ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE 14ª COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PLANO REGIONAL DE CONTINGÊNCIA PARA A DENGUE 14ª Coordenadoria Regional da Saúde Santa Rosa, setembro de 2010 – 1ª versão ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE 14ª COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PLANO REGIONAL DE CONTINGÊNCIA PARA A DENGUE COORDENADOR REGIONAL DA SAÚDE VALDEMAR FONSECA EQUIPE REGIONAL PARA ELABORAÇÃO DO PLANO REGIONAL DE CONTINGÊNCIA PARA A DENGUE NA 14ª COORDENADORIA REGIONAL DA SAÚDE NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Sistema de Informações sobre Agravos Notificáveis – Salete G Heldt Sistema de Informações do Programa de Controle da Febre Amarela e Dengue – Paulo R Gonçalves Serviço de Cartografia – Elaine T Costa Serviço de Vigilância Ambiental – Paulo R Sackis Serviço de Ações de Campo – Jorge Bueno Serviço de Vigilância Epidemiológica – Estela Balke e Fernando R Klaus Programa de Saúde da Família/Estratégia de Saúde da Família – Ivone Rosso e Melissa Luconi ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE 14ª COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUMÁRIO 1 Introdução ...........................................................................................................05 2 Objetivos .............................................................................................................06 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................06 2.2 Objetivos Específicos .....................................................................................06 3 Cenários ..............................................................................................................07 4 Metas ....................................................................................................................08 5 Análise de Risco–Vigilância Ambiental e Epidemiológica.............................09 5.1 Situação Ambiental ........................................................................................09 5.1.1 Da Localização Geográfica .................................................................09 5.1.2 Dos Fatores Climáticos ........................................................................10 5.1.3 Da Descrição Vetorial e de Infestação ................................................14 5.2 Situação Epidemiológica ................................................................................16 5.2.1 Dos Casos Notificados ........................................................................16 5.2.2 Do Perfil Epidemiológico ......................................................................17 5.3 Classificação de Risco para Transmissão .....................................................21 5.4 Circulação Viral ..............................................................................................22 5.5 Planilha Estimativa Regional Assistência e Recursos Entomologia ..............23 6 Assistência ao Paciente ....................................................................................29 6.1 Do Fluxograma da Assistência aos Pacientes nos Municípios .....................29 7 Integração à Estratégia da Saúde da Família ..................................................43 8 Integração com a Vigilância Sanitária...............................................................44 9 Núcleo Hospitalar Epidemiológico ...................................................................45 10 Rede Laboratorial Regional .............................................................................46 10.1 Do Laboratório Regional de Análises Clínicas-LACEN ...............................46 10.2 Do Laboratório Regional de Entomologia ....................................................46 11 Vigilância Epidemiológica................................................................................47 3 