Historiadores Inscritos I Encontro de História do Vale do Paraíba

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Historiadores Inscritos
I Encontro de História do Vale do Paraíba
Aloysio Clemente M. I. de J. Breves Beiler
Rio de Janeiro
Advogado, pesquisador da história fluminense. Autor do site “História do Café no Brasil Imperial”
– www.brevescafe.oi.com.br – que retrata a saga dos pioneiros da cultura do café no Vale do
Paraíba, com referências à família Breves.
Duas monografias sobre o mesmo tema. Atualmente cursa o Mestrado em Poder Judiciário pela
Fundação Getúlio Vargas – FGV/RIO.
Trabalho inscrito:
O tempo dos Breves
Os Souza Breves foram os maiores produtores de café no período de 1800 a 1900 (cem anos).
Proprietários de mais de 10.000 escravos, dominaram do mar de Mangaratiba (a ilha de Marambaia)
até os confins de Minas Gerais (Piumbi). A ilha de Marambaia foi adquirida pelo “rei do café”, o
comendador Joaquim José de Souza Breves, para servir de entreposto do tráfico de escravos. Lá os
negros vindos da África ficavam em quarentena, para depois subirem ao altiplano para distribuição
nas inúmeras propriedades do comendador Breves.
Participou Joaquim Breves do Grito da Independência junto com Pedro I e foi seu amigo até sua
partida para Portugal. No governo de Pedro II foi opositor ferrenho.
De sua fazenda de São Joaquim da Grama comandava o império do café e recebia com luxo e
fineza os viajantes da época: embaixadores, condes e políticos.
Mão-firme no trato com seus escravos, soube debelar revoltas, impondo sua rude formação aos
que se contrapunham em seu caminho de acúmulo de riquezas. Dizem que talvez tenha sido o homem
mais rico de seu tempo. Morreu em 1889, sendo sepultado na capela de sua fazenda em Rio Claro,
RJ, desiludido com o duro golpe da Abolição.
Outras obras:
• Cidades Mortas: Declínio econômico das cidades do Médio Paraíba na província do Rio de Janeiro
no ciclo do café.
• O imperador do café.
• Pontal da Marambaia – A intervenção no meio ambiente por remanescentes de escravos e a
Marinha do Brasil. Dano ambiental, preservação, ou direitos adquiridos pelo quilombolas?
• As ruínas fluminenses e sua preservação.
• Mario Breves Peixoto – O limite do cinema nacional e os retratos da família. • O rei do café no Brasil Imperial.
Ana Maria Bastos Seraphim
Volta Redonda
Professora de História, Diretora da Agência Viagem ao Saber, Diretora de Turismo do Instituto
PRESERVALE e Diretora da revista eletrônica Vale do Café On Line.
Projetos desenvolvidos:
Turismo Cultural/Pedagógico
Trabalha com turismo pedagógico, principalmente em escolas da região, voltados para a organização
de roteiros temáticos integrados ao conteúdo programático apresentado aos estudantes. Os temas
podem focar a História do Brasil Colônia, do Império ou da República, ou tópicos de História da Arte
ou Meio Ambiente, entre outros. Também recebe grupos oriundos de outras regiões brasileiras e do
exterior para fazerem o circuito do Vale do Café.
Publicação
• Livreto “Histórias de café, casarões, sinhás, quitutes e outras delícias”, publicado em 2000 e que
agora está sendo revisado. A primeira edição estava centrada no município de Valença. Na edição
atual estão sendo incluídas as 14 cidades que integram a região do Vale do Café.
Publicação eletrônica
• Direção da Revista Eletrônica Vale do Café On Line, lançada no fim do mês de junho de 2008. A
revista trata de História, Patrimônio, Turismo e Meio Ambiente da Região. Além de entrevistas, artigos,
notícias etc., a revista também possui um módulo voltado para a publicação de temas de produção
científica.
Produção Científica
• Artigo científico cujo tema é “A influência francesa no Vale do Paraíba Fluminense no Século XIX”.
