha 35).
QUESTÃO 06
Nas alternativas abaixo, o autor do texto utilizou as aspas com o mesmo objetivo,
EXCETO em
A)
B)
C)
D)
“[...] sangue infecto” (linha 39).
“[...] homens bons” (linha 37).
“[...] ofício mecânico” (linha 40).
“[...] premiando os bons” (linha 24).
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PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TIPO I
QUESTÃO 07
No segundo parágrafo do texto, a expressão “Outro lado da questão” (linha 10)
instaura
A)
B)
C)
D)
uma finalidade arguta da demografia brasileira.
um contraste em relação ao conteúdo subsequente.
uma suposição vazia imaginada pelo autor.
uma relação de simetria em relação ao primeiro parágrafo.
QUESTÃO 08
No segundo parágrafo, em “Mas saber ler e interpretar um texto [...] próprios
interesses” (linhas 17-19), Observa-se uma
A) argumentação em favor da leitura no que tange a questões objetivas e subjetivas
ligadas ao cidadão.
B) crítica ao ensino de leitura e interpretação de textos no contexto educacional
mundial.
C) articulação linguística perniciosa ao ensino de leitura no contexto brasileiro.
D) valorização da educação brasileira em sua relação matemática com o desenvolvimento do Brasil no contexto atual.
QUESTÃO 09
De acordo com o terceiro parágrafo do texto, “democracia” deve ser compreendida
como
A)
B)
C)
D)
processo.
concessão.
meio.
tempo.
QUESTÃO 10
Em “Sobravam os nobres representantes da classe dos proprietários e pouco mais.”
(linhas 41-42), “sobravam” acarreta
A)
B)
C)
D)
6
uma causa abalizada dos problemas brasileiros iniciados na atualidade.
uma consequência irônica da argumentação imediatamente anterior.
uma confirmação dos argumentos subsequentes.
um contra-argumento histórico em favor da diversidade brasileira, conforme se
apresenta hoje.
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QUESTÃO 11
O trecho “Sim, cassar parte do eleitorado [...] será ela própria” (linhas 44-48) foi
construído a partir
A)
B)
C)
D)
do uso de comparação e proporcionalidade.
da assimetria conjuntural da estrutura brasileira.
da concessão indicada nas orações.
do emprego de estruturas causativas.
QUESTÃO 12
Assinale a alternativa em que a estrutura foi construída motivada pelo mesmo efeito
de sentido produzido pelo uso do “se”.
A) "Sim, cassar parte do eleitorado se encaixaria na tradição brasileira" (linha 4445) / "se a eleição cai num dia de sol, pode revelar-se irresistível" (linha 56).
B) "Cassem-se os direitos políticos dos analfabetos" (linhas 32-33) / "Cortou-se o
mal pela raiz" (linhas 33-34).
C) "e afirma-se como ponto final das possibilidades de boa condução das sociedades" (linhas 25-26) / "pode revelar-se irresistível a ponto de sacrificar o voto
mesmo entre os mais bem informados" (linhas 56-57).
D) "para quem se dispõe a distinguir uma tendência política de outra" (linhas 18-19)
/ "para se informar, entender o processo e julgar os candidatos" (linhas 11-12).
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LITERATURA - TIPO I
QUESTÃO 13
No conto “Janela”, de Lygia Fagundes Telles, o personagem central fica diante de
uma janela, que desencadeia suas emoções, as quais permitem a ele, de forma
metafórica
A)
B)
C)
D)
alegrar a alma cansada.
encontrar a solução de seus problemas.
relembrar o passado triste.
entrever a esperança para o futuro.
QUESTÃO 14
No conto “O menino”, de Lygia Fagundes Teles, a infância do garoto é abalada
profundamente devido ao fato de
A)
B)
C)
D)
ele sentir a solidão pela falta de amigos.
ele perder o carinho dos pais.
os pais haverem se separado.
ele ter presenciado a mãe traindo o próprio pai.
