crescimento de três cultivares de alface cultivadas sob

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CRESCIMENTO DE TRÊS CULTIVARES DE ALFACE
CULTIVADAS SOB DIFERENTES TIPOS DE TELA DE
SOMBREAMENTO
(1)
(1)
(2)
Sérgio Batista Silva de Souza ; Alan Soares Nascimento ; Santino Seabra Junior ; Vanessa
(3)
Cristina de Almeida Theodoro .
1 Acadêmico do curso de Ag ronomia – UNEMAT. Campus Universitário de Cáceres. – email: [email protected] ; [email protected] ;2 Professor
Orientador, Depto de Agronomia, UNEMAT. e -mail: [email protected] ; Professora Co-orientadora, Depto de Agronomia, UNEMAT. e -mail:
[email protected].
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento de três cultivares
de alface, cultivadas sob diferentes tipos de tela de sombreamento. O delineamento
experimental utilizado foi de blocos casualizados , arranjados no esquema fatorial
3x7, sendo três cultivares (Vera, Verônica e Veneranda) x sete ambientes de cultivo
(campo aberto, sombrite 30%, 40% e 50% e termo -refletora 30%, 40% e 50%), com
quatro repetições. Foram avaliados as características diâmetro de cabeça e número
de folhas aos 9, 16, 23 e 30 dias após o transplante. O bservou-se que, para as
características diâmetro da cabeça , avaliadas aos 9, 16 23 e 30 dias após o
transplante e número de folhas aos 9, 16 e 30 dias após o transplante não houve
interação significativa para cultivar x ambiente, porém para a característica número
de folhas avaliadas aos 23 dias após o transplante houve interação significativa .
Foram observados que a cultivar Verônica apresentou maior diâmetro e número de
folhas na colheita, ape sar de não ser superior nas avaliações anteriores. Quanto ao
ambiente foi verificado maior crescimento nos ambientes sombreados quando
comparado ao campo aberto, havendo uma tendência de maior crescimento nos
ambientes com maior sombreamento.
Introdução
Na região de Cáceres-MT as médias anuais de temperatura atingem cerca de
32°C e, especificamente no período de verão, onde as temperaturas são
extremamente cálidas atingindo 40°C. , nessas condições há redução do
desenvolvimento da alface ( Lactuca sativa L.), Segundo Puiatti e Finger (2005) a
variação ótima de temperatura para a espécie varia entre 4 a 27°C.
O uso de telas de sombreamento reduz os efeitos de excesso de radiação (Silva,
1998), conseqüentemente proporcionando redução da temperatura, podendo re duzir
entre 10 a 20% (Aburre et al., 2003).
Através do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento de
três cultivares de alface, cultivadas sob diferentes tipos de tela de sombreamento.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na área experimental pertencente à
UNEMAT/Cáceres-MT. A região apresenta clima Tropical, apresenta altitude média
de 118,0 metros do nível do mar, latitude de 16°04’33” e longitude de 57°39’10”. O
solo é do tipo Plintosolo Pétrico Concrecionário Distrófic o.
Foram avaliados 21 tratamentos em esquema fatorial 3x7, sendo três cultivares
(Vera, Verônica e Veneranda) x sete ambientes de cultivo (campo aberto, sombrite
30%, 40% e 50% e termo -refletora 30%, 40% e 50%), dispostos em delineamento
experimental de blocos casualizados, com quatro repetições, com dose plantas por
parcela, avaliando as seis plantas centrais .
Os ambientes apresenta m a dimensão de (10x10 m 2), com pé direito 2,4m de
altura, coberto com diferentes tipos de tela. Os canteiros apresentavam 0,2 m de
altura, 9 m de comprimento e 1,5 m de largura .
O plantio foi realizado no sistema de plantio direto, sob palhada de milheto . A
adubação foi segundo Trani et al. (1997), utilizando o formulado 4 -14-8, superfosfato
simples e esterco bovino e torta de m amona na cobertura. A irrigação foi por
aspersão (mangueiras tipo Santeno ), sendo realizada irrigação três vezes ao dia.
As mudas foram transplantadas em 16/11/2008, quando estas apresentavam
quatro folhas definitivas. As plântulas foram dispostas no canteiro com espaçamento
de 0,30 x 0,30 m entre plantas.
