INSTITUCIONAL O propósito da ASSOCIAÇÃO é a educação e a disseminação do conhecimento pertinente à colposcopia, e ao diagnóstico e conduta nas doenças do trato genital inferior. METAS A Associação busca educar os profissionais médicos em genitoscopia e estratégias relacionadas à área do trato genital inferior. Ela proporciona aos médicos o conhecimento e habilidades necessárias para: executar exames colposcópicos básicos e avançados (inclusive a compreensão do que é normal e fisiológico na área genital bem como o que é anormal); correlacionar a colposcopia com a citologia, e a histologia; reconhecer e avaliar as alterações pré-malignas e malignas no trato genital inferior; reconhecer o papel de co-fatores no desenvolvimento das desordens neoplásicas da cérvice, vagina e vulva; reconhecer, avaliar, e tratar as doenças vulvares e vaginais relacionadas; estar familiarizado com novas modalidades de diagnóstico e tratamento para as doenças do trato genital inferior. História Queremos resgatar a nossa história. Se Você tem informações entre em contato conosco pelo e- mail [email protected] (com cópia para [email protected]). Escrevendo a História Por Dra. Domiciana Moreira de Melo Guerra Reconstituir a história é tarefa de pesquisa, paciência e espírito de equipe. É também, um trabalho de discernimento, de escolha entre os fatos obtidos, quais tem importância ou relevância, para serem citados ou que influiram nos caminhos que a Colposcopia trilhou. Nossa história, até o momento, com alguns poucos documentos conseguidos, mostra a persistência, o interesse científico e a opção do estudo de seus associados, feita de dedicação e gosto, abrindo mão de outros valores. Na nossa percepção atual é fato que tal espírito de pesquisa se mantém vivo nas pessoas que são parte deste grande grupo que é hoje, a nossa Sociedade. Discussões e reuniões, congressos e simpósios tem platéia cativa e amiga em todo o território nacional. Nossa árvore, de tronco largo e forte tem expandido seus ramos em muitas direções, desde a cérvice, na sua fisiologia e patologia, a correlação cito-histológica, a biópsia e a terapêutica sob visão colposcópica, o estudo da vagina e vulva, áreas ainda em investigação e os estudos virais pela biologia molecular, tornaram-se, nas mãos do ginecologista, do urologista, do dermatologista, uma matéria dinâmica e complexa conhecida com o nome de Genitoscopia. De acordo com os Estatutos, nossa Sociedade, foi fundada no dia 17 de maio de 1958, na cidade do Rio de Janeiro, com o nome de Sociedade Brasileira de Colposcopia. Sua história tem hiatos, que com o tempo, talvez poderão ser preenchidos. Continuamos com as investigações. O Dr. Oswaldo Gesta (in memorium), de Manaus, nos enviou uma História da Colposcopia, traduzida de um relato de Hinselmann e publicada na Femina em julho de 1991. Em março de 1924, trabalhando na Clínica Ginecológica da Universidade de Bonn, foi chamado pelo Diretor Prof. von Franqué para escrever, em conjunto, um capítulo sobre câncer do útero. À Hinselmann coube a descrição da parte clínica. Pesquisando na biblioteca, pensava nos itens que deveria desenvolver: estatística, sintomas, diagnóstico, prognóstico, profilaxia, etiologia. Em relação ao diagnóstico, pensou : "talvez unicamente o diagnóstico precoce tenha algum interesse". Imaginando o aspecto clínico do estado precoce, pensou naturalmente em um pequeno tumor ou em uma pequena úlcera. Não sabendo como descrever, voltou a falar com von Franqué, que tinha muita experiência, para ter algum esclarecimento. Este por sua vez surpreendeu-se com a pergunta e pediu que apresentasse o capítulo de maneira simples. Hinselmann não aceitou dizendo que so ficaria mesmo o diagnóstico precoce no sentido mencionado. "Pois então o senhor já tem um assunto em que pode se fixar" respondeu von Franqué. Escrevendo para patologistas amigos em Viena, Chemnitz e Nova York para conseguir descrições e figuras surpreendeu-se novamente pois estes anatomopatologistas experimentados não tinham estes dados. Teve então a idéia de combinar luz intensa com aumentos consideráveis para examinar o colo, o que deveria aumentar a segurança do diagnóstico. Tumores ou úlceras menores do que os até então observados, deveriam ser reconhecíveis. Utilizou a lupa de von Eicken com aumentos de 0,8; 1,1 e 1,8, observando que isto constituia vantagem. Escreveu então ao Dr. E. Leitz e a casa Zeiss que queria um aparelho com aumento de 10 vezes com distância de 12 cm (com a finalidade de examinar o colo sem tracioná-lo, levando em conta o comprimento médio da vagina de 9 cm). As duas firmas declararam que, com estas características, não poderia ser feito o aparelho. Hinselmann, no entanto, insistiu com o Dr. Leitz que, no interesse do problema humanitário, providenciasse para que "fossem mudadas as leis da natureza". Algumas semanas depois chegou uma proposta positiva. O resultado, apesar de todas as imperfeições, foi tão surpreendente que então não se podia mais retroceder. Trabalhando e realizando biópsias aprendeu que o material coletado, quando de pequenas dimensões, deveria ser analisado com cortes seriados. Imaginou então a palavra Colposcopia, derivada da palavra kolpos que significa vagina e skopeo que significa olhar com atenção, inspirado em Platão que combinou os verbos horan e scopasti que significam observar exatamente e digerir mentalmente com todo o cuidado. E assim, ao longo dos anos foi aperfeiçoando o colposcópio e aprendendo a observar as lesões. Em 1927 publicou pela primeira vez a descrição das modificações que designou como lesões pré-cancerosas, escreveu um manual de colposcopia e disse que a colposcopia entra na ginecologia do futuro como um marco e nunca mais poderá desaparecer. Histologia, fisiologia e histologia funcional muito aproveitarão da colposcopia do futuro. Deve-se a pessoas de largo horizonte como Arnaldo de Moraes e Clovis Salgado, que deram asilo ao método,que a colposcopia ainda exista, que tenha conseguido sobreviver à guerra e, ainda mais, ao pós-guerra, que ela tenha despertado para vida nova, possibilitando ao meu aluno João Paulo Rieper, desenvolver-se na Clínica do Prof. Arnaldo de Moraes. Com a ajuda de colegas dedicados a nossa Sociedade, como a Dra. Isa Maria de Mello, de Brasília, alguns números dos Anais Brasileiros de Ginecologia, do ano de 1959 chegaram as nossas mãos e lá, pudemos encontrar alguns relatos interessantes. Os Anais publicaram a Ata de 2ª Reunião da Sociedade Brasileira de Colposcopia, realizada em 13 de setembro de 1958. Nesta reunião o Vice-Presidente Prof. Dr. Arnaldo de Moraes aprovou a Ata da 1ª Sessão Ordinária (realizada em 2 de agosto) e cumprimentou o Dr. J. Clauss, do serviço do Prof. Mestwerdt, que veio para um intercâmbio médico-científico. O Dr. João Paulo Rieper propôs que fôsse organizada uma comissão para preparar um livro de Colposcopia. Os Drs. Mário Pardal, Alberto Rocha, Werner Soldan e João Paulo Rieper eram colaboradores certos e o Prof. Clovis Salgado, Presidente da Sociedade aprovou a Comissão. Nesta reunião foi apresentado o distintivo da Sociedade Brasileira de Colposcopia, desenhado pelo Sr. Rabong e aprovado unanimemente. O Dr. Orlando Baiocchi apresentou o industrial Decio Vasconcellos e seus colaboradores, construtores do novo colposcópio nacional. O Dr. Baiocchi fêz uma palestra com o