QUESTÃO 15
O aspecto de estranhamento presente no conto “A caçada”, de Lygia Fagundes
Teles, se revela de forma mais evidente no
A) meio da narrativa, quando o personagem tem certeza de ser o artesão que teceu
o tapete.
B) final do conto, quando o personagem entra na cena da caçada de forma surreal,
sabe que pertence ao cenário da tapeçaria e sente a dor da flechada.
C) início do conto, quando o personagem tenta comprar a tapeçaria que já foi de sua
família.
D) diálogo que o personagem trava com a lojista, buscando convencê-la de que a
peça não valia o preço pedido por estar deteriorada.
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QUESTÃO 16
Um recurso narrativo muito claro no conto “Os sonetos negros”, de Paulo
Henriques Britto, é o uso
A) da biografia da escritora, objeto de pesquisa da narradora, a fim de reforçar a
ideia de que só isso é suficiente para desvendar o mistério dos sonetos.
B) de uma linguagem técnica, utilizada pela narradora/pesquisadora, a fim de,
didaticamente, ensinar como se faz uma tese.
C) da descrição detalhada dos espaços e do alongamento do tempo narrativo como
forma de distanciamento crítico do tema explorado.
D) da investigação da linguagem textual da autora dos sonetos, para identificar o
processo de escrita e autoria da obra de arte.
QUESTÃO 17
A ambiguidade entre o título “Um criminoso”, de Paulo Henriques Britto, e o texto
desenvolvido ocorre porque
A) não há nenhum criminoso, exceto nos enredos imaginários, montados pelo
narrador, os quais não se concretizam.
B) todas as pessoas presentes à festa, no sétimo andar, estão envolvidas em
situação suspeita, deixando dúvida com relação aos supostos criminosos
presentes.
C) não há apenas um criminoso, mas várias pessoas podem ser culpadas pela
violência no apartamento vizinho ao do narrador.
D) o rapaz drogado, que toca a campainha do apartamento do narrador, dá aos
leitores a certeza de que mais uma suspeita se confirma.
QUESTÃO 18
A escrita em forma de diário, no conto “Os sonetos negros”, de Paulo Henriques
Britto, busca conferir
A) ao projeto de pesquisa, um caráter mais impessoal entre a narradora e o núcleo
que financia a viagem.
B) distanciamento entre a narradora e o objeto pesquisado.
C) uma possibilidade maior de a narradora se eximir de cumplicidade com a autora
dos sonetos.
D) proximidade entre o narrado e o vivido pela narradora.
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QUESTÃO 19
Leia o trecho a seguir do livro Solombra, de Cecília Meirelles.
Pelos mundos do vento, em meus cílios guardadas
vão as medidas que separam os abraços.
Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:
“Agora és livre, se ainda recordas”.
(2005, p. 16)
Marque a opção que melhor expressa o papel da memória para o eu lírico.
A)
B)
C)
D)
Lembrança e liberdade.
Esquecimento e ensinamento.
Lembrança e fuga.
Esquecimento e sonho.
QUESTÃO 20
Assinale a opção que explica o sentido das palavras “olhos” e “pálpebras”,
recorrentes no poema Solombra, de Cecília Meireles.
A)
B)
C)
D)
A possibilidade de ver e ocultar os fatos que tocam a alma e a vida.
A necessidade de dar testemunho.
O recurso poético da estabilidade.
A certeza da morte de tudo e de todos.
QUESTÃO 21
Leia o trecho de Solombra, de Cecília Meireles.
Esse rosto na sombra, esse olhar na memória,
o tempo do silêncio, os braços da esperança,
uma rosa indefesa ─ e esse vento inimigo.
[...]
─ Ah, deixarei meu nome entre as antigas mortes.
Só nessas mortes pode estar meu nome escrito.
Nome: pequena lágrima atenta.