• Orientação de três monografias de conclusão do Curso de Turismo do UGB – Centro Universitário
Geraldo Di Biase. Os formandos apresentaram projetos relacionados ao desenvolvimento do Turismo
Histórico-Cultural na Região.
Exposições
• “Histórias de Café” – Pesquisa e Produção – 2000.
• “Olhar de Debret” (Exposição Virtual) – Pesquisa e Produção – 2004.
• “O Vale do Imperador” – Produção e Curadoria – 2004.
• “Café: Um grão de história” – Curadoria (organizada a partir do livro de mesmo título, publicado pela
Editora Dialeto) – 2007.
• “História Viva” – Pesquisa e Produção – 2008.
André Ricardo Silva Pinheiro
Piraí
Historiador.
Trabalho Inscrito:
Comendador Joaquim José de Souza Breves - O Rei do Café
O trabalho consiste em levantamento de dados e de informações que possam dar base às respostas
relacionadas ao grande sucesso que foi a vida do personagem histórico “Comendador Breves”.
Trabalhamos desde sua ancestralidade, até o auge e o declínio deste homem, que, coincidentemente,
corresponde ao mesmo corte temporal no qual o ciclo cafeeiro aconteceu na região do Vale do
Paraíba.
Ângelo Ferreira Monteiro
Vassouras
Historiador do Centro de Documentação Histórica da Universidade Severino Sombra (USS),
Assessor de Comunicação da Presidência do Instituto Histórico e Geográfico de Vassouras,
responsável pela coluna do IHGV no Jornal Tribuna do Interior e Membro Titular da Academia
de Letras de Vassouras.
Trabalho Inscrito:
Redes de Sociabilidade em Vassouras no século XIX - O Caso Benatar
O trabalho apresenta as redes sociais que foram construídas pelo marroquino Benjamim Benatar
em sua vivência social. O livro, publicado em 2007 com o apoio da Prefeitura Municipal de Vassouras,
resultou numa exposição que é fruto da continuidade do trabalho de pesquisa desenvolvido pelo
autor, que já lhe rendeu o título de Mestre no Programa de Pós-Graduação em História da USS e
uma cadeira na Academia de Letras de Vassouras (ALV).
Evânea da Costa Santos
Mendes
Trabalho inscrito:
Eu amo Mendes – Projeto de fotos que busca o resgate histórico, cultural e geográfico do município.
O trabalho se destina aos professores, para que eles possam trabalhar com os alunos a história
do município, sua formação econômica, bem como seus aspectos físicos, sociais e culturais. O
projeto tem os seguintes objetivos:
• Conscientização da classe educadora, de sua importância, como agentes formadores de opiniões,
no sentido de incutir nos alunos sentimentos de apreço, respeito e amor pelo município.
• Através da EDUCAÇÃO, inserir no Planejamento Escolar conteúdos, informações e conhecimentos
sobre o município de Mendes.
• Através de atividades elaboradas pelos professores, resgatar aspectos históricos, geográficos e
culturais do município de Mendes.
• Através das atividades realizadas nas Escolas, contribuir para a formação do acervo cultural do
município.
• Com as atividades realizadas nas Escolas, colaborar e dar sustento ao desenvolvimento do TURISMO
no município.
• Integrar a Escola com a Comunidade.
Isabela Torres de Castro Innocencio
Paraíba do Sul
Professora e historiadora da Região do Vale do Paraíba
Trabalho inscrito:
Liberdade e Acesso à Terra – Fazenda de Cantagalo
O trabalho pretendeu dar uma contribuição ao entendimento do período pós-abolição e do papel
do liberto na sociedade brasileira. Nesse sentido, o centro de nossa análise recaiu sobre uma colônia
agrícola formada com libertos, instalada em Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba Fluminense. A história
das dificuldades e dos obstáculos que se apresentaram a esse grupo de libertos, ao receber os lotes
de terras para constituir a colônia agrícola, é pouco conhecida e muitas vezes ignorada.
