boletim informativo da oms sobre produtos farmacêuticos

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BOLETIM INFORMATIVO
DA OMS SOBRE
PRODUTOS FARMACÊUTICOS
preparado juntamente
com o Centro de Colaboração
da OMS para o Monitoramento
Internacional de Medicamentos,
Uppsala, Suécia
A meta desse Boletim Informativo é
divulgar informações sobre a segurança
e a eficácia de produtos farmacêuticos,
com base em informações recebidas de
nossa rede de “oficiais de informação
sobre drogas” e outras fontes, tais como
boletins e diários especializados, assim
como parceiros da OMS. As informações
são produzidas na forma de resumos em
inglês, cujos textos completos podem ser
obtidos mediante solicitação no seguinte
endereço:
Nº 1 de 2011
Nesta edição do Boletim da OMS sobre Produtos
Farmacêuticos, nossos leitores encontrarão referência
para decisões em todo o mundo sobre alguns
medicamentos antigos, como dextropropoxifeno,
acetaminofeno, bisfosfonatos e quinina, bem como
medicamentos mais novos, como dolasetron,
dronedarona, saquinavir e sitaxentan. O sitaxentan foi
retirado no mundo todo pelo fabricante devido a lesão
Quality assurance and Safety: hepática grave imprevisível. Leia as informações
Medicines, PSM-HTP anteriores da Austrália, Canadá e EMA.
World Health Organization,
1211 Geneva 27, Switzerland
E-mail: [email protected]
Em um artigo desta edição do Boletim, continuamos a
fornecer informações sobre o Programa da OMS de
Este Boletim Informativo também está Prequalificação de Medicamentos; desta vez, sobre a
disponível em nosso website: inspeção de locais de fabricação de Ingredientes
http://www.who.int/medicines (em inglês) Farmacêuticos Ativos (APIs).
Podem-se obter mais informações sobre
reações adversas no seguinte endereço:
WHO Collaborating Centre for
International Drug Monitoring,
Stora Torget 3,
753 20 Uppsala, Sweden
Tel: 00 XX 46-18-65.60.60
Fax: 00 XX 46-18-65.60.80
E-mail: [email protected]
Internet: http://www.who-umc.org
Conteúdo
Assuntos de Regulação
Segurança de Medicamentos
Destaques
O segundo artigo do Boletim traz um relatório da última
reunião (8-9 de dezembro de 2010) do Comitê Global da
OMS de Segurança de Vacinas.
© Organização Mundial da Saúde 2010
Todos os direitos reservados. As publicações da Organização Mundial da Saúde podem ser obtidas no endereço:
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distribuição não-comercial – devem ser encaminhadas à WHO Press, no endereço acima (fax: +41 22 791
4806; e-mail: [email protected]).
As especificações empregadas e a apresentação do material nesta publicação não implicam na expressão de
qualquer opinião que haja por parte da Organização Mundial da Saúde acerca da legislação vigente de qualquer
país, território, cidade ou área, ou de suas autoridades, ou acerca da delimitação de suas fronteiras ou divisas.
As linhas pontilhadas em mapas representam linhas de fronteira aproximadas para as quais ainda não existe
um acordo pleno.
A menção de empresas específicas ou de certos produtos de fabricantes não implica que sejam apoiados ou
recomendados pela Organização Mundial da Saúde em preferência a outros de natureza similar que não são
mencionados. À exceção de erros e omissões, os nomes de produtos patenteados são distinguidos por iniciais
maiúsculas.
A OMS tomou todas as precauções cabíveis para verificar as informações contidas nesta publicação. No entanto,
o material publicado está sendo distribuído sem qualquer tipo de garantia, seja expressa ou implícita. O leitor
tem total responsabilidade pela interpretação e utilização do material. Em nenhuma situação a Organização
Mundial da Saúde será responsável por danos causados por sua utilização.
Impresso pelos Serviços de Produção de Documentos da OMS, Genebra, Suíça.
2
SUMÁRIO
ASSUNTOS DE REGULAÇÃO .................................................................. 4
Medicamentos vendidos com prescrição contendo acetaminofeno (paracetamol
INN) ...................................................................................................... 4
Benzonatato ........................................................................................... 4
Bevacizumabe ........................................................................................ 5
Bisfosfonato ........................................................................................... 6
Dextropropoxifeno .................................................................................. 7
Mesilato de dolasetrona ........................................................................... 8
Dronedarona .......................................................................................... 8
Insulina combinada com pioglitazona ........................................................10
Quinina .................................................................................................10
Saquinavir .............................................................................................10
Sibutramina ..........................................................................................11
Sitaxentan ............................................................................................11
SEGURANÇA DE MEDICAMENTOS ........................................................13
Carbapenem ..........................................................................................13
Clozapina ..............................................................................................13
Codeína ................................................................................................14
Drogas antiinflamatórias não esteróides ....................................................14
Somatropina ..........................................................................................15
ARTIGOS .............................................................................................17
3
ASSUNTOS DE REGULAÇÃO
Medicamentos vendidos com prescrição contendo
acetaminofeno (paracetamol INN)
A quantia máxima será limitada a 325 mg por unidade de dosagem; um alerta
em caixa destacará o potencial de insuficiência hepática grave
EUA. A FDA decidiu limitar a concentração do acetaminofeno em medicamentos vendidos com prescrição,
que são predominantemente combinações de acetaminofeno e opióides, para 325 mg por comprimido,
cápsula ou outra unidade de dosagem. Além disso, um alerta em caixa destacando o potencial de
insuficiência hepática grave e um alerta destacando o potencial de reações alérgicas (inchaço do rosto,
boca e garganta, dificuldade de respirar, coceira ou erupção cutânea) serão acrescidos à bula de todos os
medicamentos vendidos com prescrição que contenham acetaminofeno. A Agência afirma que essas
ações ajudarão a reduzir o risco de lesão hepática grave e reações alérgicas associadas ao
acetaminofeno. Exemplos de produtos vendidos com prescrição que contêm acetaminofeno incluem
hidrocodona com acetaminofeno (Vicodin, Lortab), e oxicodona com acetaminofeno (Tylox, Percocet). Os
produtos vendidos sem prescrição contendo acetaminofeno (por ex., Tylenol) não são afetados por essas
ações.
A FDA alertou os profissionais de saúde que foram notificados casos de lesão hepática grave, incluindo
casos de insuficiência hepática aguda resultando em transplante de fígado e morte, com o uso de
acetaminofeno. Casos raros de anafilaxia e outras reações de hipersensibilidade ocorreram com o uso de
acetaminofeno. Os profissionais de saúde também são lembrados a aconselhar seus pacientes a não
exceder a dose diária total máxima de acetaminofeno (quatro gramas/ dia), e não beber álcool enquanto
toma medicamentos contendo acetaminofeno.
