Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR

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Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR
http://revista.univar.edu.br
Ano de publicação: 2014
N°.:11 Vol.:1 Págs.:170 - 175
ISSN 1984-431X
PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NA VISÃO DO ENFERMEIRO DA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS)
Edileide Nery de Araújo 1 Alan Cardec Barbosa 2 André Luiz Fernandes Da Silva 3 Abel Pompeu De Campos Júnior 4
RESUMO: O câncer de colo do útero é um grave problema de saúde pública no Brasil, uma vez que apresenta um
aumento na incidência a cada ano. O estudo constituiu-se de uma pesquisa quantitativa com abordagem descritiva, com
o intuito de avaliar as percepções de usuárias da Unidade Básica de Saúde no município de Aragarças-GO. A pesquisa
foi composta por uma população de 18 mulheres com idade entre 20 a 50 anos de idade. Pode se notar que a maiorias
dessas mulheres precisam de mais informações, sobre a prevenção e prática do exame (Papanicolau). Ao término do
estudo, conclui-se que a maioria das mulheres entrevistadas não realizam o exame em intervalo preconizado. Sugere-se
projetos educativos para a prevenção do câncer do colo de útero, destacando sua importância e seus objetivos.
Identifica-se também que esses fatos merecem uma maior atenção dos gestores de saúde, para permitir um melhor
atendimento publico.
Palavras Chaves: Neoplasia do colo uterino; Prevenção Primária.
ABSTRACT: Cancer of the cervix is a serious public health problem in Brazil, as it features an increased incidence
every year. The study consisted of a quantitative survey with descriptive approach, in order to assess the perceptions of
users of the Basic Health Unit in the Municipality of Aragarças-GO. The study consisted of a population of 18 women
aged 20 to 50 years old. It may be noted that the majority of these women need more information on the prevention and
practical exam (Pap). At the end of the study, it can be concluded that most of the women interviewed did not perform
the test in the recommended range. We suggest educational programs for the prevention of cervical cancer, highlighting
its importance and its objectives, identifies also that these facts deserve greater attention by health care managers, to
allow better public service.
Key words: Breast cancer; Primary Prevention.
1
Acadêmica do Curso de Enfermagem/2013 das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia (UNIVAR).
Bacharel em Enfermagem pela UFMT; Especialista Saúde Pública pela FMB; Docente do curso de Enfermagem das
Faculdades Unidas do Vale do Araguaia (UNIVAR) – Email: [email protected]
3
Enfermeiro, Especialista, Coordenador Geral de Estágios e Docente das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. –
UNIVAR-MT- [email protected]
4
Administrador, Fisioterapeuta Mestre, Coordenador do Curso de Bacharelado em Fisioterapia e Docente das
Faculdade Unidas do Vale do Araguaia – UNIVAR-MT- [email protected]
2
1. INTRODUÇÃO
Segundo o Instituto Nacional do câncer, no
ano de 2012 foram esperados 17.540 novos casos de
câncer uterino, o que corresponde um risco estimado
de 17 casos a cada 100 mil mulheres. A neoplasia
uterina tem se configurado um grave problema de
saúde pública mundialmente (INCA, 2011). O câncer
de colo do útero (CCU) é visto como um dos grandes
problemas de saúde enfrentados por mulheres, mas isso
não quer dizer vem se tratando de atualidade, onde há
um predomínio único de fator ou condição social,
sendo que aproxima-se de 80% desses casos, são vistos
em países em desenvolvimento (SOARES, 2011).
O carcinoma de útero cervical, que é
também chamado de câncer do colo uterino, é uma
patologia que se evolui lentamente, que apresenta
através de fases, pré-invasivas e benignas, que
caracterizam por lesões, chamadas de neoplasias interepiteliais da cérvice, (NICs), e fazes invasivas,
malignas, que são conhecidas pelo crescimento de uma
lesão na cérvice, atingindo assim os tecidos fora do
colo uterino e também as glândulas linfáticas anteriores
ao sacro (SANTOS, et al, 2010).