tema "O valor da documentação em colposcopia" apresentando os princípios da colpofotografia, mostrando fotos tiradas com um modelo Zeiss e em seguida demonstrou o modelo nacional, recem fabricado e uma pinça de biópsia de sua autoria, rotativa, que utilizava uma frese com rotação a alta freqüência, com cones de vários diâmetros. Obtinha-se um pólipo artificial que facilitava o diagnóstico histológico do carcinoma estadio 0 e do microcarcinoma. O Prof. Arnaldo de Moraes teceu considerações sobre o valor das realizações em favor do diagnóstico precoce do carcinoma do colo, servindo de exemplo esta colaboração da clínica com a indústria encerrando a sessão. Neste período chegou uma carta dirigida a Diretoria da Sociedade Brasileira de Colposcopia: Meus caros amigos, Felicito-os pela fundação da "Sociedade Brasileira de Colposcopia". Estou convencido que a evolução prática e científica da colposcopia será colocada com isto, em trilhos firmes. A primeira sessão ordinária de 2 de agosto confirmou esta minha opinião porque as questões então discutidas mostraram logo a importância da sociedade. Com grande prazer gostaria de tomar parte na solução das perguntas levantadas. É para mim honra especial Ter sido nomeado presidente honorário. Agradeço tanto mais, como já fui alvo de honrarias da sua parte em outras ocasiões, ajudando-me no fortalecimento das idéias por mim defendidas, como ultimamente com a nomeação de Dr. Honoris causa e como Sócio Honorário da Academia de Medicina. Só posso repetir, o que já exprimi em 1949, que sempre podem considerar-me como um dos seus. Hans Hinselmann Em julho de 1959, João Paulo Rieper escreve no vol. 48 dos Anais Brasileiros de Ginecologia : O Prof. Hans Hinselmann faleceu, subitamente, no dia 18 de abril de 1959, de infarto do miocárdio. O grande morto está ligado à medicina brasileira, por vínculos particularmente fortes, tanto científicos como de amizade. Quando em 1949, foi convidado pelo Prof. Arnado de Moraes a visitar a Clínica Ginecológica sob sua direção, estava a Colposcopia numa fase crítica e ameaçada de desaparecer. A tempestade da segunda guerra mundial varreu este ramo da ciência ginecológica quase que totalmente do mundo, resistindo apenas, como núcleos mais importantes, a Suiça e o Brasil. Ödios políticos e falta de comunicação científica entre os diferentes países, foram as causas deste desastre, agravado pela grande injustiça de o prenderem sob acusação de crimes contra a humanidade. Coisas de após guerra. Vae victis! Nesta hora tenebrosa da Colposcopia, veio o convite do Brasil o qual, segundo as palavras de Hinselmann foi uma verdadeira libertação, como se um avião tivesse furado as nuvens "para alcançar o azul aberto do céu"! Estabeleceu-se então esta amizade entre o autor destas linhas e um grupo de ginecologistas brasileiros. Perdemos um grande amigo, um esteio dos nossos trabalhos e uma figura de grande originalidade, tão rara no mundo de hoje, por seus elevados dotes morais. Rendemos a nossa homenagem ao grande morto, não só pela triste e saudosa lembrança que gravamos em nossa alma, mas também pela firme intenção de continuar a sua grandiosa obra, monumento magnífico duma personalidade genial! Os Anais Brasileiros publicaram, entre numerosos artigos sobre Colposcopia, dois números especiais, em março de 1950 e em setembro de 1955, em homenagem a Hinselmann. A Ata da 4ª sessão ordinária, realizada em 8 de novembro de 1958, iniciou com debates sobre o livro de colposcopia. Em seguida foi convidado o Dr. Nisio Marcondes Fonseca, para falar sobre "Aspectos histológicos das Imagens colposcópicas" . A pergunta fundamental era: há correspondência dos aspectos histológicos com os colposcópicos? A resposta foi não, porque o mesmo aspecto colposcópico pode corresponder a quadros histológicos diferentes. Foram projetadas várias lâminas de casos de leucoplasia que mostravam hiper e paraqueratose e por debaixo, epitélio atípico da rubrica I e, em outro caso da rubrica III. O mesmo aconteceu com o mosaico e a base. Afirmou o conferencista que o colposcopista não pode afirmar se uma modificação é maligna ou não, o que somente é possível ao anátomo-patologista. Pediu o Dr. Nísio Marcondes Fonseca que os colposcopistas indicassem com mais precisão o tipo de matriz, nos pedidos de biópsia, em vez de designar o achado clínico rotineiramente como "epitélio atípico". Na discussão o Dr. João Paulo Rieper acentuou que "só a histologia poderia fazer o diagnóstico definitivo, a colposcopia levantando as suspeitas, se bem que há vários indícios colposcópicos que deixam maximamente provável a malignidade de certos processos". Assim a vascularização atípica combinada com o aspecto da matriz, a tonalidade amarela, o aspecto gelatinoso, o macromosaico etc., já representam grande suspeita e, as vezes, quase certeza de processos malignos. O Prof. Arnaldo de Moraes salientou que a importância da vascularização atípica e da correspondência ou não dos aspectos colposcópicos e histológicos já foi descrita por Hinselmann e encerrou a sessão. Na busca de nossas raízes, recebemos também a colaboração do Capítulo de Minas Gerais, através do seu Presidente Dr. Garibalde Mortoza, que nos enviou os Anais do 1º. Congresso Brasileiro de Colposcopia, realizado em Belo Horizonte, entre 13 e 16 de setembro de 1964. O Presidente, Prof. João Paulo Rieper, homenageou neste Congresso o Prof. Clovis Salgado, como Presidente de Honra; foi também realizada homenagem póstuma ao Prof. Hans Hinselmann (1884 – 1959). O Secretário Geral, Alberto Henrique Rocha, também trabalhou na Comissão de Publicações e Anais. A Comissão Científica foi comandada por Lucas Monteiro Machado, a de Finanças por José Salvador Silva e a Comissão Social por Lucas Viana Machado. Delzio Bicalho presidiu a Comissão de Exposição Científica e Comercial. A finalidade principal do 1º. Congresso Brasileiro de Colposcopia foi a de reunir os colposcopistas brasileiros, para sentirem a sua força e o progresso real da especialidade no nosso país. "Os trabalhos apresentados mostram que esta meta foi plenamente alcançada. Além disso, resultam estímulos para novos trabalhos e podemos aguardar confiantemente o futuro da colposcopia no Brasil". Dentre os autores que apresentaram trabalhos e conferências neste Congresso, podemos citar: G. Mestwerdt, Alberto Henrique Rocha, Ruy Pimenta Filho, João Paulo Rieper, Hildegard Stoltz, Maria das Mercês Pontes Cunha e F. Victor Rodrigues. Os temas versaram sobre Microcarcinoma do colo uterino, Ectropion congênito, Vantagens e Dificuldades da Colpofotografia, Cervicites e a Junção escamo-colunar na infância e adolescência, entre outros. A Revista Brasileira de Ginecologia dedicou um número especial (vol. IX - 1977) para os Anais do 4° Congresso Brasileiro de Patologia Cervical Uterina e Colposcopia. Este Congresso, realizado na cidade do Rio de Janeiro entre 10 e 14 de outubro de 1976, foi considerado "Um passo importante na luta contra o câncer do Colo Uterino". Na ocasião houve importante participação da Divisão Nacional de Câncer e Ministério da Saúde. O Prof. Alípio Augusto Camelo, Diretor do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ressaltou a importância da criação, em 1948, do Ambulatório Preventivo do Câncer Ginecológico. Divulgada no Brasil, a Colposcopia, pelas mãos de João Paulo Rieper, Presidente