Historiadores Inscritos I Encontro de História do Vale do Paraíba Aloysio Clemente M. I. de J. Breves Beiler Rio de Janeiro Advogado, pesquisador da história fluminense. Autor do site “História do Café no Brasil Imperial” – www.brevescafe.oi.com.br – que retrata a saga dos pioneiros da cultura do café no Vale do Paraíba, com referências à família Breves. Duas monografias sobre o mesmo tema. Atualmente cursa o Mestrado em Poder Judiciário pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/RIO. Trabalho inscrito: O tempo dos Breves Os Souza Breves foram os maiores produtores de café no período de 1800 a 1900 (cem anos). Proprietários de mais de 10.000 escravos, dominaram do mar de Mangaratiba (a ilha de Marambaia) até os confins de Minas Gerais (Piumbi). A ilha de Marambaia foi adquirida pelo “rei do café”, o comendador Joaquim José de Souza Breves, para servir de entreposto do tráfico de escravos. Lá os negros vindos da África ficavam em quarentena, para depois subirem ao altiplano para distribuição nas inúmeras propriedades do comendador Breves. Participou Joaquim Breves do Grito da Independência junto com Pedro I e foi seu amigo até sua partida para Portugal. No governo de Pedro II foi opositor ferrenho. De sua fazenda de São Joaquim da Grama comandava o império do café e recebia com luxo e fineza os viajantes da época: embaixadores, condes e políticos. Mão-firme no trato com seus escravos, soube debelar revoltas, impondo sua rude formação aos que se contrapunham em seu caminho de acúmulo de riquezas. Dizem que talvez tenha sido o homem mais rico de seu tempo. Morreu em 1889, sendo sepultado na capela de sua fazenda em Rio Claro, RJ, desiludido com o duro golpe da Abolição. Outras obras: • Cidades Mortas: Declínio econômico das cidades do Médio Paraíba na província do Rio de Janeiro no ciclo do café. • O imperador do café. • Pontal da Marambaia – A intervenção no meio ambiente por remanescentes de escravos e a Marinha do Brasil. Dano ambiental, preservação, ou direitos adquiridos pelo quilombolas? • As ruínas fluminenses e sua preservação. • Mario Breves Peixoto – O limite do cinema nacional e os retratos da família. • O rei do café no Brasil Imperial. Ana Maria Bastos Seraphim Volta Redonda Professora de História, Diretora da Agência Viagem ao Saber, Diretora de Turismo do Instituto PRESERVALE e Diretora da revista eletrônica Vale do Café On Line. Projetos desenvolvidos: Turismo Cultural/Pedagógico Trabalha com turismo pedagógico, principalmente em escolas da região, voltados para a organização de roteiros temáticos integrados ao conteúdo programático apresentado aos estudantes. Os temas podem focar a História do Brasil Colônia, do Império ou da República, ou tópicos de História da Arte ou Meio Ambiente, entre outros. Também recebe grupos oriundos de outras regiões brasileiras e do exterior para fazerem o circuito do Vale do Café. Publicação • Livreto “Histórias de café, casarões, sinhás, quitutes e outras delícias”, publicado em 2000 e que agora está sendo revisado. A primeira edição estava centrada no município de Valença. Na edição atual estão sendo incluídas as 14 cidades que integram a região do Vale do Café. Publicação eletrônica • Direção da Revista Eletrônica Vale do Café On Line, lançada no fim do mês de junho de 2008. A revista trata de História, Patrimônio, Turismo e Meio Ambiente da Região. Além de entrevistas, artigos, notícias etc., a revista também possui um módulo voltado para a publicação de temas de produção científica. Produção Científica • Artigo científico cujo tema é “A influência francesa no Vale do Paraíba Fluminense no Século XIX”. • Orientação de três monografias de conclusão do Curso de Turismo do UGB – Centro Universitário Geraldo Di Biase. Os formandos apresentaram projetos relacionados ao desenvolvimento do Turismo Histórico-Cultural na Região. Exposições • “Histórias de Café” – Pesquisa e Produção – 2000. • “Olhar de Debret” (Exposição Virtual) – Pesquisa e Produção – 2004. • “O Vale do Imperador” – Produção e Curadoria – 2004. • “Café: Um grão de história” – Curadoria (organizada a partir do livro de mesmo título, publicado pela Editora Dialeto) – 2007. • “História Viva” – Pesquisa e Produção – 2008. André Ricardo Silva Pinheiro Piraí Historiador. Trabalho Inscrito: Comendador Joaquim José de Souza Breves - O Rei do Café O trabalho consiste em levantamento de dados e de informações que possam dar base às respostas relacionadas ao grande sucesso que foi a vida do personagem histórico “Comendador Breves”. Trabalhamos desde sua ancestralidade, até o auge e o declínio deste homem, que, coincidentemente, corresponde ao mesmo corte temporal no qual o ciclo cafeeiro aconteceu na região do Vale do Paraíba. Ângelo Ferreira Monteiro Vassouras Historiador do Centro de Documentação Histórica da Universidade Severino Sombra (USS), Assessor de Comunicação da Presidência do Instituto Histórico e Geográfico de Vassouras, responsável pela coluna do IHGV no Jornal Tribuna do Interior e Membro Titular da Academia de Letras de Vassouras. Trabalho Inscrito: Redes de Sociabilidade em Vassouras no século XIX - O Caso Benatar O trabalho apresenta as redes sociais que foram construídas pelo marroquino Benjamim Benatar em sua vivência social. O livro, publicado em 2007 com o apoio da Prefeitura Municipal de Vassouras, resultou numa exposição que é fruto da continuidade do trabalho de pesquisa desenvolvido pelo autor, que já lhe rendeu o título de Mestre no Programa de Pós-Graduação em História da USS e uma cadeira na Academia de Letras de Vassouras (ALV). Evânea da Costa Santos Mendes Trabalho inscrito: Eu amo Mendes – Projeto de fotos que busca o resgate histórico, cultural e geográfico do município. O trabalho se destina aos professores, para que eles possam trabalhar com os alunos a história do município, sua formação econômica, bem como seus aspectos físicos, sociais e culturais. O projeto tem os seguintes objetivos: • Conscientização da classe educadora, de sua importância, como agentes formadores de opiniões, no sentido de incutir nos alunos sentimentos de apreço, respeito e amor pelo município. • Através da EDUCAÇÃO, inserir no Planejamento Escolar conteúdos, informações e conhecimentos sobre o município de Mendes. • Através de atividades elaboradas pelos professores, resgatar aspectos históricos, geográficos e culturais do município de Mendes. • Através das atividades realizadas nas Escolas, contribuir para a formação do acervo cultural do município. • Com as atividades realizadas nas Escolas, colaborar e dar sustento ao desenvolvimento do TURISMO no município. • Integrar a Escola com a Comunidade. Isabela Torres de Castro Innocencio Paraíba do Sul Professora e historiadora da Região do Vale do Paraíba Trabalho inscrito: Liberdade e Acesso à Terra – Fazenda de Cantagalo O trabalho pretendeu dar uma contribuição ao entendimento do período pós-abolição e do papel do liberto na sociedade brasileira. Nesse sentido, o centro de nossa análise recaiu sobre uma colônia agrícola formada com libertos, instalada em Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba Fluminense. A história das dificuldades e dos obstáculos que se apresentaram a esse grupo de libertos, ao receber os lotes de terras para constituir a colônia agrícola, é pouco conhecida e muitas vezes ignorada. O tema é importante para a compreensão do processo de transição do trabalho escravo para o livre, visto que, ao ex-escravo, não foram dadas as condições para o seu ajustamento na sociedade e ainda se forjou uma imagem preconceituosa de liberdade significando o “não-trabalho” para o escravo. Procuramos abordar o liberto como agente social, colocando-o numa situação não apensa de subjugado, nem de perdedor, mas como parte de uma comunidade que foi construindo sua história em meio a forças políticas que, pouco a pouco, lhe retiraram o direito ao usufruto da terra. Julio Fidelis Resende Pesquisador e professor dos cursos de Economia e Pedagogia das Faculdades Dom Bosco. Trabalho inscrito: O florete e o imperador O artigo tem como objeto de estudo o episódio da visita do Imperador D. Pedro II ao município de Resende, em 16 de outubro de 