(2005, p. 22)
No trecho acima, o eu lírico revela que a superação da morte ocorre
A)
B)
C)
D)
10
porque não há mais necessidade do nome nem do poeta nem de poesia.
pela sobrevivência da poesia e do poeta nas memórias através dos tempos.
porque, com o passar do tempo, todos são esquecidos.
porque, uma vez que o poeta morre, o poema morre com ele.
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QUESTÃO 22
Assinale a alternativa que melhor expressa a temática desenvolvida pelo narrador
no conto “A doida”, de Carlos Drummond de Andrade.
A) Para as crianças, não há limites entre as regras e o descumprimento delas
mesmo quando a vida tem algo mais profundo para ensinar.
B) A caridade humana só ocorre quando se sabe que a recompensa e a glória virão
em seguida ao gesto solidário.
C) O medo, o preconceito e o desconhecimento da loucura são os maiores perigos
para o enfermo.
D) A desconfiança dos adultos passa para os jovens, reproduzindo gerações de
pessoas insensíveis mesmo diante da morte.
QUESTÃO 23
No conto “Presépio”, de Carlos Drummond de Andrade, a criação severa das moças
faz com que Dasdores aprenda a desenvolver uma forma secreta de amar, que é
descrita na
A) combinação das tarefas exteriores com os sentimentos interiores.
B) divisão do trabalho com as amigas para sair escondida e ver seu amor.
C) união entre os irmãos menores para apressarem a arrumação do presépio e ajudar Dasdores a ir à missa.
D) pressa e desorganização com que monta o presépio, para que a mãe mande
outra pessoa fazer o trabalho e ela possa sair.
QUESTÃO 24
Marque a alternativa que melhor explica as características dos famosos “causos” do
interior, os quais estão presentes no conto “Flor, telefone e moça”, de Carlos
Drummond de Andrade.
A)
Apenas os participantes podem dar testemunho verdadeiro, nunca vale a palavra do narrador.
B) O uso da oralidade para conferir veracidade ao caso acaba por desacreditar o
narrador.
C) A crença de que o respeito aos mortos é uma invenção humana faz com que o
sobrenatural não seja assustador.
D) Um gesto simples leva às mais diversas interpretações sobrenaturais devido ao
efeito misterioso dado pela interpretação do narrador.
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FILOSOFIA - TIPO I
QUESTÃO 25
A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como
A) argumento construído com a clara intenção de fomentar o debate e a defesa
privilegiada dos valores e da moral cristã.
B) instrumento metafórico de destruição de todos os ídolos, de todas as crenças
estabelecidas, de todas as convenções e valores transcendentais
fundamentados na moral e na religião cristã, bem como na filosofia metafísica
socrático-platônica.
C) uma normalização para todo e qualquer embate moral e sistemático no âmbito
das relações do Homem com o mundo no qual ele está inserido.
D) uma afirmação da derrogação do universo racional e religioso no qual estava
mergulhada a natureza humana do século XVIII.
QUESTÃO 26
Nietzsche estampa a sua inconformidade e indignação quanto ao homem que se
deixa levar pelos valores morais e religiosos instituídos.
Assinale a alternativa que CORRETAMENTE corrobora essa afirmação.
A) “Hoje não desejamos o gado moral nem a ventura gorda da consciência.”
B) “O verme se retrai quando é pisado. Isso indica sabedoria. Dessa forma ele reduz
a chance de ser pisado de novo. Na linguagem da moral: a humildade.”
C) “À força de querer buscar as origens nos tornamos caranguejos. O historiador
olha para trás e acaba crendo para trás.”
D) “Há um ódio contra a mentira e a dissimulação que procede duma sensível noção
de honra; há outro ódio semelhante por covardia, já que a mentira é interdita pela
lei divina. Ser covarde demais para mentir...”
QUESTÃO 27
Assinale a alternativa que CORRETAMENTE revela “a história de um erro” para
Nietzsche.
A) “A satisfação nos protege até mesmo de resfriados. Uma mulher que sabe bem
vestida se resfria alguma vez? Presumo até que possa dar-se o caso de que
esteja pouco vestida.”
