Períodos Imperial e Republicano

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Aula 01 – Períodos Imperial e Republicano
Na aula de hoje continuamos a estudar a história de Mato Grosso. São
assuntos diversos que envolvem os períodos imperial e republicano do Brasil no
Estado.0 – Período Colonial
Sumário
História Política e Econômica de Mato Grosso
Período Imperial
1. A sociedade colonial
2. A Rusga
3. Os Presidentes de Província e suas realizações
4. A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai e a participação de Mato
Grosso
5. A economia mato-grossense após a Guerra da Tríplice Aliança contra o
Paraguai
6. O fim do Império em Mato Grosso
Período Republicano
7. O coronelismo em Mato Grosso
8. Economia de Mato Grosso na Primeira República: usinas de açúcar e
criação de gado
9. Mato Grosso durante a Era Vargas: política e economia
10. Política fundiária e as tensões sociais no campo
11. Os governadores estaduais e suas realizações
12. Divisão de Mato Grosso
13. Questões comentadas
14. Questões propostas
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Período Imperial
1. A sociedade colonial
A sociedade mato-grossense, no Período Colonial, era composta por
diversas camadas sociais, conforme o quadro abaixo:
Sociedade Colonial
Fazendeiros
Elites
Grandes comerciantes
Burocratas do Estado
Profissionais liberais
Baixo clero
Homens Livres
Camada
Média
Professores
Funcionários públicos e militares de
médio posto
Pequenos comerciantes
Homens
Livres
Pobres
Militares de baixa ou nenhuma patente
Mineiros
Pequenos agricultores
Escravos
Homens livres
Compreendendo, nesta categoria, as elites, a camada média e os
homens livres pobres.
As Elites eram compostas pelos:
- Fazendeiros, homens bem-sucedidos, os quais requeriam, logo que
chegavam à região, cartas de sesmarias, através das quais obtinham grandes
extensões de terra onde desenvolviam a agricultura, até mesmo com a
produção de excedente que era vendido aos mineiros, mantendo, muitos deles,
engenhos de açúcar e de farinha de mandioca e milho. Esses proprietários de
terras o eram também de escravos e representavam a camada superior da
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escala social. Conceituados junto às autoridades administrativas, ocupavam
postos de comando político-administrativo na região.
- Grandes comerciantes, ligados ao comércio importador e exportador.
- Burocratas do Estado, compreendendo os políticos de carreira, o alto
clero e os funcionários públicos que ocupavam o primeiro escalão.
A Camada Média, composta por profissionais liberais, baixo clero,
professores, funcionários públicos, militares, ambos de médio posto e
pequenos comerciantes.
A categoria Homens Livres Pobres era composta de:
- Militares de baixa ou nenhuma patente. Destaca-se, entre os
homens livres pobres, os soldados, oriundos das famílias de poucas posses.
Muitos deles encontravam no serviço militar uma forma de manter-se, mesmo
recebendo baixos soldos. O contingente militar mato-grossense sempre foi
acanhado diante da extensão da fronteira Oeste, porém mantinha-se, do alto
Guaporé ao baixo Paraguai.
- Mineiros (trabalhadores das minas).
- Pequenos agricultores, que sobreviviam de roças, da pesca e da
agricultura de subsistência, ou que não tinham qualquer emprego fixo.
Considerando que, no mundo colonial, as relações de trabalho eram
majoritariamente escravistas, a atuação dos homens pobres como
trabalhadores assalariados era insignificante, podendo, alguns deles, manter
um estabelecimento comercial, na maioria das vezes pequenas vendas ou
tavernas. Alguns poucos, tentando fugir da pobreza, empregavam-se como
capatazes, feitores ou trabalhadores braçais junto aos estabelecimentos
agrícolas.
Escravos
Os escravos constituíam uma significativa parcela da sociedade matogrossense. Era essa camada social composta de negros africanos ou seus
descendentes e pelos índios, conhecidos como "negros da terra".
Representavam uma mercadoria, podendo ser vendidos e até mesmo mortos
por seus proprietários.
A pobreza na região mineira
A pobreza na sociedade mato-grossense, visto que a maioria da
população não possuía bens, fazia com que os homens livres pobres, índios e
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escravos se aproximassem, mantendo relações de ajuda e de solidariedade.
Essa pobreza nas minas cuiabanas era frequentemente agravada pela carência
de alimentos, pois a maioria da população se dedicava, majoritariamente, à
mineração.
2. A Rusga
Após o processo de independência, o cenário político nacional se viu
fragmentado em dois setores maiores que disputavam o poder entre si. De um
lado, os políticos de tendência liberal defendiam a autonomia política das
províncias e a reforma das antigas práticas instauradas durante a colonização.
Do outro, os portugueses, conservadores, defendiam uma estrutura política
centralizada e a manutenção dos privilégios que desfrutavam antes da
independência.
Com a saída de Dom Pedro I do governo e a instalação dos governos
regenciais, a disputa entre esses dois grupos políticos se acirrou a ponto de
deflagrar diversas rebeliões pelo Brasil. Na região do Mato Grosso, a contenda
entre liberais e conservadores era representada, respectivamente, pela
“Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”.
No ano de 1834, as disputas na província culminaram em um violento confronto
que ganhou o nome de Rusga.
Os liberais mato-grossenses planejaram um enorme levante que
pretendia retirar os portugueses do poder com a força das armas. No entanto,
antes do ocorrido, as autoridades locais souberam do levante combinado. Com
isso, tentando desarticular o movimento, decidiram colocar o tenente-coronel
João Poupino Caldas – aliado dos liberais – como novo governador da província.
Apesar da mudança, o furor dos revoltosos não foi contido.
Na madrugada de 30 de maio de 1834, ao som de tiros e palavras de
repúdio contra os portugueses, os revoltosos partiram do Campo do Ourique e
tomaram o Quartel dos Guardas Municipais em Cuiabá. Dessa forma,
conseguiram conter a reação dos soldados oficiais e tomaram as ruas da capital
em busca dos “bicudos”. “Bicudo” era um termo depreciativo dirigido aos
portugueses que foi inspirado pelo nome do bandeirante Manuel de Campos
Bicudo, primeiro homem branco que se fixou na região.
A ordem dos “rusguentos” era de saquear a casa dos portugueses e matar
cada um que se colocasse em seu caminho, levando como troféu a orelha de
cada inimigo morto. Segundo alguns relatos, centenas de pessoas foram mortas
pela violenta ação que aterrorizou as ruas de Cuiabá. Logo após o incidente,
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foram tomadas as devidas providências para que os líderes e participantes da
Rusga fossem presos e julgados pelas autoridades.
Em um primeiro momento, Poupino Caldas quis contornar a situação sem
denunciar o ocorrido para os órgãos do governo regencial. Contudo, não
suportando o estado caótico que se instalou na cidade, pediu socorro do
governo central, que – de imediato – nomeou Antônio Pedro de Alencastro
como novo governador da província. Contando com o auxílio da antiga liderança
liberal, os cabeças do movimento foram presos e mandados para o Rio de
Janeiro.
Apesar de nenhum dos envolvidos sofrer algum tipo de punição das
autoridades, o clima de disputa política continuava a se desenvolver em Cuiabá.
O último capítulo dessa revolta aconteceu em 1836, quando João Poupino
Caldas – politicamente desprestigiado – resolveu deixar a província. No exato
dia de sua partida, um misterioso conspirador o alvejou pelas costas com uma
bala de prata. Na época, esse tipo de projétil era especialmente utilizado para
matar alguém que fosse considerado traidor.
3. Os Presidentes de Província e suas realizações
O primeiro presidente da Província foi José Saturnino da Costa que
governou de 1825 a 1828. Após o seu governo, houve 66 trocas do mandatário
da Província. Alguns governaram mais de uma vez e poucos um tempo
considerável, de alguns anos. Nos 64 anos do Período Imperial (1825-1889),
Mato Grosso teve 51 presidentes diferentes.
Os principais presidentes foram:
- Augusto João Manoel Leverger (primeiro governo: fev. 1851 – abril
1857) – Assumiu a chefia do governo provincial por cinco vezes. Comandou a
defesa da capital durante a Guerra do Paraguai. Grande pesquisador, deixou 36
obras sobre a história e geografia de Mato Grosso.
- Rufino Ernesto Gustavo Galvão (dez. 1879-maio 1881) – Criou o Liceu
Cuiabano, instituição que prestou relevantes serviços a educação e cultura de
Mato Grosso.
- José Maria de Alencastro (maio 1881 – março 1883) – Promoveu
construções e melhorias nos serviços de abastecimento de água de Cuiabá.
Construiu o primeiro jardim público de Cuiabá, atual praça Alencastro.
- Floriano Peixoto – Um dos consolidadores da República no Brasil.
Governou Mato Grosso de 13/10/1884 a 05/10/1885.
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- Manuel Almeida Gama Lobo Coelho D’Eça (maio 1883 – out. 1884) –
Concluiu a construção do Arsenal de Guerra. Auxiliou a expedição científica de
Karl Von den Steinen, que explorou as cabeceiras do rio Xingu em 1884.
- João Galdino Pimentel (nov. 1885 – nov. 1886) – Em seu governo
ocorreu a pacificação dos índios Bororo.
4. A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai e a participação
de Mato Grosso
A Guerra da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) contra o
Paraguai durou 5 anos, de 1865 a 1870. O conflito ocorreu num momento em
que a Província de Mato Grosso passava por sérias dificuldades de comunicação
com o litoral brasileiro, especialmente com o Rio de Janeiro, capital do Império.
Conhecedor da situação precária de Mato Grosso, o governo paraguaio, dirigido
por Francisco Solano Lopes, resolveu atingir a parte mais frágil do Império
brasileiro, pelo seu lado ocidental, na fronteira Centro-Oeste.
A Província mato-grossense, precariamente militarizada, em função da
grande extensão do seu território e da população rarefeita foi facilmente
atacada. Os paraguaios saíram-se vitoriosos nos primeiros combates e se
apossaram de todo o sul da Província (atual Mato Grosso do Sul).
No entanto, o motivo que deu início a Guerra da Tríplice Aliança foi o
aprisionamento da embarcação “Marques de Olinda”, que saiu de São Paulo
com destino a Cuiabá. A embarcação trazia a bordo o novo presidente de
Província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Com o sequestro do
navio brasileiro pelas forças paraguaias, Solano Lopes deu o motivo que o
Brasil, Uruguai e Argentina precisavam para desencadear a guerra.
As forças paraguaias iniciam a guerra com a tomada de Corumbá, e
consequentemente essa ação acabou bloqueando a Bacia Platina e isolando
Mato Grosso das demais províncias brasileiras.
Durante a guerra, a Província de Mato Grosso passou por uma série de
transformações, como por exemplo, o medo. A população tinha medo dos
paraguaios, dos desertores, dos negros do quilombo do Rio do Manso, e mais
tarde da varíola, pois muitas pessoas faleceram vítimas desta epidemia. Para
evitar que a doença se propagasse mais, o governo provincial construiu em
Cuiabá, o Cemitério Nossa Senhora do Carmo (conhecido como Cai-Cai).
Outra consequência gerada pela guerra foi a fome, uma vez que com o
bloqueio da Bacia Platina, a província deixou de receber muitos produtos que
chegavam através dos rios. E para piorar ainda, em janeiro de 1865, as águas
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do Rio Cuiabá transbordaram ocasionando uma grande enchente na capital,
destruindo algumas roças de subsistência, o que acarretou no aumento dos
preços dos alimentos.