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE 14ª COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE 11.1 Capacidade Operacional ..............................................................................47 12 Descrição de Normas e Protocolos.................................................................48 12.1 Vigilância de Casos ......................................................................................48 12.2 Vigilância Laboratorial ..................................................................................51 12.3 Vigilância em Áreas de Fronteira .................................................................52 12.4 Vigilância Vetorial .........................................................................................53 12.4.1 Capacidade Operacional ...................................................................54 12.4.2 Redução da Transmissão ..................................................................55 12.4.3 Redução de Pendências ...................................................................56 12.5 Da Comunicação, Mobilização Social ..........................................................57 13 Gestão.................................................................................................................59 14 Capacitação.......................................................................................................60 15 Financiamento ..................................................................................................61 16 Bibliografia Consultada....................................................................................62 4 1. INTRODUÇÃO Dengue – sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) a incidência de dengue tem crescido dramaticamente ao redor do mundo nas décadas mais recentes. Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas estão sob risco de adquirir dengue. A OMS estima que 50 milhões de pessoas por ano se infectam por dengue ao redor do mundo. Nas Américas tem apresentado uma tendência ascendente com mais de 30 países informando casos especialmente nas duas ultimas décadas. A doença agora é endêmica em mais de 100 países na África, Américas, Nordeste do Mediterrâneo, Sudeste da Ásia e Oeste Pacífico. No Brasil, em 2010, o número de casos de dengue aumentou se comparado a 2009. Só neste ano, o Brasil já apresentou 737.756 casos notificados de dengue (até maio 2010). Ainda, segundo a OMS 500.000 pessoas com febre hemorrágica da dengue requerem hospitalização todo o ano e uma larga proporção delas é de crianças. Em torno de 2,5% dos afetados morrem. No Rio Grande do Sul, conforme dados até 23.07.2010 foram notificados 4.729 casos, 130 casos importados e 3.713 casos autóctones. E, com 64 municípios infestados, sendo que seis com circulação viral no presente ano. Na 14ª Coordenadoria Regional de Saúde, sede em Santa Rosa, no ano de 1999 criou-se o Núcleo Regional de Controle da Dengue, composto por profissionais da vigilância epidemiológica da SES e pelos profissionais da vigilância de endemias da FUNASA, (extinta SUCAM), dando início a implantação de Boletins Informativos redundando nas primeiras ações de prevenção e informação da doença e do vetor na região. O que é ilustrado pela positividade de alguns municípios já no ano de 2000 para o vetor, e primeiras notificações de casos suspeitos e confirmados (importados) no ano de 2003. Face primeira epidemia no ano de 2007 no município de Giruá; no presente ano, em Santa Rosa com isolamento, respectivamente dos sorotipos Den 3 e Den1; acrescido da elevada infestação pelo vetor nos 22 municípios da coordenadoria e presença de pessoas susceptíveis aos sorotipos, cresce a preocupação diante da possibilidade de novas epidemias no âmbito desta regional. Este quadro aponta para a necessidade da intensificação de ações de Vigilância em Saúde referenciada em informações para a tomada de decisões em tempo hábil, de forma coordenada