Segundo a Organização Mundial de saúde
(OMS) estima-se que esta patologia vem a atingir por
ano, 9 milhões de pessoas e mais ou menos 5 milhões
vem a óbito devido ao câncer. Nos dias atuais, ela é a
segunda causa de óbito, perdendo apenas para doenças
do coração. No Brasil, depois do câncer de mama, é a
segunda localização anatômica mais ocorrida de câncer
em mulheres. Devido a isso esta neoplasia vem sendo
170
responsável por 15% dos casos de tumores malignos na
população feminina (FRIGATO, 2003). O autor ainda
infere que, o controle do câncer do colo do útero
precisa de ações referentes à promoção da que a
infecção do papiloma vírus humano (HPV), nos dias
atuais, vem sendo mostrada como o principal fator de
risco para o câncer do colo uterino. Portanto, alguns
fatores, como, iniciar a vida sexual ativa muito cedo,
ter vários parceiros sexuais, o uso de anticoncepcionais
orais, tabagismo, algumas situações conjugais e baixa
condição socioeconômica têm sido citados como
fatores de risco importante para o desenvolvimento da
doença (FRIGATO; HOGA 2003).
No caso do controle do câncer de colo do
útero, a estratégia de prevenção secundária baseada no
exame citopatológico da cérvice, ainda é favorecido de
bons resultados. A prevenção é feita através do exame
conhecido como Papanicolaou ou exame preventivo do
colo uterino, que vem sendo realizado há quase quatro
décadas (QUEIROZ, 2013).
É importante enfatizar que o exame
citológico é uma prioridade para as mulheres que já
tenham começado a atividade sexual e que nunca
tenham realizado o exame citológico, principalmente,
aquelas entre 35 e 49 anos. E, mesmo o resultado
exame seja negativo nessas mulheres, o próprio
Ministério da Saúde recomenda que o exame deve ser
feito novamente após um ano. Permanecendo negativo,
o novo exame de coleta deve ser feito em três anos. Por
outro lado, no caso do exame positivo para câncer do
colo do útero, a continuidade de seu tratamento vai
depender de seu resultado em particular (QUEIROZ,
2013).
Afirmam Barros; Marim e Abrão (2008),
que o objetivo do exame citopatológico é detectar
células cancerosas ou anormais e que o mesmo também
pode encontrar condições não cancerosas sendo ela
infecção ou inflamação. A eficácia do exame
Papanicolau ou residente no fato de que ele pode
detectar doenças que ocorrem no colo uterino antes do
desenvolvimento do câncer (GOMES et al., 2008).
Informam Oliveira et al. (2010) que embora
o Brasil tenha sido um dos primeiros países do mundo
a realizar o exame de Papanicolau para a detecção
antecipada desta patologia, sua introdução sendo parte
de um programa de controle ao câncer da cérviceuterina só ocorreu em meados da década de 1970,
somente se ampliando com o surgimento do Programa
de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM),
registrado em 1983. (QUEIROZ, 2013).
De acordo com Murta (2009) o HPV,
responde por uma média acima de 90% dos casos
ocorridos de câncer do colo uterino. Estima-se que no
Brasil, 1 em cada 4 mulheres já esteja infectada pelo
vírus HPV. Ainda segundo Murta (2009), nos dias
atuais, apesar de alta incidência da infecção do HPV,
sendo ele o principal fator de risco no aparecimento do
câncer do colo uterino, é uma doença que é facilmente
detectada pela coleta de um simples exame preventivo
de Papanicolau, que deve ser feito todo ano por
mulheres, tem cura em até 100% dos casos com
diagnóstico no início da doença. Frigato (2003) destaca
que quando não se tem o diagnóstico no início, já
existe a invasão grosseira do útero e também de
tecidos, podendo ocorrer como sintoma o sangramento
durante a atividade sexual a dispareunia.
O câncer de colo do útero (CCU) é um
problema de saúde pública que está comprometendo a
saúde de muitas mulheres, alterando a qualidade de
vida em um estágio existentes em que elas, muitas
vezes, estão estruturando a vida familiar, profissional e
social dessas mulheres (XAVIER e TERRENGUI,
2006). Quando se tem o diagnóstico desta patologia na
fase inicial, as chances de cura são de 100%, e existem
estudos científicos que comprovam através de formas
simples, eficientes com eficácia para o rastreamento
desse tipo de câncer, também para a detecção das
lesões precursoras (SOARES, et al. 2011). O
tratamento prescrito a neoplasia uterina pode estar
incluso a cirurgia oncológica, quimioterapia ou
radioterapia, mais isso depende do estágio da doença
que se encontra no momento diagnosticado (MURTA,
2009).