B) “O mundo-verdade acabou abolido, que mundo nos ficou? O mundo das aparências? Mas não; com o mundo-verdade abolimos o mundo das aparências!”
C) “Aquele que não sabe dispor sua vontade nas coisas quer ao menos atribuir-lhes
um sentido: o que faz acreditar que já existe uma vontade nelas (princípio ad
'fé')”.
D) “Desconfio de todas as pessoas com sistemas e as evito. A vontade de sistema
constitui uma falta de lealdade.”
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QUESTÃO 28
A razão, para Hume, é:
A) “a descoberta da verdade ou da falsidade. A verdade e a falsidade consistem no
acordo e desacordo seja quanto à relação real de ideias, seja quanto à
existência e aos fatos reais.”
B) “nossas propensões naturais e distinções morais implicam, necessariamente,
uma razão inata.”
C) “os concomitantes da ação induzem a uma concepção notória daquilo que se
pode determinar como universo da razão.”
D) “em sentido estrito e filosófico, a razão nos informa sobre os critérios e conexões
entre as paixões e desafetos humanos.”
QUESTÃO 29
Sobre a origem da justiça, Hume afirma que:
A) “O senso de justiça é derivado da virtude, que por sua vez move toda e qualquer
mudança na esfera do comportamento humano.”
B) “A justiça tira sua origem exclusivamente do egoísmo e da generosidade restrita
aos Homens em conjunto com a escassez das provisões que a natureza
ofereceu para suas necessidades.”
C) “As impressões dão origem ao senso de justiça e são naturais à mente humana.”
D) “A justiça tem sua origem nas regras naturais e buscam seu fim em interesses
gerados pelas paixões mais profundas dos homens.”
QUESTÃO 30
“Os homens são frequentemente governados por seus deveres, abstendo-se de
determinadas ações porque as julgam injustas, sendo impelidos a outras porque
julgam tratar-se de uma obrigação”.
Com esse argumento, Hume quer demonstrar que
A) as regras morais são, por conseguinte, conclusões da razão humana.
B) a moral, porque deriva-se da razão, tem influência direta sobre as ações e os fatos.
C) a moral é uma filosofia prática e supõe-se que influencie paixões e ações humanas e vai além dos juízos calmos e impassíveis do entendimento.
D) há, nos homens, uma necessidade e uma emergência que os impele ao exercício prático da razão.
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QUESTÃO 31
Sartre define o entendimento de que a existência precede a essência como:
A) “a compreensão de que o inferno são os outros e de que, assim, o Homem que se
alcança diretamente pelo cogito descobre também todos os outros homens”.
B) “a compreensão dos conceitos de angústia, descompasso, má fé e desespero”.
C) “que na verdade, para o existencialista, não existe amor essencial, senão aquele
que se constrói na perspectiva da escolástica”.
D) “o significado de que o Homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e
só posteriormente se define”.
QUESTÃO 32
Para Sartre, “o Homem é livre, o Homem é liberdade”. Com relação a tal princípio, é
CORRETO afirmar que o homem é:
A) “a expressão de que tudo é permitido por meio da liberdade e que provém da
existência de Deus”.
B) “um animal político no sentido aristotélico e por isso necessita viver a liberdade
política em comunidade”.
C) “um ser que depende da liberdade divina e necessita que o futuro esteja inscrito
no céu”.
D) “condenado a ser livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por
tudo que faz”.
QUESTÃO 33
No debate do problema acerca do significado de transcendência, é CORRETO
afirmar que, para Sartre, ela:
A)
B)
C)
D)
“é um elemento constitutivo do Homem que se dá no sentido de superação”.
“ocorre no campo da estética e da faculdade do juízo”.
“é compreendida no âmbito do sentido em que Deus é transcendente”.
“permite aos homens se aproximarem dos aspectos teológicos e teologais inerentes à existência humana”.
QUESTÃO 34
Sobre a ideia de soberania concebida por Hobbes, é CORRETO afirmar que a
soberania:
A)
B)
C)
D)
“se dá por meio do sufrágio universal, seja na república ou na monarquia”.
