0.1 Colapso de Supernova

Propaganda
0.1
Colapso de Supernova
Uma supernova tipo Ia ocorre quando a massa acrescida de uma binária próxima
faz com que a massa do núcleo degenerado supere a massa de Chandrasekhar.
Neste momento ocorre uma detonação em uma camada acima do núcleo, pois a
parte central é resfriada pela emissão de neutrinos. A detonação se move para
dentro e para fora, rompendo a estrela.
A liberação de energia na combustão degenerada do C é tão rápida que
se dá instantaneamente em uma camada extremamente fina. Somente depois
da queima total é que a próxima camada esquenta o suficiente para iniciar
a queima. Ocorre portanto uma frente de queima que provoca uma onda de
choque, supersônica. Se esta compressão é suficiente para iniciar a queima,
a frente de combustão coincide com a frente de choque, e chama-se frente de
detonação.
Se a compressão pela onda de choque não for suficiente para iniciar a ignição,
o transporte de energia por convecção ou condução aumentará a temperatura
mais lentamente, gerando uma frente de queima subsônica e chama-se deflagração. Neste caso a densidade e pressão diminuem.
A ignição do C em núcleo degenerado procede instantaneamente com a
queima do O, do Si, chegando a Fe.
Não existe ainda uma teoria completamente desenvolvida para este evento,
mas as soluções numéricas favorecem a deflagração (subsônica), pois
ue =
E
3Pe
=
' 1, 87 × 1018 ergs/g
ρ
ρ
enquanto a queima de carbono e oxigênio libera 5 × 1017 ergs/g (27% de ue ) e
portanto o excesso de pressão não é muito grande e o choque não é muito forte.
O ponto crı́tico no cálculo da frente de detonação é que uma teoria de convecção
dependente do tempo é necessária. Embora a frente mova-se subsonicamente, o
núcleo é normalmente destruı́do pela ignição do carbono em núcleo degenerado.
1. Um ejecta de supernova tem a linha Hα = λ6563Å observada em λ6344Å.
Calcule a energia cinética de cada massa solar do ejecta.
2. Uma estrela de massa intermediária explode como supernova quando ρ '
3 × 109 g/cm3 e T ' 108 K. O gás está degenerado? Calcule EF /kT .
3. Calcule a energia gravitacional
|EG | '
3 GMc2
2 Rc
para
Mc ' 0, 7 M¯
e
Rc ' RAB ' 2, 2 × 109 cm
1
e compare com a energia liberada pela queima do carbono
Ecarbono = 2, 5 × 1017 ergs/g · Mc
e compare.
4. Uma estrela de M = 15 M¯ fotodesintegra-se com ρ ' 4 × 109 g/cm3 e
Tc ' 8 × 109 K.
(a) O gás está degenerado? Calcule EF /kT
(b) A energia térmica é maior do que a massa de repouso do elétron?
Calcule kT /me c2
(c) A energia térmica é maior do que a energia de ligação do ferro?
Calcule kT /0, 001 mF e . Porque utilizamos Elig ' 0, 001 mF e e não
0, 008 mF e ?
5. A existência de estrelas de nêutrons garante que houve colapso, pois não
é possı́vel chegar a este estado em equilı́brio hidrostático. Em um colapso
para estrela de nêutrons, podemos estimar a energia liberada como:
µ
¶
1
1
EG ' GMc2
−
REN
RAB
já que o núcleo que colapsa tem uma massa de 1,4 M¯ e o raio da ordem
do da Terra, prximo de 5600 km.
Calcule a energia liberada no colapso. O envelope acima do núcleo tem
uma energia gravitacional da ordem de
Eenvelope ≈
2
GMenvelope
RAB
Calcule esta energia, supondo que o envelope tenha 10 M¯ .
0.2
Avermelhamento Gravitacional
Utilizando a relação entre o tempo próprio (τ =tempo no sistema de repouso na
coordenada r) e a coordenada temporal t,
µ
¶1
2GM 2
dt
dτ = 1 − 2
c r
podemos calcular a diferença entre a frequência emitida em r1
ν1 =
1
dτ1
e a frequência recebida em um ponto qualquer r2
ν2 =
2
1
dτ2
que é dada por
³
dτ1
ν2
=
=³
ν1
dτ2
1−
2GM
c2 r 1
1−
2GM
c2 r 2
´ 12
´ 12
Podemos aproximar esta relação para um ponto r2 À r1 como
ν2
=
ν1
µ
¶1
2GM 2
1− 2
c r1
e, se o campo gravitacional for fraco
2GM
¿ c2
r1
µ
¶
GM
ν2
= 1− 2
ν1
c r1
2
≡
vescape
de modo que
ν2 ' ν1 − ν1
GM
c2 r1
e
dν
dλ
GM
=−
'− 2
ν
λ
c r1
1. Calcule o avermelhamento gravitacional (gravitational redhift) ∆λ na linha
Hα = λ6563 Å de
(a) Uma anã branca com M = 1 M¯ e R=6000 km.
(b) Uma estrela de nêutrons com M = 1, 4 M¯ e R=10 km.
2. A equação de Tolman-Oppenheimer-Volkoff para o equilı́brio hidrostático
na relatividade geral é:
µ
¶µ
¶µ
¶−1
dP
GMr
P
4πr3 P
2GMr
=− 2 ρ 1+ 2
1+
1
−
dr
r
ρc
Mr c2
rc2
Lembrando que
µ
calcule
¶
dP
GMr
=− 2 ρ
dr não relativı́stico
r
¡ dP ¢
¡ dP ¢ dr TOV
dr não relativı́stico
3
Figura 1: Estrutura de uma estrela de nêutrons calculada por David Pines
(1980) utilizando uma equação de estado de rigidez média. A densidade na
superfı́cie, ρ = 7, 85 g/cm3 é a densidade do ferro sólido.
para uma estrela de nêutrons com ρ ' 2 × 1014 g/cm3 , R=10 km e
M = 1, 4 M¯ , e a equação da pressão para o caso não relativı́stico mas
degenerado
µ ¶ 23
5
h2
3
Pnr =
N3
20m π
µ
EF (T = 0) =
h2
8m
¶µ
3n
π
¶ 23
me = 9, 1095 × 10−28 g
k = 1, 381 × 10−16 ergs/K
h = 6, 626 × 10−27 ergs · s
G = 6, 672 × 10−8 dina · cm2 /g2
mH = 1, 673 × 10−24 g
4
mp = 1, 67265 × 10−24 g
mn = 1, 67492 × 10−24 g
muma = 1, 66057 × 10−24 g
NA = 6, 022 × 1023 mol−1
5
Download