e articulada com outros setores, e da sociedade civil organizada. A meta é que todos os municípios da regional, até o final de 2010, tenham um plano próprio de contingência elaborado, embora sabedores dos limites com os quais os municípios se deparam na luta contra a dengue. As Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue do Ministério da Saúde (2009), deverá nortear e auxiliar as Secretarias Municipais da Saúde na organização de suas atividades de prevenção e controle, em períodos de baixa transmissão ou em situações epidêmicas, contribuindo, dessa forma, para evitar a ocorrência de casos autóctones, formas graves e óbitos. Reduzindo o impacto de epidemias de dengue nos municípios. Portanto, é neste contexto de risco de repetição de novas epidemias com maior morbidade, principalmente nos períodos que se caracterizam por serem chuvosos e quentes, cria-se o Plano de Contingência da Dengue da 14ª Coordenadoria Regional da Saúde, auxiliando os gestores nos períodos não epidêmicos e epidêmicos. 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL *Evitar a ocorrência de óbitos por dengue, prevenir e controlar processos epidêmicos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS * Criação do Comitê Regional de Controle da Dengue e organizar os serviços em grupos de trabalhos: - Assistência - Vigilância Epidemiológica - Vigilância Ambiental 6 - Laboratório - Mobilização Social * Capacitar gestores e profissionais das secretarias municipais da saúde nas respectivas áreas: assistência, vigilância epidemiológica, vigilância ambiental, programa de saúde da família. * Reiterar como sistemas único de notificação de doenças o SINAN e vetorial SisFaD. * Garantir fluxo de envio de amostras para laboratório de análises humanas (Lacen Regional) e amostras vetoriais(Laboratório de Entomologia Regional) e retorno de informações. * Apoiar a estruturação da Rede Hospitalar de Referências Regionais e Municipais para atendimento aos casos graves da doença. * Contribuir no aprimoramento da assistência adequada (organização da Rede Ambulatorial de Saúde Municipal) ao paciente, garantindo acesso, diagnóstico e manejo clínico adequado por profissionais de saúde capacitados. * Subsidiar estratégias para redução da força de transmissão da doença, por meio do controle do vetor e seus criadouros. * Padronizar e garantir repasse de equipamentos e insumos estratégicos. * Fomentar a nível regional e municipal a articulação das diferentes áreas e serviços, visando à integralidade das ações para enfrentamento da dengue. * Contribuir na elaboração, adequação e atualização dos Planos de Contingência Municipais para Dengue. * Incentivar ações de mobilização social e comunitárias. 3. CENÁRIOS Embora na maioria dos municípios não se tenha constituída uma série histórica a descrição e mensuração das metas deverá considerar os seguintes cenários: Período não epidêmico: as diretrizes deverão ser utilizadas na elaboração e/ou adequação das estratégias estaduais, regionais e municipais, orientando a organização e o desenvolvimento da rotina das atividades de prevenção e controle da dengue no âmbito do sistema de saúde. 7 Período epidêmico: as diretrizes deverão ser utilizadas para a confecção de estratégias estaduais, regionais e municipais de contingenciamento, que devem ser acionadas nas seguintes situações: • Município em epidemia – com numero de casos acima do esperado, de acordo com o diagrama de controle. Nos municípios de maior porte, deve-se levar em consideração o número de casos por região administrativa local. • Introdução e circulação de novo sorotipo na região. 