DOMINGO ANTONIO RUIZ CABALLERO NOVO CONVERSOR CC-CC FLYBACK-PUSH-PULL ALIMENTADO EM CORRENTE: DESENVOLVIMENTO TEÓRICO E EXPERIMENTAL FLORIANÓPOLIS 1999 ii UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA NOVO CONVERSOR CC-CC FLYBACKPUSH-PULL ALIMENTADO EM CORRENTE: DESENVOLVIMENTO TEÓRICO E EXPERIMENTAL Tese submetida à Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Doutor em Engenharia Elétrica. DOMINGO ANTONIO RUIZ CABALLERO Florianópolis, Novembro de 1999. iii NOVO CONVERSOR CC-CC FLYBACK-PUSH-PULL ALIMENTADO EM CORRENTE: DESENVOLVIMENTO TÉORICO E EXPERIMENTAL Domingo Antonio Ruiz Caballero ‘Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de Doutor em Engenharia Elétrica, Eletrônica de Potência em Sistemas de Energia, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina.’ ______________________________________ Ivo Barbi Dr. Ing. Orientador ______________________________________ Prof. Ildemar Cassana Decker, D.Sc. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Banca Examinadora: ______________________________________ Ivo Barbi Dr. Ing. Presidente ______________________________________ Prof. José Luiz de Freitas Vieira Dr. ______________________________________ Prof. Fausto Bastos Líbano Dr. Ing. ______________________________________ Prof. Alexandre Ferrari de Souza Dr. ______________________________________ Prof. Denizar Cruz Martins Dr. iv Resumo da Tese apresentada à UFSC como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau Doutor em Engenharia Elétrica. NOVO CONVERSOR CC-CC FLYBACK-PUSH-PULL ALIMENTADO EM CORRENTE: DESENVOLVIMENTO TÉORICO E EXPERIMENTAL Domingo Antonio Ruiz Caballero Novembro/1999 Orientador: Ivo Barbi. Área de Concentração: Eletrônica de Potência. Palavras-chave: Conversores CC-CC Isolados, Comutação Suave, Regeneração de energia Número de Páginas: 217. RESUMO: Este trabalho apresenta um novo conversor CC-CC flyback-push-pull alimentado em corrente cujas principais vantagens em comparação com o flyback-push-pull alimentado em corrente convencional são a redução do número de diodos de saída, correntes de entrada e saída com ondulação zero quando operando em D=0,5, e modelo matematico unificado para representar os modos buck e boost de operação em condução contínua. São apresentadas a análise matemática, a metodologia de projeto e um exemplo com resultados de simulação e experimentação, estes obtidos em um protótipo de laboratório. O circuito proposto é conveniente para o projeto de fontes de alimentação e aplicações de correção de fator de potência. Também apresenta-se o estudo e a implementação de um novo grampeador de tensão regenerativo aplicável a conversores CC-CC da família push-pull. O grampeador proposto trabalha de forma semelhante ao conversor CC-CC SEPIC. Desenvolve-se os estudos qualitativos e quantitativos, sendo estes comprovados em forma experimental através de um protótipo de 600W. Dando-se continuidade à pesquisa é gerado do primeiro, um novo conversor, capaz de operar em alta frequência e com alta eficiência, cuja principal caracteristica a de trabalhar com correntes contínuas tanto na entrada como na saída, apresenta ainda comutação não dissipativa nos seus interruptores, sejam estes principais ou secundários além de ser imune a sobretensões. O estudo realizado é para o conversor com indutâncias de entrada e de saída acopladas (formando o transformador flyback) embora ele possa, também, trabalhar com as indutâncias não acopladas. O estudo é feito para D<0,5. v Abstract of Thesis presented to UFSC as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor in Electrical Engineering. A NEW DC-DC FLYBACK-PUSH-PULL CURRENT-FED CONVERTER: THEORETICAL AND EXPERIMENTAL DEVELOPMENT Domingo Antonio Ruiz Caballero November /1999 Advisor: Ivo Barbi. Area of Concentration: Power Electronics. Keywords: Isolated DC-DC Converters, Soft Conmutation, Energy Regeneration Number of Pages: 217. ABSTRACT: This work presents a new DC-DC flyback-push-pull current-fed converter. The main advantages in comparation with the convencional one are the redution of output diodes number, input and output current with zero ripple when operating in D=0.5 and unified modeling mathematical for representate the buck and boost operation at continuuous conduction. The mathematical analysis, design methodology and experimentation and simulation results are presented. The proposed circuit is suitable for swicht mode power supply and power factor preregulator. The study and implementation of a new regenerating voltage clamping circuit for DC-DC pushpull converters are presented too. The clamping circuit proposal working like SEPIC DC-DC converter. Are development the qualitive and quantitive studies, being these testing in a experimental 600W prototype. This work present finally a new converter capable of operating in high frequency, featuring high efficiency and improved circuit EMI characteristics. The main characteristic of this converter is to work with non-pulsating input and output current. Besides, it presents zero-voltage switching (ZVS) in the main and auxiliary switches as well as minimum voltage stress. The principle of operation is explained and experimental results taken from a 600W, 25kHz-laboratory prototype are presented. vi “Por lo tanto, si alguno de ustedes tiene deficiencia en cuanto a sabiduria, que siga pidiendole a Dios, porque el dá generosamente a todos, y sin echar en cara le sera dada.” (Santiago 1:5) vii “A Jehova Dios por iluminar todo camino que en esta vida he seguido” viii A mis Padres y hermanos por su amor, perseverancia, comprensión y estimulo. ix AGRADECIMENTOS Ao Professor Ivo Barbi, pelos ensinamentos e pela dedicação e competente orientação no decorrer do Curso de Doutorado. Aos Professores participantes de minha banca examinadora: José Luiz de Freitas Vieira da Universidade Federal de Espiritu Santo, Fausto Bastos Líbano da Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Denizar Cruz Martins e Alexandre Ferrari de Souza, do Instituto de Eletrônica de Potência da UFSC, pelas sugerencias ao trabalho. Aos professores do INEP, Enio Valmor Kassick, Arnaldo José Perin, João dos Santos Fagundes e Hari Bruno Mohr pelos ensinamentos e amizade dispensadas ao decorrer destes anos. Aos grandes amigos do Instituto de Eletrônica de Potência da UFSC Luiz Marcelius Coelho, Antônio Luiz S. Pacheco e Patrícia Schmitt pela amizade, atenção e presteza sempre dispensadas. Aos meus amigos Rene, Grover, Faruk, Marcelo lobo e Wail pela amizade e pelo constante apoio. Aos amigos Adriano, Samir, Ivan, Falcondes, Cicero, Fabiana e Mezzaroba pela longa caminhada compartida, que começo no curso de mestrado e continuo através do curso de doutorado. A todos os meus colegas do Curso de Doutorado, do Curso de Mestrado e aos Engenheiros e bolsistas do Instituto de Eletrônica de Potência da UFSC, pelo apoio e companheirismo. À Universidade Federal de Santa Catarina. À PEC-CNPq, pelo apoio financeiro. Aos meus queridos pais, pelo amor e pelo exemplo de trabalho, dignidade e determinação que me proporcionaram. Ao Trabalhador brasileiro, pelo financiamento desta pesquisa. x SUMÁRIO Página RESUMO iv ABSTRACT v SIMBOLOGIA xiv CAPÍTULO 1: ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL. 1.1. Introdução......................................................................................................................................................... 1 1.2. Conversor push-pull alimentado em tensão ...................................................................................................... 1 1.3. Conversores isolados alimentados em corrente ................................................................................................ 3 1.3.1. Conversor push-pull alimentado em corrente ou boost simétrico isolado............................................ 3 1.3.2. Conversor push-pull com duplo indutor de entrada ............................................................................. 4 1.3.3. Nova topologia alimentada em corrente proposta por Mantovanelli e Barbi........................................ 5 1.3.4. Topologias flyback- push-pull alimentadas em corrente ...................................................................... 6 1.3.5. Variação topologica do conversor flyback -push-pull alimentado em corrente.................................... 7 1.4. Geração do novo conversor .............................................................................................................................. 8 1.5. Conclusões........................................................................................................................................................ 8 CAPÍTULO 2: ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK-PUSH-PULL EM MODO CONTINUO DE CONDUÇÃO DA CORRENTE NO INDUTOR FLYBACK PARA D<0,5. 2.1. Introdução......................................................................................................................................................... 9 2.2. Apresentação do circuito ................................................................................................................................. 9 2.3. Operação para D<0,5. ................................................................................................................................... 10 2.3.1. Descrição e análise das etapas para operação com D<0,5.............................................................. 10 2.3.2. Principais formas de onda............................................................................................................... 14 2.4. Considerações sobre o valor da corrente no intervalo ∆t2 .............................................................................. 15 2.5. Características de transferência ..................................................................................................................... 16 2.6. Expressão da ondulação de corrente para D<0,5............................................................................................ 18 2.7. Análise das grandezas do conversor para D<0,5 ............................................................................................ 20 2.7.1. Análise das correntes do conversor .............................................................................................. 20 2.7.1.1 Corrente média de saída (Io) ............................................................................................ 20 2.7.1.2 Corrente máxima de entrada(IL1P) ............................................................................... 20 2.7.2. Análise das tensões do conversor ................................................................................................ 21 2.7.2.1 Obtensão da tensão nos enrolamentos do transformador .............................................. 21 2.7.2.2 Tensão de bloqueio nos interruptores ........................................................................... 22 2.7.2.3 Tensão nos enrolamentos do transformador flyback ..................................................... 23 2.7.2.4 Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída................................................. 24 2.7.3. Esforços de correntes nos interruptores....................................................................................... 25 2.7.3.1 Corrente média nos transistores .................................................................................... 25 2.7.3.2 Corrente eficaz nos transistores..................................................................................... 25 2.7.3.3 Corrente média nos diodos de saída.............................................................................. 26 2.7.3.4 Corrente eficaz nos diodos de saída .............................................................................. 27 2.8. Energia processada pelo transformador flyback para D<0,5........................................................................... 28 2.9. Projeto do novo conversor.............................................................................................................................. 29 2.9.1 Metodologia de projeto ................................................................................................................ 29 2.9.2 Exemplo de Projeto...................................................................................................................... 31 2.9.3 Resultados de simulação .............................................................................................................. 32 2.9.4 Resultados experimentais ............................................................................................................. 35 xi 2.10. Comparação entre o conversor proposto e o convencional flyback-push-pull alimentado em corrente 2.11. Conclusões 38 40 CAPÍTULO 3: ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK-PUSH-PULL EM MODO CONTINUO DE CONDUÇÃO DA CORRENTE NO INDUTOR FLYBACK PARA D>0,5 3.1. Introdução....................................................................................................................................................... 41 3.2. Operação para D>0,5 condução contínua ....................................................................................................... 41 3.2.1 Descripção e análise das etapas de operação para D>0,5............................................................. 41 3.2.2 Formas de onda ............................................................................................................................ 44 3.3. Considerações sobre o valor da corrente nos intervalos ∆t2 e ∆t4 ................................................................... 44 3.4. Expressão da ondulação de corrente para D>0,5........................................................................................... 45 3.5. Análise das grandezas do conversor para D>0,5........................................................................................... 47 3.5.1 Análise das correntes do conversor .............................................................................................. 47 3.5.1.1 Corrente média de entrada 47 3.5.1.2 Corrente máxima de entrada 48 3.5.2 Esforços de corrente nos interruptores ..................................................................................... 49 3.5.2.1 Corrente média nos transistores 49 3.5.2.2 Corrente eficaz nos transistores 50 3.5.2.3 Corrente média nos diodos de saída 51 3.5.2.4 Corrente eficaz nos diodos de saída 51 3.5.3 Análise das tensões do conversor .............................................................................................. 52 3.5.3.1 Obtenção da tensão nos enrolamentos do transformador push-pull 52 3.5.3.2 Tensão de bloqueio nos interruptores 53 3.5.3.3 Tensão nos enrolamentos do transformador flyback 54 3.5.3.4 Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída 54 3.6. Energia processada pelo transformador flyback para D>0,5 ...................................................................... 55 3.7. Projeto de uma fonte chaveada trabalhando para D>0,5 .............................................................................. 57 3.7.1 Resultados de simulação .............................................................................................................. 59 3.7.2 Resultados experimentais ............................................................................................................. 61 3.8. Conclusões .................................................................................................................................................... 62 CAPÍTULO 4: ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK-PUSH-PULL EM MODO DESCONTÍNUO DE CONDUÇÃO DA CORRENTE NO TRANSFORMADOR FLYBACK D<0,5. 4.1. Introdução....................................................................................................................................................... 63 4.2. Operação em condução descontínua para D<0,5............................................................................................ 63 4.2.1 Análise das etapas de operação para D<0,5 no modo de condução descontínuo ......................... 63 4.2.2 Formas de onda ............................................................................................................................ 67 4.3. Característica de transferência modo de condução descontínuo para D<0,5 .................................................. 68 4.4. Característica completa de saída para D<0,5 no modo descontínuo ............................................................ 69 4.4.1. Característica de saída .................................................................................................................... 69 4.4.2. Expressões limites entre os modos contínuo e descontínuo............................................................ 70 4.4.2.1 Razão cíclica limite ...................... 70 4.4.2.2 Ganho limite ...................... 71 4.5. Cálculo da indutância própria flyback crítica e da relação de transformação (N) ......................................... 72 4.6. Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída .................................................................................. 74 4.7. Esforços de corrente nos interruptores .......................................................................................................... 75 4.7.1 Corrente média nos transistores ................................................................................................... 75 4.7.2 Corrente eficaz nos transistores.................................................................................................... 76 4.7.3 Corrente média nos diodos de saída............................................................................................. 77 4.7.4 Corrente eficaz nos diodos de saída ............................................................................................. 77 4.8. Energia processada pelo transformador flyback para D<0,5 e condução descontínua .................................. 78 4.9. Projeto de uma fonte chaveada para D<0,5 em condução descontínua ......................................................... 79 4.9.1 Resultados de simulação .............................................................................................................. 82 xii 4.10. Conclusões .................................................................................................................................................. 85 CAPÍTULO 5: ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK-PUSH-PULL EM MODO DESCONTÍNUO DE CONDUÇÃO DA CORRENTE NO INDUTOR FLYBACK PARA D>0,5. 5.1. Introdução....................................................................................................................................................... 86 5.2. Operação em condução descontínua para D>0,5............................................................................................ 86 5.2.1. Descripçào e análise das etapas de operação para D>0,5 modo de condução descontínuo............. 86 5.2.2. Formas de onda ................................................................................................................................ 89 5.3. Característica de transferência no modo de condução descontinuo para D>0,5 ............................................. 90 5.4. Característica completa de saída para D>0,5 no modo descontínuo.............................................................. 91 5.4.1. Característica de saída ...................................................................................................................... 91 5.4.2. Expressões limites entre os modos contínuo e descontínuo para D>0,5......................................... 92 5.4.2.1. Razão cíclica limite....................................................................................................... 92 5.4.2.2. Ganho limite ................................................................................................................. 93 5.5. Cálculo da indutância própria flyback crítica e da relação de transformação (N)........................................... 95 5.6. Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída ................................................................................... 96 5.7. Análise das grandezasdo conversor para D>0,5 em condução descontínua .................................................. 97 5.7.1. Análise das correntes do conversor .................................................................................................. 97 5.7.1.1 Corrente de pico de entrada ........................................................................................... 97 5.7.1.2 Corrente média nos transistores ..................................................................................... 97 5.7.1.3 Corrente eficaz nos transistores...................................................................................... 98 5.7.1.4 Corrente média nos diodos de saída............................................................................. 100 5.7.1.5 Corrente eficaz nos diodos de saída ............................................................................. 100 5.7.2. Análise das tensões do conversor ................................................................................................... 102 5.7.2.1 Tensão de bloqueio nos interruptores .......................................................................... 102 5.8. Energia processada pelo transformador flyback para D>0,5 em condução descontínua ............................. 102 5.9 Projeto de uma fonte chaveada para D>0,5 em condução descontínua ........................................................ 104 5.9.1 Resultados de simulação................................................................................................................ 107 5.10 Conclusões.................................................................................................................................................. 110 CAPÍTULO 6: NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO APLICADO AO NOVO CONVERSOR FLYBACK-PUSH-PULL. 6.1. Introdução..................................................................................................................................................... 111 6.2. Efeitos das indutâncias parasitas no novo conversor push-pull alimentado em corrente .............................. 113 6.3. Novo conversor push-pull alimentado em corrente com o novo grampeador de tensão proposto ................ 113 6.3.1. Principio de operação ................................................................................................................... 114 6.3.2. Principais formas de ondas........................................................................................................... 117 6.4. Análise do circuito ...................................................................................................................................... 118 6.5. Projeto do circuito grampeador ................................................................................................................... 122 6.5.1 Resultados de simulação ........................................................................................................... 123 6.5.2 Resultados experimentais........................................................................................................... 124 6.6. Conclusões .................................................................................................................................................. 128 CAPÍTULO 7: CONVERSOR ISOLADO CC-CC ZVS-PWM GRAMPEADO E COM CORRENTES ENTRADA E SAÍDA NÃO PULSADAS GERADO A PARTIR DO NOVO CONVERSOR FLYBACK-PUSHPULL. 7.1. Introdução..................................................................................................................................................... 129 7.2. Circuito proposto .......................................................................................................................................... 130 7.2.1 Etapas de operação ............................................................................................................... 131 7.2.1.1 Análise das etapas de operação ..................................................................................... 134 7.2.2 Formas de ondas................................................................................................................... 139 7.3 Característica de transferência para D<0.5 ................................................................................................... 140 7.3.1 Característica de saída .......................................................................................................... 140 xiii 7.3.2 Perda de razão cíclica(d1) .................................................................................................... 143 7.4 Cálculo de esforços no conversor ................................................................................................................ 144 7.4.1 Corrente máxima e minima nos interruptores....................................................................... 144 7.4.2 Cálculo das correntes máxima e minima de entrada............................................................. 145 7.4.3 Cálculo das correntes média e eficaz nos interruptores principais ....................................... 146 7.4.4 Cálculo das correntes média e eficaz nos interruptores auxiliares........................................ 148 7.4.5 Cálculo das correntes média e eficaz nos diodos de saída.................................................... 149 7.4.6 Cálculo da tensão de grampeamento Vca ............................................................................. 150 7.5 Metodologia de projeto ................................................................................................................................ 150 7.5.1 Especificações ........................................................................................................................ 150 7.5.2 Cálculo de N ........................................................................................................................... 151 7.5.3 Cálculo do ganho normalizado ............................................................................................... 151 7.5.4 Cálculo da indutância de comutação (Ld)............................................................................... 152 7.5.5 Cálculo dos capacitores de comutação ................................................................................... 152 7.6 Projeto e construção de um protótipo experimental...................................................................................... 152 7.6.1 Cálculo teórico........................................................................................................................ 152 7.6.2 Cálculo físico dos elementos magnéticos envolvidos ............................................................. 154 7.6.2.1 Cálculo dos indutores de comutação........................................................................... 154 7.6.2.2 Cálculo do transformador flyback.............................................................................. 155 7.6.3 Resultados de simulação......................................................................................................... 157 7.6.4 Resultados experimentais........................................................................................................ 159 7.7 Conclusões................................................................................................................................................... 167 CAPÍTULO 8: CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................................... 168 APÊNDICE A .................................................................................................................................................... 171 APÊNDICE B .................................................................................................................................................... 182 APÊNDICE C .................................................................................................................................................... 193 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................. 197 xiv SIMBOLOGIA 1. Símbolos usados em expressões matemáticas Símbolo Significado Uni dad e Ae Área da seção transversal da perna central do núcleo cm2 Aw Área da janela do núcleo cm2 AE Amperes-espiras BMáx Densidade máxima de fluxo magnético no núcleo C1p Capacitância de comutação no interruptor S1p nF C2p Capacitância de comutação no interruptor S2p nF Ca Capacitância de acumulação nF Co Capacitor de saída nF Cg1 Capacitância do circuito grampeador regenerativo nF Cg2 Capacitor do circuito grampeador regenerativo nF Cgs Capacitância do circuito grampeador semi-regenerativo nF cos Função trigonométrica coseno D Razão cíclica D1 Razão cíclica auxiliar D(Io) Tesla Função matemática da razão cíclica com respecto a Io εfb Energia transferida pelo transformador flyback fs Freqüência de chaveamento Hz i(t) Função matemática da corrente elétrica no tempo A Io Corrente de saída A Io Corrente de saída normalizada. I L1 P Corrente minima normalizada através do primario do enrolamento L1P. I L1 P Corrente máxima normalizada através do primario do enrolamento L1P. I L1S min Corrente minima normalizada através do primario do enrolamento L1S. I L1S min Corrente máxima normalizada através do primario do enrolamento L1S. J min max IRMS Valor eficaz da corrente A Iméd Valor médio da corrente A I1 Corrente máxima de entrada A I2 Corrente minima de entrada A Iy Valor de pico negativo da corrente A xv Ip ID(on) ∆I Valor de pico positivo da corrente A Máxima corrente média admissível no dreno (MOSFET) A Degrau de corrente devido à preservação do fluxo no transformador flyback A ∆i L1S Ondulação da corrente através do enrolamento primário do transformador flyback L1P. ∆i L1P Ondulação da corrente através do enrolamento secundário do transformador flyback L1S. ∆iLg Ondulação de corrente no indutor do circuito grampeador regenerativo JMáx Densidade máxima de corrente Kcrit Indutância crítica normalizada Ku Fator de utilização da janela do núcleo Kp Fator de utilização do primário do transformador KC2 Constante igual ao produto de Ku e Kp K2 Constante que representa a relação entre N1 e N2 no modo boost K1 Constante que representa a relação entre N1 e N2 no modo buck Lg Indutância do circuito grampeador regenerativo µH L1p Indutância do enrolamento primário do transformador flyback L1P µH L1S Indutância do enrolamento secundário do transformador flyback L1S µH L2p Indutância do enrolamento primário do transformador push-pull L2P µH L2S Indutância do enrolamento secundário do transformador push-pull L2S µH Li Indutância de dispersão do transformador flyback µH Ld2p Indutância de dispersão do enrolamento primário do transformador push-pull L2P µH Ld3p Indutância de dispersão do enrolamento primário do transformador push-pull L3P µH Ld Indutância de comutação µH lt Comprimento médio de uma espira cm lg Entreferro cm Lim A/cm2 Ganho limite entre as regiões continua e descontinua M Ganho estático de tensão Ν1 Relação de transformação do transformador flyback Ν2 Relação de transformação do transformador push-pull N Relação de transformação media P(Io) A Perdas em função de Io W Pfb Potência processada do transformador flyback Pi Potência de entrada W Po Potência de saída W Pnúcleo Perdas de potência no núcleo W Pcu Perdas de potência no cobre W Rgs Resistência do circuito grampeador semi-regenerativo Ω Req1 Resistência equivalente que representa as perdas do circuito em carga Ω xvi Req2 RDS(on) Resistência equivalente que representa as perdas do circuito em vazio Ω Resistência em condução (MOSFET) Ω cm2 Scu Área do cobre sen Função trigonométrica seno ∆t1 s t Intervalo de tempo onde para ambos os modos buck ou boost o interruptor S1 esta conduzindo. Intervalo de tempo onde para ambos os modos buck ou boost uma corrente flui através do transformador flyback. Tempo td Tempo morto s Ts Período de chaveamento s Vo Tensão de saída normalizada. VL1p Tensão sobre o enrolamento primário do transformador flyback L1P V VL2p Tensão sobre o enrolamento primário do transformador push-pull L2P V VS Tensão de bloqueio nos interruptores normalizada V Vi Tensão de entrada V VF Queda de tensão em condução (diodos) V Vo Tensão de saída V Vca Tensão sobre Ca V Vgs Tensão de comando ou gatilho V VSa Tensão sobre o interruptor auxiliar V VSp Tensão sobre o interruptor principal V ∆VCo Ondulação da tensão de saída . V VDSmax Tensão máxima admissível entre dreno e fonte (MOSFET) V ∆t'1 Vol Volume do núcleo ζ Razão entre as indutâncias Li e Ld η Rendimento η(Io) Rendimento em função de Io 2. Símbolos usados para referenciar elementos em diagramas de circuitos Símbolo Significado C Capacitor D Diodo L Indutor M MOSFET R Resistor S Interruptor Comandável V Fonte de tensão s s cm3 xvii 3. Acrônimos e Abreviaturas Significado CA Corrente alternada PEC-CNPq Programa intercambio cultural Brasil-Chile dependente do conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico. CI Circuito integrado CC Corrente contínua IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers INEP Instituto de Eletrônica de Potência MOSFET Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor PWM Pulse Width Modulation EMI Interferência eletromagnética Irradiada UFSC Universidade Federal de Santa Catarina ZVS Zero voltage switching SEPIC Single-Ended Primary Inductor Converter 4. Símbolos de Unidades de Grandezas Físicas do SI (Sistema Internacional de Unidades) Símbolo Nome da Unidade Ω Ohm A Ampère F Farad H Henry Hz Hertz Kg quilograma M metro rad/s radianos por segundo S segundo V Volt W Watt 5. Símbolos de Unidades de Grandezas Físicas fora do SI, usados pela prática Símbolo Nome da Unidade ° grau trigonométrico CAPÍTULO 1 1 CAPÍTULO 1 ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL. 1.1 - Introdução A eletrônica de potência caracteriza-se por ser uma ciência dinâmica, onde contínuos esforços são realizados por engenheiros e especialistas para aumentar o rendimento e diminuir o volume e o peso dos diferentes tipos de conversores de potência. Isto, associado à rápida evolução tecnológica de componentes, tem feito com que os investimentos na pesquisa de novas topologias de conversores estáticos estejam em aumento geométrico. No campo dos conversores CC-CC observa-se, através da literatura especializada disponivel, duas famílias de conversores CC-CC tipo push-pull: os alimentados em tensão e os alimentados em corrente [A1-A14]. Cada uma destas famílias com características próprias e com significativas vantagens e desvantagens. 