Controle do câncer do colo do útero precisa
de ações referentes à promoção da saúde, prevenção da
patologia e qualidade de vida. O profissional
enfermeiro vai contribuir nesse trabalho, realizando,
entre outras, visitas em domicílio e consulta de
enfermagem de forma integralizada e humanizada,
norteando cada procedimento da coleta do exame
citopatológico (Papanicolau). Contribuindo assim para
um bom atendimento a mulheres da unidade básica de
saúde, com encaminhamento adequado as mulheres
que apresentarem alterações citológicas, além de passar
informações necessárias a essa população, relacionada
aos fatores de risco, trabalhando na prevenção e
descoberta precoce do câncer uterino. Portanto, o
intuito dessas é de minimizar os fatores que apresentam
risco, com diagnóstico e tratamento precoce da doença
(SILVA et al., 2008).
Estas ações incluem todos os níveis de
cuidados a saúde, sendo na atenção básica que se
alcança um maior resultado, devido ao contato mais
intima do profissional da área da saúde com a
população. Dentro do âmbito, o (ESF), estratégia de
saúde da família, sendo ele um programa de saúde
brasileiro, que tem como intuito reorientar o modelo da
assistência, entra também, a prática da articulação da
união entre promoção e prevenção da saúde, por meio
do crescimento e qualidade na atenção primária, tendo
assim, um cenário a favor da reorganização da forma
de rastreamento do câncer do colo uterino (VALE et
al., 2010; INCA, 2010; OLIVEIRA; SPIRI, 2006).
Dentro do contexto, Parada et al, (2008) explicam que
o enfermeiro exerce um importante papel, dentro das
equipes de PSF e sua conduta no atendimento pode ser
um fator determinante na assistência prestada.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa
com abordagem descritiva-exploratória, com o intuito
de avaliar a percepções de usuárias da Unidade Básica
de Saúde (UBS) no município de Aragarças-GO. A
população de estudo foi composta 18 mulheres com
idade entre 20 a 50 anos de idade, adscritas da
171
Estratégia de Saúde da Família – 301, que
compareceram para realização do exame preventivo. O
instrumento de coleta de dados foi baseado em um
questionário semi-estruturado de uma pesquisa modelo
de SANTOS et al (2010), composto por perguntas
fechadas e abertas com o intuito de investigar os
objetivos da pesquisa. A coleta de dados ocorreu entre
no mês de julho de 2013. Foram respeitados todos os
princípios éticos conforme a resolução Nacional de
Saúde 196/96, onde respeita o anonimato das
entrevistadas. Dessa forma, para responder ao
questionário, os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram
consolidados em gráficos e tabelas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O estudo foi composto por uma população de
18 mulheres com idade entre 20 a 50 anos de idade.
Faixa etária
20 a 29 anos
40 a 49 anos
30 a 39 anos
>50 anos
Grau de escolaridade:
1° grau completo
1° grau incompleto
2° grau completo
2° grau incompleto
Nível superior completo
Nível superior incompleto
Estado civil:
Casada
Solteira
Relação não oficializada
Viúva
Ocupação:
Estudante
Atendente
Auxiliar de serviços gerais
Do lar
Aposentada
Outros
Número de filhos
Nenhum
De 1 à três filhos
De 4 à 6 filhos
Mais de 6 filhos
n° de
mulheres
%
9
1
5
3
50%
5,5%
27,7%
16,6%
2
2
5
5
2
2
11,1%
11,1%
27,7%
27,7%
11,1%
11,1%
6
10
1
1
33,3%
55,5%
5,5%
5,5%
6
1
2
1
2
6
33,3%
5,5%
11,1%
5,5%
11,1%
33,3%
8
9
1
0
44,4%
50%
5,5%
0%
Tabela 1. Dados sociodemográficos das entrevistadas.