4. METAS Parâmetro Criação do Comitê Regional e Municipal de Controle da Dengue Implantar planos de contingenciamento para dengue Capacitar gestores e profissionais da saúde nos municípios Fortalecer os sistemas de informação/descentralização SINAN e SisFad Aprimorar a vigilância epidemiológica, garantindo notificação, investigação dos Meta 100% municípios 100% municípios 100% municípios 100% municípios 100% dos casos casos e busca ativa sempre de forma oportuna Garantir fluxo de coleta/envio e análise de amostras sorológicas considerando % a definir cf. critérios técnicos e períodos. Apoiar assistência adequada aos pacientes/ acesso, diagnóstico e manejo clínico períodos 100% dos casos adequado por profissionais de saúde Integralizar ações do PC Dengue com Programa de Agentes Comunitários da 100%municípios com Saúde e Programa da Saúde da Família (portaria nº 1007/10) Analisar situações epidemiológicas e de organização da rede de atenção para PACS/PSF a definir orientar tomada de decisão Assessorar os municípios para redução dos índices de infestação Aedes a. Definir estratégias para redução da força de transmissão, por meio do controle do abaixo de 1% 100% dos criadouros vetor e de seus criadouros Supervisionar os municípios para atingir meta pactuada de visitas imóveis PAVS 100% pactuado 2010. Intensificar busca ativa vetorial nos casos notificados/300m Garantir fluxo coleta/envio e análise amostras vetoriais Padronizar e garantir equipamentos e insumos estratégicos cfe. N.T- MS Reforçar ações de articulação e intersetorialidade nas diferentes áreas e serviços Mobilizar a sociedade para envolvimento no controle da dengue 100% casos % a definir a definir 100% comunidade 5. ANÁLISE DE RISCO – SITUAÇÃO AMBIENTAL E EPIDEMIOLÓGICA 5.1 SITUAÇÃO AMBIENTAL 5.1.1 DA LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 8 A 14ª Coordenadoria Regional da Saúde atualmente composta por 22 municípios insere-se na Região Fronteira Noroeste divisa com a Argentina, com intenso fluxo econômico e turístico. Ressaltamos que por ocasião da primeira epidemia em Giruá com 215 casos autóctones, a Argentina, Paraguai e Uruguai enfrentavam epidemias de dengue com óbitos. Figura 01 – Área da Tríplice Fronteira 5.1.2 DOS FATORES CLIMÁTICOS O mosquito transmissor do vírus da dengue, o Aedes aegypti, encontrou condições excepcionais para sua reprodução nos nossos municípios. Estas condições se devem a grande disponibilidade de criadouros artificiais ofertados em 9 decorrência de diversos fatores. Associados as condições climáticas adequadas de temperatura e precipitações pluviométricas, possibilitaram na região grande capacidade de adaptação, reprodução e dispersão no ambiente domiciliar e peri – domiciliar(epidemia Giruá 2007). A complexidade do processo epidemiológico da dengue na regional quando acoplado a informações georreferenciadas, localizações geográficas, condições climáticas (temperatura, pluviosidade, altitude) indica para maiores estudos da compreensão da ecologia do vetor na região e da disseminação da doença. Figura 02 - Principais rodovias e rios nos municípios da 14ª Coordenadoria Regional da Saúde. Figura 03 – Classificação dos municípios da 14ª CRS segundo índice de infestação no ano de 2010. 10 Figura 04- Classificação dos municípios em área de risco por critério de infestação e circulação viral na 14ª CRS no ano de 2010. Figura 05 - Relevo nos municípios pertencentes à 14ª Coordenadoria Regional da Saúde. 11 Conforme alerta do Plano Ar, Clima e Energia (PACE) no seu estudo em cooperação com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e governo francês, alterações climáticas causarão sérios impactos e efeitos perversos em relação à água, biodiversidade e florestas, riscos naturais, energia e saúde (ondas de calor e aumento das doenças infecciosas). Algumas das previsões para o Rio Grande do Sul de acordo com o PACE: a temperatura média no Estado em 2050 deve ser de 2ºC a 4º mais alta; a chuva tende a ser de 5% a 10% mais intensa; a vazão dos cursos d’água pode aumentar em até 40% e o nível do mar deve se elevar de três a quatro milímetros por ano . (Seminário PACE-Plano Ar, Clima e Energia do RS, resultados da 1ª Fase-28.09.2010). Figura 06 - Classificação dos municípios na 14ª CRS segundo o número de focos de queimadas no período de 09.1999 à 08.2010. 