1.2 - Conversor push-pull alimentado em tensão. A topologia push-pull convencional mostrada na Fig. 1.1, consiste de um transformador Tr, com dois primários e dois secundários para uma saída. Sempre haverá dois secundários por saída. Cada primário é conectado em serie com um interruptor controlado, com os interruptores atuando de forma complementar dentro de um ciclo de comutação. A forma de transferência de energia é análoga a da topologia básica buck. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 1 2 d o1 Ls TR nS L 2p n 3 n 4 L 2s L3p n 5 n 6 L 3s Co Ro + V IN - d o2 S1 S2 Fig. 1.1 - Conversor Push-Pull convencional. Vantagens: Obtenção de potências maiores do que as obtidas com os conversores CC-CC básicos com um interruptor, além da isolação da fonte em relação à carga. Desvantagens: O conversor push-pull convencional tem diversas desvantagens, sendo as mais importantes enumeradas a seguir: • a) desequilíbrio de fluxo no transformador: as falhas mais comuns no conversor push-pull convencional são devidas ao desequilíbrio de fluxo entre os primários do transformador. Este tipo de falha ocorre pelo desequilíbrio do produto volts-segundo de cada semi-ciclo no transformador, ou seja, um dos transistores conduz por um intervalo maior do que o outro, isto faz com que a operação do núcleo não esteja centrada ao redor da origem no laço de histerese, criando uma componente de tensão continua no transformador, que o levará à saturação e à destruição dos interruptores, • b) dispersão: por ser uma topologia isolada, é evidente que terá problemas com a dispersão do transformador, precisando de circuitos de ajuda à comutação para proteger os interruptores, • c) não limita surtos de corrente de entrada: não tendo indutor de entrada, não pode limitar qualquer surto ou variação na corrente, • d) razão cíclica máxima teórica de 0,5: pelo fato de ser alimentado em tensão não poderá trabalhar com os interruptores em sobreposição, logo sua razão cíclica máxima por interruptor será teoricamente igual a 0,5. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 1 3 1.3 - Conversores push-pull alimentados em corrente. O conversor estudado no item anterior é uma topologia abaixadora, ou seja sua tensão de saída será sempre menor do que a de entrada (ainda que, dependendo da relação de transformação do transformador isolador este possa também elevar a tensão). Pelo fato de ser alimentado em tensão seu interruptor não podera trabalhar com os pulsos de comando sobrepostos. Por outro lado, os conversores alimentados em corrente a serem abordados, a seguir, são em geral elevadores (com algumas exceções). Além do mais, pelo fato de serem alimentados em corrente, seus interruptores deverão trabalhar sobrepostos. 1.3.1 - Conversor push-pull alimentado em corrente ou boost simétrico isolado. O conversor boost simétrico isolado é largamente usado na industria como carregador de Bateria [A5] ou ultimamente para corrigir o fator de potência como pré-regulador [A6]. A Fig. 1.3 mostra o circuito. A operação do conversor baseia-se em que os interruptores de potência são ambos mantidos fechados pelo comando (em sobreposição) de tal forma a armazenar energia no indutor L1, e são abertos, um após o outro, para que a energia armazenada em L1 seja transferida à carga via transformador isolador Tr. do1 TR Co L1 L2p n3 n4 L2s L3p n5 n6 L3s n1 Ro + do2 VIN - S1 S2 Fig. 1.3.- Conversor push-pull alimentado em corrente. Vantagens: • a) obtenção de uma tensão de saída maior do que a de entrada, _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 1 4 • b) devido ao indutor de entrada, limita naturalmente os surtos de corrente, Desvantagens: • a) elevada tensão de bloqueio nos interruptores, • b) opera somente como elevador de tensão, • c) apresenta o problema da dispersão do transformador. 1.3.2 – Conversor push-pull com duplo indutor de entrada (CDI). O conversor push-pull com duplo indutor de entrada é obtido mediante a dualização do conversor meia ponte [A7, A21]. O principio de funcionamento desse conversor é baseado no mesmo principio aplicado ao conversor boost simétrico isolado: os interruptores de potência são ambos mantidos fechados de tal forma que os indutores acumulem energia, e são abertos, um após o outro, de modo a transferir a energia, armazenada, à carga, via transformador de isolamento Tr. L1 do1 TR n1 np L2 do2 VIN - Ro nS n2 + Co nS S1 S2 Fig. 1.4.- Conversor duplo indutor de entrada. Vantagens: • as vantagens deste conversor são identicas as do boost simétrico isolado, além de oferecer a possibilidade de duas entradas em corrente, • o primário do transformador apresenta menos esforços em corrente de que no boost simétrico isolado (menor corrente eficaz). _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 1 5 Desvantagens: • identicas às apresentados pelo boost simétrico isolado, além da presença de um elemento magnético adicional. 1.3.3 - Nova topologia alimentada em corrente proposta por Mantovanelli e Barbi. Uma das novas topologias alimentadas em corrente, proposta por Mantovanelli e Barbi [A12], é mostrada na Fig. 1.5. Os interruptores de potência são acionados com freqüência constante e razão cíclica assimétrica. O interruptor S1 opera com razão cíclica “D” durante o período de comutação, e S2 opera complementarmente a S1 (razão cíclica “(1-D)” ). Devido à operação assimétrica o conversor precisa do capacitor Cb para assegurar o equilíbrio do fluxo no transformador. L1 Cb do1 TR do4 n1 np Co nS Ro Cp + do2 do3 VIN - S1 S2 Fig. 1.5 - Conversor proposto por Mantovanelli e Barbi. Vantagens: • as vantagens deste conversor são às mesmas do boost simétrico isolado, • apresenta comutação não dissipativa e utilização completa do transformador, Desvantagens: • a comutação não dissipativa depende diretamente do valor de dispersão do transformador, para grandes dispersões, é dificil obter comutação não dissipativa para toda a faixa de carga. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 1 6 1.3.4 - Topologias flyback-push-pull alimentadas em corrente. É essencialmente um transformador flyback em série com um inversor push-pull modulado por largura de pulso. Este conversor pode operar como elevador ou abaixador, em função de os interruptores trabalharem sobrepostos ou não. A Fig. 1.6a mostra o secundário do transformador flyback alimentando a saída em tensão Vo através do diodo D3. Na Fig. 1.6b o diodo é conectado diretamente à tensão de entrada. Quando o diodo é conectado a Vo, a ondulação da tensão de saída é minimizada, e quando o diodo é conectado à tensão de entrada a ondulação da corrente de entrada é minimizada [A2]. D3 + Tr N:1 Vo Co Sec3 Sec1 Pri1 N:1 Ro D1 - Pri3 Pri2 Sec2 D2 Vin S2 S1 (a) + Tr N:1 N:1 Sec3 D3 Vo Co Sec1 Pri1 Ro D1 - Pri3 Pri2 Sec2 D2 Vin S1 S2 (b) Fig. 1.6 - a) Conversor flyback-push-pull alimentado em corrente. b) Conversor flyback -push-pull realimentando a entrada. Vantagens: • a) possibilidade de trabalhar como elevador e abaixador. • b) o transformador flyback provê naturalmente proteção contra surtos de corrente. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 1 7 • c) O problema de desequilíbrio de fluxo no transformador push-pull, devido aos pulsos de comando assimétrico, não resulta na saturação do mesmo e por conseqüência não leva à falhas, mas sim em sobrecarga para um dos seus interruptores, o que não é considerado grave. Desvantagens: • a) modelos distintos, dependendo do modos de operação se abaixador ou elevador, • b) indutância de dispersão elevada, produto dos dois transformadores, o que produz severas sobretensões nos interruptores, • c) não há uma desmagnetização completa do transformador push-pull, o que a longo prazo produz saturação do núcleo. 1.3.5 - Variação topológica do conversor flyback- push-pull alimentado em corrente. O principio de funcionamento é idêntico ao descrito na seção (1.3.4), com a diferença de se ter mais um diodo flyback na saída, de modo a desmagnetizar de maneira ótima o transformador push-pull no momento da descarga do transformador flyback. O circuito é mostrado na Fig. 1.7. + Tr D3 N:1 S3 P1 S1 D4 Vo Co Ro D1 N:1 P3 P2 S2 D2 Vin S1 S2 Fig. 1.7 - Conversor push-pull - flyback modificado. As vantagens e desvantagens são iguais às da seção anterior com as seguintes diferenças: o risco de saturação é ainda menor devido à desmagnetização ótima do transformador feita pelos diodos D3 e D4 no circuito de saída, porém são adicionados mais dois elementos semicondutores. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 1 8 1.4 – Geração do novo conversor. O conversor CC-CC flyback-push-pull alimentado em corrente, apresenta vantagens em comparação ao convensional push-pull alimentado em tensão quando usado em diversas aplicações. Possui somente indutor na entrada e não de saída, o que faz dele uma excelente escolha para conversores CC-CC com multiplas saídas. Além disso, provê o caminho pelos diodos D3 e D4 que garante a desmagnetização do transformador push-pull. É também reconhecido que o mencionado conversor é mais confiável do que o conversor push-pull convencional devido à presença do indutor de entrada. Porém, algumas desvantages têm sido encontradas, sejam estas a existência de quatro diodos no lado secundário bem como a impossibilidade de representar a operação para razões cíclicas maiores ou menores que 0,5 através do mesmo modelo matemático. O circuito a ser estudado neste trabalho é gerado a partir do conversor flyback-pushpull tradicional alimentado em corrente simplesmente removendo os diodos do3 e do4 (Fig. 1.8a). M do1 TR n2 n3 n4 n3 n4 do2 Co Ro L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 do4 + Ro do2 VI S2 Co + VI S1 L1s n2 L1p n1 - do1 TR do3 - (a) S1 S2 (b) Fig. 1.8 - Conversores CC-CC flyback-push-pull alimentados em corrente (a) convencional (b) novo. 1.5 - Conclusões Neste capitulo foram apresentadas de maneira sucinta, diferentes tipos de conversores push-pull alimentados em tensão e corrente (observando-se as suas vantagens e desvantagens de modo a familiarizar-se com estas). Sendo apresentado também a forma em que foi gerado o conversor a ser estudado neste trabalho. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTADO DA ARTE DOS CONVERSORES TIPO PUSH-PULL Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 9 CAPÍTULO 2 ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACKFLYBACK-PUSH PULL EM MODO CONTÍNUO DE CONDUÇÃ O DA CORRENTE NO INDUTOR FLYBACK PARA D<0,5 2.1- Introdução Neste capítulo apresentar-se-á um novo conversor push-pull alimentado em corrente no seu modo de condução contínua da corrente no indutor flyback. O funcionamento em condução contínua dependerá do valor da indutância de entrada. São mostradas as etapas de funcionamento e as formas de onda envolvidas nessas etapas para razão cíclica inferior a 0,5 (D<0,5). A operação como abaixador ou elevador de tensão depende exclusivamente, da mesma forma que o conversor de Weinberg [A2, A3], da razão cíclica do conversor. Para razão cíclica entre zero e 0,5 (0<D<0,5), o conversor opera como buck e para razão cíclica entre 0,5 e um (0,5<D<1) a operação é como boost. Note-se que, para razões cíclicas maiores que 0,5, os interruptores atuarão sobrepostos (overlapping). Neste capítulo é feita uma análise qualitativa e quantitativa do conversor trabalhando em condução contínua para razão cíclica menor que meio (D<0,5) ou seja como abaixador de tensão. 2.2.- Apresentação do circuito O novo conversor push-pull apresentado é composto por um transformador push-pull e dois indutores (entrada e saída) acoplados magneticamente que compõem o transformador flyback além de dois interruptores principais e dois diodos de saída. Na Fig. 2.1 é apresentado o circuito de potência do novo conversor push-pull alimentado em corrente. As características do novo conversor são as seguintes: a) operação em dois modos: buck e boost. A classificação do modo de operação dependerá exclusivamente da razão cíclica de trabalho. Para razão cíclica menor que 0,5 ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 10 (D< 0,5) operará como buck (pulsos de comando não sobrepostos), e para razão cíclica entre 0,5 e um (D> 0,5) ele operará como boost (pulsos de comando sobrepostos), b) limitação da corrente de partida. Pelo fato de ter um indutor na entrada ele atuará como limitador para qualquer surto de corrente, c) os interruptores estão no mesmo ponto referencial. Do ponto de vista do comando isto é uma grande vantagem, descartando o uso de transformadores ou fotoacopladores de isolamento. O fato de possuir somente dois diodos na saída, comparando com conversores similares, permite reduzir as perdas por condução no conversor, d) característica de transferência única entre o modo buck e boost quando as relações de transformação do transformador push-pull e transformador flyback são idênticas, sem nenhum tipo de descontinuidade ( n1 n3 = =N n2 n4 ), e) grande sensibilidade às indutâncias de dispersão. Portanto, há necessidade de grampeadores eficientes para os interruptores. N1:1 M do1 TR N2:1 L1p n1 L2p n3 n4 L2s L3p n3 n4 L3s L1s n2 Co Ro + do2 VIN - S1 S2 Fig. 2.1 - Circuito Proposto. 2.3- Operação para D<0,5. 2.3.1- Descrição e análise das etapas para operação D<0,5. No modo buck, sem sobreposição nos sinais de comando, são observados quatro estados de operação em um período de comutação. Entretanto, para efeito de cálculo é ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 11 necessário descrever somente dois estágios, visto que os outros dois são análogos aos primeiros, diferindo apenas o interruptor envolvido no processo. Para simplificar a análise do circuito, as seguintes considerações são realizadas: a) a corrente magnetizante é desprezada, b) os elementos do circuito são considerados ideais, c) consideram-se as relações de transformação dos transformadores push-pull e flyback iguais. Desta forma, a característica de transferência do conversor não apresentará descontinuidade entre os dois modos de funcionamento. ∆t1 Primeira etapa (t0 , t1) Em t = to, S1 é acionado, permitindo a circulação de corrente por L1P, L2P e o próprio S1. O fluxo gerado pelo enrolamento L2P induz tensão nos enrolamentos secundários (L2S, L3S) mas devido as polaridades das tensões induzidas somente do2 conduz. No entanto, o transformador flyback atuará como indutor, acumulando energia nesta etapa. A energia que a carga recebe é devida somente ao transformador push-pull. M L1p L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR n2 VO + do2 VI S1 - S2 Fig. 2.2 - Primeira etapa modo Buck. O circuito equivalente para este intervalo é: M iL1p n1 + L1p VL1p VI _ VL2p n2 N2:1 + L2p _ + + L2s VL2s L1s IL’ 1p iL1S + n’ 1 _ VL1s + L’ 1p V’ L1p VO V I/N 2 _ V TOTAL _ + _ n2 IL 1S L 1s V L1s _ VO (a) (b) Fig. 2.3- (a) Circuito equivalente para o intervalo ∆t 1 . (b) Circuito referido ao secundário . Do circuito da fig. 2.3(b) tem-se que: V − N 2 ⋅ Vo VTotal = i = V L' 1P + V L1S N2 (2.1) ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 12 n N2 = 3 n4 n N1 = 1 , n2 (2.2) Onde N1 é a razão de transformação do transformador flyback e N2 é a razão de transformação do transformador push-pull. VL' 1P = L'1P ⋅ VL1S = M ⋅ diL1S +M⋅ dt diL1S dt + L1S ⋅ diL1s (2.3) dt diL1S (2.4) dt Somando tem-se: VL' 1P + VL1S = ( L'1P + L1S + 2 ⋅ M ) ⋅ diL1S dt (2.5) Definindo a indutância mútua igual a: M = K ⋅ L'1 p ⋅ L1S (2.6) Considerando K=1, M = L'1P ⋅ L1s (2.7) Da relação do autotransformador do circuito equivalente: L1 p = N12 ⋅ L1S (2.8) portanto, M = N1 ⋅L N 2 1s (2.9) e L'1P = L1 p N 22 (2.10) Substituindo (2.1), (2.8), (2.9) e (2.10) em (2.5) resulta em: diL Vi − N 2 ⋅ Vo N2 N = ( 12 ⋅ L1S + L1S + 2 ⋅ 1 ⋅ L1s ) ⋅ 1S N2 N2 dt N2 (2.11) ( N12 ⋅ L1S + N 22 ⋅ L1S + 2 ⋅ N1 ⋅ N 2 ⋅ L1s ) diL1S Vi − N 2 ⋅ Vo = ⋅ N2 dt (2.12) Logo, Agrupando termos chega-se a: ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 13 Vi − N 2 ⋅ Vo = diL ( N1 + N 2 )2 ⋅ L1S ⋅ 1S N2 dt (2.13) Integrando a equação (2.13), obtém-se: iL1S ( t ) = i'L1P min + N 2 ⋅ ( Vi − N 2 ⋅ Vo ) ( N1 + N 2 )2 ⋅ L1S ⋅t (2.14) Finalmente resolvendo para ∆t1, e considerando N1=N2=N tem-se que : ∆t1 = 4 ⋅ N ⋅ L1S ⋅ ∆i L 1S ∆t1 ( Vi − N ⋅ Vo ) (2.15) Segunda Etapa (t1 , t2) - ∆t2 Em t=t1 S1, é aberto, fazendo com que a energia acumulada em L1S seja liberada em forma de uma corrente que é duas vezes a corrente que circulava no intervalo anterior ( ∆t1 ), isto devido aos amperes-espiras do transformador flyback . Cada um dos diodos conduz uma corrente igual à do intervalo anterior, fazendo um curto circuito magnético no transformador push-pull. Esta etapa finaliza quando S2 é acionado. Esta etapa é mostrada para este intervalo. M L1p L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR n2 VO + do2 VI S1 - S2 Fig. 2.4 - Segunda etapa modo Buck A Fig. 2.5 mostra o circuito equivalente para este intervalo: iL 1S ∆ t2 n2 _ L 1s + V L1s VO Fig.2.5 - Circuito equivalente para o intervalo ∆t 2 . Do circuito tem-se que: V L 1s =V o (2.16) ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 14 diL 1S ∆t2 dt = VL 1s L1s (2.17) Integrando, tem-se : iL1S ∆t 2 V ( t ) = I 'L1 p max − o ⋅ t L1S (2.18) Ou resolvendo para ∆t2: L ∆t2 = 1S ⋅ ∆iL1S ∆t 2 Vo (2.19) Onde iL1S ∆t denota a corrente no secundário do indutor flyback no intervalo ∆t2 . 2 E iL1S ∆t denota a corrente no secundário do indutor flyback no intervalo ∆t1 . 1 2.3.2- Principais formas de onda Na fig. 2.6 são apresentadas as principais de onda do novo conversor push-pull, funcionando no modo abaixador (D<0,5) com condução contínua da corrente do enrolamento primário do transformador flyback. VGs D·T (1-D)T 1 t0 t1 ∆ t1 VGs t2 ∆ t2 t3 T/2 ∆t 3 t4 ∆t 4 t T (a) 2 (b) t iL1p (∆i L ) 1p t i L1s (2N. IL1Pmax ) (c ) (2N IL1Pmin ) (∆i L ) 1s i do1 t (d) t (e ) (∆iL1s) VL2p Vi + N ⋅ Vo 2 t (f ) Fig. 2.6 - Formas de onda para operação D<0.5.a) e b) Sinais de comando c) Corrente de entrada d) Corrente no indutor L1s e) Corrente nos diodos de saída f) Tensão num enrolamento do transformador Push-Pull. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 15 2.4- Considerações sobre o valor da corrente no intervalo ∆t 2 (e ∆t 4 ). É possível definir o valor da corrente no intervalo ∆t 2 em função do intervalo ∆t1 . Sabese que em regime permanente o fluxo no indutor é invariavel em um período de funcionamento. Portanto considerando que os amperes-espiras (AE) do transformador flyback serão constantes num ciclo de operação tem-se do primeiro circuito equivalente (fig. 2.3a). AE = iL1S ⋅ n2 + i'L1P ⋅ n1 ∆t1 (2.20) Onde i'L1P = iL1S ∆t1 (2.21) N2 Então: n AE = iL1S ⋅ ( n2 + 1 ) ∆t1 N2 (2.22) Para o segundo intervalo, ∆t 2 : ⋅ n2 AE = iL1S ∆t 2 (2.23) Igualando as equações (2.22) e (2.23): iL1S n ⋅ n2 = iL1S ⋅ ( n2 + 1 ) ∆t1 N2 ∆t 2 (2.24) Portanto: iL1S ∆t 2 = iL1S ∆t1 ⋅ (1 + N1 ) N2 (2.25) Definindo: K1 = 1 + N1 N2 (2.26) Tem-se que: ∆i L 1S ∆t 1 = ∆iL ⋅ K1 1S ∆t 2 (2.27) Se N1=N2=N então K1=2 e: ∆i L 1S ∆t 1 = 2 ⋅ ∆i L 1S ∆t (2.28) 2 ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 16 2.5- Características de transferência Para provar a igualdade das características de transferência estática é realizado o cálculo para os dois modos de funcionamento. É sabido que em regime permanente não existe variação de fluxo no indutor para um período de funcionamento. Logo, tem-se a seguinte relação: VL ⋅ ∆t1 = VL ⋅ ∆t 2 1s∆t1 1s∆t2 (2.29) A expressão VL1S para o intervalo ∆t1 é obtida simplesmente aplicando a lei de Kirchoff de tensão no circuito equivalente referido ao secundário (fig. 2.4b). Portanto substituindo-se as grandezas: ( Vi − N 2 ⋅ Vo ) ( N1 + N 2 ) ⋅ ∆t1 = Vo ⋅ ∆t2 (2.30) Definindo o tempo de condução do interruptor, num período, como sendo: ∆t = D ⋅ T 1 (2.31) pode-se encontrar: ∆t = 2 (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ T 2 (2.32) Substituindo (2.31) e (2.32) em (2.30), ( Vi − N 2 ⋅ Vo ) (1 − 2 ⋅ D )⋅T ⋅ D ⋅ T = Vo ⋅ ( N1 + N 2 ) 2 (2.33) obtém-se a característica de transferência, que é igual a: Vo 2⋅D = N1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + N 2 Vi (2.34) Ou para N1=N2=N : V D N ⋅ o = Vo = Vi (1 − D ) (2.35) Para determinar a característica de transferência para D>0,5 sabe-se que a variação de fluxo no indutor, em regime permanente, permanece constante para um periodo de funcionamento. Considerando DT como o tempo de condução do interruptor em um período, tem-se que para D>0,5, o valor de D é dado por: ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 17 D = (2 ⋅ ∆t ∆t 1+ 2) T T (2.36) Definindo: ∆t2 = ∆t4 = ( 1 − D ) ⋅ T (2.37) E substituindo (2.37) em (2.36), obtém-se: ∆t = 1 ( 2 ⋅ D − 1) ⋅T 2 (2.38) e com: VL1 p ∆t1 = Vi e VL1 p ∆t 2 = N1 ⋅ ( N 2 ⋅ Vo − Vi ) ( N 2 + N1 ) (2.39) Substituindo (2.38) e (2.39) em (2.35) obtém-se: Vi ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) N1 ⋅ ( N 2 ⋅ Vo − Vi ) ⋅(1− D ) = ( N 2 + N1 ) 2 (2.40) Resolvendo, tem-se: N ( 2 ⋅ D − 1) + 1 Vo N2 = Vi 2 ⋅ N1 ⋅ ( 1 − D ) (2.41) Considerando para N1=N2=N obtem-se: D V N ⋅ o = Vo = (1− D ) Vi (2.42) Comprova-se desta maneira a igualdade da característica de transferência em ambos os modos. A Fig. 2.7 a seguir mostra a característica de transferência obtida. Fig. 2.7- Característica de Transferência. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 18 2.6- Expressão da ondulação de corrente para D<0,5. Sabe-se que para o intervalo ∆t1, iL1S ( ∆t2 ) = K1 ⋅ I 'L1P max iL1S ( ∆t1 ) = I 'L1P max e para o intervalo ∆t2, . Logo substituindo isto nas eq. (2.14) e (2.18), obtém-se: I 'L1 p max = I 'L1P min + ( Vi − N 2 ⋅ Vo ) ⋅ ∆t1 (2.43) e K1 ⋅ I 'L1 p min = K1 ⋅ I 'L1 p max − Vo ⋅ ∆t 2 L1S max (2.44) Sabendo que: ∆iL1S = I 'L1P − I 'L1 p max min (2.45) Resolvendo para os intervalos ∆t1 e ∆t 2 , obtém-se: ∆t1 = N 2 ⋅ K12 ⋅ L1S ⋅ ∆iL1S Vi − N 2 ⋅ Vo (2.46) e ∆t2 = K1 ⋅ L1S ⋅ ∆iL1S Vo (2.47) A soma destes intervalos é igual a meio periodo, portanto: T N ⋅ K2 ⋅ L K ⋅L = ∆t1 + ∆t2 = 2 1 1S ⋅ ∆iL1S + 1 1S ⋅ ∆iL1S 2 Vi − N 2 ⋅ Vo Vo (2.48) Logo, obtém-se: T = 1 2 ⋅ N 2 ⋅ K12 ⋅ L1S 2 ⋅ K1 ⋅ L1S = ⋅ ∆iL1S + ⋅ ∆iL1S FS Vi − N 2 ⋅ Vo Vo (2.49) Ou, FS = 1 2 ⋅ N 2 ⋅ K12 ⋅ L1S 2 ⋅ K1 ⋅ L1S ⋅ ∆iL1S ⋅ ∆iL1S + Vo V Vi ( 1 − N 2 ⋅ ) Vi ⋅ o Vi Vi (2.50) Normalizando ∆iL1S : 2 ⋅ L1S ⋅ N 2 ⋅ FS ⋅ ∆iL1S = ∆iL1S = Vi 1 K12 (2.51) K1 + Vo V (1 − N 2 ⋅ ) N 2 ⋅ o Vi Vi ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 19 Substituindo a equação do ganho em (2.51) e sabendo que: V 1 − N2 ⋅ o = Vi (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ (1 + N1 ) N2 N1 ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) + 1 N2 = ( 1 − 2 ⋅ D ) ⋅ K1 N1 ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) + 1 N2 (2.52) Então: ∆iL1S = 1 N1 N K1 ⋅ ( ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + 1 ) K1 ⋅ ( 1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + 1 ) N2 N2 + (1 − 2 ⋅ D ) 2⋅D (2.53) Simplificando a expressão (2.53), obtém-se: ∆iL1S = 2 ⋅ D ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) N1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + 1 K1 ⋅ N2 (2.54) Considerando para N1=N2=N , obtém-se: ∆iL1S = D ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) 2 ⋅ (1 − D ) (2.55) A Fig. 2.8 representa graficamente a equação 2.55. Fig. 2.8 - Ondulação da corrente de saída em função de D. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 20 2.7- Análise das grandezas do conversor para D<0,5. 2.7.1- Análise das Correntes do Conversor 2.7.1.1- Corrente média de saída (Io). i L1s K1. i L1Pmax K1 i L1Pmin I L1Pmax . N2 I L1Pmin . N2 T/2 ∆I t Fig. 2.9 - Corrente de saída. A partir das etapas de funcionamento e observando a fig. 2.9 tem-se que: I 'L1P i L1S (t ) = { min + ( Vi − N 2 ⋅ Vo ) N 2 ⋅ K12 ⋅ L1S ⋅t , para ∆t1 (2.56) para ∆t2 (2.57) V K1 ⋅ I 'L1 p max − o ⋅ t , L1S A corrente média de saída pode ser obtida através das areas: Io ⋅ T 1 1 ) + ∆t2 ⋅ K1 ⋅ I 'L1 p = ∆t1 ⋅ I 'L1P + ⋅ ∆t1 ⋅ ( I 'L1P − I 'L + ⋅ ∆t2 ⋅ K1 ⋅ ( I 'L1P − I 'L1P ) min max 1 P min max min 2 2 2 min (2.58) Ou, ( ) I o ⋅ T = ∆t1 ⋅ I 'L1P + I 'L1P + ∆t2 ⋅ K1 ⋅ ( I 'L1P + I 'L1P ) min max max min (2.59) Substituindo ∆t1 e ∆t2, obtém-se: ( ) (1 − 2 ⋅ D I o = I 'L1P + I 'L1P ⋅ D + K1 ⋅ min max 2 (2.60) 2.7.1.2- Corrente Máxima (IL1pmax) de entrada. A corrente máxima de entrada é obtida substituindo a equação (2.54) em (2.45), resultando: I 'L1P max = I 'L1P min + 2 ⋅ D ⋅(1 − 2 ⋅ D ) N K1 ⋅ 1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + 1 N2 (2.61) Substituindo (2.61) na equação (2.60), obtém-se: ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 21 2 ⋅ D + K1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) 2 ⋅ D ⋅(1 − 2 ⋅ D ) ' I o = 2 ⋅ I L1P + ⋅ min 2 N1 K1 ⋅ ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + 1 N2 (2.62) Resolvendo a equação (2.62) pode-se obter: I 'L1P min = Io − ( 2 ⋅ D + K1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D )) 2 ⋅ D ⋅(1 − 2 ⋅ D ) N K1 ⋅ 1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + 1 N2 (2.63) Podendo tambem obter a corrente máxima de entrada: I 'L1P max Io = IL ⋅ N2 = + 1Pmax ( 2 ⋅ D + K1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D )) 2 ⋅ D ⋅(1 − 2 ⋅ D ) N K1 ⋅ 1 ⋅ ( 1 − 2 ⋅ D ) + 1 N2 (2.64) Se N1=N2=N então K1=2, logo: IL 1Pmax = Io D ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) + 2 ⋅ N ( 1 − D )) 4 ⋅ N ⋅ ( 1 − D ) (2.65) É possivel calcular também o degrau existente na corrente de saída como sendo: ∆I = ( K1 − 1 ) ⋅ I 'L1P (2.66) max Porém substituindo a equação (2.26) em (2.66) obtém-se: ∆I = N1 ' ⋅ I L1P max N2 (2.67) Onde a equação (2.67) representa a ondulação devida aos amperes-espiras no transformador flyback. 2.7.2- Análise das tensões do conversor. 2.7.2.1- Obtenção da tensão nos enrolamentos do transformador. Observando a Fig. 2.3a, que descreve a primeira etapa de funcionamento e considerando N1=N2=N, verifica-se que a tensão no transformador push-pull é obtida da seguinte equação: VL = N ⋅ VL 2p 2S (2.68) Onde VL2 S é dada pela equação (2.23). Portanto: V + N ⋅ Vo VL = i 2 2P (2.69) ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 22 Normalizando pela tensão de entrada, tem-se: V 1+ N ⋅ o VL Vi 2P = V L2 P = Vi 2 (2.70) Substituindo o ganho estático dado em (2.53) na equação (2.70) chega-se a: V L 2P =V L 3P = 1 2 ⋅ (1 − D ) (2.71) A tensão normalizada nos enrolamentos é mostrada na Fig. 2.10 em função de D. Fig. 2.10- Tensão normalizada no enrolamento primário do transformador push-pull. 2.7.2.2- Tensão de bloqueio nos interruptores. Calculando-se para ambas as etapas de funcionamento, iniciando pela primeira etapa, aplicando as leis de tensão de Kirchhoff no circuito da Fig. 2.2, as seguintes equações são obtidas: −Vi + VL − VL + VS = 0 1P 2P (2.72) Substituindo V L3 P e V L1 P na equação (2.72), obtém-se: Vi Vi VS = + 2 ⋅ ( 1 − D ) 2( 1 − D ) (2.73) Normalizando (2.73) em função da tensão de entrada, tem-se: VS 1 = VS = Vi 1− D (2.74) ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 23 Passa-se a calcular a tensão de bloqueio nos interruptores na segunda etapa de operação. Sabendo que VL1P = N ⋅Vo , aplica-se as leis de Kirchhoff, obtendo-se: −Vi − VL + VS = 0 1P (2.75) VS = Vi + N ⋅ Vo (2.76) ou Fatorando por Vi , utilizando a equação do ganho estático e normalizando, obtém-se finalmente: 1 VS = 1− D (2.77) A figura 2.11 mostra a tensão de bloqueio nos interruptores em função de D. Fig. 2.11- Tensão de bloqueio normalizada nos interruptores. 2.7.2.3.- Tensão nos enrolamentos do transformador flyback. Analisando para a primeira etapa, tem-se: VL = N ⋅ VL = 1P 1S V i− N ⋅ Vo 2 (2.78) Fatorando por Vi e substituindo o ganho estático, obtém-se: VL 1− 2 ⋅ D 1P = V L1P = 2 ⋅ ( 1 − D ) Vi (2.79) A equação (2.79) é válida para o intervalo ∆t1 . Repetindo-se o processo para a segunda etapa, tem-se: V L 1P = N ⋅V L 1S = N ⋅V o (2.80) Normalizando-se em função de Vi , tem-se: ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 24 VL D 1P = V L1P = 1 − D Vi (2.81) 2.7.2.4.- Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída. Observando-se a Fig. 2.6(d), verifica-se que a corrente de saída tem duas componentes: uma componente contínua, correspondente a corrente da carga I o , e uma componente alternada, io , que obrigatoriamente deverá circular pelo capacitor de saída (mostrada na Fig. 2.12). iC t Fig. 2.12- Corrente no capacitor de saída. Dado que a componente contínua alimenta diretamente a carga, tem-se: ∆iC = 2 ⋅ I L1 p max ⋅ N − I L1 p max ⋅N (2.82) Ou, aproximando-se iC=∆IC, i dV =C ⋅ C C o dt (2.83) Para o período de descarga ( ∆t1 ) do capacitor tem-se: i ∆V = C ⋅ ∆t C 1 o Co (2.84) Substituindo-se iC e ∆t1 : iL 1 pmax ∆VC = o Co Sabendo que I L1P max = ⋅N ⋅ D ⋅T = Pi 2 ⋅ D ⋅ Vi iL 1 pmax ⋅N ⋅D Co ⋅ Fs (2.85) , e desprezando a ondulação da corrente de entrada, obtém-se: Pi ⋅ N ⋅ D ∆VC = o 2 ⋅ D ⋅ Vi ⋅ Co ⋅ FS Onde Vi = Vo ⋅ N ⋅ ( 1 − D ) D (2.86) e Po = η ⋅ Pi . Substituindo estas duas ultimas relações na equação (2.86), resulta: ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 25 P ⋅D o ∆V = C η ⋅ C ⋅ F ⋅ V ⋅ (1 − D ) O o s o (2.87) Normalizando em função da tensão de saída, tem-se: ∆V C P ⋅D o = o V η ⋅ C ⋅ F ⋅ V 2 ⋅ (1 − D) o o s o (2.88) 2.7.3 - Esforços de correntes nos interruptores. 2.7.3.1 - Corrente média nos transistores. Para o calculo de corrente em todos os componentes foi desprezado a ondulação. Como as correntes médias dos transistores são iguais, calcula-se somente a corrente média para S1, que é dada por: 1 I S1 = T Substituindo I L1P max I S1 = ∆t1 ∫ iL 1 p max ⋅ dt = i pi ⋅ 0 ∆t1 T (2.89) e ∆t1 em (2.89) e normalizando em função de Io, tem-se: Po η ⋅ 2 ⋅Vo ⋅ N ⋅ 1− D D = Io ⋅ D η ⋅ 2 ⋅ (1 − D) ⋅ N (2.90) Finalmente, chega-se a: I S1 = D 2 ⋅ η ⋅ (1 − D) ⋅ N (2.91) A equação (2.91) é representada pela Fig. 2.13 para η =0,9: Fig. 2.13.- Corrente média normalizada nos transistores para η =0,9. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 26 2.7.3.2.