Dentre as entrevistadas 50% das mulheres
tinham entre 20 e 29 anos; 27,7% entre 30 e 39 anos;
5,5% delas entre 40 e 49 anos; e 16,6% acima dos 50
anos de idade. Quando investigado o grau de
escolaridade das participantes, notou-se que a maioria
tem o ensino médio completo ou incompleto. Santos,
Macedo e Leite (2010) menciona que o baixo grau de
escolaridade favorece o aumento das dificuldades sobre
o esclarecimento acerca de medidas preventivas, assim
como os fatores de risco.
Pode se notar que a maiorias dessas
mulheres precisam de mais informações, para um
melhor entendimento sobre a prevenção e prática do
exame, pois as mesmas são de faixa etária de vinte a
vinte nove anos, que correspondem a 50% sendo a
maioria solteiras, com grau de escolaridade de 27,7%
no segundo grau completo e segundo grau incompleto,
dizem ser muito importante se preocupar com o exame
de papanicolau. Analisando o olhar da mulher sobre a
saúde e doença, se torna relevante discutir mais a
prevenção e a realização do exame, e ainda observar se
influi em suas decisões, sobre a procura do serviço de
saúde (OLIVEIRA et al., 2007).
É imprescindível realizar o exame do
câncer do colo uterino periodicamente, contrapondo o
que as mulheres fazem frequentemente. Assim, a
prática adequada, não significa que estas possuem o
conhecimento necessário, sobre o procedimento do
exame, dificultando vantagens e a prevenção do câncer
(FERNANDES et al., 2009).
Com relação ao estado civil a maioria das
entrevistadas (55,5%) eram solteiras; as casadas
comprendiam 33,3%; relação não oficializada e viúva
5,5%, cada uma. Cabe ressaltar, a importância de se
intensificar o preventivo em todas as mulheres, com
ênfase também nas solteiras, que foi a maior proporção
na pesquisa, já que costumam ter múltiplos parceiros
na relações sexuais, o que aumenta o fator de risco
(SANTOS, MACEDO E LEITE, 2010).
Enquanto ocupação, foram mencionados ser:
Estudantes (33,3%); Atendente (5,5%); Auxiliar de
serviços gerais (11,1%); Do lar (5,5%); Aposentada
(11,1); Outros (33,3%). Portanto, a maioria relatou
serem estudantes. No que diz respeito ao número de
filhos, 44,4% nenhum; 55,5% de um a três filhos; e
5,5% entre 4 e 6 filhos. Santos, Macedo e Leite (2010)
infere que a multiparidade é considerada como fator de
risco, bem como o início da vida sexual, já que
aumenta a incidência da neoplasia do colo uterino.
Opinião
n°
%
Nada importante
0
0%
Muito importante
17
94,5%
Pouco importante
0
0%
Importante
1
5,5%
18
100%
Total
Tabela 2. Opinião das entrevistadas sobre
importância da realização do exame Papanicolau
a
De acordo com o resultado, 94,4% das
entrevistadas responderam, que consideram muito
importante fazer o exame e 5,5% acham importante.
Achar muito importante e/ou importante infere
diretamente na atitude do usuário, podendo sugerir que
os mesmos se preocupam na realização do exame. O
exame de papanicolau é uma das principais formas de
diagnóstico para detectar a doença precocemente, ou
até mesmo pequenas lesões. Assim, é de suma
importância que os profissionais, principalmente os da
rede de atenção primária à saúde, por meio da
172
promoção da saúde e prevenção de doenças,
intensifiquem a realização do preventivo, a fim de
reduzir a mortalidade por câncer do útero (ALVIM;
FERREIRA, 2007).
Conhecimento
É uma doença grave que
causa uma ferida no útero
nº
2
%
11,1%
É uma doença sem cura
0
0%
É uma doença que tem
cura, mas se não for tradada
pode levar à morte
16
88,8%
0
0
É uma doença causada
pelos
anticoncepcionais,
múltiplos parceiros e falta
de higiene pessoal.
Total
18
100%
Tabela 3. Conhecimento das mulheres sobre o câncer
do colo de útero.