Referência:
Medwatch Safety Information, US FDA, 13 January 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.fda.gov (em inglês).
Benzonatato
Ingestão acidental por crianças
EUA. A FDA alertou o público que a ingestão acidental de benzonatato (Tessalon®) por crianças menores
de 10 anos pode resultar em morte por superdosagem. O benzonatato é aprovado para o alívio da tosse
em pacientes com mais de 10 anos de idade. A segurança e a eficácia do benzonatato em crianças abaixo
de 10 anos não foi estabelecida. Portanto, não se recomenda a prescrição de benzonatato a esse grupo
etário.
A FDA afirma que todas as ingestões acidentais notificadas à Agência até 19 de maio de 2010 (sete
casos) ocorreram em crianças abaixo de 10 anos de idade. Cinco das sete ingestões acidentais
resultaram em morte em crianças com menos de dois anos de idade. Dois pacientes pediátricos (com um
ano e outro com quatro anos) foram hospitalizados devido à ingestão acidental de benzonatato e
sobreviveram ao evento. A superdosagem com benzonatato em crianças com menos de dois anos de
idade foi notificada após a ingestão acidental de apenas uma ou duas cápsulas. As pessoas com
superdosagem de benzonatato podem apresentar agitação, tremores, convulsões, coma e ataque
cardíaco.
Os sinais e sintomas da superdosagem com benzonatato foram notificados dentro de 15 a 20 minutos e a
morte foi notificada dentro de horas após a ingestão.
A FDA alerta os pacientes a guardar o benzonatato em um pote à prova de crianças e guardá-lo fora do
alcance delas. A Agência também recomenda aos pais e responsáveis a procurar cuidados médicos
imediatamente se uma criança ingerir benzonatato acidentalmente. A FDA está revendo a bula do
benzonatato para alertar sobre a ingestão acidental resultando em superdosagem e morte em crianças
abaixo de 10 anos de idade.
Referência:
4
FDA Drug Safety Communication, US FDA, 14 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.fda.gov (em inglês).
Bevacizumabe
Retirada da autorização da combinação com docetaxel para o tratamento de
câncer de mama na Europa; remoção da indicação de câncer de mama nos
Estados Unidos
Europa (1). A EMA confirmou que os benefícios do bevacizumabe (Avastin®) em combinação com o
paclitaxel superam seus riscos e que essa combinação permanece como uma opção valiosa de
tratamento para pacientes com câncer de mama metastático. O Comitê da Agência de Produtos
Medicinais para Uso Humano (CHMP, em inglês) também concluiu que o equilíbrio de benefícios e riscos
do bevacizumabe em combinação com o docetaxel é negativo, e que tal combinação não deve mais ser
usada no tratamento de câncer de mama. O bevacizumabe é usado em combinação com outros
medicamentos contra câncer para tratar cânceres de cólon, reto, pulmão, rim ou mama, em estado
avançado ou metastático.
A EMA explica que o CHMP deu início a uma revisão do uso de bevacizumabe no tratamento de câncer de
mama metastático porque novos dados de um estudo sugeriram que o bevacizumabe em combinação
com docetaxel pode ter impacto negativo sobre a sobrevida geral. O estudo foi submetido à Agência para
dar suporte a uma solicitação para estender a indicação de câncer de mama para incluir a terapia de
combinação com capecitabina. A Agência afirma que os novos dados produzem incerteza sobre o efeito
na sobrevida geral e que não se pode excluir um efeito negativo na sobrevida geral. Os novos dados
também questionam o tamanho do efeito sobre a sobrevida livre de progressão, que parece ser menor do
que o observado anteriormente. Devido ao fato de que o aumento da sobrevida livre de progressão
permanece muito modesto, o CHMP concluiu que os benefícios do bevacizumabe em combinação com
docetaxel não superam mais seus riscos, e que a autorização para esse tratamento de combinação deve
ser revogada.
Para o bevacizumabe em combinação com a capecitabina, o CHMP adotou uma opinião negativa sobre a
nova indicação proposta para o câncer de mama metastático, porque os benefícios relativamente
modestos foram considerados que não superam a alta toxicidade dessa combinação, dado que a nova
indicação proposta foi direcionada a pacientes aos quais seria apropriado um tratamento relativamente
leve.
Para o bevacizumabe em combinação com paclitaxel, o CHMP concluiu que os benefícios continuam
superando os riscos, porque os dados disponíveis demonstraram prolongar a sobrevida livre de
progressão de pacientes com câncer de mama sem um efeito negativo na sobrevida geral.
Portanto, o CHMP recomendou que, para o tratamento de câncer de mama, o bevacizumabe deve apenas
ser usado em combinação com paclitaxel. Essa recomendação não afeta as outras indicações além do
câncer de mama.
EUA (2). A FDA recomendou a retirada da indicação de câncer de mama para o bevacizumabe
(Avastin®) porque o medicamento não demonstrou ser seguro e eficaz para esse uso. Essa
recomendação não afetará as aprovações para câncer de cólon, rim, cérebro e pulmão.
A decisão foi tomada após a revisão da Agência dos resultados de quatro estudos clínicos do
bevacizumabe em mulheres com câncer de mama, e determinou que os dados indicam que o
medicamento não prolonga a sobrevida geral em pacientes com câncer de mama, nem oferecem
benefícios suficientes ao diminuir a progressão da doença para superar o risco significativo aos pacientes.
A FDA declara que nenhum dos estudos demonstrou que os pacientes em uso de bevacizumabe viveram
mais, e que os pacientes em uso de bevacizumabe tiveram um aumento significativo de efeitos colaterais
graves. Esses riscos incluem pressão arterial elevada grave; sangramento e hemorragia; o
desenvolvimento de perfurações no corpo, incluindo nariz, estômago e intestinos; e ataque cardíaco ou
insuficiência cardíaca.
A FDA avisa que os oncologistas atualmente tratando pacientes com bevacizumabe para câncer de mama
metastático devem usar seu discernimento médico ao decidir se um paciente deve continuar o
tratamento com o medicamento ou considerar outras opções terapêuticas.
