RELAÇÕES MORFOSSINTÁTICAS: ESTUDO DO NOME

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PORTUGUÊS - 3o ANO
MÓDULO 43
RELAÇÕES
MORFOSSINTÁTICAS:
ESTUDO DO NOME
Como pode cair no enem
(ENEM)
O sedutor médio
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?
(VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.)
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas:
a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os
cônjuges poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.
b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que
é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento,
apenas um dos cônjuges se sentiria realizado.
d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por
dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
e) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo
oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.
Fixação
1) (ENEM)
(QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993)
Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome “se” e o sentido que
adquire no contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome “se”:
a) em I, indica reflexividade e equivale a “a si mesmas”.
b) em II, indica reciprocidade e equivale a “a si mesma”.
c) em III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.
d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.
e) em II e III, indica reflexividade e equivale a “a si mesma” e “a si mesmas”, respectivamente.
Fixação
2) (UERJ)
Eros e Psiqué
CONTA A LENDA que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
(Fernando Pessoa)
Por o que à Princesa vem. (v. 10)
O valor gramatical do vocábulo “que”, no
verso acima, é o mesmo que ele apresenta
na seguinte alternativa:
a) “Um infante, que viria”;
b) “Antes que, já libertado”;
c) “E, se bem que seja obscuro”;
d) “E vê que ele mesmo era”.
Fixação
3) (UERJ) Certas formas linguísticas podem apresentar, ao mesmo tempo, valor verbal – expressando ações – e valor adjetivo – caracterizando os nomes a que se referem.
Dos trechos abaixo, de Marina Colasanti, a forma sublinhada que possui predominância
de seu valor verbal é:
a) “brilhavam os dentes abertos em risadas”;
b) “e estava debruçada no regato quando os caçadores
chegaram”;
c) “então ficavam horas se olhando calados”;
d) “o príncipe pensou ter entendido”.
Fixação
F
4) (UERJ) Os estudos gramaticais costumam apresentar a comparação como um processo5
ligado aos modificadores adjetivos e advérbios. Um exemplo de comparação construída por
meio de adjetivo está em:
a) “O desenvolvimento da ciência e da técnica pode percorrer caminhos diversos”.
b) “O controle não é técnico, nem científico; o controle é ético!”
c) “Por isso que a ética prática adquire, cada dia mais, uma importância maior.”
d) “dentro de uma escala hipotética de valores vitais para a humanidade”.
e
Fixação
o5) (UERJ) Leia os versos, de Drummond:
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
Classifique gramaticalmente as palavras sublinhadas e aponte a diferença de sentido entre
elas.
Fixação
F
6) (UERJ) Observe as formas sublinhadas em:
T
Morava então (1893) em uma casa de pensão no
Catete. Já por esse tempo este gênero de residência
florescia no Rio de Janeiro. Aquela era pequena e
tranquila.
(Machado de Assis)
“Esse”, “este” e “aquela” são formas empregadas como recursos de coesão textual. Indique
a classe gramatical a que pertencem essas palavras e justifique a escolha de cada uma no
trecho de acordo com a respectiva função textual.
7
n
r
Fixação
Texto para as questões 7 a 9.
Os diferentes
Descobriu-se na Oceania, mais precisamente na ilha de Ossevaolep, um povo primitivo,
que anda de cabeça para baixo e tem vida organizada.
É aparentemente um povo feliz, de cabeça muito sólida e mãos reforçadas. Vendo tudo
ao contrário, não perde tempo, entretanto, em refutar a visão normal do mundo. E o que eles
e dizem com os pés dá a impressão de serem coisas aladas, cheias de sabedoria.
Uma comissão de cientistas europeus e americanos estuda a linguagem desses homens
e mulheres, não tendo chegado ainda a conclusões publicáveis. Alguns professores tentaram imitar esses nativos e foram recolhidos ao hospital da ilha. Os cabecences-para--baixo,
como foram denominados à falta de melhor classificação, têm vida longa e desconhecem
a gripe e a depressão.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Prosa Seleta.)
7) (UFRJ) O nome da ilha, no texto, sugere uma sociedade inversa àquela que tem a “visão
normal do mundo” (“Ossevaolep” é “pelo avesso” ao contrário).
Estabeleça o ponto de vista do povo de Ossevaolep, que anda de cabeça para baixo, em
relação à “visão normal do mundo”.