1874, ocasião em que concedeu uma série de distinções a membros da comunidade, bem como à Loja Maçônica local. Nosso estudo nasceu do interesse em reforçar pesquisas anteriores, que mostram os laços de poder e a interação da cidade de Resende, através de sua elite, com o poder imperial. A ponto do monarca vir prestigiar a sociedade resendense e agraciá-la, através de sua Loja Maçônica, com uma honraria do cerimonial da Corte, como forma de reforço das relações de poder vigentes na época. Pesquisas realizadas: • Mulheres fazendeiras e lavradoras numa economia cafeeira do Vale do Médio Paraíba. • A escravidão em Resende no Século XIX. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “A escravidão em Resende no século XIX: uma breve introdução à análise econômica”. • A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova: Duzentos e Sessenta Anos. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova: 260 anos” e a exposição “Das Cinzas Renasce a Fé”, no Corredor Cultural Cecil Wall Barbosa de Carvalho – AEDB – Abril de 2007. • A Guarda Nacional – o 11º Corpo de Cavalaria de Resende e o 27º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “As unidades da Guarda Nacional sediada em Resende no século XIX: a oligarquia em armas.”. • Simão da Cunha Gago, o fundador de Resende (1744). Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “As origens de Resende e de seu fundador Simão da Cunha Gago”. • Jornal rural editado em Resende, no início do século XX (1900), por jovens moças, ao qual batizaram de “Sorriso”. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “Um sorriso que vem do passado”. • Estudo do episódio de 16 de Outubro de 1874, em Resende, envolvendo o S.M.I. D. Pedro II e a Loja Maçônica Lealdade e Brio. Pesquisa documental e bibliográfica, gerando o artigo “O espadim e o imperador”. Paulo Raulino Lamego Rio de Janeiro Historiador, pesquisador e membro do Conselho de Cultura e Patrimônio do Instituto PRESERVALE. Trabalho inscrito: O Brasil é o Vale Com o autor, caminha-se pelos lances mais relevantes da ascensão, do apogeu e da decadência da economia do café. Sente-se o despertar de uma casa-grande, com fiel cenário de que são protagonistas o barão, a baronesa, as crianças da casa, as mucamas do serviço, tudo ao som do baque surdo do assoalho de madeira sobre o porão e do carrilhão que marca ruidosamente as horas. À volta, emolduram-na os extensos cafezais, origem e sustentáculo da aristocracia rural fluminense, surgida no alvorecer do século XIX e desaparecida antes que se findasse. São enumeradas algumas das famílias mais prósperas do Vale do Paraíba, no auge da produção cafeeira: Werneck, Paes Leme, Rodrigues Alves, Homem de Mello, Teixeira Leite, Daguirre de Faro, Aguir Valim, Corrêa e Castro, Carneiro Leão, Oliveira Roxo. E algums “grandes fazendeiros” da região: Joaquim José de Souza Breves (Comendador Breves), Antônio Clemente Pinto (Barão de Nova Friburgo) e Joaquim José Moreira Lima (Conde de Moreira Lima). Raimundo César de O. Mattos Valença Coordenador do Centro de Documentação Histórica – CESVA/FAA. Professor Adjunto da FAFIVA/ CESVA. Trabalho inscrito: Manoel Antônio Esteves – O Cotidiano de um Comerciante/Cafeicultor do Vale do Paraíba Fluminense através da Epistolografia O trabalho procura mostrar o cotidiano de um comerciante de origem portuguesa radicado na Cidade de Valença, no Vale do Paraíba Fluminense, que, a partir de seu casamento com a filha de um rico cafeicultor, torna-se também proprietário de propriedades produtoras de café, em especial a Fazenda Santo Antônio do Paiol. Manoel Antônio Esteves manteve farta correspondência, tanto familiar quanto com seus comissários de café, que é fonte preciosa de informações sobre o período e o dia-a-dia de uma família, em uma época em que o público confundia-se com o privado. Outras Obras: • Valença e sua evolução histórica. Roberto Guião Volta Redonda Historiador e pesquisador da Região do Vale do Paraíba. Obras: • Volta Redonda, do Café e do Leite / 140 anos de História. • A Arquitetura do Ciclo do Café no Vale do Paraíba. Depoimento: Todos os meus antepassados, tetravós, trisavós, alguns bisavós e até um avô, maternos e paternos, foram cafeicultores pioneiros (século XIX) na região de Valença (RJ), onde nasci, e no seu entorno. Este fato, aliado a outros, despertou meu interesse pela pesquisa histórica e genealógica do “Ciclo do Café Vale-Paraibano” e da sua migração para o “oeste” paulista, tendo, em ambos os casos, como horizonte de tempo o Século XIX e as primeiras décadas do seguinte. Assim, a par das atividades profissionais que desenvolvia na Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, há cerca de 30 anos realizo pesquisas nos nichos geográfico e temporal mencionados, estando o produto do trabalho registrado em extenso, detalhado e, permitam-me, rico arquivo que mantenho na minha residência à disposição dos interessados. Participo de várias instituições culturais, dentre elas o Instituto PRESERVALE, o Colégio Brasileiro de Genealogia e a Academia Barramansense de História (Barra Mansa, RJ). Escrevi os livros “Volta Redonda do Café e do Leite: 140 Anos de História” (2004) e, como organizador e co-autor, “Fazenda Três Poços: do Café à Universidade” (2006). Entre uma pesquisa e outra, estou escrevendo mais dois livros, sendo que o primeiro contará a história de mais uma importante fazenda de café fluminense e o segundo, de forma abrangente, apresentará um panorama do Ciclo do Café no Vale do Paraíba no Brasil Imperial. Tenho também vários trabalhos publicados nas revistas das instituições de que participo e na do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro (IHGRJ). Realizei palestras e comunicações em eventos históricos/culturais, dei entrevistas para jornais e TVs e participei de inúmeros encontros, cujos temas sempre foram vinculados aos objetos das minhas pesquisas Luana da Silva Oliveira Barra do Piraí Cineasta. Trabalho inscrito: Jongos, Calangos e Folias: Música negra, memória e poesia Jongos, Calangos e Folias: Música Negra, Memória e Poesia é um documentário realizado pela Universidade Federal Fluminense, através do Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI/UFF) e do Núcleo de Pesquisa em História Cultural (NUPEHC/UFF), com o apoio do Edital Petrobrás Cultural/2005, que também patrocinou a organização do Acervo Petrobrás de Memória e Música Negra do Departamento de História da UFF. Tem direção geral das historiadoras Hebe Mattos e Martha Abreu, edição de Isabel Castro e direção de fotografia de Guilherme Fernández. Participei desse projeto através de uma bolsa de iniciação científica e atuei diretamente na pesquisa realizada nas comunidades do Vale do Paraíba Sul-Fluminense. O filme é um documentário historiográfico constituído a partir do acervo UFF/Petrobrás de Memória e Música Negra. Destina-se também a finalidades didáticas, no âmbito das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, publicadas em 2004. A história dos jongos, calangos e folias, como patrimônios culturais, é apresentada de forma associada à história social dos grupos que lhe dão suporte. O filme coloca em destaque o papel da poesia negra em todas as três manifestações culturais e seu papel na legitimação política das comunidades remanescentes de quilombos no estado do Rio de Janeiro. A primeira parte do filme se refere ao litoral do estado, sul e norte, ponto de desembarque dos últimos africanos chegados como escravos no Brasil, e apresenta as comunidades quilombolas do Bracuí, em Angra dos Reis, e Rasa, em Búzios. A segunda parte sobe a Serra do Mar, chega ao Vale do Paraíba, o velho vale do café do Século XIX, para onde se dirigiu a maioria dos recémchegados. Ali são entrevistados representantes das comunidades de Barra do Piraí, Quilombo São José da Serra e Duas Barras. A terceira e última parte desce a serra e atinge a Baixada Fluminense, especialmente Nova Iguaçu, Mesquita, Duque de Caxias e São João de Meriti, para onde muitos dos descendentes dos últimos escravos se dirigiram, em diferentes momentos do século XX, na busca de melhores oportunidades de trabalho. Em todas as regiões apresentam-se as relações entre