Em 1867, com a retomada de Corumbá, as tropas de Solano Lopes
começam a perder forças, e em 1870, o Brasil derrotou o exército paraguaio. O
fim da guerra proporcionou a reabertura da Bacia Platina, permitindo a
exportação dos produtos do extrativismo vegetal como látex, a poaia, a ervamate e de produtos agrícolas como a cana de açúcar. Através da navegação
fluvial, a Província importava pianos, vidros, espelhos, tecidos, dentre outros
produtos manufaturados. Paralelamente ocorreu o surgimento de uma
burguesia comercial que se dedicava ao comércio de importação e exportação,
provocando o desenvolvimento dos portos de Corumbá, Cáceres e Cuiabá.
5. A economia mato-grossense após a Guerra da Tríplice Aliança
contra o Paraguai
Uma vez liberada a navegação pelo rio Paraguai, após o término da
guerra, a Província de Mato Grosso abria-se para o capital internacional,
integrando-se ao grande comércio. As mercadorias importadas pelas casas
comerciais vinham principalmente da Europa. A importação era diversificada:
tecidos, adornos pessoais (chapéus, luvas, leques, meias, sapatos), adornos de
casa (abajures, lustres, espelhos, baixelas, mobiliários, instrumentos musicais),
alimentos (bacalhau, azeitona, bebidas – especialmente vinho português e
espanhol, cervejas, licores, champagne – biscoitos, chocolate, trigo, temperos
secos, chás), máquinas a vapor, ferramentas, remédios e outros produtos.
De Mato Grosso para o exterior, eram exportados produtos em estado
bruto (matérias-primas sem nenhuma transformação industrial), tais como:
couros secos, sebos, crinas, penas de aves, cascos de animais, látex
manufaturado, erva mate seca e triturada e poaia ensacada. Esses produtos
eram exportados para a Europa e Estados Unidos pelas casas de comércio
regional. Apenas a erva-mate, sob o controle empresarial da Companhia Mate
Laranjeira, mantinha estreita relação com as indústrias argentinas, para o
beneficiamento da produção.
Essa movimentação estimulada pela abertura da navegação pelo rio
Paraguai, foi responsável pela definição da economia mato-grossense, atraindo
capital internacional e estimulando os investimentos dos habitantes da
Província.
Muitos imigrantes entraram em Mato Grosso e ali permaneceram,
constituindo famílias e investindo na região. Escolheram morar nas cidades
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portuárias: Corumbá, Cáceres e Cuiabá, onde montaram estabelecimentos
comerciais. Considerando que o comércio ganhara um cunho internacional,
faziam-se necessários postos ou agências bancárias, através dos quais as
diferentes moedas eram negociadas. Assim, as casas comerciais matogrossenses faziam o papel de bancos, a fim de sustentar os seus negócios.
Produtos do extrativismo vegetal
Poaia
Também conhecida como Ipeca ou Ipecacuanha. Planta com o formato de
um arbusto de aproximadamente 45 cm de altura, tem a sua raiz utilizada
devido as suas propriedades medicinais. A poaia destacou-se na economia de
Mato Grosso, a partir de 1860, logo na segunda metade do século XIX, período
em que ocorreu a Revolução Industrial na Europa.
A extração se dava na região oeste de Mato Grosso onde ela é nativa.
Através do arrendamento de terras devolutas, empresários nacionais e
estrangeiros extraiam a sua raiz sempre no período das chuvas. A seguir, esse
produto do extrativismo vegetal, era destinada ao mercado externo, mais
especificamente a Europa, para atender as necessidades das indústrias
farmacêuticas.
No Brasil, começou a ser consumida somente a partir da década de 1940,
com o desenvolvimento industrial promovido pelo governo Vargas. No século
XIX, a poaia era escoada para a Europa através da Bacia Platina, sendo que a
mão de obra utilizada para sua extração era assalariada, mas baseada na
produção e os trabalhadores recebiam tratamento escravista.
Borracha
O auge da extração do látex em Mato Grosso se deu a partir de 1870 com
o avanço da industrialização. Na Província, o látex podia ser extraído tanto da
seringueira, localizada na região norte (vale Amazônico), como da mangabeira,
encontrada às margens dos Rios da Bacia Platina.
Ao contrário da poaia, a borracha era sempre extraída no período das
secas, uma vez que se o látex malhasse, ele não poderia ser coagulado
(processo pelo qual ele passava antes de ser transportado). O mercado
consumidor da borracha era a Europa, e seu escoamento no século XIX ocorreu
através da Bacia Platina. No século XX, o produto era escoado através da
estrada de ferro Madeira-Mamoré até o porto de Manaus.
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A mão de obra utilizada na sua extração era assalariada, baseada na
produção e com o tratamento escravista. A produção de borracha era realizada
principalmente pelos nordestinos, que vieram trabalhar na extração da borracha
com a promessa de uma vida melhor.
A decadência da produção ocorreu a partir de 1912, quando os ingleses
levaram mudas da seringueira para a Ásia. O plantio obteve sucesso, e não
demorou para que os asiáticos se tornassem os maiores produtores mundiais da
extração do látex.
O governo brasileiro tentou reverter à situação, criando o “Plano de
Defesa da Borracha”. Para isso tomou algumas medidas como o incentivo a
plantação de árvores, e a isenção dos impostos para a importação de
equipamentos que facilitassem a extração do látex. Porém, estas iniciativas não
foram suficientes para colocar o Brasil novamente como líder mundial na
produção de látex. Durante o Governo de Getúlio Vargas, com os incentivos
dados a indústria nacional, o látex passou a atender o mercado interno.
Erva Mate
A erva mate é um produto do extrativismo vegetal rico em cálcio,
magnésio, sódio, potássio e ferro. Encontrada na região sul do Mato Grosso, era
utilizada para descansar os músculos, atenuar a fome, tinha função diurética e
segundo os médicos e poder afrodisíaco.
Em 1870, após a Guerra do Paraguai, Tomás Laranjeira, empresário de
visão, que tinha sido Secretário do Governo Imperial, usou da sua influência
política para arrendar as terras do sul ricas em ervais. Com o arrendamento
concedido, Tomas Laranjeira funda a Companhia Mate Laranjeira.
A empresa teve grande desenvolvimento, com a sua receita chegando a
ser seis vezes mais que o valor da renda do governo estadual. Por isso se dizia
que a Mate Laranjeira era um “Estado dentro de outro Estado”.
A mão de obra utilizada era principalmente dos paraguaios, que estavam
desempregados devido à guerra e entravam em Mato Grosso para trabalhar por
qualquer salário. Os trabalhadores da erva mate eram chamados de “mineros”
e eram assalariados, recebiam conforme a produção, porém o tratamento era
do tipo escravista.
Para a repressão daqueles que não queriam trabalhar quase como
escravos existia a polícia particular da companhia que se denominavam
“comitiveros”. Isso, demonstra o poder dos seus proprietários, uma vez que o
segundo a legislação somente o Estado podia constituir força policial.
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A produção da erva mate voltava-se principalmente para o mercado
externo, sendo a Argentina o principal comprador. Em 1902 a companhia
passou for grandes dificuldades financeiras. Um dos seus acionistas, o Banco
Rio e Mato Grosso faliu e colocou as suas ações a venda. O comprador foi
Francisco Mendes, empresário argentino. Tal fato levou a empresa a mudar a
sua razão social, e passou a ser chamada de Laranjeira, Mendes e Cia.
Nesse momento Tomás Laranjeira ficou responsável pela extração em
Mato Grosso e Francisco Mendes, pela sua industrialização, distribuição e venda
na Argentina. A decadência da empresa ocorreu na década de 1930, quando
Getúlio Vargas estimulou a produção de erva mate no sul. O governo estadual
também não concedeu um novo arrendamento de terras alegando que as terras
usadas pela Cia Mate Laranjeira seriam usadas para promover a colonização no
sul de Mato Grosso. Além disso, a decadência da Companhia estava também
associada à produção da erva mate em Corrientes e Missiones, assim a
empresa perdeu o seu maior comprador.
6. O fim do Império em Mato Grosso
O Partido Republicano Mato-grossense foi fundado em 12 de agosto de
1888. Para maior divulgação do ideário, os republicanos, fundaram o jornal A
República de curta duração.
Os mato-grossenses, a exemplo do que ocorreu em quase todo o Brasil,
acolheram com surpresa a notícia da Proclamação da República. Logo no início
do novo regime, o presidente Marechal Deodoro da Fonseca, estabeleceu um
governo provisório, tanto no Rio de Janeiro, quanto nos demais estados.
A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889, mas a notícia só
chegou em Mato Grosso no mês de dezembro. Junto com ela, chegou o nome
da pessoa escolhida para ser o primeiro presidente do Estado – General Antônio
Maria Coelho, um dos militares atuantes na Guerra do Paraguai. Logo após a
sua nomeação, criou a Bandeira de Mato Grosso, por meio do Decreto nº 2, de
31 de janeiro de 1890.
O General Antônio Maria Coelho filiou-se ao Partido Nacional Republicano
em Mato Grosso. A oposição ao seu governo era feita pelo Partido Republicano,
que forçou a sua renúncia. O Partido Republicano também fazia oposição a
Deodoro da Fonseca e apoiava o vice-presidente Floriano Peixoto.
Quando foi aprovada a primeira Constituição de Mato Grosso em 1891,
foram eleitos Manuel José Murtinho, como Presidente do Estado e Generoso
Paes Leme de Souza Ponce, como Vice-Presidente do Estado, ambos do Partido
Republicano.
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Período Republicano
7. O coronelismo em Mato Grosso
O coronelismo pode ser definido como o poder exercido pelos homens
ricos e proprietários de terras. Os “coronéis” eram pessoas influentes
politicamente que haviam sido agraciadas durante o Império com patentes da
Guarda Nacional, correspondentes àquelas do Exército. Não eram militares,
mas, coronéis civis, da Guarda Nacional.
Um poder paramilitar passou a existir no interior da sociedade brasileira,
tendo à frente a figura desses coronéis. Além de respeitados pelo seu poder
político e econômico, mantinham grande contingente de homens armados,
verdadeiros exércitos particulares que por eles lutavam nos momentos de
disputa ou confronto político. Eles conseguiam carrear muitos votos, tanto para
os cargos municipais, como para os estaduais e federais.
A atuação do coronel na vida das comunidades era muito grande, pois ele
se fazia às vezes de empregador, protetor das famílias, compadre, festeiro,
juiz, enfim. Essa figura, era o grande cacique político a quem todos
respeitavam. Por esse papel, os coronéis conseguiram arregimentar em torno
de si um número substancioso de homens dispostos a protegê-los e a lutar com
armas para defender os seus ideais.
Nas grandes propriedades, era comum aparecer um médico para cuidar
dos trabalhadores, uma professora para lecionar para as crianças analfabetas,
um padre para rezar missa na capela da propriedade, para batizar os filhos dos
empregados e realizar casamentos. Tudo isso sob os auspícios do coronel.
Quando muitos coronéis se reuniam em torno de um partido, formavam
as oligarquias, cujo poder e influência extrapolavam o âmbito municipal,
constituindo um real poder dentro dos estados. Muitas vezes, esses chefes se
uniam em duplas lutando contra um terceiro. Outras vezes, os mesmos se
desuniam e buscavam apoio em seu antigo adversário. Por isso, se torna um
pouco difícil de compreender de que lado, exatamente estavam, pois a cada
movimento a composição era diferenciada.
No Mato Grosso, o poder e a influência das oligarquias estavam
concentrados em diversas famílias. De uma certa forma, havia uma divisão
entre a Oligarquia do Norte, composta por usineiros e proprietários de terra, e a
Oligarquia do Sul, formada pelos comerciantes, pecuaristas e os empresários do
mate. Um dos maiores coronéis do Estado foi o usineiro Totó Paes de Barros.
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8. Economia de Mato Grosso na Primeira República: usinas de
açúcar e criação de gado
Cana de açúcar
A história da cana de açúcar no Mato Grosso divide-se em dois
momentos. Primeiramente no século XVIII, quando o governo português
interessado na mineração, proibiu a instalação dos engenhos. O governo alegou
que a produção de aguardente trazia efeitos prejudiciais aos escravos, que ao
invés de minerar só queriam se dedicar à fabricação da bebida.