O bevacizumabe foi aprovado em combinação com quimioterapia (paclitaxel) em fevereiro de 2008 no
programa da FDA de aprovação acelerada. A FDA explica que os dados submetidos após a aprovação
acelerada mostraram apenas um pequeno efeito na “sobrevida livre de progressão” sem evidência de
melhora na sobrevida geral ou benefício clínico ao paciente, suficiente para superar os riscos. O pequeno
5
aumento da “sobrevida livre de progressão” reflete um pequeno efeito temporário na diminuição do
crescimento do tumor. A Agência afirma que o bevacizumabe também foi associado a vários outros
efeitos colaterais graves e potencialmente ameaçadores à vida, incluindo o risco de derrame,
complicações de ferimentos, lesão ou insuficiência de órgãos; e o desenvolvimento de uma condição
neurológica chamada síndrome da leucoencefalopatia posterior reversível. Com base em todos os dados
disponíveis relativos ao uso do bevacizumabe (Avastin) para tratar câncer de mama metastático, a
Agência determinou que os riscos do medicamento superam os benefícios para esse uso.
Notificações no banco de dados da OMS Global ICSR, Vigibase
Bevacizumabe
Número total de notificações: 10.047
Número de reações similares às mencionadas em comunicação da FDA:
Perfuração do septo nasal
Perfuração intestinal
Insuficiência circulatória
Insuficiência cardíaca
Hipertensão pulmonar
Hipertensão
Hipotensão
Infarto do miocárdio
Hemorragia não especificada
Diminuição da protrombina
Embolia pulmonar
Trombocitopenia
Trombose
37
413
34
219
39
512
261
172
106
90
410
338
117
Referências:
(1) Press Release, Questions and answers, EMA, 16 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.ema.europa.eu (em inglês).
(2) MedWatch Safety Information, US FDA, 16 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.fda.gov (em inglês).
Bisfosfonato
Medidas de segurança contra osteonecrose e osteomielite do maxilar
Japão (1). O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar (MSTBE) do Japão decidiu alertar os
profissionais de saúde ao risco de osteonecrose do maxilar associado a fórmulas orais de bisfosfonatos
(BFs) (alendronato, etidronato, risedronato), além de injeções de BFs, sobre as quais o MSTBE publicou
um alerta em outubro de 2006. Os bisfosfonatos são usados como medicações orais para o tratamento
de osteoporose e como injeções para o tratamento de hipercalcemia de malignidade, lesão óssea ou
mieloma múltiplo, lesão óssea provocada por metástase óssea de carcinoma sólido, e metástase óssea
osteolítica de câncer de mama.
Com base nos estudos epidemiológicos sobre BFs orais e notificações de eventos adversos no Japão, o
MSTBE concluiu que devem ser tomadas medidas de segurança para os BFs orais, equivalentes às usadas
para injeções de BFs, para evitar osteonecrose e osteomielite do maxilar. Em junho de 2010, o MSTBE
exigiu que os fabricantes fizessem uma revisão das bulas dos produtos com BFs para incluir as seguintes
descrições:
•
A administração de BFs pode aumentar possíveis riscos de osteonecrose e osteomielite do
maxilar, independentemente da rota de administração utilizada. O risco pode ser maior em
pacientes tratados com injeções de BFs.
•
Os médicos precisam dar aos pacientes as seguintes informações: fazer os testes odontológicos
apropriados antes de usar os BFs e, se necessário, fazer os procedimentos odontológicos invasivos,
como extração dentária, antes do tratamento, bem como fazer checkups odontológicos periódicos e
evitar procedimentos odontológicos invasivos no maxilar, como extração dentária, durante o
tratamento.
De acordo com o MSTBE, aproximadamente 80 a 100 casos de osteonecrose e osteomielite do maxilar
foram notificados como reações adversas a medicamentos (RAMs) de BFs orais anualmente. Uma revisão
6
detalhada das notificações mostrou que alguns pacientes sofreram procedimentos odontológicos, como
extração dentária, por dentistas que não estavam cientes do tratamento.
Também houve pacientes que não mantiveram a higiene bucal enquanto tomavam BFs. De 2007 a 2009,
foram notificadas osteonecrose e osteomielite do maxilar como RAMs, como se segue (número de casos de
RAMs (número de RAMs)).
Alendronato de sódio hidratado (forma de dosagem oral): 197 (238)
Etidronato dissódico (forma de dosagem oral): 7 (8)
Risedronato de sódio hidratado (forma de dosagem oral): 61 (64)
Além disso, exigiu-se que os fabricantes preparassem e distribuíssem cartões aos pacientes para usuários
de BFs para ajudar os profissionais de saúde a informar os pacientes sobre as precauções quanto ao uso de
BFs, bem como para que o seu uso de BFs seja informado em serviços odontológicos ou de cirurgia oral.
(Ver Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 1 de 2010, nº 1 de 2008, nº 5 de
2006 e nº6 de 2004 para obter uma revisão sobre o risco de osteonecrose do maxilar na Europa, para
um alerta sobre dor musculoesquelética nos Estados Unidos, notificações de osteonecrose do maxilar na
Austrália, e notificações de osteonecrose do maxilar nos Estados Unidos, respectivamente.)
Reino Unido (2). A MHRA avisou que o tratamento com bevacizumabe ou sunitinibe, que são usados
para tratar determinados cânceres, pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de osteonecrose
do maxilar (ONM), particularmente se um paciente havia recebido bisfosfonatos anteriormente ou estiver
sendo tratado com esse tipo de medicamento concomitantemente. Recomenda-se aos profissionais de
saúde que considerem exames odontológicos e tratamento odontológico preventivo apropriado antes do
tratamento com bevacizumabe ou sunitinibe. Procedimentos odontológicos invasivos devem ser evitados,
se possível, em pacientes tratados com bevacizumabe ou sunitinibe, que tenham recebido anteriormente
ou que estejam recebendo bisfosfonatos intravenosos.
De acordo com a publicação Drug Safety Update, foram notificados casos de ONM em pacientes com
câncer em associação com o tratamento com bevacizumabe ou sunitinibe, a maioria dos quais haviam
recebido anteriormente ou estavam em tratamento concomitante com bisfosfonatos intravenosos. A
MHRA afirma que há evidência suficiente para suspeitar que o bevacizumabe e o sunitinibe podem,
independentemente, aumentar o risco de ONM.
Referências:
(1) Pharmaceuticals and Medical Devices Safety Information no. 272, MHLW, September 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.pmda.go.jp/english (em inglês).
(2) Drug Safety Update, January 2011, Volume 4, Issue 6, A1, MHRA.
Disponível na Internet no endereço: www.mhra.gov.uk (em inglês).
Dextropropoxifeno
Recolhimento e retirada devido ao risco de arritmia cardíaca
Canadá. A Health Canada e a Paladin Labs Inc anunciaram que a empresa decidiu recolher e retirar
voluntariamente o dextropropoxifeno (Darvon-N) do mercado canadense e descontinuar a venda do
produto. O dextropropoxifeno é um analgésico opióide usado para tratar dor leve a moderada.