os jongos, calangos e folias de reis, como patrimônios familiares, com destaque para a poesia e os desafios presentes nestas manifestações. Sandra Candido Vassouras Historiadora. Trabalho inscrito: Arquivos Especiais de Vassouras Os arquivos especiais são uma importante ferramenta para o pesquisador, seja qual for sua área, pois é ele que irá levar o público a conhecer o passado. E Vassouras conta com um Arquivo Histórico, um Centro de Documentação Histórica e alguns arquivos particulares dignos de serem mencionados e pesquisados. Foi pensando nisso que escrevi a dissertação de mestrado “Arquivos Especiais de Vassouras”, onde pude constatar muito do que havia ouvido falar dessa cidade que tanto amo – e comprovar, efetivamente, alguns fatos interessantes de nossa história local. Mas pude também constatar algumas falhas nas formas de arquiva e trasladar documentos. O ideal seria que Vassouras tivesse um só arquivo. Carla Barbosa Ferreira de Souza Paraíba do Sul Historiadora e professora da rede pública municipal e estadual em Paraíba do Sul. Trabalho inscrito: Pequenas e Médias Propriedades do Vale do Paraíba Fluminense na Segunda Metade do Século XIX Monografia apresentada no curso de Pós-Graduação da UCAM, módulo Império. Coordenadora: Professora Hebe Maria Mattos de Castro. Trata-se da análise da uma média propriedade cafeicultora e escravocrata na segunda metade do Século XIX, localizada no município de Paraíba do Sul, Cavaru, chamada Jatahy. O enfoque principal do trabalho são as relações de trabalho após a abolição da escravidão. A pesquisa foi realizada nos documentos particulares da atual proprietária e nos arquivos municipais. O trabalho abre espaço para novas análises do período estudado. Jussara Pereira de Almeida Vassouras Professora, Membro Titular da Academia de Letras de Vassouras. Trabalhos inscritos: • Paulo Branco: um Homem Arretado Este folheto de cordel é uma homenagem ao saudoso Paulo Branco, grandioso jornalista, brasileiro, original de Vassouras, fundador do jornal Tempos em Vassouras, e da revista Raio-X no Rio de Janeiro. O folheto narra a história e a trajetória deste grande homem vassourense, oferecendo ao leitor uma leitura dinâmica, prazerosa e informativa. • Proezas de um Homem Aprumado Este folheto de cordel traz a história de outro vassourense, empresário bem sucedido e querido de muitos. As sextilhas são fios responsáveis pela viagem do leitor, levando-o a passear pela vida e sucesso de um homem aprumado. • Ivo Viu a Uva e Quer conhecer a “Rucha” Este livro é um presente às crianças e a todos os educadores do país, sob a forma de literatura de cordel e ilustrações a partir do Tangram. Aos olhos do público infantil é um livro que conta a história do menino Ivo, que enfrenta dificuldades para aprender a ler e que, ao final da narrativa, consegue superar os obstáculos da leitura e convida o leitor para uma viagem muito interessante. Aos olhos dos educadores traz a questão que mais preocupa o país: alfabetização. A capa já sugere um labirinto, pois é assim que muitas vezes o professor se sente em sala de aula: como alfabetizar os alunos? Qual o melhor método? O livro não traz a receita, mas transporta o leitor ao tripé reflexão, ação, reflexão. Cada sextilha traz nas entrelinhas as idéias de Paulo Freire, Montessori, Magda Soares, Freneit e muitos outros. Basta o leitor se embaraçar e se encontrar no labirinto das palavras. Um livro interessante, que ressalta, sobretudo, a importância do letramento. •“Requinte, Sabor e Bom Gosto – Reizi Biscoitos” Este folheto de cordel conta a história de Reizi, uma mulher surpreendente, artesã que, fazendo biscoitos, se transformou numa grandiosa empresária. Já morou em Vassouras, atualmente mora em Mendes e conquista muitos brasileiros com sua arte de fazer biscoitos. Ou seja: ela faz o paladar chegar ao coração. Uma história de sucesso, saborosa, incomparável para o leitor. Depois da leitura não dá para deixar de conhecer, provar, sonhar com os biscoitos de Reizi. Histórias e Causos Arthur Mario Belisario Vianna Rio de Janeiro Texto: Minha vida