As avaliações da alface foram realizadas aos 9, 16, 23 e 30 dias após o
transplante foram avaliadas as características de crescimento da planta ( diâmetro e
número de folhas) através de avaliações não destrutivas, nas seis plantas centrais
de cada parcela. Considerou-se para o diâmetro das plantas, a média do maior e
menor diâmetro da planta e para o número de folhas existentes na planta, contando
somente folhas desenvolvidas , maiores que 1,5 cm.
As médias obtidas foram submetidas à análise de variância e Tukey a 5% de
probabilidade, utilizando o s oftware Estat.
Resultados e Discussão
Foi observado que, para as características diâmetro da cabeça avaliadas aos
nove, dezesseis, vinte e três e trinta dias após o transplante (DAT), número de
folhas aos 9, 16 e 30 DAT, as interações cultivar x ambiente não foram significativos
pelo teste de F a 5% de probabilidade. Sendo assim, os fatores serão discutidos
separadamente. Já para a característica número de folhas a valiado aos 23 DAT foi
significativo a interação cultivar x ambiente, assim a discussão desse fator foi
realizada conjuntamente.
A cultivar Veneranda apresentou maior diâmetro aos 16 DAT, porém aos 30
DAT destaca-se a cultivar Verônica (Tabela 1). Os resultados obtido para diâmetro
da cabeça aos 30 DAT para a cultivar Verônica (25,46 cm) são semelhantes com o
obtido por Queiroga (2001) também obteve diâmetro da “cabeça” maior para a
cultivar Verônica (33,4 cm), do que as demais cultiv ares estudadas.
O fator genético pode ser o atributo da cultivar Verônica por apresentar
melhor desenvolvimento no final do seu ciclo. A baixa adaptação da alface à
temperatura elevada tem impedido a cultura de expressar todo o potencial genético,
afetando o desenvolvimento da s folhas, comprometendo a produção Silva et al.
(1998). No desdobramento da interação dos ambientes a característica diâmetro,
aos 9 DAT o ambiente com tela preta 50%, apresentou maior média de diâmetro de
cabeça de alface, diferindo estatisticamente dos ambiente tela preta 30%, termo refletora 30% e campo aberto, porém não diferindo dos demais tratamentos.
Aos 16 DAT o diâmetro de cabeça foi maior para o ambiente com termo refletora 50% diferindo seu crescimento dos ambientes com tela preta 30%, termo refletora 30% e campo aberto. Aos 30 DAT os ambientes protegindo não
apresentaram diferenças em seus diâmetros, sendo que o campo aberto,
apresentou menor média de diâmetro. Os respectivos resultados discordam do
obtido por Bezerra Neto (2005) que não encontr ou diferença significativa de
diâmetro da alface.
Em relação ao número de folhas por plantas nas avaliações realizadas aos 9
DAT foi observado que as cultivares Verônica e Veneranda, não apresentaram
diferença significativa entre si, porém a Verônica foi s uperior a Vera e ambas não
deferiram da Veneranda (Tabela 1), Aos 16 DAT a cultivar Verônica apresentou
menor número de folhas que as cultivares Vera e Veneranda.
Tabela 1: Diâmetro e número de folhas de alface tipo crespa cultivadas em
diferentes tipos de tela de sombreamento, Unemat/Cáceres,MT, 2008.
Aos 23 DAT, ocorreu interação entre os fatores para a característica número de
folhas no qual foi verificado que quando comparado as cultivares dentre do ambiente
campo aberto, elas não apresentaram difer ença significativa (Tabela 2). Nos
ambientes, tela preta 30% e 50% e termo -refletora 40 e 50% a cultivar Veneranda e
Vera apresentaram maior número de folh as do que a cultivar Verônica.
Tabela 2: Número de folhas aos 23 dias após o tranplante das cultivar es de
alface.Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres, MT, 2008.