A empresa afirma que os resultados de um novo estudo mostram que, mesmo em doses terapêuticas, o
dextropropoxifeno pode prolongar significativamente o intervalo PR, ampliar o complexo QRS, prolongar
o intervalo QT e, portanto, aumentar o risco de arritmias cardíacas graves. Pacientes idosos e pacientes
com insuficiência renal podem ser particularmente suscetíveis aos efeitos proarrítmicos do
dextropropoxifeno. Recomendam-se os profissionais de saúde a parar de prescrever e dispensar o
dextropropoxifeno (Darvon-N) aos pacientes, ficar cientes do possível risco de anormalidades de
condução cardíaca em pacientes usando esse medicamento e avaliar os pacientes quanto a esses eventos
caso apresentem quaisquer sinais ou sintoma de arritmia.
(Ver Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 6 de 2010, nº 4 de 2010 e nº 4 de
2009 para obter informações sobre a retirada do dextropropoxifeno nos Estados Unidos, na Nova
Zelândia e na Europa, bem como notificações no banco de dados da OMS Global ICSR.)
Referência:
Advisories, Warnings and Recalls, Health Canada, 1 December 2010.
7
Disponível na Internet no endereço: www.hc-sc.gc.ca (em inglês).
Mesilato de dolasetrona
Notificações de arritmias cardíacas
EUA. A FDA notificou os profissionais de saúde que a forma injetável do mesilato de dolasetrona
(Anzemet®) não deve mais ser usada para evitar náusea e vômito induzidos por quimioterapia em
pacientes adultos e pediátricos. Está sendo acrescida uma contraindicação contra esse uso à bula do
produto de injeção de mesilato de dolasetrona. A Agência alerta que novos dados demonstram que a
injeção de mesilato de dolasetrona pode aumentar o risco de desenvolver torsade de pointes, que pode
ser fatal. Os pacientes em risco particular são aqueles com condições cardíacas subjacentes ou aqueles
com problemas existentes de frequência ou ritmo cardíaco.
A FDA recomenda os seguintes pontos:
•
•
•
•
O mesilato de dolasetrona não deve ser usado em pacientes com síndrome de longo intervalo QT
congênita.
Hipocalemia e hipomagnesemia devem ser corrigidas antes de administrar o mesilato de
dolasetrona. Esses eletrólitos devem ser monitorados após a administração, conforme indicação
clínica.
O monitoramento do eletrocardiograma deve ser usado em pacientes com insuficiência cardíaca
congestiva, bradicardia ou doença cardíaca subjacente, pacientes idosos e aqueles com
enfraquecimento renal.
O mesilato de dolasetrona causa prolongação dos intervalos QT, PR e QRS dependente de dose.
Os medicamentos que conhecidamente prolongam o intervalo PR (como o verapamil) ou o
intervalo QRS (como flecainida ou quinidina) devem ser evitados em pacientes em uso de
mesilato de dolasetrona.
A injeção de mesilato de dolasetrona ainda pode ser usada para a prevenção e o tratamento de náusea e
vômito pós-operatórios porque as doses mais baixas são menos prováveis de afetar a atividade elétrica
do coração e resultar em arritmias cardíacas. Os comprimidos de mesilato de dolasetrona ainda podem
ser usados para evitar náusea e vômito induzidos por quimioterapia porque o risco de desenvolver
arritmia cardíaca com a forma oral desse medicamento é menor que o visto com a forma injetável. No
entanto, a FDA afirma que um alerta mais intenso sobre esse risco em potencial está sendo acrescido à
bula do produto de comprimidos de mesilato de dolasetrona.
Notificações no banco de dados da OMS Global ICSR, Vigibase
Dolasetrona
Número de notificações (Classe de Sistema de Órgãos – Distúrbios de Frequência e Ritmo Cardíacos): 36
Reações mais notificadas (número de eventos):
Palpitação
Taquicardia
Taquicardia supraventricular
Taquicardia ventricular
Torsades de pointes
5
20
7
6
2
Referência:
FDA Drug Safety Communication, US FDA, 17 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.fda.gov (em inglês).
Dronedarona
Risco de lesão hepática grave
Europa (1). A EMA anunciou que o CHMP está revendo todos os dados disponíveis sobre os possíveis
riscos de lesão hepática associada ao uso do medicamento antiarrítmico dronedarona (Multaq®) e seu
impacto sobre o equilíbrio risco-benefício deste. O CHMP ficou ciente de notificações de lesão hepática
grave em pacientes tratados com o medicamento, incluindo dois casos de insuficiência hepática exigindo
transplante, que foram notificadas em dezembro de 2010. Os dois casos ocorreram quatro, cinco e seis
meses depois de iniciar o tratamento em pacientes com função hepática normal antes do tratamento.
8
O CHMP observou que, embora os dois pacientes que precisaram de transplante também estivessem
tomando outros medicamentos, não pode ser excluída uma relação causal com a dronedarona. Portanto,
o CHMP concluiu que houve uma necessidade de ação regulatória urgente para ajudar a administrar o
possível risco de complicações hepáticas graves com o medicamento. O Comitê recomendou que sejam
introduzidos alertas e precauções nas informações de prescrição do medicamento, para assegurar que a
função hepática dos pacientes seja examinada antes de iniciar o tratamento, cuidadosamente monitorada
durante o tratamento, e o tratamento deve ser interrompido se houver sinais de lesão hepática em
potencial. Recomenda-se aos profissionais de saúde que:
•
•
•
Antes de iniciar o tratamento com a dronedarona, os médicos devem fazer exames da função
hepática. Os exames devem ser repetidos mensalmente por seis meses, no nono e no décimo
segundo mês e periodicamente daí em diante.
Os médicos devem entrar em contato com os pacientes atualmente em uso de dronedarona para
fazer exames de função hepática. Daí em diante, devem fazer mais testes conforme descrito
acima, dependendo de quando o tratamento tiver começado.
Os médicos devem interromper o tratamento com dronedarona em pacientes com níveis
aumentados da enzima hepática alanina aminotransferase (mais de três vezes acima do limite
superior do nível normal). Deve-se fazer uma investigação apropriada e observação cuidadosa
dos pacientes até que os níveis da enzima voltem ao normal.