começa em Minas Gerais, onde nasci. Aos sete anos vim para o Rio, mas nunca perdi as raízes mineiras, das quais muito me orgulho. Na década de 40, tínhamos a Fazenda da Glória em Valença. Saíamos do Rio em trem da Central do Brasil às sete horas da manhã. Meu pai usava um guarda-pó, fazíamos baldeação em Desengano (hoje Juparanã) e, passando pelas estações de Quirino Esteves e Chacrinha, chegávamos à Marquês de Valença. Nosso capataz, Seu Soares, estava nos esperando na praça com os cavalos. Antes do trem parar eu e meus dois irmãos já estávamos disputando as melhores montarias. Chegávamos na fazenda pelas duas horas da tarde. Era uma aventura. Hoje, são 28 minutos de helicóptero... Em 1980 me tornei corretor de fazendas e, no correr dos anos, especializado nas sedes centenárias e históricas. Sou um dos fundadores do PRESERVALE – Instituto de Preservação e Desenvolvimento do Vale do Paraiba. Fui o iniciador das visitas às fazendas históricas do Vale, possuindo uma coleção de 260 sedes coloniais fotografadas em Minas, Rio e São Paulo, com um acervo de 5.000 fotos. Esta é a minha história rural. Só falta acrescentar que fiz ótimas amizades nesta atividade e que sou apaixonado por uma boa cavalgada. Célio Tavares Ramos Mendes Texto: O retorno dos pracinhas do município de Mendes e de cidades vizinhas, em setembro de 1945, após o término da grande guerra. O descrevente, aos 15 anos de idade, testemunhou o fato da chegada inesquecível dos pracinhas que foram defender a democracia pelo Brasil em campos de batalha. A comunidade mendense, orgulhosa de seus filhos, se apresentou à Estação de Mendes – EFCB – na expectativa de, orgulhosamente, receber os filhos da terra que tão bem marcaram em campos de batalha. Na Estação completamente lotada, autoridades da mais elevada representatividade, associações religiosas e esportivas, e o povo eufórico e sorridente acolheram do trenzinho que chegava os seus heróis, abraçando e assentando-os em seus ombros, de maneira patriótica. Simplesmente inesquecível e de maneira unissônica, todos, realmente todos, imponentes, entoavam o Hino Nacional Brasileiro. Assim, os pracinhas foram conduzidos às suas residências com todo o povo envolvido em contagiante alegria. Uma noite inesquecível e mal dormida por motivos historicamente justos. Uma bela página da história de Mendes. Emocionante história de amor... Ednéa Müller Soares Piraí Texto: Nascida e criada em Piraí, cenário dos casarios dos grandes produtores e das lavouras cafeeiras, desenvolvi um sentimento de chão que me leva ao início do Século XIX, onde a rua da Direita e o Paço Municipal fazem com que o passado não passe, mas se faça presente, em cada esquina, em cada canto deste lugar, onde a memória não há de se apagar. Maria Dalva Ferreira e Silva Piraí Texto: Piraí era chamada a cidade dos coronéis, no passado. E houve um fato marcante, que foi a morte de um ente querido: meu avô. O motivo? No dia das eleições, houve uma briga entre dois adversários políticos. O meu avô chegou no momento da confusão e foi atingido, sem ter nada a ver com o fato. Isso me trazia um espanto na infância. Hoje, graças a Deus, os tempos são outros. Nesta cidade há tranqüilidade e todos vivem muito bem. Reizi Rozemberg Simões Mendes Textos: Sou filha de Nilza Froment Rozemberg e Isaac Rozemberg, produtor cinematográfico que filmou o Brasil de 1942 a 1983. Em um total de 700 documentários, ele contou a era desenvolvimentista do país. Sou formada em Pedagogia (orientadora educacional), mas não atuei na área. Hoje estou trabalhando na recuperação dos filmes, roteiros, documentos, recortes de jornais e tudo mais que envolveu o trabalho do grande artista que foi meu pai. A partir deste trabalho de resgate de memória, já realizei duas palestras, dirigidas por Gilda Meireles, sobre a “Cinegrafia de I. Rozemberg”, sendo uma na Academia de Letras de Vassouras e a outra no SIMPRO (Sindicato dos Professores – RJ). Casei-me com Rogério Peixoto Simões e tive dois filhos, André e Alexandre. Em 1989 saímos do Rio de Janeiro, já assustados com a violência da cidade e