“é a manifestação da virtù como condição indispensável no governo do príncipe”.
“reside em um homem ou em uma assembleia de mais de um”.
“é a realização plena da paz perpétua entre as nações”.
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QUESTÃO 35
Com relação às diversas espécies de governos admitidos por Hobbes, assinale a
alternativa que expressa três delas.
A)
B)
C)
D)
Aristocracia, república e governo fascista.
Monarquia, república e governo totalitário.
Monarquia, democracia e aristocracia.
República, aristocracia e governo constitucional.
QUESTÃO 36
Existe um domínio do Estado que, para Hobbes, pode ser um Estado por aquisição.
Com relação a tal Estado, é CORRETO afirmar que ele é aquele:
A) “que foi adquirido pela força dos poderes executivo, legislativo e judiciário.”
B) “herdado por um movimento revolucionário.”
C) “assumido por herança quando o costume é que o parente mais próximo seja o
sucessor absoluto.”
D) “em que o poder soberano foi adquirido pela força.”
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HISTÓRIA - TIPO I
QUESTÃO 37
“Nós, pintores, queremos, pelos movimentos do corpo, mostrar os movimentos da
alma [...]. Convém, portanto, que os pintores tenham um conhecimento perfeito dos
movimentos do corpo e o aprendam da Natureza, para imitar, por mais difícil que
sejam, os múltiplos movimentos da alma.”
TENENTI, A. A Florença na época dos Médici. São Paulo: Perspectiva, 1973.
Essa citação é uma referência
A)
B)
C)
D)
ao pensamento Iluminista.
à Reforma Protestante.
ao Renascimento Cultural.
à Contra-Reforma católica.
QUESTÃO 38
O pacto colonial foi um princípio da relação entre as metrópoles europeias e as
colônias americanas nos séculos XVI, XVII e XVIII. Sobre a aplicação desse
princípio, é CORRETO afirmar que ele
A) estabelecia o monopólio das atividades econômicas e comerciais nas colônias
pelos colonizadores nascidos na América, criollos na América espanhola e
mazombos na América portuguesa, e garantia aos reinóis, nascidos nos reinos
europeus, o controle político por meio das câmaras municipais, na América
portuguesa, e nos cabildos, na América espanhola.
B) proibia as atividades econômicas dos colonizadores nascidos na América,
criollos na América espanhola e mazombos na América portuguesa, ou seja, só
os europeus podiam ter fazendas ou minas de metais preciosos, e proibia a
participação dos nascidos na Europa nos cargos administrativos mais altos nas
colônias.
C) estabelecia o monopólio ou o exclusivo comercial, ou seja, os colonos só podiam negociar com os comerciantes da sua metrópole, mas foi relativizado pela
liberdade comercial concedida pelos ingleses aos norte-americanos até
meados do século XVIII e abolido por D. João VI na América portuguesa em
1808.
D) proibia o monopólio ou o exclusivo comercial pretendido pelos comerciantes
metropolitanos e as atividades econômicas privadas nas colônias, ou seja,
garantia o controle do comércio pelas coroas europeias por meio da ação das
companhias de comércio oficiais e a exploração estatal de fazendas e minas de
metais preciosos.
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QUESTÃO 39
“O governo arbitrário de um príncipe justo [...] e esclarecido é sempre mau. Suas
virtudes constituem a mais perigosa das seduções: habituam o povo a amar,
respeitar e servir ao seu sucessor, qualquer que seja ele. Retira do povo o direito de
deliberar, de querer ou de não querer, de se opor à vontade do príncipe [...]. O direito
de oposição, mesmo insensato, é sagrado”.
DIDEROT, Denis. Filósofo e enciclopedista francês. Refutação de Helvétius. 1774.