Os engenhos eram movidos por tração animal ou através de uma roda
d’água, sendo encontrados em pequenas propriedades, e voltados para
abastecer o mercado interno, como por exemplo, as Minas de Cuiabá.
Localizavam-se na região da Chapada (Serra acima) e nas margens do rio
Cuiabá. Produziam rapadura, melado, açúcar e cachaça.
No século XIX, com o advento da Revolução Industrial, os proprietários de
terras importaram máquinas e instalaram as primeiras usinas. Essas usinas se
localizavam nas margens dos rios Paraguai e Cuiabá. A localização às margens
dos rios deveu-se a fertilidade do solo e a facilidade do escoamento da
produção. Naquele período, a produção era escoada pela Bacia Platina, para
consumo no próprio Mato Grosso, outras províncias brasileiras e países da
América do Sul.
As usinas utilizavam mão de obra assalariada, baseada na produção e
com tratamento escravista. Os proprietários das usinas eram conhecidos como
“coronel” e as pessoas que trabalhavam nesta atividade eram chamados de
“camaradas”.
A usina Itaici, foi a mais importante. De propriedade de Totó Paes de
Barros, chegou a cunhar a sua própria moeda, que recebia o nome de “Tarefa”,
com a qual pagava os seus trabalhadores. Esse fato demonstra a força política
de seu proprietário, considerado um dos maiores coronéis da região, que
chegou a ocupar o cargo de Presidente do Estado de Mato Grosso.
Os camaradas da Itaici trabalhavam até 19 horas por dia no período das
safras e eram castigados, humilhados pelo patrão. Na década de 1930, com
ascensão de Vargas, a sorte dos usineiros começou a mudar. Getúlio Vargas
empreendeu uma série de medidas que visavam destruir o poder destes
coronéis.
Uma destas medidas foi a criação do Instituto do Álcool e do Açúcar
(IAA). Com o objetivo de financiar a produção das usinas, o governo federal
estabeleceu que somente os grandes produtores receberiam financiamento.
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Como a produção estadual era pequena, os usineiros locais faliram. Outra
medida que enfraqueceu mais ainda o poder destes produtores de açúcar foi a
fiscalização e cobrança das leis trabalhistas implantadas por Vargas.
Pecuária
No século XVIII, a pecuária abastecia o mercado interno mato-grossense.
O gado era criado solto, consequentemente era uma economia de baixa
produtividade. A região que mais se destacou na criação do gado foi Vila Maria
de Cáceres. Uma das fazendas mais importantes desse período foi a Fazenda
Jacobina.
No século XIX, com a Revolução Industrial, Vila Maria de Cáceres
começou a se destacar pelo surgimento das indústrias de charque, sendo a
mais importante a de Descalvado. Localizada as margens do Rio Paraguai,
Descalvado era um saladeiro construída com capital belga, que posteriormente
foi vendida aos argentinos.
O charque era escoado por meio da Bacia Platina. Na sua produção,
utilizava-se mão de obra assalariada. No entanto, o pagamento feito ao peão
geralmente era em gado.
Durante o século XX, na Primeira República, com a construção da Estrada
de Ferro Noroeste do Brasil, a pecuária floresceu principalmente na região sul
de Mato Grosso. O gado criado no Mato Grosso seguia pela ferrovia até Bauru e
Uberaba, onde era abatido e beneficiado. Com a pecuária, Corumbá se tornou
local de instalação de grandes casas comerciais, em sua grande maioria
estrangeiras. Ocorreu a valorização das terras nessa região, o aparecimento de
cidades como Águas Claras e Três Lagoas, além do crescimento e
desenvolvimento da região de Campo Grande, que passou a ambicionar o
status de capital.
9. Mato Grosso durante a Era Vargas: política e economia
As comunicações – A Comissão Rondon
A comissão Rondon teve como objetivo principal à construção das linhas
telegráficas, a integração de Mato Grosso com o Brasil e com os países da
América do Sul facilitando a comunicação e a expansão do capitalismo, uma vez
que era necessária a ocupação dos “espaços vazios”.
Na construção das linhas telegráficas utilizou mão de obra indígena, dos
presos civis capturados nas Revoltas da Vacina e da Chibata no Rio de Janeiro e
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dos soldados pobres de baixa patente. Além da exploração da mão de obra,
esses trabalhadores enfrentaram a febre amarela, a varíola e outras doenças
que acabaram por trazer muitas mortes durante a comissão. Tantas mortes não
valeram nada, pois vinte anos após sua conclusão as linhas telegráficas foram
abandonadas porque surge o telégrafo sem fio.
Segundo a ideologia positivista de Rondon, os índios deveriam sair o
estado de selvageria para atingir a civilização. Em 1909, Rondon ficou doente e
foi ao Rio de Janeiro para ser tratado. Na capital federal, Rondon encontrou o
Presidente Nilo Peçanha, que criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), atual
Funai. Essa instituição tinha a proposta de proteger os índios, evitando a sua
escravidão, demarcar as suas terras e educá-los.
10. Política fundiária e as tensões sociais no campo
O sistema de sesmarias teve seu término oficial a partir da promulgação
da Lei de Terras de 1850, que estabeleceu a compra como a única forma de
aquisição de terras. Essa lei beneficiou as camadas mais elevadas e excluiu
definitivamente os pobres do acesso às terras públicas. Eram as camadas
endinheiradas que tinham dinheiro para comprar as terras do governo. Os
homens livres pobres, mais uma vez, não conseguiram sequer um pedaço de
terra.
Por outro lado, a Lei de Terras estabeleceu que a legalização das posses,
antes concedidas através das Cartas de Sesmarias, deveriam ser feitas, a partir
de 1850, em Cartório. Coube a essa instituição reconhecer e escriturar as
posses adquiridas pelo antigo sistema.
Com a Proclamação da República, especialmente após a Constituição de
1891, as terras devolutas passaram ao domínio dos Estados. Coube a essas
unidades federativas, a responsabilidade pelas terras circunscritas ao seu
território.
Estudamos sobre o coronelismo em Mato Grosso. Pois bem, essa
oligarquia que mandava em Mato Grosso, que legislava e administrava em
causa própria, terminou por estabelecer uma concentração de terras ainda
maior em suas mãos.
A primeira lei de terras mato-grossense, de nº 24, data de 16 de
novembro de 1892. Foi sancionada pelo então Presidente do Estado, Manuel
José Murtinho, importante acionista do Banco Rio e Mato Grosso, um dos
proprietários da Companhia Mate Laranjeira. Por essa lei, foi criada a Diretoria
de Obras Públicas, Terras, Minas e Colonização; primeira instituição
estadual responsável pela questão de terras em Mato Grosso.
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Seguiu-se a essa uma outra, Lei nº 20, que regulamentou a
transformação das antigas Cartas de Sesmarias, em títulos de propriedade de
terra. Seriam consideradas passíveis de legitimação as sesmarias nas quais
estivessem edificadas casas, engenhos e que houvesse, comprovadamente,
criação de gado e lavoura. Sem essas condições, as terras deveriam voltar para
o Estado de Mato Grosso. Nesse movimento, o governo estadual concedeu
aqueles que conseguiram escriturar as suas posses a possibilidade de
reivindicar terrenos contíguos as mesmas, desde que fossem devolutos.
Prerrogativa que veio a favorecer aos já latifundiários, pois as sesmarias eram
imensas e anexando novas terras, tornaram-se ainda mais extensas.
Além das terras legalizadas, o governo de Mato Grosso implementou um
vigoroso processo de venda de terras devolutas a partir de 1893. Os
compradores eram pessoas de posse, indivíduos que, ou já detinham
propriedades ou, ainda, desejando alterar os rumos das aplicações financeiras,
apostavam na aquisição de terras como investimento.
Em 1927, um novo regulamento de terras passou a vigorar no Estado do
Mato Grosso. A norma implementou um maior rigor na regularização das terras,
através da atuação de medidores e demarcadores nomeados pelos organismos
oficiais. Isso foi feito no sentido de coibir os constantes abusos ocorridos por
ocasião de legalizações fundiárias. Da mesma forma, essa lei contribuiu para
melhor regulamentar as terras devolutas, públicas e as propriedades
particulares.
Por meio da Lei nº 336 de 6/12/1949, Mato Grosso teve o seu primeiro
Código de Terras. Por ele, intensificou-se ainda mais, a questão da venda de
terras devolutas, assim como foi aperfeiçoada a ação dos medidores e
demarcadores a serviço do Estado.
No entanto, o Código foi modificado em 1951, pelo governador Fernando
Côrrea da Costa. Imbuído da ideia de que o território mato-grossense ainda
estava pontilhado com imensos “vazios populacionais”, alterou a legislação no
sentido de facilitar o processo de venda de terras devolutas. Obviamente, a
concepção de “vazios populacionais” não considerava que muitas dessas terras
eram habitadas pelas populações indígenas.
No entendimento desse governador, a corrente migratória seria a
salvação de Mato Grosso. No seu governo teve início a atuação de empresas
particulares de colonização.
A criação da Superintendência do Plano de Valorização da
Amazônia (SPVEA), em 1953, contribuiu para aumentar ainda mais o
interesse pelas terras mato-grossenses. A SPVEA objetivava a apropriação dos
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recursos naturais da Amazônia Legal, riquezas naturais e minerais. Para isso,
era essencial que as populações dessa região incorporassem as modernas
tecnologias para processar o extrativismo, a fim de que o fruto do seu trabalho
se mostrasse lucrativo. Isso significava que a maioria da população rural
amazônica, utilizava recursos arcaicos. Na ótica do plano da SPVEA, os índios e
caboclos eram considerados atrasados e pouco produtivos. O ano de 1954
marcou um incremento vertiginoso na compra de terras.
A venda indiscriminada das terras mato-grossenses e amazônicas se
intensificaram a partir do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek (19561960). Esse plano se assentava num maior estímulo a industrialização nacional,
através da substituição de importações.
Para que o Brasil conseguisse exportar sua produção, grandes artérias
rodoviárias rasgariam o Centro-Oeste em direção a Amazônia, como foi o caso
da rodovia Belém-Brasília. No entanto, Mato Grosso, a Amazônia e todo o norte
brasileiro não conseguiram se industrializar. Continuaram a desempenhar o
papel de meros fornecedores de matérias-primas.
O Sudeste, ao contrário, ganhou impulso industrial. O caminho para a
interiorização de sua produção determinou a abertura de estradas de rodagem
que, dessa região, atingissem o Centro-Oeste, visto como consumidor de
produtos industrializados e fornecedor de matérias-primas. Com isso, abriramse dois importantes caminhos para se chegar ao Mato Grosso: Pelo Nordeste e
pelo Sudeste. Os caminhos abertos, colaboraram para que migrantes dessas
regiões se dirigissem espontaneamente para o Estado, cuja população teve um
aumento significativo.
Apesar do conclamo de todos os presidentes e governadores de Mato
Grosso, as corrupções e ilegalidades na venda das terras não sofreram qualquer
alteração substantiva. Moralmente desacreditado, o Departamento de Terras e
Colonização foi extinto em 1966, no governo de Pedro Pedrossian. Em
substituição ao órgão extinto, no mesmo ano, foi criada a Comissão de
Desenvolvimento do Fundo de Planejamento
Para legitimar a propriedade das terras mato-grossenses foi criada, em
1970, a Companhia de Desenvolvimento do Estado do Mato Grosso
(CODEMAT). Já em 1972, o governo estadual criou a Comissão Especial de
Terras, com a finalidade de organizar e sistematizar os documentos relativos
às propriedades de terra e às terras da União. No mesmo ato que instituiu a
Comissão, foi criado o Departamento de Geografia e Geologia, incumbido da
formulação de políticas agrárias, pela colonização e cadastramento das posses.