12 Figura 07 - De acordo com o instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE), nos últimos 11 anos foram registrados 212 focos de queimadas com extensão maior de 13 30 metros na área da 14ª CRS. Segundo Arbex(2004) as queimadas são a maior fonte de produção de partículas, gases tóxicos e gases de efeito estufa. Ainda de acordo com Dow e Downing(2007), o gás carbônico emitido pela queima de biomassa permanece por 200 anos na atmosfera e tem relação direta com as temperaturas globais e até locais. A concentração em excesso de alguns gases na atmosfera, associado a outros fatores, é responsável por vários problemas ambientais como já citamos o aquecimento global. Parte da radiação solar que atinge a terra retorna a atmosfera em forma de energia, o que é dificultado com os gases acumulados na atmosfera, pois, formam uma camada espessa ao redor da terra, retendo parte desta energia. O efeito estufa é importante para o equilíbrio do clima e necessário para a vida dos ecossistemas. Porém, seu excesso interfere diretamente no ecossistema e nas mudanças climáticas, provocando descontrole e anormalidade nas temperaturas, precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar, inversão térmica, velocidade e direção dos ventos, entre outros. Estas alterações climáticas têm impacto na estrutura da flora e da fauna, influenciando, de acordo com Ribeiro e Assunção (2007), na distribuição das doenças transmitidas por vetores. 5.1.3 DESCRIÇÃO VETORIAL E DE INFESTAÇÃO Figura 08- Municípios infestados para Aedes aegypti no ano de 2000 e 2010 no estado do Rio Grande do Sul No ano de 2000, vinte e cinco municípios compunham a 14ª Delegacia Regional da Saúde, onde Crissiumal, (atualmente pertence a 17ª CRS) Porto Lucena, Santo Cristo, São José do Inhacorá e Três de Maio, já eram considerados 14 municípios infestados. Panorama este que poucas alterações apresentaram na série histórica de positividade para Aedes aegypti. Até 30.08.2010 somente o município de Alegria não está infestado para Aedes A no âmbito da 14ª Coordenadoria Regional da Saúde. Fonte: SisFaD-14ª CRS Índice de infestação 14a CRS 2009/2010 4 3,72 3,5 índice de infestação 3 2,7 2,91 2,5 2,1 2,08 2 1,66 1,61 1,28 1,5 0,83 1 0,33 0,5 0,32 0,25 0,69 0,62 0,14 0,23 0,22 0 mar abr mai jun jul ago set out nov dez m eses jan fev mar abr mai jun jul 0,1 ago índi. infes Fonte:SisFad-14ªCRS 5.2 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 5.2.1 DOS CASOS NOTIFICADOS 15 Os casos primeiros casos importados foram notificados e investigados como reflexo das epidemias no Brasil no ano de 2003. E, no início de 2007, notificaram-se primeiros casos autóctones, configurando uma epidemia que iniciou no município de Giruá. O que exigiu a elaboração do Iº Plano de Enfrentamento da Dengue na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Tabela 1 – Número de casos de Dengue notificados e confirmados na série histórica de 2003-2010* na 14ª CRS. Ano Notificados 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* 20 17 08 14 514 104 06 393 Confirmados Importados Autóctones 02 –MS–BA 01 – BA 03 –MT-MS-MA 04 – MT 05 – MT–PR 233 05 - MT-MS-RJ 03 – MS - MA 123 Fonte: SVS-14ª CRS. * 27.09.2010 Tabela 2 - Número de casos notificados e encerrados nos municípios da 14ª CRS no ano de 2010* por critério de residência na 14ª CRS. Fe D D Ig n/ Mun Resid RS Br an co en gu e Cl ás si co en gu e C o m pli ca çõ es 430045 Alegria 430220 Boa Vista do Buricá 430370 Campina das Missões 430430 Cândido Godói 430673 Dr. Maurício Cardoso 430900 Giruá 430960 Horizontina 0 0 **1 **1 #1 0 #1 0 0 0 3 0 0 3 0 0 0 2 0 0 0 br e H e D In m es co or ca nc To rá rt lu tal gi ad si ca o vo 1 3 1 12 2 14 10 0 0 0 0 0 0 0 D en gu e 0 0 0 0 0 0 0 1 3 2 18 3 14 14 16 431040 Independência 431301 Nova Candelária 431342 Novo Machado 431500 Porto Lucena 431505 Porto Mauá 431507 Porto Vera