EUA (2). A FDA alertou que a Agência recebeu várias notificações de lesão hepática hepatocelular e
insuficiência hepática em pacientes tratados com dronedarona (Multaq ®), incluindo duas notificações
pós-comercialização de insuficiência hepática aguda exigindo transplante. Estão sendo acrescidas
informações sobre o risco potencial de lesão hepática pelo uso de dronedarona às bulas desse
medicamento. A dronedarona é usada para tratar arritmia cardíaca em pacientes que tiveram arritmia
cardíaca (fibrilação ou flutter atrial) nos últimos seis meses. A dronedarona pode reduzir o risco de ser
hospitalizado devido a esses problemas cardíacos. A dronedarona foi aprovada com uma Avaliação de
Risco e Estratégia de Mitigação, para evitar seu uso em pacientes com insuficiência cardíaca grave ou que
tenham sido hospitalizados recentemente devido a insuficiência cardíaca. A Agência afirma que, em um
estudo de pacientes com essas condições, os pacientes em uso de dronedarona tiveram seu risco de
morte mais que dobrado.
A Agência lembra os profissionais de saúde a recomendar seus pacientes a entrar em contato com um
profissional de saúde imediatamente caso tenham sinais e sintomas de lesão ou toxicidade hepática
(anorexia, náusea, vômito, febre, mal estar, fadiga, dor no quadrante superior direito, icterícia, urina
escura ou coceira) enquanto fizerem uso de dronedarona. A FDA recomenda que os profissionais de
saúde considerem obter os níveis séricos de enzimas hepáticas periodicamente, particularmente durante
os primeiros seis meses de tratamento. Se houver suspeita da lesão hepática, a dronedarona deve ser
descontinuada imediatamente e devem ser feitos exames de enzimas hepáticas séricas e bilirrubina.
Notificações no banco de dados da OMS Global ICSR, Vigibase
Dronedarona
Número de notificações (Classe de Sistema de Órgãos – Distúrbios do Sistema Hepático e Biliar): 44
Reações mais notificadas (número de eventos):
Aumento de enzimas hepáticas
Aumento de SGOT
Aumento de SGPT
Aumento de gamma-GT
Função hepática anormal
Hepatite
Hepatite colestática
Bilirrubinemia
13
9
11
8
15
8
7
6
Referências:
(1) News, Questions and answers, EMA, 21 January 2011.
Disponível na Internet no endereço: www.ema.europa.eu (em inglês).
(2) FDA Drug Safety Communication, US FDA, 14 January 2011.
Disponível na Internet no endereço: www.fda.gov (em inglês).
9
Insulina combinada com pioglitazona
Risco de insuficiência cardíaca
Reino Unido. A MHRA alertou que foram notificados casos de insuficiência cardíaca durante o uso de
pioglitazona em combinação com insulina, principalmente em pacientes com fatores de risco para o
desenvolvimento de insuficiência cardíaca. Recomenda-se aos profissionais de saúde que, se essa
combinação for usada, os pacientes devem ser observados quanto a sinais e sintomas de insuficiência
cardíaca, ganho de peso e edema. As bulas da pioglitazona já contêm alertas sobre seu uso em
combinação com insulina. Também estão sendo acrescidos alertas às bulas de todos os produtos de
insulina.
Referência:
Drug Safety Update, January 2011, Volume 4, Issue 6, A2, MHRA.
Disponível na Internet no endereço: www.mhra.gov.uk (em inglês).
Quinina
Não indicada para câimbras noturnas nas pernas
Nova Zelândia. A Medsafe lembrou os prescritores que a quinina não é mais indicada para o tratamento
de câimbras nas pernas na Nova Zelândia, depois que o CARM continua recebendo notificações de
eventos adversos associados ao uso de quinina para câimbras nas pernas. Na Nova Zelândia, uma
revisão da segurança da quinina foi conduzida em 2006 após notificações de trombocitopenia, e concluiu
que o perfil risco-benefício da quinina não apoiou mais uma indicação para o tratamento de câimbras nas
pernas. Subsequentemente, a indicação para prevenção e tratamento de câimbras noturnas nas pernas
foi retirada dos produtos contendo quinina em 2007. A quinina é indicada agora apenas para o
tratamento de malária e miotonia.
(Ver Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 4 de 2010 para obter alerta contra o
uso rotineiro para câimbras noturnas nas pernas no Reino Unido e sobre o novo plano de administração
do risco nos Estados Unidos.)
Referência:
Prescriber Update Vol. 31, No. 4, December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.medsafe.govt.nz (em inglês).
Saquinavir
Atualização sobre o risco potencial de arritmia
Reino Unido. A MHRA recomendou que os pacientes que nunca fizeram tratamento com antirretrovirais
devem começar o uso do saquinavir em dose reduzida pela primeira semana de tratamento devido ao
risco de prolongação dos intervalos QT e PR. O saquinavir (Invirase®) é um inibidor da protease indicado
em combinação com ritonavir e outras drogas antirretrovirais para o tratamento da infecção por HIV. A
dose padrão de saquinavir/ ritonavir em adultos e adolescentes maiores de 16 anos é de 1000 mg/ 100
mg duas vezes ao dia. O saquinavir é contraindicado em pacientes com alto risco de arritmia, e em
pacientes usando outras medicações que podem causar prolongação do intervalo QT ou PR, como os
outros inibidores da protease atazanavir e lopinavir, e metadona.
Também se recomendam registros de eletrocardiogramas de linha de base e de acompanhamento em
pacientes tomando drogas concomitantes conhecidas por aumentar os níveis plasmáticos de saquinavir
(por exemplo, inibidores potentes da enzima p450 3A4 do citocromo, como o inibidor da protease
nelfinavir, o antifúngico itraconazol e inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol).
De acordo com as recomendações do CHMP, a MHRA recomendou que deve ser usada metade da dose
padrão de saquinavir (isto é, 500 mg de saquinavir mais 100 mg de ritonavir, duas vezes ao dia) pela
primeira semana de tratamento. Os benefícios do saquinavir na indicação autorizada continuam
superando os riscos.
Recomenda-se aos profissionais de saúde que o saquinavir não deve ser usado em pacientes com
prolongação do intervalo QT, congênita ou adquirida, ou outras condições de predisposição para arritmias
cardíacas, incluindo terapia concomitante com outras drogas que prolongam o intervalo QT e/ ou PR.
Além disso, o saquinavir não deve ser usado com medicamentos conhecidos por aumentar o nível
10
plasmático de saquinavir. Em todos os pacientes começando a tomar o saquinavir, deve ser feita uma
eletrocardiografia antes de iniciar o tratamento e após aproximadamente três a quatro dias do
tratamento. Os profissionais de saúde também são recomendados a descontinuar o saquinavir se os
pacientes desenvolverem: prolongação do intervalo QT de mais de 480 milissegundos ou de mais de 20
milissegundos a partir da medição antes do tratamento; prolongação do intervalo PR; ou arritmias.