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Na década de 1970, o Governo Federal lançou vários programas de
ocupação e colonização da Amazônia Legal. Esses projetos e programas de
colonização estimularam a vinda de grande leva de migrantes para Mato
Grosso, advindos das mais diversas regiões brasileiras. Os programas
estimularam a entrada do grande capital, com capacidade de investir na
produção rural, mantendo grandes empreendimentos nas áreas de agricultura e
pecuária.
O Plano de Integração Nacional (PIN) foi lançado em 1970. Promoveu
a vinda de migrantes, especialmente nordestinos para a faixa de terra que, por
10 km, margeava as principais rodovias: Transamazônica (BR-230) e CuiabáSantarém (BR-163), sob a coordenação do INCRA. Essa faixa foi aumentada de
10 km para 100 km, em 1971, pelo Programa de Redistribuição de Terras e
Estímulo a Agroindústria (PROTERRA), destinado a fixação dos pequenos
agricultores.
A integração amazônica foi continuada com o lançamento do Programa
de Desenvolvimento do Centro-Oeste (PRODOESTE) em 1971 e pelo PIN
II em 1974. Esses programas abrangeram um número bem maior de rodovias,
seis: BR-070, BR-163, BR-262, BR-364, BR-376 e BR-463. São rodovias
interligam Mato Grosso e o atual Mato Grosso do Sul as principais capitas do
país.
Para atender as novas exigências produtivas do Centro-Oeste e Amazônia,
o Governo Federal criou programas regionalizados. Tinham como objetivos
estimular e assegurar a permanência os habitantes nos espaços abertos à
colonização, estimulando o seu desenvolvimento. Assim, foram criados o
Programa
de
Polos
Agropecuários
e
Agrominerais
da
Amazônia
(POLAMAZÔNIA),
Programa
de
Desenvolvimento
dos
Cerrados
(POLOCENTRO), Programa de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil
(POLONOROESTE) e o Programa de Desenvolvimento do Pantanal
(PRODEPAN).
Por outro lado, o governo de Mato Grosso criou o Programa de Incentivo à
Produção de Borracha Vegetal (PROBOR), objetivando incentivar a extração do
látex e replantio dos seringais no Estado.
Para dar conta da regulamentação das terras integradas, o governo de
Mato Grosso criou, em 1975, o Instituto de Terras de Mato Grosso –
INTERMAT, assumindo as atribuições de extinto Departamento de Geografia e
Geologia.
11. Os governadores estaduais e suas realizações
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Os Interventores - Governo Vargas (1930-1945)
Ao subir ao poder, Getúlio Vargas procurou combater as estruturas de
sustentação criadas pela política-café-com leite, e para isso desenvolveu uma
série de mecanismos que visavam reorganizar o Estado. Nessa fase política,
foram fechados o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas Estaduais e
as Câmaras Municipais.
Para governar os estados, Vargas interveio derrubando do poder os
antigos governadores (oligarcas), exceto em Minas Gerais, e nomeou
interventores federais para governá-los. Em Mato Grosso, Vargas destituiu do
cargo de governador Aníbal de Toledo e indicou como interventor federal
Antônio Mena Gonçalves. O interventor tomou medidas que visavam minar o
poder dos oligarcas, que anteriormente tinham o seu poder e interesses
sustentados pela oligarquia cafeeira.
Mena Gonçalves enfrentou uma forte reação das oligarquias, que não
aceitaram as medidas impostas pelo interventor, e este por sua vez chegou a
decretar a prisão de alguns coronéis. Assim, os coronéis em protesto,
reclamaram ao governo federal e Mena Gonçalves foi destituído.
Em 1931, Vargas nomeou como interventor federal Artur Antunes
Maciel, que recebeu a incumbência de conquistar a população mato-grossense
ao governo getulista. Este ano foi bastante intranquilo para o governo getulista,
pois as elites gaúcha e mineira romperam com o presidente, acusando-o de
ditador. A situação se agravou mais ainda, quando em 9 de julho de 1932, os
paulistas iniciaram a Revolução Constitucionalista.
Os rebeldes paulistas desejavam na verdade recuperar o poder perdido
com a “Revolução de 1930”, embora afirmassem à população paulista, que o
movimento era necessário, pois Vargas governava o país inconstitucionalmente.
Assim, a bandeira levantada pela elite paulista, para conseguir a adesão dos
setores populares era que a revolução tinha como objetivo dar ao Brasil uma
constituição.
São Paulo rompeu o movimento esperando a adesão das elites mineira e
gaúcha, mas estas acabaram se reconciliando com o presidente. Na realidade,
São Paulo somente contou com a participação de um pequeno destacamento,
proveniente do sul de Mato Grosso e comandado pelo general Bertoldo Klinger.
O apoio do sul de Mato Grosso a causa paulista estava associado ao
anseio da região pela divisão do Estado. No decorrer da Revolução
Constitucionalista, o sul de Mato grosso se separou criando o Estado do
Maracaju, que foi governado pelo médico, Vespasiano Martins.
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A Revolução Constitucionalista durou três meses, Getúlio levantou a
suspeita do separatismo paulista e com isso conseguiu manter os outros
estados a seu lado. Sem armas, e isolados, os paulistas não resistiram muito
tempo. Após ter controlado o movimento em São Paulo, Vargas combateu o
movimento separatista no sul de Mato Grosso e convocou eleições para
formação de uma assembleia constituinte para elaborar uma constituição para o
Brasil.
Tanque Novo
Logo no início do seu governo, Artur Antunes Maciel se viu envolvido em
um episódio que lhe valeu o desagrado da comunidade de Poconé. O
interventor desejava que a comunidade aderisse aos ideais varguistas. Os
poconeanos haviam se manifestado a favor da constitucionalização do país e
contrários a Vargas. O episódio de Tanque Novo – protagonizado por Laurinda
Lacerda Cintra, conhecida como “Doninha” – foi o pivô do conflito entre os
“prós” e os “contra” Vargas.
Esse episódio teve como território de luta a comunidade de Tanque Novo,
local onde residia Doninha. Ela afirmava ter visões de uma santa chamada
“Jesus Maria José” e por isso atraia muitas pessoas que ali chegavam em busca
de curas e conselhos.
No embate entre as duas forças políticas, esse arraial foi atacado e sua
população se armou em defesa do território. Porém, as forças favoráveis a
Vargas venceram, resultando na prisão temporária de Doninha.
Júlio Müller (1937-1945)
O governo de Júlio Müller foi caracterizado pela construção de obras, que
visavam modernizar a capital de Mato Grosso. Principais obras construídas na
sua gestão:
- Residência dos governadores, Tesouro do Estado,
Palácio
Arquiepiscopal, Clube Feminino, Cine Teatro Cuiabá e Grande Hotel;
- Ponte “Júlio Müller sobre o rio Cuiabá;
- Abertura de ruas e novas avenidas, a exemplo da rua Joaquim Murtinho
e Avenida Getúlio Vargas;
- Estação de Tratamento de Água, na rua Presidente Marques.
Do fim do Estado Novo a ditadura militar
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Arnaldo Estevão de Figueiredo (1947-1950)
Primeiro governante estadual eleito, após o fim do Estado Novo de
Vargas. Seu governo estava assentado no binômio transporte e colonização.
Tendo por base um estudo realizado pela Assembleia Legislativa sobre a
capacidade econômica de Mato Grosso, abriu o processo de colonização,
atraindo para o Estado grande leva de migrantes.
Fernando Corrêa da Costa (1951-1956 e 1961-1966)
Governou o Estado por dois mandatos. O seu primeiro governo foi
marcado pela reforma da administração pública, visando sua modernização e
agilização. Durante o seu governo foi construída a Usina Hidrelétrica de Casca
II.
No seu segundo governo deu início a construção da Usina Hidrelétrica de
Casca III.
João Ponce de Arruda (1956-1961)
O seu governo teve como meta prioritária a construção de estradas,
executando a extensão de longos trechos rodoviários, interligando cidades do
norte e do sul do Mato Grosso. Investiu na construção e reconstrução de
pontes. Construiu o Palácio Alencastro, sede do Governo Estadual, projetado na
Praça Alencastro e que hoje sedia a Prefeitura Municipal de Cuiabá.
Pedro Pedrossian (1966-1971)
Em sua gestão foi criado o Instituto de Ciências e Letras, integrado por
diversos cursos. As rodovias mereceram atenção, ocasião em que foram
construídas as estradas vicinais, interligadas às rodovias maiores.
José Fragelli (1971-1975)
Construiu o Colégio Presidente Médici e o Centro Político-Administrativo
do Estado.
José Garcia Neto (1975-1978)
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No seu governo ocorreu a divisão do Estado do Mato Grosso, com a
criação do Mato Grosso do Sul. Criou a Fundação de Promoção Social (PROSOL)
e implantou o Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa, instituição que trata
gratuitamente dos deficientes físicos.
Frederico Campos (1979-1983)
Foi o último governador eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa,
no período da ditadura militar.
Período democrático
Júlio Campos (1983-1986)
Eleito em 15 de novembro de 1982 pelo voto direto, o primeiro após o
regime militar.
Dante de Oliveira (1995-2002)
Foi o primeiro governador do Mato Grosso a ser reeleito. Ficou
nacionalmente conhecido em 1983, por ser autor da emenda constitucional das
eleições diretas para presidente da república: Diretas Já!
Blairo Maggi (2003-2010)
Investiu na pavimentação das rodovias. Em parceira com o setor privado,
asfaltou centenas de quilômetros de rodovias estaduais. Em 2005, foi
contemplado com o antiprêmio Motosserra de Ouro - criado pela ONG
ambientalista Greenpeace - por sua relevante contribuição ao desmatamento e
à destruição da Floresta Amazônica. Em 2008, Maggi criou o programa
denominado MT Legal, com a finalidade de promover o licenciamento ambiental
e o uso de tecnologias de controle do uso do solo, preservar o meio ambiente e
reduzir o passivo ambiental do Estado.
Silval Barbosa (2010-2014)
Enfrentou muitas dificuldades como governador, com a população
reclamando da falta de estrutura em hospitais, segurança e educação. No seu
mandato, Cuiabá foi uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Também
concluiu as obras da Arena Pantanal, estádio que sediou jogos da Copa do
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Mundo. No entanto, houve um atraso generalizado nas obras da Copa, muitas
não ficando prontas na época do evento, cujo caso mais notório é o do Veículo
Leve sobre Trilhos (VLT).
Pedro Taques
Assumiu o mandato de governador em 1º de janeiro de 2015. Foi eleito
em primeiro turno. Em 2010, foi eleito para Senador da República. Antes de
entrar na vida pública, foi Procurador do Ministério Público Federal.
Uma das primeiras medidas do novo governador foi a redução do número
de secretarias, de 24 para 19 e o anúncio de extinção de dois mil cargos em
comissão.
12. Divisão de Mato Grosso
Durante a gestão do Presidente Ernesto Geisel foi promulgada a Lei
Complementar nº 31, no dia 31 de outubro de 1977, que estabeleceu a divisão
do Estado de Mato Grosso. Manteve-se o Estado de Mato Grosso e foi criado o
atual Estado de Mato Grosso do Sul.
Os primeiros sintomas do separatismo ocorreram em 1892, durante a
crise política que abateu o governo republicano com a renúncia do Marechal
Deodoro da Fonseca. A crise também se abateu sobre o Mato Grosso com a
deposição do governador Manoel Murtinho e a subida ao poder de Benedito
Pereira Leite. Foi nesse momento em que no sul de Mato Grosso, em Corumbá,
o coronel João da Silva Barbosa, instituiu o Estado Livre de Mato Grosso ou
República Transatlântica. Ao retornar a presidência do Estado, Manoel Murtinho
anulou as decisões políticas tomadas pelo coronel Barbosa e decretou o fim da
República Transatlântica.