Quando investigado sobre o conhecimento das
mulheres sobre o câncer do colo de útero, 88,8%
responderam que o câncer do colo uterino é uma
doença que tem cura, mas deve ser tratada, pois pode
levar a morte. Assim, pode se notar que as informações
são de suma importância, para um melhor
entendimento sobre o objetivo e benefícios do exame;
Ainda 11,1% responderam que é uma doença grave,
podendo causar uma ferida no útero, indicando que o
conhecimento sobre o câncer do colo de útero poderia
ser mais abrangente. O diagnóstico precoce do câncer é
fundamental para as mulheres detectar a neoplasia em
estágios iniciais, tendo um melhor prognóstico de ser
curado (INCA, 2013). Um dos principais motivos para
a não realização do exame papanicolau, destaca-se o
desconhecimento, que na maioria das vezes, só haja
procura para a realização do exame apenas quando há
sinais e sintomas. A maioria das mulheres procura
atendimento ginecológico, incluindo a realização do
exame citopatológico, somente em casos que existe
sintomatologia, questão que comprova e reafirma o não
conhecimento dessas mulheres sobre a importância do
exame preventivo em questão (CASTRO, 2010).
Santos destaca que a infecção pelo vírus HPV
é um fator de risco importante, no entanto, apresenta-se
nas maioria das vezes de forma assintomática. As
lesões geradas pela infecção geralmente são
diagnosticas pelo exame citopatologico do colo do
útero, bem como colposcopia, vulvoscopia e anuscopia
(SANTOS, MACEDO E LEITE, 2010).
Conhecimento
Realizar o exame
n°
15
%
83,3%
periodicamente
Usar camisinha e
ter higiene
pessoal
3
16,6%
Não sabe como
prevenir
0
0%
Total
18
100%
Tabela 4. Conhecimento sobre a forma de prevenção
da doença
Para a prevenção da neoplasia do colo uterino,
83,3% relataram que a a realização do exame
preventivo deve ser periodicamente; 16,6% disseram
que usar a camisinha e ter higiene é a principal forma
de prevenção. Assim, infere que essas mulheres
tiveram informações sobre o assunto, e que quanto
mais o informativo for detalhado melhor será
compreendida a importância do exame. Realizar o
exame periodicamente ajuda a diagnosticar não só o
câncer mas também pequenas lesões e feridas que no
futuro possam causar a doença (FERNANDES et al.,
2009). O papanicolau ocorre por meio da coleta de
material citológico do colo do útero, através de uma
amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte
interna (endocérvice) (SANTOS, MACEDO e LEITE,
2010).
Sugestões
n°
%
Presença de médicos
ginecologistas
11
61,1%
1
5,5%
Salas adequadas para
realização do exame
Aparelho
ultrassonografia
mamografia
de
e
6
33,3%
Não
precisa
mudanças
de
0
0%
18
100%
Total
Tabela 5. Sugestões para melhoria dos serviços
ginecológicos
Sugestões para melhoria dos serviços
ginecológicos foram mencionados, 61,1% das
entrevistadas dizem que para haver uma melhoria é
necessário mais médicos, e 33,3% delas afirmaram
que falta aparelhos de ultrassonografia e mamografia
adequados para realização efetiva do exame, tendo
assim um maior conforto para as pacientes. Muitos
municípios não recebem treinamentos para um bom
atendimento, salas adequadas com todos os
equipamentos necessários para a realização dos exames
de forma correta e confortável e segura para as
pacientes (INCA, 2002).
173
Último exame
n°
%
Menos de 6 meses
4
22,2%
Há mais de 1 ano
7
38,8%
De 6 meses a 1 ano
6
33,3%
Não lembra
1
5,5%
Total
18
100%
Tabela 06. Quando foi realizado o último exame
preventivo Papanicolau.
Referente à tabela, o último exame realizado
pelas entrevistadas periodicamente para prevenção do
câncer 22,2% em menos de 6 meses; 38,8% há mais de
um ano; 33,3% de 6 meses a um ano; e 5,5% não
lembra. A realização dos exames no período adequado
traz muitos benefícios para a saúde da mulher tanto
física como mental que no caso se não for feito o
exame
preventivo
poderá
ocasionar
muitas
complicações como a perda do útero, uma depressão
por parte da autoestima (FERNANDES et al., 2009).
