1. Teoria da Evolução Todos os seres vivos do nosso planeta descendem de organismos muito simples que surgiram há bilhões de anos. A enorme diversidade de seres atuais é resultado de um longo processo de evolução biológica, pela qual a vida vem passando desde que surgiu. No Ocidente até metade do século XIX ,dominou a hipótese fixista ou fixismo, segundo a qual todas as espécies vivas haviam sido criadas por ato divino tal e qual se apresentam hoje. A partir do século XVII, alguns estudiosos começaram a questionar a imutabilidade das espécies. Para eles, os seres vivos se modificavam ao longo do tempo, as formas atuais de vida eram descendentes de espécies ancestrais que haviam se extinguido. Essa hipótese ficou conhecida como evolucionista. 1.1 Ideias Evolucionistas de Lamarck Jean – Baptiste Lamarck (1744-1829 ) foi um dos primeiros a propor uma hipótese consistente que explicava o mecanismo do processo evolutivo. Hipóteses lamarckista ou lamarckismo: As características de um ser vivo podem modificar no decorrer da vida, em função do uso e desuso: Lei do uso e desuso. As características adquiridas durante a vida podem ser transmitidas aos descendentes ( o desenvolvimento ou atrofia de um órgão pelo uso ou desuso eram transmitidas aos filhos): Lei da transmissão das características adquiridas. 1.2 As Ideias evolucionistas de Darwin(darwinismo) O Naturalista Charles Darwin (1809-1882), lançou a ideia de que a evolução dos seres vivos era dirigida pela Seleção Natural. A teoria de Darwin ficou conhecida como darwinismo enunciada em três conclusões, opinadas em 4 observações. Observação 1 – As populações naturais de todas as espécies tendem a crescer rapidamente pois o potencial reprodutivo dos seres vivos é muito grande. Observação 2 - O tamanho das populações naturais a despeito de seu crescimento se mantém constante ao longo do tempo, sendo limitado pelo ambiente(disponibilidade de alimento de locais de procriação, presença de inimigos, parasitas, etc.) Conclusão 1: Morrem muitos indivíduos de cada geração sem deixar descendentes. Observação 3 – Os indivíduos de uma população diferem quanto as diversas características para explorar com sucesso os recursos naturais e de deixar descendentes. Conclusão 2: Os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem, a cada geração são os que apresentam determinadas características relacionadas a adaptação e condições ambientais. Essa conclusão resume a conceito darwinista de seleção natural, ou sobrevivência dos mais aptos. Observação 4 – Grande parte das características é herdada dos pais. Conclusão 3: A Seleção Natural favorece ao longo das gerações sucessivas, a permanência e o aprimoramento de características relacionadas à adaptação. Os pontos fundamentais da teoria evolucionista de Darwin foram confirmados pela ciência contemporânea e ampliadas pelas modernas descobertas cientificas. 1.3 Um pouco da historia do darwinismo Muitas das observações que levaram Charles Darwin a elaborar a sua teoria evolucionista acontece durante uma viagem em 1831 que durou por 5 anos, visitou locais da América do Sul(inclusive o Brasil) e da Austrália além de vários arquipélagos. Durante a viagem fez observações na Patagônia, onde encontrou fosseis de mamíferos já extintos. Nas Ilhas Galápagos encontrou uma fauna e uma flora altamente peculiares, que variam de ilha para ilha. 1.4 Darwin se torna adepto do evolucionismo Darwin só se tornou evolucionista vários meses após regressar de sua viagem, em cerca de 1837. Só então pode compreender o significado evolutivo de suas observações em Galápagos e em outros locais ao rever suas anotações e submeter ao material coletado na viagem a diversos especialistas. Darwin acabou concluindo que a fauna e a flora de ilhas próximas são semelhantes porque se originam de ancestrais comuns, provenientes dos continentes próximos. Em cada uma das ilhas, as populações colonizadoras sofreram adaptações especificas, originando diferentes variedades ou espécies. 