O tema é importante para a compreensão do processo de transição do trabalho escravo para o
livre, visto que, ao ex-escravo, não foram dadas as condições para o seu ajustamento na sociedade
e ainda se forjou uma imagem preconceituosa de liberdade significando o “não-trabalho” para o
escravo. Procuramos abordar o liberto como agente social, colocando-o numa situação não apensa
de subjugado, nem de perdedor, mas como parte de uma comunidade que foi construindo sua história
em meio a forças políticas que, pouco a pouco, lhe retiraram o direito ao usufruto da terra.
Julio Fidelis
Resende
Pesquisador e professor dos cursos de Economia e Pedagogia das Faculdades Dom Bosco.
Trabalho inscrito:
O florete e o imperador
O artigo tem como objeto de estudo o episódio da visita do Imperador D. Pedro II ao município de
Resende, em 16 de outubro de 1874, ocasião em que concedeu uma série de distinções a membros da
comunidade, bem como à Loja Maçônica local. Nosso estudo nasceu do interesse em reforçar pesquisas
anteriores, que mostram os laços de poder e a interação da cidade de Resende, através de sua elite,
com o poder imperial. A ponto do monarca vir prestigiar a sociedade resendense e agraciá-la, através de
sua Loja Maçônica, com uma honraria do cerimonial da Corte, como forma de reforço das relações de
poder vigentes na época.
Pesquisas realizadas:
• Mulheres fazendeiras e lavradoras numa economia cafeeira do Vale do Médio Paraíba.
• A escravidão em Resende no Século XIX. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “A
escravidão em Resende no século XIX: uma breve introdução à análise econômica”.
• A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova: Duzentos e
Sessenta Anos. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “A Paróquia de Nossa Senhora
da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova: 260 anos” e a exposição “Das Cinzas Renasce a Fé”,
no Corredor Cultural Cecil Wall Barbosa de Carvalho – AEDB – Abril de 2007.
• A Guarda Nacional – o 11º Corpo de Cavalaria de Resende e o 27º Batalhão de Infantaria da Guarda
Nacional. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “As unidades da Guarda Nacional
sediada em Resende no século XIX: a oligarquia em armas.”.
• Simão da Cunha Gago, o fundador de Resende (1744). Pesquisa documental e bibliográfica, gerando
o artigo “As origens de Resende e de seu fundador Simão da Cunha Gago”.
• Jornal rural editado em Resende, no início do século XX (1900), por jovens moças, ao qual
batizaram de “Sorriso”. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “Um sorriso que vem
do passado”.
• Estudo do episódio de 16 de Outubro de 1874, em Resende, envolvendo o S.M.I. D. Pedro II e a
Loja Maçônica Lealdade e Brio. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “O espadim e
o imperador”.
Paulo Raulino Lamego
Rio de Janeiro
Historiador, pesquisador e membro do Conselho de Cultura e Patrimônio do Instituto
PRESERVALE.
Trabalho inscrito:
O Brasil é o Vale
Com o autor, caminha-se pelos lances mais relevantes da ascensão, do apogeu e da decadência
da economia do café. Sente-se o despertar de uma casa-grande, com fiel cenário de que são
protagonistas o barão, a baronesa, as crianças da casa, as mucamas do serviço, tudo ao som do
baque surdo do assoalho de madeira sobre o porão e do carrilhão que marca ruidosamente as horas.
À volta, emolduram-na os extensos cafezais, origem e sustentáculo da aristocracia rural fluminense,
surgida no alvorecer do século XIX e desaparecida antes que se findasse. São enumeradas algumas
das famílias mais prósperas do Vale do Paraíba, no auge da produção cafeeira: Werneck, Paes Leme,
Rodrigues Alves, Homem de Mello, Teixeira Leite, Daguirre de Faro, Aguir Valim, Corrêa e Castro,
Carneiro Leão, Oliveira Roxo. E algums “grandes fazendeiros” da região: Joaquim José de Souza Breves
(Comendador Breves), Antônio Clemente Pinto (Barão de Nova Friburgo) e Joaquim José Moreira Lima
(Conde de Moreira Lima).