fomos morar em Vassouras. Meu sogro, Ignácio Serrat Simões, adquiriu uma propriedade com características peculiares para um sítio no interior do Rio. Foi aí então que começou minha história com o “Castelo dos Riachos”, que é realmente um castelo, construído em 1870 pelo o engenheiro inglês Charles W. Armstrong, que veio para o Brasil construir a primeira fase do Túnel 12 (Estrada de Ferro D. Pedro II), em Engenheiro Paulo de Frontin. Com a morte de Sr. Ignácio, o castelo foi aberto para visitações. Foi assim então que me tornei guia turística da propriedade, o que me obrigou a pesquisar toda a história da casa, desde sua construção até seu último dono. Desta forma criei uma história que passei a contar para todos os visitantes, que perfazem um total de mais de 5.000 pessoas de várias regiões do Brasil. Depois de três anos como guia do Castelo dos Riachos, este foi fechado a visitações por causa de problemas familiares. Isso me trouxe muitos problemas financeiros, pois era praticamente minha única renda. Foi nesse momento que comecei uma nova atividade em minha vida e mudei para Mendes – RJ. Acredito que o acaso não existe. Foi pedido na escola de meu filho Alexandre um quitute para uma festa – e fazia parte da comemoração que a própria mãe fizesse a guloseima. Entrei em pânico! Não sabia fazer nada na cozinha. Uma amiga me deu uma receita de biscoito de fécula de batata. – Falei comigo mesma: Vai ser esta mesmo!!! Levei para o colégio e todos amaram e começaram a fazer encomendas e o dinheiro começou a entrar de novo. Com o sucesso do biscoito em Vassouras, tomei coragem e fui para o Rio vender e consegui. Da cocheira do cavalo que não se adaptou ao local, construí a minha fábrica. Hoje tenho uma pequena empresa, faço 13 sabores, vendo para diversos lugares no Rio e produzo 100 quilos por semana. Desta história que lhes contei, Jussara Pereira de Almeida fez um cordel “Requinte, Sabor e Bom Gosto: Reizi Biscoitos”. E com o dinheiro dos biscoitos estou recuperando o acervo de meu pai! Rita de Cássia Vieira Braga Paraíba do Sul Texto: A minha avó contava que a ponte da cidade de Paraí­ba do Sul foi a primeira a cobrar pedágio no Brasil. E que seu pai, Braz Ribeiro da Silva (naturalmente meu bisavô), foi o primeiro a cobrar pedágio sobre a citada ponte, tendo ficado conhecido pelo apelido de “Braz da Ponte”, no final do século XIX. LISTA DE LIVROS DOADOS AO PROJETO MARTINS, Roselene de Cássia Coelho. Colonização e Política – Debates no Final da Escravidão. Rio de Janeiro, Apicuri, 2008. CORREA, Dalmir Monteiro. O Vale do Paraíba Fluminense. WHATELY, Maria Celina. Resende, A Cultura Pioneira do Café no Vale do Paraíba. Niterói, La Salle, 2003. TAMBASCO, J. C. Vargens. A Vila de Vassouras e o Vale Médio do Paraíba. Vassouras, Gráfica Palmeiras Ltda., 2007. ALVES, Perpétua do Socorro. Minha Terra, Minha Gente. Niterói, Imprensa Oficial, 1998. Academia de Letras de Vassouras. Vassouras, Gráfica Palmeiras Ltda., 2002. TAMBASCO, J. C. Vargens. A Vila de Vassouras e as Freguesias do Tinguá. Vassouras, Edição do autor, 2004. MEIRELLES, Gilda. Biografia do Branco. Juiz de Fora, Franco Editora, 2005. MEIRELLES, Gilda. Biografia do Negro. Juiz de Fora, Franco Editora, 2002. ACADEMIA RESENDENSE DE HISTÓRIA. Crônicas dos Duzentos Anos – Resende 1801-2001. Resende, La Salle, 2001. LIMA, Roberto Guião de Souza. Volta Redonda do Café e do Leite. Volta Redonda, Nogueira Artes Gráficas, 2004. Revista da Academia Itatiaiense de História. Org. Célia Borges. Itatiaia, 2005. INNOCENCIO, Isabela Torres de Castro. Liberdade e Acesso à Terra. Vassouras, USS, 2002. BARROS, Hyeróclio Virgílio de Carvalho. História e Histórias de Quatis. Rio de Janeiro, Editoração, 2003. BARROS, Hyeróclio Virgílio de Carvalho. Futebol: paixão de ontem, de hoje e de sempre (Quatis Futebol Clube – sua história e outras histórias). Rio de Janeiro, Editoração, 2005. MACHADO, Lielza Lemos. Vassouras, Recanto Histórico do Brasil. Vassouras, Gráfica Palmeiras, 2006. LIMA, Roberto Guião de Souza. Fazenda Três Poços do Café à Universidade. Volta Redonda, RJ:FOA, 2007.