do 4° Congresso Brasileiro, a Comissão Organizadora contou com a participação de Leonardo R. Sanches (Vice-Presidente do Congresso), Nísio Marcondes Fonseca (Presidente da Comissão Científica), Clarice Amaral Ferreira, Paulo Canella (presidente da Comissão Executiva) e Hélia Maldonado (Comissão de Finanças). Como Presidente de Honra foi homenageado o Prof. Clovis Salgado além do Prof. José Medina de S. Paulo. Como convidados especiais, compareceram ao Congresso os Prof. Erich Burghart, Presidente do 2° Congresso Mundial de Patologia Cervical e Colposcopia, realizado na Austria em 1975 e o Prof. Adolf Stafl dos Estados Unidos. O Congresso contou com a participação de mais de 80 professores (entre eles Paulo Levy Schivartche, Werner Soldan, Manoel Baliú, Ítalo Baruffi, Alberto Henrique Rocha, Mercês Pontes Cunha, Onofre de Castro, Annibal Silvany, Jayme Iglesias, Paschoal Simões, Carlos Alberto Salvatore, Paulo Barros, Ruy Pimenta, Paulo Gorga, Roberto Alvarenga, Emília Rebelo Lopes, Humberto Torloni, José Chaves Meyrelles e Carmen Prudente, entre outros) a quem João Paulo Rieper agradeceu em seu discurso. Na Abertura Solene, realizada no Hotel Glória, estendeu seus agradecimentos a Dra. Hildegard Stoltz, Secretária Geral "eficiente e enérgica, para a qual não há problemas que não resolva facilmente e para a Sra. Hilda Rieper (Comissão Social) "a minha cara metade que organizou o programa social e suportou a desorganização, motivada pela instalação da Secretaria do Congresso, na nossa casa". Agradeceu, além disso, a ajuda do Banco Real, Pró-Médico, D. F. Vasconcelos, Laboratórios Byk, American Optical, Imbracrios, Soldan e Livraria Manole. Cursos Pré Congressos foram ministrados pelos Prof. E. Burghart, João Paulo Rieper, José Maria Barcellos e Nísio Marcondes Fonseca. O Prof. João Paulo Rieper, ao encerrar o Congresso destaca que foi vitoriosa a ideia de que colposcopia, colpocitologia e anatomia patológica do colo formam uma unidade, a Patologia Cervical. Colposcopia Brasileira - 49 anos de História Por Dra. Isa Mello – Presidente no triênio 2003-2005 Colposcopia é uma técnica que permite ampliação estereoscópica dos tecidos do trato genital inferior. A palavra colposcopia deriva do grego e significa a observação atenta (SKOPEO) da vagina (KOLPOS), ou através dela. A técnica não é nova, tendo sido descrita em 1925, na Alemanha, por Hans Hinselmann e consistia no uso de um aparelho que propiciava iluminação e um pequeno aumento da cérvice. Desde aquele tempo, o uso da colposcopia contribuiu extensivamente para nossa compreensão da fisiopatologia da neoplasia cervical e para o diagnóstico precoce desta condição. A importância do método colposcópico definiu a criação de várias sociedades no mundo todo compondo uma federação internacional: a International Federation for Cervical Pathology and Colposcopy, e de uma latino-americana, das quais nosso País faz parte. A primeira Sociedade de Colposcopia instituída no mundo, antes mesmo da alemã, foi a brasileira fundada no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1958, com o nome de Sociedade Brasileira de Colposcopia por um grupo de médicos liderados pelo Prof. João Paulo Rieper discípulo de Hinselmann. Ele aqui esteve inúmeras vezes prestigiando nossa medicina. . Hinselmann acreditou na potencialidade do Brasil que praticou o método e o difundiu para a América latina e para o mundo. Em 1964 realizou-se no Brasil, em Belo Horizonte – MG o Congresso Brasileiro da especialidade, um dos primeiros senão o 1º congresso nacional de colposcopia do mundo. Nossa história mostra a persistência, o interesse científico o gosto e a dedicação de seus associados. O espírito de pesquisa se mantém vivo nas pessoas que são parte deste grande grupo que é hoje a Colposcopia Brasileira. Discussões e reuniões, congressos e simpósios tem sempre platéia cativa em todo o território nacional. Realizamos 13 Congressos Brasileiros, 09 Simpósios Internacionais e mais de 50 Cursos e Jornadas regionais. Hoje temos representatividade em 24 dos 27 estados brasileiros. Temos um certificado de qualificação por concurso público que acontece desde 1978 e que já titulou mais de 2 mil médicos. Participamos ativamente de praticamente todos os programas de câncer de órgãos governamentais e não-governamentais. Somos responsáveis pela parte do tratamento secundário das lesões precursoras do câncer de colo uterino com treinamento de médicos em colposcopia e em LEEP em todo o País. Participamos da realização do manual para diagnóstico e tratamento das lesões precursoras do câncer de colo editado em 1998, e do que esta sendo elaborado pelo Instituto Nacional de Câncer. Em 2004/2005 lançamos uma padronização do laudo colposcópico em todo o país e um selo de qualidade a ser distribuído aos médicos titulados. A colposcopia evoluiu ao longo dos anos passando de um método para diagnostico precoce do câncer de colo uterino para um exame mais global de todo o trato genital inferior permitindo o diagnostico e tratamento de toda a patologia que abrange esta área desde as infecções virais como o HPV ate as lesões precursoras e o próprio câncer. A moderna colposcopia é atualmente definida como o exame de todo trato genital inferior, da vulva ao canal endocervical na sua porção inicial, incluindo-se a exploração do períneo e região perianal. Ela é um método dinâmico. A abrangência conceitual ampliou o exame para Genitoscopia. Desta forma níveis de competência devem ser avaliados e definidos. Do médico com qualificação profissional nesta área exige-se conhecimento da fisiologia e patologia do trato genital inferior, bem como a capacidade de correlacionar os dados de citologia e anatomia patológica na decisão diagnóstica e terapêutica. No Brasil, por força de recente lei tivemos que alterar a denominação de Sociedade para Associação. A colposcopia do Brasil reunida em assembléia de seus pares alterou estatutariamente seu nome para “ASSCIAÇÃO BRASILEIRA DE GENITOSCOPIA”. O que é genitoscopia? Genital do latim genitale – relativo aos órgãos reprodutores femininos e masculinos. A Associação Brasileira de Genitoscopia é a única representante Brasileira da Colposcopia e permanece afiliada à Federação Latino-americana e à Federação Internacional. Atualmente a genitoscopia é difundida e praticada no Brasil de forma ampla, sendo aqui realizados cursos, simpósios e congressos nacionais e internacionais, demonstrando o interesse crescente neste meio de diagnóstico e de investigação e importante auxiliar no tratamento das patologias do trato genital inferior. No dia 08 de junho de 2005 durante Assembléia Geral da IFCPC realizada no Congresso Mundial de Colposcopia em Cancun - México, por 42 a 13 votos o Brasil foi eleito para sediar o XIV WORLD CONGRESS OF CERVICAL PATHOLOGY AND COLPOSCOPY em 2011, que será realizado em Salvador. Começamos a trabalhar desde já para o seu sucesso. Presidirá este congresso a Dra. Isa Mello, também eleita naquela como membro da Diretoria da IFCPC por seis anos. A Associação Brasileira de Genitoscopia comemora neste ano 49 anos de vida Um longo caminho, de muito trabalho cotidiano de vários colegas, profissionais talentosos que dedicam seu melhor esforço, para que a Associação siga sempre em frente. Chegamos aos 49 anos de atividades com a cabeça erguida e com muito orgulho da nossa