(Ver Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 6 de 2010 para obter as alterações
nas informações de prescrição sobre o risco de prolongação dos intervalos QT e PR na Europa, no Canadá
e nos Estados Unidos, bem como notificações no banco de dados da OMS Global ICSR.)
Referência:
Drug Safety Update, December 2010, Volume 4, Issue 5, A1, MHRA.
Disponível na Internet no endereço: www.mhra.gov.uk (em inglês).
Sibutramina
Retirada na Nova Zelândia
Nova Zelândia. A autorização para distribuição de medicamentos contendo sibutramina foi revogada na
Nova Zelândia no dia 14 de outubro de 2010, após uma revisão dos resultados preliminares do estudo
Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial (SCOUT). O estudo SCOUT sugere que os sujeitos de pesquisa
tratados com sibutramina tiveram maior risco de infarto do miocárdio não fatal e de derrame não fatal,
em comparação com os que tomaram placebo. A Medsafe recomendou que os pacientes parassem de
tomar sibutramina (Reductil®) e conversassem com um profissional de saúde sobre medidas e
programas de manutenção alternativos de perda de peso.
(Ver Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 1 de 2010 para obter a suspensão das
autorizações de comercialização na União Européia e notificações no banco de dados da OMS Global
ICSR, e o Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 6 de 2010 para obter a retirada
do mercado na Austrália, no Canadá e nos Estados Unidos.)
Referência:
Prescriber Update Vol. 31,No. 4 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.medsafe.govt.nz (em inglês).
Sitaxentan
Retirada mundial devido a casos de lesão hepática grave imprevisível
Austrália (1). A TGA notificou o público que o fornecimento de sitaxentan (Thelin®) será suspenso na
Austrália, após pronunciamento da Pfizer de que irá retirar o sitaxentan do mercado em todo o mundo. O
sitaxentan é usado para tratar hipertensão pulmonar. A TGA recomenda que os pacientes atualmente em
uso de sitaxentan devem entrar em contato com seu médico o mais breve possível para organizar o
fornecimento de outro medicamento, e que os pacientes não devem parar o uso desse medicamento até
que tenham sido avaliados por seu médico e alterados para outra medicação.
A TGA afirma que essa ação foi tomada em resposta a uma revisão de dados clínicos em estudos clínicos
sendo conduzidos em outros países, os quais mostraram que os pacientes tinham risco de sofrer
insuficiência hepática aguda que, em alguns casos, não seria reversível. A TGA recebeu 10 notificações
de eventos adversos de função hepática anormal em pacientes australianos em uso de sitaxentan. As
Informações do Produto do sitaxentan continham um alerta em caixa alertando sobre o risco de efeitos
colaterais hepáticos e o uso de sitaxentan foi contraindicado em paciente com doença hepática préexistente.
Canadá (2). A Pfizer Canada e a Health Canada informaram aos profissionais de saúde e o público que
os comprimidos de sitaxentan sódico (Thelin®) serão retirados do mercado canadense devido a
preocupações sobre hepatotoxicidade. Com base em uma revisão das informações disponíveis, incluindo
novas informações sobre duas fatalidades associadas a lesão hepática (um caso pós-comercialização em
2009 no Reino Unido e, em 2010, um caso de ensaio clínico em um programa de registro norteamericano em um local de estudo na Índia), a empresa concluiu:
•
•
A hepatotoxicidade é um risco conhecido do sitaxentan sódico e de todos os antagonistas do
receptor da endotelina.
Um padrão idiossincrático recentemente identificado de lesão hepática não pode ser excluído no
momento como risco potencial do uso de sitaxentan sódico.
11
•
•
A hepatotoxicidade idiossincrática não parece estar associada a fatores de risco identificáveis,
provavelmente não parece ser detectável pelo monitoramento de rotina e, ao menos em alguns
casos, não parece ser resolvida com a descontinuação do sitaxentan sódico.
O benefício geral desse medicamento não supera mais o risco na população geral de pacientes
com hipertensão arterial pulmonar.
Europa (3). A EMA foi informada da decisão da Pfizer de retirar voluntariamente o sitaxentan (Thelin®)
do mercado mundial e de descontinuar todos os ensaios clínicos em andamento, em resposta a novas
informações sobre lesão hepática fatal. O CHMP revisou os dados sobre toxicidade hepática, incluindo
três casos de lesão hepática fatal. Um dos casos ocorreu no Reino Unido em 2009 e dois ocorreram
durante ensaios clínicos na Índia e na Ucrânia em 2010. Dois dos casos de lesão hepática fatal tiveram
relação causal com o sitaxentan.
A EMA afirma que novos dados sugerem que não se pode evitar a toxicidade hepática grave em todos os
pacientes. Os casos não foram associados a fatores de risco identificáveis, não puderam ser detectados
por monitoramento freqüente e não foram resolvidos com a descontinuação do sitaxentan.
O CHMP observou que há disponibilidade de opções alternativas de tratamento, incluindo dois outros
antagonistas do receptor da endotelina (AREs) autorizados de forma central: bosentan (Tracleer®) e
ambrisentan (Volibris®).
O Comitê deu início agora a uma revisão do perfil hepatotóxico desses AREs para confirmar que
permanecem sendo uma opção valiosa no tratamento de hipertensão pulmonar. Enquanto essa revisão
estiver em andamento, o CHMP recomenda que, ao escolher alternativas, os prescritores devem seguir as
orientações do tratamento.
Referências:
(1) Safety Information, Alerts/ advisories, TGA, 10 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.tga.gov.au (em inglês).
(2) Advisories, Warnings and Recalls, Health Canada, 20 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.hc-sc.ca (em inglês).
(3) Press releases, EMA, 16 and 10 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.ema.europa.eu (em inglês).
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SEGURANÇA DE MEDICAMENTOS
Carbapenem
Relatório resumido sobre reações adversas a medicamentos
Malásia. A Agência Nacional de Controle Farmacêutico publicou um relatório resumido sobre
carbapenens e RAMs no Boletim da Malásia sobre Reações Adversas a Medicamentos de agosto de 2010.
Houve 248 notificações de RAMs desde 2001: 150 notificações (256 eventos) para o imipenem; 62
notificações (105 eventos) para o meropenem; 36 notificações (49 eventos) para o ertapenem. A maioria
das RAMs notificadas é das seguintes classes de sistema de órgãos (CSO): pele e apêndices; sistema
nervoso central e periférico; sistema hepático e biliar; sistema gastrointestinal; psiquiátrico; e
transtornos gerais. O Boletim informa que os efeitos colaterais do sistema nervoso central, como
atividade mioclônica, efeitos colaterais de confusão e convulsões, bem como reações cutâneas como
erupções, prurido, urticária, síndrome de Stevens-Johnson (rara) e necrólise epidérmica tóxica (rara) são
documentados nas bulas locais dos produtos.