Raimundo César de O. Mattos
Valença
Coordenador do Centro de Documentação Histórica – CESVA/FAA. Professor Adjunto da FAFIVA/
CESVA.
Trabalho inscrito:
Manoel Antônio Esteves – O Cotidiano de um Comerciante/Cafeicultor do Vale do Paraíba Fluminense
através da Epistolografia
O trabalho procura mostrar o cotidiano de um comerciante de origem portuguesa radicado na
Cidade de Valença, no Vale do Paraíba Fluminense, que, a partir de seu casamento com a filha de
um rico cafeicultor, torna-se também proprietário de propriedades produtoras de café, em especial
a Fazenda Santo Antônio do Paiol. Manoel Antônio Esteves manteve farta correspondência, tanto
familiar quanto com seus comissários de café, que é fonte preciosa de informações sobre o período
e o dia-a-dia de uma família, em uma época em que o público confundia-se com o privado.
Outras Obras:
• Valença e sua evolução histórica.
Roberto Guião
Volta Redonda
Historiador e pesquisador da Região do Vale do Paraíba.
Obras:
• Volta Redonda, do Café e do Leite / 140 anos de História.
• A Arquitetura do Ciclo do Café no Vale do Paraíba.
Depoimento:
Todos os meus antepassados, tetravós, trisavós, alguns bisavós e até um avô, maternos e
paternos, foram cafeicultores pioneiros (século XIX) na região de Valença (RJ), onde nasci, e no seu
entorno. Este fato, aliado a outros, despertou meu interesse pela pesquisa histórica e genealógica
do “Ciclo do Café Vale-Paraibano” e da sua migração para o “oeste” paulista, tendo, em ambos os
casos, como horizonte de tempo o Século XIX e as primeiras décadas do seguinte. Assim, a par das
atividades profissionais que desenvolvia na Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda,
há cerca de 30 anos realizo pesquisas nos nichos geográfico e temporal mencionados, estando o
produto do trabalho registrado em extenso, detalhado e, permitam-me, rico arquivo que mantenho
na minha residência à disposição dos interessados. Participo de várias instituições culturais, dentre
elas o Instituto PRESERVALE, o Colégio Brasileiro de Genealogia e a Academia Barramansense
de História (Barra Mansa, RJ). Escrevi os livros “Volta Redonda do Café e do Leite: 140 Anos de
História” (2004) e, como organizador e co-autor, “Fazenda Três Poços: do Café à Universidade”
(2006). Entre uma pesquisa e outra, estou escrevendo mais dois livros, sendo que o primeiro
contará a história de mais uma importante fazenda de café fluminense e o segundo, de forma
abrangente, apresentará um panorama do Ciclo do Café no Vale do Paraíba no Brasil Imperial.
Tenho também vários trabalhos publicados nas revistas das instituições de que participo e na do
Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro (IHGRJ). Realizei palestras e comunicações em
eventos históricos/culturais, dei entrevistas para jornais e TVs e participei de inúmeros encontros,
cujos temas sempre foram vinculados aos objetos das minhas pesquisas
Luana da Silva Oliveira
Barra do Piraí
Cineasta.
Trabalho inscrito:
Jongos, Calangos e Folias: Música negra, memória e poesia
Jongos, Calangos e Folias: Música Negra, Memória e Poesia é um documentário realizado pela
Universidade Federal Fluminense, através do Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI/UFF)
e do Núcleo de Pesquisa em História Cultural (NUPEHC/UFF), com o apoio do Edital Petrobrás
Cultural/2005, que também patrocinou a organização do Acervo Petrobrás de Memória e Música
Negra do Departamento de História da UFF. Tem direção geral das historiadoras Hebe Mattos e
Martha Abreu, edição de Isabel Castro e direção de fotografia de Guilherme Fernández. Participei
desse projeto através de uma bolsa de iniciação científica e atuei diretamente na pesquisa realizada
nas comunidades do Vale do Paraíba Sul-Fluminense.
