Veículo: Revista Claudia

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Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br
Veículo: Correio Braziliense
Seção: Saúde
Assunto: Tuberculose
Data: 19/01/2010
Pág.: 23
Mal esquecido
Doença milenar, a tuberculose continua matando milhares de pessoas,
principalmente por causa da falta de informação. Nem todos os médicos
sabem distingui-la da pneumonia, o que atrasa o tratamento adequado
Márcia Néri
Edílson Rodrigues/CB/D.A Press
Vania peregrinou por consultórios até descobrir que estava com a doença
Apesar de acompanhar a humanidade há pelo menos 5 mil anos, e a despeito de
ser curável há meio século, a tuberculose (TB) ainda faz milhares de vítimas em
todo o mundo. Um terço da população mundial está infectada pelo agente causador
da doença, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch. Em 10%
desse contingente, a enfermidade se manifesta. Os países em desenvolvimento são
os mais atingidos, e a patologia é destaque no rol das doenças negligenciadas. Três
milhões de pessoas não resistem à mazela a cada ano. Dados do Ministério da
Saúde revelam que, no Brasil, são registrados anualmente 80 mil novos casos do
mal, com 5 mil óbitos. Mas cerca de 50 milhões de brasileiros podem estar
infectados.
O país integra o bloco dos 22 países em desenvolvimento que abrigam 80% dos
portadores da doença. Ao contrário das nações desenvolvidas, onde o mal é mais
frequente em pessoas idosas, por aqui a tuberculose acomete todos os grupos
etários. Os homens adoecem duas vezes mais que as mulheres, e a prevalência é
maior em áreas de alta concentração populacional, com precárias condições
socioeconômica e sanitária.
O infectologista Alexandre Cunha explica que a TB é famosa pelo acometimento
pulmonar, mas poucos sabem que outros órgãos do corpo, como a pele, os rins, os
ossos, o fígado e até os olhos podem ser atacados pelo bacilo. “A tuberculose é
uma patologia infecciosa pouco lembrada por alguns médicos. Não raro, é
confundida com a pneumonia, o que acaba postergando o tratamento adequado”,
lamenta.
Oportunista
A TB é transmitida de pessoa para pessoa pelo ar. A fala, o espirro e principalmente
a tosse da vítima da tuberculose pulmonar lançam gotículas com o bacilo no
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ambiente. No entanto, nem todas as pessoas expostas à bactéria são infectadas. A
doença é oportunista. “A manifestação da tuberculose depende das condições do
sistema imunológico. O bacilo pode ficar alojado por muitos anos. Quando a
imunidade sofre uma queda, os sintomas se manifestam. Algumas pessoas chegam
a não desenvolver o problema nunca”, explica Alexandre. Com o surgimento da
Aids na década de 1980, a tuberculose voltou a ser uma grande preocupação.
“Pacientes imunossuprimidos são muito susceptíveis ao bacilo”, conta.
No caso da TB pulmonar, o diagnóstico é feito por meio das coletas de secreções
respiratórias (catarro) ou do material recolhido no pulmão. Nos outros órgãos,
geralmente, é feita a biópsia para comprovar a presença do bacilo. “Febre
persistente com suores e calafrios noturnos, perda de apetite, emagrecimento,
fraqueza e prostração são os sintomas mais comuns. A tosse ocorre quando a
bactéria causa infecção nos pulmões”, acrescenta o médico. Ele enfatiza que a
tuberculose é uma doença de evolução relativamente lenta, mas que leva à morte
se não for remediada a tempo.
A psicóloga Vania Moraes Oliveira, 31 anos, se surpreendeu com o diagnóstico, que
veio somente quando os pulmões já estavam bem comprometidos. Ela contraiu a
doença no Rio de Janeiro em um período que trabalhou na cidade. “Passei a sentir
algumas fisgadas nas costas. Imaginei que fosse decorrência das aulas de natação.
Fui ao médico e ele supôs que poderiam ser gases”, relata.
Como as dores não passaram, Vania procurou outro especialista dois meses mais
tarde, época em que passou a ter febre constante também. “Novamente, nenhum
pedido de teste ou exame foi feito. Fui medicada para sinusite. Ao visitar minha
família em Brasília, comecei a sentir falta de ar constantemente. Procurei
novamente um médico e dessa vez uma radiografia detectou um derrame na pleura,
membrana que reveste o pulmão. Fui internada, e à essa altura começaram as
tosses, mas para confirmar o diagnóstico precisei passar por um procedimento
cirúrgico”, conta.
Vania seguiu corretamente as orientações médicas em relação ao tratamento e está
completamente curada. A doença é remediada com um esquema de antibióticos
que devem ser tomados rigorosamente por um semestre. Os remédios são
distribuídos pelo governo. “O grande problema do controle da tuberculose é o
abandono antes do fim dos seis meses. Como os sintomas melhoram em pouco
tempo e os efeitos colaterais são comuns, muitos pacientes não completam o
tratamento, fato que favorece o surgimento de cepas multirresistentes do bacilo de
Koch”, pondera o infectologista Alexandre Cunha. Os pacientes deixam de
transmitir o mal após 15 dias de tratamento. Porém, podem voltar a ser
transmissores se não completarem o curso de antibióticos.
No Brasil, estuda-se um novo tratamento para a doença. Uma substância extraída
do óleo de copaíba, planta nativa da região amazônica, poderá servir de base a um
fitomedicamento capaz de tratar a tuberculose. O produto está sendo pesquisado
pelo Laboratório de Farmacologia Aplicada do Instituto de Tecnologia em Fármacos
da Fundação Oswaldo Cruz. O princípio ativo, identificado e isolado pela equipe da
bióloga Maria das Graças Henriques, apresentou atividade antibacteriana eficaz em
testes com camundongos de laboratório. “Administramos doses orais da substância
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isolada e comprovamos que ela mata a bactéria causadora da TB por meio do
material que foi coletado do pulmão dos animais usados nos testes”, explica a
pesquisadora. Até o fim de 2010, o grupo pretende finalizar um dossiê clínico e
pedir autorização para testar o fitomedicamento em humanos.
Como os sintomas melhoram em pouco tempo e os efeitos colaterais são
comuns, muitos pacientes não completam o tratamento”
Alexandre Cunha, infectologista
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Veículo: Correio Braziliense
Seção: Diversão & Arte
Assunto: Arrecadação de filtros solares
Data: 19/01/2010
Pág.: 2
PAINEL
Mais filtros estão chegando
Paulo de Araújo/CB/D.A Press
Nossa campanha de arrecadação de filtros solares FP 60 está a pleno vapor, com
a chegada de doações de particulares e empresas, como O Boticário, que já
publicamos fotos dos franquiadores. As sócias diretoras executiva e técnica dos
Laboratórios Sabin enviaram mais de 200 unidades. Como os leitores têm
acompanhado, os filtros serão encaminhados para a comunidade de Araras,
município de Faina, no interior de Goiás. Os moradores são portadores de uma
doença terrível de pele, xeroderma pigmentosa, que provoca tumores que,
estirpados, mutilam as pessoas. Há casos de famílias com grande número de
acometidos pela doença. Todos são lavradores e, por força do trabalho, ficam
expostos ao sol o dia todo, o que é fatal para quem tem propensão ou já é portador
da doença. Agradecemos muito àqueles que já atenderam ao nosso chamado e
estendemos o nosso apelo aos proprietários de farmácias, drogarias, perfumarias e
supermercados, para que se juntem a nós nessa empreitada que, sem dúvida,
ajudará muito as pessoas daquela comunidade goiana.
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