Fixação
F
8) (UFRJ) No texto, há diversos sintagmas nominais – construções com núcleo substantivo9
acompanhado ou não de termos com função adjetiva – que caracterizam o “povo primitivo”. p
a) Retire do texto dois desses sintagmas.
a
b) A caracterização normalmente atribuída a um povo primitivo como não evoluído não seb
confirma no texto.
p
Justifique essa afirmativa, utilizando os sintagmas escolhidos no item a.
Fixação
9) (UFRJ) No texto, identifica-se o povo da ilha de Ossevaolep por um neologismo: cabecencespara-baixo.
a) Identifique os processos de formação de palavras utilizados para a criação desse neologismo.
eb) Considerando o conhecimento que os observadores têm do povo de Ossevaolep, responda:
por que se afirma, no texto, que o neologismo foi criado “à falta de melhor classificação”?
Fixação
10) (UFRJ) Leia a estrofe a seguir, de Cruz e Sousa:
Tu és o louco da imortal loucura,
o louco da loucura mais suprema.
A terra é sempre a tua negra algema,
prende-te nela a extrema Desventura.
Para a análise e a interpretação de um texto, é fundamental a compreensão das informações
transmitidas no nível das sentenças.
A fim de demonstrar essa compreensão, reescreva os seguintes versos do texto, substituindo
exclusivamente as formas pronominais por estruturas com sintagmas nominais que explicitem
os referentes: “A terra é sempre a tua negra algema / prende-te nela a extrema Desventura”.
Proposto
s
o
Cartão de Natal
I.
Pois que reinaugurando essa criança
Pensam os homens
Reinaugurar a sua vida
E começar caderno novo,
Fresco como o pão do dia;
Pois que nestes dias a aventura
Parece em ponto de voo, e parece
Que vão enfim poder
Explodir suas sementes:
II.
Que desta vez não perca esse caderno
Sua atração núbil para o dente;
Que o entusiasmo conserve vivas
Suas molas,
E possa enfim o ferro
Comer a ferrugem,
O sim comer o não.
(João Cabral de Melo Neto)
1) (UFRJ) O pronome demonstrativo essa
pode ter, dentre outras, as seguintes funções:
• indicar a localização no espaço em relação à segunda pessoa do discurso (perto da
pessoa com quem se fala/ a quem se escreve);
• lembrar ao ouvinte ou ao leitor algo já
mencionado.
Após reler o início do poema de João Cabral, responda:
a) A qual dos empregos acima descritos, corresponde o uso do pronome demonstrativo no
primeiro verso?
b) Justifique a resposta do item anterior e retire
do poema o dado que a comprova.
Proposto
2) (UFRJ)
O padeiro (fragmento)
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo meu
café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha
deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar
os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
E interroguei-o uma vez: Como tivera a ideia de gritar aquilo?
“Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe
acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra
pessoa qualquer, e ouvir a pessoa que atendera dizer pra dentro:
“Não é ninguém não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(BRAGA, Rubem. In: Ai de ti, Copacabana. 4a ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964, pp 44, 45)
a) Que sentido assume o pronome indefinido ninguém no texto acima?
b) Quando esse pronome indefinido é usado na função sintática de sujeito, a dupla negação
pode ou não ocorrer.Justifique essa afirmativa, exemplificando-a.
Proposto
Na verdade, à primeira vista, seu aspecto era de um velho como tantos outros, de idade
indefinida, rugas, cabelos brancos, uma barba que lhe dará um vago ar de sabedoria e respeitabilidade. Mas uma certa agilidade e o porte ereto darão a impressão de que, apesar da
aparência de velho, o viajante guardará o vigor da juventude. E os olhos...ah, o brilho dos olhos
será absolutamente sem idade, um brilho deslumbrado como de um bebê, curioso como o
de um menino, desafiador como de um jovem, sábio como o de um velhinho bem--humorado
que conseguisse somar tudo isso.
(Machado, Ana Maria. O Conto da Praça. Rio de Janeiro: Salamandra, 1986.)
3) (UFRJ) Confronte os trechos destacados nos itens A e B.
A) “Apesar da aparência de velho”
B) “Seu aspecto era de um velho como tantos outros”
“Maroto como o de um velhinho bem-humorado”
a) Como se justifica a ausência de artigo no trecho destacado no item A?
b) No item B, o artigo indefinido tem seu sentido reiterado em um dos dois trechos destacados.
Que recurso linguístico é responsável por essa reiteração? Explique sua resposta.