- Corrente eficaz nos transistores. Por definição: iS21 rms 1 T = ∆t1 ∫ iL 2 1 p max ⋅ dt (2.93) 0 Normalizando por Io, tem-se: i S1 rms = D 2 ⋅ η ⋅ (1 − D) ⋅ N (2.94) A figura 2.14 mostra a corrente eficaz em função de D. Fig. 2.14.- Corrente eficaz normalizada nos transistores, η=0,9. 2.7.3.3.- Corrente média nos diodos de saída O cálculo da corrente média nos diodos de saída (do1,d02) é análogo ao cálculo realizado para os transistores. ∆t2 ∆t4 ∆t1 1 I do1 = i do2 ⋅ dt + i do2 ⋅ dt + i do2 ⋅ dt T 0 0 0 ∫ ∫ ∫ (2.95) Logo, somando os intervalos ∆t1 e ∆t 2 , tem-se: ∆t4 ∆t1 + ∆t2 1 I do1 = I L1P ⋅ N ⋅ dt + I L1P ⋅ N ⋅ dt max max T 0 0 ∫ ∫ (2.96) Porém, sabe-se que ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 ∆t 1 + ∆t 2 = 27 T 2 ∆t 4 = e 1− 2 ⋅ D ⋅T 2 Portanto, substituindo estas equações tem-se: I do1 = I L1P max ⋅N 2 + I L1P max ⋅N ⋅ 1− 2⋅ D D (2.97) Substituindo a equação (2.64) e simplificando (2.97) obtém-se: I do1 = 1 2 ⋅η (2.98) 2.7.3.4.- Corrente eficaz nos diodos de saída A corrente eficaz dos diodos de saída é representada pela expressão seguinte: 2 ido 1rms ∆t4 ∆t1 + ∆t2 1 2 = ⋅ N ) ⋅ dt + ( I L1P ⋅ N )2 ⋅ dt ( I L1P max max T 0 0 ∫ ∫ (2.99) Integrando e substituindo os ∆ti , tem-se: 2 ido 1rms 2 1 ( I L1Pmax ⋅ N ) 1− 2⋅ D = ⋅ ⋅ T + ( I L1P ⋅ N )2 ⋅ max 2 D T ido1 = I L1P ⋅N ⋅ max (2.100) ou rms 1 1− 2⋅ D + 2 2 (2.101) Substituindo a equação (2.64) obtém-se, finalmente: i do1 rms = 1 2 ⋅η ⋅ 1 − D (2.103) A Fig.2.15 mostra a corrente eficaz dos diodos em função de D. Fig. 2.15.- Corrente eficaz nos diodos de saída, para η =0,9. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 28 2.8.- Energia processada pelo transformador flyback para D<0,5. A transferência de potência ocorre através dos elementos magnéticos do circuito, portanto é importante ter uma noção da quantidade de energia que cada um deles processa. A análise apresentada a seguir responde a esta questão. O transformador flyback armazena uma porcentagem da energia no intervalo ∆t1 , entregando-a no intervalo ∆t 2 . Logo, a potência a ser entregue pelo transformador flyback e a ser armazenada no intervalo ∆t1 , é dada por: ∆t1 ∫ ε fb = V L1 p ⋅ i p + V L1S ⋅ i S ⋅ dt (2.104) 0 N ⋅i p = iS sabe-se que V L1 p = N ⋅V L1S e Substituindo VL1p e as correntes ip em (2.104), tem-se: ∆t1 ∫ ε fb = iS N ⋅V L1S ⋅ N + V L1S ⋅ i S ⋅ dt (2.105) 0 ou ∆t1 ε fb = 2 ⋅V L1S ∫ i S ⋅ dt (2.106) 0 Onde iS é a corrente eficaz no secundário, logo da equação (2.94), tem-se: iS = iS rms = 2 ⋅ D ⋅ N ⋅ I L1P max (2.107) Então substituindo IL1Pmax na expressão (2.107) tem-se: iS rms = Pi ⋅ N (2.108) Vi ⋅ 2 ⋅ D Substituindo (2.108) em (2.106): 2 ⋅ ( Vin − N ⋅ Vo ) ε fb = ⋅ 2⋅ N ∆t1 P ⋅N ∫ Vi ⋅ i 2 ⋅ D ⋅ dt (2.109) 0 fatorando, a expressào (2.109), obtém-se: ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 29 V ( 1 − N ⋅ o ) ⋅ I o ∆t1 Vi ε fb = ⋅ Pi ⋅ dt 2⋅ D ∫ (2.110) 0 Integrando a equação (2.110), obtém-se: ε fb = (1 − D ) ⋅ Po ⋅ ∆t1 1− D η ⋅ 2⋅ D (2.111) Da definição de energia, tem-se: ε fb = Pfb ⋅ T , substituindo em (2.111), tem-se: Pfb = ( 1 − 2 ⋅ D ) ⋅ D ⋅ Po 2 ⋅η ⋅ ( 1 − D ) (2.112) Normalizando (2.112), chega-se a: Pfb Po = Pfb = (1− 2 ⋅ D )⋅ D 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅η ⋅ (2.113) A Fig. 2.16 mostra a potência normalizada processada pelo flyback em função de D. Fig.2.16.- Potência processada pelo transformador flyback em função de D e para η =0,9. 2.9.- Projeto do novo conversor. 2.9.1.- Metodologia de projeto A seguir é dado um roteiro para o projeto de uma fonte chaveada baseada no novo conversor. 1) Especificações: Vi Tensão de entrada ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 30 Vo Tensão de saída Po Potência de saída FS Freqüência de comutação η Rendimento ∆Vco Vo Ondulação relativa da tensão no capacitor de saída. 2) Cálculo da relação de transformação (N) Obtida para DMAX=0,3, razão cíclica para máxima ondulação da corrente de saída, o pior caso (Fig. 2.8). Fazendo o cálculo, considerando a queda de tensão nos interruptores( ∆VS ) , tem-se: n ( V − ∆Vs ) D N = 1 = i ⋅ n2 Vo + ∆Vs 1 − D (2.114) 3) Cálculo da indutância no secundário do transformador flyback. Logo, com N e D obter do ábaco ∆i 2 e considerando ∆i 2 = 0,1⋅ I o calcular L1S. 4) Obtenção da potência processada pelo indutor flyback. Com (2.113) obter a energia processada pelo transformador flyback. - Calcular o produto AeAw - Cálculo de n1 e com N calcular n2 - Cálculo do entreferro - Cálculo das bitolas dos fios - Cálculo térmico 5) Para o cálculo do transformador push-pull - Obter a potência processada pelo transformador. - Calcular AeAw. - Calcular nP número de espiras do primário. - Com N calcular nS - Cálculo das bitolas dos fios. - Cálculo térmico ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 31 6) Para o cálculo da capacitância de saída - Dada uma porcentagem da ondulação da tensão de saída, e usando a equação (2.88), calcular CO. 7) Calcular o grampeador de tensão dos interruptores primários e os circuitos de ajuda à comutação dos interruptores secundários, com previa medição da indutância de dispersão total (Ver apêndice C). 8) Cálculo de esforços nos interruptores. 2.9.2 – Exemplo de projeto. (1) A seguir é projetado um protótipo do conversor para operação no modo buck com a finalidade de verificar o principio de operação. As especificações são as seguintes : Po = 600W η = 0,9 Vi = 48V Vo = 60V V2 Ro = o = 6Ω Po FS=25kHz ∆Vco = 0,01 Vo I o = 10 A (2) A relação de transformação (N) é calculada para D=0,3, que é a razão cíclica para máxima ondulação de corrente de saída ( ∆iL1S ) , e também é considerada uma queda de tensão sobre os interruptores de 1V. Da equação (2.114) tem-se: N = ( 48 − 1 ) 0.3 ⋅ ≈ 0,33 60 + 1 1 − 0.3 (3) Da equação (2.55) obtém-se a ondulação de corrente: que ∆iL S = ⋅ Io = A ∆iL1S = 0,2597. Considerando e da equação de normalização (Eq. 2.51) são determinadas as flyback: L =249,312 µ H L1P=27,15 µ H. (4) A potência armazenada no transformador flyback é obtida da equação (2.113): Pfb Po Então a = Pfb = ( 1 − 2 ⋅ 0,3 ) ⋅ D potência 0,7 ⋅ 0 ,9 ⋅ 2 = 0,2459 processada pelo transformador flyback corresponde a: Pfb = 0,2459 ⋅ Po = 147,54W . (5) A capacitância de saída é calculado para a variação de tensão de saída especificada de (2.87) logo: ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 32 D ⋅ Po Co = η ⋅ 0.01 ⋅ FS ⋅ Vo2 ⋅ ( 1 − D ) ≥ 330,68µF Na prática escolheu-se Co=1000 µ F. (6) Cálculo dos esforços nos semicondutores. a) Tensão de bloqueio nos interruptores controlados. VS = Vi 48 = = 68,57V 1 − D 0 ,7 b) Corrente de pico nos interruptores controlados. iL1 p max = Io 10 = = 24 A η ⋅ 2 ⋅ N ⋅ ( 1 − D ) 0 ,9 ⋅ 2 ⋅ 0 ,33 ⋅ 0 ,7 c) Corrente eficaz nos interruptores controlados. i Srms = D ⋅ Io = 0,3 ⋅ 24 = 13,14 A 2 ⋅ η ⋅ (1 − D) ⋅ N d) Corrente eficaz nos diodos. i do = Io 2 ⋅η ⋅ 1 − D = 10 2 ⋅ 0,9 ⋅ 0,7 = 6,64 A e) Corrente média nos transistores. I S1 = D ⋅ Io 0,3 ⋅ 10 = 7,215 A = 2 ⋅ η ⋅ (1 − D) ⋅ N 2 ⋅ 0,9 ⋅ 0,7 ⋅ 0,33 f) Corrente média nos diodos de saída. I do = Io 10 = = 5,555 A 2 ⋅ η 0,9 ⋅ 2 2.9.3.- Resultados de simulação O circuito simulado é mostrado na figura (2.17). A simulação foi feita com os valores calculados e com os elementos ideais. M 3 1 TR L2p n3 2 L1p n1 n4 L2s n6 L3s L3p n5 4 + 7 VIN - S1 6 5 8 do1 10 L1s 11 n2 Co Ro 9 do2 S2 0 Fig.2.17.- Circuito simulado. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 33 Os resultados da simulação são apresentados a seguir, mostrando-se as formas de onda mais relevantes. A Fig. 2.18 mostra em a) a corrente nos interruptores, observa-se que os valores de pico se aproximam com os valores calculados, em b) mostra-se a corrente no secundário do transformador flyback e, finalmente, em c) verifica-se a corrente no enrolamento primário do transformador flyback. Observa-se o comportamento do conversor de tensão operando como abaixador tendo corrente de entrada descontínua (iL1p) e corrente de saída contínua (iL1s). 25A (a) 0A I(S1) I(S2) 20A (b) 0A I(L1s) 25A (c ) 0A 9.85ms I(L1p) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 2.18.- a) Corrente nos Transistores b) Corrente de saída c) Corrente de entrada. A Fig. 2.19 ilustra em a) a tensão no primário do transformador push-pull. Esta tensão referida ao secundário e retificada é a tensão que alimenta a carga. Em b), mostra-se a tensão no enrolamento primário do transformador flyback. Em c) mostra a tensão de bloqueio no interruptor S1, a qual é idêntica para os dois interruptores. Os valores calculados são confirmados novamente pela simulação. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 34 40 (a) -40 v(2,4) 0 18 (b) -22 v(1,2) 0 80V (c ) 0V 9.85ms V(3) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 2.19 - a) Tensão no transformador Push-Pull. b) Tensão no transformador flyback. c) Tensão de bloqueio no interruptor S1. Da Fig. 2.20 observa-se em a) a corrente através do capacitor de saída sendo esta a causa da ondulação na tensão de carga. Em b) e c) observa-se as correntes através dos diodos. Verifica-se a repartição da corrente de saída pelos diodos. 6.0 (a) -5.0 I(Co) 0 8.0A (b) -0.0A I(Do2) 8.0A (c ) -0.0A 9.85ms I(Do1) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 2.20 - a) Corrente no capacitor de saída b) Corrente no diodo DO2. c) Corrente no diodo DO1 A Fig. 2.21 ilustra as potências processadas pelos componentes magnéticos. A partir da Fig. 2.21 a) pode-se observar que a potência processada pelo transformador push-pull é aproximadamente igual a 427W pela Fig.2.21b) pode-se verificar que a potência processada pelo transformador flyback é igual a 157W. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 35 500W 450W (a) 400W 200W (b) 100W 50W 9.85ms 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 2.21 - a) Potência processada pelo transformador Push-Pull. b) Potência processada pelo transformador flyback 2.9.4.- Resultados Experimentais O diagrama do circuito completo é mostrado na Fig. 2.22. O protótipo foi implementado em laço aberto, cujas especificações de componentes são apresentados nas tabelas I e II: TABELA I a) Circuito de Potência S1, S2 Mosfet IRF250 do1, do2,ds1,ds2 MUR1530 dg1,dg2 SKE 4f2/04 semikron Cg1,Cg2 4700pf 1.6KV polipropileno Rg1,Rg2 47K Ω 1/2W Rgs 60 Ω 20W Cgs 1000uF Co 1000uF 250V TFL Transformador Flyback Núcleo E- n1=9esp. AWG 22, 13 fios. 65/26 N=0.33 n2=27esp. AWG 22, 8 fios. TPP Transformador Push-Pull Núcleo E- n3=6esp. AWG 22, 9 fios. 65/26 N=0.33 n4=18esp. AWG 22, 5 fios. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 36 TABELA II b) Circuito de Comando. P1 Potenciômetro 56 K Ω P2,P3, potenciômetro 1K Ω P4 Potenciômetro 10 K Ω R1, R2 5,6K Ω 1/8W R3, R4 15 K Ω 1/8W R5, R6 100 Ω 1/8W R7, R8 1K Ω 1/8W R9, R10 15K Ω 1/4W R11, R12 1K Ω 1/4W R13, R14 15K Ω 1/4W R15, R16 1K Ω 1/4W C1 82pF C2 100nF C3,C4,C5 56nF C6,C7 27pF C8,C9 100nF C10,C11 1nF D1,D2,D3,D4,D5,D6 1N4148 Dz1,Dz2 2.7V 1N4371 Dz3,Dz4 5.1V 1N751 Q1,Q2 BC558B PNP Q3,Q4 BC537 NPN Q5,Q6,Q7,Q8,Q9,Q10 BC327 PNP C.I1 LM311 C.I2 CD4047BE C.I3 CD4528BE ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 37 M N:1 TFL dg1 Cg1 Rg1 TPP N:1 + L1s do1 L2p Vo Ro Co L2s Rg2 - Cg2 L1p dg2 L2s L2p ds1 Rgs Transformador Push-Pull Vi Cgs do2 ds2 S2 S1 G1 (a) G2 Vcc=15 V Vcc=15 V C14 16 1 15 2 dz1 14 3 R2 dz2 Q1 R3 Q2 R4 13 4 CD4528 Vy Q3 Q4 dz3 C6 C7 R6 dz4 R5 C2 R1 C4 P3 P2 C3 14 1 13 2 12 3 C1 11 4 P1 CD 4047 12 5 10 5 11 6 9 6 10 7 8 7 9 8 Vcc=15 V R17 V'cc=15 V R21 Q7 R7 C8 d3 G1 R20 8 2 7 LM311 - d1 R13 R15 + 3 d4 4 Q5 C10 R11 Q8 V'cc=15V Vcc=15 V R23 Tensão de Controle R18 P4 R22 V'cc=15V Q9 R8 C9 d5 G2 C12 R19 8 3 7 LM311 + d2 R14 R16 2 d6 Q6 4 C11 Q10 R12 (b) Fig. 2.22 - Circuito implementado (a) potência (b) controle. A seguir são apresentados os resultados experimentais obtidos. A Fig. 2.23 ilustra algumas das formas de onda obtidas com o conversor operando a plena carga. Na Fig. 2.23(a), observa-se a tensão sobre um dos interruptores, e o grampeamento efetivo da tensão (Vds). Nota-se que uma sobre-tensão é gerada pela indutância de dispersão e grampeada para um valor dentro da região de operação segura do MOSFET. Na fig. 2.23(b), tem-se a corrente no secundário do transformador flyback (L1S) e a corrente no primário do mesmo, observando em ILis os degraus de corrente produto dos amperes espiras do transformador flyback. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 38 VDS [20V/div] 0 (a) IL1S [5A/div ] 0 IL1P [5A/div ] 0 (b) Fig.2.23 - Resultados do circuito implementado. A Fig. 2.24 mostra o rendimento experimental obtido em laboratório com o conversor utilizando um grampeador dissipativo. O conversor apresenta um rendimento de 85% a plena carga, o qual poderia ser melhorado com a utilização de grampeadores regenerativos. Fig.2.24 Rendimento em função da potência de saída do conversor no modo buck obtido experimentalmente. 2.10 - Comparação entre o conversor proposto e o conversor flybackpush-pull convencional alimentado em corrente. De forma a comparar as vantagens e desvantagens do novo conversor, com respeito ao conversor flyback-push-pull convencional alimentado em corrente, as equações mais relevantes para ambos os conversores são mostradas na tabela III. A única desvantagem observada para o novo conversor é a existencia de uma corrente alternada fluindo através do capacitor de filtragem da tensão saída. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 39 TABELA III - Comparação entre o novo e o conversor flyback-push-pull convensional alimentado em corrente. RELAÇÕES. Corrente média de entrada. NOVO FLYBACK PUSH PULL Ii D = Io N ⋅ (1 − D ) D=0.3; V0=60V Vi=48; Io=10A 12,53A CONVENSIONAL FLYBACK PUSH PULL Ii 2⋅ D = Io N , (D<0.5) Ii D = Io N ⋅ (1 − D ) Tensão sobre os interruptores. VS Vi = 68,57V 1 (1 − D ) VS Vi VS Vi Corrente média através dos interruptores. Corrente eficaz através dos interruptores. 6,26A Is D = I o 2 ⋅ N ⋅ (1 − D ) , , (D<0.5) 1 (1 − D ) , (D>0.5) Is D = Io N , 11,439A Is D = Io N I do Io 1 2 = , (D<0.5) 5A I do Io =1 , (D<0.5) I do Io I do Io Corrente eficaz através dos diodos de saída. I do Io 1 = , (D<0.5) 2⋅ 1− D Io 1 = 2 ⋅ (1 − D ) 7,142A I do , (D>0.5) I do Io max ⋅N , (D<0.5) N= i L1P max ⋅N 2 Vi 7,142A 0,342 N= ⋅ (1 − D ) Vi 0,342 N= ⋅ (1 − D ) I Co = I Co = Ganho. 2 ⋅ ( 1 − D )2 Vo D = Vi N ⋅ (1 − D ) , max ⋅N 2 6,324A (D>0.5) , 0 (D>0.5) , (D<0.5) 0,48 D Vo , (D>0.5) ⋅ (1 − D ) 2⋅ D Vo , (D<0.5) 0,48 Vi − 1 ⋅ Io 1 − 4 ⋅ D ⋅(1 − D ) (1 − D ) (D<0.5) (D<0.5) i L1P 2⋅ D Vo N= 2 −3⋅D , 1 D Vo Vi Corrente eficaz através do capacitor de saída. (D>0.5) Vi D Vo (D<0.5) Zero, N= N= 5,477A , 2 ⋅(1 − D ) Vi Relação de transformação do transformador pushpull. (D>0.5) = 1− 2⋅D = 4A , (D>0.5) D Vo (D<0.5)) , = D ∆i l 1S = ∆i l1S = (D>0.5) Zero Diodos flyback Io ∆i l 1S = i L1P (D<0.5) Diodos push-pull I do Ondulação de corrente devido à preservação do fluxo médio no transformador. Relação de transformação do transformador flyback. 3A =1− 2⋅ D =1 11,41A (D>0.5) =D Io I do , Zero Diodos flyback (D>0.5) 6,25A (D>0.5) Diodos push-pull Io I do , , Is D = I o 2 ⋅ N ⋅ (1 − D ) Corrente média através dos diodos de saída. 76,8V (D<0.5) Is D = I o 2 ⋅ N ⋅ (1 − D ) Is D = I o 2 ⋅ N ⋅ (1 − D ) (D>0.5) =1+ 2 ⋅ D = D=0.3;V0=60V Vin=48; Io=10A 12,5A , D<0.5) 5,05A (D>0.5) Zero, I Co = ⋅ Io , ⋅ (1 − D ) (D<0.5) 1 − 4 ⋅ D ⋅(1 − D ) (1 − D ) ⋅ Io 0 , (D>0.5) , D>0.5) 1,25 Vo 2 ⋅ D = Vi N , Vo D = Vi N ⋅ (1 − D ) (D<0.5) , 1,25 (D>0.5) ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 2 40 Entretanto, importantes vantagens são observadas, tais como a redução da quantidade dos diodos de saída e a equação unificada para representar o circuito em regime permanente para toda razão ciclica em modo de condução continuo. Outra propriedade é a perfeita simetria entrada-saída, a qual facilita o projeto de um conversor CC-CC alimentado em corrente reversivel. 2.11 - Conclusões Este capítulo introduz um novo conversor push-pull alimentado em corrente. Da análise teórica e da implementação pode-se estabelecer as seguintes conclusões: - O conversor opera em dois modos de funcionamento, elevador ou abaixador dependendo da razão cíclica de trabalho dos interruptores. Nos dois modos de trabalho (buck e boost) apresenta uma característica de transferência única, não existindo nenhum tipo de transição na passagem de uma característica para a outra. - O protótipo implementado apresentou um rendimento de 85% a plena carga, embora dependa evidentemente da eficiência dos grampeadores, já que estes acumulam uma parcela de energia considerável. - Embora o circuito apresentado neste trabalho tenha somente um diodo a menos que o primeiro circuito flyback-push-pull (proposto por Weinberg em 1974) com três diodos na saída[A2], e em primeira instância é mais simples que o proposto, ele foi substituido pelo conversor de quatro diodos. Esta substitução foi devida aos problemas de saturação do núcleo do transformador push-pull. Isto ocorre em função da indutância magnetizante finita, que no modo buck, obriga um dos diodos a conduzir no intervalo em que os interruptores estão abertos. Desta forma a tensão de saída é refletida nos enrolamentos primários, somando-se à tensão de bloqueio num interruptor e substraindo-se no outro interruptor[A29]. Como conseqüência deste desnível de tensões produz-se uma elevação do fluxo residual no transformador push-pull, aumentando a probabilidade de saturação do núcleo. ________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 41 CAPÍTULO 3 ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACKFLYBACK-PUSHPULL EM MODO CONTÍNUO DE CONDUÇÃ O DA CORRENTE NO INDUTOR FLYBACK PARA D>0,5. 3.1- Introdução Neste capítulo é apresentado um estudo qualitativo e quantitativo do novo conversor push-pull alimentado em corrente, trabalhando para razão cíclica maior do que 0,5 (D>0,5) (elevador). Inicialmente são apresentadas as principais formas de onda para este modo de funcionamento, fazendo-se na seqüência a descrição e a análise das etapas de operação. São calculados os esforços de tensão e corrente nos interruptores. A porcentagem de energia que cada um dos elementos magnéticos processa (Transformador push-pull e flyback) também é calculada. Finalmente, para comprovar a análise matemática, são realizadas simulações que por sua vez são verificadas experimentalmente. 3.2- Operação para D>0,5, condução contínua. 3.2 1- Descrição e análise das etapas de operação para D>0,5. Para a análise são realizadas as seguintes considerações: a) A corrente magnetizante é nula. b) Os elementos do circuito são ideais. c) As relações de transformação dos transformadores push-pull e do flyback são iguais. A descrição das etapas é dada a seguir: ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 42 Primeira etapa (t0 , t1) Em t=to S1 é acionado superpondo-se à condução de S2. A circulação de corrente por L2 p e L3 p resulta em fluxos induzidos no transformador push-pull com sentidos opostos, produzindo um curto-circuito magnético no núcleo. Isto permite que o indutor flyback ( L1 p ) acumule energia. Esta etapa é mostrada na Fig. 3.1. M L1p n2 L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR VO + do2 VI S1 - S2 Fig. .3.1- Primeira etapa de funcionamento no modo boost. O circuito equivalente para este intervalo é mostrado na Fig.3.2. n1 iL1p + VI L 1P _ V L1p Fig. 3.2- Circuito Equivalente da primeira etapa para o intervalo ∆t 1 . Do circuito da Fig. 3.2 tem-se as seguintes equações: VL1 p = Vi ,e di1 V L1 p = dt L1 p (3.1) Integrando (3.1), obtém-se: L ∆t1 = 1P ⋅ ∆i1 Vi (3.2) Segunda etapa (t1 , t2) Em t = t1 , S2 é aberto e ocorre o processo de transferência de energia à carga. Esta transferência de energia se dá de duas formas: Direta, através do transformador push-pull, e indireta, devido à acumulação em L1 p (energia acumulada no intervalo anterior e entregue por L1s neste intervalo). As duas etapas seguintes são análogas às descritas anteriormente. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 43 M L1p n2 L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR VO + do2 VI S1 - S2 Fig. 3.3 - Segunda etapa de operação no modo boost. O circuito equivalente para este intervalo é mostrado na Fig.3.4. _ M iL1p n1 _ VI n2 N2:1 + + L1p + N2·VL1s N2·VL2s _ VL2s L2p_ n1 iL1p iL1s _ L1s + VL1s VI VO L _ 2s VTOTAL L1p + VL1p _ n2’ + iL1s’ N2:1 L1s’ + VL’1S N2·VO (a) L2p L2s (b) Fig. 3.4 – (a) Circuito Equivalente para o intervalo ∆t 2 . (b) Circuito referido ao primário. Do circuito da fig. 3.4 são determinadas as seguintes equações: VTotal = N 2 ⋅ Vo − Vi (3.3) L1P = N12 ⋅ L1S (3.4) L'1S = N 22 ⋅ L1S (3.5) M = L1P ⋅ L'1S = N2 ⋅ L1P N1 (3.6) Do autotransformador: VL1 p = L1 p ⋅ VL'1s = M ⋅ diL1P dt diL1P dt diL1P +M⋅ + L'1s ⋅ (3.7) dt diL1P (3.8) dt Somando as equações (3.7) e (3.8) tem-se: VTotal = ( L1P + L'1S + 2 ⋅ M ) ⋅ diL1P (3.9) dt Substituindo as eq. (3.3), (3.4), (3.5) e (3.6) em (3.9) resulta em: N 2 ⋅ Vo − Vi = ( L1P + N 22 N12 ⋅ L1P + 2 ⋅ diL N2 ⋅ L1P ) ⋅ 1P N1 dt (3.10) Resolvendo para a derivada de IL1p obtém-se: ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 44 diL1P dt = N12 ⋅ ( N 2 ⋅ Vo − Vi ) (3.11) ( N1 + N 2 )2 ⋅ L1P Integrando a equação 3.11: iL1P ( t ) = I L1P − max N 12 ⋅ ( N 2 ⋅ Vo − Vi ) ⋅t ( N 1 + N 2 )2 ⋅ L1P (3.12) 3.2.2- Formas de onda No modo boost os interruptores S1 e S2 funcionam por um determinado tempo superpostos (conduzem simultaneamente). A seguir são apresentadas as formas de onda mais importantes para modo de funcionamento. A Fig. 3.5 mostra em: a) e b) os sinais de comando para S1 e S2,em c) a corrente no enrolamento secundário L1S, em d) a corrente no enrolamento primário L1P, em e) a corrente num interruptor, e em f) a tensão num enrolamento primário do push-pull. VGs 1 t0 t1 ∆t 1 ∆t2 t4 t3 t2 T/2 t T ∆t3 ∆t 4 (a) VGs2 t i L1s (∆iL ⋅ N) 1P i L1p (IL1Pmin ) iS2 I L1P max 2 2p t (c ) t (d ) (IL1Pmax ) IL 1Pmax 2 IL 1Pmin 2 t VL (b) (e ) Vi + N ⋅ Vo 2 t (f) Fig. 3.5 - Principais formas de onda operação D>0.5. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 45 3.3 - Considerações sobre o valor da corrente nos intervalos ∆t 2 e ∆t 4 . O procedimento para a análise é similar ao realizado no modo buck. Sabe-se que os amperes-espiras (AE) serão constantes num ciclo de operação, logo: AE = iL1P ⋅ n1 ∆t1 (3.13) A partir da segunta etapa: AE = iL1P ⋅ n1 + i ' ⋅ n2 L1S ∆t ∆t 2 (3.14) 2 Onde: i L'1S ∆t = N 2 ⋅ iL1P ∆t 2 (3.15) 2 Igualando: i L'1S ∆t 2 ⋅ n1 = iL1P ⋅ ( n1 + N 2 ⋅ n2 ) ∆t (3.16) 2 Onde, iL1P ∆t 2 = iL1P ∆t1 (3.17) N 1+ 2 N1 Define-se, K2 = 1 + N2 N1 (3.18) 3.4 - Expressão da ondulação de corrente para D>0,5 Sabe-se que para o intervalo ∆t1, iL1P(∆t1)=IL1Pmax e para o intervalo ∆t2, iL1P(∆t2)=IL1Pmin/K2. I L1P max Logo, resumindo: = I L1P + min Vi ⋅ ∆t1 L1P (3.19) E também, I L1P min K2 = I L1P max K2 − N 2 ⋅ Vo − Vi K 22 ⋅ L1P ⋅ ∆t2 (3.20) ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 46 Como se conhece que: ∆iL1P = I L1P max − I L1P (3.21) min A partir da equação (3.19), obtém-se: L ∆t1 = 1P ⋅ ∆iL1P Vi (3.22) E desde a equação (3.20) que: ∆t2 = K 2 ⋅ L1P ⋅ ∆iL1P (3.23) N 2 ⋅ Vo − Vi Somando-se a equação (3.22) e a equação (3.23) obtém-se a equação (3.24): L1P ⋅ ∆iL1P K 2 ⋅ L1P ⋅ ∆iL1P T = ∆t1 + ∆t2 = + Vi N 2 ⋅ Vo − Vi 2 (3.24) Logo, T = 2 ⋅ L1P ⋅ ∆iL1P 2 ⋅ K 2 ⋅ L1P ⋅ ∆iL1P 1 = + FS Vi N 2 ⋅ Vo − Vi (3.25) Isolando a frequência Fs, obtém-se a equação (3.26): FS = 2 ⋅ L1P ⋅ ∆iL1P Vi + 1 2 ⋅ K 2 ⋅ L1P ⋅ ∆iL1P (3.26) V Vo ⋅ N 2 − i Vo Normalizando a ondulação de corrente: 2 ⋅ L1P ⋅ ∆iL1P ⋅ FS 1 = Vo K2 Vo + Vi N − Vi 2 Vo (3.27) Sabe-se que: V ( 2 ⋅ D − 1 ) ⋅ ( N 2 + N1 ) N2 − i = N Vo ( 2 ⋅ D − 1) + 1 N2 (3.28) Substituindo as equações (3.28) e (2.42) na equação (3.27) obtém-se: ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 47 2 ⋅ L1P ⋅ FS ⋅ ∆iL1P N1 ⋅ Vo = ∆iL1P = 1 N1 2⋅ D −1+ N2 + 2 ⋅ N1 ⋅ ( 1 − D ) (3.29) 1 ( 2 ⋅ D − 1) N ( 2 ⋅ D −1+ 1 ) N2 Simplificando a expressão (3.29), tem-se: ∆iL1P = 2 ⋅ (1 − D ) ⋅ ( 2 ⋅ D − 1) N 2 ⋅ D −1+ 1 N2 (3.30) Para N1=N2=N tem-se, ∆iL1P = (1 − D ) ⋅( 2 ⋅ D −1) D (3.31) Esta equação é representada graficamente através da Fig. 3.6. Fig. 3.6 - Ondulação de corrente de entrada normalizada para D>0,5. 3.5 - Análise das grandezas do conversor para D>0,5. 3.5.1 - Análise das correntes do conversor 3.5.1.1 - Corrente média de entrada. iL1p IL 1Pmax IL 1Pmin ∆I2 IL K2 1Pmax IL 1Pmin K2 T/2 t Fig. 3.7 - Corrente de entrada. Sabe-se que: ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 48 I L1P min + { iL1P(t) = I L1P max K2 Vi ⋅t , L1P − Para o intervalo ∆t1 N 2 ⋅ Vo − Vi K 22 ⋅ L1P ⋅t , (3.32) Para o intervalo ∆t2. (3.33) A corrente média de entrada é o btida através da igualdade de areas da Fig. 3.8: Ii ⋅ I L1P ( I L1P − I L1P ) T 1 1 min max min = ∆t1 ⋅ I L1P + ⋅ ∆t1 ⋅ ( I L1P − I L1P ) + ∆t2 ⋅ + ⋅ ∆t2 ⋅ MIN max min 2 2 K2 2 K2 (3.34) Resolvendo a expressão (3.34), tem-se: = ( 1P 1P )⋅ ∆2 ⋅ (3.35) uações (2.37) e (2.38), ( I i = I L1P min + I L1P max )⋅ 2 ⋅ D2 − 1 + 1K− D (3.36) 2 3.5.1.2 - Corrente Máxima de entrada. A partir da equação (3.21), tem-se que: I L1P max = ∆iL1P + I L1P min (3.37) Substituindo a expressão (3.37) em (3.36) chega-se: ( ) 2 ⋅ D −1 1− D I i = ∆iL1P + 2 ⋅ I L1P ⋅ + min 2 K 2 (3.38) Isolando IL1pmin na equação (3.38), obtém-se: I L1P min = ∆iL1P Ii ⋅ K2 − K2 ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) + 2 ⋅ ( 1 − D ) 2 (3.39) Substituindo a expressão da ondulação de corrente (3.30) em (3.39), tem-se: I L1P min = Ii ⋅ K2 N ⋅V ⋅ ( 1 − D ) ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) − 1 o K2 ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) + 2 ⋅ ( 1 − D ) N L1P ⋅ FS ⋅ 2 ⋅ D − 1 + 1 N2 (3.40) Observando-se a Fig. 3.6 pode-se também calcular IL1Pmax, então: ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 49 = I L1P max Ii ⋅ K2 N ⋅V ⋅ ( 1 − D ) ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) + 1 o K2 ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) + 2 ⋅ ( 1 − D ) N L1P ⋅ FS ⋅ 2 ⋅ D − 1 + 1 N2 (3.41) Considerando N1=N2=N e substituindo a expressão (3.18), verifica-se que, I L1P max I N ⋅ Vo ⋅ ( 1 − D ) ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) = i + D 2 ⋅ D ⋅ L1P ⋅ FS (3.42) Calcula-se o degrau na corrente de entrada devido aos amperes-espira do transformador flyback, portanto: Considerando N1=N2=N, substituindo a expressão (3.18), obtém-se, ∆I 2 = I L1P max (3.43) 2 3.5.2 - Esforços de correntes nos interruptores. 3.5.2.1 - Corrente média nos transistores As correntes médias de cada transistor são idênticas entre elas devido à simetria da estrutura. Portanto basta o cálculo para o interruptor S1, o qual é descrito pela equação (3.44): ∆t 2 I ∆t1 I L1Pmax L1Pmax 1 ⋅ dt + ⋅ dt I S1 = 2 ⋅ T 2 2 0 0 ∫ ∫ (3.44) Substituindo a equação (2.37) e (2.38) em (3.44), e integrando, tem-se: I S1 = D ⋅ I L1P (3.45) max Substiituindo a equação (3.42) e desprezando a ondulação, obtém-se: IS 1 = Ii (3.46) 2 Normalizando em função da corrente de saída: I S1 = D 2 ⋅ η ⋅ (1 − D ) ⋅ N (3.47) A expressão (3.50) é representada graficamente pela Fig. (3.8): ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 50 Fig. 3.8.- Corrente média normalizada nos transistores, η =0,9. 3.5.2.2 - Corrente Eficaz nos transistores. Por definição a média quadrática da corrente através do interruptor é dada por: iS2 1rms ∆t1 1 2 ⋅ I L1Pmax T 0 ∫ = 2 ⋅ dt + ∆t2 2 I ⋅ dt L1Pmax 0 ∫ (3.48) Integrando a expressão (3.51), obtém-se: I L2 1P max 2 iS = ⋅ [2 ⋅ ∆t1 + ∆t2 ] 1rms 2 ⋅T (3.49) Logo, substituindo (2.37) e (2.38) na equação (3.49): iS1 rms I L1P = max 2 ⋅ D (3.50) Substituindo a equação (3.42) em (3.50): iS1 rms = Ii (3.51) 2⋅ 2 ⋅ D Finalmente normalizando em função da corrente de saída Io tem-se: iS1 rms = D 2 ⋅ 2 ⋅ η ⋅ (1 − D ) ⋅ N (3.52) Cabe salientar que as correntes média e eficaz dos interruptores são representadas pelas mesmas expressões encontradas para o modo buck. A Fig. 3.9 mostra a corrente em função de N e D. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 51 Fig. 3.9.- Corrente eficaz normalizada nos transistores para D>0,5 e η =0,9 . 3.5.2.3 - Corrente média nos diodos de saída. A corrente média nos diodos é obtida de maneira análoga ao cálculo realizado para os transistores, logo: I do2 = ∆t 2 2 I ⋅ N ⋅ dt L1Pmax T 0 ∫ (3.53) Manipulando a equação (3.53), obtém-se: I do2 = 2 ⋅ I L1P ⋅ N ⋅( 1 − D )⋅T max T (3.54) Substituindo a equação (3.42) na equação (3.54) e normalizando em função de Io chega-se a: I do2 = 1 η (3.55) 3.5.2.4 - Corrente eficaz nos diodos de saída. A corrente eficaz dos diodos de saída é calculada pela expressão seguinte: 2 ido 2rms = ∆t 2 2 2 ⋅ dt ( I ⋅ N ) L1Pmax T 0 ∫ (3.56) Integrando e substituindo ∆t 2 , tem-se ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 52 2 ido 2rms = { } 2 ⋅ ( I L1P ⋅ N )2 ⋅ (1 − D ) ⋅ T max T (3.57) Resolvendo e substituindo IL1Pmax obtém-se finalmente: ido2 rms = Io (3.58) 2 ⋅ (1 − D ) ⋅ η Normalizando em função de Io: ido2 RMS = 1 1 ⋅ η 2 ⋅ (1 − D ) (3.59) A fig. 3.10 mostra a corrente eficaz dos diodos em função de D. Fig. 3.10.- Corrente eficaz nos diodos de saída em função da razão cíclica , η =0,9. 3.5.3 - Análise das tensões do conversor. 3.5.3.1 - Obtenção da tensão nos enrolamentos do transformador push-pull. Observando o circuito equivalente para a segunda etapa e aplicando leis de Kirchoff de tensão verificamos que: −Vi − V L +VL =0 1P 2P (3.60) Portanto referindo ao primário chega-se a: VL = 1P N ⋅ Vo − Vi 2 (3.61) Substituindo (3.61) em (3.60) resulta: VL = Vi + 2P N ⋅ Vo − Vi 2 (3.62) ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 53 Resolvendo e normalizando em relação à tensão de entrada: V 1+ N ⋅ o VL Vi 2P = V = L Vi 2P 2 (3.63) Substituindo o ganho na equação anterior obtém-se: V L 2P =V L 3P = 1 2 ⋅ (1 − D ) (3.64) A equação (3.64) é idêntica à expressão obtida para D<0,5. A Fig. 3.11 mostra a tensão normalizada nos enrolamentos para distintos valores de D>0,5. Fig. 3.11- Tensão no enrolamento primário normalizada do transformador Push-Pull para D>0,5. 3.5.3.2 - Tensão de bloqueio nos Interruptores. Seguindo uma metodologia idêntica à realizada para D<0,5, as equações são obtidas aplicando as leis de tensão de Kirchhoff no circuito do intervalo ∆t 2 : −Vi + VL − VL + VS = 0 1P 2P (3.65) Substituindo V L2 P e VL1P na equação anterior obtém-se: VS =Vi + N ⋅ Vo − Vi Vi + N ⋅ Vo + 2 2 (3.66) Resolvendo e normalizando a equação pela tensão de entrada: VS 1 = VS = Vi 1− D (3.67) A Fig. 3.12 mostra a tensão de bloqueio nos interruptores em função de D. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 54 Fig. 3.12- Tensão de bloqueio nos interruptores normalizada. 3.5.3.3 - Tensão nos enrolamentos do transformador flyback. Analisando para a primeira etapa, tem-se que: −Vi + VL = 0 1P (3.68) Vi = VL 1P (3.69) logo: No intervalo para a segunda etapa ou intervalo ∆t 2 : VL = N ⋅ VL2 S = 1P N ⋅ Vo − Vi (3.70) 2 Normalizando por Vi e substituindo o ganho obtém-se: VL 1 1P = V L1P = 2 ⋅ ( 1 − D ) Vi (3.71) 3.5.3.4 - Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída. A corrente de saída, apresentada na Fig. 3.13, possui duas componentes: uma componente contínua correspondente à corrente da carga I o , e uma componente alternada, io , que obrigatoriamente deverá circular pelo capacitor de saída. iC I L1Pmax*N t T/2 Fig. 3.13- Corrente no capacitor de saída. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 55 Sabemos que: i C dV =C ⋅ C o dt (3.72) Porém, o período de descarga do capacitor é dado por: ∆V C o i = C ⋅ ∆t 1 Co (3.73) Considerando que a ondulação de tensão é causada somente pela componente alternada de iL1S (iC=IL1Pmax*N). Então substituindo ic e ∆t1: ∆VC = o I L1P max Co ⋅N ⋅ D ⋅T = I L1P max ⋅N ⋅D (3.74) Co ⋅ Fs Substituindo a equação da corrente de pico de entrada e desprezando a ondulação de entrada, dada pela equação (3.42), obtém-se: ∆VC o = Io ⋅ D 2 ⋅ (1 − D) ⋅ Co ⋅ FS (3.75) O valor da ondulação da tensão de saída, normalizado pela tensão de saída, é dada por: ∆VC D o = Vo 2 ⋅ Co ⋅ Fs ⋅ R ⋅ (1 − D) (3.76) 3.6.