história. Uma somatória de sentimentos e certezas que nos impulsiona a continuar inovando. Queremos integrar efetivamente todos os colposcopistas brasileiros em torno da Associação Brasileira e transformar a mudança em uma ferramenta de crescimento institucional e profissional. Estamos felizes em comemorar mais um ano de criação da nossa Associação, embora saibamos que muito teremos a empreender Mas, festejamos com satisfação e com os olhos voltados para o futuro, empenhados em buscar a valorização profissional e uma remuneração justa, enfim, dignificando o ato colposcópico como um exame tão importante na luta contra o câncer ginecológico. DIRETORIA DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PTGI e COLPOSCOPIA 2012 – 2014 Presidente: Garibalde Mortoza Júnior Vice- Presidente: Nilma Antas Neves Secretario Geral: Manoel Afonso Guimaraes Gonçalves Secretario Adjunto: Jefferson Elias Cordeiro Valença Tesoureiro: Iracema Maria Ribeiro da Fonseca 2o Tesoureiro: José Humberto Belmiro Chaves Coord. de Ética e Valorização Profissional: Adalberto Xavier Ferro Filho Coordenadora Científico: Isabel Cristina Chulvis do Val Guimarães Editora da Revista: Adriana Bittencourt Campaner Website: Adriane Cristina Bovo Comissão para Título: Gutemberg Leão de Almeida Filho Isabel Cristina Chulvis do Val Guimarães Yara Lucia Mendes Furtado de Melo João Carlos Arantes Júnior Maricy Tacla Conselho Fiscal: Neila Maria de Góis Speck Newton Sérgio de Carvalho Aristóteles Maurício Garcia Ramos ESTATUTO Salvo em pdf CONGRESSOS E EVENTOS Informaçoes gerais sobre cursos e eventos organizados ou divulgados por nossa Associação. 2013 ABRIL CURSO AVANÇADO EM PTGI 19/04 e 20/04 Local: ABM-ASSOCIAÇÃO BAHIANA DE MEDICINA - RUA BAEPENDI, 162 - SALVADOR- BA Informaçoes: 71-3235-9491 com Neide MAIO CERVICOLP 2013 - XXV ENCONTRO DE ATUALIZAÇÃO EM PTGI E COLPOSCOPIA 02/05 a 04/05 Local: Centro de Convenções Rebouças – Av. Rebouças, 600 - São Paulo - SP Informaçoes: 11 3283-4121 E-mail: [email protected] Home Page: http://www.levitatur.com.br JULHO PARANACOLPO 25/07 a 27/07 Local: Hotel Nikko - Curitiba – PR E-mail: Ricardo Rossi: [email protected] / Rita Zanine: [email protected] ATUALIZAÇÃO TERAPEUTICA EM CERVICOCOLPITES 27/07 Número de inscritos - 80 Local: ABM-ASSOCIAÇÃO BAHIANA DE MEDICINA - RUA BAEPENDI, 162 - SALVADOR- BA Informaçoes: 71-3235-9491 com Neide AGOSTO COLPOVIX Data a ser definida Local: Auditório do CRM-ES Informaçoes: 27 3325-1765 SOGOES – com Eugênia / Márcio E-mail: [email protected] TROCANDO IDÉIAS 29/08 a 31/08 Local: Rio de Janeiro – RJ SETEMBRO 6th EUROPEAN CONGRESS OF THE EUROPEAN FEDERATION FOR COLPOSCOPY Praga, República Tcheca Local: 05/09 a 07/09 Home Page: http://www.e-f-c.org OUTUBRO XVI CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA DO TRATO GENITAL INFERIOR E COLPOSCOPIA 09/10 a 12/10 Local: Recife - PE Home Page: http://www.colposcopia2013.com.br NOVEMBRO VII CONGRESO LATINOAMERICANO DE PATOLOGIA DEL TRACTO GENITAL INFERIOR Y COLPOSCOPIA/ XLII REUNIÓN ANUAL DE LA SOCIEDAD ARGENTINA DE PTGI Y COLPOSCOPIA 13/11 a 15/11 Local: Panamericano Hotel & Resort – Buenos Aires - Argentina Home Page:http://[email protected] DEZEMBRO DISCUTINDO CONDUTAS EM PTGI 07/12 Número de inscritos - 80 Local: ABM-ASSOCIAÇÃO BAHIANA DE MEDICINA - RUA BAEPENDI, 162 - SALVADOR- BA Informaçoes: 71-3235-9491 com Neide 2014 MAIO 15th WORLD CONGRESS FOR CERVICAL PATHOLOGY AND COLPOSCOPY 26/05 a 30/05 Local: London - UK Home Page: http://www.ifcpc2014.com AGOSTO 29th INTERNATIONAL PAPILLOMAVIRUS CONFERENCE & CLINICAL AND PUBLIC HEALTH WORKSHOP 20/08 a 25/08 Local: Seattle, Washington (EUA) Home Page: http://www.hpv2014.org ESTÁGIOS CURSOS E ESTÁGIOS EM PTGI e COLPOSCOPIA Todos os cursos e estágios listados são direcionados a profissionais médicos registrados no Conselho Regional de Medicina, podendo ser exigidos outros pré-requisitos como residência médica concluída. SERVIÇO DE GINECOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ALBERTO ANTUNES – Setor de PTGIC / CAF ALAGOAS Treinamento em Colposcopia e Cirúrgia de Alta Frequência Coordenadores: Profa.Luiza Daura Fragoso de Barros e Prof. José Humberto Belmino Chaves Duração: 4 meses (Março-Junho /Agosto-Novembro) Carga Horária: 20h/semana (Segunda-feira à Quarta-feira, horário integral) Período: Março - Junho / Agosto - Novembro Vagas: Cinco por semestre Pré-requisitos: Médico* * vinculado ao SUS, por solicitação do Diretor de sua unidade ou Secretário Municipal ou Estadual de Saúde com compromisso formal (por escrito) de que, após o treinamento, o médico montará ou será lotado num Setor de PTGIC já existente. Informações: Fone: (082) 3202-3880/3202-3712 (Serviço de ginecologia ) E-mail: [email protected] e [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA BAHIA CEARÁ DISTRITO FEDERAL PARANÁ Curso de Pós-graduação Lato Sensoda UFBA em Genitoscopia – Patologia do Trato Genital Inferior Duração: 390 h Local: Hospital Universitário Prof Edgar Santos Cidade: Salvador/BA Coordenação: Dra Nilma Antas Neves. Informações: Capítulo da Bahia – ABG Fone: (71) 3235-9491 Universidade Federal do Ceará -Maternidade Escola Assis Chateaubriand Serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia Treinamento em Ginecologia Oncológica e Colposcopia Duração: 40h/semana por 6 meses Local: Hospital de Base Cidade: Brasília/DF Pré-requisito: médicos concursados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal Informações: (61) 3215-1424. Período de inscrição : até abril de 2011 para o segundo semestre e até outubro de 2011 para o primeiro semestre de 2012. HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ Curso de pós-graduação lato sensu reconhecido pela Universidade Federal do Paraná Duração: 1 ano Período / Estágio: fevereiro a janeiro Vaga: uma Coordenação:Profa. Dra. Rita Maira Zanine Carga Horária: 20 h/semana Inscrições: novembro na secretaria do Depto. De Tocoginecologia da UFPR Informações: [email protected] / Depto. Tocoginecologia 041 33601865 com Renata Pré-Requisito: Residência Médica em Ginecologia Obstetrícia ou Oncologia O candidato deverá prestar prova teórica e entrevista. O Curso consta de atividades de ambulatório + aulas teóricas + reuniões clínicas no setor de TGI e também um dia por semana o especializando passa uma manhã na Anatomia Patológica revendo as lâminas da semana.O aluno também participa das atividades de Centro Cirúrgico.O Curso é gratuito. HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Estágio no Ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior e Genitoscopia sob coordenação daDra. Angelina Maia com ensinamentos teórico e prático em PERNAMBUCO colposcopia, vulvoscopia, anuscopia, peniscopia, Baixo e Alto Grau e Cirurgia de Alta Freqüência. Maiores informações: (81) 2126-3512 No Recife existem ainda estágios no CISAM (UPE), no IMIP e no Hospital do Câncer. RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE GINECOLOGIA DA UFRJ Estágio na área de Colposcopia - Aulas práticas e teóricas. Período: de 1 a 6 meses com carga horária mensal 64 h. Coordenação: Dra Paula Maldonado As inscrições são feitas pessoalmente com 2 fotos, xerox do Diploma , xerox do CRM, das 8:00 às 12 horas. Informações: fone (01) 2509-1778 (Secretária: Leila e Rosana) E-mail: [email protected] ;[email protected] FIOCRUZ - INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA Treinamento em Serviço em Patologia Cervical Uterina, para médicos vinculados ao SUS, por solicitação do Diretor de sua unidade ou Secretário Municipal de Saúde com compromisso formal (por escrito) de que, após o treinamento, o funcionário montará ou será lotado num Setor de PC já existente. Gratuito. CH de 208h (um turno por semana por um ano ou 2 turnos por semana por 6 meses, sempre pelas manhãs). As solicitações devem ser encaminhadas por ofício para o Diretor do IFF/FIOCRUZ (Av. Ruy Barbosa, 716 - Flamengo - Rio de Janeiro - RJ - tel (21) 2554 1700), a qualquer época, com uma vaga por semestre. Os candidatos integram uma fila de espera e são chamados à medida que outros vão encerrando seu período. Maiores informações através [email protected]. CURSOS MINISTRADOS PELA DRA. CLÁUDIA JACYNTHO Informações: Dra. Claudia Jacyntho –www.jacyntho.com.br 3 DIAS - TEÓRICO-PRÁTICO (20 horas aula + 12horas de estágio) Prática no consultório da Profª. Drª.Cláudia Jacyntho 1 turno no consultório (estágio pago)+ 3 turnos no Serviço de Genitoscopia do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro – Ministério da Saúde/Serviço de Colposcopia do HNSS – Universidade Souza Marques – RJ Hosp. Servidores/RJ/MS (a combinar - estágio gratuito). INCA (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER) Cirurgia de Alta Freqüência em Ginecologia na Área de Oncologia Coordenadores: Olímpio Ferreira de Almeida Neto; Virgílio Augusto Gomes Parreira Maiores informações: CEDC (21) 3970- 7944 ou (21) 3970-7828 Fax: (21) 39707964 Objetivo geral Atualizar o conhecimento e a prática em cirurgias de alta freqüência para o tratamento das pacientes portadoras de lesões precursoras do câncer ginecológico (colo, vagina e vulva). Pré-requisitos Residência Médica* ou Especialização Médica em Ginecologia com experiência em colposcopia e vínculo preferencialmente em hospital credenciado como CACON, hospital público ou em serviço conveniado ao SUS *credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) . O curso é gratuito e agendado de acordo com demanda mínima (4 alunos), mas é necessário uma carta de encaminhamento do serviço. Carga horária total : 40 h/semana (duração de 1 semana) UNIFESP 1. Curso de Especialização de Patologia do Trato Genital Inferior Duração: 6 meses, totalizando 340h práticas e 20h teóricas Horário: turmas opcionais pela manhã e pela tarde (segunda a quinta das 8:00 às 12:00 ou segunda a sexta das 13:00 às 17:00) Coordenação: Prof. Dra. Julisa Chamorro Lascasas Ribalta* - Informações: (11) 5579-3321 ramal 2. *Realiza curso intensivo teórico-prático de colposcopia e citologia na 2ª semana de julho. SÃO PAULO 2. Especialização de 6 meses em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia. Início em 07/02 até 31/7/2013. Inscrições abertas até 18/01/2013 no sitehttp://www.proex.unifesp.br/ SANTA CASA DE SÃO PAULO O estágio é de 1 ano 3 x por semana, na parte da tarde. Na inscrição é paga uma taxa, e o candidato passa por uma entrevista com o médico responsável da área. Para maiores detalhes, ligar para o COREMI – (11) 2176-7000 – ramal 5627. HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO O Hospital tem estágio na área de Colposcopia na classificação de Médico e Observador. Aulas práticas. Contato na Pós Graduação, tel (11) 3069-7838. O interessado determina o período: 1 mês = visitante - 1 ano = Observador. As inscrições são feitas pessoalmente com 2 fotos, xerox do Diploma e xerox do CRM, das 7:00 às 16 horas, devendo agendar antes. FACULDADE DE MEDICINA DO ABC Informações com Ingrid Pâmela da Silva Galera - Secretária do Depto. de Obstetrícia e Ginecologia no fone: 4993-7227 e cel: 9856-0682 E-mail:[email protected] INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTROLE DO CÂNCER Informações no site www.ibcc.org.br Duração: 30 semanas Carga horária semanal: 6 hs. de aula prática no ambulatório sendo a mesma às segundas ou nas quartas feiras e aulas teóricas também uma vez por semana, com carga horária de 2 h. Centro Cirúrgico um sábado por mês com carga horária de 8 hs Carga Horária total do curso: 260 h Informações: fone 3474-4230 E-mail: [email protected] FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA USP - SEMIGO Estágio para médicos adidos (observadores) no Setor de Moléstias Infectocontagiosas em Ginecologia e Obstetrícia do Departamento de Ginecologia no 2º semestre do ano. Atividades: às segunda-feiras no período da tarde (no HC- atendimento de gestantes); às terças-feira no período da manhã (no HC- atendimento não-grávidas) e às quarta-feiras (em Centros de Saúde) É realizado o treinamento de genitoscopia, biópsias em trato genital inferior, LASER CO2; tratamentos destrutivos e Terapia fotodinâmica (TFD). O estágio tem duração de 3 a 6 meses. Maiores informações podem ser adquiridas com Ilsa no telefone (16) 3602-2804 ou através do e-mail: [email protected] UNIVERSIDADE DE BUENOS AIRES Médico Especialista en Patología del Tracto Genital Inferior y Colposcopia INTERNACIONALAMÉRICA Duração: 2 anos LATINA Local: División Ginecología del Hospital de Clínicas Cidade: Buenos Aires/Argentina Coordenação: Prof. Silvio A. Tatti , Laura A. Fleider e María A. Tinnirello Informações: [email protected] VIII Curso Virtual de Patología del Tracto Genital Inferior y Colposcopía SOCIEDADE ARGENTINA DE PATOLOGÍA DO TRATO GENITAL INFERIOR E COLPOSCOPIA Inscrições abertas desde 1º de novembro de 2011 Informações sobre Programa, pré-requisitos e custos: http://colpo.ttcampus.com/ FALE CONOSCO Se não foi possível encontrar as informações desejadas aqui no site, entre em contato conosco. Nós teremos a maior disposição em atendê-lo. ESPAÇO DA MULHER A INFECÇÃO PELO PAPILOMAVIRUS HUMANO (HPV) Por Dra. Isa Mello A infecção pelo HPV é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns em todo o mundo. O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV. As vítimas preferenciais desse vírus são mulheres entre 15 e 25 anos. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima cerca de 18.000 novos casos de câncer de colo de útero e cerca de 5 000 óbitos neste ano. Estudos realizados no Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer apontam que mais de 90% dos cânceres de colo de útero tem DNA de HPV e em torno de 25% da população feminina sexualmente ativa no Brasil apresenta a virose. As freqüências observadas são semelhantes às mundiais. O que é HPV e como se manifesta? O Papilomavirus Humano ou HPV (a sigla em inglês para Human Papiloma Virus) é o nome que é dado a um grupo viral que inclui mais de 100 tipos diferente de vírus. Uma de suas formas de manifestação é a forma clínica: condilomas ou verrugas, que podem aparecer nas regiões genitais. Também podem produzir lesões planas ou microscópicas só detectáveis pela citologia (Papanicolaou) e pela colposcopia. Nestes casos conhecida como lesões subclínicas. Podem ainda, não produzir alterações . A virose é multifocal, isto é, pode ser encontrada em diversos sítios. Por esse motivo é importante a exploração adequada das regiões genital e anal durante o exame. No homem, as localizações mais freqüentes são a glande, o sulco balanoprepucial e a região perianal. Na mulher, a vulva, o períneo, a região perianal, a vagina e o colo uterino. Como se “pega” HPV? A infecção de HPV pode ocorrer em homens e