Cruz 431720 Santa Rosa 431790 Santo Cristo 431930 São Paulo das Missões 432032 Senador Salgado Filho 432180 Três de Maio 432210 Tucunduva 432220 Tuparendi Total 0 0 0 0 0 0 #2 0 0 0 0 0 0 6 3 1 0 0 0 0 163 1 0 0 21 0 2 197 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 3 1 2 3 1 1 1 78 4 1 9 34 3 0 181 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 4 3 3 1 1 1 249 5 1 9 56 3 2 393 Fonte: SINAN – 14ª CRS ** Caso foi para Fluxo de Retorno # Falta resultado *27.09.2010 5.2.2 DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO A figura 9 retrata a classificação dos municípios considerando os coeficientes de incidência de dengue por 10.000 habitantes no ano de 2010, especificamente até a semana epidemiológica 19. Período onde houve a concentração do maior número de casos. Em destaque o município de Santa Rosa onde se notificou os primeiros casos e com o maior índice de incidência, cidade onde ocorreu a epidemia no ano de 2010. Figura 09 - Classificação dos municípios da 14ª segundo coef. de incidência(casos confirmados) no ano de 2010. (sem e. 19) 17 Fonte: Sinan-14ªCRS As figuras 10 a 15 ilustram, sucintamente, o perfil dos pacientes com confirmação laboratorial e por critério clínico epidemiológico. Salienta-se que face oportunas notificações de casos e imediatas investigações possibilitaram elevado percentual de coletas sorológicas, propiciando a confirmação laboratorial por isolamento viral e ou por presença de anticorpos IgM. Em pequena escala confirmou-se casos por critério clínico epidemiológico. A partir da coleta de dados no Sinan observa-se maior percentual de casos no sexo feminino com 58,0% em relação ao sexo masculino com 42,0%. Proporção também constatada na epidemia de Giruá em 2007. Ao tabularmos a variável idade, figura 11 constata-se maior número de casos na faixa etária de 50 a 64 anos com 28 casos confirmados, seguido pela faixa etária de 20 a 34 anos com 26 casos, similar a 25 casos no intervalo de 35 a 49 anos. Nas faixas de menor idade o número de casos não é representativo demonstrando menor exposição ao risco de adoecer por dengue. O Município de Santa Rosa apresenta o maior número de notificações, seguido por Três de Maio, Cândido Godói e Horizontina, conforme registram tabelas e gráficos apresentados. Quanto à internação fica evidente na figura 13 o reduzido número de internações, 17 pacientes em relação aos 80 doentes que não necessitaram 18 internação. Salienta-se que em quatro fichas de investigação não se identificou a variável. Em relação aos sintomas apresentados, analisando 175 fichas de solicitação de imunodiagnóstico para Dengue, sendo estas de casos confirmados com autoctonia na 14ª CRS, de um total de 204 casos confirmados (Sinan 27.09.2010) apurou-se: hipertermia esteve presente em 171 pacientes; mialgia em 145 casos; dor retro-orbitrária em 113 casos; artralgia em 110 casos; prostração em 103 casos; náuseas em 79 casos; cefaléia em 68 casos seguidos por outros sintomas. Cabe ressaltar que em 4 fichas analisadas não apurou-se a presença de hipertermia, o que pode configurar um viés haja visto a definição de casos suspeito(NT). Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 19 Fonte: SVS-SisFaD.14ª CRS. 5.3 CLASSIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DE RISCO PARA TRANSMISSÃO DA DENGUE. 20 A área de abrangência para orientar ações de controle e intervenção se necessário foi demarcada considerando os indicadores epidemiológicos, entomológicos e ambientais dos municípios. Considerando Santa Rosa como município índice com circulação viral, acrescido de Cândido Godói e Três de Maio, também com circulação viral. Inclui-se no critério de risco, progressivamente e conforme Plano de Contingência Estadual, municípios vizinhos (infestados ou não) de primeira grandeza (municípios vizinhos aos de 1ª grandeza) como municípios de 2ª grandeza (infestados ou não). Figura 16- Área de abrangência do Plano de Contingência Regional da Dengue, 14ª CRS,2010. O presente quadro poderá sofrer modificações em decorrência de alterações na situação da doença na região. 