- Energia processada pelo transformador flyback para D>0,5. A transferência de potência ocorre através dos elementos magnéticos do circuito. Logo, calcula-se a quantidade de energia que cada um deles processa. O transformador flyback armazena uma porcentagem da energia total no intervalo ∆t1 , e entregando-a no intervalo ∆t 2 da mesma forma que para D<0,5. Portanto, a potência entregue no intervalo ∆t 2 , é dada por: ∆t2 ε fb = ∫ V L1 p ⋅ i p + V L1S ⋅ i S ⋅ dt (3.77) 0 Sabe-se que V L1 p = N ⋅V L1S e N ⋅i p = iS ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 56 O calculo é realizado no intervalo ∆t 2 porque é neste intervalo de tempo que circula corrente no secundário do indutor. Portanto, a energia entregue pelo transformador flyback é dada por: ∆t 2 ε fb = 2 ⋅ V L1S ∫ iS ⋅ dt (3.78) 0 Onde a tensão do secundário é dada por: V L1s = N ⋅ Vo − Vin 2⋅ N (3.79) Considerando iS como a corrente eficaz no secundário do indutor que corresponde à corrente no diodo de saída do2, tem-se de (3.59): ido2 = rms Io 2 ⋅ (1 − D ) ⋅ η (3.80) Substituindo as equações (3.79) e (3.80) em (3.78) obtém-se: ε fb = ( N ⋅ Vo − Vi ) Io ⋅ ⋅ ∆t 2 N η ⋅ (1− D ) ⋅ 2 (3.81) Simplificando e substituindo o valor de ∆t 2 tem-se: N ⋅ Vo Vi ⋅ I o ε fb = − 1 ⋅ ⋅( 1 − D )⋅T Vi η ⋅ N ⋅ 2 ⋅(1 − D ) (3.82) Simplificando a equação 3.82: N ⋅ (1 − D) ⋅ I o ⋅ Vo 2 ⋅ D − 1 ⋅ (1 − D ) ⋅ T ε fb = ⋅ 1 − D η ⋅ N ⋅ D ⋅ 2 ⋅ (1 − D ) (3.83) Simplificando, e sabendo-se que a energia por definição é ε fb = Pfb ⋅ T , então: Pfb = ( 2 ⋅ D − 1 ) ⋅ 1 − D ⋅ Po D ⋅η ⋅ 2 (3.84) Normalizando e função da potência de saída, tem-se: Pfb Po = Pfb = ( 2 ⋅ D − 1) ⋅ ( 1 − D ) D ⋅η ⋅ 2 (3.85) A Fig. 3.14 mostra a potência processada pelo flyback em função de D, para D>0,5. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 57 Fig.3.14.- Potência processada pelo transformador Flyback em função de D e η =1 e η =0,9. 3.7.- Projeto de uma fonte chaveada trabalhando com D>0,5. Para comprovar o funcionamento do novo conversor em D>0,5 é projetada uma fonte chaveada, com condições e especificações idênticas à da fonte trabalhando com D<0,5, de modo a utilizar na prática a fonte anteriormente construída, modificando apenas a tensão de alimentação. 1) Especificações Po=600W η = 0 ,9 N=0,33 FS=25 kHz VO=60V IO=10A ∆VCO = 0 ,01 VO RO=6 Ω 2) Calculando para D=0,6, de forma a evitar esforços excessivos de corrente nos interruptores, o valor a considerar para um projeto novo deveria ser quando a ondulação é máxima, ou seja, para D=0,7. Neste caso se está reutilizando o conversor. Considerando uma queda de tensão nos interruptores de 1V, a tensão de entrada equivale a: Vi = N ⋅ ( 60 + ∆VS 2 ) ⋅ ( 1 − 0 ,6 ) + ∆VS 1 = 15 ,11V 0 ,6 ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 58 3) Conforme explicado anteriormente, são utilizados os valores das indutâncias já obtidos para D<0,5, de modo a reutilizar o protótipo já construído. 4) Obtém-se a potência armazenada no indutor flyback, para o valor de D especificado, através da equação (3.80): Pfb = ( 2 ⋅ D − 1) ⋅ (1 − D ) D ⋅η ⋅ 2 = 0,2 ⋅ 0,4 0,9 ⋅ 0,6 ⋅ 2 = 0,1656 PFb=0,1656*PO=99,4W 5) Cálculo da capacitância de saída. Para a ondulação especificada tem-se que; CO = D 0,6 = = 520,8µF ∆VC 2 ⋅ 0,01 ⋅ 25Khz ⋅ 6 ⋅ 0,4 o 2⋅ ⋅ Fs ⋅ R ⋅ (1 − D) Vo Portanto, escolhendo-se uma capacitância maior, CO=1000 µF . (6) Cálculo de esforços nos semicondutores. a) Tensão de bloqueio nos interruptores principais VS = Vi 15 = = 80V 1 − D 0 ,4 b) Corrente de pico nos interruptores principais. I L1P max 2 = Io 10 = = 42 ,08 A 2 ⋅ N ⋅ η ⋅ ( 1 − D ) 0 ,33 ⋅ 0 ,4 ⋅ 2 ⋅ 0 ,9 c) Corrente eficaz nos interruptores principais. iS rms = D ⋅ Io = 0,6 ⋅ 42 ,08 = 32 ,6 A 2 ⋅ η ⋅ (1 − D ) ⋅ N d) Corrente eficaz nos diodos de saída. 1 10 1 I ido RMS = o ⋅ = ⋅ = 12 ,42 A 2 ⋅ ( 1 − D ) 0,9 2 ⋅ 0,4 η e) Corrente média nos transistores. I S1 = D ⋅ Io 0,6 ⋅ 10 = = 25,25 A 2 ⋅ η ⋅ ( 1 − D ) ⋅ N 2 ⋅ 0,9 ⋅ 0,4 ⋅ 0,33 f) Corrente média nos diodos de saída. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 59 I 10 I do = o = = 11,11 A η 0 ,9 3.7.1.- Resultados de simulação. O circuito utilizado para simular através do programa PSPICE é idêntico ao apresentado no capítulo anterior, diferindo no valor de D (0,6), trabalhando no modo elevador, com valor da fonte de entrada (15V). A seguir são apresentadas diferentes formas de onda do conversor trabalhando com D>0,5. A Fig. 3.15a mostra a corrente nos interruptores, observando-se a superposição na condução dos mesmos. A Fig. 3.15b mostra a corrente no secundário do transformador flyback sendo descontínua e a corrente no primário (Fig. 3.15c) contínua, comprovando-se o comportamento de boost. 40A (a) 0A I(S1) I(S2) 12A (b) 0A I(L1s) 72A ( c) 0A 9.85ms I(L1p) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig.3.15.- a)Corrente nos transistores. b) Corrente no secundário do flyback. c) Corrente no primário do flyback η =0,9. Na Fig. 3.16 observan-se as tensões: a) em um enrolamento primário do transformador push-pull, b) no enrolamento primário do transformador flyback, C) no bloqueio dos interruptores (note-se que esta tensão é obtida com o circuito ideal, sem dispersão nos magnéticos). ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 60 20 (a) -20 v(2,4) 0 13 (b) -4 v(1,2) 35V 0 (c ) 0V 9.85ms V(3) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig.3.16.- a) Tensão no transformador push-pull .b)Tensão no transformador flyback. c) Tensão de bloqueio no interruptor S1. A Fig. 3.17a mostra a corrente no capacitor de saída. Cabe salientar que em virtude da descontinuidade da corrente de saída a capacitância será muito maior do que a utilizada para razão cíclica inferior a 0,5. As Fig. 3.17(a) e (b) mostram as correntes nos diodos de saída. 5 (a) -10 I(Co) 0 12A (b) 0A I(Do2) 12A (c ) 0A 9.85ms I(Do1) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig.3.17.- a)Corrente no capacitor de saída. b) Corrente no diodo Do2. c) Corrente no diodo Do1. A Fig. 3.18 mostra as potências processadas pelos transformadores push-pull e flyback. Observa-se que com o valor de razão cíclica simulado (D=0,6), o transformador push-pull processa quase a totalidade da potência que a carga solicita. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 61 450W (a) 400W 350W 86W 84W (b) 82W 80W 9.85ms 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig.3.18.- a) Potência processada pelo transformador push-pull. b) Potência processada pelo transformador flyback. 3.7.2 - Resultados Experimentais. A seguir são apresentados resultados experimentais obtidos com o circuito projetado para D<0,5, alterando somente a especificação da tensão de entrada e a razão cíclica de modo a obter os níveis de tensão e potência especificados, para D>0,5. De forma a utilizar o mesmo circuito projetado para D<0,5 diminui-se a tensão de entrada para um valor igual a 15V. Assim foi possível variar a razão cíclica D para diferentes valores superiores a 0,5. O interesse deste artifício é simplesmente verificar o funcionamento do conversor para D>0,5. Na parte superior da Fig. 3.19 observa-se a corrente de entrada (iL1p) do conversor ou seja a corrente no enrolamento primário do transformador flyback. Na parte inferior da Fig. 3.19 observa-se a corrente no secundário (iL1s) do transformador flyback IL1P[10A/div] 0 IL1S [5A/div] 0 Fig.3.19.- Curva superior: corrente de entrada do transformador flyback; Curva inferior: corrente no enrolamento secundário do transformador flyback para D= 0,6. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 3 62 Na Fig. 3.20 observa-se o comportamento do transformador de corrente contínua do novo conversor push-pull para D=0,5. Tem-se que, tanto na entrada como na saída, a corrente é totalmente contínua. IL1S [2A/div] 0 IL1P [5A/div] 0 Fig.3.20.- Na curva superior tem-se a corrente de entrada do transformador flyback e na curva inferior a corrente no secundário do transformador flyback para D=0,5. Devido à dispersão, o conversor opera com corrente contínua na entrada e na saída, trabalhando na faixa 0,45<D<0,55, e não somente em D=0,5. 3.8.- Conclusões. Neste capítulo foram realizados os estudos qualitativos e quantitativos do novo conversor trabalhando para D>0,5, em condução contínua. Estes estudos foram comprovados experimentalmente, enfatizando-se a operação com D=0,5, onde as correntes de entrada e saída são livres de ondulações e o conversor pode ser considerado como um transformador de corrente contínua. Contudo, a corrente é mantida continua para uma faixa compreendida entre 0,45<D<0,55, devido às indutâncias parasitas do conversor. Se os transformadores fossem ideais a corrente seria continua somente em D=0,5. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCC PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 63 CAPÍTULO 4 ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACKFLYBACKPUSH PULL EM MODO DESCONTÍNUO DE CONDUÇ Ã O DA CORRENTE NO TRANSFORMADOR FLYBACK PARA D<0,5 4.1- Introdução Uma vez validado o modo de operação contínua do novo conversor flyback-push-pull tornou-se interessante analisar o mesmo conversor para o modo de condução descontínua, buscando encontrar suas características típicas de operação e desempenho. Neste capítulo é obtido o roteiro de projeto do novo conversor flyback-push-pull alimentado em corrente, a partir das análises quantitativa e qualitativa do modelo completo do conversor. É demonstrado o princípio de funcionamento, as vantagens e desvantagens em relação ao modo contínuo de funcionamento. 4.2- Operação em condução descontínua para D<0.5. 4.2 1- Análise das etapas de operação para D<0,5 no modo de condução descontínua. O modo descontínuo difere do modo contínuo pelo fato de apresentar uma etapa a mais, sendo que neste intervalo não existirá qualquer tipo de transferência de energia. Isto é devido à particularidade do modo, ou seja, à anulação da corrente do transformador flyback antes de completar ciclo de operação. Para a análise são realizadas as seguintes considerações: a) A corrente magnetizante é desprezada. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 64 b) Os elementos do circuito são considerados ideais. c) No final de cada análise consideram-se as relações de transformação dos transformadores push-pull e flyback iguais. Primeira etapa (t0 , t1) ∆t1 Esta etapa inicia em t=t0 quando S1 é acionado, permitindo a circulação de corrente por L1p e por S1. A corrente cresce de uma maneira linear a partir de zero até um valor máximo. A tensão em L2p induz nos outros enrolamentos, mas devido à polarização dos enrolamentos do transformador push-pull somente o diodo do2 conduzira. O transformador flyback acumula energia nesta etapa. A energia que a carga recebe é transferida somente atarvés do transformador push-pull. Esta etapa termina quando o comando ordena a abertura de S1 em t=t1, e é mostrada na Fig. 4.1. M L1p L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR n2 VO + do2 VI S1 - S2 Fig. 4.1- Primeira etapa de funcionamento no modo buck em condução descontínua. O circuito equivalente para este intervalo é mostrado na Fig. 4.2: M iL1p n1 _ VI n2 N:1 L1p + N·VL1s N·VL2 + L2p _ _ + L2s VL2s iL1S L1s + VL1s VO _ Fig. 4.2- Circuito equivalente para o intervalo ∆t 1 . Do circuito da Fig. 4.2, obtém-se: V + N ⋅ Vo VL2 p VL2 s = i = 2⋅ N N (4.1) V − N ⋅ Vo VL1 p VL1s = i = 2⋅N N (4.2) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 65 N ⋅ VL1s = L1 p ⋅ VL1s = M ⋅ diL1P +M⋅ dt diL1P dt + L1S ⋅ diL1S (4.3) dt diL1S (4.4) dt N ⋅ iL1P = iL1S (4.5) Substituindo (4.5) em (4.3) e (4.4) obtém-se: N ⋅ VL1s = VL1s = diL L1 p diL1P ⋅ + M ⋅ 1S N dt dt (4.6) diL M diL1P ⋅ + L1S ⋅ 1S N dt dt (4.7) Somando (4.6) e (4.7): VL1s ⋅ ( N + 1 ) = ( L1 p N +M + diL M + L1S ) ⋅ 1S N dt VL1s ⋅ N ⋅ ( N + 1 ) = ( L1P + M ⋅ N + M + L1S ⋅ N ) ⋅ (4.8) diL1S (4.9) dt Substituindo as as expressões que representam as indutâncias mútuas obtém-se: VL1s ⋅ N ⋅ ( N + 1 ) = ( N 2 ⋅ L1S + N 2 ⋅ L12S ⋅ N + N 2 ⋅ L21S + L1S ⋅ N ) ⋅ VL1s ⋅ ( N + 1 ) = ( 1 + 1 + N + N ) ⋅ L1S ⋅ diL1S dt diL1S dt (4.10) (4.11) Resolvendo a equação (4.11) para a derivada: diL1S dt = VL1S (4.12) 2 ⋅ L1S iL1S ( t ) = VL1S 2 ⋅ L1S ⋅t (4.13) Logo, integrando a equação (4.12) e sabendo que em t=∆t1- (instante antes da descontinuidade), a corrente iL1S= N IL1PMax, chega-se: ∆iL1S = 2 ⋅ L1S ⋅ N ⋅ I L1P max VL1S (4.14) Substituindo (4.2) em (4.14) obtém-se o valor do intervalo: ∆t1 = 4 ⋅ L1S ⋅ N 2 ⋅ I L1P Vi − N ⋅ Vo max (4.15) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 66 Segunda etapa (t1 , t1’) Em t = t1 , S1 é comandado a abrir, fazendo com que a energia acumulada em L1S seja liberada em forma de uma corrente duas vezes superior à corrente que circulava no intervalo anterior, decaindo linearmente até se anular totalmente. Pelo fato de trabalhar em forma descontínua, a cada semi-ciclo o transformador flyback entregará totalmente a energia armazenada. Cada um dos diodos de saída conduz uma corrente igual a do intervalo anterior, fazendo um “curto-circuito” magnético no transformador push-pull . Esta etapa, mostrada pela Fig.4.3, finaliza quando a corrente no secundário do transformador flyback atinge zero. M L1p L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR n2 VO + do2 VI S1 - S2 Fig. 4.3 - Segunda etapa de operação no modo buck.. A fig. 4.4 ilustra o circuito equivalente para este intervalo. n2 iL1S _ L 1s + V L1s Vo Fig. 4.4 - Circuito equivalente para o intervalo ∆t 2 . Do circuito equivalente são obtidas: VL1s = Vo VL1s = L1S ⋅ (4.16) diL1S (4.17) dt Então, do transformador flyback tem-se: diL1S dt = Vo L1S (4.18) Integrando a equação (4.24) e substituindo a condição inicial iL1S ( 0 ) = 2 ⋅ N ⋅ I L1P max iL1S ( t ) = 2 ⋅ N ⋅ I L1P max − Vo ⋅t L1S : (4.19) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 67 Dado que, t = ∆t1' , iL1S ( ∆t1' ) = 0 , substitui-se esta condição em (4.19), obtendo-se: 2 ⋅ N ⋅ I L1P max = Vo ⋅ ∆t1' L1S (4.20) Resolvendo e isolando ∆t1' em (4.20): ∆t'1 = 2 ⋅ N ⋅ L1S ⋅ I L1P max Vo (4.21) Terceira etapa (t1’,t2) Esta etapa termina em t=T/2 quando S2 pasa a ser o interruptor acionado, e não ocorre nenhum tipo de transferência de energia, a Fig. 4.5 mostra esta etapa. As próximas três etapas são idênticas às anteriormente descritas, com a diferença que o interruptor a conduzir é S2. M do1 n4 n1 L2p n3 L 3p + n5 n2 Vo L L3s n6 do2 VIN - 1s S S2 Fig. 4.5 - Terceira etapa modo Buck. Para o intervalo pode-se escrever: ∆t 2 ' T − ∆t1 = ∆t1' 2 (4.22) 4.2.2- Formas de onda A seguir são apresentadas as formas de onda mais importantes do novo conversor flyback-push-pull alimentado em corrente operando no modo de condução descontínua. A Fig. 4.6 mostra em a) e em b) a corrente através de L1p e L1S, em c) e em d) a corrente nos diodos de saída, em e) a tensão sobre um enrolamento primário do transformador push-pull L3p e em f) a tensão de bloqueio sobre os transistores. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 68 (I i L1p t0 t1 ∆t 1 iL1s t’ 1 ∆t 1’ L1Pmax ) t2 T/2 t T (a) 2N .IL1pmax . (I L1pmax N) t ido1 (b) (I L1pmax. N) t i do2 (c) (I L1Pmax. N) VL2p t (d) t (e) t (f) VS1 (V I ) Fig. 4.6 - Principais formas de onda para operação descontínua e D<0.5. 4.3.- Característica de transferência no modo de condução descontínua para D<0,5. Para o cálculo da característica de transferência no modo descontínuo e D<0,5 são definidas as seguintes expressões: ∆t1' = ∆t1 T (4.23) e D1 = ∆t1' T (4.24) Logo, as variações do fluxo no transformador flyback são representadas pela seguinte equação: VL1S ∆t1 ⋅ ∆t1 = VL1S ∆t '1 ⋅ ∆t '1 (4.25) Sabendo que para o intervalo ∆t1 a tensão sobre o secundário do transformador flyback __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero ∆t1' a tensão sobre o secundário do transformador flyback é dada pela expressão (4.16) : Substituindo (4.2) e (4.16) em (4.25), obtém-se: Vi − N ⋅ Vo ⋅ ∆t1 = Vo ⋅ ∆t'1 2⋅ N (4.26) Resolvendo: Vo ∆t1 = Vi 2 ⋅ N ⋅ ∆t1' + N ⋅ ∆t1 (4.27) Substituindo os valores dos intervalos na equação anterior obtém-se o ganho: V D N⋅ o = Vi 2 ⋅ D1 + D (4.28) 4.4.- Característica completa de saída para D<0,5 no modo descontínuo. 4.4.1 - Característica de saída Foi obtida a característica de saída no modo de condução descontínua, de modo a verificar o comportamento do novo conversor com razão cíclica inferior a 0,5 e condução descontínua em resposta às variações da carga. A partir da Fig. 4.6 b pode-se escrever: Io ⋅ T 1 1 = ⋅ I L1P ⋅ N ⋅ ∆t1 + ⋅ I L1P ⋅ 2 ⋅ N ⋅ ∆t1' max max 2 2 2 (4.29) Das equações (4.15) e (4.22) obtém-se a corrente máxima, como sendo: I L1P = ∆t'1⋅N ⋅ Vo (4.30) I L1P = ∆t1 ⋅ ( Vi − N ⋅ Vo ) (4.31) max 2 ⋅ N ⋅ L1S e, max 4 ⋅ N 2 ⋅ L1S A corrente máxima é normalizada como: I L1P max = D ⋅ Io 2⋅N 2⋅ Io + D 2 (4.32) Igualando as equações (4.30) e (4.31) : ∆t'1⋅N ⋅ Vo 2 ⋅ N ⋅ L1S = ∆t1 ⋅ ( Vi − N ⋅ Vo ) 4 ⋅ N 2 ⋅ L1S (4.33) CAPÍTULO 4 70 Resolvendo para ∆t1' , tem-se: ∆t1' = ∆t1 ⋅ ( Vi − N ⋅ Vo ) 2 ⋅ N ⋅ Vo (4.34) Substituindo (4.31) e (4.34) em (4.29) verifica-se: Io ⋅ T = ( Vi − N ⋅ Vo ) 2 2 ( Vi − N ⋅ Vo )2 ⋅ D ⋅T + ⋅ D2 ⋅ T 2 4 ⋅ N ⋅ L1S ⋅ 4 ⋅ N 2 ⋅ L1S ⋅ Vo (4.35) Organizando e resolvendo algebricamente para Vo/VI , e normalizando tem-se: Vo = D 2 2 ( 2 ⋅ Io + D ) (4.36) O valor da razão cíclica auxiliar D1 em função da corrente de saída normalizada é obtida igualando as equações (4.30) e (4.38) o que resulta em: D D2 = 2 ⋅ D1 + D 2 ⋅ I o + D 2 (4.37) Resolvendo (4.37) para D1, obtém-se: I D1 = o D (4.38) 4.4.2 - Expressões limites entre os modos contínuo e descontínuo. 4.4.2.1 - Razão cíclica limite. A razão cíclica limite é obtida definindo o tempo máximo necessário para que o transformador flyback descarregue toda a energia acumulada, comportando-se de forma descontínua. Caso o transformador flyback não libere toda a energia armazenada, estará em condução contínua. Desta forma chega-se a: D1max = 1− 2⋅ D 2 (4.39) Igualando (4.39) e (4.38), obtém-se: Io 1 − 2 ⋅ D = D 2 (4.40) Isolando D em (4.40), tem-se: Dmax = 1 − 1 − 16 ⋅ I o 4 (4.41) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 71 Sendo que Dmax representa a razão cíclica limite entre condução contínua e descontínua. Da equação (4.41) são obtidos os valores máximos, simplesmente considerando que quando o argumento da raiz for negativo a expressão não será valida. Portanto, o circuito estará em condução continua, então, o valor máximo da corrente de saída normalizada na curva limite é dado por: 1 − 16 ⋅ I o = 0 (4.42) 1 16 (4.43) ou: Io = E o valor máximo de D na curva limite é obtido fazendo novamente o argumento da raiz zero, logo obtém-se D=1/4. A equação (4.41) é representada pela Fig. 4.7: Fig. 4.7 - D1 em função de I o tendo como paramêtro D e para N=1 . 4.4.2.2 - Ganho limite. O ganho limite é obtido igualando as características dos modos de condução contínua e descontínua. Portanto: D D2 = ( 1 − D ) 2 ⋅ Io + D 2 (4.44) Simplificando a equação (4.44) obtém-se: 2 ⋅ Io + D2 = D ⋅ ( 1 − D ) (4.45) Definindo: __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 72 Lim = D N ⋅ (1 − D) (4.46) Isolando D em (4.46), tem-se: D= N ⋅ Lim 1 + N ⋅ Lim (4.47) Substituindo (4.46) em (4.45) e isolando Lim obtém-se: Lim = 1 − 4 ⋅ I o − 1 − 16 ⋅ I o (4.48) 2 ⋅ ( 2 ⋅ Io + 1 ) A expressão (4.48) representa o limite entre a condução contínua e descontínua para D<0,5. A Fig. 4.8 mostra o ganho para condução contínua e descontínua com seu respectivo limite para diferentes valores de D. Fig. 4.8 - Característica de saída. 4.5.- Cálculo da indutância crítica e da relação de transformação (N) do transformador flyback. Para simplificar o projeto do conversor calcula-se a indutância crítica. Portanto a partir da equação (4.38) chega-se a: I ⋅ 2 ⋅ L1S ⋅ FS D1 = o D ⋅ Vi (4.49) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 73 Substituindo Vi da equação do ganho, tem-se: D1 = I o ⋅ 2 ⋅ L1S ⋅ FS Vo ⋅ ( 2 ⋅ D1 ⋅ + D ) (4.50) Ou: D1 ⋅ ( 2 ⋅ D1 + D ) = 2 ⋅ L1S TS ⋅ R (4.51) Definindo: K= 2 ⋅ L1S TS ⋅ R (4.52) Então: D1 ⋅ ( 2 ⋅ D1 + D ) = K (4.53) Em condução crítica D1 é dada pela eq. (4.39), substituindo em (4.53) e resolvendo para Kcrit : K crit = (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ (1 − D ) 2 (4.54) Substituindo K da equação (4.52) em 4.54): 2 ⋅ L1Scrit ⋅ I o ⋅ FS ( 1 − 2 ⋅ D ) ⋅ ( 1 − D ) = Vo 2 (4.55) O valor da relação de transformação é obtido a partir da equação (4.45), logo: N ⋅ ( 2 ⋅ N ⋅ Io + D2 ) = D 2 ⋅ Vi Vo (4.56) Da qual resulta na seguinte equação de segundo grau: 2 ⋅ N 2 ⋅ Io + D2 ⋅ N − D 2 ⋅ Vi =0 Vo (4.57) A solução de (4.57) é dada por (4.58): N = D2 4 ⋅ Io 16 ⋅ L1S ⋅ I o ⋅ FS ⋅ Vi ⋅ 1+ − 1 2 2 D ⋅ V o (4.58) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 74 4.6.- Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída. A corrente de saída, apresentada na Fig. 4.9, possui duas componentes: uma componente contínua correspondente à corrente da carga I o , e uma componente alternada, io , que deverá circular pelo capacitor de saída. iCo t Fig. 4.9.- Corrente no capacitor de saída. A magnitude da variação da corrrente no capacitor no intervalo ∆t1, será 2N vezes a magnitude da corrente de pico de entrada. Portanto: ∆iC = 2 ⋅ N ⋅ I L1P (4.59) max Então substituindo IL1pmax em (4.59): V ⋅ ∆t'1 ∆iC = o L1S (4.60) Para o período de descarga do capacitor, é possível escrever: i ∆VC = C ⋅ ∆t1' o Co (4.61) Considerando que a variação de tensão deve-se à variação de corrente (∆iC), substituindo a equação (4.60) em (4.61) resulta: V ⋅ ∆t'12 ∆VC = o o Co ⋅ L1S (4.62) Substituindo-se a equação (4.24) e (4.38) em (4.62) obtém-se: ∆VC N ⋅ I o2 o = Vo Co ⋅ FS2 ⋅ L1S ⋅ D 2 (4.63) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 75 4.7.- Esforços de corrente nos interruptores. 4.7.1 - Corrente média nos transistores. A corrente média de cada transistor são identicas entre elas, isto devido à símetria do circuito. Portanto, o calculo é necessário para apenas um interruptor. Assim: IS = 1 ∆t1 ⋅ iL1 p ⋅ dt T 0 ∫ (4.64) Substituindo as equações (4.13) referida ao primário em (4.64) tem-se: IS = 1 ∆t1 VL1S ⋅ t ⋅ ⋅ dt T 0 2 ⋅ L1S ⋅ N ∫ (4.65) Integrando a expressão anterior, obtém-se: IS = 2 1 VL1S ⋅ ∆t1 ⋅ T 4 ⋅ L1S ⋅ N (4.66) Substituindo VL1s e normalizando em função de Io, resulta em (4.67): IS = ( Io ⋅ D 2 2 ⋅ N ⋅ 2 ⋅ N ⋅ Io + D 2 ) (4.67) A expressão (4.67) é representada através da Fig.4.10, para N=1 em função da corrente de carga normalizada tendo D como parâmetro. Fig. 4.10.- Corrente média em função da corrente de saída tendo como parâmetro D e N=1. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 76 4.7.2 - Corrente eficaz nos transistores. A expressão seguinte define a corrente eficaz nos interruptores controlados. Por definição, tem-se: iS2 rms = ∆t1 1 2 ⋅ dt i L1P T 0 ∫( ) (4.68) Substituindo a corrente no secundário do transformador flyback, obtém-se: 2 ∆t1 1 VL1S 2 iS = ⋅ t ⋅ dt 1rms T 2 ⋅ L1S ⋅ N 0 ∫ (4.69) Manipulando algebricamente e integrando, tem-se iS2 rms = Vi − N ⋅ Vo 4 ⋅ N 2 ⋅ L1S ⋅ D3 3 (4.70) Substituindo o ganho e normalizando em função de obtém-se: iS rms = Io N ⋅ ( 2 ⋅ N ⋅ Io + D 2 ) ⋅ D3 3 (4.71) A Fig. 4.11 mostra a corrente eficaz nos interruptores. Fig. 4.11 - Corrente eficaz normalizada nos transistores para D<0,5 e para N=1. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 77 4.7.3 - Corrente média nos diodos de saída. A corrente média nos diodos obtida por inspeção, é dada por: I I do = o 2 (4.72) 4.7.4 - Corrente eficaz nos diodos de saída. A corrente eficaz dos diodos de saída é representada pela seguinte expressão: ∆t1 ∆t1' 2 2 Vo 1 VL1S ⋅ t 2 dt + 2 ⋅ I L = ⋅2⋅N − ⋅ t ⋅ dt ido 1Pmax ⋅ 2 L L T rms 1S 1S 0 0 ∫ ∫ (4.73) Integrando e substituindo as equações (4.24) e (4.32), tem-se: 2 2 2 3 1 VL1S 2 3 3 2 Vo ⋅ D1 ⋅ T ido = ⋅ ⋅ D ⋅T + ⋅ T 12 ⋅ L21S 3 rms L21S (4.74) Substituindo VL1S e D1 obtém-se: 2 ido = rms 1 T 2 2 2 V 2 ⋅ N 2 ⋅ Io ⋅ T 3 ( V − N ⋅ Vo ) ⋅ i ⋅ D3 ⋅ T 3 + ⋅ o 3 4 ⋅ 12 ⋅ L21S ⋅ N 2 L21S ⋅ D 2 (4.75) Fatorando os termos iguais da equação (4.75), obtém-se: 2 Vo − ⋅ 1 N 2 2 2⋅ 2 Vi T Vi 8 N ⋅ Vo I o 2 ⋅ = ⋅ ido ⋅ D 3 + ⋅ 3 Vi D 2 rms 4 ⋅ L21S 12 ⋅ N 2 (4.76) Substituindo o ganho, tem-se: ido rms = Io ⋅ D 2 ⋅ N ⋅ Io + D 2 ⋅ D+8 3 (4.77) A Fig. 4.12 ilustra a corrente eficaz normalizada dos diodos em função da corrente de carga Io tendo D como parâmetro. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 78 Fig. 4.12.- Corrente eficaz nos diodos de saída para N=1. 4.8.- Energia processada pelo transformador flyback para D<0,5 e condução descontínua. Neste item será calculada a transferência de potência devida aos elementos magnéticos do circuito, para quantificar a energia processada por cada um deles em condução descontinua. Logo a energia a ser armazenada pelo transformador flyback no intervalo ∆t1, para um periodo é dado por: ∆t'1 ε fb = 2 ⋅ V L1S ⋅ ∫ i L1S ⋅ dt (4.78) 0 Substituindo (4.2) e (4.19) na equação (4.78) e integrando, obtém-se: ε fb = (Vi − N ⋅ Vo )2 ⋅ D 2 ⋅ T 2 (4.79) 4 ⋅ N 2 ⋅ L1S ⋅ 2 Ou, V Vi 2 ⋅ 1 − N ⋅ o Vi ε fb = 2 2 ⋅ D 2 ⋅ T 2 8 ⋅ N ⋅ L1S (4.80) Substituindo o ganho em (4.80) resulta em: ε fb = Vi2 ⋅ D 2 ⋅ T 2 ⋅ Io ( 2 2 ⋅ L1S ⋅ 2 ⋅ N ⋅ I o + D 2 )2 (4.81) __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 79 A energia por definição é dada por ε fb = Pfb ⋅ T , para um ciclo de comutação, e utilizando o ganho para substituir Vi tem-se: Pfb = Vo2 ⋅ N 2 ⋅ I o 2 (4.82) 2 ⋅ L1S ⋅ FS ⋅ D 2 Normalizando em função dos parâmetros do circuito: Pfb = N 2 ⋅ Io 2 D2 = D12 (4.83) A Fig. 4.13 mostra a potência normalizada processada pelo transformador flyback em função de D. Fig. 4.13 - Potência processada pelo transformador flyback em função de D. 4.9.- Projeto de uma fonte chaveada para D<0,5 em condução descontínua. O projeto será desenvolvido seguindo um roteiro semelhante ao utilizado nos capítulos anteriores: 1) Especificações Po = 600W η = 0,9 Vi = 48V FS=25 kHz Vo = 60V V2 Ro = o = 6 Ω Po I o = 10 A ∆Vco = 0,1 Vo __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 80 (2) Cálculo da indutância crítica. A indutância crítica é obtida para Dmax=0,25, razão cíclica para máxima excursão em condução descontínua com D<0,5. Então da equação 4.55, chega-se a: L1Scrit = ⋅( 1 − 2 ⋅ D ) ⋅ ( 1 − D ) ⋅ Vo = 22 ,5 µH 4 ⋅ FS ⋅ I o Escolhendo-se uma indutância menor, L1S=15uH. (3) Cálculo da relação de transformação (N). Calcula-se primeiramente o valor normalizado da corrente de saída, com a equação (4.35) I o = 0 ,15625 . Logo substituindo com os outros dados especificados em (4.58), chega-se a N=0,32 e com isto calcula-se a indutância do primário, L1p=1,54uH. (4) Obtenção da potência armazenada no indutor flyback. Da equação (4.83) chega-se a: Pfb = N 2 ⋅ Io D2 2 = 0 ,04 Então a potência processada pelo transformador flyback corresponde à Pfb= 192W. (5) Cálculo da capacitância de saída. A capacitância de saída é calculada para a variação de tensão de saída especificada em (4.63), logo: Co = N 2 ⋅ I o2 ∆VC o ⋅ F 2 ⋅ L ⋅ D2 S 1S Vo ≥ 42 ,67 µF Escolheu-se Co=470 µ F de modo a asegurar uma ondulação baixa. (6) Cálculo de esforços nos semicondutores. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 81 (a) A tensão de bloqueio nos interruptores principais: Vi = 64V 1− D VS = b) Corrente de pico nos interruptores principais. I L1P max = D ⋅ ( Vi − N ⋅ Vo ) 4 ⋅ N 2 ⋅ L1S ⋅ FS = 48 ,125 A c) Corrente eficaz nos interruptores principais. iS1 rms = Io N ⋅ ( 2 ⋅ N ⋅ Io + D 2 ) ⋅ D3 = 0 ,21685 3 e iS1 rms = iS1 rms ⋅ Vi 2 ⋅ L1S ⋅ FS = 13,8786 A d) Corrente eficaz nos diodos. idorms = ⋅ Io ⋅ D D+8 = 0 ,39863 3 2 ⋅ N ⋅ Io + D ) 2 e ido2 rms = ido2 rms ⋅ Vi = 25 ,512 A 2 ⋅ FS ⋅ L1S e) Corrente média nos transistores. I S1 = Io ⋅ D 2 2 ⋅ N ⋅ ( 2 ⋅ N ⋅ Io + D 2 ) = 0 ,0939 e I S1 = I S1 ⋅ Vi 2 ⋅ FS ⋅ L1S = 6A f) Corrente média nos diodos de saída. I do = Io = 0 ,0868 2 ⋅η e I do = I do ⋅ Vi = 5 ,555 A 2 ⋅ FS ⋅ L1S __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 82 4.9.1 - Resultados de simulações Para validar a análise feita foi simulado o circuito do novo push-pull em condução descontínua para D<0,5, com os valores projetados e considerando os elementos ideais. A seguir são apresentados os resultados obtidos, mostrando-se as formas de ondas mais relevantes. A Fig. 4.14 mostra em a) a correntes nos interruptores observando-se que os valores de pico se aproximam dos valores calculados, b) a corrente no secundário do transformador flyback e finalmente em c) a corrente no enrolamento primário do transformador flyback. 50A (a) 0 A 30A ID(M1) ID(M2) (b) 0 A 50A I(L1s) (c) 0 9.85ms A I(L1p) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 4.14 - a) e b) Corrente que circula através dos transistores. c) Corrente no enrolamento secundário do transformador flyback. d) Corrente no enrolamento primário do transformador flyback. A Fig. 4.15 (a) mostra a tensão no enrolamento primário do transformador push-pull. Nota-se a queda de tensão devido à descontinuidade da corrente no transformador flyback. A Fig. 4.15 (b) ilustra a tensão no enrolamento primário do transformador flyback. A Fig. 4.15 (c) ilustra a tensão de bloqueio no interruptor S1. Os valores calculados são confirmados pela simulação. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 83 40V (a) -40V V(2,4) 0 20 (b) -20 70V V(1,2) 0 (c) 0 V 9.85ms V(3) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 4.15 - a) Tensão sobre o transformador push-pull. b) Tensão sobre o transformador flyback. c) Tensão de bloqueio no interruptor S1. Na Fig. 4.16 a) observa-se a corrente através do capacitor de saída. Em b) e c) mostran-se as correntes através dos diodos. Observa-se a repartição da corrente de saída, de forma idêntica ao modo contínuo. 20A (a) -10A I(Co) 0 20A (b) -0A I(Do2) 15A (c) 0 A 9.85ms I(Do1) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 4.16 - a) Corrente no capacitor de saída. b) Corrente no diodo DO2. c) Corrente no diodo DO1 A Fig. 4.17 mostra as potências processadas pelos componentes magnéticos. Em (a) a potência processada pelo transformador push-pull foi de aproximadamente 365W . Em (b) a potência processada pelo transformador flyback foi de aproximadamente 165W. A potência calculada para o transformador flyback foi de 177W. A diferença deve-se evidentemente a os __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 84 parasitos do circuito não consideradas no cálculo como são as resistências dos enrolamentos por exemplo. 500W (a) 0W AVG( I(L1s)*V(10,9)) 500W (b) 0W 9.85ms AVG( I(L1s)*V(11,10)) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 4.17 - a) Potência processada pelo transformador push-pull. b) Potência processada pelo transformador flyback. A Fig. 4.18 (a) mostra a potência de saída, aproximadamente igual a 600W. Em (b) mostra a corrente média de saída de valor igual a 10A. Em (c) mostra a tensão sobre a carga que é aproximadamente igual a 60V. Verifica-se mais uma vez que a metodologia de cálculo é eficiente e aceitavel. 540W (a) 520W AVG(V(11,9)*I(Ro)) 9.6A 9.4A (b) 9.2A 56.5V I(Ro) (c) 56.2V 9.85ms V(11,9) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 4.18 - a) Potência de saída. b) Corrente de saída. c)Tensão sobre a carga. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 4 85 4.10 - Conclusões Neste capítulo fez-se a análise teórica do novo conversor flyback-push-pull em condução descontínua para D<0,5. As grandezas mais relevantes do conversor neste modo de operação foram calculadas, representando as expressões obtidas através de ábacos de forma a simplificar a compreensão e o projeto de fontes chaveadas. Um projeto exemplo foi realizado, comprovando-se os resultados obtidos através de simulações do conversor. __________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D<0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 86 CAPÍTULO 5 ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACKFLYBACKPUSH PULL EM MODO DESCONTÍNUO DE CONDUÇ Ã O DA CORRENTE NO TRANSFORMADOR FLYBACK PARA D>0,5. 5.1- Introdução Neste capitulo apresenta-se a análise e o estudo do novo conversor push-pull alimentado em corrente para condução descontínua e trabalhando com razão cíclica maior que 0,5. Detalha-se o princípio de funcionamento por etapas e obtém-se as características de transferência de saída . Também são obtidos as expressões matemáticas dos esforços nos interruptores assim como as equações fundamentais para o projeto do conversor. 5.2- Operação em condução descontínua para D>0.5. 5.2 1- Descrição e análise das etapas de operação para D>0,5 modo de condução descontínua. O funcionamento das etapas de operação para razão cíclica superior a 0,5 em condução descontínua são análogas às descritas no capitulo anterior para razão cíclica inferior a 0,5 em condução descontínua. Evidentemente esta analogia é de forma dualizada, como poderá ser observado na descrição dos estados topológicos. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 87 Primeira etapa (t0 , t1) Em t=to, S1 é acionado, devido a S2 estar conduzindo o conversor trabalhará no modo sobreposição. A corrente cresce linearmente a partir de zero até t = t'1 , momento em que o interruptor S2 é aberto em t = t'1 . Não se produz transferência de potência neste intervalo visto que o transformador flyback é bloqueado pelos diodos de saída. O transformador push-pull é curto circuitado magneticamente, em conseqüência da condução simultanea dos interruptores S1 e S2. Esta etapa é mostrada pela Fig. 5.1. M L1p L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR n2 VO + do2 VI S - S 1 2 Fig. .5.1- Primeira etapa de funcionamento no modo boost em condução descontínua. O circuito equivalente desta etapa é ilustrado pela Fig. 5.2. n1 iL1p + L 1s _ V L1p VI Fig. 5.2- Circuito equivalente da primeira etapa para o intervalo ∆t1 . Do circuito da Fig. 5.2 tem-se as seguintes equações: VL1 p = Vi ,e di1 V L1 p = dt L1 p (5.1) Integrando (5.1) obtém-se : i( t ) = VL1 P L1 P ⋅t (5.2) Onde para t = ∆t1 , i1( ∆t1− ) = 2 ⋅ I L1P max . ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 88 Segunda etapa (t1 , t1’) Em t = t'1 , S2 é aberto, o que produz transferência de energia de duas maneiras. Primeiro, através de indução direta feita pelo transformador push-pull e segundo, de forma indireta através da entrega da energia acumulada no ciclo anterior pelo transformador flyback. Esta energia será entregue na sua totalidade sendo esta uma característica da condução descontínua. A Fig. 5.3 mostra a segunda etapa de operação. M L1p L2p n3 n4 L2s L2p n3 n4 L2s n1 L1s do1 TR n2 VO + do2 VI S1 - S2 Fig. 5.3 - Segunda etapa de operação no modo boost. Do circuito equivalente da segunda etapa mostrada na Fig. 5.4 são determinadas as equações a seguir: M n1 iL1P _ n2 N:1 L1p + N·VL1s VI + N·VL2p L2p _ _ + L2s VL2s iL1S L1s + VL1s VO _ Fig. 5.4 - Circuito equivalente para o intervalo ∆t 2 . N ⋅ Vo − Vi 2⋅N (5.3) V + N ⋅ Vo VL2 s = i 2⋅ N (5.4) VL1s = Do transformador flyback tem-se: VL1 p = L1 p ⋅ VL1S = M ⋅ diL1P dt diL1P dt +M⋅ + L1s ⋅ diL1S dt diL1S dt N ⋅ iL1 P = iL1 S (5.5) (5.6) (5.7) e ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 89 M= L1 P ⋅ L1S (5.8) Substituindo (5.8) em (5.5) e (5.6) e somando-se estas equações resultantes obtém-se: diL1P dt = N ⋅ VL1S (5.9) 2 ⋅ L1 p Integrando para t = ∆t'1 e iL1P ( ∆t'1 ) = 0 e com condição inicial iL1P ( 0+ ) = I L1P max ∆t'1 = 4 ⋅ L1P ⋅ I L1P max ( N ⋅ Vo − Vi ) (5.10) Terceira etapa (t1’,t2) Esta etapa tem início no momento em que a corrente no primário do transformador flyback se anula, não existindo nenhum tipo de transferência de energia e finaliza em t=T/2, quando S1 é acionada novamente. As três etapas seguintes são análogas às anteriormente descritas com a diferença que o interruptor envolvido é S2 ou S1. A terceira etapa é mostrada pela Fig. 5.5. M do1 n4 n1 L2p n3 L1p L3p n5 + L2s n2 Vo L3s n6 do2 VI - L1s S1 S2 Fig. 5.5 - Terceira etapa de operação no modo boost descontinuo. 5.2.2- Formas de onda De forma a finalizar a análise do novo push-pull, se fez o estudo quantitativo e qualitativo para razão cíclica superior que 0,5 em condução descontínua, feito da mesma forma sistemática de análise utilizado nos demais modos de operação. A seguir são apresentadas as formas de onda mais importantes neste modo de funcionamento. A Fig. 5.6 mostra em a) a corrente em L1P em b) a corrente através de L1S em c) a corrente no transistor S1 em d) a corrente através do transistor S2 em e) a tensão sobre um enrolamento primário do transformador push-pull L3p e finalmente, em f) a tensão de bloqueio sobre os transistores. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 90 iL1p (I L1pmax) (I L1pmax) ∆t 1 i L1s t 0 ∆t 1 ’ t1 (N·IL1pmax ) t2 t’1 T/2 2 T t (a) t (b ) t (c) t (d) t (e) t (f) 2 i S1 (IL1pmax) 2 i S2 (IL1pmax) 2 VL2p VS V S1 VS2 Fig. 5.6 - Principais formas de onda para operação descontínua D>0.5. 5.3.- Característica de transferência no modo de condução descontinuo para D>0,5. São definidas notações devido a que o tempo de condução do interruptor é definido como sendo o tempo total de condução de cada interruptor dentro de um ciclo ( ∆t1 ). Tem-se então que os intervalos de condução e não condução dos interruptores são: ∆t1 = 2⋅ D −1 ⋅T 2 (5.11) ∆t 2 = ( 1 − D ) ⋅ T (5.12) ∆t'1 = D1 ⋅ T (5.13) e Logo a equação (5.14) representa as variações do fluxo no transformador flyback: V L1P ∆t1 ⋅ ∆t1 = V L1 P ∆t'1 ⋅ ∆t'1 (5.14) tem-se para o intervalo ∆t1 que: VL 1P = Vi (5.15) E para o intervalo ∆t '1 a tensão sobre o transformador flyback é dada por: ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 91 VL1 p = N ⋅ Vo − Vi 2 (5.16) Substituindo (5.15) e (5.16) em (5.14), obtém-se a equação (5.17): Vi ⋅ ∆t1 = N ⋅ Vo − Vi 2 ⋅ ∆t'1 (5.17) Resolvendo : Vo 2 ⋅ ∆t1 + ∆t'1 = Vi N ⋅ ∆t'1 (5.18) Substituindo os valores dos intervalos na equação (5.18) obtém-se o ganho estático: Vo 2 ⋅ D − 1 + D1 = Vi N ⋅ D1 (5.19) 5.4- Característica completa de saída para D>0,5 no modo descontínuo. 5.4.1- Característica de saída A característica de saída no modo de condução descontínua, é obtida de forma a verificar o comportamento do novo conversor frente a variações da carga para D<0,5 em condução descontínua. Io ⋅ T 1 = ⋅ I L1P ⋅ N ⋅ ∆t'1 max 2 2 (5.20) Da equação (5.10) obtém-se uma expressão para a corrente de pico : I L1P max = ∆t'1⋅( N ⋅ Vo − Vi ) 4 ⋅ L1P (5.21) Igualando as equações(5.2) e (5.21) onde (5.2) é evaluada em t = ∆t1 ∆t1 ⋅ Vi ∆t'1⋅( N ⋅ Vo − Vi ) = 2 ⋅ L1P 4 ⋅ L1P (5.22) Resolvendo para ∆t '1 : ∆t'1 = 2 ⋅ Vi ⋅ ∆t1 ( N ⋅ Vo − Vi ) (5.23) Substituindo (5.21) e (5.23) em (5.20) obtém-se: ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 92 2 2 ⋅ Vi ⋅ ∆t1 ( N ⋅ Vo − Vi ) ⋅ N Io ⋅ T = ⋅ 4 ⋅ L1P ⋅ N ⋅ Vo − Vi (5.24) Substituindo o intervalo ∆t1 da equação (5.11): V ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ N ⋅ T Io = i N ⋅ Vo 4 ⋅ L1P ⋅ ( − 1) Vi (5.25) Normalizando a equação (5.25): 2 ⋅ L1P ⋅ I o ⋅ Fs ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ N = Io = N ⋅ Vo Vi 2 ⋅( − 1) Vi Resolvendo para Vo Vi (5.26) obtém-se a característica de saída em modo descontinuo para D>0,5: Vo ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ N + 2 ⋅ I o = Vi 2 ⋅ N ⋅ Io (5.27) O valor da razão cíclica auxiliar D1 em função da corrente de saída normalizada é obtida, igualando as equações (5.19) e (5.27) e resolvendo para D1 . 2 ⋅ D − 1 + D1 ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ N + 2 ⋅ I o = D1 2 ⋅ Io (5.28) Da equação (5.28) chega-se: D1 = 2 ⋅ Io ( 2 ⋅ D − 1) ⋅ N (5.29) 5.4.2 - Expressões limites entre os modos contínuo e descontínuo para D>0,5. 5.4.2.1 - Razão cíclica limite. Calcula-se a razão cíclica limite, considerando novamente sua definicão como a razão entre o tempo máximo necessário e o periodo, onde este tempo é o necessário para que o ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 93 transformador flyback entregue toda a energia acumulada no intervalo anterior. Então sabendo que: D1max = 1 − D (5.30) Igualando com (5.29): 2 ⋅ Io =1− D ( 2 ⋅ D − 1) ⋅ N (5.31) Então Io = ( 1 − D )⋅( 2 ⋅ D − 1)⋅ N 2 (5.32) A equação (5.32) é o limite entre as regiões contínua e descontínua e é representada junto com (5.29) pela Fig. 5.7: Fig. 5.7 - D1 em função de I o e D e com N=1. 5.4.2.2 - Ganho limite. O ganho limite para o conversor trabalhando com D>0,5 é obtido igualando as características dos modos de condução contínua e descontínua, portanto: D ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ N + 2 ⋅ I o = N ⋅(1 − D ) 2 ⋅ N ⋅ Io (5.33) Simplificando (5.33), obtém-se: 2 ⋅ Io = N ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) ⋅ ( 1 − D ) (5.34) Definindo: ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 94 Lim = D N ⋅(1 − D ) (5.35) Isolando D em (5.35), obtém-se: D= N ⋅ Lim 1 + N ⋅ Lim (5.36) Substituindo (5.36) em (5.34) obtém-se: N ⋅ Lim 2 ⋅ N ⋅ Lim 2 ⋅ Io = N ⋅ − 1 ⋅ 1 − 1 + N ⋅ Lim 1 + N ⋅ Lim (5.37) Manipulando algebricamente (5.37) chega-se a: Io = N ⋅ ( 2 ⋅ N ⋅ Lim − 1 − N ⋅ Lim ) ⋅ ( 1 + N ⋅ Lim − N ⋅ Lim ) 2 ⋅ ( 1 + N ⋅ Lim )2 (5.38) Que tem como solução: Io = N ⋅ ( N ⋅ Lim − 1 ) 2 ⋅ ( N ⋅ Lim + 1 )2 (5.39) A equação (5.39) reprersenta a função limite entre a condução contínua e descontínua para D>0,5. A figura 5.8 mostra o ganho unificado para condução contínua e descontínua com seu respectivo limite utilizando D como parâmetro, e para N=1. Fig. 5.8- Característica de saída unificada para N=1. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 95 5.5.- Cálculo da indutância flyback crítica e da relação de transformação N. De modo a facilitar o projeto do novo conversor em condução descontínua para D>0,5 calcula-se a indutância crítica. Portanto tem-se da equação (5.34): 2 ⋅ Io = N ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) ⋅ ( 1 − D ) (5.40) Substituindo a expressão da corrente relativa em (5.40), obtém-se: 2⋅ 2 ⋅ L1P ⋅ I o ⋅ FS = N ⋅( 2 ⋅ D − 1)⋅(1 − D ) Vi (5.41) Em condução continua e crítica tem-se: Io = N ⋅ ( 1 − D ) ⋅ I in D (5.42) Substituindo em (5.41) e resolvendo para a indutância crítica, tem-se: L1Pcrit = D ⋅ Vi2 ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) 4 ⋅ η ⋅ FS ⋅ Po (5.43) A relação de transformação é calculada da equação do ganho dada a seguir: V 2 ⋅ N ⋅ I o ⋅ o = ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ N + 2 ⋅ I o Vi (5.44) Manipulando algebricamente a expressão (5.44) resulta em: V 2 ⋅ Io ⋅ o − ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ N = 2 ⋅ I o Vi (5.45) Isolando N em (5.45) chega-se a: N = 2 ⋅ Io Vo 2 ⋅ Io ⋅ − ( 2 ⋅ D − 1 )2 Vi (5.46) Em (5.46), N representa a relação de transformação para os transformadores da estrutura com D>0,5 em condução descontinua. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 96 5.6.- Cálculo da ondulação da tensão no capacitor de saída. A corrente de saída têm duas correspondente à corrente da carga componentes, Io , uma componente e uma componente alternada, contínua, io , que obrigatoriamente deverá circular pelo capacitor de saída, mostrada na Fig. (5.9). iCo IL1pmax N t Fig. 5.9.- Corrente no capacitor de saída. Sabe-se que i dV =C ⋅ C C o dt (5.47) Sendo que a corrente no capacitor é dada através da expressão (5.48): iC = (N ⋅Vo − Vi ) ⋅ ∆t'1⋅N 4 ⋅ L1P (5.48) Para o período de descarga do capacitor tem-se que: ∆V C o i = C ⋅ ∆t 1 Co (5.49) Substituindo a equação (5.48) em (5.49): ∆VC = o (N ⋅Vo − Vi ) ⋅ N ⋅ ∆t'12 4 ⋅ Co ⋅ L1P (5.50) Substituindo-se ∆t'1 obtém-se o valor da ondulação da tensão de saída, normalizado pela tensão de saída. V 4 ⋅ N - i ⋅ I o2 ⋅ D 2 ∆VC V o o = 2 Vo Co ⋅ FS ⋅ L1P ⋅ ( 2 ⋅ D - 1)4 ⋅ N (5.51) ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 97 5.7- Análise das grandezas do conversor para D>0,5 em condução descontínua. 5.7.1 - Análise das correntes do conversor 5.7.1.1 - Corrente de pico de entrada. A corrente de pico de entrada é dada pela equação (5.52): I L1P max = D1 ⋅ (N ⋅ Vo − Vi ) 4 ⋅ L1 p ⋅ Fs (5.52) Substituindo D1 da equação (5.29) e normalizando: I L1P max = 2 ⋅ L1P ⋅ I L1P max ⋅ FS Vi = 2⋅D −1 2 (5.53) Note-se que a expressão anterior é idêntica à obtida para D<0,5. 5.7.1.2 - Corrente média nos transistores As correntes médias dos transistores serão iguais. Portanto calcula-se somente para S1, a qual é obtida da Fig. 5.6c e representada pela seguinte equação: I S1 ⋅ T = 2 ⋅ 1 1 ⋅ ∆t1 ⋅ I L1P + ⋅ ∆t1' ⋅ I L1P max max 2 2 (5.54) resolvendo: I S1 ⋅ T = ∆t1 ⋅ I L1P max + ∆t1' ⋅ I L1P max 2 (5.55) Substituindo a expressão do intervalo ∆t1 e a expressão de IL1pmax em (5.55): V ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 )2 ( 2 ⋅ D − 1 ) ⋅ Vi ⋅ D1 I S1 = i + 2 ⋅ FS ⋅ L1P ⋅ 4 2 ⋅ L1P ⋅ FS ⋅ 4 (5.56) Fatorando e substituindo D1, obtém-se: I S1 = T ⋅ Vi ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ 2 ⋅ I o ⋅ (2 ⋅ D − 1) ⋅ + 2 ⋅ L1P 4 4 ⋅ (2 ⋅ D − 1) ⋅ N (5.57) Normalizando em função da frequência, tensão de entrada e indutância tem-se: IS = 1 I ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ + o 4 2⋅ N (5.58) ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 98 A qual é representada pela Fig. 5.10 para N=1. 0.8 D=0,6 Is( Io , 0.6 , 1 ) 0.6 Is( Io , 0.7 , 1 ) Is( Io , 0.8 , 1 ) 0.4 Is( Io , 0.85 , 1) Is( Io , 0.9 , 1 ) D=0,9 0.2 0 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 Io Fig. 5.10 - Corrente média normalizada nos transistores para N=1. 5.7.1.3 - Corrente eficaz nos transistores. Calculando-se a expressão para a corrente eficaz nos interruptores, por definição temse: ∆t'1 ∆t1 2 2 1 2 i = 2 ⋅ i L1P ⋅ dt + i L1P ⋅ dt S1rms T 0 0 ∫( ) ∫( ) (5.59) Substituindo iL1p que é a corrente no primário do transformador Flyback chega-se: ∆t'1 2 ∆t 1 2 N ⋅ VL1S ⋅ t Vi 1 2 = 2 ⋅ ⋅ t ⋅ dt + iL1 p iS − ⋅ dt max 1rms T 2 ⋅ L1P L1P 0 0 ∫ ∫ (5.60) Integrando e manipulando algebricamente a expressão (5.60) resulta em: 2 3 iL1 p ⋅ N ⋅ VL1S ⋅ ∆t'12 N 2 ⋅ VL2 ⋅ ∆t'13 1 2 ⋅ Vi ⋅ ∆t1 2 2 max 1S iS = + iL ⋅ ∆t'1 − + 2 1rms 1 pmax T L21P ⋅ 3 2 ⋅ L1P 4 ⋅ L1P ⋅ 3 (5.61) Substituindo a expressão de ∆t1 e a corrente de pico de entrada IL1Pmax em (5.61), obtém-se: 2 2 3 3 1 Vi2 ⋅ (2 ⋅ D − 1)3 ⋅ T 3 (N ⋅ Vo − Vi )2 ⋅ ∆t'13 (N ⋅ Vo − Vi ) ⋅ N ⋅ VL1S ⋅ ∆t'1 N ⋅ VL1S ⋅ ∆t'1 2 iS = + − + (5.62) 1rms T L21P ⋅ 3 ⋅ 2 2 16 ⋅ L21P 8 ⋅ L21P 4 ⋅ L21P ⋅ 3 substituindo as expressões de ∆t'1 e NVL1s na equação (5.63) e simplificando tem-se: ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 99 2 N ⋅ Vo 3 ⋅ − 1 D 1 V 2 ⋅ T 2 (2 ⋅ D − 1)3 Vi iS2 = i + 2 1rms 3 12 4 ⋅ L1P (5.63) Substituindo D1 e sabendo de (5.27) que: (2 ⋅ D − 1)2 ⋅ N N ⋅ Vo −1 = Vi 2 ⋅ Io (5.64) Substituindo (5.64) em (5.63), obtém-se: V 2 ⋅T 2 = i 1rms 4 ⋅ L21P iS2 (2 ⋅ D − 1)3 (2 ⋅ D − 1) ⋅ I o + 3 6 N ⋅ (5.65) Resolvendo a equação anterior e normalizando: 2 ⋅ iS1 rms ⋅ L1P ⋅ FS Vi = iS1 rms = (2 ⋅ D − 1)3 + (2 ⋅ D − 1) ⋅ I o 3 (5.66) 6N A Fig. 5.11 mostra a corrente em função de D e para N=1. Fig. 5.11 - Corrente eficaz normalizada nos transistores para D>0,5 para N=1. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 100 5.7.1.4 - Corrente média nos diodos de saída. A corrente média nos diodos é dada pela seguinte expressão: ∆t'1 1 I do2 = ⋅ i L1S ⋅ dt T 0 ∫ (5.67) Integrando e substituindo a corrente no secundário do transformador flyback resulta: I do2 = VL 1 ∆t' 2 ⋅ I L1P ⋅ N ⋅ ∆t'1 − 1S ⋅ 1 max T 2 ⋅ L1S 2 (5.68) Substituindo a corrente de pico e o intervalo de tempo chega-se a: I do2 = 1 Vi ⋅ (2 ⋅ D − 1) ⋅ N ⋅ D1 ⋅ T (N ⋅ Vo − Vi ) ⋅ D12 ⋅ T 2 ⋅ − T 4 ⋅ L1P ⋅ FS 4 ⋅ N ⋅ L1S ⋅ 2 (5.69) Substituindo L1s de a expressão da relação de transfomação, obtém-se: N ⋅ Vo − 1 ⋅ D12 ⋅ T 2 Vi ⋅ N ⋅ 1 V ⋅ (2 ⋅ D − 1) ⋅ N ⋅ D1 ⋅ T Vi − I do2 = ⋅ i 4 ⋅ L1 p ⋅ 2 T 4 ⋅ L1P ⋅ FS (5.70) Substituindo D1 de (5.29) e a equação (5.66) obtém-se: I do2 = 1 Vi ⋅ I o Vi ⋅ I o − ⋅ T 2 ⋅ L1P ⋅ FS 2 ⋅ L1 p ⋅ FS ⋅ 2 (5.71) Fatorando a equação (5.71): I do2 = I ⋅ Io − o 2 2 ⋅ L1P ⋅ FS Vi (5.72) Finalmente simplificando e normalizando a equação (5.72): 2 ⋅ L1P ⋅ FS ⋅ I do2 Vi I = I do2 = o 2 (5.73) 5.7.1.5 - Corrente eficaz nos diodos de saída. A corrente eficaz dos diodos de saída é calculada pela expressão seguinte: ∆t'1 VL1S 1 2 ido = ( I L1P ⋅N − ⋅ t )2 ⋅ dt max T 2 ⋅ L1S rms 0 ∫ (5.74) ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 101 Integrando: I L1P ⋅ N ⋅ VL1S ⋅ ∆t'12 VL2 ⋅ ∆t'13 1 2 2 max ido = ⋅ ( I L1P ⋅ N ) ⋅ ∆t'1 − + 1S max T L1S rms 12 ⋅ L21S (5.75) Substituindo ∆t'1 de (5.10): I L1P ⋅ N ⋅ VL1S ⋅ D12 ⋅ T 2 VL2 ⋅ D13 ⋅ T 3 1 2 2 max ido = ⋅ ( I L1P ⋅ N ) ⋅ D1 ⋅ T − + 1S max T L1S rms 12 ⋅ L21S (5.76) Substituindo L1S e a tensão no secundário do transformador flyback (equação 5.3): 2 V V i pi ⋅ Vi ⋅ N ⋅ o − 1 ⋅ D12 ⋅ T 2 Vi2 ⋅ N ⋅ o − 1 ⋅ D13 ⋅ T 3 Vi Vi 1 2 = ⋅ ( I L1P ⋅ N )2 ⋅ D1 ⋅ T − + ido L1 p max T rms L21 p 2 2⋅ 4 ⋅ 12 ⋅ ⋅N 4 N2 N (5.77) Substituindo o ganho, D1 e IL1Pmax, (das equações (5.27), (5.29) e (5.53) respectivamente) tem-se: 2 ido = rms 2 T V 2 ⋅ (2 ⋅ D − 1) ⋅ N ⋅ I ⋅ T 3 V 2 ⋅ (2 ⋅ D − 1) ⋅ N ⋅ I ⋅ T 3 V 2 ⋅ N ⋅ (2 ⋅ D − 1) ⋅ I ⋅ T 3 o o o ⋅ i − i + i 2 2 2 8 ⋅ L1 p 8 ⋅ L1 p 2 ⋅ 12 ⋅ L1 p (5.78) Finalmente simplificando e normalizando resulat em: idorms ⋅ 2 ⋅ L1P ⋅ FS Vi = idorms = (2 ⋅ D − 1) ⋅ N ⋅ I o (5.79) 6 A Fig. 5.12 mostra a corrente eficaz dos diodos em função de D e para N=1. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 102 Fig. 5.12 - Corrente eficaz nos diodos de saída para N=1. 5.7.2- Análise das tensões do conversor. 5.7.2.1 - Tensão de bloqueio nos interruptores. Aplicando-se as leis de Kirchoff obtém-se a seguinte equação: VS = Vi + VL1P + VL2 P (5.80) Substituindo pelos seus respectivos valores tem-se: VS = N ⋅ Vo + Vi (5.81) Normalizando: V N ⋅ Vo VS = S = +1 Vi Vi (5.82) Finalmente substituindo o ganho: VS = (2 ⋅ D − 1)2 ⋅ N + 4 ⋅ I o 2 ⋅ Io (5.83) 5.8.- Energia processada pelo transformador flyback para D>0,5 e condução descontínua. O transformador flyback armazena uma porcentagem da energia total no intervalo ∆t1 e entregando-a no intervalo ∆t'1 . Portanto, a potência entregue no intervalo ∆t'1 , é dada por: ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 103 ∆t'1 ε fb = 2 ⋅ V L1S ⋅ ∫ i L1S ⋅ dt (5.84) 0 Substituindo ⋅V L1S de (5.3) e i L1S da integração de (5.10) na equação (5.80): ∆t'1 (N ⋅Vo − Vi ) ⋅ t ⋅ dt I L ⋅N − 1Pmax 4 ⋅ N ⋅ L1S 0 (5.85) (N ⋅Vo − Vi ) ⋅ ∆t'12 ⋅ I L1P ⋅ N ⋅ ∆t'1 − max 4 ⋅ N ⋅ L1S ⋅ 2 (5.86) N ⋅ Vo − Vi ⋅ ε fb = N ∫ Integrando (5.85): ε fb = N ⋅ Vo − Vi N Encontrando IL1Pmax de (5.10) e D1 da equação (5.13) : ε fb = (N ⋅Vo − Vi ) ⋅ I N L1Pmax ⋅ N ⋅ D1 ⋅ T − I L1P max ⋅ N ⋅ D1 ⋅ T 2 (5.87) Organizando a equação (5.87): ε fb = (N ⋅Vo − Vi ) ⋅ I L1Pmax N ⋅ N ⋅ D1 ⋅ T 2 (5.88) Fatorando por VI: ε fb = I L1P max ⋅ Vi ⋅ D1 ⋅ T V ⋅ N ⋅ o − 1 2 V i (5.89) Substituindo IL1Pmax de (5.51) e D1 de (5.13) e logo a equação (5.66) expressão que representa o ganho menos um: V 2 ⋅T 2 ε fb = i ⋅ (2 ⋅ D − 1)2 8 ⋅ L1P (5.90) Dividindo a equação (5.90) pelo periodo obtém-se a potência, então: V 2 ⋅ (2 ⋅ D − 1)2 Pfb = i 8 ⋅ LiP ⋅ FS (5.91) ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 104 Normalizando, Pfb = Pfb ⋅ 2 ⋅ L1P ⋅ FS Vi2 = (2 ⋅ D − 1)2 (5.92) 4 A Fig. 5.13 mostra a potência processada pelo flyback em função de D. 0.2 Pot( D) 0.1 0 0.5 0.55 0.6 0.65 0.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0.95 1 D Fig.5.13 - Potência processada pelo transformador flyback em função de D. 5.9- Projeto de uma fonte chaveada para D>0,5 em condução descontínua. O projeto é concebido com as mesmas especificações dadas nos capítulos anteriores: 1) Especificações Po = 600W η = 0,9 Vi = 48V ± 15% FS=25 kHz Vo = 60V V2 Ro = o = 6 Ω Po I o = 10 A ∆Vco = 0,1 Vo (2) Cálculo da indutância crítica. É obtida para Dmax=0,75, razão cíclica para máxima excursão em condução descontínua, em qualquer outro ponto a carga mínima sera menor, ver Fig. 5.8. Então da equação 5.43, obtém-se que: ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 105 L1Pcrit = D ⋅ Vi2 ⋅ ( 2 ⋅ D − 1 ) = 16 ,67 µH 4 ⋅ η ⋅ FS ⋅ Po Adotado L1P=13uH devido a que foi impossivel na prática alcançar o valor calculado. (3) Cálculo da relação de transformação (N). Calcula-se primeiramente o valor relativo da corrente de saída, I o = 0,13541667 , logo substituindo com os outros dados especificados em (5.46), obtém-se N=3,611 e com isto calcula-se a indutância do secundário, L1S=1uH. (4) Obtenção da potência armazenada no indutor flyback. Da equação (5.93): V 2 ⋅ (2 ⋅ D − 1)2 Pfb = i = 221,53W 8 ⋅ LiP ⋅ FS Potência processada pelo indutor. (5) A capacitância de saída é calculado para a variação de tensão de saída especificada em (5.51), logo: Co = V 4 ⋅ N - i ⋅ I o2 ⋅ D 2 Vo ∆VC o ⋅ F 2 ⋅ L ⋅ ( 2 ⋅ D - 1)4 ⋅ N S 1P Vo ≥ 625 µF Escolheu-se Co=1000 µ F. (6) Cálculo de esforços nos semicondutores. a) A tensão de bloqueio nos interruptores principais é obtida aplicando Kirchhoff no circuito: VS = Vi + VL1P + VL2 P normalizando, obtém-se: V N ⋅ Vo VS = S = +1 Vi Vi Substituindo o ganho chega-se a: ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 106 (2 ⋅ D − 1)2 ⋅ N + 4 ⋅ Io VS = 2 ⋅ Io = 5 ,333 b) Corrente de pico nos interruptores principais. = I L1 P max 2⋅D −1 = 0 ,25 2 e I L1P max = I L1P max ⋅ Vi 2 ⋅ L1P ⋅ FS = 18 ,46 A c) Corrente eficaz nos interruptores principais. iS1 rms = ( 2 ⋅ D − 1) 3 + ( 2 ⋅ D − 1) ⋅ I o 3 2 6N = 0,2051 e iS1 rms = iS1 rms ⋅ Vi = 15 A 2 ⋅ L1P ⋅ FS d) Corrente eficaz nos diodos. idorms = ( 2 ⋅ D − 1) ⋅ N ⋅ I o 6 = 0 ,201808 e ido2 rms = ido2 rms ⋅ Vi = 14 ,9 A 2 ⋅ FS ⋅ L1P e) Corrente média nos transistores. I S1 = ( 2 ⋅ D − 1 )2 ⋅ I + o = 0,08125 4 2⋅ N e I S1 = I S1 ⋅ Vi 2 ⋅ FS ⋅ L1P = 6A ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 107 5.9.1 - Resultados de simulações Para validar a análise feita foi simulado o circuito novo push-pull em condução descontínua para D>0,5, com os valores projetados e com os elementos ideais. A seguir são apresentados os resultados da simulação, mostrando-se as formas de ondas relevantes. A Fig. 5.14 mostra em a) e b) as correntes nos interruptores, em c) a corrente no secundário do transformador flyback e finalmente em d) a corrente no enrolamento primário do transformador flyback. Observa-se que neste modo de funcionamento todas as correntes do circuito são pulsadas. Conversor NOVO PUSH_PULL Funcionando como Boost MCD. F=25KHz 20A (a) 0A I(S2) 20A (b) 0A I(S1) 80A ( c) -0A I(L1s) 40A (d) 0A 9.85ms I(L1p) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 5.14 - a) e b) Corrente que circula através dos transistores. c) Corrente no enrolamento secundário do transformador flyback. d) Corrente no enrolamento primário do transformador flyback. A Fig. 5.15 a) mostra a tensão no primário do transformador push-pull. Nota-se uma queda de tensão que é produto da descontinuidade. Em (b) mostra-se a tensão no enrolamento primário do transformador flyback. Em (c) mostra-se a tensão de bloqueio no interruptor S1. Os valores calculados são confirmados novamente nas simulações. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 108 Conversor NOVO PUSH_PULL Funcionando como Boost MCD. F=25KHz 150 (a) -150 v(2,4) 0 100 (b) -50 v(2,1) 0 300V (c ) 0V 9.85ms V(3) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 5.15.- a) Tensão sobre o transformador push-pull. b) Tensão sobre o transformador flyback. c) Tensão de bloqueio no interruptor S1. Na Fig. 5.16 (a) observa-se a corrente que circula através do capacitor de saída. Em (b) e (c) mostram-se as correntes através dos diodos. Observa-se novamente a repartição da corrente saída. Conversor NOVO PUSH_PULL Funcionando como Boost MCD. F=25KHz 40 (a) 0 I(Co) 0 70A 40A (b) 0A 9.85ms I(Do1) 9.90ms 9.95ms 10.00ms I(Do2) Tempo Fig. 5.16 - a) Corrente no capacitor de saída. b) Corrente no diodo DO2. c) Corrente no diodo DO1 A Fig. 5.17 mostra as potências processadas pelos componentes magnéticos neste modo de funcionamento. A Fig. 5.21(a) ilustra a potência consumida na carga, aproximadamente igual a 503W. Em (b) mostra a corrente média de saída de valor igual a 9,33A. Em (c) mostra a tensão sobre a carga que é aproximadamente igual a 53,9V. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 109 Conversor NOVO PUSH_PULL Funcionando como Boost MCD. 400W 300W (a) 200W 300W 200W (b) 100W 9.85ms 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 5.17 - a) Potência processada pelo transformador push-pull. b) Potência processada pelo transformador flyback A Fig. 5.18 mostra em (a) a potência consumida pela carga, em (b) a corrente de carga e em (c) a tensão sobre a carga podendo se concluir que a análise é validada. Conversor NOVO PUSH_PULL Funcionando como Boost MCD. F=25KHz 503.2W (a) 502.8W 9.36A (b) 9.32A I(Ro) 54.0V (c ) 53.6V 9.85ms v(11,9) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 5.18 - a) Potência de saída. b) Corrente de saída. c)Tensão sobre a carga. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 5 110 5.10- Conclusões Neste capítulo foi feita a análise teórica do novo conversor flyback-push-pull em condução descontinua para D>0,5. - Foram calculadas as grandezas mais relevantes do conversor neste modo de operação, representando as expressões obtidas através de ábacos. Foi realizado um projeto, comprovando o princípio de funcionamento do conversor por resultados de simulação. ___________________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL EM MCD PARA D>0,5. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 6 111 CAPÍTULO 6 NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO APLICADO AO NOVO CONVERSOR FLYBACK-PUSH-PULL. 6.1 – Introdução. A maior desvantagem dos circuitos isolados sem dúvida são as sobretensões induzidas pelas indutâncias parasitas do transformador isolador. Sendo isto ainda mais crítico em topologias como o conversor flyback-push-pull convensional ou o novo conversor flyback-push-pull alimentado em corrente, onde além do transformador isolador existe o transformador flyback na entrada. Dessa forma adiciona-se outra indutância parasita em série com os interruptores, fazendo com que estas topologias sejam muito sensíveis as indutâncias de dispersão dos transformadores . Este capítulo apresenta o estudo e a implementação de um novo grampeador de tensão regenerativo aplicável a conversores CC-CC flyback-push-pull. O grampeador proposto trabalha de forma semelhante ao conversor CC-CC SEPIC. Apresentam-se os estudos qualitativos e quantitativos, sendo estes comprovados em forma experimental através de um protótipo de 600W. Os conversores CC-CC isolados flyback-push-pull alimentados em corrente estão representados na fig. 6.1. M do1 do2 TR n2 n3 n4 n3 n4 do3 Co Ro L1p do4 n4 L2s L2p n3 n4 L2s S2 (a) n2 Co Ro do2 VI S1 L1s + VI - L2p n3 n1 n1 + do1 TR - S1 S2 (b) Fig. 6.1.- Conversores CC-CC isolados flyback-push-pull, para operação com D<0,5. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 112 O circuito da Fig. 6.1a mostra o conversor de flyback-push-pull alimentado em corrente convensional [A3] e a Fig. 6.1b o novo conversor flyback-push-pull alimentado em corrente [A22]. Estes conversores com características muito interessantes para aplicações em baixas tensões, apresentam um problema em comum: alta energia acumulada nas indutâncias de dispersão dos transformadores, as quais devem ser removidas para evitar a destruição dos interruptores por sobretensão. A técnica mais utilizada emprega grampeadores passivos dissipativos ou semiregenerativos, mostrados na fig.6.2 [C2,C3]. Estes grampeadores são simples e baratos, porém não contribuem para melhorar o rendimento do conversor. dg1 Rg dg2 Cg Rg S 1 Cg dg2 S2 1 (a) S2 (b) Fig.6. 2.- (a) Grampeador dissipativo.(b) Grampeador semi-regenerativo. Uma outra técnica conhecida, o grampeador passivo regenerativo, encontra-se representado na Fig. 6.3 [C1,C4]. dg2 Cg1 Cg2 Vi dg1 dg4 dg3 S1 Lg1 S2 Lg2 Fig. 6.3.- Grampeador não dissipativo. O circuito grampeador da Fig. 6.3 regenera para a fonte, pelo menos teoricamente, toda a energia acumulada nas indutâncias de dispersão, porém emprega um elevado número de componentes, incluindo dois indutores. Neste capítulo, é apresentado e estudado um novo circuito grampeador passivo regenerativo com uma quantidade menor de componentes. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 113 6.2- Efeitos das indutâncias parasitas no novo conversor flybackpush-pull alimentado em corrente. O conversor novo flyback-push-pull alimentado em corrente, da mesma forma que o conversor flyback-push-pull alimentado em corrente convensional, é muito mais sensível à indutância de dispersão de seus elementos magnéticos que o resto dos outros conversores. Isto é devido aos dois transformadores que ficam conectados em série no momento em que o interruptor principal conduz. A Fig. 6.4 mostra o novo conversor flyback-push-pull, onde são evidenciadas as suas indutâncias parasitas. M Ld1 TR Ld4 do1 Lfl2 L1s n2 L2p n3 n4 L2s Ld2 L3p n5 n6 L3s L1p Lfl1 n1 + - S1 Ro Ld5 do2 Ld3 VI Co S2 Fig. 6.4 - Conversor novo flyback-push-pull incluindo indutâncias parasitas. As indutâncias parasitas influenciam diretamente nas tensões de bloqueio dos interruptores, produzindo sobretensões, além de indiretamente influenciar no rendimento da estrutura. O valor destas sobretensões dependerá diretamente da energia armazenada por estas indutâncias, ou seja, da corrente de carga e do valor da indutância de dispersão. 6.3- O novo conversor flyback-push-pull alimentado em corrente com o grampeador de tensão proposto. Nesta seção será apresentado o princípio de operação e à análise de um novo grampeador, sendo este um grampeador regenerativo passivo desejável já que utiliza um número mínimo de elementos reativos. A Fig. 6.5 mostra o grampeador proposto aplicado no novo conversor flyback-push-pull. Podendo aplica-lo a qualquer dos dois conversores, sempre e quando este trabalhe sem os interruptores em sobreposição. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 114 M do1 TR L1s n2 L1p n3 n4 dg2 n5 Cg2 n6 Co Ro n1 Cg1 + dg1 do2 VI - S1 dg3 dg4 S2 Lg Fig. 6.5.- Grampeador proposto. O grampeador proposto consiste de dois capacitores (Cg1 e Cg2) quatro diodos (dg1,dg2,dg3,dg4) e apenas um indutor (Lg) que é o encarregado de regenerar a energia acumulada nos capacitores. Tais capacitores são conectados através dos diodos (dg1,dg2) à fonte de tensão de entrada. 6.3.1- Princípio de operação. Os estados topológicos do novo grampeador regenerativo dentro de um ciclo do novo flyback-push-pull são seis, mostrados nas Figs. 6.6 a 6.11. É feita a consideração que o novo conversor flyback-push-pull está trabalhando no seu modo sem sobreposição, isto é trabalhando como abaixador, esta consideração é de suma importância, uma vez que o grampeador não pode trabalhar com o conversor no seu modo elevador, já que entra numa etapa só de acumulação. O princípio de operação é descrito a seguir: Primeira etapa (t0 , t1). O interruptor principal S1 é acionado assumindo a corrente de carga junto com o diodo do2 . No circuito grampeador a energia armazenada em Cg1 é transferida para o indutor Lg através do próprio interruptor S1 e dg3. A primeira etapa é mostrada pela Fig. 6.6. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 115 M do1 TR L1s n2 L1p n3 n4 dg2 n5 Cg2 n6 Co Ro n1 Cg1 + dg1 do2 VI S1 dg3 - dg4 S2 Lg Fig. 6.6.- Primeira etapa. Segunda etapa (t1 , t2). No instante de tempo (t2) S1 é aberto e a energia das indutâncias parasitas transferida para o capacitor Cg1 que grampeia a tensão do interruptor S1 no valor VS1= NVo+Vi+VLdt. No entanto uma parcela da energia armazenada em Cg2 e Lg é devolvida à fonte Vi , devido à “inércia” da corrente no indutor, através de dg4 e Cg2. A etapa é mostrada na Fig 6.7. M do1 TR L1s n2 L1p n3 n4 dg2 n5 Cg2 n6 Co Ro n1 Cg1 dg1 + do2 VI - S1 dg3 dg4 S2 Lg Fig. 6.7.- Segunda etapa. Terceira etapa (t2 , t3) Nesta etapa foi absorvida pelo capacitor Cg1 a energia total armazenada nas indutâncias de dispersão. O indutor continua devolvendo energia à fonte de entrada, agora por duas vias. Dependendo do valor da indutância sua corrente poderia chegar a zero, _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 116 porém se a indutância for o bastante grande manterá condução contínua. Esta regeneração é feita através de dg3, Cg1 e dg4, Cg2 para a fonte Vi. A terceira etapa é ilustrada na Fig. 6.8. M do1 TR L1s n2 L1p n3 n4 dg2 n5 Cg2 n6 Co Ro n1 Cg1 dg1 + do2 VI S1 dg3 - dg4 S2 Lg Fig. 6.8.- Terceira etapa. Quarta etapa (t3 , t4). O interruptor principal S2 é acionado e entra em condução, assumindo a corrente de carga junto com o diodo de saída do1. No circuito de grampeamento a energia armazenada em Cg2 é transferida para o indutor Lg através do interruptor principal S2 e dg4. Esta etapa é mostrada na Fig. 6.9. M do1 TR L1s n2 L1p n3 n4 dg2 n5 Cg2 n6 Co Ro n1 Cg1 + dg1 do2 VI - S1 dg3 dg4 S2 Lg Fig. 6.9- Quarta etapa Quinta etapa (t4 , t5). Em t=t4 S2 é aberto transferindo a energia das indutâncias de dispersão para o capacitor Cg2, sendo grampeada a tensão do interruptor S2 no valor VS2=NVo+VI+VLdt. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 117 Também nesta etapa, uma parcela de energia é devolvida à fonte Vi através de dg4 e Cg2. A quinta etapa é ilustrada na Fig. 6.10. M do1 TR L1s n2 L1p n3 n4 dg2 n5 Cg2 n6 Co Ro n1 Cg1 dg1 + do2 VI S1 dg3 - dg4 S2 Lg Fig. 6.10.- Quinta etapa Sexta etapa (t5 , t6). Em t=t5 toda a energia acumulada nas indutâncias de dispersão foi transferida para o capacitor Cg2, agora o indutor Lg entrega energia à fonte Vi através de dg3, Cg1, e dg4, Cg2. A sexta etapa é mostrada na Fig. 6.11. M do1 TR L1s n2 L1p n3 n4 dg2 n5 Cg2 n6 Co Ro n1 Cg1 dg1 + do2 VI - S1 dg3 dg4 S2 Lg Fig. 6.11- Sexta etapa 6.3.2 - Principais formas de ondas. As principais formas de onda são apresentadas na Fig. 6.12. mostra-se nesta figura a corrente no indutor primário do transformador(Fig. 6.12a), as correntes que circulam nos _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 118 diodos (Figs. 6.12b, 6.12c e 6.12d); a tensão de bloqueio sobre os interruptores (Fig. 6.12e), além da tensão sobre o capacitor de grampeamento (Fig. 6.12f). I(L1p) (a) 0 I(Dg3) (b) 0 I(Dg4) ( c) 0 IDg1 IDg2 (d) 0 VS (e) 0 VCg1 (f) 0 T/2 T t TEMPO Fig. 6.12- Principais formas de onda no circuito grampeador. 