O filme é um documentário historiográfico constituído a partir do acervo UFF/Petrobrás de
Memória e Música Negra. Destina-se também a finalidades didáticas, no âmbito das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História
e Cultura Afro-Brasileira e Africana, publicadas em 2004. A história dos jongos, calangos e folias,
como patrimônios culturais, é apresentada de forma associada à história social dos grupos que lhe
dão suporte. O filme coloca em destaque o papel da poesia negra em todas as três manifestações
culturais e seu papel na legitimação política das comunidades remanescentes de quilombos no
estado do Rio de Janeiro.
A primeira parte do filme se refere ao litoral do estado, sul e norte, ponto de desembarque dos
últimos africanos chegados como escravos no Brasil, e apresenta as comunidades quilombolas
do Bracuí, em Angra dos Reis, e Rasa, em Búzios. A segunda parte sobe a Serra do Mar, chega
ao Vale do Paraíba, o velho vale do café do Século XIX, para onde se dirigiu a maioria dos recémchegados. Ali são entrevistados representantes das comunidades de Barra do Piraí, Quilombo São
José da Serra e Duas Barras. A terceira e última parte desce a serra e atinge a Baixada Fluminense,
especialmente Nova Iguaçu, Mesquita, Duque de Caxias e São João de Meriti, para onde muitos dos
descendentes dos últimos escravos se dirigiram, em diferentes momentos do século XX, na busca
de melhores oportunidades de trabalho. Em todas as regiões apresentam-se as relações entre os
jongos, calangos e folias de reis, como patrimônios familiares, com destaque para a poesia e os
desafios presentes nestas manifestações.
Sandra Candido
Vassouras
Historiadora.
Trabalho inscrito:
Arquivos Especiais de Vassouras
Os arquivos especiais são uma importante ferramenta para o pesquisador, seja qual for sua
área, pois é ele que irá levar o público a conhecer o passado. E Vassouras conta com um Arquivo
Histórico, um Centro de Documentação Histórica e alguns arquivos particulares dignos de serem
mencionados e pesquisados. Foi pensando nisso que escrevi a dissertação de mestrado “Arquivos
Especiais de Vassouras”, onde pude constatar muito do que havia ouvido falar dessa cidade que
tanto amo – e comprovar, efetivamente, alguns fatos interessantes de nossa história local. Mas
pude também constatar algumas falhas nas formas de arquiva e trasladar documentos. O ideal
seria que Vassouras tivesse um só arquivo.
Carla Barbosa Ferreira de Souza
Paraíba do Sul
Historiadora e professora da rede pública municipal e estadual em Paraíba do Sul.
Trabalho inscrito:
Pequenas e Médias Propriedades do Vale do Paraíba Fluminense na Segunda Metade do Século XIX
Monografia apresentada no curso de Pós-Graduação da UCAM, módulo Império. Coordenadora:
Professora Hebe Maria Mattos de Castro.
Trata-se da análise da uma média propriedade cafeicultora e escravocrata na segunda metade
do Século XIX, localizada no município de Paraíba do Sul, Cavaru, chamada Jatahy. O enfoque
principal do trabalho são as relações de trabalho após a abolição da escravidão. A pesquisa foi realizada
nos documentos particulares da atual proprietária e nos arquivos municipais.
O trabalho abre espaço para novas análises do período estudado.
Jussara Pereira de Almeida
Vassouras
Professora, Membro Titular da Academia de Letras de Vassouras.
Trabalhos inscritos:
• Paulo Branco: um Homem Arretado
Este folheto de cordel é uma homenagem ao saudoso Paulo Branco, grandioso jornalista, brasileiro, original
de Vassouras, fundador do jornal Tempos em Vassouras, e da revista Raio-X no Rio de Janeiro. O folheto
narra a história e a trajetória deste grande homem vassourense, oferecendo ao leitor uma leitura dinâmica,
prazerosa e informativa.