Ainda no final deste século, Barros Cassal e João Caetano Muzzi fundaram
o Partido Autonomista, simbolizado pelas cores azul e branco. Em 1907,
Generoso Ponce tomou posse no governo do Estado e de imediato teve que
enfrentar novamente uma onda de movimentos separatistas no sul de Mato
Grosso. Esses movimentos separatistas contavam com o apoio da Mate
Laranjeira.
Em 1932, o Presidente Getúlio Vargas enfrentou os paulistas na
Revolução Constitucionalista. Os rebeldes paulistas alegavam que lutavam pela
constitucionalização do país. A notícia da revolução dividiu a opinião pública em
todo o país.
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Em Mato Grosso, o norte se manteve fiel ao governo getulista, enquanto
que o sul preferiu apoiar os paulistas na luta contra Vargas. Para isso, o sul
enviou a São Paulo um pequeno destacamento militar liderado por Bertholdo
Klinger. Além disso, decretaram no sul a criação do Estado de Maracaju,
novamente declarando-se independentes de Mato Grosso.
O Estado de Maracaju tinha como sede do governo Campo Grande, e
como governador, o médico Vespasiano Barbosa Martins. Teve uma curta
duração, somente três meses, pois assim que Vargas aniquilou a Revolução
Constitucionalista, tropas foram enviadas ao sul de Mato Grosso para conter os
movimentos separatistas.
O movimento de 1932 foi abafado, porém, deixou mais evidente as
diferenças entre o norte e o sul, mesmo derrotados os sulistas continuaram a
sonhar com o separatismo. Em 1934, Vespasiano Martins retomou a luta pela
divisão fundando a Liga Sul Mato-grossense, e através de manifestos ao
Congresso Nacional Constituinte, os sulistas pediram ao Governo Federal a
criação “de um território federal ou estado autônomo, na região sul de Mato
Grosso abrangendo os municípios de Sant’Ana, Três Lagoas, Coxim, Campo
Grande, Aquidauana, Miranda, Porto Murtinho, Bela Vista, Nioac, Entre-Rios,
Maracaju e Ponta Porã”.
Ao final da ditadura de Vargas, o movimento no sul favorável a divisão se
reascendeu. Vespasiano Martins foi eleito em 1945 pelo sul ao Senado. Desta
forma, os sulistas retomaram a luta pela divisão. Observava-se no Congresso
Nacional uma divisão no tocante a esse problema: os políticos sulistas
defendiam a separação enquanto que os políticos que representavam Cuiabá
tentavam abafar o separatismo.
Ao final dos anos 50, no sul de Mato Grosso, uma caravana percorreu
toda a região buscando apoio de mais pessoas a causa separatista. Esse
movimento tinha como sigla MDM (Movimento Divisionista de Mato Grosso) e
possuía como slogan “Dividir para multiplicar”. Esse movimento foi revelado a
todo país através dos meios de comunicação ganhando repercussão nacional,
mas mesmo assim a divisão não aconteceu.
No início aos anos 1960, Jânio Quadros tomou posse na Presidência da
República. O novo presidente era natural de Corumbá e com isso os sulistas
tentaram mais uma vez a divisão do Estado, contudo viram o seu pedido
negado. Entretanto não desistiram, e em 1963, na cidade de Corumbá
reuniram-se no III Congresso dos Municípios de Mato Grosso. Durante a
realização do Congresso, os sulistas elaboraram um documento pedindo a
criação do Estado do Mato Grosso do Sul, mas novamente o pedido foi
recusado.
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Em 1964, com a implantação da Ditadura Militar, os separatistas tiveram
as suas vozes silenciadas. Porém, no início da década de 70, com o interesse
dos militares em integrar a região Amazônica ao capitalismo, os sulistas
encontraram espaço político para defender a divisão.
Em 1977, o governo Geisel interessado na integração nacional e no
crescimento econômico do país, determinou a divisão do Mato Grosso. Ficou
estabelecido que o novo Estado criado ao sul receberia o nome de Campo
Grande. Essa decisão, no entanto acabou provocando protestos no sul do
Estado. Assim a União resolveu então denomina-lo de Mato Grosso do Sul, e
escolheu como capital a cidade de Campo Grande. Neste ano, governava Mato
Grosso, José Garcia Neto (PDS).
Depois da divisão o governo do Estado foi exercido por Cássio Leite de
Barros. No entanto, a divisão do Estado somente foi efetivada em 1979, sendo
eleito como primeiro governador pós-divisão, Frederico Carlos Soares de
Campos.
Os sulistas para concretizarem a divisão do Estado apresentaram ao
Governo Federal, as seguintes justificativas:
– O poder político era exercido por cuiabanos.
– O dinheiro arrecadado no Estado era maior no sul, no entanto, os
benefícios ficavam principalmente na capital Cuiabá.
– Os empregos públicos eram ocupados por cuiabanos.
– O norte e o sul eram diferentes tanto na história como na cultura e
também nas influências.
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QUESTÕES COMENTADAS
01) (CESPE/ SEFAZ MT/2004 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) Pelo
Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha em 1494, o
atual estado de Mato Grosso, assim como praticamente todo o CentroOeste e o Norte do país, pertencia ao reino espanhol. Entre os séculos
XVII e XVIII, a região foi invadida por exploradores, em larga medida
oriundos de São Paulo. Em meados do século XVIII, foi criada a
capitania de Mato Grosso, com sede em Vila Bela, depois substituída
pela vila de Cuiabá. Pouco tempo depois, oficializou-se a incorporação
do território ao Brasil, colônia portuguesa. O século XIX assistiu ao
esvaziamento da região, o que implicou seu crescente isolamento em
relação ao restante do país. Esse isolamento é gradativamente
superado ao longo do período republicano. Considerando essas
informações, além de aspectos marcantes da economia contemporânea,
julgue os itens subsequentes.
O declínio da mineração está na raiz do empobrecimento da região
mato-grossense, ao longo do século XIX, o que foi decisivo para o
crescente isolamento da área em relação ao restante do Brasil.
COMENTÁRIOS:
A mineração era a base da atividade econômica de Mato Grosso. O ouro
era o produto de exportação mato-grossense. Com o declínio da mineração
houve um empobrecimento da região, que não tinha outros produtos para
exportação e fomentar o comércio com outras regiões do Brasil e exterior. A
isso, se somava o fato da distância de Mato Grosso da demais regiões do Brasil
e as dificuldades de acesso e comunicação. Esses fatores levaram ao crescente
isolamento da área em relação ao restante do Brasil.
Gabarito: Certo
02) (NCE/SEFAZ MT/2006 – ADMINISTRADOR)
“Viva a Constituição brasileira
Viva D. Pedro II
Morram os bicudos pés de chumbo”
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Os gritos dos revoltosos ecoavam pelas ruas....
“Na escuridão da noite apenas se ouvia o barulho dos machados e das
alavancas arrombando portas...”
Os trechos acima fazem referência à “Rusga”, movimento políticosocial que eclodiu em 30 de maio de 1834, em Cuiabá.
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente essa rebelião:
(A) liderada por negros libertos e brancos pobres, influenciada pelo
ideário positivista, a revolta exigia a imediata abolição da escravidão e
o congelamento dos preços de aluguéis e alimentos;
(B) representou os interesses dos partidários da Junta Governativa de
Vila Bela que promoveram a separação da região do resto do Brasil,
pois não aceitavam a independência proclamada por D. Pedro I;
(C) articulado pela Sociedade dos Zelosos da Independência, o
movimento tinha, inicialmente, objetivos políticos moderados, mas
assumiu um caráter violento na medida em que grupos radicais exigiam
a expulsão dos portugueses;
(D) obteve grande apoio das camadas médias urbanas e da burguesia
manufatureira que, influenciadas pelo liberalismo, defendiam a
imediata proclamação da República;
(E) refletiu a ação do Partido Brasileiro, pois os proprietários rurais de
Mato Grosso defendiam o fortalecimento do poder imperial,
contrariando a orientação federalista do Nordeste.
COMENTÁRIOS:
A Rusga foi um movimento articulado pela Sociedade dos Zelosos da
Independência. De tendência liberal, os membros da entidade defendiam a
autonomia política das províncias e a reforma das antigas práticas instauradas
durante a colonização. Do outro lado, estavam os portugueses que defendiam
uma estrutura política centralizada e a manutenção dos privilégios que
desfrutavam antes da independência.
O movimento se radicalizou com grupos que exigiam a expulsão dos
portugueses. Em maio de 1834, os rusguentos promoveram um levante em
Cuiabá, Chapada e Rio Abaixo (Santo Antônio do Leverger) e promoveram o
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assassinato de centenas de portugueses, bem como o saque aos seus
estabelecimentos comerciais.
Gabarito: C
03) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Quanto à Rusga, revolta que se desenvolveu em Mato Grosso durante a
Regência, pode-se afirmar.
a. Foi composta majoritariamente pelos Caramurus, grupo político que
desejava o retorno de Dom Pedro I e a volta do Brasil à condição de
colônia.
b.
Havia uma forte articulação dos revoltosos com movimentos
semelhantes que se desenvolviam no Pará, na Bahia e no Rio Grande do
Sul.
c.
Foi um movimento popular, tendo sido plural
reivindicações, como a defesa da abolição da escravatura.
em
suas
d. Os liberais radicais, liderados por Poupino Caldas, desejavam, com a
Rusga, expulsar da província e exterminar o poder dos grandes
comerciantes, proprietários de terras e de escravos.
e.
Foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da Independência,
composta por elementos da elite burocrática, profissionais liberais e
componentes da Guarda Nacional.
COMENTÁRIOS:
A Rusga foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da Independência,
composta por liberais moderados e exaltados (radicais), membros da elite
burocrática, profissionais liberais e componentes da Guarda Nacional.
Gabarito: E
04) (FUNCAB/SESP MT/2014 – PERITO OFICIAL CRIMINAL) Dos
tempos do Império à sua divisão político-administrativa nos anos 1970,
a região pertencente ao estado do Mato Grosso foi marcada por
períodos de prosperidade e declínio econômico.
É correto afirmar que:
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A) a descoberta do ouro, no século XIX, provocou grande procura pela
região, desconcentrando a economia das atividades agrícola e pastoril.
B) a exploração da borracha na Amazônia, iniciada em fins do século
XIX, em nada contribuiu para alterar o panorama da economia matogrossense.
C) a crise da mineração impulsionou a criação de gado ao sul de Mato
Grosso, onde também foi explorada a erva-mate nativa em fins do
século XIX.
D) a Guerra do Paraguai não afetou a economia da região, em fase de
grande prosperidade desde a Independência do Brasil, apesar da
diminuição da população ativa.
E) a política de interiorização do governo de Getúlio Vargas e a criação
de Brasília não trouxeram desenvolvimento econômico para a região,
que permaneceu ainda, por décadas, isolada do restante do país.
COMENTÁRIOS:
A) Incorreto. O ouro foi descoberto no século XVIII e não no século XIX como
afirma a assertiva. Antes da descoberta do ouro, não havia na região outras
atividades econômicas, como a agricultura e a criação de gado, pois esta não
era habitada pelos colonizadores.
B) Incorreto. A exploração da borracha da Amazônia no Mato Grosso
constituiu um importante ramo da economia entre 1870-1913. Essa atividade
econômica contribui para o desenvolvimento e incremento do comércio, a
migração de trabalhadores de outras regiões do Brasil e para o surgimento de
novas cidades na Amazônia mato-grossense.
C) Correto. A crise da mineração impulsionou a criação de gado ao sul de Mato
Grosso, onde também foi explorada a erva-mate nativa em fins do século XIX.
D) Incorreto. A Guerra do Paraguai afetou a economia da região. O Paraguai
bloqueou a Bacia Platina, o que prejudicou sobremaneira o comércio exterior de
Mato Grosso e a sua comunicação com o restante do Brasil.