Em seu estudo, Barbeiro et al. (2009) identificou
alguns problemas relatados pelas mulheres na
realização do exame do Papanicolau, dentre eles, a
falta de informações sobre o exame; a associação do
exame ser algo íntimo e sexual; as atividades diárias
exercidas pelas mulheres; a falta do respeito ético dos
profissionais; tudo isso contribui para uma baixa
demanda e a não realização do exame preventivo.
Com o objetivo de reduzir a taxa de
morbidade e mortalidade por essa doença, o câncer do
uterino, desde de 1988 o Ministério da Saúde do Brasil
adota como norma a recomendação da Organização
Mundial da Saúde (OMS), que propõe a realização da
coleta do exame (Papanicolau), ou seja, do colo do
útero a cada três anos, após dois exames por ano
consecutivos negativos, para mulheres de 25-59 anos
de idade, ou que já tenham começado a vida sexual
ativa. Iniciativas como o programa Viva Mulher,
lançado em 1996, que no desenvolver das campanhas
nacionais sistemáticas tem dado cobertura ao exame no
país. Portanto, verifica-se que a taxa de incidência e de
mortalidade ainda vem permanecendo, desafiando
assim
as
medidas
até
então
adotadas
(ALBUQUERQUE, et al. 2009).
Motivos
n°
%
Exame de rotina
7
38,8%
Dores na relação sexual
1
5,5%
Para se prevenir
10
55,5%
Outras causas
0
0%
Total
18
100%
Tabela 07. Motivos que levaram as entrevistadas a
procurar o serviço de saúde, para realizar o exame
Papanicolau.
Motivos que mais levaram as mulheres a
procurar o serviço de saúde para realizar o exame, foi
para se prevenir (55,5%); em segundo exame de rotina
(38,8%); e 5,5% delas por causa de dispareunia (dores
na relação sexual). Frigato e Hoga (2003) destacam-se
que quando a neoplasia uterina não é diagnosticada em
estágios iniciais, podem haver risco de invasão do colo
do útero e de tecidos próximos, apresentando sintomas
como sangramento durante a relação sexual e
dispareunia, motivo da realização do exame de uma
das entrevistadas. Mediante o exposto, identifica-se
que os profissionais de saúde, precisam dar
informações sobre a prevenção do câncer do colo
uterino (FERNANDES et al., 2009; VALENTE et al.,
2009). Souza, Silva e Pinto (2010) salienta que o
enfermeiro tem o papel de orientar o usuário das
unidades de saúde, para que possam sanar suas dúvidas
em relação ao exame, bem como ao Câncer de colo do
útero, em prol da diminuição das taxas de morbimortalidade no Brasil.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O câncer do colo do útero é um grave
problema na saúde pública do Brasil, cuja prevenção e
controle deverão continuar a ser priorizados,
principalmente na população que apresenta fatores de
riscos para o desenvolvimento da neoplasia. Assim, é
necessário conscientizar as mulheres a realizar o exame
para prevenir o câncer do colo do útero, por meio do
exame preventivo periodicamente.
Observa se que ainda há mulheres, quem
nem sabe quando foi realizado o último exame, e dessa
forma necessita que seja sanada todas as dúvidas em
prol de uma mudança comportamental para a
realização dos mesmos. Das 18 mulheres entrevistadas
94,9% responderam que acham muito importante o
exame preventivo, o que configura um fator relevante
que na maioria é determinada por atitude na realização.
Ainda pode-se perceber que uma das entrevistadas
referiu dispareunia, que pode estar associado à
neoplasia ou mesmo com uma doença sexualmente
transmissível já acometida.
Ao término do estudo, pode se concluir que
a maioria das mulheres entrevistadas não realizam o
exame em intervalo preconizado, ou seja, anualmente,
todavia 22,2% delas realizam em período de tempo
recomendado. Pode se destacar que sejam direcionados
projetos educativos para a prevenção do câncer do colo
de útero, destacando sua importância e seus objetivos,
bem como maior atenção por parte dos gestores e
profissionais de saúde, para permitir um melhor
atendimento ao público, sobre a prevenção do câncer
do colo do útero, conforme as recomendações do
Ministério da Saúde.
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