Proposto
4) (UFRJ)
O impossível carinho
Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
– Eu soubesse repor –
No coração despedaçado
As mais puras alegrias da tua infância!
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 9ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982. p. 118)
O poema de Bandeira constrói-se com base na relação entre o eu lírico e seu interlocutor.
A existência desse interlocutor é evidenciada por vocábulos que pertencem a duas diferentes
classes gramaticais.
a) Identifique essas duas classes gramaticais.
b) Diga que traço gramatical comum aos vocábulos indica a presença do interlocutor.
Proposto
5) (UERJ)
Ética para meu filho
(...)Veja: alguém pode lamentar ter procedido mal mesmo estando razoavelmente certo de que não sofrerá
represálias por parte de nada nem de ninguém. É que, ao agi rmos mal e nos darmos conta disso, compreendemos que já estamos sendo castigados, que lesamos a nós mesmos – pouco ou muito – voluntariamente. Não
há pior castigo do que perceber que por nossos atos estamos boicotando o que na verdade queremos ser...
De onde vêm os remorsos? Para mim está muito claro: de nossa liberdade. Se não fôssemos livres,
não nos poderíamos sentir culpados (nem orgulhosos, é claro) de nada e evitaríamos os remorsos. Por
isso, quando sabemos que fizemos algo vergonhoso procuramos afirmar que não tivemos outro remédio
senão agir assim, que não pudemos escolher: “cumpri ordens de meus superiores”, “vi que todo o mundo
fazia a mesma coisa”, “perdi a cabeça”, “é mais forte do que eu”, “não percebi o que estava fazendo”
etc. Do mesmo modo, quando o pote de geleia que estava em cima do armário cai e quebra, a criança
pequena grita chorosa: “Não fui eu!”. Grita exatamente porque sabe que foi ela; se não fosse assim, nem
se daria ao trabalho de dizer nada, ou talvez até risse e pronto.
Em compensação, ao fazer um desenho muito bonito essa mesma criança irá proclamar: “Fiz sozinho,
ninguém me ajudou!”
Do mesmo modo, ao crescermos, queremos sempre ser livres para nos atribuir o mérito do que
realizamos, mas preferimos confessar-nos “escravos das circunstâncias” quando nossos atos não são
exatamente gloriosos.
(SAVATER, Fernando. Ética para meu filho.Trad. Monica Stahel. São Paulo:
Martins Fontes, 1997. Tradução de: Ética para Amador.)
O leitor do texto é construído por meio de um jogo com os pronomes. Esse jogo é reconhecido pelo
emprego de:
a) “eu”, em diferentes momentos do texto, que identifica ora o leitor, ora o autor, ora a ambos;
b) “nós”, que inclui o autor e outras pessoas, combinado a um “eu” que torna o leitor responsável pelo
enunciado;
c) “eu” e “você”, alternadamente, como numa conversa, combinado à presença de “ele”, que é o próprio leitor;
d) “você”, a quem o autor se dirige em especial, e de “nós”, que inclui o autor, o leitor e outros seres humanos.
Proposto
6) Identifique, na charge abaixo, os artigos, os numerais e os pronomes e classifique-os.
(Junião. www.juniao.com.br)
Proposto
7) (UERJ)
— Neste lugar, disse o mineiro apontando para o pomar, todos os dias se juntam tamanhos bandos de graúnas, que é um barulho dos meus pecados. Nocência gosta muito disso
e vem sempre coser debaixo do arvoredo.
(Visconde de Taunay. Inocência)
Na passagem acima, há duas palavras, de mesma classificação gramatical, empregadas
pelo locutor para indicar a proximidade ou distância do elemento a que se referem.
Cite essas palavras e identifique sua classificação gramatical. Transcreva o trecho em que
uma dessas palavras se refere a uma informação presente no próprio texto.
Proposto
8) O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campaha contra o uso de drogas. Essa abordagem,
que se diferencia das demais outras campanhas, pode ser identificada:
a) pela seleção do público-alvo da campanha, representado, no cartaz, pelo casal de jovens.
b) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma ordem aos usuários e não usuários:
diga não às drogas.
c) pela ausência intencional do acento grave, que constrói a ideia de que não é a droga que
faz a cabeça do jovem.
d) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a seriedade do tema e a ambiência amena que
envolve a cena.
e) pela criação de um texto de sátira à postura dos jovens, que não possuem autonomia para
seguir seus caminhos.
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