mulheres que sejam sexualmente ativos, em todas as idades, raças e classes sociais, e pode afetar tanto os homossexuais quanto os heterossexuais. O HPV geralmente é transmitido por meio de contato direto, de pele a pele ou pele-mucosa, durante as relações sexuais vaginais, anais ou orais com alguém que tenha esta infecção. Não é necessária a penetração para que haja contaminação, portanto o uso de condon (camisinha) deve ser recomendado desde o início da relação sexual As verrugas em outras partes do corpo, como por exemplo, nas mãos, são causados por tipos diferente de HPV. O contato com estas verrugas não parece causar verrugas genitais. Na maioria das vezes a infecção é transitória, desaparecendo sem deixar vestígios, podendo, numa minoria, ressurgir tempos depois. . Portanto, quando é feito o diagnóstico, não é possível saber se uma infecção é recente ou muito antiga. A doença viral pode permanecer latente durante períodos de tempo variáveis. Também aqui, num pequeno percentual de pessoas não se consegue explicar como elas adquiriram o HPV. É muito pouco conhecido sobre a transmissão da infecção subclínica do HPV, embora alguns investigadores médicos acreditem que este etapa seja menos contagiosa do que quando existe lesão na forma clínica ativa. Não existem evidências de que toalhas, roupas íntimas ou tampas de vasos sanitários possam fazer esta transmissão . Como se faz o diagnóstico de HPV? Na maioria dos casos da forma clínica verrucosa ou condilomatosa (verrugas genitais) o diagnóstico pode ser feito através da clínica e se necessário confirmado através do exame anatomopatológico (biópsia) As lesões muito pequenas ou planas, são vistas apenas após aplicação de soluções reagentes e através de uma lente de aumento (normalmente por meio de um instrumento chamado colposcópio). O teste do Papanicolaou é projetado para descobrir alterações pré-cancerosas no colo uterino, porém, muitas vezes mostra alterações que são causados pela infecção do HPV. As mulheres com resultados anormais de um exame de Papanicolaou devem ser examinadas pela colposcopia na região perianal, da vulva, vagina e do colo uterino que detectará a presença de imagens alteradas, e que a critério médico poderão ser biopsiadas para estudo anatomopatológico. Quando não existem lesões, o diagnóstico da infecção pelo HPV só pode ser feito por técnicas de biologia molecular. Este teste porem tem indicação muito precisa em casos de algumas alterações celulares provocadas pelo HPV, às chamadas alterações de significado indeterminado. O seu uso indiscriminado na população em geral, como um exame de rastreamento pode levar ao pânico aqueles pacientes que apresentam a forma transitória da infecção por HPV, que é a mais comum. Seria o mesmo que aplicar os testes para HIV na população em geral. Qual a relação do HPV com o câncer de colo uterino? Alguns tipos de HPV aumentam o risco para câncer genital, principalmente em mulheres. . Após o diagnóstico da infecção pelo HPV, a maioria terá regressão espontânea. O tempo necessário para que esta regressão ocorra varia de 6 a 18 meses Algumas mulheres, porém, apresentarão persistência de doença ou progressão, podendo desenvolver uma lesão pré-cancerosa. Isto pode levar anos e depende também de outros fatores, dentre os quais o mais importante é a imunidade baixa. Só certos tipos de HPV estão relacionados com câncer cervical. Estes normalmente são chamados “tipos de alto risco”. Os tipos de HPV que causam verrugas genitais externas são chamados “tipos de baixo risco”. É comum que a pessoa seja exposta a mais de um tipo de HPV e a vários “tipos de alto risco”. Ainda assim, a maioria das mulheres não desenvolve câncer cervical. O câncer de colo uterino normalmente leva muitos anos para se desenvolver, em média de 7 a 10 anos e a maioria dos casos se apresenta em mulheres que nunca fizeram um exame preventivo (Teste de Papanicolaou) ou o fizeram há cinco anos ou mais. O câncer de colo uterino pode ser prevenido se a mulher fizer um exame preventivo a intervalos regulares. Deste modo, se são encontradas alterações nas células examinadas esta mulher pode ser monitorada e / ou tratada muito antes da progressão para o câncer. É importante lembrar que o exame preventivo pode detectar as lesões que antecedem o câncer, estas sim, de fácil tratamento. Como se trata HPV? As infecções pelo Papilomavirus Humano podem ter caráter transitório ou permanente . O caráter transitório da infecção depende do estado imunológico adequado do hospedeiro. O caráter permanente parece relacionar-se além da deficiência imunológica, ao tipo de HPV e da carga viral (quantidade de vírus transmitida durante a relação). A infecção permanente tem sido mais freqüente em mulheres acima de 30 anos, talvez por terem tido maior período de exposição ao vírus. Entre os fatores que podem afetar a seleção de tratamento incluem o tamanho, o local e o número lesões, bem como outras alterações provocadas pelo HPV. Deve se lavar em conta também a preferência do paciente, o custo e a efetividade do tratamento, possíveis efeitos secundários e a experiência do médico neste campo. Embora não exista unanimidade, a maioria dos especialista concorda que não existe comprovação de qualquer benefício no tratamento da infecção subclínica do HPV. As recidivas dependerão do estado imunológico do hospedeiro. Assim, a mulher portadora do HPV deve ter em mente que, qualquer que seja sua forma de infecção e tratamento adotado, deve manter a prevenção adequada. Isto pode ser feito através da realização periódica do preventivo e da colposcopia, conforme indicação de seu médico assistente. Lembrar que os metabólitos da nicotina deprimem a imunidade celular local e que, nas infecções pelo Papilomavirus humano, este tipo de imunidade tem ação contra o vírus. Parar de fumar é muito importante, pois melhora a imunidade e previne as recidivas da infecção pelo HPV. As infecções cérvico-vaginais associadas ao HPV devem ser tratadas. Procure se lembrar sempre: Peça para o seu médico uma explicação sobre o tratamento, inclusive o custo e os possíveis benefícios. Tenha certeza de ter compreendido bem todas as instruções a seguir depois do um tratamento, tais como o que fazer se sentir algum mal-estar e quando tem que retornar à clínica ou ao médico para a novo exame. Tenha paciência -- o tratamento freqüentemente requer várias visitas aos médicos e o uso de uma variedade de técnicas. Se você está grávida ou pensa que possa estar, comunique ao seu médico de forma que ele possa escolher um tratamento que não cause danos a você ou ao seu bebê. Não use tratamentos contra as verrugas que estão à venda sem receita nas farmácias, já que estes não são projetados para a pele sensível da área genital. O HPV genital pode ser controlado. O câncer do colo uterino que é o problema mais sério associado com o HPV genital pode ser prevenido facilmente por meio de exame de Papanicolaou feito regularmente e também pode ser prevenido pelo tratamento das alterações das células pré-cancerosas. Informar-se sobre o HPV, lhe ajudará a entender e controlar a infecção. A descoberta que uma pessoa tem HPV freqüentemente causa várias reações emocionais e, normalmente, estas reações são o que mais incomoda após o conhecimento de que está infectado(a). Algumas pessoas poderão sentir culpa, ansiedade, isolamento, raiva