• Proezas de um Homem Aprumado
Este folheto de cordel traz a história de outro vassourense, empresário bem sucedido e querido de muitos.
As sextilhas são fios responsáveis pela viagem do leitor, levando-o a passear pela vida e sucesso de um
homem aprumado.
• Ivo Viu a Uva e Quer conhecer a “Rucha”
Este livro é um presente às crianças e a todos os educadores do país, sob a forma de literatura de cordel e
ilustrações a partir do Tangram. Aos olhos do público infantil é um livro que conta a história do menino Ivo,
que enfrenta dificuldades para aprender a ler e que, ao final da narrativa, consegue superar os obstáculos
da leitura e convida o leitor para uma viagem muito interessante.
Aos olhos dos educadores traz a questão que mais preocupa o país: alfabetização. A capa já sugere um
labirinto, pois é assim que muitas vezes o professor se sente em sala de aula: como alfabetizar os alunos?
Qual o melhor método? O livro não traz a receita, mas transporta o leitor ao tripé reflexão, ação, reflexão.
Cada sextilha traz nas entrelinhas as idéias de Paulo Freire, Montessori, Magda Soares, Freneit e muitos
outros. Basta o leitor se embaraçar e se encontrar no labirinto das palavras. Um livro interessante, que
ressalta, sobretudo, a importância do letramento.
•“Requinte, Sabor e Bom Gosto – Reizi Biscoitos”
Este folheto de cordel conta a história de Reizi, uma mulher surpreendente, artesã que, fazendo
biscoitos, se transformou numa grandiosa empresária. Já morou em Vassouras, atualmente mora em
Mendes e conquista muitos brasileiros com sua arte de fazer biscoitos. Ou seja: ela faz o paladar chegar
ao coração. Uma história de sucesso, saborosa, incomparável para o leitor. Depois da leitura não dá
para deixar de conhecer, provar, sonhar com os biscoitos de Reizi.
Histórias e Causos
Arthur Mario Belisario Vianna
Rio de Janeiro
Texto:
Minha vida começa em Minas Gerais, onde nasci. Aos sete anos vim para o Rio, mas nunca perdi as raízes
mineiras, das quais muito me orgulho. Na década de 40, tínhamos a Fazenda da Glória em Valença. Saíamos
do Rio em trem da Central do Brasil às sete horas da manhã. Meu pai usava um guarda-pó, fazíamos baldeação
em Desengano (hoje Juparanã) e, passando pelas estações de Quirino Esteves e Chacrinha, chegávamos à
Marquês de Valença. Nosso capataz, Seu Soares, estava nos esperando na praça com os cavalos. Antes do
trem parar eu e meus dois irmãos já estávamos disputando as melhores montarias. Chegávamos na fazenda
pelas duas horas da tarde. Era uma aventura. Hoje, são 28 minutos de helicóptero... Em 1980 me tornei
corretor de fazendas e, no correr dos anos, especializado nas sedes centenárias e históricas. Sou um dos
fundadores do PRESERVALE – Instituto de Preservação e Desenvolvimento do Vale do Paraiba.
Fui o iniciador das visitas às fazendas históricas do Vale, possuindo uma coleção de 260 sedes coloniais
fotografadas em Minas, Rio e São Paulo, com um acervo de 5.000 fotos. Esta é a minha história rural. Só falta
acrescentar que fiz ótimas amizades nesta atividade e que sou apaixonado por uma boa cavalgada.
Célio Tavares Ramos
Mendes
Texto:
O retorno dos pracinhas do município de Mendes e de cidades vizinhas, em setembro de 1945,
após o término da grande guerra. O descrevente, aos 15 anos de idade, testemunhou o fato da chegada
inesquecível dos pracinhas que foram defender a democracia pelo Brasil em campos de batalha.
