NEWS artigos CETRUS Ano 2 - Edição 15 - Novembro/2010 Atualização em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia - Capítulo I Prof. Dr. Flávio Zucchi - Formação médica: Universidade de Mogi das Cruzes (1976) - Especialidades: Ginecologia, Obstetrícia, Colposcopia, Laparoscopia - Título de Colposcopia e Patologia do Trato Genital Inferior pela FEBRASGO (1994) - Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO (1995) - Título de Mestre em Ginecologia pela UNIFESP (2000) - Laserterapia e Cirurgia de Alta Frequência no ambulatório de Imunossuprimidas da UNIFESP - Doutor em Medicina pela UNIFESP- EPM (2006) - Membro da FEBRASGO e da SOGESP - Coordenador do curso de Colposcopia do Cetrus E-mail: [email protected] Dr. José Augusto Valle Delicato Filho - Formado na Faculdade de Medicina de Teresópolis – UNIFESO - Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de SP - Especialista em Patologia do Trato Genital Inferior pela UNIFESP – EPM - Professor das aulas teóricas e práticas do curso de Colposcopia do Cetrus E-mail: [email protected] Colaboradoras: - Dra. Alessandra Mollo de Campos Machado - Dra. Silvia Viviane Carrasco NEWS artigos CETRUS Novembro/2010 Atualização em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia - Capítulo I A partir deste artigo de n°.15 vamos abordar uma série de assuntos sobre a Patologia do Trato Genital Inferior (PTGI), dando início com a identificação do vírus, passando por lesões HPV Induzidas, Casos Especiais, Tratamentos e Vacinação. Trata-se de publicação mensal em que ao final desta série serão disponibilizadas as referências bibliográficas e leituras complementares. ÍNDICE CAPÍTILO 1 – CONHECENDO O PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) CAPÍTULO 2 – LESÕES HPV INDUZIDAS CAPÍTULO 3 – DIAGNÓSTICOS 3.1 – CITOLOGICO 3.2 – HISTOLOGICO 3.3 – COLPOSCOPICO 3.4 – VULVOSCOPICO 3.5 – ANUSCOPICO 3.6 – PENISCOPICO 3.7 – BIOLOGIA MOLECULAR CAPÍTULO 4 – TRATAMENTO 4.1 – CONDUTA EXPECTANTE 4.2 – CLÍNICO 4.3 – CIRÚRGICO 4.3.1 – CONE CLÁSSICO 4.3.2 – C.A.F. 4.3.3 – LASERTERAPIA 4.3.4 – CRIOTERAPIA CAPÍTULO 5 – CASOS ESPECIAIS 5.1 – GESTANTES 5.2 – IMUNOSSUPRIMIDAS 5.2.1 – HIV 5.2.2 – LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 5.2.3 - TRANSPLANTES CAPÍTULO 6 – VACINAS NEWS artigos CETRUS Outubro/2010 Speckle Tracking – A Contratilidade Miocárdica em Sintonia Fina ATUALIZAÇÃO EM PATOLOGIA DO TRATO GENITAL INFERIOR E COLPOSCOPIA CAPITULO 1 - CONHECENDO O PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) No final dos anos sessenta e durante a década de setenta, os pesquisadores comprovaram a importância do papilomavírus humano (HPV) na indução das lesões pré-malignas e do carcinoma de células escamosas do colo uterino. Atualmente, esta neoplasia é a terceira causa de morte feminina em nosso país, sendo suplantada apenas pelo carcinoma de mama e de pele. A infecção pelo HPV representa uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais prevalentes. Homens e mulheres podem ser portadores assintomáticos e veículos da infecção. O HPV é um vírus DNA da família Papovaviridae que possui um capsídeo de forma icosaédrica não envelopada com 72 capsômeros. Representação do HPV Seu genoma é circular, composto de dupla fita de DNA, que contém nove janelas de leitura (ORF – open reading frame) onde posicionam genes de leitura precoce (early) E1, E2, E3, E4, E5, E6 e E7 e de leitura tardia (late) L1 e L2. Possui também uma região não codificada (LCR – large control region) que controla os demais genes. NEWS artigos CETRUS Outubro/2010 Speckle Tracking – A Contratilidade Miocárdica em Sintonia Fina Representação do genoma do HPV Cada gene atua por meio de uma proteína, do mesmo nome, que apresenta função específica: E1 – replicação epissomal do vírus; E2 – regulação negativa das funções de E6 e E7; E3 – pouca expressão gênica; E4 – produção de proteína secundária do capsídeo viral; E5 – proliferação celular infectada pelo vírus; E6 - destruição da p53 da célula hospedeira, evitando sua apoptose; E7 - inativação do Retinoblastoma (pRB) da célula hospedeira, impedindo o bloqueio do ciclo celular; L1 – síntese da principal proteína do capsídeo viral; L2 – expressão da proteína secundária do capsídeo viral. Verificamos então que as proteínas precoces estão envolvidas no controle da transcrição e da replicação enquanto as proteínas tardias compõem o capsídeo viral. Existem mais de cem tipos de HPV, dos quais aproximadamente trinta infectam preferencialmente a região ano-genital, destacando-se os de baixo risco oncogênico (6, 11, 40, 42, 43, 54, 61, 70, 72 e 81), e os de alto risco oncogênico (6, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82). Os tipos mais encontrados nos carcinomas espinocelulares são: 16 (55,2%); 31, 33, 52 e 58 (15%); 18 (12,3%) e 45 (3,4%). Já nos adenocarcinomas são: 18 (37,7%); 16 (31,3%); 45 (5,8%) e 31, 33, 52 e 58 (4,4%). A infecção pelo HPV é um processo viral simples auto-limitante, que atinge 80% dos indivíduos sexualmente ativos, em algum período da vida. No entanto, apenas uma minoria irá desenvolver lesão pré-maligna, e dessas, uma pequena parcela (1-2%) irá desenvolver câncer cervical. Ou seja, a presença do vírus no organismo por si só não representa risco ao hospedeiro. Para que o vírus traga algum prejuízo ao hospedeiro três eventos necessitam acontecer ao mesmo tempo: presença do vírus, porta de entrada (microtraumas) e comprometimento do sistema imunológico do hospedeiro. NEWS artigos CETRUS Outubro/2010 Speckle Tracking – A Contratilidade Miocárdica em Sintonia Fina 2577-0383 | 0800-726-3944 Av. Jabaquara, 476 | Vila Mariana | São Paulo, SP T1 11 www.cetrus.com.br NEWS artigos CETRUS Novembro/2010 Atualização em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia - Capítulo I