6.4- Análise do circuito. A seguir é feita a análise do circuito por etapas, de modo a encontrar as equações que o descrevem, e assim, definir uma metodologia de projeto para cada um dos componentes do sistema. Para simplificar a análise do circuito, as seguintes considerações são feitas: as resistências série equivalentes dos capacitores de acumulação e a resistência parasita do indutor são desprezadas. Considera-se a corrente através do indutor sempre em condução continua. Da primeira etapa de funcionamento é obtida a tensão de regime dos capacitores de acumulação (Cg1 e Cg2), considerando que estes se comportam como fontes de tensão. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 119 A Fig. 6.13 mostra o circuito equivalente para o funcionamento entre to e t1, observando-se que a tensão média no capacitor de acumulação será igual a tensão de entrada do circuito ( na figura V*). Cg + Ldt Vcg - + S1 V* Lg - Fig. 6.13.- Circuito equivalente da primeira etapa. Para este caso particular, onde o circuito principal é o novo flyback-push pull: V + N ⋅ Vo V * = Vi − VL = i 1P 2 (6.1) Então: V + N ⋅ Vo VC g ≈ V * = i 2 (6.2) Na segunda etapa, observando a fig. 6.7, se têm dois circuitos equivalentes, os quais, são o circuito equivalente de carga do capacitor de acumulação e o circuito de descarrega do indutor Lg , logo do primeiro circuito equivalente tem-se: VL − dt ⋅ t iLdt ( t ) = I L1P max Ldt (6.3) Onde Ldt representa a indutância de dispersão total do circuito. Da fig. 6.14 obtém-se: VLdt = VCg − N ⋅ Vo (6.4) Onde NVo é a tensão em VL1p para esta etapa de funcionamento. iLdt Ldt + NVo Vcg + - - Fig. 6.14.- Circuito equivalente de carga do capacitor de acumulação. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 120 Portanto, a tensão sobre a indutância de dispersão, pode ser calculada. Substituindo a equação (6.2) na equação (6.4) tem-se: V − N ⋅ Vo VLdt = i 2 (6.5) Esta equação é válida para o novo flyback-push-pull. Substituindo esta equação na equação (6.3), pode-se calcular a corrente a ser absorvida pelo circuito grampeador, logo: V − N ⋅ Vo iLdt ( t ) = I L1P − i ⋅t max 2 ⋅ Ldt (6.6) Sabe-se que para t= ∆t'1 , iLdt( ∆t'1 )=0, então: I L1P max V − N ⋅ Vo = i ⋅ ∆t'1 2 ⋅ Ldt (6.7) ou ∆t'1 = 2 ⋅ Ldt ⋅ I L1P max Vi − N ⋅ Vo (6.8) Utilizando o segundo circuito equivalente calcula-se a corrente que circula pelo indutor do circuito grampeador (Lg). iLg - Vcg2 + + + Vi+NVo Lg - - Fig.6.15.- Segundo circuito equivalente. Observando-se a Fig. 6.7 a corrente do indutor Lg passa através de L1p e Vi, a tensão sobre o enrolamentos do transformador push-pull é zero, mas nesta etapa VL1p=NVo. Analisando o circuito equivalente da Fig. 6.15 tem-se: i Lg ( t ) = i Lg max − VL g Lg ⋅t (6.9) Onde iLgmax é a corrente máxima do indutor. Aplicando-se LKT no circuito equivalente tem-se: VLg = Vi + N ⋅Vo − VC g 2 (6.10) _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 121 Mas para este caso Vcg1=Vcg2=Vcg , então, da equação (6.2) resulta: V + N ⋅ Vo VLg = i 2 (6.11) Substituindo esta tensão na equação (6.9), obtém-se: iLg ( t ) = iLg max V + N ⋅ Vo − i ⋅t 2 ⋅ Lg (6.12) Para t= ∆t'1 , iLg( ∆t'1 )= iLgmin , onde iLgmin é a corrente mínima a circular pelo indutor Lg. Logo: i Lg min = i Lg max V + N ⋅ Vo − in ⋅ ∆t'1 2 ⋅ Lg (6.13) Substituindo a equação (6.8) na equação (6.13), tem-se: i Lg = iLg min V + N ⋅ Vo 2 ⋅ Ldt ⋅ I L1Pmax ⋅ − i max 2 ⋅ Lg Vi − N ⋅ Vo (6.14) ou V + N ⋅ Vo Ldt ⋅ I L1Pmax ∆i L g = i L g − iLg = i ⋅ max min Lg Vi − N ⋅ Vo (6.15) Fatorando a equação (6.15) por Vi : (1+ ∆i L g = N ⋅ Vo ) ⋅ Ldt ⋅ I L1P max Vi N ⋅ Vo (1− ) ⋅ Lg Vi (6.16) Substituindo o ganho da estrutura na equação (6.16) obtém-se: ∆i L g = Ldt ⋅ I L1P max ( 1 − 2 ⋅ D ) ⋅ Lg (6.17) Sabe-se que o valor médio da corrente a ser grampeada, devida à indutância de dispersão (dada pela equação (6.3)), é a corrente média do indutor Lg , calculada pela equação (6.18): T 2 I Lg = 2 ⋅ i ⋅ dt T ∫ Ldt (6.18) 0 Substituindo iLdt : _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 122 2 I Lg = ⋅ T ∆t'1 ∫ ( I L1Pmax − 0 VLdt Ldt ) ⋅ dt (6.19) Resolvendo-se a integral e substituindo-se ∆t'1 e VLdt , tem-se: 2 I L1Pmax ⋅ 2 ⋅ Ldt ⋅ I L1Pmax Vi − N ⋅ Vo I Lg = − T Vi − N ⋅ Vo 4 ⋅ Ldt 2 ⋅ Ldt ⋅ I L1P max ⋅ Vi − N ⋅ Vo 2 (6.20) A partir da equação (6.20) pode-se escrever: I Lg = 2 ⋅ I L2 ⋅ Ldt 1Pmax (6.21) (Vi − N ⋅Vo ) ⋅ T Para obter uma expressão relativa da ondulação de corrente no indutor Lg divide-se a eq. (6.17) pela eq. (6.21). ∆i L g I Lg = ∆i L g = T ⋅ (Vi − N ⋅ Vo ) 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ I L1P ⋅ Lg (6.22) max Fatorando por Vi e substituindo o ganho tem-se: ∆i L g = Vi 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ I L1P max ⋅ Lg ⋅ FS (6.23) ou para calcular o valor da indutância Lg : Lg = Vi 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ I L1P max (6.24) ⋅ FS ⋅ ∆iLg 6.5- Projeto do circuito grampeador. Calculando o circuito grampeador para as especificacões do Capitulo 2, para D=0,3, tem-se que: IL1Pmax =28A Lg = Vi=48V Fs =25 kHz e calculando para ∆i Lg =0,05 obtém-se: 48 2 ⋅ 0 ,05 ⋅ 25 ⋅ 10 3 ⋅ 0 ,7 ⋅ 28 = 980 µH _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 123 Adotando as capacitâncias de acumulação Cg1 = Cg2 =1000 µ F. Escolhe-se esse valor devido à resistência série equivalente para baixos valores de capacitância ser muito elevada. 6.5.1 - Resultados de simulação. Utilizando o software PSPICE, simula-se o novo flyback-push-pull em condição nominal adicionando-se o circuito grampeador com os valores projetados no item anterior. A seguir são mostrados os resultados mais relevantes da simulação com o novo grampeador. A Fig. 6.16a mostra a corrente de entrada do conversor, onde observa-se o valor negativo que corresponde à regeneração. Em seguida a Fig.6.16b mostra a corrente dos diodos dg3 e dg4, a soma de suas correntes é contínua correspondendo à corrente regenerada à fonte de entrada. Na Fig. 6.16c observa-se a corrente que circula pelos diodos dg1 e dg2, nota-se o formato da corrente totalmente pulsada por corresponder à corrente que circula devido a dispersão. 25 (a) -4 I(L1p) 0 I(Dg3) I(Dg4) 5.0A (b) 0.0A 25A 0A 9.85ms I(Dg1) ( c) 9.90ms 9.95ms 10.00ms I(Dg2) Tempo Fig. 6.16.-Formas de onda relevantes do circuito grampeador. Na Fig. 6.17a tem-se a corrente no indutor de grampeamento. Na Fig. 6.17b a tensão de bloqueio nos interruptores onde nota-se o grampeamento efetivo da tensão nos interruptores aproximadamente em 80V. Por último, na Fig. 6.17c a tensão sobre os capacitores de acumulação do circuito grampeador. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 124 4.0A (a) 3.5A I(Lg2) 100V (b) 0V V(3) 32V ( c) 29V 9.85ms v(3,n3) 9.90ms 9.95ms 10.00ms Tempo Fig. 6.17.- Formas de onda relevantes, continuação. O rendimento obtido por simulação foi de 92 % a plena carga, isto considerando uma resistência serie equivalente dos capacitores de acumulação medida com o capacitor real de 37m Ω , desprezando-se as resistências parasitas dos enrolamentos e do layout. A Fig.6.18 mostra a comutação num interruptor, onde observa-se dissipacão somente no bloqueio do interruptor. 80 60 40 20 0 V(3) 9.915ms ID(M1)*2 9.920ms 9.925ms 9.930ms 9.935ms Tempo Fig. 6.18.- Detalhe de comutação num interruptor. 6.5.2 - Resultados experimentais. O diagrama esquematico do protótipo experimental é mostrado na fig. 6.19. Onde temse o circuito de potência idêntico ao feito no capítulo 2, adicionando-se somente o grampeador de tensão e a parte de controle. O controle foi implementado através do circuito integrado 3524, já que o conversor trabalhará sómente no seu modo abaixador. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 125 M Cs1 ds1 L1p n3 L1s Rs1 TR n4 Vcc=15 V n2 do1 Co Ca Ro 3524 2 n1 - dg1 n5 dg2 Cg2 Rs3 VI ds3 15 d1 Cg1 + 16 1 R1 G1 4 13 5 12 6 Cs2 ds2 dg4 Ct R2 7 Q1 R5 11 d2 R3 10 R8 Pt 8 G2 9 R4 ds4 S2 R7 14 Pot1 Rs2 Rs4 S1 dg3 3 n6 do2 Q2 R6 Cs3 Cs4 (a) (b) Fig. 6.19.- Diagrama esquemático (a) Circuito de potência (b) Circuito de controle . As especificações do protótipo experimental usado para avaliar o grampeador regenerativo consiste dos seguintes componentes: (a) Circuito de potência Tabela 6.1 S1 , S2 IRF540 do1, do2 MUR1530 ds1,ds2 snubber dos diodos de saída Cs1,Cs2 Semikron snubber dos diodos de saída Rs1,Rs2 SKE 4f2/04 4700pf 1.6KV polipropileno snubber dos diodos 47K Ω 1/2W de saída Co Rs3,Rs4 2200uF 250V snubber dos 1K Ω 5W transistores MOSFET’s Cs3,Cs4 snubber dos 150nF 400V transistores MOSFET’s ds3,ds4 snubber dos 1N4937 transistores MOSFET’s TFL Transformador flyback núcleo n1=9 espiras. AWG E-65/13 N=0.33 22 13 fios. Entreferro aproximadamente n2=27 espiras. 1mm AWG 22 8 fios. TR Transformador push-pull n3=6 espiras. núcleo E-65/26 N=0.33 AWG22, 9 fios. n4=18 espiras. AWG22, 5 fios. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 126 (b) Circuito de controle e circuito grampeador. Tabela 6.2 POT1 Potenciômetro 5K Ω Pt Potenciômetro 10K Ω R1, R2 2,2K Ω 1/8W Ct 0.002uF Ca 1uF R3,R4 15K Ω R5,R6 390K Ω R7,R8 10 Ω Lg Núcleo E-30/14 Indutor n=77 espiras AWG 19 Grampeador Cg1,Cg2 Capacitor 1000uF Grampeador ,dg3,dg4, Diodo MUR 1530 Grampeador dg1,dg2 Diodo Grampeador MUR 850 C.I1 LM3524 Q1,Q2 2N2907 d1d2 MUR120 Os resultados obtidos de forma experimental, são apresentados a seguir para plena carga, isto é, 600W . A Fig. 6.20 mostra as correntes no primário (superior) e no secundário (inferior) do transformador flyback, observando-se em IL1p um valor mínimo negativo devido à regeneração de energia. IL1P [10A/div ] 0 IL1S [5A/div ] 0 Fig. 6.20.- Correntes no transformador flyback. A escala de tempo 10 µ seg/div. A Fig. 6.21 apresenta a tensão de bloqueio dos MOSFET's, onde observa-se o grampeamento efetivo da tensão sobre os interruptores. As indutâncias parasitas do circuito _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 127 grampeador provocaram um fino pulso de sobretensão sobre o interruptor, Por isso foi necessário implementar um pequeno snubber RCD para manter a tensão do interruptor dentro da região de segurança. VDS [20V/div] 0 Fig. 6.21.- Tensão sobre os interruptores. A escala de tempo 10 µ seg/div. Na Fig. 6.22 mostram-se os pulsos de corrente sobre os diodos do circuito grampeador, pulsos estes devidos às indutâncias de dispersão. A energia fica armazenada nos capacitores de grampeamento para logo ser regenerada à fonte. ICg [5A/div] 0 Fig. 6. 22.-Correntes através dos diodos grampeadores. A escala de tempo 10 µ seg/div. Por último apresenta-se na Fig. 6.23 o rendimento obtido experimentalmente pelo circuito com o novo grampeador regenerativo. Observa-se que em 500W o rendimento começa a cair obtendo-se a plena carga (600W) um rendimento aproximado de 88 por cento. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 6 128 Fig. 6.23.- Rendimento experimental obtido como função da potência de saída. 6.6- Conclusões O novo grampeador regenerativo aplicado a conversores CC-CC flyback-push-pull aliementados em corrente com problemas de dispersão, permite um desempenho melhor, quando comparado com técnicas de grampeamento dissipativas, e uma opção bastante otimizada e menos complexa quando comparado com outras técnicas de grampeamento, sejam estas ativas ou passivas ressonantes. Um ponto positivo a ser considerado é que, além de se conseguir eliminar um indutor do grampeador, o valor da indutância de grampeamento sempre será a metade daquele utilizado no grampeador regenerativo clássico, mostrado na Fig. 6.3. Neste capítulo foram apresentados os estudos analíticos do novo grampeador regenerativo que trabalha de forma semelhante ao conversor CC-CC SEPIC, assim como sua comprovação experimental num protótipo de 600 W. Uma única desvantagem deste circuito grampeador é que seu emprego somente é possível para estruturas sem sobreposição dos comandos para os interruptores. _________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO GRAMPEADOR DE TENSÃO REGENERATIVO…… Domingo Antonio Ruiz Caballero. CAPÍTULO 7 129 CAPÍTULO 7 CONVERSOR ISOLADO CC-CC ZVS-PWM GRAMPEADO COM CORRENTES DE ENTRADA E SAÍDA NÃO PULSADAS GERADO A PARTIR DO NOVO CONVERSOR FLYBACKPUSH-PULL. 7.1- Introdução. No capítulo anterior fez-se uma abordagem como primeira tentativa de aproveitar a energia nas indutâncias de dispersão, apresentando um grampeador de tensão regenerativo com uma boa performance tanto operacional quanto eficiente. Boa performance operacional devido a sua simplicidade, não precisando de interruptores ativos adicionais e eficiente devido ao reaproveitamento da energia armazenada nas indutâncias de dispersão com um mínimo de componentes passivos. Neste capítulo apresenta-se um novo conversor capaz de operar em alta frequência e com alta eficiência, cuja principal característica é trabalhar com correntes contínuas tanto na entrada como na saída. Apresenta ainda comutação não dissipativa nos seus interruptores, sejam estes principais ou secundários, além de ser imune a sobretensões. O funcionamento do novo conversor é analogo ao conversor de acumulação capacitiva de um interruptor (também conhecido como conversor de Cuk) [A24]. Entretanto no novo conversor só uma parcela da energia flui através do capacitor de acumulação. No novo conversor o capacitor de acumulação tem a função de absorver a energia das indutâncias de dispersão e comutação, realizando um grampeamento ativo. Esta energia juntamente com uma parcela da energia da fonte de entrada será redirecionada, num intervalo seguinte, para a carga. Para isto são adicionados dois interruptores auxiliares, conseguindo-se grampear a tensão sobre as chaves a valores dentro da área de segurança do interruptor (SOA) e obter correntes contínuas na entrada e na saída, além de trabalhar com comutações não dissipativas nos interruptores principais e auxiliares. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 130 O estudo deste capítulo é feito para o conversor com indutâncias de entrada e de saída acopladas (formando o transformador flyback) embora ele possa, também, trabalhar com as indutâncias não acopladas. O estudo é feito para D<0,5. Neste capítulo é apresentado o estudo qualitativo e quantitativo de um novo conversor de acumulação capacitiva trabalhando com razões cíclicas menores que 0,5. O Capítulo é organizado por seções que são detalhadas a seguir: Seção 7.2 – Apresenta-se o circuito proposto, o estudo qualitativo e quantitativo, explicando-se as diferentes etapas de funcionamento e detalhando-se os tempos de duração dos diferentes estágios; mostra-se, também, as mais relevantes formas de onda. Seção 7.3 – O circuito é analizado para encontrar a expressão analítica de sua característica externa, de forma a ter um entendimento com respeito às implicâncias na regulação de saída do circuito devido ao fato de adicionar-se indutâncias de comutação. Também nesta seção são calculadas as diferentes relações que influenciam o bom funcionamento do conversor, como: a ondulação de corrente de entrada, perda de razão cíclica, correntes máxima e mínima nos interruptores de potência e auxiliares. Seção 7.4 – Analisa-se o conversor de modo a obter as diferentes grandezas que o rejem e a ter noção dos diferentes esforços a suportar, tanto em corrente como em tensão. Seção 7.5 – Nesta seção é proposta uma metodologia de projeto. Seção 7.6 – A metodologia de projeto proposta é comprovada primeiramente através de simulações e finalmente através da construção de um protótipo experimental. Secão 7.7 – Finalmente são dadas as conclusões do capítulo. 7.2- Circuito proposto O circuito proposto a seguir, nasce da aplicação do grampeamento ativo do tipo boost [A20,C5], ao novo conversor flyback-push-pull [A22], gerando-se um circuito robusto e eficiente. Robusto pelo fato de ser imune aos efeitos indutâncias de dispersão do circuito dos dois transformadores conectados em série. Estas indutâncias são incluídas, no caso da dispersão do transformador push-pull, ao processo de comutação e, no caso da dispersão no transformador flyback, a um dos processos de transferência de energia. Eficiente, devido ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 131 principalmente ao fato de ter duas formas de processar energia: direta, através do transformador push-pull, e indireta, através da acumulação capacitiva. O circuito pode funcionar sem acoplamento dos indutores de entrada e saída do mesmo modo que os conversores de acumulação capacitiva de um interruptor [A24], mas deste modo ter-se-á um aumento no volume do mesmo. A única desvantagem observada no conversor proposto é a utilização de dois interruptores auxiliares, mas é possível tê-lo somente com um interruptor auxiliar [A23]. O conversor proposto é mostrado na Fig. 7.1. S 1A S 1A S2A S 2A M L d2p T L d2p d o1 R do1 TR L 1s L 1s Ca L 1P L 2p n3 + Co L 2s C S 2p 2p (a) Co L 2s n3 d o2 C 1p L 2p L 1P + I - S 1p Ca n4 L d3p V Ro Ro n4 L d3p VI do2 - S 1p C 1p S 2p C 2p (b) Fig. 7.1.-Novo conversor a) Versão não acoplada e b) Versão com indutores de entrada e saída acoplados. 7.2.1.- Etapas de operação. O conversor possui no total dez etapas para um ciclo de funcionamento, das quais somente serão detalhadas cinco, pelo motivo de que o que ocorre nas outras cinco etapas é o complementar das apresentadas. 1a Etapa (t0,t1) Crescimento de iL1p . No instante t=t0, S1p é acionado S2a já estava acionado e os seus diodos em antiparalelo ainda estavam em condução, portanto, ambos os interruptores comutarão sem perdas. Nesta etapa a corrente em L1p começa a crecer e a fonte Vi fornece energia ao capacitor acumulador Ca e à carga. Por conduzir correntes em ambos enrolamentos primários o transformador fará com que d01 e d02 conduzam e L1s fique em roda livre. Em t=tx a corrente no enrolamento L2p se anula e muda de sentido fazendo com que o diodo d1p se bloqueie e o interruptor S1p conduza, enquanto a corrente iCa diminui. A Fig. 7.2 mostra esta etapa. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 132 S 1A S 2A M L 1p Ca L d2p d o1 TR L 2p Li L 1s C L 2s R o o + - L d3p VI C d o2 C 2p 1p S 1p S 2p Fig.7.2 – Primeira etapa. 2a Etapa (t1-t2) Transferência de energia. Em t=t1 iL1p alcança o valor máximo e a corrente que circula pelo capacitor Ca se anula, mudando de sentido. Nesta etapa ocorre a transferência de energia desde a fonte e do capacitor Ca para a carga. As indutâncias de comutação e dispersão são desprezíveis nesta etapa devido ao fato de suas correntes serem quase constantes. Somente a indutância de entrada Li , por ser de maior valor, influenciará. A segunda etapa é mostrada pela Fig. 7.3. S 1A S 2A M C a L 1p Li L d2p d o1 TR L 2p L 2s L 1s C o R o + - L d3p VI C S 1p d o2 C 1p 2p S 2p Fig. 7.3 – Segunda etapa. 3a Etapa (t2-t3) Primeira comutação. Em t=t2 S1p é aberto, o que dá início ao primeiro processo de comutação linear. O capacitor C1p assume a corrente fazendo com que o interruptor comute suavemente. Observe-se que as indutâncias de dispersão são usadas na comutação. Devido à polaridade da corrente em L3p e em L2p o diodo d01 será bloqueado e será reforçada a condução do diodo d02 no circuito de saída. A etapa é ilustrada na Fig.7.4. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 133 S 1A S 2A M L C L a 1p L d2p L i d o1 TR L 2p L 1s C 2s o R o + V - L d3p d o2 I C C 1p S 1p 2p S 2p Fig. 7.4 – Terceira etapa 4a Etapa (t3-t4) Grampeamento. Em t=t3 a tensão sobre C1p chega ao valor de bloqueio fazendo com que d1a conduza, tomando a energia armazenada na indutância de entrada, assim como, uma parcela de energia da fonte. O interruptor S1a pode ser acionado sob tensão nula. As correntes através das indutâncias Ld2p e Ld3p são constantes, portanto, não influenciam nesta etapa. A quarta etapa é mostrada na Fig.7.5. S 1A S 2A M L d2p C a L 1p Li d o1 TR L 2p L 2s L 1s Co Ro + - L d3p VI C S 1p d o2 C 2p 1p S 2p Fig. 7.5 – Quarta etapa. 5a Etapa (t4 – T/2) Segunda comutação. Em t=t4, S2a é aberto fazendo com que C2p assuma a corrente e prepare S2p para comutar sob tensão zero, quando este for acionado em t=T/2. Quando S2p for acionado ocorrerá um processo complementar ao descrito para S1p. A Fig. 7.6 mostra esta etapa. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 134 S 1A S 2A M L d2p C a L 1p d o1 TR L 2p Li L 1s C L 2s o R o + - V L d3p d o2 I C C 1p S 1p 2p S 2p Fig. 7.6 – Quinta etapa. 7.2.1.1- Análise das etapas de operação. Nesta seção é feita à analise quantitativa do conversor, as suposições assumidas são: • Resistências dos enrolamentos e dos interruptores nulas. • A tensão de grampeamento é considerada igual a Vi + NVo, que é a tensão de bloqueio dos interruptores sem considerar as indutâncias de dispersão e comutação, isto é feito para facilitar o cálculo, comprovando-se posteriormente que não se comete nenhum erro grave com esta aproximação. • Relação de transformação dos transformadores flyback e push-pull iguais. 1a etapa (t0-t1) Crescimento de IL1p. A Fig. 7.7 mostra o circuito equivalente onde a indutância Li representa a dispersão do transformador flyback e é definida como Li = (1 − K ) ⋅ L1 p ⋅ L1' S (7.1) Como as relações de transformação dos transformadores push-pull e flyback são iguais: Li = (1 − K ) ⋅ L1 p (7.2) V d o1 C a L d2p o d o2 L 1s L 2p L 3p L d3p L 1p Li + V I - Fig. 7.7 – Circuito equivalente para a primeira etapa. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 135 L1P = L1' S Também são válidas as relações : e VL1P = VL'1S , Ld 2 P = Ld 3P = Ld e por último, devido aos diodos d01 e d02 conduzirem simultaneamente, VL2 P = VL3P = 0 . Aplicando a lei de Kirchoff das tensões (LKV): − Ld ⋅ Li ⋅ Li ⋅ V diLd 2 dt diL1 p dt diL1 p L'1S dt − Ld ⋅ diLd 3 dt − VL1P + Ld ⋅ − VL1P + Ld ⋅ = −Vg diLd 2 dt diLd 3 dt (7.3) = Vi (7.4) + Vg = Vi (7.5) = N ⋅ Vo = VL1 p (7.6) Aplicando a lei de Kirchoff das correntes (LKC) é obtido: iL1P = iLd 3 − iLd 2 (7.7) Somando (7.4) e (7.5), obtém-se: 2 ⋅ Ld 1 p ⋅ diL1 p − 2 ⋅ VL1P − Ld ⋅ dt d (iLd 3 − iLd 2 ) dt + Vg = 2 ⋅ Vi (7.8) Substituindo (7.7) em (7.8) consegue-se: 2 ⋅ Ld 1 p ⋅ diL1 p − 2 ⋅ VL1P − Ld ⋅ dt diL1P dt + Vg = 2 ⋅ Vi (7.9) Agora com a substituição de (7.6) em (7.9) e sabendo que VCa= Vi + NVo, tem-se: diL1P dt = (Vi + N ⋅ Vo ) ( 2 ⋅ Ld 1 p − Ld ) (7.10) Integrando (7.10) obtém-se a expressão da corrente em L1p. iL1P (t ) = I1 + (Vi + N ⋅ Vo ) ⋅t ( 2 ⋅ Ld 1P − Ld ) (7.11) Quando t = ∆t1 vale a relação iL1 p ( ∆t1 ) = I 2 e então: ∆I1 = I 2 − I1 = (Vi + N ⋅ Vo ) ⋅ ∆t1 (2 ⋅ Ld 1P − Ld ) (7.12) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 136 2a etapa (t1-t2) Transferência de energia. Nesta etapa ocorre a transferência de energia desde a fonte e capacitor de acumulação para a carga. Observe-se que o capacitor entrega sua energia através de L3p e L2p e a fonte através de L2p , desprezam-se as indutâncias de comutação e dispersão. Na Fig. 7.8 é dado o circuito equivalente desta etapa. V o S 2A d o2 L 1s C a L 2p L 3p L 1p S 1p + V I - Fig. 7.8 – Circuito equivalente para a segunda etapa. Aplicando LKV: V L2 P + V L3 p = VCa (7.13) V L1P + V L2 p = Vi (7.14) V L1P − V L3 p + VCa = Vi (7.15) V L3 p = V L2 p = N ⋅Vo + V L1' S (7.16) Considerando Vca = Vi+NVo chega-se a: V − N ⋅ Vo V L1P = i 2 (7.17) V + N ⋅Vo V L2 P = i 2 (7.18) e que: A duração do intervalo é dada por: ∆t2 = D ⋅ T − ∆t1 (7.19) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 137 3a etapa (t2-t3) Primeira comutação. Considera-se a comutação linear devido as correntes envolvidas serem quase constantes, carregando ou descarregando o capacitor linearmente. O circuito equivalente desta etapa é apresentado na Fig. 7.9. Aplicando a lei de Kirchoff de correntes: i Ld 2 = i L1 p + i Ld 3 (7.20) mas como iL1p = Ip e iLd3= Iy logo: i Ld 2 = I p + I y (7.21) V o S 2A d o2 L 1s C a L d2p L L 3p 2p L d3p L 1p Li + V IN - Fig. 7.9 – Circuito equivalente para a terceira etapa Portanto, a tensão no capacitor C1p é dada por: VC1 p (t ) = VC1 p (0) + 1 t i C ⋅ dt C1 p 0 1 p ∫ (7.22) Substituindo iC1p e sabendo que VC1p(0) =0V, obtém-se: VC1 p (t ) = (I p + I y ) ⋅t C1 p (7.23) Ou, t= VC1 p ⋅ C1 p (I P + I y ) (7.23) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 138 Para t =∆t3 , VC1p=VCa VCa ⋅ C1 p (IP + I y ) ∆t3 = (7.24) 4a etapa (t3-t4) Grampeamento. Analogamente ao que foi considerado nas outras etapas sabe-se que as correntes são quase constantes e as indutâncias de comutação e dispersão são desprezadas. O circuito equivalente é mostrado na Fig. 7.10. Vo S 2A S 1A d o1 Ca d o2 L 1s L 2p L 3p L 1p Li + VI - Fig. 7.10 – Circuito equivalente para a quarta etapa Aplicando LKV: V L'1S = N ⋅ Vo = VL1 p (7.25) VL2 p = VL3 p = 0 (7.26) VCa = Vi + N ⋅ Vo (7.27) Sabe-se que: iLd 2 = I p (7.28) iLd 3 = I y (7.29) O intervalo de tempo ∆t4 é dado por: ∆t4 = (1 − 2 ⋅ D ) ⋅T 2 (7.30) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 139 5a etapa (t4-T/2) Segunda comutação. As correntes nas indutâncias de comutação continuam sendo constantes, portanto, a comutação é novamente linear. Porém a corrente de comutação é menor que no primeiro caso, sendo iLd3 = Iy = iC2p. Logo: VC2 p (t ) = VCa − t 1 ⋅ iC2 p ⋅ dt C2 p 0 ∫ (7.31) Substituindo, iC2p obtém-se: VC2 p (t ) = VCa − Iy C2 p ⋅t (7.32) Para t=∆t5 tem-se que VC2 p ( ∆t5 ) = 0 ∆t5 = VCa ⋅ C2 p Iy (7.33) A este tempo tem que ser adicionado o tempo morto dado pelo controle. O circuito equivalente da quinta etapa é mostrado na Fig. 7.11. V o S 2A S 1A d o1 L d2p d o2 L 1s L 2p L 3p L d3p L 1p Li + V I - Fig. 7.11 – Circuito equivalente para a quinta etapa. 7.2.2.- Formas de onda. As principais formas de onda do conversor são mostradas na figura 7.12. Nas Fig. 7.12a e 7.12b mostram-se a tensão entre gatilho-fonte para os interruptores principais e auxiliares. A Fig. 7.12c mostra a corrente no interruptor principal (iS1p), a corrente nos diodos ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 140 de saída (Ido) e no interruptor auxiliar do mesmo braço (linha pontilhada). A Fig. 7.12d mostra a corrente no capacitor de acumulação e, finalmente, a Fig. 7.12e mostra a corrente de entrada (iL1P). Vgs S1p S1a (a) t S2p S2a (b) t Ip iSp ido tx t (c) -Iy t1 iSa iCa Ip Ip-Iy t (d) -Iy iL1p I2 I1 t t=t2 t=to t=t1 t=t3 (e) T T/2 t=t4 Fig. 7.12 – Formas de onda relevantes para um ciclo de operação. 7.3- Característica de transferência para D<0.5. 7.3.1 – Característica de saída. De modo a obter a característica de transferência sabe-se que a variação do fluxo médio no indutor flyback deve ser igual a zero, num ciclo de comutação. Então desprezando os intervalos de comutação obtém-se a equação 7.34: VL1P ∆t1 ⋅ ∆t1 + VL1P ∆t 5 ⋅ ∆t5 = VL1P ∆t 2 ⋅ ∆t 2 (7.34) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 141 Substituindo as expressões e com um pouco de trabalho algébrico obtém-se o ganho da estrutura em função da razão cíclica e da ondulação da corrente de entrada, dado pela equação 7.35: Vo D ∆I ⋅ ( 2 ⋅ Li − Ld ) = − Vi N ⋅ (1 − D ) Vi ⋅ T ⋅ N ⋅ (1 − D ) (7.35) Normalizando a ondulação de corrente da maneira mostrada a seguir define-se: ∆I = ∆I ⋅ Ld Vi ⋅ T Vo = D ∆I ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) − (1 − D ) (1 − D ) ζ = , Li Ld e Vo = N ⋅ Vo Vi (7.36) então: (7.37) Entretanto, a expressão do ganho do conversor ficou em função da ondulação da corrente de entrada, não sendo esta uma boa representação, portanto, procura-se uma relação entre esta ondulação e a corrente de saída. Para encontrar o valor de ∆I , sabe-se que os interruptores devem processar toda a energia que a fonte fornecerá, assim da corrente destes obtém-se o valor médio da corrente de entrada, dada por: Ii ⋅ T 1 = I p ⋅ ( D ⋅ T − ∆t1 ) + ⋅ ∆t1 ⋅ I p 2 2 (7.38) Na equação (7.38) considera-se que o transistor conduz toda a corrente processada, desprezando-se a condução dos diodos em antiparalelo, com o qual obtém-se: Ii ⋅ T 1 = I p ⋅ ( D ⋅ T − ∆t1 ) + ⋅ ∆t1 ⋅ I p 2 2 (7.39) A corrente de pico dos transistores (Ip) é obtida da equação (7.4) dada novamente por: Li ⋅ diL1 p dt Substituindo-se − VL1P + Ld ⋅ diL1 p dt diLd 2 dt = Vi (7.40) e VL1p, e integrando obtém-se a corrente nos interruptores. Li + Ld ⋅ t iLd (t ) = iLd (0) + (Vi + N ⋅ Vo ) ⋅ 2 2 Ld ⋅ ( 2 ⋅ Li − Ld ) (7.41) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 142 Tal como dito no início, considera-se que iLd2(0)=0, de modo a simplificar a análise. Portanto, para t= ∆t1 tem-se iLd2( ∆t1 )=Ip, logo: Li + Ld ⋅ ∆t1 I p = (Vi + N ⋅ Vo ) ⋅ Ld ⋅ ( 2 ⋅ Li − Ld ) (7.42) Substituindo esta expressão em (7.39), e depois de um breve esforço matemático obtém-se: ∆I 2 ⋅ ( Li + Ld ) ⋅ ( 2 ⋅ Li − Ld ) 2 ⋅ ( Li + Ld ) ⋅ D ⋅ T − ⋅ ∆I + I i ⋅ T = 0 Ld ⋅ (Vi + N ⋅ Vo ) Ld (7.43) Resolvendo-se esta equação quadrática tem-se como resultado a equação 7.44: ∆I = I i ⋅ Ld ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) (Vi + N ⋅ Vo ) ⋅ D ⋅ T D ⋅ T ⋅ (Vi + N ⋅ Vo ) − ⋅ 1− (7.44) Ld ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) Ld ⋅ (2 ⋅ ζ − 1) (Vi + N ⋅ Vo ) ⋅ D 2 ⋅ T ⋅ (ζ + 1) Sabendo que: V ⋅I Ii = o o , η ⋅ Vi Io = Ld ⋅ I o Vi ⋅ T ⋅ N e Vo = N ⋅ Vo Vi (7.45) Obtém-se o valor da ondulação de corrente normalizada em função do ganho, da razão cíclica e da corrente de saída normalizada, dada por: ∆I = Vo ⋅ I o ⋅ (2 ⋅ ζ − 1`) (1 + Vo ) ⋅ D ⋅ 1− 1− ( 2 ⋅ ζ − 1) (1 + Vo ) ⋅ η ⋅ D 2 ⋅ (ζ + 1) (7.46) Substituindo a expressão anterior na equação do ganho, dada por (7.35), e resolvendo para obter o ganho normalizado da estrutura obtém-se: I ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) I o2 ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1)2 2 2 ⋅ D2 − o + + 4⋅ D η ⋅ (ζ + 1) η 2 ⋅ (ζ + 1)2 Vo = I ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) 2 ⋅ 1 − D 2 + o η ⋅ (ζ + 1) (7.47) A expressão do ganho normalizado é representada graficamente pelo ábaco dado da Fig. 7.13. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 143 Fig. 7.13 – Característica de saída normalizada tendo como parâmetro ζ =1. 7.3.2 – Perda de razão cíclica (d1) É definido como perda de razão cíclica d1, como a relação entre o tempo que demoram os interruptores em assumir o valor de pico da corrente e o periodo de chaveamento. Os causadores desta perda de razão cíclica são os indutores de comutação (Ld2p, Ld3p), e o resultado imediato disto é a queda na regulação do circuito. Ou seja, para um valor de saída determinado será preciso um aumento da razão cíclica para suprir esta queda de tensão. A expressão para esta queda de tensão pode ser obtida da equação de fluxo médio no primário do transformador flyback, portanto, a partir de (7.34) é obtida: (Vi − N ⋅ Vo ) (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ (D ⋅ T − ∆t1 ) = N ⋅ Vo ⋅ ∆t1 + N ⋅ Vo ⋅ ⋅T 2 2 Onde se define d1 = Vo = (7.48) ∆t1 , logo: T N ⋅ Vo ( D ⋅ T − ∆t1 ) = Vi ((1 − 2 ⋅ D ) ⋅ T + D ⋅ T + ∆t1 ) (7.49) Finalmente, resolvendo para d1 obtém-se: d1 = D − Vo ⋅ (1 − D ) (Vo + 1) (7.50) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 144 7.4 – Cálculo de esforços no conversor. 7.4.1 – Corrente máxima (Ip) e mínima (Iy) nos interruptores. Na realidade Iy, corrente de pico negativa nos interruptores principais, é a corrente que circula pelo diodo em antiparalelo com os Mosfet’s. Esta corrente é a responsável pela entrada em condução sem perdas nos interruptores. A corrente Iy, dependerá diretamente do valor das indutâncias de comutação e da corrente de carga, asegurando a comutação não dissipativa para uma ampla faixa de carga. O valor de Iy é obtido através da relação da corrente média no capacitor de acumulação, que tem que ser igual a zero, logo: 1 1− 2 ⋅ D ⋅ ( ∆t1 − ∆t x ) ⋅ I p + ( I p − I y ) ⋅ ( ) ⋅ T = I y ⋅ ∆t x + I y ⋅ ( D ⋅ T − ∆t1 ) 2 2 (7.51) Da relação de triângulos retângulos obtém-se: (I p + I y ) I y + ∆t1 ∆t x ou Iy ∆t x = ∆t1 ( I p + I y ) (7.52 ) Com a equação anterior, e um pouco de trabalho matemático obtém-se: I y = I p ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ ( d1 + 1) + d12 + D 2 − D + d1 (7.53) Obtendo-se, agora, o valor da corrente de pico Ip a partir do valor da corrente média de entrada, deduzida em 7.54 . Ii ⋅ T 1 1 = ( D ⋅ T − ∆t1 ) ⋅ I p + ⋅ ( ∆t1 − ∆t x ) ⋅ I p − ⋅ ∆t x ⋅ I y 2 2 2 (7. 