E) Incorreto. A política de interiorização do governo de Getúlio Vargas e a
criação de Brasília trouxeram desenvolvimento econômico para o Mato Grosso,
contribuindo para integração da região ao restante do país.
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Gabarito: C
05) (UNEMAT/CFO MT/2014 – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR)
“Diversos projetos de colonização foram implantados em toda a
Amazônia Legal na década de 1970, tendo ocorrido a maior
concentração em Mato Grosso, onde, já nos primeiros anos do
processo, foram implementados mais de 80 projetos da iniciativa
particular, além de 14 projetos oficiais para resolver situações
emergenciais de conflito. O estado de Mato Grosso tornou-se área de
atração para milhares de pessoas que migraram de diferentes regiões
do país em busca de trabalho, oportunidades de adquirir terras e de
realizar seus projetos de vida”.
MORENO, Gislaene; HIGA, Tereza C. S.; MAITELLI, Gilda T Geografia de
Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2009. p.64.
O texto das autoras demonstra que:
(A) O crescimento populacional em Mato Grosso foi um processo
homogêneo que aconteceu tanto no campo como na cidade.
(B) O ritmo de crescimento da população de uma determinada área
vincula-se às causas de ordem biológica.
(C) A migração constituiu o principal componente do crescimento
populacional de Mato Grosso.
(D) As variações na dinâmica demográfica, particularmente no que se
refere ao crescimento, à distribuição e à densidade, aceleraram a partir
dos anos 1990.
(E) A intensa urbanização em Mato Grosso nada tem a ver com as
políticas e estratégias governamentais nas décadas de 1970 e 1980.
COMENTÁRIOS:
Mato Grosso é um Estado de imigrantes. Ao longo da segunda metade do
século XX milhares de pessoas migraram para o Estado por meio de projetos de
colonização públicos e privados. Os migrantes vinham em busca de terras e
trabalho. A migração constituiu-se no principal componente do crescimento
populacional de Mato Grosso.
Gabarito: C
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06) (UNEMAT/CFO MT/2014 – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR) O
estabelecimento da República, a bem da verdade, o estabelecimento da
Federação, permitiu que as diversas oligarquias ascendessem ao poder,
no âmbito regional, assumindo o controle da máquina administrativa,
em particular, da fiscalidade, construindo mecanismos para sua
eternização no poder.
MONTEIRO, Hamilton de Mattos. Da República velha ao Estado novo: o
aprofundamento do regionalismo e a crise do modelo regional. In:
LINHARES, Maria Yedda (Org.). História geral do Brasil: da colonização
portuguesa à modernização autoritária. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
1990. p. 302.
O texto refere-se ao sistema de mando denominado:
(A) Coronelista.
(B) Federalista.
(C) Municipalista.
(D) Imperialista.
(E) Patrimonialista.
COMENTÁRIOS:
O texto se refere as oligarquias que ascenderam ao poder com o
estabelecimento da República. Ora, na República Velha as oligarquias que
dominavam a política e a vida econômica e social nos estados eram as dos
“coronéis”.
Gabarito: A
07) (UFMT/MPE MT/2102 – ANALISTA) Durante o governo de José
Fragelli, Mato Grosso sofreu os efeitos de uma importante política
pública de abrangência nacional promovida pelos governos militares,
responsável pela transformação do perfil socioeconômico do Estado.
Assinale a alternativa que apresenta efeito dessa política pública no
Estado.
(A) Implantação de uma unidade do Departamento de Operações
Especiais como instrumento de prevenção à guerrilha rural.
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(B) Criação de uma rede flúvio-aéreo-terrestre de transporte de cargas
como estratégia para assegurar o desenvolvimento econômico do
Estado.
(C) Criação de uma rede educacional de ensino superior, médio e
fundamental para lastrear o desenvolvimento do Estado.
(D) Estímulo aos projetos de colonização e agropecuários em diferentes
pontos do Estado.
COMENTÁRIOS:
José Fragelli governou Mato Grosso no período 1971-9175. A importante
política pública de abrangência nacional, promovida pelos governos militares,
que transformou o perfil socioeconômico do Estado foi a expansão da fronteira
agrícola brasileira. Essa política se deu por meio de programas de colonização e
obras de infraestrutura, a como abertura de estradas.
Gabarito: D
08) (UFMT/MPE MT/2102 – ANALISTA) Movimento armado, liderado
pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que
culminou com a deposição de Washington Luís e impediu a posse do
presidente eleito Júlio Prestes pondo fim à República Velha. De qual
movimento trata o texto?
(A) Revolução Constitucionalista de 1932 que depôs Vargas.
(B) República do Café com Leite que levou Minas Gerais à vitória contra
São Paulo.
(C) Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas a assumir um governo
provisório.
(D) Intentona Comunista que levou Luís Carlos Prestes e o PCB à luta
contra Washington Luís.
COMENTÁRIOS:
Muito fácil pessoal. Sabemos que o movimento que pôs fim a República
Velha foi a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, assumindo o
Governo Provisório (1930-1934).
Gabarito: C
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09) (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) A lei
complementar nº 31, de 11 de outubro de 1977, determinou o
desmembramento do estado de Mato Grosso em duas unidades
federativas.
Assinale a alternativa correta que apresenta uma das razões oficiais
para o ato citado.
a. As constantes manifestações dos trabalhadores rurais ligados ao
Movimento dos Sem Terra (MST), que exigiam a imediata reforma
agrária, preocupavam os fazendeiros no extremo norte do Estado.
b.
O fortalecimento da aliança entre o empresariado e a classe
produtora de grãos.
c. As constantes invasões pelas comunidades indígenas às fazendas
situadas nas proximidades do Parque Nacional do Xingu, gerando
tensão permanente com os colonos da região.
d. Intensificação da violenta disputa entre os grupos oligárquicos pelo
controle da vida política local.
e. A reorganização do espaço geográfico era fundamental, a fim de
possibilitar melhor administração e exploração econômica, pois o
Estado apresentava uma extensa área e grande diversidade ecológica e
econômica.
COMENTÁRIOS:
O Estado de Mato Grosso tinha uma área extensa, de grande diversidade
ecológica e econômica. O Presidente Geisel, que decretou a divisão, acreditava
que a reorganização do espaço geográfico era fundamental, a fim de possibilitar
melhor administração e exploração econômica.
Gabarito: E
10) (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) O
processo de colonização do estado de Mato Grosso se fortaleceu a
partir:
a. da regulamentação da posse da terra.
b. da implantação de rodovias e ferrovias no Estado.
c. da década de 1970, com a implantação dos projetos oficiais de
colonização.
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d. do plano de metas, a fim de possibilitar melhor administração e
exploração econômica.
e. da proposta de desenvolvimento sustentável e equidade social.
COMENTÁRIOS:
O processo de colonização do Estado de Mato Grosso se fortaleceu a partir
da década de 1970, com a implantação dos projetos oficiais de colonização pelo
Governo Federal, como o PIN, POLONOROESTE, POLAMAZÔNIA e POLOCENTRO.
Gabarito: Certo
11) (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Sobre
as eleições em Mato Grosso, durante a Primeira República (1889-1930),
assinale a alternativa correta.
a. As eleições eram acompanhadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, o
que impedia fraude.
b. A força do movimento operário garantiu a eleição de candidatos,
representando as diferentes categorias de trabalhadores.
c.
O voto no Estado era controlado pelos coronéis, geralmente
proprietários de terra.
d.
As eleições transcorriam
independência do voto.
em
perfeita
ordem,
garantindo
a
e.
A ausência de violência durante as eleições permitia a livre
manifestação do eleitor durante o pleito.
COMENTÁRIOS:
Durante a República Velha, no Brasil e também em Mato Grosso, os
coronéis tinham um domínio sobre suas terras e influência sobre algumas
regiões. O domínio dos coronéis sobre suas terras permitiu com que eles
controlassem os eleitores em seus currais eleitorais, que eram regiões
controladas politicamente pelos coronéis, para que esses eleitores sempre
votassem nos candidatos impostos pelo coronel. Esse tipo de voto era
conhecido como voto de cabresto.
Os jagunços controlavam os votos através da coerção física. Dessa
maneira, os eleitores que fossem contra a aspiração do coronel, eram punidos,
com perda de trabalho ou até mesmo sendo vítimas de homicídio. Para
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controlar os votos, os coronéis também fraudavam as votações, alterando
votos, sumindo com as urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto
fantasma. Essa prática consistia em falsificar documentos para que os eleitores
pudessem votar várias vezes e até mesmo utilizar nomes de falecidos nas
eleições.
Gabarito: Certo
(CESPE/ SEFAZ MT/2004 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) Pelo
Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha em 1494, o
atual estado de Mato Grosso, assim como praticamente todo o CentroOeste e o Norte do país, pertencia ao reino espanhol. Entre os séculos
XVII e XVIII, a região foi invadida por exploradores, em larga medida
oriundos de São Paulo. Em meados do século XVIII, foi criada a
capitania de Mato Grosso, com sede em Vila Bela, depois substituída
pela vila de Cuiabá. Pouco tempo depois, oficializou-se a incorporação
do território ao Brasil, colônia portuguesa. O século XIX assistiu ao
esvaziamento da região, o que implicou seu crescente isolamento em
relação ao restante do país. Esse isolamento é gradativamente
superado ao longo do período republicano. Considerando essas
informações, além de aspectos marcantes da economia contemporânea,
julgue os itens subsequentes.
12) O trabalho de Rondon na República Velha, conquanto meritório,
esgotou-se na atração de povos indígenas, pouco significando em
termos de expansão das redes de comunicação em Mato Grosso.
COMENTÁRIOS:
A Comissão Rondon construiu linhas telegráficas no Mato Grosso, que
facilitaram as comunicações do Estado com o Brasil e o exterior. No seu
trabalho, Rondon atraiu povos indígenas e intercedeu junto ao presidente Nilo
Peçanha para a criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI).
Gabarito: Errado
13) A política de interiorização do desenvolvimento, iniciada com
Vargas — Marcha para o Oeste — e desenvolvida sobretudo nas décadas
de 1940 e 1950, teve reflexo diminuto em Mato Grosso, especialmente
porque não teve prosseguimento em épocas posteriores.
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COMENTÁRIOS:
A Marcha para o Oeste teve importante reflexo no Mato Grosso, com a
vinda de migrantes ao Estado, expansão da fronteira agrícola, ampliação da
produção agropecuária, abertura de novas estradas e criação de novos núcleos
urbanos. Essa política, iniciada por Getúlio Vargas, teve prosseguimento nas
décadas seguintes. O seu maior exemplo é a construção de Brasília no governo
JK.
Gabarito: Errado
14) (NCE/SEFAZ MT/2006 – ADMINISTRADOR) “... uma das grandes
tarefas assumidas por todos os governos republicanos, desde a
Proclamação, foi a de produzir a unificação territorial e cultural do país
e de seu povo... Assim, um verdadeiro arsenal de políticas públicas foi
sendo mobilizado, ao longo do período republicano, para que o
arquipélago se transformasse em continente ou, como queriam alguns,
para que o Brasil efetivamente deixasse de ser um gigante adormecido,
e acordasse para o futuro.”
(FREIRE, A. et al.(coord.), A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2002.)