1.5 Ideias e pessoas que influenciaram Darwin Darwin foi influenciado pelos trabalhos de cientistas famosos, como o astrônomo John Herschel ( 1792 – 1895 ) e o naturalista e viajante Alexandr Hamboldt ( 1767 – 1835 ). O cientista Alexandr Hamboldt e o trabalho do geólogo Charles Lyell, marcaram os estudos de Darwin, pelo fato de impulsioná – lo a terras desconhecidas e a estudar primeiro temas de geologia. Darwin também aponta a influência das idéias do vigário inglês Thomas R. Malthus para a sua elaboração do conceito de seleção natural. Malthus sugeriu que a principal causa da miséria humana era o descompasso entre o crescimento das populações e a produção de alimentos. Segundo ele, enquanto o crescimento populacional se dá em progressão geométrica, a produção de alimentos cresce em progressão aritmética. Esse foi um dos grandes méritos de seu trabalho, que chamou a atenção de Darwin para as ideias de luta pela vida e sobrevivência dos mais aptos. 1.6 Seleção Artificial Darwin em favor da seleção dos mais aptos, baseou – se no estudo de espécies cultivadas pelo homem. Sabia – se que pelo menos alguns animais domésticos e vegetais cultivados pertenciam a espécies com representantes ainda em estado selvagem, Os exemplares domésticos entretanto, diferiam em tantas características dos selvagens que podiam, quanto ao seu aspecto geral, até ser classificado como espécie diferente. Darwin se dedicou á criação de pombos, cujas variedades domésticas eram sabiamente originadas de uma única espécie selvagem, a Columba Lívia, a partir da seleção artificialmente conduzida pelos criadores. Sua conclusão foi que a seleção artificial podia ser comparada àquela que a natureza exercia sobre as espécies selvagens. Da mesma forma que o homem seleciona reprodutores de uma determinada variedade ou raça, permitindo que apenas os que tem as características desejadas se reproduzam, a natureza seleciona, nas espécies selvagens, os indivíduos mais adaptados às condições reinantes. 1.7 Publicação da teoria de Darwin Em 1844 Darwin escreveu um longo trabalho sobre a “origem das espécies e a seleção natural”. Em junho de 1858 Darwin recebeu uma carta do naturalista inglês Alfred Russel Wallace onde tinham conclusões semelhantes às suas. Chegando à conclusão de que as espécies se modificam por seleção natural dentre outras coisas , como por exemplo, Wallace tinha também se inspirado em uma fonte não biológica, o livro de Malthus, Ensaio sobre a lei da população.Darwin fez um resumo de suas ideias que foram publicadas junto ao trabalho de Wallace em 1º de julho de 1858. Um ano depois Darwin publicou o trabalho completo no livro “A origem das espécies”. 1.8 Evidências da evolução biológica Pesquisas em diferentes áreas da biologia fornecem farta evidência da evolução biológica: Documentário fóssil; Adaptação dos seres vivos a seus ambientes; As semelhanças anatômicas, fisiológicas e bioquímicas entre as espécies. O estudo dos fósseis permite aos cientistas deduzir o tamanho e a forma dos organismos . Os fósseis constituem a mais forte evidência que nosso planeta já foi habitado por seres diferentes, sendo uma das principais evidências da evolução biológica. 1.9 Anatomia Comparada As semelhanças encontradas entre embriões de determinado grupo de animais são ainda maiores do que as semelhanças encontradas nas formas adultas. Certos órgãos ou estruturas nos embriões se desenvolvem de modo muito semelhante nos embriões de todos os vertebrados: órgãos homólogos. Quando dois órgãos ou estruturas desempenham a mesma função, mas tem origem embrionária diferente: órgãos análogos. Estruturas atrofiadas, sem função evidente no organismo: órgãos vestigiais. Ex: o apêndice cecal do intestino humano e dos animais carnívoros ( não desempenha nenhuma função ), já nos animais herbívoros tem importante papel na digestão da celulose: nele vivem substâncias que atuam na digestão dessa substância. 1.10 Evidências moleculares 1.10.1 Semelhanças entre moléculas de DNA: a comparação entre moléculas de DNA de diferentes espécies tem revelado o grau de semelhança de seus genes, o que mostra o parentesco evolutivo _ HIBRIDIZAÇÃO MOLECULAR: as comparações entre moléculas de DNA de duas espécies. 1.10.2 Semelhanças entre proteínas: em última análise, refletem as semelhanças e diferenças genéticas. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AMABIS, José Mariano. MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das populações. Vol. 3. – São Paulo: Moderna, 1994.