A comunidade mendense, orgulhosa de seus filhos, se apresentou à Estação de Mendes – EFCB
– na expectativa de, orgulhosamente, receber os filhos da terra que tão bem marcaram em campos
de batalha. Na Estação completamente lotada, autoridades da mais elevada representatividade,
associações religiosas e esportivas, e o povo eufórico e sorridente acolheram do trenzinho que chegava
os seus heróis, abraçando e assentando-os em seus ombros, de maneira patriótica. Simplesmente
inesquecível e de maneira unissônica, todos, realmente todos, imponentes, entoavam o Hino Nacional
Brasileiro. Assim, os pracinhas foram conduzidos às suas residências com todo o povo envolvido em
contagiante alegria. Uma noite inesquecível e mal dormida por motivos historicamente justos. Uma bela
página da história de Mendes. Emocionante história de amor...
Ednéa Müller Soares
Piraí
Texto:
Nascida e criada em Piraí, cenário dos casarios dos grandes produtores e das lavouras cafeeiras,
desenvolvi um sentimento de chão que me leva ao início do Século XIX, onde a rua da Direita e o
Paço Municipal fazem com que o passado não passe, mas se faça presente, em cada esquina, em
cada canto deste lugar, onde a memória não há de se apagar.
Maria Dalva Ferreira e Silva
Piraí
Texto:
Piraí era chamada a cidade dos coronéis, no passado. E houve um fato marcante, que foi a
morte de um ente querido: meu avô. O motivo? No dia das eleições, houve uma briga entre dois
adversários políticos. O meu avô chegou no momento da confusão e foi atingido, sem ter nada a ver
com o fato. Isso me trazia um espanto na infância.
Hoje, graças a Deus, os tempos são outros. Nesta cidade há tranqüilidade e todos vivem muito
bem.
Reizi Rozemberg Simões
Mendes
Textos:
Sou filha de Nilza Froment Rozemberg e Isaac Rozemberg, produtor cinematográfico que filmou
o Brasil de 1942 a 1983. Em um total de 700 documentários, ele contou a era desenvolvimentista
do país.
Sou formada em Pedagogia (orientadora educacional), mas não atuei na área. Hoje estou
trabalhando na recuperação dos filmes, roteiros, documentos, recortes de jornais e tudo mais que
envolveu o trabalho do grande artista que foi meu pai. A partir deste trabalho de resgate de memória,
já realizei duas palestras, dirigidas por Gilda Meireles, sobre a “Cinegrafia de I. Rozemberg”, sendo
uma na Academia de Letras de Vassouras e a outra no SIMPRO (Sindicato dos Professores – RJ).
Casei-me com Rogério Peixoto Simões e tive dois filhos, André e Alexandre. Em 1989 saímos
do Rio de Janeiro, já assustados com a violência da cidade e fomos morar em Vassouras. Meu
sogro, Ignácio Serrat Simões, adquiriu uma propriedade com características peculiares para um
sítio no interior do Rio. Foi aí então que começou minha história com o “Castelo dos Riachos”, que é
realmente um castelo, construído em 1870 pelo o engenheiro inglês Charles W. Armstrong, que veio
para o Brasil construir a primeira fase do Túnel 12 (Estrada de Ferro D. Pedro II), em Engenheiro
Paulo de Frontin.
Com a morte de Sr. Ignácio, o castelo foi aberto para visitações. Foi assim então que me tornei
guia turística da propriedade, o que me obrigou a pesquisar toda a história da casa, desde sua
construção até seu último dono. Desta forma criei uma história que passei a contar para todos os
visitantes, que perfazem um total de mais de 5.000 pessoas de várias regiões do Brasil.
Depois de três anos como guia do Castelo dos Riachos, este foi fechado a visitações por causa
de problemas familiares. Isso me trouxe muitos problemas financeiros, pois era praticamente minha
única renda. Foi nesse momento que comecei uma nova atividade em minha vida e mudei para
Mendes – RJ.