Uma das políticas públicas republicanas empreendidas com o objetivo
de promover a integração e o desenvolvimento do estado de Mato
Grosso foi:
(A) a formação de várias colônias de imigrantes na parte norte do
estado com o objetivo de absorver o grande contingente de japoneses
chegados ao Brasil no período pós-Segunda Guerra;
(B) a criação de várias empresas de navegação fluvial, subvencionadas
pelo Governo Federal, com o objetivo de promover a integração do
estado com o resto do país, conforme previsto no Plano de Metas
elaborado para o Governo Juscelino Kubitscheck;
(C) a instalação de um polo siderúrgico no extremo norte, com ampla
participação
do
capital
estadunidense,
para
promover
o
desenvolvimento da indústria de base no país, meta prioritária do
Governo de Getúlio Vargas;
(D) a aplicação, na década de 70, de uma política de ocupação e
desenvolvimento através da instalação de núcleos de colonos à beira de
rodovias conforme previa o Plano de Integração Nacional;
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(E) a desapropriação, na década de 40, de antigas fazendas de cana-deaçúcar, para promover a reforma agrária através da concessão de lotes
de terra aos retirantes nordestinos, que deveriam desenvolver uma
agricultura alimentar voltada para o mercado externo.
COMENTÁRIOS:
Na década de 1970, o Governo Federal lançou vários programas de
ocupação e colonização da Amazônia Legal. Um desses programas foi o Plano
de Integração Nacional (PIN), que promoveu a vinda de migrantes para a
faixa de terra que, por 10 km, margeava as principais rodovias:
Transamazônica (BR-230) e Cuiabá-Santarém (BR-163), sob a coordenação do
INCRA.
Gabarito: D
15) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Nas primeiras duas décadas da República em Mato Grosso, ocorreram
intensas disputas políticas, tendo como marca o fenômeno do
coronelismo. É característico desse processo.
a.
Ausência de violência nas disputas políticas e solução das
divergências por intermédio de acordos e alianças.
b. Em Mato Grosso o poder e influência das oligarquias estavam
concentradas nas mãos de diversas famílias, que ora se uniam, ora se
separavam, de acordo com seus interesses.
c. O poder das oligarquias e dos coronéis foi obstáculo para que os
governantes pudessem levar a contento os seus projetos, uma vez que
esses se negavam a afirmar alianças e compromissos.
d. As disputas entre o comerciante Generoso Ponce e o usineiro Totó
Paes, foram marcadas pela cordialidade e alto nível, chegando sempre
a um entendimento aceito por todos.
e. A ascensão de Dom Aquino Corrêa ao governo de Mato Grosso
significou o predomínio de uma das frações oligárquicas na disputa
conhecida como “Caetanada”.
COMENTÁRIOS:
No Mato Grosso, o poder e a influência das oligarquias estavam
concentrados em diversas famílias. De uma certa forma, havia uma divisão
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entre a Oligarquia do Norte, composta por usineiros e proprietários de terra, e a
Oligarquia do Sul, formada pelos comerciantes, pecuaristas e os empresários do
mate. Um dos maiores coronéis do Estado foi o usineiro Totó Paes de Barros.
Gabarito: B
16) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Com a Revolução de 1930 e a chegada ao poder de Getúlio Vargas, o
Brasil ganhou uma nova configuração política. Em relação a este
período em Mato Grosso, não se pode afirmar.
a. As ações repressivas tomadas pelo primeiro interventor em Mato
Grosso, Antonino Mena Gonçalves, foram bem recebidas pela oligarquia
agrária do Estado.
b. A parte sul do então Estado de Mato Grosso, sob o comando do
general Bertoldo Klinger, aderiu à Revolução Constitucionalista de
1932, encabeçada por São Paulo, arregimentando tropas e enviando-as
para o conflito.
c. A adesão dos habitantes da parte sul do Estado de Mato Grosso à
Revolução Constitucionalista de 1932 teve como consequência a
formação de um governo independente de Cuiabá, gerando assim uma
dualidade governativa.
d. O governo do interventor Júlio Müller foi marcado por obras que
mudaram a paisagem urbana de Cuiabá, como, por exemplo, a
construção do Cine Teatro Cuiabá, do Grande Hotel e da avenida Getúlio
Vargas.
e. A Marcha para o Oeste, desenvolvida durante o governo Vargas,
visava ocupar extensas áreas de terras do oeste brasileiro, processo
este, que resultou na formação de cidades na região sul do Estado de
Mato Grosso.
COMENTÁRIOS:
a. Correto. As ações repressivas tomadas pelo primeiro interventor em Mato
Grosso, Antonino Mena Gonçalves, NÃO foram bem recebidas pela oligarquia
agrária do Estado. Tanto é que, os coronéis protestaram junto ao Governo
Federal, que substituiu o interventor, apenas 5 meses após a sua nomeação.
b. Incorreto. Foi o que aconteceu. A parte sul do então Estado de Mato
Grosso, sob o comando do general Bertoldo Klinger, aderiu à Revolução
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Constitucionalista de 1932, encabeçada por São Paulo, arregimentando tropas e
enviando-as para o conflito.
c. Incorreto. Foi o que aconteceu. A adesão dos habitantes da parte sul do
Estado de Mato Grosso à Revolução Constitucionalista de 1932 teve como
consequência a formação de um governo independente de Cuiabá, gerando
assim uma dualidade governativa. O sul passou a ser governado por Vespasiano
Barbosa Martins, que era contra Vargas, o norte continuou sendo governado por
Leônidas Antero de Matos (pró-Vargas).
d. Incorreto. O governo do interventor Júlio Müller foi marcado por obras que
mudaram a paisagem urbana de Cuiabá, como, por exemplo, a construção do
Cine Teatro Cuiabá, do Grande Hotel e da avenida Getúlio Vargas.
e. Incorreto. A Marcha para o Oeste, desenvolvida durante o governo Vargas,
visava ocupar extensas áreas de terras do oeste brasileiro, processo este, que
resultou na formação de cidades na região sul do Estado de Mato Grosso.
Gabarito: A
17) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Em relação à história do movimento que levou ao processo de divisão
do Estado de Mato Grosso, é correto afirmar.
a. A divisão do Estado de Mato Grosso e a criação do Estado de Mato
Grosso do Sul foram resultado de um processo democrático
desenvolvido durante o governo do general Ernesto Geisel.
b. Antes da decisão do presidente Ernesto Geisel, de dividir o Estado de
Mato Grosso essa questão não havia sido objeto de debates, ações e
disputas entre lideranças políticas das regiões sul e norte do Estado.
c. Essa cisão territorial representou a concretização de lutas históricas,
defendidas por lideranças políticas do sul de Mato Grosso, que
remontam ao final do século XIX.
d.
A divisão não foi um processo tranquilo porque as lideranças
políticas de Cuiabá e Campo Grande tinham interesses e objetivos
comuns.
e.
Os dois Estados, resultantes da divisão, tiveram seu
desenvolvimento econômico e populacional comprometidos por aquele
processo.
COMENTÁRIOS:
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A divisão de Mato Grosso, com a criação do Mato Grosso do Sul ocorreu
em 11 de outubro de 1977. Essa cisão territorial representou a concretização de
lutas históricas, defendidas por lideranças políticas do sul de Mato Grosso. A
origem da luta pela divisão remonta ao final do século XIX, quando o coronel
João da Silva Barbosa instituiu em Corumbá, o Estado Livre de Mato Grosso ou
República Transatlântica.
Gabarito: C
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QUESTÕES PROPOSTAS
01) (CESPE/ SEFAZ MT/2004 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) Pelo
Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha em 1494, o
atual estado de Mato Grosso, assim como praticamente todo o CentroOeste e o Norte do país, pertencia ao reino espanhol. Entre os séculos
XVII e XVIII, a região foi invadida por exploradores, em larga medida
oriundos de São Paulo. Em meados do século XVIII, foi criada a
capitania de Mato Grosso, com sede em Vila Bela, depois substituída
pela vila de Cuiabá. Pouco tempo depois, oficializou-se a incorporação
do território ao Brasil, colônia portuguesa. O século XIX assistiu ao
esvaziamento da região, o que implicou seu crescente isolamento em
relação ao restante do país. Esse isolamento é gradativamente
superado ao longo do período republicano. Considerando essas
informações, além de aspectos marcantes da economia contemporânea,
julgue os itens subsequentes.
O declínio da mineração está na raiz do empobrecimento da região
mato-grossense, ao longo do século XIX, o que foi decisivo para o
crescente isolamento da área em relação ao restante do Brasil.
02) (NCE/SEFAZ MT/2006 – ADMINISTRADOR)
“Viva a Constituição brasileira
Viva D. Pedro II
Morram os bicudos pés de chumbo”
Os gritos dos revoltosos ecoavam pelas ruas....
“Na escuridão da noite apenas se ouvia o barulho dos machados e das
alavancas arrombando portas...”
Os trechos acima fazem referência à “Rusga”, movimento políticosocial que eclodiu em 30 de maio de 1834, em Cuiabá.
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente essa rebelião:
(A) liderada por negros libertos e brancos pobres, influenciada pelo
ideário positivista, a revolta exigia a imediata abolição da escravidão e
o congelamento dos preços de aluguéis e alimentos;
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(B) representou os interesses dos partidários da Junta Governativa de
Vila Bela que promoveram a separação da região do resto do Brasil,
pois não aceitavam a independência proclamada por D. Pedro I;
(C) articulado pela Sociedade dos Zelosos da Independência, o
movimento tinha, inicialmente, objetivos políticos moderados, mas
assumiu um caráter violento na medida em que grupos radicais exigiam
a expulsão dos portugueses;
(D) obteve grande apoio das camadas médias urbanas e da burguesia
manufatureira que, influenciadas pelo liberalismo, defendiam a
imediata proclamação da República;
(E) refletiu a ação do Partido Brasileiro, pois os proprietários rurais de
Mato Grosso defendiam o fortalecimento do poder imperial,
contrariando a orientação federalista do Nordeste.
03) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Quanto à Rusga, revolta que se desenvolveu em Mato Grosso durante a
Regência, pode-se afirmar.
a. Foi composta majoritariamente pelos Caramurus, grupo político que
desejava o retorno de Dom Pedro I e a volta do Brasil à condição de
colônia.
b.
Havia uma forte articulação dos revoltosos com movimentos
semelhantes que se desenvolviam no Pará, na Bahia e no Rio Grande do
Sul.
c.
Foi um movimento popular, tendo sido plural
reivindicações, como a defesa da abolição da escravatura.
em
suas
d. Os liberais radicais, liderados por Poupino Caldas, desejavam, com a
Rusga, expulsar da província e exterminar o poder dos grandes
comerciantes, proprietários de terras e de escravos.
e.
Foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da Independência,
composta por elementos da elite burocrática, profissionais liberais e
componentes da Guarda Nacional.
04) (FUNCAB/SESP MT/2014 – PERITO OFICIAL CRIMINAL) Dos
tempos do Império à sua divisão político-administrativa nos anos 1970,
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a região pertencente ao estado do Mato Grosso foi marcada por
períodos de prosperidade e declínio econômico.
É correto afirmar que:
A) a descoberta do ouro, no século XIX, provocou grande procura pela
região, desconcentrando a economia das atividades agrícola e pastoril.
B) a exploração da borracha na Amazônia, iniciada em fins do século
XIX, em nada contribuiu para alterar o panorama da economia matogrossense.
C) a crise da mineração impulsionou a criação de gado ao sul de Mato
Grosso, onde também foi explorada a erva-mate nativa em fins do
século XIX.
D) a Guerra do Paraguai não afetou a economia da região, em fase de
grande prosperidade desde a Independência do Brasil, apesar da
diminuição da população ativa.
E) a política de interiorização do governo de Getúlio Vargas e a criação
de Brasília não trouxeram desenvolvimento econômico para a região,
que permaneceu ainda, por décadas, isolada do restante do país.
05) (UNEMAT/CFO MT/2014 – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR)
“Diversos projetos de colonização foram implantados em toda a
Amazônia Legal na década de 1970, tendo ocorrido a maior
concentração em Mato Grosso, onde, já nos primeiros anos do
processo, foram implementados mais de 80 projetos da iniciativa
particular, além de 14 projetos oficiais para resolver situações
emergenciais de conflito. O estado de Mato Grosso tornou-se área de
atração para milhares de pessoas que migraram de diferentes regiões
do país em busca de trabalho, oportunidades de adquirir terras e de
realizar seus projetos de vida”.
