gastroenterite eosinofílica corticodependente: um relato de caso

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GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA
CORTICODEPENDENTE:
UM RELATO DE CASO
Ingrid Daiane Silva1; Carla Zamin Munaretto1; Everson Fernando Malluta2,4;
Bruno Lorenzo Scolaro3,4; Andrea Virmond El Hosni1
2Médico
¹ Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí
especialista em Gastroenterologia, Doutor em Ciências com ênfase em Gastroenterologia
3Médico especialista em Coloproctologia, Mestre em Saúde e Meio Ambiente
4Professor titular do Curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
A gastroenterite eosinofílica (GE) é
uma doença inflamatória crônica rara,
caracterizada pela infiltração maciça
de eosinófilos em qualquer região do
trato gastrointestinal, podendo afetar
as camadas mucosa, muscular e
serosa de forma focal ou difusa. A
sintomatologia varia conforme a região
e profundidade da infiltração, podendo
apresentar-se com dispepsia, diarreia,
dor abdominal, entre outros sintomas.
Dentre os acometidos, nota-se maior
frequência em caucasianos, entre 3ª e
5ª décadas de vida, e com antecedentes alérgicos e/ou de atopia. Sua
incidência é de 1/100.000 casos ao
ano com tendência progressiva.
Relatar um caso de GE corticodependente e correlacionar com a
literatura existente.
MÉTODOS
Trata-se de um trabalho qualitativo,
do tipo relato de caso. As informações
foram obtidas por meio de dados de
prontuário e revisão de literatura. Este
relato de caso foi autorizado pela
paciente por meio do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e
aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa das instituições envolvidas.
RELATO DE CASO
M.E.G, feminina, 16 anos, apresentando disfagia, regurgitação, epigastralgia e
dor retroesternal há cerca de 1 ano, com história prévia de alergia alimentar.
Apresentava eosinofilia (27,9%) e esofagite eosinofílica importante à endoscopia
digestiva alta (EDA) com biópsia. Fez uso de fluticasona com melhora importante
das queixas. Realizou tomografia contrastada de abdome, a qual mostrou
espessamento pilórico e retardo do esvaziamento gástrico. Evoluiu com
exacerbação do quadro em 10 meses, com infiltrados eosinofílicos em esôfago,
estômago, e duodeno à nova EDA com biópsia (Fig. 1 e 2).
Foram prescritos omeprazol 20mg/dia e prednisona 40mg/dia (7 dias com
retirada gradual), e solicitada nova EDA com biópsia em 3 meses. Evoluiu com
melhora clínica, porém, triplicou o número de eosinófilos em mucosas gástrica e
esofágica. Optou-se por manter medicações prescritas e seguir com acompanhamento ambulatorial trimestral.
Fig. 1. Epitélio escamoso esofágico com infiltrado
eosinofílico. HE – 200x.
Fig. 2. Epitélio gástrico com infiltrado eosinofílico.
HE – 200x.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
PALAVRAS-CHAVE
Apesar da etiopatogenia desconhecida, o tratamento da GE baseado na
corti-coterapia encontra-se bem estabelecido, com controle dos sintomas em
90% dos casos. Quando graves,
corticorresistentes ou corticodependentes, a imunoterapia (azatioprina ou
6-mercap-topurina) constitui uma alternativa. Contudo, devido à cronicidade e
alta taxa de recidiva da doença, 3350%, seu seguimento deve ser realizado semestralmente. No caso relatado
houve melhora clínica ao tratamento,
em contrapartida notou-se ausência de
resposta histopatológica, fazendo-se
necessário manter terapia e acompanhamento frequente.
Eosinofilia, esofagite, gastroenterite.
BIBLIOGRAFIA
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Gastroenterite eosinofílica: Um caso raro de
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and
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3. GOMES, O. et al. Gastroenterite
eosinofílica - A propósito de um caso clínico.
Revista de Saúde Amato Lusitano, 2011;
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4. GUPTA, N. et al. The management of
eosinophilic gastroenteritis. Scandinavian
Journal of Gastroenterology, 2015; 50:
1309–1314.
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