54) Resolvendo I i = (2 ⋅ D − d1 ) ⋅ I p − I y ⋅ d1 (7.55) Substituindo Iy de (7.53), I i = (2 ⋅ D − d1 ) ⋅ I p − I p ⋅ d1 ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ (d1 + 1) + d12 + D 2 − D + d1 (7.56) E sabendo que : V ⋅I Ii = o o η ⋅ Vi (7.57) Finalmente a corrente de pico nos interruptores normalizada é dada pela equação 7.58: ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 145 Ip = Vo ⋅ I o (7.58) η ⋅ 2 ⋅ D − d1 ) − d1 ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ (d1 + 1) + d12 + D 2 − D + d1 e o valor mínimo de corrente normalizada nos interruptores é dada por: Vo ⋅ I o ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ (d1 + 1) + d12 + D 2 − D + d1 Iy = 2 2 η ⋅ 2 ⋅ D − d1 − d1 ⋅ (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ ( d1 + 1) + d1 + D − D + d1 (7.59) 7.4.2 – Cálculo das corrente máxima (I1) e mínima (I2) de entrada. As correntes são obtidas das muito conhecidas relações para os conversores cc-cc, e reescritas pelas seguintes equações: I 2 = Ii + ∆I 2 (7.60) I1 = I i − ∆I 2 (7.61) e O valor da corrente de entrada é dada pela equação (7.57). Substituindo-se as expressões normalizadas resultam em: V ⋅I ∆I I2 = o o + 2 η (7.62) V ⋅I ∆I I1 = o o − η 2 (7.63) e Finalmente, substituindo-se o ripple normalizado tem-se as correntes em função da corrente de saída e do ganho dadas por: V ⋅I (1 + Vo ) ⋅ D Vo ⋅ I o ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) I2 = o o + ⋅ (1 − ) η 2 ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) η ⋅ (1 − Vo ) ⋅ D 2 ⋅ (ζ + 1) (7.64) e ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 146 V ⋅I (1 + Vo ) ⋅ D Vo ⋅ I o ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) I1 = o o − ⋅ (1 − ) η 2 ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) η ⋅ (1 − Vo ) ⋅ D 2 ⋅ (ζ + 1) (7.65) 7.4.3 – Cálculo das correntes média e eficaz nos interruptores principais. - Corrente Média Desde a equação de definição de valor médio de um sinal, obtém-se: 1 IS = T ( D⋅T − ∆t1 ) ∆t1 I p ⋅ dt ⋅ iS ⋅ dt + 0 0 (7.66) ∆t1 (V + N ⋅ Vo ) ⋅ ( Li + Ld ) ⋅ t ⋅ dt + I p ⋅ ( D ⋅ T − ∆t1 ) ⋅ − I y + i ( 2 ) L L L ⋅ ⋅ − d i d 0 (7.67) ∫ ∫ Ou IS = 1 T ∫ Resolvendo a integral, agrupando termos e finalmente normalizando tem-se IS = (ζ + 1) ⋅ (2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ∆I 2 ⋅ (1 + Vo ) 2 − ( 2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ( I p + I y ) ⋅ ∆I (1 + Vo ) + IP ⋅ D (7.68) Na Fig. 7.14 apresentam-se curvas para I S em função de I o tendo-se D como parâmetro. Fig. 7.14 – Corrente média nos interruptores com ζ =15 . - Corrente Eficaz ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 147 Da definição de valor eficaz sabe-se que: I S2 RMS 1 = T D⋅T ∆t1 2 ⋅ iS ⋅ dt + iS2 ⋅ dt 0 ∆t1 ∫ ∫ (7.69) Ou I S2RMS = 1 T D⋅T ∆t1 (V + N ⋅ Vo ) ⋅ ( Li + Ld ) 2 ⋅ (− I y + i ⋅ t ) ⋅ dt + I 2p ⋅ dt ⋅ ( 2 ⋅ − ) L L L 0 d i d ∆t1 ∫ ∫ (7.70) Resolvendo a equação e normalizando obtém-se: I S RMS = 3 2 2 2 (ζ + 1) 2 ⋅ ∆I 2 2 ⋅ ζ − 1 (1 + Vo ) ⋅ ∆I ⋅ ( I y − I p ) − I y ⋅ (ζ + 1) ⋅ ∆I + + I p ⋅D⋅ 3 ( 2 ⋅ ζ − 1) 1 + Vo (7.71) Na Fig. 7.15 são apresentadas algumas curvas de I Srms em função de I o , tendo D como parâmetro. Fig. 7.15 – Corrente eficaz nos interruptores com ζ =15 . ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 148 7.4.4 – Cálculo das corrente média e eficaz nos interruptores auxiliares. - Corrente Média A corrente média nos interruptores auxiliares será igual a zero já que a energia a processar será a do capacitor de acumulação. I Sa = 0 (7.72) - Corrente Eficaz A corrente eficaz é dada por: 2 I Sa RMS (1− 2⋅ D )⋅T (1− 2⋅ D )⋅T (1− D )⋅T − − ∆t1 ∆t1 2 2 1 = ⋅ ( − I p ) 2 ⋅ dt + iL2 ⋅ dt + I 2y ⋅ dt d 3 p T 0 0 0 ∫ ∫ ∫ (7.73) Ou 2 I Sa RMS 1 = T ∆t1 2 ( N ⋅ Vo + Vi ) ⋅ Li 2 (1 − 2 ⋅ D ) ⋅ T 2 T 2 ⋅Ip ⋅ + I y ⋅ − ∆t1 ⋅ I y + − I p + ⋅ t ⋅ dt 2 2 Ld ⋅ (2 ⋅ Li − Ld ) 0 ∫ (7.74) Finalmente, resolvendo a equação e normalizando tem-se a expressão (7.75) que é representada graficamente na Fig. 7.16 para alguns valores de D. 2 I Sa RMS = I 2p 2 ( I 2p − I 2y ) ⋅ (2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ∆I − I p ⋅ ζ ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ∆I ζ 2 ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ∆I 3 (1 − 2 ⋅ D ) I y ⋅ + + + 2 2 1 + Vo 3 ⋅ (1 + Vo ) (7.75) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 149 Fig. 7.16 – Corrente eficaz nos interruptores auxiliares com ζ =15. 7.4.5 – Cálculo das correntes média e eficaz nos diodos de saída. - Corrente Média A corrente média nos diodos de saída será igual à metade da corrente de carga, portanto, I I do = o 2 (7.76) - Corrente Eficaz A corrente eficaz é representada pela equação: 2 I do RMS T − ∆t1 ∆t1 2 2 1 2 ( N ⋅ Vo + Vi ) ⋅ Li 2 2 I p ⋅ dt + 2 ⋅ N ⋅ − I y + = ⋅N ⋅ ⋅ t ⋅ dt T L ⋅ ( 2 ⋅ L − L ) d i d 0 0 ∫ ∫ (7.77) Desenvolvendo a equação, normalizando e refletindo ao primário tem-se: I doRMS = Ip 2 2 + ( I 2p + 2 ⋅ I 2y ) ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ∆I − 2 ⋅ I y ⋅ ζ ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ∆I 1 + Vo 2 + ζ 2 ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) ⋅ ∆I 3 3 ⋅ (1 + Vo ) (7.78) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 150 Na Fig. 7.17 apresenta-se gráficos de I doRMS em função de I o , tomando-se D como parâmetro. Fig. 7.17 – Corrente eficaz nos diodos de saída com ζ =15. 7.4.6 – Cálculo da tensão de grampeamento Vca. A tensão sobre o capacitor de acumulação será a tensão na qual os interruptores serão grampeados, logo esta tensão deve ser calculada. Sabendo que a tensão média sobre os interruptores será a tensão de entrada Vi e que a tensão média nos indutores ressonantes e nos enrolamentos dos transformadores é nula, tem-se a equação 7.79: VCa = VCa Vi = 1 1− D (7.79) 7.5.– Metodologia de projeto. A seguir é proposto um roteiro para o projeto de uma fonte chaveada baseado no novo conversor, começando por suas especificações. 7.5.1 – Especificações Vi Tensão de entrada Vo Tensão de saída Po Potência de saída ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 151 Fs Freqüência de comutação η Rendimento D Razão cíclica ζ e Razão entre Li e Ld Esta última especificação é muito importante pois fornece uma medida da ondulação de entrada. Então para ter corrente contínua de entrada obrigatoriamente ζ >1, mas este valor não pode ser excessivo ( ζ >50) já que se for requerido a utilização da própia dispersão do transformador flyback, valores de ζ muito grandes implicará na utilização de núcleos muito volumosos, portanto, um valor aceitável (para núcleos aceitáveis) é 10< ζ < 20. Para este projeto o valor usado foi de ζ = 10. 7.5.2 – Cálculo de N. Para o cálculo da relação de transformação dos transformadores utiliza-se o valor ideal do ganho, obtido do ganho real reescrito na seguinte equação: V D − ∆I ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1) N⋅ o = Vi (1 − D ) (7.80) O ganho ideal é aquele obtido quando ∆I é igual a zero, ou seja, quando são desprezadas as indutâncias de dispersão tanto do transformador flyback, quanto o do pushpull, logo a razão de transformação é dada por: N = Vi ⋅ D Vo ⋅ (1 − D ) (7.81) 7.5.3 – Cálculo do Ganho normalizado Vo . Obtida a relação de transformação pode ser calculado o ganho ( Vo ) como : V Vo = N ⋅ o Vi (7.82) ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 152 7.5.4 – Cálculo da Indutância de comutação (Ld). Com as especificações de D e ζ e com Vo calculado é possível obter I o a partir da característica de saída, podendo ser finalmente calculada a indutância de comutação (Ld). I ⋅V ⋅ N Ld = o i FS ⋅ I o (7.83) Com I o também é possível calcular a ondulação de entrada normalizada ∆I . 7.5.5 – Cálculo das capacitâncias de comutação. O cálculo das capacitâncias de comutação pode ser feito diretamente das equações de duração das etapas, e é realizado para o pior caso. A segunda comutação é a mais crítica, logo: Cp = I y ⋅ ∆t6 (7.84) VCa Onde o tempo de comutação , ∆t6 , tem que ser bem menor que o tempo morto entre os interruptores de um mesmo polo. 7.6 – Projeto e construção de um protótipo experimental. 7.6.1 – Cálculo teórico. Devido à comparação que far-se-á no final do trabalho com os três tipos de grampeamento vistos até agora, foram utilizadas as mesmas especificações dos trabalhos anteriores, logo: e Po = 600W η = 0.9 Vo = 60V I o = 10 A Vi = 48V N = 0,33 Fs = 25 kHz D = 0.4 ζ = 10 ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 153 Neste caso utilizou-se D=0.4, para a obtenção de indutâncias de dispersão com valores apropiados para a efetivação de comutação não dissipativa mesmo com o conversor operando sob variação de carga. Como primeiro passo calcula-se o valor do ganho normalizado do conversor a ser construído, logo: Vo = 60 N ⋅ Vo = 0,33 ⋅ = 0,4125 48 Vi (7.85) Uma vez tendo os valores de M,N,D e ζ desde a curva do ganho do conversor com grampeamento ativo, tem-se a corrente de saída relativa I o = 0,136 e a ondulação relativa como ∆I = 0,017 ou em valores absolutos ∆I = 3.682 A . Calculam-se agora os valores das indutâncias de comutação (Ld) e de entrada (Li), então: I ⋅V ⋅ N Ld = o i = 8,617 µH e FS ⋅ I o Li = ζ ⋅ Ld (7.86) Fez-se a opção de ζ =10, numa tentativa de otimização dos núcleos de ferrite para a obtenção de valores de indutâncias compatíveis, então LI=87µH . O cálculo das capacitâncias de comutação é feito através da equação 7.87: Cp = I y ⋅ ∆t6 (7.87) VCa A tensão de grampeamento é dada pela seguinte equação: VCa = Vi (1 − D ) (7.88) Logo para D=0.4, tem-se que Vca= 80V. Calculando-se a corrente de pico negativa a partir da equação (7.59), tem-se que Iy=10,644A. Para o valor do tempo de comutação considera-se 7 vezes menor que o tempo morto Tm dado pelo fabricante do circuito integrado utilizado, neste caso (IRF2111) é Tm=700ns, logo assume-se um ∆t6 = 100ns. Cp = I y ⋅ ∆t6 VCa = 13,305nF (7.89) Utilizando-se um capacitor de 15nF. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 154 7.6.2 – Cálculo físico dos elementos magnéticos envolvidos. 7.6.2.1 – Cálculo dos indutores de comutação. Calculando-se os núcleos dos indutores através da clássica fórmula dada pela equação 7.90, onde o núcleo é limitado pela saturação [A26] e considerando uma elevação de temperatura de 300 . 4 L⋅I ⋅I P RMS ⋅ 10 AW ⋅ Ae = 420 ⋅ KC ⋅ Bmax 1 1.131 (7.90) O número de espiras é calculado por: N min = L⋅Ip Bmax ⋅ AE ⋅ 104 (7.91) Então sabendo que: Ip=23 A (corrente de pico) IRMS=12 A (corrente eficaz a plena carga) Bmax= 0.3 T Ld=8.7uH Logo, AwAe= 0.25 Cm4 Escolhendo E-30/7, com Ae=0.6 Cm2 , Aw=0.8 Cm2 e Nmin=12 espiras, para o cálculo do entreferro tem-se a equação 7.92: µ ⋅ µ ⋅ N 2 ⋅ AE ⋅ 10− 2 cm lg = o R Ld (7.92) Então: l g = 0,1233 cm A bitola dos condutores é cálculada por: SCU = I ef max J max = 0,037142 cm 2 (7.93) A profundidade de penetração ∆ , é dada por: ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 155 ∆= 6.61 (7.94) fs Se fs = 25 kHz então ∆ =0,0418 Cm de raio calcula-se a área e encontra-se a bitola. Escolhendo-se a bitola AWG23 com uma área do cobre (Acobre) de 0,002582 Cm2. Portanto, o número de fios é dado por: # fios = 0,037142 = 14,38 Acobre (7.95) Utilizam-se 14 fios em paralelo. 7.6.2.2 – Cálculo do transformador flyback. A expressão utilizada para o cálculo do núcleo do indutor é dada por (7.96) sendo adaptada da expressão clássica do cálculo de núcleo de indutores de um enrolamento. Pelo fato de que o transformador flyback terá neste conversor uma corrente contínua nos seus dois enrolamentos, primário e secundário, não é possível fazer o cálculo tomando uma das suas indutâncias próprias, mas sim calcular o núcleo tomando o valor efetivo das suas indutâncias, isto é, a sua média geométrica ( L ). Logo, 4 L⋅IP ⋅IS RMS RMS ⋅ 10 AW ⋅ Ae = 420 ⋅ K c ⋅ Bmax 2 1.131 (7.96) Onde KC2 = Ku ⋅ K P = 0,4 ⋅ 0,5 = 0,2 e e Bmax=0,3 T. P I RMS = Corrente eficaz no primário S I RMS = Corrente eficaz no secundário L = L1P ⋅ L1S = Média geométrica das indutâncias próprias. Como o valor de L não é um valor dado diretamente nas especificações torna-se necessário calculá-lo. De cálculos anteriores tem-se que Li=87uH para um ζ =10, logo a indutância Li vem sendo a indutância de “dispersão” do transformador flyback, portanto, ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 156 Li = (1 − K min ) ⋅ L (7.97) Resolvendo-se para L , e considerando-se um fator de acoplamento minimo (Kmin) de 0,7, tem-se L =290uH, substituindo-se em (7.96), junto com os demais dados obtidos do projeto, então AwAe=13 Cm4. Escolhendo o núcleo E-65/26 com AwAe=19.08 Cm4 e Ae=5,32 Cm2 recalcula-se L , resultando no valor de 429,3uH. O entreferro é calculado por sua expressão clássica para indutores de um enrolamento, com a diferença de que é utilizada a indutância efetiva do indutor ( L ) então: 2 µ ⋅ µ ⋅ N ⋅ AE lg = o R ⋅ 10− 2 cm L (7.98) Onde, N é o número de espiras efetivo dado por: N= I1 L ⋅ I1 ⋅ 104 B ⋅ AE (7.99) é a corrente de pico de entrada, neste caso aproximadamente 14A. Logo, obtém-se: N = n1 ⋅ n2 = Também n1 n2 L ⋅ I1 ⋅ 104 B ⋅ AE (7.100) =0,33, onde: n1 =Número de espiras no primário. n2 =Número de espiras no secundário. Então resolvendo para n1 e n2 tem-se que n1 =14,61 espiras e n2 =44,28 espiras, logo considera-se n1 =15 espiras e n2 = 46 espiras A bitola dos condutores é calculado como: Primário SCU = I ef max J max = 0,024 cm2 (7.101) Considerando uma profundidade de penetração ∆ igual à utilizada no cálculo dos indutores de comutação, e utilizando o fio da bitola AWG22, calcula-se o número de fios em paralelo a utilizar, como: ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 157 # fios pri = 0 ,024 = 7 ,37 Acobre (7.102) Foi utilizando 6 fios em paralelo. - Secundário. SCU = I ef max J max = 0,02 cm 2 (7.103) Utilizando o fio AWG22, então: # fiossec = 0 ,02 = 5 ,93 fios Acobre (7.104) Foi adotado 5 fios. A possibilidade de enrolamento pode ser determinada através da seguinte equação: P= ( n1⋅# fios pri + n2 ⋅# fiossec ) ⋅ AreacobreAWG 22 AW (7.105) Substituindo os valores obtém-se, P=0,347 sendo menor que Kw=0,4, portanto, é possivel enrolar o transformador de acordo com as especificações obtidas. De modo a obter o acoplamento desejado, os enrolamentos foram posicionados na mesma perna (central) enrolados independentemente um do outro, ou seja, na metade superior do carretel foi enrolado o primário e na metade inferior o secundário. 7.6.3 – Resultados de simulação. Com os dados calculados anteriormente foram feitas simulações do conversor trabalhando em plena carga. A seguir são dados os resultados da simulação, onde são mostradas as formas de onda mais relevantes. A Fig.7.18 mostra as correntes de entrada e saída respectivamente, observando-se total continuidade em ambas. Observa-se também que a ondulação da corrente de entrada ( ∆I ) tem um valor de 2.72A e o calculado foi de 3.6A. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 158 (a) (b) Fig. 7.18 – a) – Corrente de entrada b) – Corrente de saída . Na Fig. 7.19 são apresentadas as correntes nos interruptores principal (a) e auxiliar (b). O valor da corrente de pico positiva e negativa do interruptor principal foi de 25A e 10A respectivamente e os valores calculados foram de 22.5A no pico positivo e de 10.6 no pico negativo. A Fig. 7.19(b) mostra a corrente no interruptor auxiliar. (a) (b) Fig. 7.19 – a) – Corrente através do interruptor principal b) – Corrente através do interruptor secundário . Na Fig. 7.20 tem-se as tensões de bloqueio nos interruptores. Deve-se observar o efetivo grampeamento nestes, onde a tensão de grampeamento (VCa) é de 80V tal como foi ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 159 calculado, no entanto observa-se uma pequena ondulação, produto do valor finito do capacitor. (a) (b) Fig. 7.20 – a) – Tensão de bloqueio sobre o interruptor principal b) – Tensão de bloqueio sobre o interruptor secundário. Finalmente na Fig. 7.21 mostram-se a comutação no interruptor principal e auxiliar, observando-se a comutação não dissipativa. (a) (b) Fig. 7.21 – a) Comutação sobre os interruptores principais b) Comutação nos interruptores auxiliares. 7.6.4 - Resultados experimentais. O diagrama completo do protótipo experimental construído é mostrado na Fig. 7.22, onde tem-se o circuito de potência constituída pelos quatro interruptores e o circuito de ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 160 controle, o qual é feito de forma discreta através da criação de rampas desfasadas em 180o. A isolação dos interruptores do mesmo braço é obtida através do circuito integrado IRF2111, o qual tem um tempo morto de 700ns. S 2A S 1A M Ld L 1p C C TR d s1 n3 L a L 1s s1 n4 L 2p n2 d o1 C 2s R o n1 + n3 V - d o2 n4 I S 1p L S 2p C d C C 1p d s2 s2 2p (a) Vcc=15 V Vcc=15 V 0.1uF 1 16 0.1uF C6 R2 C5 P3 P2 DZ1 DZ2 Q1 2 14 3 Q2 R3 Q3 13 4 C4 2 3 4 5 10 5 11 6 9 6 10 7 8 7 9 8 R6 C1 P1 CI 2 12 Q4 R5 1 13 11 CI 3 DZ4 C3 14 12 R4 Vy DZ3 15 R1 Vcc=15 V R9 0.1uF R23 V'cc=15 V Vcc=15 V Q5 R7 0.1uF D3 2 3 D1 4 R19 R13 C7 Q6 7 2 Q7 CI 4 C11 Q11 R11 8 1 R17 7 CI 1 - D4 R15 + Dc1 0.1uF R21 8 C9 C13 3 6 4 5 G 1a Source S1a Vcc=15 V G 1p Tensão de control R10 R25 P4 0.1nF R24 Vcc=15 V V'cc=15V Q8 R8 0.1uF R20 C2 R22 8 3 2 D2 R14 C12 Q12 Q10 4 C8 Q9 R12 C10 8 1 7 2 R18 7 CI 1 + D6 R16 - Dc2 0.1uF D5 CI 5 C14 3 6 4 5 G 2a Source S2a G 2p (b) Fig. 7.22.- Diagrama do protótipo implementado (a) Circuito de potência (b) Circuito de Controle . ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero o CAPÍTULO 7 161 As especificações do protótipo experimental usado para avaliar o circuito consiste dos seguintes componentes: (a) Circuito de potência Tabela 7.1 S1P , S2P, S1A, S2A IRFP150 do1, do2 MUR1530 ds3,ds4 snubber dos diodos de SKE 4f2/04 Semikron saída Cs3,Cs4 snubber dos diodos de 4700pf 1.6KV saída polipropileno Rs3,Rs4 snubber dos diodos de 47K Ω 1/2W saída Co Capacitor de saída 47uF 250V Ca Capacitor de 15uF 250V acumulação polipropileno Ld Indutores de comutação n=12 espiras AWG22 núcleo E-30/7 Entreferro de aproximadamente 4 mm. TFL Transformador Flyback n1=9 espiras AWG22 núcleo E-65/26 N=0.33 13 fios. Entreferro de aproximadamente 2 n2=27 espiras. mm. AWG22 8 fios. TR Transformador Push-Pull n3=n5=6 espiras núcleo E-65/26 N=0.33 AWG 22, 9 fios. n4=n6=18 espiras AWG 22, 5 fios. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 162 (b) Circuito de Controle. Tabela 7.2 P1 Potenciômetro de 100 K Ω P2,P3, Potenciômetro de 1K Ω P4 Potenciômetro de 10 K Ω R1, R2 5,6K Ω 1/8W R3, R4 15 K Ω 1/8W R5, R6 100 Ω 1/8W R7, R8,R9,R10 1K Ω 1/8W R11, R12 1K Ω 1/4W R13, R14 15K Ω 1/4W R15, R16 1K Ω 1/4W R17,R18,R19,R20 1K Ω 1/8W R21,R22 2,2K Ω R23,R24 6,8 Ω R25 20K Ω C1 82pF C2 1,2nF C3,C4 56nF C5,C6 27pF C7,C8,C9,C10 1nF 1/8W 1/8W 1/8W C11,C12,C13,C14 0,1uF D1,D2,D3,D4,D5,D6 1N4148 Dz1,Dz2 2.7V 1N4371 Dz3,Dz4 5.1V 1N751 Q1,Q2 BC558B PNP Q3,Q4 BC537 NPN Q5,Q6,Q7,Q8,Q9,Q10 BC327 PNP Q11,Q12 BC337 NPN C.I1 LM311 C.I2 CD4047BE C.I3 CD4528BE CI4,CI5 IRF2111 Dc1,Dc2 1N4936 A seguir mostram-se os resultados obtidos de forma experimental, onde todas as figuras são obtidas para plena carga, 600W . A Fig. 7.23 mostra as correntes no primário (curva superior, IL1p) e no secundário (curva inferior, IL1s) do transformador flyback. Nesta figura observa-se que há corrente contínua na entrada e na saída. O conversor trabalha como um perfeito transformador de corrente contínua, o que significa que não existe regeneração da energia das indutâncias de comutação e dispersão para a fonte, mas, sim ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 163 um direcionamento desta energia para a carga através do capacitor de acumulação, o que reduz a energia reativa circulante do conversor. IL1P [5A/div ] 0 IL1S [5A/div ] 0 Fig. 7.23.- Correntes no transformador flyback. A escala de tempo 10 µ s/div. A Fig. 7.24 mostra as tensões de bloqueio dos MOSFET's principal e secundário observando-se o grampeamento efetivo nos interruptores. Devido as indutâncias parasitas do lay-out do circuito produzia-se um fino pulso de sobretensão de aproximadamente 40V acima do valor máximo. Uma possível solução para esta situação é de rearranjar a posição do capacitor de acumulação, colocando-o o mais perto possível dos interruptores, de modo a manter a tensão dentro da região de segurança do interruptor. VDS [20V/div ] VDS [20V/div ] 0 0 (a) (b) Fig. 7.24.- Tensão sobre os interruptores. a) principal b) Secundário. A escala de tempo 10 µ s/div. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 164 Na Fig. 7.25 mostram-se a tensão sobre o capacitor de acumulação e a tensão sobre os primários do transformador push-pull, sendo esta a tensão refletida para o circuito de saída. VL2P [20V/div ] VCa [20V/div ] 0 0 (a) (b) Fig. 7. 25.-a) Tensão sobre o capacitor de acumulação b) Tensão sobre os enrolamentos primários do transformador push-pull. A escala de tempo 10 µ s/div. A Fig. 7.26 mostra a comutação nos interruptores principais apresentando-se na Fig. 7.26a a comutação em plena carga, 600W e na Fig. 7.26b a comutação para a metade da potência nominal 300W. O novo circuito mostrou-se bastante robusto, já que manteve a comutação não dissipativa a valores mais baixos que 1/5 da potência nominal. ID [5A/div ] ID [5A/div ] VDS [50V/div ] VDS [20V/div ] 0 0 (a) (b) Fig. 7. 26.- Comutação sobre o interruptor principal, (a) plena carga. (b) Comutação sobre o interruptor principal com a metade da carga nominal. A escala de tempo 5 µ s/div. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 165 Para o processo de comutação dos interruptores secundários se reforça o dito anteriormente, já que nos interruptores auxiliares a comutação se dá mais naturalmente, isto devido ao fato de que os efeitos das indutâncias parasitas do circuito influenciarem mais intensamente os interruptores principais. Pode-se observar isto através das Figs. 7.26(a) e 7.27(a). VDS [50V/div ] ID [10A/div ] VDS [20V/div ] ID [5A/div ] 0 0 (a) (b) Fig. 7. 27.- Comutação sobre o interruptor auxiliar, (a) a plena carga. ( b) com a metade da carga nominal. Escala de tempo 5 µ s/div. A Fig. 7.28 mostra o rendimento obtido experimentalmente do circuito. Observa-se que em 400W o rendimento começa a cair obtendo-se a plena carga (600W) um rendimento aproximado de 89.4%. Fig. 7.28.- Rendimento experimental obtido como função da potência de saída. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 166 Com os dados obtidos no ensaio do rendimento foi feito um estudo de perdas do conversor. Este estudo foi realizado de modo a estabelecer que perdas são as que imfluenciam em maior ou menor grau no rendimento. O desenvolvimento do estudo é mostrado no apêndice B deste trabalho. Do estudo concluiu-se que as maiores perdas são devidas ao valor da ondulação da corrente de entrada, já que a ondulação influencia diretamente as perdas a vazio e com carga. Pode-se dizer que com o aumento da indutância de entrada (LI) em relação às indutâncias de comutação, diminui-se a ondulação da corrente de entrada e conseqüentemente pode-se aumentar o rendimento, isto faria com que o tamanho do transformador flyback fosse maior, aumentando o volume do conversor. A Fig. 7.29 mostra uma comparação do ganho obtido experimentalmente (linha tracejada) com aquele obtido teoricamente (linha cheia). Demonstra-se que as aproximações feitas no decorrer da análise não afetam o resultado final. Com isto comprova-se a eficácia da metodologia proposta e garante-se a reprodutibilidade para outros projetos. Fig. 7.29.- Comparação das características de saída teórica e a obtida experimentalmente tendo como parâmetro ζ =10. A Fig. 7.30 mostra a superposição das tensões do capacitor de acumulação obtidas de forma teórica (linha cheia) e obtida de forma experimental (linha tracejada), novamente demonstrando a validade da análise. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 7 167 Fig. 7.30.- Comparação das tensões sobre o capacitor de acumulação teórica e experimental. 7.7– Conclusões. Foi apresentado neste capítulo o novo conversor de acumulação capacitiva alimentado em corrente. Neste conversor proposto elimina-se os problemas de sobretensão devido as dispersões nos elementos magnéticos e a comutação dissipativa nos interruptores, além deste proporcionar correntes contínuas na entrada e na saída. A energia das indutâncias é usada para a comutação dos interruptores e enviada para o capacitor de acumulação, após isto esta energia é regenerada para a carga, o que garante baixa energia reativa na entrada. Em conseqüência da transferência de energia com corrente contínua, tanto na entrada como na saída, espera-se minimizar os problemas da interferência eletromagnética irradiada (EMI) [A28]. Fez-se um estudo de perdas do conversor obtendo-se como principal conclusão que as maiores perdas são provocadas pela ondulação da corrente de entrada ( ∆I ), o que leva ao raciocínio de que controlando-se a magnitude desta pode-se obter uma maior eficiência do novo conversor, este estudo foi adicionado no apêndice B deste trabalho. ____________________________________________________________________________________________________________________________ CONVERSOR ISOLADO CC_CC ZVS-PWM…….. Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 8 168 CAPÍTULO 8 CONCLUSÕ E S GERAIS No presente trabalho foi proposto em primeiro lugar um novo conversor push-pull alimentado em corrente e posteriormente procurou-se um conversor que apresenta-se melhorias significativas baseado no primeiro, principalmente que proporciona-se alta frequência de operação e alta eficiência. Para lograr esta meta desenvolveu-se um circuito grampeador regenerativo, que aplicado ao novo conversor, mostrou-se altamente eficiente e simples na sua concepção. Logo, numa tentativa de aplicar grampeamento ativo ao novo conversor flyback-pushpull, chegou-se numa estrutura robusta e de alto rendimento, como é o novo conversor de acumulação capacitiva, e finalmente aplicou-se o principio deste conversor ao conversor de Sokal. O Capítulo I, destinou-se a uma revisão do estado da arte nos conversores isolados com dois interruptores. Enfocou-se nesta revisão as vantagens e desvantagens destas topologias, de modo a visualizar os maiores problemas neles, facilitando a concepção de topologias otimizadas. No Capítulo II, foi introduzido e analisado o novo conversor flyback-push-pull em modo de condução contínua da corrente do transformador flyback. Sendo feitas as análises qualitativa e quantitativa do conversor em D<0,5 e modo de condução contínua, obtendo-se uma eficiência em plena carga de 85% utilizando-se no grampeamento uma técnica passiva semi-regenerativa. No Capítulo III, continuando com o estudo do novo conversor, é feita a análise para o modo elevador em modo de condução continua onde se obtiveram estudos qualitativos e quantitativo neste modo de funcionamento, inclusive comprovados experimentalmente. Dos estudos realizados para o modo de condução contínua pode-se concluir que o conversor preserva todas as propriedades básicas do conversor flyback-push-pull convencional com menor número de componentes. Além disso, o conversor nos modos buck e boost são representados pelo mesmo modelo matemático. ___________________________________________________________________________________________________________________________ CONCLUSÕES GERAIS Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 8 169 No Capítulo IV, fez-se a análise teórica do novo conversor trabalhando em modo de condução descontínua para D<0,5, sendo calculadas suas grandezas mais relevantes e representadas através de ábacos. Comprovou-se o bom desempenho do conversor trabalhando em condução descontínua, embora suas perdas foram maiores devido a que todas as correntes envolvidas são pulsadas, o que eleva o valor eficaz das mesmas. O Capítulo V, é identico ao anterior, com a diferença de que trabalha como elevador, comprovando-se o seu bom desempenho como no caso anterior através de simulações. No Capítulo VI, introduz-se um novo grampeador regenerativo otimizado aplicado a conversores CC-CC do tipo da família push-pull. O grampeador permite, quando comparado com outras alternativas conhecidas sejam ativas ou passivas um desempenho superior e uma opção bastante otimizada e menos complexa. A única desvantagem deste circuito é que somente é possivel seu funcionamento para topologias que não trabalham com seus interruptores sobrepostos. Seu desempenho real foi comprovado experimentalmente num protótipo de 600W, obtendo-se um rendimento a plena carga de 88%. No Capítulo VII, aplica-se grampeamento ativo ao novo conversor flyback-push-pull, gerando-se um conversor totalmente diferente ao original. Obtendo-se correntes não pulsadas na entrada e na saída do conversor, comutação não dissipativa e grampeamento da tensão de bloqueio nos interruptores. As indutâncias de dispersão dos transformadores são incluídas, no caso do transformador push-pull, ao processo de comutação e, no caso do transformador flyback, a um dos processos de transferência de energia, o qual garante baixa energia reativa circulante. O conversor é eficiente, principalmente devido ao fato de ter duas formas de processar energia: direta, através do transformador push-pull e indireta, através da acumulação capacitiva. Como conseqüência destas caracteristicas consegue-se um conversor de alto rendimento e de baixa emissão de interferência eletromagnética (EMI) irradiada. Fez-se um estudo de perdas do conversor obtendo-se como principal conclusão que as maiores perdas são provocadas pela ondulação da corrente de entrada ( ∆I ), o que leva ao raciocínio de que controlando-se a magnitude desta pode-se obter uma maior eficiência deste novo conversor. No Apêndice A, apresenta-se uma variação do conversor de Sokal, mas com caracteristicas e principio de operação diferentes ao conversor já apresentado em [A23]. ___________________________________________________________________________________________________________________________ CONCLUSÕES GERAIS Domingo Antonio Ruiz Caballero CAPÍTULO 8 170 Esta caracteristica diferente é obtida simplesmente fazendo com que a indutância de dispersão do transformador flyback seja várias vezes maior que indutância de comutação, obtendo-se corrente contínua na entrada e mantendo-se a comutação não dissipativa. Do estudo qualitativo do conversor comprovou-se que o secundário do transformador flyback influencia pouco em relação à tranferência de energia total à carga. De observações realizadas na prática concluiu-se que retirando-se os diodos flyback e o secundário do transformador flyback, gera-se um novo conversor que, por ser alimentado em corrente com saída em fonte de tensão e acumulação capacitivo-indutiva, deverá ter um funcionamento análogo ao conversor SEPIC. Os conversores apresentados neste trabalho compartilham as seguintes vantagens: • duas formas de processar energia, de forma a obter um maior rendimento para uma potência dado ou um maior procesamento de energia para um rendimento dado, • elevada eficiência quando comparado com outros ja existentes. A seguir são citadas algumas contribuições para o presente trabalho: • apresentação do estudo qualitativo de diferentes circuitos conversores CC-CC isolados, • proposta de um novo conversor flyback push-pull sendo uma alternativa à topologia já existente, sendo ele especialmente conveniente em aplicações de fontes de alimentação e correção de fator de potência, • proposta de um novo grampeador passivo regenerativo com uma quantidade menor de componentes quando comparado com outras técnicas [C4], • proposta de um novo conversor a acumulação capacitivo-indutiva que se perfila como muito conveniente para aplicações de fontes de alimentação de alto rendimento, • levantamento das principais características destes conversores de forma a serem entendidos e usados para outros projetos, • realização de um detalhado estudo de perdas de forma a entender qual ou quais são as variaveis envolvidas nestas perdas, • como trabalho futuro, propõe-se um novo conversor com comutação não dissipativa, e correntes não pulsadas na fonte, mesmo para razões cíclicas inferiores ou superiores a 0,5. Devido ao fato de que o conversor será elevador e abaixador de tensão, conclui-se que o conversor proposto na realidade se comportaria como um conversor SEPIC de quatro interruptores. Isto é mostrado no apêndice A. ___________________________________________________________________________________________________________________________ CONCLUSÕES GERAIS Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 171 AP ÊNDICE A NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇ ÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL A.1.