Acredito que o acaso não existe. Foi pedido na escola de meu filho Alexandre um quitute para
uma festa – e fazia parte da comemoração que a própria mãe fizesse a guloseima. Entrei em
pânico! Não sabia fazer nada na cozinha. Uma amiga me deu uma receita de biscoito de fécula de
batata.
– Falei comigo mesma: Vai ser esta mesmo!!!
Levei para o colégio e todos amaram e começaram a fazer encomendas e o dinheiro começou a
entrar de novo. Com o sucesso do biscoito em Vassouras, tomei coragem e fui para o Rio vender e
consegui. Da cocheira do cavalo que não se adaptou ao local, construí a minha fábrica. Hoje tenho
uma pequena empresa, faço 13 sabores, vendo para diversos lugares no Rio e produzo 100 quilos
por semana.
Desta história que lhes contei, Jussara Pereira de Almeida fez um cordel “Requinte, Sabor e
Bom Gosto: Reizi Biscoitos”. E com o dinheiro dos biscoitos estou recuperando o acervo de meu
pai!
Rita de Cássia Vieira Braga
Paraíba do Sul
Texto:
A minha avó contava que a ponte da cidade de Paraí­ba do Sul foi a primeira a cobrar pedágio
no Brasil. E que seu pai, Braz Ribeiro da Silva (naturalmente meu bisavô), foi o primeiro a cobrar
pedágio sobre a citada ponte, tendo ficado conhecido pelo apelido de “Braz da Ponte”, no final do
século XIX.
LISTA DE LIVROS DOADOS AO PROJETO
MARTINS, Roselene de Cássia Coelho. Colonização e Política – Debates no Final da Escravidão. Rio
de Janeiro, Apicuri, 2008.
CORREA, Dalmir Monteiro. O Vale do Paraíba Fluminense.
WHATELY, Maria Celina. Resende, A Cultura Pioneira do Café no Vale do Paraíba. Niterói, La Salle,
2003.
TAMBASCO, J. C. Vargens. A Vila de Vassouras e o Vale Médio do Paraíba. Vassouras, Gráfica Palmeiras
Ltda., 2007.
ALVES, Perpétua do Socorro. Minha Terra, Minha Gente. Niterói, Imprensa Oficial, 1998.
Academia de Letras de Vassouras. Vassouras, Gráfica Palmeiras Ltda., 2002.
TAMBASCO, J. C. Vargens. A Vila de Vassouras e as Freguesias do Tinguá. Vassouras, Edição do autor,
2004.
MEIRELLES, Gilda. Biografia do Branco. Juiz de Fora, Franco Editora, 2005.
MEIRELLES, Gilda. Biografia do Negro. Juiz de Fora, Franco Editora, 2002.
ACADEMIA RESENDENSE DE HISTÓRIA. Crônicas dos Duzentos Anos – Resende 1801-2001. Resende,
La Salle, 2001.
LIMA, Roberto Guião de Souza. Volta Redonda do Café e do Leite. Volta Redonda, Nogueira Artes
Gráficas, 2004.
Revista da Academia Itatiaiense de História. Org. Célia Borges. Itatiaia, 2005.
INNOCENCIO, Isabela Torres de Castro. Liberdade e Acesso à Terra. Vassouras, USS, 2002.
BARROS, Hyeróclio Virgílio de Carvalho. História e Histórias de Quatis. Rio de Janeiro, Editoração,
2003.
BARROS, Hyeróclio Virgílio de Carvalho. Futebol: paixão de ontem, de hoje e de sempre (Quatis Futebol
Clube – sua história e outras histórias). Rio de Janeiro, Editoração, 2005.
MACHADO, Lielza Lemos. Vassouras, Recanto Histórico do Brasil. Vassouras, Gráfica Palmeiras,
2006.
LIMA, Roberto Guião de Souza. Fazenda Três Poços do Café à Universidade. Volta Redonda, RJ:FOA,
2007.
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