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COMUNICADO
DE
IMPRENSA nr 05/2011
REPRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS, EM MOÇAMBIQUE
RESISTÊNCIA AOS ANTICROBIAMOS CONSTITUI PROBLEMA PARA A
SAÚDE PÚBLICA
Ministro da Saúde dirigindo-se aos participantes
Maputo, 12 de Abril de 2011- “A resistência aos antimicrobianos é actualmente um
assunto emergente e constitui problema para a Saúde Pública uma vez que conduz
à falência terapêutica, (…) e obriga à mudanças para linhas de tratamento mais
caras e em alguns casos conduz à discontinuação dos medicamentos e morte”,
reconheceu o Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Manguele, recentemente em Maputo.
O titular da pasta de Saúde falava durante as cerimonias centrais do Dia Mundial da
Saúde que se realizaram no Ministério da Saúde no passado dia 6 de Abril, uma vez que
o dia 7 de Abril em Moçambique é Dia da Mulher Moçambicana. A Organização Mundial
da Saúde (OMS) escolheu para as celebrações deste ano o seguinte lema: “Resistência
aos antimicrobianos : Se não actuarmos hoje, não haverá cura amanhã”.
Para informações adicionais, por favor, queira contactar : Telefone : 258- 21492733 ou [email protected]
Vista parcial dos participantes
“Trata-se de um assunto que é bastante comum no nosso País, mas nunca
tínhamos falado aberta e publicamente sobre ele. Diariamente vemos nos mercados
informais medicamentos à venda, em condições precárias de conservações e
também vemos pessoas a compr a - los para se auto - medicarem”, lamentou o
Ministro da Saúde.
Por seu turno falando em nome da Coordenadora Residente do Sistema das Nações
Unidas em Moçambique, senhora Jennifer Topping, o Representante da Organização
Mundial da Saúde, Dr. El Hadi Benzerroug, que se fazia acompanhar pelo Representante
do UNICEF em Moçambique, senhor Jesper Morch, apelou às autoridades nacionais a
aproveitarem do lema do Dia Mundial da Saúde deste ano para colocarem na prioridade
das suas agendas a ameaça real que a resistência aos medicamentos constitui para
África e que consolidem esforços para combater a resistência e angariar os recursos
necessários.
De modo a apoiar a vigilância, estratégia primária para detectar e acompanhar a
emergência de resistência aos medicamentos na população, o Dr. Benzerroug
aconselhou que “os laboratórios nacionais responsáveis pela monitorização da
resistência aos medicamentos devem estar devidamente equipados e dotados de
pessoal qualificado, para que possam produzir dados fiáveis”.
Na sua apresentação sobre o tema Combate à resistência aos antimicrobianos a Doutora
Esperança Sevene, membro da Comissão Técnica de Terapêutica e Farmácia (CTTF),
revelou que “em 2010 Moçambique registou um total de 87 casos de Tuberculose
Multi- Droga Resistente” e segundo ela “em relação ao HIV e SIDA estudos limitados
indicam que 0.77 por cento dos doentes estão a seguir a segunda linha de
tratamento na sua maioria resultante de resistência à primeira”.
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No concernente à Malária ela mostrou que à resistência à cloroquina e à sulfadoxinapirimetamina, aumentou nos Países onde a malária é endémica e que muitos países
alteraram as suas linhas de tratamento de malária para introduzir combinações em
derivados de artemisinina.
De acordo com Plano Estratégico Nacional do Programa Nacional de Prevenção e
controlo da Malária em Moçambique para o período 2010 – 2014, com o aparecimento da
resistência à cloroquina nas décadas de 70 e de 80 foi necessário procurar alternativas
eficazes de tratamento. Em 2002 a orientação terapêutica mudou de Cloroquina para
Amodiaquina e a Sulfadoxina/Perimetamina, (conhecido por Fansidar), como uma medida
interina enquanto se esperava uma melhor alternativa baseada numa combinação
terapêutica contendo derivados de Artimisinina.
Nos finais de 2004 foi alterada a primeira linha de tratamento da malária, passando o
Artesunato a substituir a Amodiaquina na combinação terapêutica de primeira linha, a qual
passou a ser de Artesunato mais o Fansidar. Em 2007 com a aprovação de combinações
fixas de derivados de Artemisinina, iniciou-se o processo de transição para o tratamento
da malária com base no Artemeter mais a Lumefantrina como primeira linha. Esta medida
foi definitivamente implementada a partir do primeiro semestre de 2009.
Durante o debate, sobre o lema do Dia Mundial de Saúde 2011, ficou claro que a
resistência em Moçambique é uma questão séria e é necessário a tomada de medidas
urgentes para fazer face ao problema. Foi também consenso a necessidade do
envolvimento dos outros sectores, bem como de todas as forças vivas da sociedade.
Após o encontro de reflexão sobre a problemática da resistência aos medicamentos, o
Ministro da Saúde procedeu ao lançamento do manual da 4ª edição do manual Saúde e
Vida ou “ Facts for Life”. O manual tem como objectivo proporcionar às famílias e aos
diferentes actores informações para salvar e melhorar a vida das crianças. O mesmo foi
elaborado pelo UNICEF, pela OMS, pelo UNESCO, pelo FNUAP, pelo PNUD, pelo
ONUSIDA, pelo PMA e pelo Banco Mundial. Além da produção, o UNICEF facilitou a sua
tradução em mais de 215 línguas, incluindo a Portuguesa.
O Manual é um valor acrescentado ao combate à resistência aos anti- microbianos uma
vez que a disseminação dos seus conteúdos vai também contribuir para o uso racional
dos medicamentos.
Os antimicrobianos são medicamentos usados para tratar infecções causadas por
micror ganismos incluindo bactéria, fungos, parasitas e vírus. Fazem parte destes
medicamentos antibióticos, os agentes quimioterapeuticos, os antifugicos, os
medicamentos antiparasitários e os antiretrovirais.
A descoberta dos antimicrobianos no século XX constituiu um grande marco no
tratamento das doenças infecciosas. A resistência aos antimicrobianos resulta
principalmente do:
• Uso imprudente e inapropriado em condições que não estão indicadas
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Uso inapropriado pelo doente ( auto - medicação)
O uso abusivo de anti – microbianos de largo espectro
Uso de baixas doses e duração inapropriada
Diagnóstico incorrecto da situação
Uso de antibióticos no processo de criação (engorda) de animais para o consumo
Práticas inadequadas de prevenção e controlo das infecções (medidas básicas de
assepsia)
• Insuficiente arsenal de meios de diagnóstico, medicamentos e vacinas
• Sistema inadequado de garantia da qualidade e fornecimento ininterrupto dos
medicamentos
• Ausência de sistemas de monitorização e vigilância
Diz - se que um micro - organismo (bactéria, vírus, fungo, parasita) é resistente quando o
seu crescimento não é interrompido pelo nível máximo de um anti - microbiano que é
tolerado pelo hospedeiro.
Participaram nas cerimónias do Dia Mundial de Saúde quadros seniores do Ministério da
Saúde, especialistas de Saúde Pública, representantes de Organizações de Saúde
Pública, representantes de instituições de formação, técnicos da Nações Unidas,
estudantes da área da saúde, representantes do Sector Privado, representantes de
Organizações Não Governamentais nacionais e internacionais, Jornalistas, de
Organizações de base comunitária entre outros parceiros e convidados.
Esq/Dir: Vice - Ministra da Saúde, Rep. do UNICEF, Ministro da Saúde e Rep. da OMS
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