Galo Capão

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GALO CAPÃO
Amâncio servia uma dose da branquinha pra Quincas, quando entra Coronel
Tertuliano acompanhado de um rapaz alto, bem-apessoado.
Pelos modos, com certeza era moço da capital.
_ Boas tardes minha gente! Diz o Coronel se recostando no balcão.
_ Tarde Coroné! Respondem Amâncio e Quincas em uníssono.
_ Boa tarde senhores! Diz o moço com voz suave.
_ Tarde seu moço!
_ Cês num tão reconhecenu ele não?
É o Nicodemos, meu filho que foi estudar na capital.
_ Ora vejam só ! Diz Amâncio com um sorriso.
Aquele moleque magrinho, que vivia comprando bala de goma comigo.
Mas ficou um rapagão.
_ Potro de raça cumpadre, garanhão! Diz o coronel orgulhoso.
_ Bem-vindo Nicodemos!
_ Pode me chamar de Nick, seu Amâncio!
Quincas entre uma talagada e outra, observava com o rabo do olho o jeitão do
moço.
E ficaram um tempo de conversa fiada.
Depois de exagerar nos elogios e na pinga. O coronel e o filho vão embora.
Amâncio serve mais um trago pra Quincas, continuando a prosa.
_ E ai Cumpadre, que qui ocê achou do moço?
Quincas cum sorrisinho safado no canto dos beiços, comenta.
_ Potro de raça...Garanhão...Sei não!!
De cavalo num intendo nada, mas intendo de outra criação
Esse tar di Nicodemos, no meu terrero seria galo
Mas cum certeza Capão...E dos Bão!
Ricco Paes
06/09/2005
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