5.4 CIRCULAÇÃO VIRAL. 21 Na cidade de Giruá mediante coletas sorológicas oportunas foi isolado o sorotipo Den 3 - I. A. Lutz (epidemia de 2007) e, recentemente em Santa Rosa o sorotipo Den 1 (epidemia de 2010). Salienta-se que em Ijuí e Santo Angelo isolou-se sorotipo Den 2. 5.5 DA PLANILHA ESTIMATIVA REGIONAL PARA CASOS DE DENGUE. A planilha retrata e consolida as informações repassadas pelos 22 municípios no ano de 2010 em relação a: estimativas para casos de dengue, casos de necessidade de hidratação e hospitalização, inclusive UTI; capacidade instalada da área da assistência; recursos extras na área da entomologia e gestão. Baseada nos 3 cenários elencados pela CEVS: epidemia em Giruá em 2007 – 1,5% da população; epidemia de Belo Horizonte-MG em 1998 – 4% da população e epidemia de Campo Grande-MS em 2007 – 6% da população. 22 Estimativa nº de casos dengue Estimativa nº de casos de Estimativa nº de casos Estimativa nº casos de den- com necessidade de hidrata- dengue com necessidade de de dengue com necessi- gue ção (10% dos casos estima- hospitalização (2% dos casos dade de UTI (0,5% dos dos) estimados) casos estimados) CeCenáCenánário rio3 rio2 1 1 1 2 0 1 1 1 1 2 0 1 2 0 1 2 PopulaMunicípio CR ção S IBGE 2007 Cená- Cená- Cená- Cená- Cená- Cená- Cená- Cená- Cená- rio1 rio2 rio3 rio1 rio2 rio3 rio1 rio2 rio3 Alecrim Alegria Boa Vista do Buricá Campina das Missões Cândido Godói Doutor Maurício Cardo- 14 14 14 14 14 7.099 4.618 6.686 6.363 6.438 106 69 100 95 97 284 185 267 255 258 426 277 401 382 386 11 7 10 10 10 28 18 27 25 26 43 28 40 38 39 2 1 2 2 2 6 4 5 5 5 9 6 8 8 8 so Giruá Horizontina Independência Nova Candelária Novo Machado Porto Lucena Porto Mauá Porto Vera Cruz Santa Rosa Santo Cristo São José do Inhacorá São Paulo das Missões Senador Salgado Filho Três de Maio Tucunduva Tuparendi Total 14ª CRS 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 5.579 17.737 18.275 7.152 2.671 4.092 5.799 2.675 2.135 70.740 14.903 2.284 6.052 2.791 24.259 5.953 9.242 233.543 84 266 274 107 40 61 87 40 32 1.061 224 34 91 42 364 89 139 3.503 223 709 731 286 107 164 232 107 85 2.830 596 91 242 112 970 238 370 9.342 335 1.064 1.097 429 160 246 348 161 128 4.244 894 137 363 167 1.456 357 555 14.013 8 27 27 11 4 6 9 4 3 106 22 3 9 4 36 9 14 350 22 71 73 29 11 16 23 11 9 283 60 9 24 11 97 24 37 934 33 106 110 43 16 25 35 16 13 424 89 14 36 17 146 36 55 1.401 2 5 5 2 1 1 2 1 1 21 4 1 2 1 7 2 3 70 4 14 15 6 2 3 5 2 2 57 12 2 5 2 19 5 7 187 7 21 22 9 3 5 7 3 3 85 18 3 7 3 29 7 11 280 0 1 1 1 0 0 0 0 0 5 1 0 0 0 2 0 1 18 1 4 4 1 1 1 1 1 0 14 3 0 1 1 5 1 2 47 2 5 5 2 1 1 2 1 1 21 4 1 2 1 7 2 3 70 23 Cenário 1 - Epidemia de Giruá-RS em 2007 - 1,5% da população Cenário 2 - Epidemia de Belo Horizonte-MG em 1998 - 4% da população Cenário 3 - Epidemia de Campo Grande-MS em 2007 - 6% da população * atualizados em julho de 2010. Município CRS População IBGE 2007 CAPACIDADE INSTALADA ÁREA DA ASSISTÊNCIA Nº Nº Nº Nº de Nº Nº Nº lei- Nº lei- Nº lei- Referên- Lab. pró- Previ- Nº profis- UBS Equi- con- Unida- PA lei- tos en- tos tos cia Hospi- prio p/ são Au- sionais pes sul- des 24 tos ferma- UTI UTI talar (citar análises mento capacita- ESF tas senti- hs en- ria pe- adulto pedia- local) clínicas Medi- dos em clíni- nela p/ fer- diatria cas / doen- ma- dia ça fe- ria (sim/nã bril adul o) tria (sim/não camen) dengue to 24 to Alecrim 14 7.099 5 3 83 1 1 40 Alegria 14 4.618 2 2 44 Boa Vista do Buricá 14 6.686 3 2 45 Campina das Missões 14 6.363 2 40 Cândido Godói 14 6.438 5 3 2 40 Doutor Maurício Cardoso 14 5.579 4 4 150 Giruá 14 17.737 5 5 225 Horizontina 14 18.275 2 2 36 Independência 14 7.152 1 1 Nova Candelária 14 2.671 45 2 2 45 Novo Machado 14 4.092 2 50 Porto Lucena 14 5.799 2 2 1 32 Porto Mauá 14 2.675 1 0 20 Porto Vera Cruz 14 2.135 13 534 Santa Rosa 14 70.740 14 1 1 60 Santo Cristo 14 14.903 3 1 35 São José do Inhacorá 14 2.284 2 2 60 São Paulo das Missões 14 6.052 3 1 30 Senador Salgado Filho 14 2.791 254 Três de Maio 14 24.259 6 6 2 2 32 Tucunduva 14 5.953 7 2 65 Tuparendi 14 9.242 75 1965 Total 14ª CRS 233.543 58 Cenário 1 - Epidemia de Giruá-RS em 2007 - 1,5% da população Cenário 2 - Epidemia de Belo Horizonte-MG em 1998 - 4% da população Cenário 3 - Epidemia de Campo Grande-MS em 2007 - 6% da população * atualizados em julho de 2010. 