ou depressão. Independente da reação, é importante lembrar que você não está sozinho(a). A doença afeta milhões de pessoas no mundo. É uma doença controlável, que não ameaça a vida e que seu sofrimento decorre apenas do medo ou culpa que o conhecimento deste diagnóstico e de suas possíveis implicações foi capaz de gerar. HPV: CONHEÇA O VÍRUS Do Hospital São Marcos disponível em www.saomarcos.org.br/hpvvirus.pdf Nome: Papilomavírus Humano (HPV). Existem mais de 120 variações conhecidas do vírus HPV. Manifesta-se tanto nas mulheres quanto nos homens. A transmissão ocorre, essencialmente, por contato sexual. O HPV é o vírus sexualmente transmissível mais comum. Na maioria das vezes, as pessoas (homens e mulheres) entram em contato com o vírus no início de sua vida sexual. Não há provas de que roupas íntimas, piscinas ou assentos de vasos sanitários sejam focos de contaminação. Dependendo das comunidades estudadas, a infecção por HPV ocorre em cerca de 20% a 40% da população sexualmente ativa. Antes das manifestações típicas da doença, reconhecemos duas fases da enfermidade: O Período de incubação do HPV, que pode variar de semanas a meses (É a fase que se segue ao contágio. Tem poucos sintomas) e o Estado de Latência (O vírus permanece “escondido”), período assintomático e com duração muito variável (anos a uma vida inteira). Isto significa que o vírus pode passar muito tempo sem suas manifestações, podendo aparecer ou reaparecer em qualquer momento da vida. A identificação precoce e o tratamento das lesões iniciais (Verrugas, manchas e espessamentos esbranquiçados) previnem o desenvolvimento da doença maligna. O grande problema é que cerca de 10% das portadoras do vírus nunca fizeram o exame de Papanicolau ou preventivo, que identifica as lesões iniciais. Se a paciente realizar, periodicamente, o exame ginecológico o risco de câncer invasivo do colo uterino é praticamente zero. O parceiro deve ser sempre examinado, entretanto, se o exame for negativo, pode significar que a doença esteja em estado de latência ou tenha regredido espontaneamente (Depende da imunidade pessoal). Descobrimento de manifestações recentes do vírus não significa, portanto, necessariamente, infidelidade. Pode ser sintoma de uma contaminação muito antiga, no início da vida sexual, por exemplo. Lesões causadas pelo vírus podem regredir espontaneamente em cerca de 40% dos casos. Para o HPV, não tem, no momento, tratamento específico. O que o médico trata são as lesões induzidas pelo vírus e outras condições associadas que agravam a evolução do processo. Nas mulheres, cerca de 3% dos casos, evolui para Câncer do Colo de Útero. A imunidade pessoal, o tipo do vírus e outros fatores são determinantes desta evolução. O risco, portanto, é baixo. Não há motivo para pânico e nem justificativa para descuido. Fumantes apresentam um risco maior de evolução para câncer. Após o tratamento das lesões induzidas pelo HPV, é necessário seguimento para detectar lesões residuais ou recorrentes, fato relativamente frequente. FATOS SOBRE HPV Centro de Tratamento e Pesquisa Hospital do Câncer - AC Camargo Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer Grupo de Virologia Disponível em http://www.hcanc.org.br/hpv_facts.html O que é HPV? O que significa a sigla HPV? Os papilomavírus humano (HPV, do inglês: "Human Papillomavirus") são os causadores das verrugas comuns, mas também de certos tumores malignos da pele e das mucosas, principalmente, o câncer do colo do útero. Quantos tipos existem? Atualmente são conhecidos quase 100 tipos de HPVs, dos quais a metade é encontrada na região genital. Como é transmitida a doença? A transmissão se dá principalmente pelo contato. No caso das doenças genitais, a transmissão sexual é a forma mais importante. Quais são os sintomas da doença? O HPV causa as verrugas genitais ("crista de galo") que podem ser vistas a olho nu. Prurido intenso e ardor na região genital podem estar relacionados à infecção por estes vírus. No caso da doença mais grave, o câncer, pode-se observar sangramentos e dor. Pode levar ao câncer? Por quê? Há 2 grupos de HPVs: os de baixo risco, que são encontrados principalmente nas lesões benignas, como as verrugas genitais e os de alto risco , presentes na maioria dos tumores malignos. Portanto, os tipos de alto risco podem levar ao câncer, porque são capazes de provocar mudanças nas células que resultam em crescimento ilimitado e transformação maligna. Entretanto, apenas uma minoria das pessoas infectadas desenvolverá um tumor maligno. Em que tipo de pessoa é mais incidente? Por quê? Os HPVs são mais freqüentemente encontrados em populações promíscuas e de condições precárias de higiene; mas também estão presentes em aproximadamente 20% da população normal, com destaque para os jovens. Como é diagnosticado? O diagnóstico das doenças associadas ao HPV pode ser feito pelo médico que se baseia netre duas coisas no resultado do exame das célulasd ou de um fragmento de tecido do paciente. Estes testes, entretanto, não conseguem identificar que tipo de HPV está presente, se é de baixo ou de alto risco. Apenas testes moleculares, como o teste de PCR, atualmente realizado no Hospital do Câncer - AC Camargo, podem identificar com precisão o vírus. Como é feito o tratamento? Em geral pela remoção da lesão, o que pode ser feito por cirurgia ou com o emprego de compostos químicos. Como evitar o HPV? O controle do número de parceiros e higiene pode evitar novas infecções. Havendo suspeita de infecção, o teste de PCR com orientação médica contribui para controlar a doença. Há estatísticas sobre a incidência da doença no Brasil e no mundo? Quais as fontes? Estudos realizados no Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer apontam que mais de 90% dos cânceres de colo de útero tem DNA de HPV e em torno de 25% da população feminina normal no Brasil tem HPV. As freqüências observadas são semelhantes às mundiais. Quanto ao câncer do colo do útero, sua incidência é em torno de 30/100.000 mulheres por ano (fontes: INCa e Ministério da Saúde ) O QUE É COLPOSCOPIA? O que é colposcopia ou exame colposcópico? Às vezes é impossível diagnosticar doenças ou outros problemas simplesmente examinando o colo do útero e o trato genital com o olho desnudo. Uma visão aumentada (colposcopia) pode ser necessária. A colposcopia é um exame visual especializado do colo uterino, da vagina, e da vulva (parte externa da vagina). Este exame requer um instrumento chamado colposcópio que se assemelha a um par de binóculos montado sobre uma base. Este é um exame é um ato médico e só por eles deve ser executado. O exame é indolor e leva aproximadamente dez a vinte minutos, embora um colposcopista experiente leve alguns minutos para realizá-lo. Além de olhar o colo do útero é importante também examinar a vagina e vulva com o colposcópio. Quais as mulheres que devem realizar uma colposcopia? Há vários razões para as quais se indica a colposcopia: naqueles casos onde a citologia (teste de Papanicolaou ou exame preventivo) mostrou células anormais, ou para mostrar que as alterações cervicais não são causa para preocupação. É indicado também quando uma área pareça incomum no colo de útero, ou pela presença de certas condições médicas. A necessidade de uma colposcopia somente indica que o colo, a vulva e/ou a vagina precisa de um exame mais