- Introdução Neste apêndice é apresentada uma variação do conversor de Sokal (ou de Weinberg de quatro diodos), embora o grampeamento ativo do conversor tenha sido já publicado[A23], inclusive somente com um interruptor, suas caracteristicas e principio de operação são diferentes. O circuito a ser explanado tem como caracteristicas principais a comutação não dissipativa nos seus interruptores, corrente não pulsada na entrada e triangular na saída, além de não apresentar problemas de sobretensão. O funcionamento do novo conversor é analogo ao conversor de acumulação capacitiva mostrado no capitulo anterior, tendo como no caso anterior duas formas de processar energia: indireta através do capacitor de acumulação e direta através do transformador push-pull . O capacitor de acumulação novamente cumpre duas funções. Primeiramente a absorção da energia das indutâncias de dispersão, realizando um grampeamento ativo no conversor para em seguida redirecionar esta energia através dos interruptores auxiliares para a carga. Seu princípio de operação é explicado e verificado experimentalmente. É sabido que os conversores flyback-push-pull alimentados em corrente (o novo conversor mostrado nesta trabalho e o de Sokal ) tem várias vantagens em relação ao pushpull convencional seja alimentado em corrente ou tensão, contudo a maior vantagem é a de possuir duas formas de processar energia, o que possibilita maior rendimento para uma potência dada ou um maior processamento de energia para um rendimento dado. Porém, como discutido no capítulo anterior, apresenta duas importantes desvantagens: - a grande sensibilidade às indutâncias de dispersão de seus transformadores, - o fato de apresentar correntes pulsadas na entrada ou na saída dependendo do modo de operação. No modo buck, as correntes são pulsadas na entrada, no modo boost as ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 172 correntes são pulsadas na saída, prejudicando as caracteristicas de emissão de interferência eletromagnetica irradiada. Pensando nessas desvantagens gerou-se primeiramente o conversor de acumulaçào capacitiva mostrado no capitulo anterior. Aplica-se o mesmo principio ao conversor de Sokal gerando-se o circuito proposto. A.2.– Circuito proposto e etapas de operação. O circuito proposto (Fig. A.1) difiere do conversor de Sokal com grampeamento ativo publicado em [A23], principalmente porque o capacitor de grampeamento não é apenas responsavel por absorver as energias das indutâncias de dispersão e devolver esta energia para a entrada. Mas sim para redirecionar esta energia para a carga, de forma a reduzir a energia reativa circulando no circuito. Similarmente ao capitulo anterior, se o valor da indutância de entrada (Li), que corresponde à indutância de dispersão do transformador flyback, for suficientemente maior que as indutâncias de comutação, obter-se-á corrente continua de entrada e portanto, o capacitor será obrigado a entregar sua energia através do transformador push-pull para a carga. S1A S2A M d L d2p d o4 3 do1 TR L 1s Ca L 2p L 1P n3 + C L 2s Ro o n4 L d3p VI d o2 - S 1p C 1p S 2p C 2p Fig. A.1 – Variação do conversor de Sokal proposto. A.3.1.- Etapas de operação. As principais formas de onda do conversor são ilustradas na Fig. A.2 ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 173 Vgs S1p S1a (a) t S2p S2a (b) t Ip iDM1p ido3 ido4 t (c) -Iy iDM1a iCa Ip t (d) iL1p I2 I1 T/2 t=to t=t1 t=t2 t=t3 t (e) T t=t4 Fig. A.2 – Formas de onda do novo conversor de Sokal. O conversor apresenta um total de dez etapas de funcionamento, das quais somente serão detalhadas cinco, correspondentes a meio período. 1a Etapa (t0,t1) Crescimento de iL1p. No instante t=t0 quando S1p é acionado a conduzir o interruptor auxiliar S2a encontra-se já com o comando acionado, porém a corrente circula através dos diodos anti-paralelos de ambos interruptores. A corrente através de L1p passa a crescer e a energia das indutâncias de comutação é transferida para o capacitor de acumulação. No circuito de saída estão em condução os diodos d01 e d03. Esta etapa é mostrada na Fig. A.2a e o circuito equivalente na Fig. A.2b.. ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 174 S 1A S 2A L 1s do3 L d2p T d o4 do3 Vo Ca L 1s + L 2p L 1P a M d o1 R + C S 2A do1 M C L 2s L d2p Ro o L 2p L 3p L d3p L 1p n3 + n4 - Li L d3p V I d o2 - S 1p C S 2p 1p C + S 1p V IN 2p - (a) (b) Fig.A.2 – Primeira etapa. 2a Etapa (t0,t1) Crescimento de iL1p (continuação). Em t=t1 o interruptor S1p assume a corrente, sem perdas de comutação, e simultaneamente o mesmo ocorre com o interruptor auxiliar S2a. Devido a esta mudança nos sentidos de condução, os diodos de saída comutam, conduzindo os diodos do4 e do2. Nesta etapa o capacitor de acumulação entrega energia para a carga. Esta etapa e seu circuito equivalente é mostrada na Fig. A3a e A3b respectivamente. S1A L 1s S 2A S 2A M d o3 L d2p C - Ca a L d2p L 1s - L 2p L 1P Vo M d o4 d o4 do2 d o1 TR C L 2s o L 2p L 3p Ro L d3p L 1p + n3 n4 + + Li L d3p V I d o2 - S 1p C 1p S 2p C S 1p + V IN 2p (a) - (b) Fig. A.3 – Segunda etapa. 3a Etapa (t2-t3) Transferência de energia. Em t=t2 S1p é aberto, e a corrente é transferida para o capacitor C1p, caracterizando uma comutação linear sem perdas. O restante dos interruptores permanecem sem modificações em seus estados. Esta etapa e seu circuito equivalente é mostrada na Fig. A4a e A4b respectivamente. ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 175 S2A S1A L 1s S 2A M d o3 L d2p T d o4 - C C L 1s - L 2p L 1P a Vo M d o4 do2 d o1 R Co L 2s a L 2p L d2p Ro L 3p L d3p L 1p + n4 n3 + + Li L d3p V C 1p I d o2 - S 1p C 1p S 2p C + V IN 2p - (a) (b) Fig. A.4– Terceira etapa. 4a Etapa (t3-t4) Grampeamento. Em t=t3 o capacitor C1p alcança o valor da tensão do capacitor Ca, obrigando a conduzir o diodo em antiparalelo com S1a, preparando-o para a comutação. O capacitor recebe e entrega energia, porém o valor total neto desta energia será negativo, ou seja, o capacitor está sendo carregado. Esta etapa e seu circuito equivalente é mostrada na Fig. A5a e A5b respectivamente. S 1A S2A L 1s d o3 L d2p d o4 C L 1s - L 2p L 1P a M do3 Vo do2 d o1 TR - C S 2A d 1a M Co L 2s a L d2p Ro L 2p L 3p L d3p L 1p + + n3 n4 + Li L d3p V I d o2 - S 1p C 1p S 2p + C 2p V IN - (a) (b) Fig. A.5 – Quarta etapa 5ta Etapa (t4-t5) Segunda comutação. Em t=t4 o interruptor auxiliar S2a é aberto provocando a segunda comutação deste semiciclo. O capacitor C2p passa a descarregar-se. Esta etapa termina quando a tensão em C2p atinge o zero, e odiodo em antiparalelo a S2p entra em condução, permitindo uma comutação sem perdas para o ínicio do proximo semi-ciclo. Esta etapa e seu circuito equivalente é mostrada na Fig. A6a e A6b respectivamente. ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 176 S 2A L 1s S 2A S 1A M d o3 L d2p T do4 - - C L 2p L 1P a V M o do4 do2 do1 R Ca L 1s C L 2s o L d2p Ro L 2p L 3p L d3p L 1p + n3 n4 + + Li L d3p V I d o2 - S 1p C 1p S 2p C S 1p + V 2p (a) IN - (b) Fig. A.6 – Quinta etapa. A.3.– Considerações com respeito ao conversor. O presente estudo foi realizado com o intuito de obter um conversor com correntes não pulsadas de alta eficiência e comutação não dissipativa, a exemplo do conversor apresentado no capítulo anterior. Porém, através da análise qualitativa, observaram-se algumas características não recomendáveis do conversor proposto. A principal destas caracteristicas é sem duvida o fato de que sempre conduzirão os diodos com anodos em comum como são os diodos do1,do3 ou do2, do4. A condução sincronizada dos diodos de saída acarreta alguns aspectos negativos. Observando-se os circuitos equivalentes (Fig. A.2b – A.6b) tem-se que o secundário do transformador flyback (L1s) sempre estará em roda livre ou curto-circuitado de forma que nunca poderá processar energia. Em um primeiro momento pensou-se que tal vez modificando as relações de transformador dos transformadores flyback e push-pull (tornando-as distintas) poder-se-ía de alguma forma remediar este problema. Contudo observou-se através de diferentes simulações, que isto não influa na energia processada pelo transformador flyback mas somente se introduz uma descontinuidade na corrente dos diodos flyback. O segundo problema observado pela condução destes diodos, é que em nenhum caso conduzem simultaneamente os diodos push-pull do3,do4. Isto é um problema devido a que estes diodos são uma via de desmagnetização do transformador push-pull. Como poderá ser lembrado o conversor de Weinberg original, de três diodos, evolucionou para o de quatro diodos justamente para solucionar o problema provocado pela corrente de magnetização circulante, quando funcionando no modo abaixador, devido ao fato de ter uma indutância finita.[A29] ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 177 Embora o conversor funcione normalmente, como poderá observado no próximo item, uma duvida nasce em relação à funcionalidade do secundário do transformador flyback, assim como a dos diodos do1 e do2. Esta duvida será respondido no item A.5. A.4. – Resultados experimentais. De forma a demonstrar o funcionamento do conversor e comprovar de forma efetiva os problemas descobertos na análise qualitativa, modificou-se o prototipo do conversor analisado no capitulo anterior . Os resultados são mostrados nas figuras seguintes. A Fig. A.7 mostra a corrente de entrada do conversor comprovando-se a obtenção de uma corrente não pulsada na entrada, embora o conversor esteja trabalhando no modo abaixador, obtendo-se um dos objetivos procurados. IL1P [5A/div ] 0 Fig. A.7 – Corrente de entrada . A Fig. A.8 mostra as tensões sobre os interruptores principal (Fig. A.8a) e auxiliar (Fig.A.8b), onde pode-se notar que existe uma oscilação sobre os interruptores devido às indutâncias parasitas do lay-out. Comparando-a com o conversor do capítulo anterior, podese dizer que neste caso estas indutâncias influenciam em forma mais crítica. ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 178 VDS1p [20V/div ] VDS 1a[20V/div ] 0 0 (a) (b) Fig. A.8 – Tensão nos interruptores. A Fig.A.9a apresenta a corrente através dos diodos push-pull (do3 e do4) e a Fig. A.9b ilustra a corrente através dos diodos flyback (do1 e do2), percebendo-se claramente que o transformador flyback processa pouca energia em relação ao transformador push-pull. Isto é consequência de que o secundário do transformador está em permanente roda livre (ou curto circuitado) através de um dos diodos push-pull. Ido1 [1A/div ] Ido3 [5A/div ] 0 0 (a) (b) Fig. A.9 – Correntes nos diodos: a) push-pull e b) flyback. A Fig. A.10 ilustra a tensão sobre o primário do transformador push-pull, observando-se que não existe um intervalo onde a tensão seja zero. Portanto, perde-se o intervalo em que o transformador é totalmente desmagnetizado. ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 179 VL2P [20V/div ] 0 Fig. A.10 – Tensão sobre os enrolamentos primários do transformador push-pull. Na Fig. A.11 é apresentada a comutação nos interruptores principais, observando-se a característica de comutação ZVS, porém, o conversor apresenta perdas resultantes das oscilações espúrias geradas pelas indutâncias parasitas. 0 Fig. A.11 – Comutação nos interruptores principais. A.5. – Trabalho futuro. Tal como foi esboçado no item anterior, a funcionalidade do secundário do transformador flyback e os diodos do1 e do2 fica comprometida uma vez que quase a totalidade da energia absorvida pela carga é fornecida através do transformador push-pull via diodos do3 e do4 (ver fig. A.9). Colocada esta observação resta somente fazer uma lógica dedução, retirando os diodos do1 e do2 e o secundário do transformador flyback (mostrados ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 180 na Fig. A.12a). Origina-se com isto um novo conversor com comutação não dissipativa, e correntes não pulsadas na fonte, mesmo para razões cíclicas inferiores a 0,5 (Fig. A.12b). S 2A S1A S2A S 1A M do3 L d2p d o4 L d2p d o1 TR d o3 TR L 1s Ca L 1P L 2p n3 + Co L 2s Ca Ro n3 n4 + L d3p V I C 1p S 2p C Ro n4 I d o2 - S 1p 2p Co L 2s L d3p V d o2 - S 1p L 2p L 1P C 1p S 2p C 2p (a) (b) Fig. A.12 – Geração do circuito proposto. Observando-se que o conversor resultante não é outro senão o conversor boost com grampeamento ativo [A30]. Embora a afirmação anterior a priori possa ser válida, não é possivel dizer que este conversor gerado é realmente um conversor da familia boost, devido principalmente a que o capacitor de grampeamento terá duas funções, sendo a mais importante, a de processar energia. E secundariamente, devido ao fato de que o conversor será elevador e abaixador de tensão, portanto, conclui-se que o conversor proposto na realidade se comportaria como um conversor SEPIC de quatro interruptores. Isto, porque ele é alimentado em corrente com saída em tensão, com dois elementos acumuladores (L1p e Ca) e finalmente por ser elevador e abaixador. A afirmação feita respeito ao bom funcionamento para quaisquer razão cíclica, se deve principalmente aos resultados mostrados no item anterior, onde se trabalha com uma razão cíclica menor que 0,5, e em [A30 ], onde é feito o estudo do conversor para razões cíclicas maiores que 0,5, com um otimo funcionamento e rendimento. Como nota final pode-se escrever que o conversor proposto se perfila como muito conveniente para aplicações de fontes de alimentação e especialmente em aplicações de correção de fator de potência. ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE A 181 A.6. – Conclusões. Utilizando-se a mesma técnica do capítulo anterior, foi gerado uma variação do conversor de Sokal (ou Weinberg de quatro diodos) de forma a obter correntes não pulsadas entrada e saída e comutação não dissipativa. Do estudo qualitativo do conversor comprovou-se que o secundário do transformador flyback influencia pouco em relação à transferência de energia total à carga, sendo isto comprovado experimentalmente. No obstante, de observações feitas na prática e da experiencia obtida do capítulo anterior concluiou-se que retirando os diodos flyback e o secundário do transformador flyback gera-se um novo conversor que pode trabalhar com razão cíclica entre zero e um, corrente de entrada não pulsada e corrente de saída triangular. Este conversor por ser alimentado em corrente com saída em fonte de tensão e acumulação capacitiva –indutiva, deverá ter um funcionamento análogo ao conversor SEPIC. ____________________________________________________________________________________________________________________________ NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO BASEADO NO CONVERSOR DE SOKAL Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 182 APÊNDICE B ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR ISOLADO CC-CC ZVS-PWM. B1. Estudo teórico de perdas. As perdas no novo conversor podem ser representadas pela superposição das perdas com carga e em vazio. B1.1 Perdas com carga. O modelo que representa estas perdas é mostrado pela figura seguinte, onde o conversor é representado pelo seu modelo linear médio[B4]. R eq1 + VI - Io Ii ∆I M R eq2 Ro Fig. B1.- Modelo de perdas com carga. Onde Req1 representa as perdas nos elementos do circuito devidas à corrente de carga (Io) sejam estes interruptores, diodos ou transformadores. Então: Req1 = RLT + RSP + RSA + Rdo (B.1) O modelo médio do conversor pode ser visto como um transformador ideal, logo a resistência equivalente pode ser refletida ao circuito de saída, como mostra a fig. B2. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 183 Ii ∆I R ’eq1 + R eq2 VI M Io Ro - Fig. B2.- Modelo de perdas com carga com as perdas refletidas ao secundário. R'eq1 = M 2 ⋅ Req1 . Onde Para completar a análise é preciso encontrar as expressões que representem as perdas com carga, portanto é necessário primeiro modelar as diversas resistências, logo o modelo da resistência equivalente (Req1) pode ser feito da maneira mostrada a seguir. B.1.1.1. Resistência equivalente dos elementos magnéticos (RLT). Para a obtenção da resistência equivalente nos elementos magnéticos considera-se somente as perdas no cobre desprezando as perdas do núcleo, portanto, tem-se que as principais perdas nos magnéticos são devidas ao cobre, então: 2 2 2 I i2 ⋅ RLT = RL1P ⋅ I i2 + RL2 P ⋅ ( 2 ⋅ D ⋅ iSp ) + RL1S ⋅ I o2 + RL2 S ⋅ ido + 2 ⋅ (1 − D ) ⋅ iSa rms rms rms (B.2) ou RLT = RL1P + RL2 P ⋅ 2 2 ( 2 ⋅ D ⋅ iSp + 2 ⋅ (1 − D ) ⋅ iSa ) rms rms I i2 I o2 2 ido rms + RL1S ⋅ 2 + RL2 S ⋅ 2 Ii Ii (B.3) Onde RL1P = Resistência do enrolamento primário do transformador flyback. RL2P = Resistência do enrolamento primário do transformador push-pull. RL1S = Resistência do enrolamento secundário do transformador flyback RL2S = Resistência do enrolamento secundário do transformador push-pull. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B B.1.1.2. 184 Resistência equivalente nos interruptores principais (RSp). As perdas nos interruptores são fundamentalmente as perdas por condução, já que as perdas por comutação podem ser desprezadas devido a que o conversor trabalha com comutação suave, logo: 2 I i2 ⋅ RS P = 2 ⋅ D ⋅ Ron ⋅ iSp rms (B.4) ou RS P = 2 ⋅ D ⋅ Ron ⋅ 2 iSp rms (B.5) I i2 Neste caso são duas vezes D devido a que num período conduzem os dois interruptores principais. B.1.1.3. Resistência equivalente nos interruptores auxiliares (RSa). A resistência equivalente nos interruptores auxiliares é obtida de forma idêntica aos interruptores principais, com uma única diferença, os tempos de condução são complementares. Logo: 2 I i2 ⋅ RSa = 2 ⋅ (1 − D ) ⋅ Ron ⋅ iSa rms (B.6) ou RSa = 2 ⋅ (1 − D ) ⋅ Ron ⋅ B.1.1.4. 2 iSa rms (B.7) I i2 Resistência equivalente nos diodos de saída (Rdo). A resistência equivalente nos diodos são devidas à superposição das perdas ôhmicas e as produzidas por causa da queda de tensão de junção, então: 2 I i2 ⋅ Rdo = Rd ⋅ ido + V f ⋅ I do rms (B.8) ou Rdo = Rd ⋅ 2 ido rms I i2 I + V f ⋅ do I i2 (B.9) Onde Ido é a corrente média e Vf é a queda de tensão de junção do diodo. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 185 Finalmente obtém-se a expressão para a resistência equivalente do circuito somando as equações (B.3), (B.5), (B.7) e (B.9). 2 2 2 ⋅ D ⋅ iSp + 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ iSa rms rms Req1 = RL1P + 2 ⋅ ( RL2 P + Ron ) ⋅ 2 I i i2 I I2 + RL ⋅ o + ( RL + Rd ) ⋅ dorms + V f ⋅ dorms 1S 2S 2 2 Ii Ii I i2 (B.10) Obtendo o valor da resistência equivalente para o circuito de saída do conversor obtém-se que: R'eq1 = M 2 ⋅ Req1 (B.11) I2 M 2 = i2 Io mas, Então: 2 2 2 ⋅ D ⋅ iSp + 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ iSa rms rms R'eq1 = RL1P ⋅ M 2 + 2 ⋅ ( RL2 P + Ron ) ⋅ 2 I o i2 V + RL + ( RL + Rd ) ⋅ dorms + f 1S 2S 2 2 ⋅ Io Io (B.12) Finalmente as perdas com carga devida à corrente de saída podem ser escritas como: [ ) ( ] 2 2 2 ∆P1 = RL1P ⋅ M 2 + RL1S ⋅ I o2 + 2 ⋅ ( RL2 P + Ron ) ⋅ 2 ⋅ D ⋅ iSp + 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ iSa + ( RL2 S + Rd ) ⋅ ido + rms rms rms B.1.1.5. As V f ⋅ Io 2 (B.13) Perdas com carga devidas à ondulação de entrada. perdas com carga, devidas à ondulação da corrente de entrada, podem ser modeladas como: Perdasc arg a = Vi ⋅ 2 ( Io ) ∆I rms ∆I rms( io ) (B.14) Onde ∆I rms ( io ) será a ondulação da corrente de entrada com a corrente de saída nominal do circuito. B1.2 Perdas em vazio. As perdas em vazio são devidas unicamente à componente alternada da corrente de entrada que é a ondulação ∆I , mas devido à forma como foi calculada a expressão para ∆I (desprezando-se está ondulação em vazio) está será zero no momento em que a corrente de saída anular-se. A expressão da ondulação é dada novamente pela eq. (B.15). _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 186 ∆I ( I o ) = ( 1 + M ) ⋅ D( I o ) M ⋅ Io ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1 ) ⋅ 1 − 1 − 2 ( 2 ⋅ ζ − 1) η ⋅ ( 1 + M ) ⋅ D ( I ) ⋅ ( ζ + 1 ) o (B.15) Agora procura-se uma expressão para ∆I em vazio. Através de simulações obtém-se em forma empirica um ∆I em vazio de 400mA para os parâmetros do projeto calculado no capítulo 7. Logo com isto e a eq. (B.15) obtém-se a seguinte expressão para ∆I em vazio. ∆I ( 0 ) = Onde ∆I = ∆I ⋅ Vi Ld ⋅ f 3 ⋅ ( 1 + M ) ⋅ D( I o ) 100 ⋅ ( 2 ⋅ ζ − 1 ) (B.16) . Portanto, a expressão de perdas devida à ondulação de entrada é dada por: 2 2 ∆I rms ( Io ) 2 + ∆I rms ( 0 ) ∆P2 = Vi ⋅ ∆I rms( i ) o (B.17) Onde ∆I rms é dada por[A26]: ∆I rms = B1.3 ∆I (B.18) 12 Obtenção do rendimento em função da corrente de carga. Para a obtenção do rendimento tem que ser considerado o ganho constante, portanto, é necessário calcular a expressão da razão ciclíca (D) em função da corrente de saída para um ganho (M) constante dado. A expressão obtida é dada a seguir: D( I o ) = 1 M ⋅ ⋅ [2 ⋅ I o ⋅ ζ + M ⋅ ζ + 2 ⋅ M ⋅ I o ⋅ ζ + M ⋅ η − M ⋅ I o − I o ] 1 + M η ⋅ (ζ + 1) (B.19) O valor de η na equação (B.19) será o valor nominal assumido para o projeto dos elementos do conversor no capítulo 7. Graficamente D(Io) é mostrado na figura seguinte: _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 187 Fig. B3.- Razão cíclica em função da corrente de carga para os parâmetros dados para o projeto . O valor da razão cíclica em função de Io, será usado no cálculo de cada uma das expressões que estejam em funcão de D, de modo a manter o ganho constante. É por este motivo que a função rendimento é obtida numericamente, neste caso, utilizando-se o programa MATHCAD. Então o rendimento pode ser representado tomando em conta a superposição das perdas, como: η ( Io ) = Vo ⋅ I o Vo ⋅ I o + ∆P1 + ∆P2 (B.20) Finalmente substituindo ∆P1 e ∆P2 e dividindo por Vo obtém-se: η( I o ) = Io 1 Io + ⋅ M ∆I 2 ( I ) rms o ∆I rms ( io ) 2 2 ido ( M 2 ⋅ RL1P + RL1S ) 2 2( R L2 P + Ron ) 2 2 2 rms + V f ⋅ I o +( R (0) + ⋅ Io + ⋅ D( I o ) ⋅ i sp + ( 1 − D( I o )) ⋅ i sa + R ) ⋅ + ∆I rms L d 2S rms rms V V V 2 ⋅Vo o o o (B.21) As expressões de corrente eficaz nos interruptores principais, auxiliares e nos diodos de saída já foram calculadas. Substituindo-se na eq. (B.21) e através do programa MATHCAD geram-se as curvas representativas do rendimento e das perdas mostrando-se na figura seguinte: _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 188 (a) (b) Fig. B4.- (a) Função rendimento e (b) função perdas obtidas através do modelo. De forma a comprovar a análise feita proceder-se-á a obtenção de uma função que represente as perdas, através de um método numérico. B2. Estudo analítico-experimental de perdas. Foram feitas medições das correntes de entrada e de saída de modo a obter o rendimento e a função perdas do conversor, então: Tabela No B1 Com Vo=60V, VI=48V e F=25kHz. II [A] Io [A] PI [W] Po [W] Perdas[W] η 1,438 1,038 69,024 62,28 6,744 90,22 2,68 1,98 127,68 118,8 8,88 93,04 3,88 2,88 186,24 172,8 13,44 92,78 6,57 4,85 315,36 291 24,36 92,27 7,95 5,86 381,6 351,6 30 92,13 9,32 6,82 447,36 409,2 38,16 91,46 12,1 8,78 580,8 526,8 54 90,7 13,61 9,78 653,76 586,8 66,96 89,75 14,38 10,2 690,24 612 78,24 88,66 A seguir é encontrada a função numérica desta curva de perdas. Esta função é aproximada através do método numérico dos minimos quadráticos. Aproxima-se a função perdas a uma função do tipo _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 189 Θ( x ) = α1 + α 2 ⋅ x + α 3 ⋅ x 2 (B.22) Identificando variáveis, neste caso xk (abcissa) será a corrente de saída e f(xk) (ordenada) serão as perdas. Tabela No B2 Xk=9 10,2 9,78 8,78 6,82 5,86 4,85 2,88 1,98 1,038 ΣXk=9=52,188 F(xk) 78,24 66,96 54 38,16 30 24,36 13,44 8,38 6,744 ΣF=(Xk)=320,284 Os valores das constantes α1 , α 2 e α3 são calculados através de um sistema de equações linear que minimiza o erro, dado por: A* α = b (B.23) Ou em forma matricial, com A simétrica. a11 a12 a a 21 22 a31 a32 a13 α1 b1 a23 * α 2 = b2 a33 α 3 b3 (B.24) A função perdas é reescrita como: Θ( x ) = α1 ⋅ g1 ( x ) + α 2 ⋅ g 2 ( x ) + α 3 ⋅ g 3 ( x ) Com (B.25) g1 ( x ) = 1 g2 ( x) = x g3 ( x ) = x 2 Os coeficientes das matrizes são calculados da seguinte maneira: 9 a11 = ∑ 9 g1 ⋅ g1 = K =1 ∑12 = 9 9 a12 = a21 = a13 = a31 = (B.26) K =1 9 ∑ g1 ⋅ g 2 = ∑ ( xK ) = 52,188 K =1 K =1 9 9 ∑ g1 ⋅ g3 = K =1 ∑( xK2 ) = 394,443544 (B.27) (B.28) K =1 _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 190 9 a22 = 9 ∑ g2 ⋅ g2 = K =1 ∑ ( xK2 ) = 394,443544 9 9 a23 = a32 = ∑ g2 ⋅ g3 = K =1 9 a33 = ∑ (B.29) K =1 ∑( xK3 ) = 3338,782904 (B.30) K =1 9 g3 ⋅ g3 = K =1 ∑ ( xK4 ) = 29896,80641 (B.31) K =1 Obtendo os coeficientes da matriz b. b1 = 9 9 K =1 K =1 ∑ f ( xK ) ⋅ g1 = ∑ f ( xK ) ⋅1 = 320,284 9 b2 = ∑ 9 f ( xK ) ⋅ g2 = K =1 ∑ ∑ f ( xK ) ⋅ xK = 2543,533872 (B.33) K =1 9 b3 = (B.32) 9 f ( x K ) ⋅ g3 = K =1 ∑ f ( xK ) ⋅ xK2 = 22240,30652 (B.34) K =1 Invertendo a matriz A e multiplicando por b, obtem-se: α1 5.919 α = 0,54 2 α 3 0,606 (B.35) Ou em forma de equação: P ( I o ) = 5,919 + 0.54 ⋅ I o + 0,606 ⋅ I o2 (B.36) Obtendo-se o rendimento como : _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 191 η= Vo ⋅ I o (B.37) Vo ⋅ I o + 5,919 + 0,54 ⋅ I o + 0,606 ⋅ I o2 ou η= Io (B.38) 5,919 + 0,54 ⋅ I o + 0,606 ⋅ I o2 Io + Vo A equação (B.36) é mostrada na fig. B5(b) junto com o rendimento obtido da eq. (B.38) chegando-se a uma boa representação através da aproximação numerica. (a) Fig. B5.- (a) - Rendimento obtido de (B.38). (b) – perdas obtidas da eq. (B.36). (b) Finalmente falta fazer uma comparação entre o rendimento obtido experimentalmente (sua aproximação numérica) e o rendimento obtido teoricamente. Este último calculado para os valores do conversor experimental. Podendo-se observar através da figura seguinte que o modelo obtido é uma representação realista das perdas no conversor. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE B 192 Fig. B6.- Comparação entre os rendimentos: (a) Aproximação numérica do rendimento experimental (b) Teórico (c) Experimental. _____________________________________________________________________________________________________________________ ESTUDO DE PERDAS DO NOVO CONVERSOR DE ACUMULAÇÃO. Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE C 193 APÊNDICE C CÁLCULO DO GRAMPEADOR SEMIREGENERATIVO APLICADO AO NOVO CONVERSOR FLYBACK PUSH-PULL. PUSH-PULL. Para o cálculo do circuito grampeador é considerado o circuito equivalente mostrado pela fig. C1. A consideração principal no análise é que Cs comporta-se como fonte de tensão com valor Vcs igual aum multiplo (Kv) da tensão de bloqueio do interruptor (calculado no cap. 3 ). Portanto: + Ld NVo - RS + VI DS CS - Fig. C1 – Circuito equivalente Aplicando a lei de tensões de Kirchoff no circuito equivalente tem-se que: VC S = KV ⋅ Vi 1− D , Onde Kv>1, e Ld indutância de dispersão (C.1) Também: VLd = Ld ⋅ VC g − Vi RS diLd dt = iRS (C.2) (C.3) _____________________________________________________________________________________________________________________ CÁLCULO DO GRAMPEADOR SEMIREGENERATIVO …... Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE C 194 VRS − VLd = N ⋅Vo (C.4) VC S − VLd = Vi + N ⋅ Vo (C.5) Aplicando a lei de correntes de Kirchoff: iLd ( 0 ) = I L1P (C.6) iLd = iRS + iCS (C.7) max Substituindo a eq. (C.5) em (C.2) tem-se: VCS − Vi − N ⋅ Vo = Ld ⋅ diLd (C.8) dt Ou, diLd dt = VCS − Vi − N ⋅ Vo (C.9) Ld Integrando tem-se: iLd ( t ) = I L1P max − VC S − Vi − N ⋅ Vo Ld ⋅t (C.10) Para t = ∆t ' então iLd ( ∆t ' ) = 0 , então: VC S − Vi − N ⋅ Vo ⋅ ∆t' = I L1P max Ld (C.11) Substituindo Vcs desde a eq. (C.1) e o ganho desde o capitulo 2, tem-se: ∆t' = ⋅ Ld ⋅ ( 1 − D ) I L1P max ( K − 1 ) ⋅ Vi (C.12) Sendo ∆t ' o tempo de magnetização das indutâncias parasitas. Considerando que por Rs circula somente a corrente média de iLd (t ) , procede-se a calcular-la como: 2 I Ld = ⋅ T ∆t ' ∫ iL d (t ) ⋅ dt (C.13) 0 Substituindo iLd(t) e desenvolvendo-se a integral se tem: I Ld = VC − Vi − N ⋅ Vo 2 2 ⋅ I L1P ⋅ ∆t' − S ⋅ ∆t' max T 2 ⋅ Ld (C.14) _____________________________________________________________________________________________________________________ CÁLCULO DO GRAMPEADOR SEMIREGENERATIVO …... Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE C 195 Sabendo que: VC S − Vi − N ⋅ Vo = ( K v − 1) ⋅ Vi (1 − D ) (C.15) Substituindo em (C.14), obtém-se que: I Ld = 2 T 2 ( K v − 1 ) ⋅ Vi ⋅ I L1P ⋅ ∆t' − ⋅ ∆t' max 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ Ld (C.16) Desde a eq. (C.12) em (C.16) : I Ld = 2 T 2 ⋅ Ld ⋅ ( 1 − D ) − ( K v − 1 ) ⋅ Vi ⋅ I L1P max ( K v − 1 ) ⋅ Vi 2 ⋅ ( 1 − D ) ⋅ Ld L ⋅(1 − D ) ⋅ d ( K v − 1 ) ⋅ Vi 2 (C.17) Ou, 2 ⋅ Ld ⋅ ( 1 − D ) ⋅ FS I Ld = I L1P max ( K v − 1 ) ⋅ Vi (C.18) Calcula-se então RS, como: RS = VCS − Vi I Ld (C.19) Substituindo-se todas as expressões, obtem-se finalmente o valor do resistor de grampeamento. V 2 ⋅ ( Kv − 1 + D ) ⋅ ( Kv − 1 ) RS = i I L2 ⋅ Ld ⋅ ( 1 − D )2 ⋅ FS (C.20) 1Pmax _____________________________________________________________________________________________________________________ CÁLCULO DO GRAMPEADOR SEMIREGENERATIVO …... Domingo Antonio Ruiz Caballero APÊNDICE C 196 A seguir é dada a listagem do programa de simulação, desconsiderando a dispersão dos transformadores, feito no programa PSPICE para as formas de onda idealizadas do capitulo 2. Conversor NOVO PUSH_PULL F=25KHz Vin 1 0 48 L1p 1 2 27.15uH L1s 10 11 249.312uH KL1p1s L1p L1s 0.999999999 * transformador Push-Pull L2p 3 2 1mH L2s 8 9 9.18mH L3p 2 4 1mH L3s 9 7 9.18mH KL2p2s L2p L2s 0.999999999 KL3p3s L3p L3s 0.999999999 KL2p3p L2p L3p 0.999999999 KL2s3s L2s L3s 0.999999999 KL2p3s L2p L3s 0.999999999 KL3p2s L3p L2s 0.999999999 S1 3 0 5 0 CHAVE S2 4 0 6 0 CHAVE *diodos retificadores de saida Do1 8 10 DIODO Do2 7 10 DIODO *Valores da carga Co 11 9 1000u ic=57.6 Ro 11 9 5.76 Rt 9 0 800k * CIRCUITO DE COMANDO Vs1 5 0 pulse(0 20 0 10ns 10ns 12us 40us) ; *ipsp* Vs2 6 0 pulse(0 20 20us 10ns 10ns 12us 40us) ; *ipsp* .LIB .MODEL DIODO D(Rs=0.1 Vj=0.8) .MODEL CHAVE VSWITCH(Ron=0.08 Roff=1e6 Von=2V Voff=1V) .TRAN 100n 10ms 9.8ms 100n uic; *ipsp* .options itl1 = 40 itl2 = 20 itl4 = 200 + itl5 = 0 width = 80 digmntymx = 2 abstol = 10.000u chgtol = 1.000u reltol = .01 + vntol = 1.000u ; *ipsp* .PROBE .END _____________________________________________________________________________________________________________________ CÁLCULO DO GRAMPEADOR SEMIREGENERATIVO …... Domingo Antonio Ruiz Caballero REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS 197 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS A.- Conversores PWM. [1] G. V. Torrico Bascopé, “Conversor Flyback-Push-Pull Alimentado em Corrente com Correção de Fator de Potência”. Dissertação de mestrado, Instituto de Eletrônica de potência – UFSC, Florianópolis – SC, Junho de 1996. [2] V.J. Thottuvelil, T.G. Wilson and H.A. Owen,Jr., "Analysis and Design of a Pushpull-Current-Fed Converter”, IEEE Power Electronic Specialist Conference,1981 Record. pp. 192-203. [3] R. Redl and N. Sokal, "Push-Pull Current-Fed, Multiple output Regulated Wide Input Range DC/DC Power Converter with only one Inductor and With 0 to 100% Switch Duty Ratio: Operation at Duty Ratio Below 50 %". IEEE PESC Record 1981, pp. 204-212. [4] A.H. Weinberg and P.R. Boldo, “A High Power, High Frequency, DC to DC Converter For Space Applications.”, IEEE APEC 1992, pp. 1140-1147. [5] P.S. Latos and D.J. 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Applications, Vol IA-8 No 5, pp. 593-600,Sept./Oct.1972. _____________________________________________________________________________________________________________________ Domingo Antonio Ruiz Caballero REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS 200 [3] W. McMurray, “Selection of Snubbers and Clamps to Optimize the Design of Transistor Switching Converters” IEEE Trans. Ind. Applications, Vol IA-16 No 1, pp. 513-523, July/August 1980. [4] M. Domb, R. Redl, and N. Sokal, “Nondissipative Turn-off Snubber alleviates Switching Power Dissipation, Second-breakdown Stress and Vce Overshoot: Analysis, Design Procedure and Experimental Verification.” IEEE PESC Record 1982, pp. 445-454. [5] B. Carsten, “Design Techniques for Transformer Active Reset Circuit at High Frequencies and Power Levels.” HFPC’90 – High Frequency Power Conversion, 1990, pp. 235-246. [6] V. G. Agelidis, P. D. Ziogas and G. Joos, ”An Efficient High Frequency High Power off Line DC-DC Converter topology.” IEEE PESC’90, Texas, 1990, pp. 173-180. [7] K. Harada and H. Sakamoto, “Switched Snubber for high Frequency Switching.” IEEE PESC’90, Texas, 1990, pp. 181-188. _____________________________________________________________________________________________________________________ Domingo Antonio Ruiz Caballero