MORENO, Gislaene; HIGA, Tereza C. S.; MAITELLI, Gilda T Geografia de
Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2009. p.64.
O texto das autoras demonstra que:
(A) O crescimento populacional em Mato Grosso foi um processo
homogêneo que aconteceu tanto no campo como na cidade.
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(B) O ritmo de crescimento da população de uma determinada área
vincula-se às causas de ordem biológica.
(C) A migração constituiu o principal componente do crescimento
populacional de Mato Grosso.
(D) As variações na dinâmica demográfica, particularmente no que se
refere ao crescimento, à distribuição e à densidade, aceleraram a partir
dos anos 1990.
(E) A intensa urbanização em Mato Grosso nada tem a ver com as
políticas e estratégias governamentais nas décadas de 1970 e 1980.
06) (UNEMAT/CFO MT/2014 – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR) O
estabelecimento da República, a bem da verdade, o estabelecimento da
Federação, permitiu que as diversas oligarquias ascendessem ao poder,
no âmbito regional, assumindo o controle da máquina administrativa,
em particular, da fiscalidade, construindo mecanismos para sua
eternização no poder.
MONTEIRO, Hamilton de Mattos. Da República velha ao Estado novo: o
aprofundamento do regionalismo e a crise do modelo regional. In:
LINHARES, Maria Yedda (Org.). História geral do Brasil: da colonização
portuguesa à modernização autoritária. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
1990. p. 302.
O texto refere-se ao sistema de mando denominado:
(A) Coronelista.
(B) Federalista.
(C) Municipalista.
(D) Imperialista.
(E) Patrimonialista.
07) (UFMT/MPE MT/2102 – ANALISTA) Durante o governo de José
Fragelli, Mato Grosso sofreu os efeitos de uma importante política
pública de abrangência nacional promovida pelos governos militares,
responsável pela transformação do perfil socioeconômico do Estado.
Assinale a alternativa que apresenta efeito dessa política pública no
Estado.
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(A) Implantação de uma unidade do Departamento de Operações
Especiais como instrumento de prevenção à guerrilha rural.
(B) Criação de uma rede flúvio-aéreo-terrestre de transporte de cargas
como estratégia para assegurar o desenvolvimento econômico do
Estado.
(C) Criação de uma rede educacional de ensino superior, médio e
fundamental para lastrear o desenvolvimento do Estado.
(D) Estímulo aos projetos de colonização e agropecuários em diferentes
pontos do Estado.
08) (UFMT/MPE MT/2102 – ANALISTA) Movimento armado, liderado
pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que
culminou com a deposição de Washington Luís e impediu a posse do
presidente eleito Júlio Prestes pondo fim à República Velha. De qual
movimento trata o texto?
(A) Revolução Constitucionalista de 1932 que depôs Vargas.
(B) República do Café com Leite que levou Minas Gerais à vitória contra
São Paulo.
(C) Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas a assumir um governo
provisório.
(D) Intentona Comunista que levou Luís Carlos Prestes e o PCB à luta
contra Washington Luís.
09) (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) A lei
complementar nº 31, de 11 de outubro de 1977, determinou o
desmembramento do estado de Mato Grosso em duas unidades
federativas.
Assinale a alternativa correta que apresenta uma das razões oficiais
para o ato citado.
a. As constantes manifestações dos trabalhadores rurais ligados ao
Movimento dos Sem Terra (MST), que exigiam a imediata reforma
agrária, preocupavam os fazendeiros no extremo norte do Estado.
b.
O fortalecimento da aliança entre o empresariado e a classe
produtora de grãos.
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c. As constantes invasões pelas comunidades indígenas às fazendas
situadas nas proximidades do Parque Nacional do Xingu, gerando
tensão permanente com os colonos da região.
d. Intensificação da violenta disputa entre os grupos oligárquicos pelo
controle da vida política local.
e. A reorganização do espaço geográfico era fundamental, a fim de
possibilitar melhor administração e exploração econômica, pois o
Estado apresentava uma extensa área e grande diversidade ecológica e
econômica.
10) (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) O
processo de colonização do estado de Mato Grosso se fortaleceu a
partir:
a. da regulamentação da posse da terra.
b. da implantação de rodovias e ferrovias no Estado.
c. da década de 1970, com a implantação dos projetos oficiais de
colonização.
d. do plano de metas, a fim de possibilitar melhor administração e
exploração econômica.
e. da proposta de desenvolvimento sustentável e equidade social.
11) (UNEMAT/SAD MT/2009 – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Sobre
as eleições em Mato Grosso, durante a Primeira República (1889-1930),
assinale a alternativa correta.
a. As eleições eram acompanhadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, o
que impedia fraude.
b. A força do movimento operário garantiu a eleição de candidatos,
representando as diferentes categorias de trabalhadores.
c.
O voto no Estado era controlado pelos coronéis, geralmente
proprietários de terra.
d.
As eleições transcorriam
independência do voto.
em
perfeita
ordem,
garantindo
a
e.
A ausência de violência durante as eleições permitia a livre
manifestação do eleitor durante o pleito.
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(CESPE/ SEFAZ MT/2004 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS) Pelo
Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha em 1494, o
atual estado de Mato Grosso, assim como praticamente todo o CentroOeste e o Norte do país, pertencia ao reino espanhol. Entre os séculos
XVII e XVIII, a região foi invadida por exploradores, em larga medida
oriundos de São Paulo. Em meados do século XVIII, foi criada a
capitania de Mato Grosso, com sede em Vila Bela, depois substituída
pela vila de Cuiabá. Pouco tempo depois, oficializou-se a incorporação
do território ao Brasil, colônia portuguesa. O século XIX assistiu ao
esvaziamento da região, o que implicou seu crescente isolamento em
relação ao restante do país. Esse isolamento é gradativamente
superado ao longo do período republicano. Considerando essas
informações, além de aspectos marcantes da economia contemporânea,
julgue os itens subsequentes.
12) O trabalho de Rondon na República Velha, conquanto meritório,
esgotou-se na atração de povos indígenas, pouco significando em
termos de expansão das redes de comunicação em Mato Grosso.
13) A política de interiorização do desenvolvimento, iniciada com
Vargas — Marcha para o Oeste — e desenvolvida sobretudo nas décadas
de 1940 e 1950, teve reflexo diminuto em Mato Grosso, especialmente
porque não teve prosseguimento em épocas posteriores.
14) (NCE/SEFAZ MT/2006 – ADMINISTRADOR) “... uma das grandes
tarefas assumidas por todos os governos republicanos, desde a
Proclamação, foi a de produzir a unificação territorial e cultural do país
e de seu povo... Assim, um verdadeiro arsenal de políticas públicas foi
sendo mobilizado, ao longo do período republicano, para que o
arquipélago se transformasse em continente ou, como queriam alguns,
para que o Brasil efetivamente deixasse de ser um gigante adormecido,
e acordasse para o futuro.”
(FREIRE, A. et al.(coord.), A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2002.)
Uma das políticas públicas republicanas empreendidas com o objetivo
de promover a integração e o desenvolvimento do estado de Mato
Grosso foi:
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(A) a formação de várias colônias de imigrantes na parte norte do
estado com o objetivo de absorver o grande contingente de japoneses
chegados ao Brasil no período pós-Segunda Guerra;
(B) a criação de várias empresas de navegação fluvial, subvencionadas
pelo Governo Federal, com o objetivo de promover a integração do
estado com o resto do país, conforme previsto no Plano de Metas
elaborado para o Governo Juscelino Kubitscheck;
(C) a instalação de um polo siderúrgico no extremo norte, com ampla
participação
do
capital
estadunidense,
para
promover
o
desenvolvimento da indústria de base no país, meta prioritária do
Governo de Getúlio Vargas;
(D) a aplicação, na década de 70, de uma política de ocupação e
desenvolvimento através da instalação de núcleos de colonos à beira de
rodovias conforme previa o Plano de Integração Nacional;
(E) a desapropriação, na década de 40, de antigas fazendas de cana-deaçúcar, para promover a reforma agrária através da concessão de lotes
de terra aos retirantes nordestinos, que deveriam desenvolver uma
agricultura alimentar voltada para o mercado externo.
15) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Nas primeiras duas décadas da República em Mato Grosso, ocorreram
intensas disputas políticas, tendo como marca o fenômeno do
coronelismo. É característico desse processo.
a.
Ausência de violência nas disputas políticas e solução das
divergências por intermédio de acordos e alianças.
b. Em Mato Grosso o poder e influência das oligarquias estavam
concentradas nas mãos de diversas famílias, que ora se uniam, ora se
separavam, de acordo com seus interesses.
c. O poder das oligarquias e dos coronéis foi obstáculo para que os
governantes pudessem levar a contento os seus projetos, uma vez que
esses se negavam a afirmar alianças e compromissos.
d. As disputas entre o comerciante Generoso Ponce e o usineiro Totó
Paes, foram marcadas pela cordialidade e alto nível, chegando sempre
a um entendimento aceito por todos.
e. A ascensão de Dom Aquino Corrêa ao governo de Mato Grosso
significou o predomínio de uma das frações oligárquicas na disputa
conhecida como “Caetanada”.
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16) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Com a Revolução de 1930 e a chegada ao poder de Getúlio Vargas, o
Brasil ganhou uma nova configuração política. Em relação a este
período em Mato Grosso, não se pode afirmar.
a. As ações repressivas tomadas pelo primeiro interventor em Mato
Grosso, Antonino Mena Gonçalves, foram bem recebidas pela oligarquia
agrária do Estado.
b. A parte sul do então Estado de Mato Grosso, sob o comando do
general Bertoldo Klinger, aderiu à Revolução Constitucionalista de
1932, encabeçada por São Paulo, arregimentando tropas e enviando-as
para o conflito.
c. A adesão dos habitantes da parte sul do Estado de Mato Grosso à
Revolução Constitucionalista de 1932 teve como consequência a
formação de um governo independente de Cuiabá, gerando assim uma
dualidade governativa.
d. O governo do interventor Júlio Müller foi marcado por obras que
mudaram a paisagem urbana de Cuiabá, como, por exemplo, a
construção do Cine Teatro Cuiabá, do Grande Hotel e da avenida Getúlio
Vargas.
e. A Marcha para o Oeste, desenvolvida durante o governo Vargas,
visava ocupar extensas áreas de terras do oeste brasileiro, processo
este, que resultou na formação de cidades na região sul do Estado de
Mato Grosso.
17) (UNEMAT/SEFAZ MT/2008 – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS)
Em relação à história do movimento que levou ao processo de divisão
do Estado de Mato Grosso, é correto afirmar.
a. A divisão do Estado de Mato Grosso e a criação do Estado de Mato
Grosso do Sul foram resultado de um processo democrático
desenvolvido durante o governo do general Ernesto Geisel.
b. Antes da decisão do presidente Ernesto Geisel, de dividir o Estado de
Mato Grosso essa questão não havia sido objeto de debates, ações e
disputas entre lideranças políticas das regiões sul e norte do Estado.
c. Essa cisão territorial representou a concretização de lutas históricas,
defendidas por lideranças políticas do sul de Mato Grosso, que
remontam ao final do século XIX.
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d.
A divisão não foi um processo tranquilo porque as lideranças
políticas de Cuiabá e Campo Grande tinham interesses e objetivos
comuns.
e.
Os dois Estados, resultantes da divisão, tiveram seu
desenvolvimento econômico e populacional comprometidos por aquele
processo.
GABARITO
01 - C
02 - C
03 - E
04 - C
05 - C
06 - A
07 - D
08 - C
09 – E
10 – C
11 – C
12 – E
13 – E
14 – D
15 – B
16 – A
17 - C
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