cuidadoso. Ela ajuda no diagnóstico e planejamento do tratamento. Quando são encontradas alterações, a colposcopia ajuda determinar as áreas nas quais devem ser feitas biópsias. Como se realiza a colposcopia? Durante o exame se coloca um espéculo vaginal (também conhecido como bico de pato) para separar as paredes da vagina, como se faz ao colher a citologia. O colposcópio permanece a cerca de 30 centímetros em frente à vagina, mas ele não terá nenhum contato com a paciente. Nada disto causa dor apenas um certo incômodo passageiro. O médico que esta realizando o exame aplicará uma solução de vinagre diluído e depois outra com iodo sobre o colo uterino e a vagina para identificar qualquer área anormal (a paciente deverá informar-lhe de antemão se é alérgica ao iodo). Como conseqüência, é possível que sinta um pouco de ardor que também e transitório, sendo que a maioria das pacientes não sente nada. É possível que se utilizem vários lentes de aumento ou filtros de diferentes cores para assim avaliar melhor a área examinada. Em algumas ocasiões se tomarão fotografias do colo, da vagina, ou da vulva para fazer parte do prontuário clínico ou para elaboração de um laudo. Se áreas anormais forem diagnosticadas durante a colposcopia, com freqüência se realiza uma ou múltiplas biopsias para ajudar no diagnóstico. Durante a biopsia se toma um fragmento muito pequeno de tecido desta área anormal. O sangramento causado pela biopsia pode ser controlado facilmente pela cauterização elétrica ou química e neste caso aplicando nitrato de prata ou uma solução de ferro chamada solução de Monsel . As amostras que se obtêm se enviam ao laboratório para ser examinadas por um médico patologista. As grávidas podem fazer colposcopia? Qualquer anormalidade no colo uterino, bem como no trato genital durante a gravidez requer uma avaliação mais minuciosa, como se faz na paciente não grávida. O exame visual através do colposcópio não causa dano algum, e se ele identifica alguma anormalidade, sabe-se que podem ser feitas biopsias sem risco durante a gravidez. A maior parte dos tratamentos em gestantes geralmente são adiados para depois do parto, e é feito acompanhamento com a citologia e a colposcopia. Com freqüência se repete os exames depois do parto para determinar se o tratamento ainda é necessário, pois muitas das alterações leves desaparecem depois da gravidez. Quais os cuidados que se deve ter antes de realizar uma colposcopia? É aconselhável ter disponível uma cópia do último exame citológico (de Papanicolaou ou preventivo) ao submeter-se ao exame colposcópico. A colposcopia não requer preparativos especiais. É muito importante, entretanto, que durante os dois dias anteriores ao procedimento: Não ter relações sexuais Não introduzir nada na vagina como por exemplo: medicamentos vaginais, cremes e tampões Duchas vaginais Não estar menstruada. CIRURGIA DE ALTA FREQÜÊNCIA Pelo Dr. Fábio Russomano, 2000. O que é a Cirurgia de Alta Frequência? Disponível em:: URL: http://www.cervical.com.br O que é Cirurgia de Alta Freqüência (CAF)? A Cirurgia de Alta Freqüência (CAF) é um procedimento cirúrgico no qual uma área doente pode ser retirada com mínimo dano ao órgão. É um procedimento que vêm sendo empregado em todo o mundo pelas vantagens de baixo custo, possibilidade de realização à nível de consultório/ambulatório, nenhuma repercussão sobre gestações futuras e grande proporção de sucessos, igual à dos tratamentos tradicionais. É conhecida também como LLETZ ( Large Loop Excison of the Transformation Zone ), quando empregada no colo uterino, ou LEEP ( Loop Electrosurgical Excision Procedure ) ou, simplesmente, Exérese por Alça Diatérmica. Este procedimento substitui a maioria das conizações, quando as lesões do colo do útero apresentam determinadas características de localização e extensão, e podem tratar qualquer grau de doença pré maligna do colo uterino, vagina e vulva. Também vem substituindo com grandes vantagens os procedimentos à laser que, pelo seu altíssimo custo e alguns riscos, não chegou a disseminar-se em nosso meio, e as cauterizações de lesões pré´malignas pela vantagem de, além de tratá-las, permitir o exame do segmento retirado, assegurando o diagnóstico (afastando a possibilidade de câncer oculto) e o tratamento total da lesão. Como é realizada? A CAF deve ser realizada durante uma colposcopia e por profissional experiente. Após verificar as características da lesão, o examinador faz a anestesia local da região e, em alguns minutos, retira a região doente com um dispositivo conhecido como "alça" (figura 1). Este dispositivo é um eletrodo que conduz energia elétrica de baixa voltagem e alta freqüência, que permite o corte do tecido com mínimo dano ao órgão doente. Após a retirada, é feita a eletrocoagulação dos vasos sangüíneos para prevenir hemorragias (figura 2) e a paciente é liberada para ir para casa, passear ou trabalhar, se quiser. O procedimento dura cerca de 30 minutos, incluindo a colposcopia que o antecede. O que acontece depois? Nos dias seguintes ao procedimento, a paciente poderá perceber a saída de uma secreção aquosa, às vezes misturada com uma pequena quantidade de sangue. Às vezes pode haver saída de sangue vivo, sem que isto represente problema. Na maioria das vezes, este sangramento pára sozinho. Caso isto não aconteça ou seja de grande volume, poderá ser necessário voltar ao colposcopista para que ele avalie e faça uma nova eletrocoagulação de algum vaso sangüíneo que tenha voltado a sangrar. É uma complicação infreqüente (em cerca de 10% dos casos) e de fácil controle. Para facilitar a cicatrização e prevenir sangramentos, a paciente deve evitar a relação sexual com penetração vaginal por cerca de 30 dias. Existe possibilidade destas doenças reaparecerem? Sim, como as doenças pré malignas do colo uterino, vagina e vulva são relacionadas ao Papilomavirus humano e como não há até o momento um medicamento que acabe com ele, apesar de tratarmos as lesões por ele causadas com altas taxas de sucesso, ele poderá permanecer na região e causar uma nova lesão. Também é possível que alguma lesão persista após o tratamento. Isto pode ser decorrente do fato de que algumas destas lesões apresentam mais de um foco e, algumas vezes, não temos como saber disto antes ou durante o tratamento. Outra possibilidade é que a margem de corte da CAF pode passar em área doente, podendo deixar alguma parte da lesão na paciente. Isto acontece em poucos casos, mesmo em mãos experientes e, normalmente, não significa que exista ainda lesão de fato. Por este motivo, recomenda-se manter apenas o acompanhamento pós tratamento e, caso surja alguma evidência de doença persistente ou recorrente, podemos tratar novamente. Como é feito o acompanhamento pós tratamento? Não existe uma regra. O objetivo é detectar uma possível, embora improvável, persistência ou recorrência de doença. Para isto é necessário a repetição do preventivo com o médico assistente, no mínimo anualmente. Se o objetivo for dar maior segurança, ao preventivo deve-se associar-se a colposcopia. Esta deve ser realizada sempre após um preventivo e já com o resultado deste exame conhecido. Alguns resultados de preventivo mudam a conduta durante ou após a colposcopia. Como existe um período de cicatrização, este acompanhamento nunca deve iniciar-se antes de 3 meses após a CAF.