De acordo com o relatório, foram recebidas 39 notificações de RAM de convulsões em associação com o
imipenem. As notificações envolveram pacientes pediátricos e idosos. Dos pacientes que tiveram
convulsões durante a terapia com imipenem, 15 (38,4%) tiveram diminuição da função renal. A Agência
informa que o imipenem é excretado principalmente pelos rins e, portanto, a individualização da dose do
imipenem deve ser considerada para idosos e para os pacientes com função renal enfraquecida, de forma
a reduzir a possibilidade de atividade convulsiva. Há 18 notificações de RAM de efeitos psiquiátricos
relativas à terapia com ertapenem. Foram notificados confusão, alucinação e delírio. A Agência afirma
que os pacientes com distúrbio do sistema nervoso central terão maior risco de sofrer esses efeitos
adversos e, portanto, o ajuste da dose de ertapenem ou o uso de medicações alternativas deve ser
considerado. Outras RAMs comuns notificadas incluem: distúrbios gerais (febre, calafrios), distúrbios do
sistema gastrointestinal (diarreia, náusea, vômito) e distúrbios do sistema hepático e biliar (aumento de
ALT, aumento das enzimas hepáticas, icterícia colestática, testes de função hepática anormal não
especificados).
Referência:
Malaysian Adverse Drug Reactions Newsletter, August 2010, National Pharmaceutical Control Bureau, Ministry of
Health, Malaysia.
Disponível na Internet no endereço: www.bpfk.gov.my (em inglês).
Clozapina
Risco de hipomotilidade gastrointestinal com ameaça à vida
Canadá. A Health Canada alertou profissionais de saúde quanto ao potencial de hipomotilidade
gastrointestinal com ameaça à vida, associada ao uso de clozapina. A hipomotilidade gastrointestinal
pode ser agravada ao combinar a clozapina com outras medicações que podem causar constipação. A
clozapina é um agente antipsicótico atípico, indicado na administração da esquizofrenia resistente a
tratamento. Constipação é uma reação adversa comum ao medicamento. A monografia canadense do
produto lista íleo paralítico como uma contraindicação ao uso de clozapina. A monografia afirma que a
clozapina tem efeitos anticolinérgicos potentes que foram associados a graus variados de
enfraquecimento do peristaltismo intestinal, desde constipação até obstrução intestinal, impactação fecal
e íleo paralítico. Em raras ocasiões, esses casos foram fatais. De acordo com a Health Canada, os efeitos
anticolinérgicos e antisserotonérgicos da clozapina podem contribuir com a hipomotilidade
gastrointestinal e a distensão do cólon. A distensão intraluminal, por sua vez, pode comprometer a
circulação capilar e levar a isquemia mucosa do cólon. Além disso, retenção fecal grave resultante da
hipomotilidade pode promover distensão do cólon, acumulação de gases e fluidos, e proliferação
bacteriana no segmento afetado do intestino. Pode, então, haver invasão bacteriana na mucosa
isquêmica subjacente, resultando em necrose e sepse sistêmica. A Health Canada também alerta que o
potencial para complicações e morte devido à hipomotilidade gastrointestinal grave é considerável. A
apresentação e o diagnóstico tardios da obstrução intestinal podem contribuir para resultados fatais em
pacientes tomando clozapina.
Desde 15 de julho de 2010, a Health Canada recebeu 704 notificações de reações adversas
gastrointestinais suspeitas de estarem associadas ao uso de clozapina. Dessas, foram identificadas 28
mortes envolvendo pessoas com reações adversas relativas a obstrução intestinal. Seis casos foram
13
considerados difíceis de avaliar, porque as notificações continham informações clínicas limitadas ou
conflitantes. Dos 22 casos restantes, 13 envolveram homens e nove envolveram mulheres. A idade
média dos pacientes era de 61 anos. Foi observado um histórico de constipação em seis notificações.
Treze notificações envolveram o uso de outras medicações com o potencial de causar ou agravar
constipação.
Exemplos dessas medicações incluem outros agentes antipsicóticos (por exemplo, metotrimeprazina,
loxapina e olanzapina), medicações usadas para administrar sintomas extrapiramidais induzidos por
fármacos (por exemplo, benztropina e prociclidina) e medicações indicadas para o tratamento de
disfunções do trato urinário (por exemplo, oxibutinina e tolterodina). O uso de um laxante antes de surgir
a obstrução intestinal foi mencionado em quatro casos. A dose diária total de clozapina, que foi notificada
em 17 casos, variou de menos de 300 mg (cinco casos) até mais de 600 mg (dois casos). A dose diária
média nos outros 10 casos foi de 550 mg. O tempo decorrido até o início das reações adversas variou de
aproximadamente duas semanas a muitos anos. Em três casos, a morte foi relacionada à pneumonia por
aspiração associada ao íleo.
A Health Canada alerta que os pacientes em uso de clozapina devem ser monitorados quanto ao
desenvolvimento de constipação. Os sintomas de complicações gastrointestinais graves podem ser não
específicos e podem incluir dor ou distensão abdominal, vômito, constipação, alteração dos hábitos
intestinais e febre. Sempre que possível, o uso concomitante de outras medicações com o potencial de
causar ou agravar constipação, particularmente os que têm propriedades anticolinérgicas, devem ser
evitados.
(Ver Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 6 de 2007 para obter o alerta sobre
efeitos gastrointestinais da clozapina na Nova Zelândia.)
Referência:
Canadian Adverse Reaction Newsletter, Health Canada, Volume 21, Issue 1, January 2011.
Disponível na Internet no endereço: www.hc-sc.gc.ca (em inglês).
Codeína
Recomendação contra o uso de codeína por lactantes
Nova Zelândia. A Medsafe lembrou os profissionais de saúde que o uso da codeína por lactantes foi
associado a casos fatais de toxicidade por morfina em bebês. As bulas de produtos de venda sem
prescrição contendo codeína foram atualizadas para incluir a recomendação contra o uso de codeína por
lactantes, exceto sob orientação médica. As doses de codeína disponíveis em algumas preparações de
medicamentos de venda sem prescrição são consideradas suficientes para causar toxicidade por morfina
em lactentes. A Medsafe afirma que as pacientes devem ser alertadas sobre os sintomas da toxicidade
por morfina em si mesmas (náusea, vômito, sonolência, constipação e/ ou dificuldade de cuidar do bebê)
e em seus bebês (aumento do sono, dificuldade de mamar, dificuldade respiratória ou moleza). As
pacientes também devem ser recomendadas a descontinuar a codeína e procurar cuidados médicos
imediatamente, caso esses sintomas ocorram.