A crítica de Diderot caminhava no sentido da
A)
B)
C)
D)
justificativa do poder absoluto dos monarcas pelo Direito Divino.
limitação dos poderes dos monarcas que caracterizaria o Liberalismo.
educação ilustrada dos monarcas que caracterizava o Despotismo Esclarecido.
inutilidade dos poderes dos monarcas que exigiria a implantação da República.
QUESTÃO 40
Assinale a alternativa que faz relação CORRETA entre a Inconfidência Mineira de
1789, a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808 e a Independência
do Brasil em 1822.
A) A Inconfidência mineira de 1789, liderada por Tiradentes, foi um movimento de
protoindependência, estabelecendo as bases da nação brasileira e servindo de
base para o movimento de Independência em 1822; essa linha evolutiva
possibilitou que a Independência tivesse um caráter conciliatório e a reabilitação
da monarquia após o reconhecimento por D. João VI e seu filho D. Pedro da
injustiça cometida contra o Tiradentes.
B) A Inconfidência Mineira de 1789, liderada por Tiradentes, foi um movimento de
cunho popular que pretendeu a independência e a republicanização da América
portuguesa, assim como a abolição da escravidão no novo país, por isso ele foi
duramente reprimido e a Coroa portuguesa implementou um projeto de
independência gradual e sem influência das ideias liberais, iniciado com a vinda
da Corte e finalizado com D. Pedro I.
C) A Inconfidência Mineira de 1789 foi um movimento de caráter aristocrático e
circunscrito à lógica do Antigo Regime absolutista, reivindicando apenas a
mercê do Rei de suspensão da cobrança do quinto por meio da câmara
municipal de Vila Rica; portanto, foi usada como exemplo de patriotismo na
Corte de D. João VI no Rio de Janeiro e serviu de inspiração para uma
independência na forma monárquica e absolutista.
D) A Inconfidência Mineira de 1789 foi um movimento regionalizado e limitado por
práticas aristocráticas e de circulação restrita das novas ideias da maioria de
suas lideranças, não existindo uma continuidade daquele movimento com a
Independência em 1822, que foi marcada pela difusão do ideário liberal mas
também pelo fortalecimento da concepção monárquica e dinástica devido à
vinda do Rei para o Brasil.
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QUESTÃO 41
Observe as imagens a seguir.
Fonte: www. Klickeducacao.com.br
Ao relacionar as duas imagens sobre a Revolução Industrial, é CORRETO afirmar
que esta
A) valorizou o trabalho artesanal e a melhor qualidade da produção, permitindo a incorporação de mulheres e jovens aprendizes em lugar de homens brutos.
B) valorizou o trabalho da mulher e fomentou a emancipação feminina, retirando-a
do trabalho doméstico e possibilitando-lhe a independência financeira.
C) caracterizou-se pela especialização dos trabalhadores no manuseio de máquinas complexas, permitindo o trabalho de jovens estudantes de ambos os sexos.
D) caracterizou-se pela divisão técnica do trabalho e pelo aperfeiçoamento constante da maquinaria, permitindo o uso de mão de obra mais frágil e barata.
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QUESTÃO 42
“Há sujeitos que estão de posse de 20, 30 e 40 léguas de terra*, muito injustamente
possuídas, quando os demais Cidadãos naturais, que têm igual direito ou ainda
maior sobre os terrenos, por serem do sangue dos Caboclos, não possuem uma
pequena porção em que levantem sua cabana ou cavem sepultura”.
*Uma légua corresponde a aproximadamente 6.600 metros.
BARATA, Cipriano. Jornal Sentinela da Liberdade, outubro de 1831. Citado por
Marco Morel. Cipriano Barata na Sentinela da Liberdade. Salvador: Academia de
Letras da Bahia; Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, 2001.
O baiano Cipriano Barata foi um revolucionário atuante de 1798 até sua morte em
1838. Durante esse período, esteve preso por aproximadamente onze anos. A
crítica feita por ele reproduzida acima era radical porque questionava a
A) capacidade de um trabalho produtivo na terra por cidadãos brasileiros devido à
inferioridade racial dos mestiços no Brasil Império.