Tratamento/Cultivares
Campo Aberto
Tela Preta 30%
Tela Preta 40%
Tela Preta 50%
Termo-Refletora 30%
Termo-Refletora 40%
Termo-Refletora 50%
CV (%)
Verônica
6.21 bA
6.88 abB
6.29 abC
7.58 abB
6.69 abB
8.25 aB
6.58 abB
10,84
Vera
7.60 cA
8.73 bcA
8.79 bcB
10.42 abA
8.19 cAB
10.28 abA
10.99 aA
10,84
Veneranda
7.30 bA
9.38 aA
10.52 aA
11.04 aA
9.12 abA
9.85 aA
10.55 aA
10,84
Médias seguidas pelas mesmas letras, maiúscula na horizont al e minúscula na vertical não
difere estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Porém no ambiente com tela preta 40% a cultivar Veneranda apresentou a
melhor média e a Vera intermediária e a Verônica a menor entre as cultivares. O
número de folhas é uma característica que pode ser influenciado pelo ambiente, do
qual Radin (2004) constatou que ao avaliar o número de folhas de alface cultivadas
a campo aberto e em ambiente protegido, notou que quando a cultura e conduzida
em ambiente protegido apr esentaram número de folhas mai or do que as cultivadas a
campo aberto.
Na coleta aos 30 DAT as cultivares se diferiram entre sí, no qual a cultivar
Verônica apresentou maior média de número de folhas (13,76), diferindo da cultivar
Vera apresentado menor número de folhas (12,77), não se diferiu da cultivar
Veneranda (13,16). Com isso pode se dizer que a cultivar Verônica além de ser
influenciada pela forma de plantio, local de cultivo o fator genético também influência
na quantidade de número de folhas . No desdobramento da interação dos ambientes
a característica número de folhas avaliada aos nove dias após o transplante, foram
verificados que as alfaces cultivadas em ambiente protegido com tela preta 40% e
termo-refletora 40% e 50% apresentaram maior números de folhas quando
comparado com os demais ambientes .
Na coleta aos 16 DAT o ambiente com tela preta 50% apresentou maior média
de número de folhas que o campo aberto, tela preta 40%, termo -refletora 30% e
termo-refletora 50%, porém não se diferiram estatist icamente dos demais ambientes.
Na coleta aos 30 DAT a média de número de folhas entre os ambientes protegidos
foram iguais não se diferindo estatisticamente entre si, porém o campo aberto
diferenciou dos demais ambientes apresentando a m enor média de número de
folhas.
Em avaliação realizada por Queiroga (2001) analisando o cultivo de alface sob
diferente telas de sombreamento observou media de número de folhas de 20,75 a
22,30 entre os ambientes, sendo superior a obtida neste estudo tendo maior média
de 14,28. Isso ressalta que a utilização de telados de sombreamento
proporcionaram maior número de folhas, do que quando cultivado sob radiação solar
direta.
Conclusão
Foram observados que a cultivar Verônica apresentou maior diâmetro e
número de folhas na colh eita, apesar de não ser superior nas avaliações anteriores.
Quanto ao ambiente foi verificado maior crescimento nos ambientes sombreados
quando comparado ao campo aberto, havendo uma tendência de maior crescimento
nos ambientes com maior sombreamento.
Referências Bibliográficas
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BEZERRA NETO, F.; ROCHA, R.C.C.; NEGREIROS, M.Z.; ROCHA, R.H.;
QUEIROGA, R.C.F. Produtividade de alface em função de condições de
sombreamento e temperatura e luminosidade elevadas. Horticultura Brasileira,
Brasília, v.23, n.2, p.189 -192, 2005.
RADIN, B.; REISSER JÚNIOR, C.; MATZENAUER, R.; BERGAMASCHI, H.
Crescimento de cultivares de alface conduzidas em estufa e a campo. 2004.
SILVA, V.F. Cultivares de alface em diferentes espaçamentos sob temperaturas e
luminosidades elevadas. Mossoró: 25 f. Tese mestrado- ESAM, 1998.
TRANI, P.E.; NOVO, M.C.S.S.; CAVALLARO JÚNIOR, M.L.; GONÇALVES, C.;
MAGGIO, M.A.; GIUSTO, A.B.; VAILATI, M.L. Desempenho de cultivares de Alface
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PUIATTI, M.; FINGER, F.L. Fatores climáticos. In: PAULO CRF. Olericultura -teoria e
prática. 1ed. Rio Branco: Suprema Gráfica e Editora, v.1, p. 17 -38, 2005.
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