(Ver Boletim Informativo da OMS sobre Produtos Farmacêuticos nº 5&6 de 2008 para obter o alerta sobre
o risco de sintomas relacionados a morfina em lactentes no Canadá.)
Referência:
Prescriber Update Vol. 31, no. 4 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.medsafe.govt.nz (em inglês).
Drogas antiinflamatórias não esteróides
Reduzindo o risco de reações gastrointestinais com DAINEs e/ ou inibidores
da COX-2
Nova Zelândia. A Medsafe alertou sobre o risco de reações gastrointestinais (GI) com drogas
antiinflamatórias não esteróides (DAINEs). A Medsafe afirma que uma análise das notificações enviadas
ao Centro de Reações Adversas (CARM) mostra a maior parte dos pacientes apresentando reações
adversas GI com DAINEs ou inibidores da COX-2 tinham outros fatores de risco para esses eventos. Os
fatores de risco incluem: idade maior que 65 anos; histórico de úlcera péptica ou sangramento GI;
irritação gástrica anterior com uso de DAINE; uso de várias DAINEs ou inibidores de COX-2; e uso
concomitante de corticosteróides, anticoagulantes e ISRSs. Recomenda-se aos prescritores que, para
14
todos os pacientes precisando de tratamento com uma DAINE não seletiva ou com um inibidor de COX-2,
o grau e a gravidade dos eventos GI podem ser reduzidos pelas seguintes ações:
•
•
•
•
Usar a dose eficaz mais baixa pela menor duração possível;
Evitar o uso concomitante de mais de uma DAINE, ou de uma DAINE com um inibidor de COX-2;
Evitar o uso concomitante de aspirina e/ ou um anticoagulante, quando possível. Se essa
combinação for necessária, deve-se considerar um agente gastroprotetor, como um inibidor da
bomba de prótons;
Identificar pacientes com fatores de risco para eventos adversos GI graves e considerar o uso de
um agente gastroprotetor, como um inibidor da bomba de prótons.
Referência:
Prescriber Update Vol. 31, no. 4 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.medsafe.govt.nz (em inglês).
Somatropina
Revisão em andamento sobre a somatropina e possível maior risco de morte
Europa (1). A EMA anunciou que o CHMP deu início a uma revisão sobre a segurança de medicamentos
contendo somatropina autorizados de forma central ou por procedimentos nacionais na União Europeia
(UE). O CHMP analisará todos os dados disponíveis sobre a somatropina para reavaliar o equilíbrio riscobenefício desses medicamentos. A somatropina é um hormônio do crescimento humano, produzido com o
uso da tecnologia do DNA recombinante. A somatropina é usada para tratar diversas condições
associadas à falta do hormônio do crescimento e baixa estatura, incluindo crianças que não crescem
devido à falta de hormônio do crescimento, síndrome de Turner ou insuficiência renal crônica.
A EMA explica que a revisão foi iniciada depois do recebimento de informações da agência francesa de
medicamentos sobre um estudo epidemiológico de longo prazo chamado Santé Adulte GH Enfant
(SAGhE), em pacientes tratados durante a infância para a falta idiopática ou baixa estatura gestacional
com medicamentos contendo somatropina. Os resultados do estudo sugerem um aumento do risco de
mortalidade com a terapia com somatropina, em comparação com a população geral. O estudo ainda está
em andamento. A EMA recomenda aos prescritores a seguirem estritamente as indicações e as doses
aprovadas. A dose máxima recomendada de 50µg/kg de peso ao dia para medicamentos contendo
somatropina não deve ser excedida.
EUA (2). A FDA publicou um Comunicado de Segurança de Medicamentos informando o público sobre os
resultados do estudo Santé Adulte GH Enfant (SAGhE) na França (ver item acima). Nos Estados Unidos, o
hormônio do crescimento humano recombinante é usado na população pediátrica para tratar baixa
estatura devido à deficiência do hormônio do crescimento (incluindo deficiência idiopática de hormônio do
crescimento), síndrome de Turner, síndrome de Noonan, síndrome de Prader-Willi, baixa estatura por
deficiência do gene homeobox (SHOX), insuficiência renal crônica, baixa estatura idiopática e bebês
pequenos pela idade gestacional.
A revisão desse risco potencial está em andamento. A FDA afirma que, no momento, acredita que os
benefícios do hormônio do crescimento recombinante continuam superando seus riscos em potencial. A
Agência recomenda que os pacientes continuem seu tratamento com o hormônio do crescimento humano
recombinante, conforme prescrito por seu médico.
Referências:
(1) Press release, EMA, 16 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.ema.europa.eu (em inglês).
(2) FDA Drug Safety Communication, US FDA, 22 December 2010.
Disponível na Internet no endereço: www.fda.gov (em inglês).
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Egito.
O
Centro
Egípcio
de
Farmacovigilância publicou diversos alertas
de segurança, incluindo os seguintes, em
seu décimo primeiro boletim periódico em
dezembro de 2010.
•
•
•
No dia 3 de junho de 2010, a
Administração Central de Assuntos
Farmacêuticos (CAPA, em inglês)
decidiu acrescentar um alerta à
bula
de
produtos
contendo
sinvastatina (medicamento para
baixar o colesterol) acerca de
possíveis
interações
medicamentosas com amiodarona,
verapamil
ou
diltiazem,
em
associação com o maior risco de
miopatia/ rabdomiólise.
No dia 21 de outubro de 2010, a
CAPA decidiu retirar a autorização
de comercialização de todos os
produtos
registrados
contendo
dextropropoxifeno
(analgésico
opióide).
Um novo alerta em caixa será
acrescido à bula do trastuzumabe
(Herceptin)
(medicamento
oncológico)
afirmando
que
a
exposição ao trastuzumabe durante
a gravidez pode resultar em
oligoâmnio
(deficiência
da
quantidade de líquido amniótico) e
sequência
de
oligoâmnio
manifestando
como
hipoplasia
pulmonar,
anormalidades
do
esqueleto e morte neonatal.
Referência:
The Egyptian Pharmacovigilance Center
Newsletter 11, Volume 1, December 2010.
16
ARTIGOS
Os artigos deste boletim se encontram no original em inglês,
http://www.who.int/medicines/publications/Newsletter_1-2011.pdf
disponíveis
no
endereço:
17
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