B) concentração fundiária e insinuava uma reforma agrária voltada para setores
populares e mestiços no Brasil Império.
C) ineficiência da pequena lavoura predominante na economia da época e propunha o sistema de plantation no Brasil Império.
D) escravidão e sugeria a sua abolição imediata e a distribuição das terras entre os
negros libertos do Brasil Império.
QUESTÃO 43
“A diferença que se manifesta desse modo entre a estrutura da sociedade burguesa
e da sociedade aristocrática de corte é instrutiva. Na vida das pessoas da corte, a
convivência social implica um espaço e um tempo completamente diferentes
daqueles da vida dos profissionais burgueses. O número de pessoas que um
cortesão pode ou deve receber em casa é maior, enquanto o número de pessoas
com quem o profissional burguês pode ou deve conviver socialmente ou seja,
particularmente é mais reduzido. Aquele gasta um tempo muito maior com a
convivência social do que o segundo”.
ELIAS, N. A sociedade de corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
Com relação à oposição de ordens sociais estabelecida no trecho do historiador
alemão Norbert Elias, é CORRETO afirmar que a sociedade de corte é a do
A)
B)
C)
D)
Feudalismo e a sociedade burguesa é a do Mercantilismo.
Sistema de Castas e a sociedade burguesa é a do Igualitarismo.
Antigo Regime e a sociedade burguesa é a do Capitalismo.
Capitalismo e a sociedade burguesa é a do Antigo Regime.
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QUESTÃO 44
Observe as fotografias abaixo.
As fotografias de Christiano Jr., feitas na década de 1860, são criticadas por serem
encenadas.
Com relação às duas fotografias acima, é CORRETO afirmar que representam
A) negros livres, pois aos escravos não eram permitidos serviços além dos braçais,
na lavoura e na limpeza urbana.
B) negros livres, pois aos escravos não era permitido juntar dinheiro, necessário
para esse cuidado nas vestimentas.
C) escravos, pois todos os indivíduos de cor negra eram cativos, ainda que bem cuidados por seus senhores.
D) escravos, pois, apesar da boa apresentação das vestimentas, estão descalços,
e isso não era permitido aos cativos.
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QUESTÃO 45
“Chegou o momento em que percebi que a escravatura devia morrer para que a
Nação pudesse viver”.
Essa frase de Abraham Lincoln foi pronunciada em 22 de julho de 1863 e se refere
A)
B)
C)
D)
à Guerra da Secessão entre o Norte capitalista e o Sul escravista.
à Independência das Treze Colônias da América do Norte.
ao movimento dos direitos civis e contra a segregação racial.
ao processo de colonização da América do Norte pelos ingleses.
QUESTÃO 46
Leia o texto a seguir.
“[Para] Rui Barbosa, [a] reação contra a vacina era justa, dizia, mas fora deturpada,
resultando em 'bodas adulterinas da arruaça com o pronunciamento'. O verdadeiro
povo ter-se-ia recolhido ao interior dos lares, pois ele é resignado, submisso e
fatalista. As massas incultas é que teriam deixado levar à mazorca. Esta é ainda a
versão de Olavo Bilac. A revolta, segundo ele, fora obra da 'matula desenfreada' e
dos ignorantes explorados pelos astutos. A diferença com Rui é que, para Bilac, os
ignorantes definiam-se pela alfabetização e, portanto, constituíam a grande massa
da população, uma 'turba-multa irresponsável de analfabetos'. José Vieira é um
pouco mais preciso. Fala em garotos vendedores de jornais, garotos de cortiço,
operários desocupados, capangas de políticos e vagabundos da Saúde, todos
promovidos a povo pelos conspiradores. No início, diz ter havido também a
participação de 'vagabundos de gravata', que se aproveitavam da situação para
atirar sua pedra e dar seu tiro de revólver.”
CARVALHO. José Murilo de. Os bestializados. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
O texto acima é uma referência à chamada República Velha (1889-1930).
Esse texto revela a
A) preocupação de intelectuais do período com os livros subversivos e a organização das massas populares em partidos socialistas e anarquistas.
B) infantilidade das massas populares do período, incapazes de compreender as
transformações sociais republicanas e manipuladas por políticos.
C) maneira ordeira e legalista dos setores populares na capital da República, fruto
de políticas educacionais promovidas pela nova forma de governo.
D) concepção elitista e preconceituosa de homens letrados da época em relação às
massas populares, negando a legitimidade de seus movimentos.
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QUESTÃO 47
“Que nos importa que Hitler não queira, na sua terra, o sangue negro? Isso mostra
unicamente que a Alemanha Nova se orgulha da sua raça. Nós também, nós,
brasileiros, temos raça. Não queremos saber de ariano. Queremos o brasileiro
negro e mestiço, que nunca traiu nem trairá a nação. Nós somos contra a importação
do sangue estrangeiro que vem somente atrapalhar a vida do Brasil, a unidade da
nossa pátria [...]. Hitler afirma a raça alemã. Nós afirmamos a Raça Brasileira,
sobretudo no seu elemento mais forte: o negro brasileiro”
O trecho do jornal A Voz da Raça, órgão da Frente Negra Brasileira, em 1933. Citado
em Demétrio Magnoli. Uma gota de sangue: história do pensamento racial. São
Paulo: Contexto, 2009.
A referência a raças e à pátria, citada no documento acima, sofreu influências da
A) consolidação do bolchevismo soviético na Europa, com a afirmação da superioridade eslava e do populismo russo, e também da ação revolucionária com tons
raciais e xenófobos do Partido Comunista Brasileiro.
B) solidez do liberalismo na Europa, com o progresso econômico contínuo e pacífico apoiado no livre mercado, e também da liderança dos partidos de
orientação liberal brasileiros, sobretudo o Partido Liberal.
C) ascensão do nazifascismo na Europa, com a afirmação da superioridade ariana
e da herança da Roma antiga, e também do pensamento autoritário brasileiro
com tons nacionalistas, como no Integralismo.
D) dominação do nazifascismo na Europa, com a difusão da superioridade ariana e
europeia na América Latina, e também do mimetismo da cultura europeia
branca, defendido pelos modernistas brasileiros.
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QUESTÃO 48
“Embora algumas pessoas possam se mostrar chocadas e incrédulas ante o fato de
que padres estivessem envolvidos em atividades terroristas, essa descoberta não
foi surpresa para observadores políticos de São Paulo. O consulado geral tinha
recebido numerosas informações de que esse fenômeno estava ocorrendo [...]. A
explicação básica do envolvimento dos padres é a convicção, proclamada em
declarações de militares, de que existe um estado de guerra e, portanto, a violência
é necessária. Embora essa justificativa seja simplista e infeliz, ela parece suficiente
para aqueles que acreditam estar vivendo sob uma ditadura brutal”.
Telegrama do consulado geral dos Estados Unidos em São Paulo ao Departamento
de Estado, de 6 de novembro de 1969.
Citado por GASPARI, Elio. A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
Com relação ao período citado, de implantação e recrudescimento da ditadura civilmilitar de 1964, é CORRETO afirmar que
A) as agremiações e grupos liberais cassados e reprimidos durante o governo socialista de João Goulart partiram para a revanche no novo regime.
B) as esquerdas unificadas em torno do Partido Comunista Brasileiro optaram pela
luta armada, obrigando o Estado a reagir de forma violenta.
C) as cassações, a repressão policial e os interrogatórios com o auxílio de tortura
só atingiram indivíduos que participavam da luta armada.
D) as cassações, a repressão policial e a tortura por militares e policiais atingiram
indivíduos de diversas origens e posições ideológicas.
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Rascunho do Cartão de Respostas
Ao terminar a Prova de Conhecimentos Específicos, transfira
suas marcações para o Cartão de Respostas (cor vermelha)
obedecendo às instruções de preenchimento nele contidas.
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