1 3 2 3 2 2 4 0 1 1 2 2 0 1 14 1 1 0 0 1 3 0 44 1 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 0 2 1 1 1 0 1 1 1 15 30 12 26 16 20 6 43 18 16 0 12 35 0 0 156 25 17 11 0 44 21 5 513 6 6 5 5 6 3 6 12 4 0 4 5 0 0 36 6 3 4 0 0 4 4 121 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 4 1 0 0 5 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 6 S.Rosa T.Maio- SV S. Rosa S Rosa S. Rosa S. Rosa S.Rosa S.Rosa T Maio T Maio Tucunduva S. Rosa Tuparendi P Luc S Cr S.Rosa S Cristo T Maio S Rosa Giruá S. Rosa S. Rosa S Rosa não não sim não não não não sim não não não não não não sim não não não não não não não sim sim sim sim sim sim sim não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim 7 5 6 3 8 2 15 6 2 2 2 5 3 4 70 30 4 21 3 104 4 3 309 25 RECURSOS EXTRAS RECURSOS EXTRAS ASSISTÊNCIA GESTÃO ENTOMOLOGIA Nº Co- pro- Município CR S Popula- Nº Unidade ção IBGE Hidra- 2007 tação previs- fis- Pretende Nº Contra- Disque tação RH Dengue extra (sim/não) tas centralizar distribuição leitos para Dengue mitê Previsão de Transporte (tipo e nº) Nº UBV portátil (sim/não) Plano de Mu- sio- Lab. En- Contin- nici- nais tomolo- gência pal ha- gia Muni- para de bili- cipal dengue den- ta- (sim/não) (sim/não) gue dos * 2010 p/ Alecrim Alegria Boa Vista do Buricá Campina das Missões Cândido Godói 14 14 14 14 14 7.099 4.618 6.686 6.363 6.438 1 0 1 1 2 sim não não sim não não não não não não sim não não a definir não 2 amb 2 veic amb amb amb 0 0 0 0 0 UBV 2 1 0 2 2 (sim /não não não não não não sim sim sim sim sim ) sim não sim não sim Ga- Área dis- bi- ponível nete para Unide dades de crise Hidrata- (sim ção Esta/não dual ) (sim/não) não não sim não não não não não sim não 26 Doutor Maurício Cardoso Giruá Horizontina Independência Nova Candelária Novo Machado Porto Lucena Porto Mauá Porto Vera Cruz Santa Rosa Santo Cristo São José do Inhacorá São Paulo das Missões 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 5.579 17.737 18.275 7.152 2.671 4.092 5.799 2.675 2.135 70.740 14.903 2.284 6.052 2 1 0 2 1 1 1 1 0 3 1 1 1 a defi- Senador Salgado Filho 14 2.791 nir a defi- não sim sim não não não não sim não a definir a definir sim sim a definir não não não não não não não não não não não não não não Três de Maio 14 24.259 nir sim não a definir não Tucunduva 14 5.953 3 2 não Tuparendi 14 9.242 não 25 Total 14ª CRS 233.543 Cenário 1 - Epidemia de Giruá-RS em 2007 - 1,5% da população Cenário 2 - Epidemia de Belo Horizonte-MG em 1998 - 4% da população Cenário 3 - Epidemia de Campo Grande-MS em 2007 - 6% da população * atualizados em julho de 2010. sim sim a definir não não a definir sim não não a definir a definir sim sim a definir 1 amb 2 amb 2 amb 2 amb 1 amb 1 amb 2 amb 2 veic 1 amb 4 veic 4 veic 1 amb 1 amb 1 veiculo sim amb sim sim 2 veic 1 amb 36 0 1 1 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 1 7 2 2 1 0 0 0 0 6 5 0 0 não não não não não não não não não não não não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não não não não não sim não naõ não sim não não não não não não não não sim não não não não não não não não não não sim não sim sim sim não sim não não não 0 1 não sim não não não 2 1 1 10 2 3 0 37 não não não sim sim sim sim sim não não não não não não não 27 6. ASSISTÊNCIA AO PACIENTE Plano de Contingência Regional de Contingência para a Dengue Rio Grande do Sul SETEMBRO DE 2010 Fluxograma da Assistência aos Pacientes com Dengue Comissão Estadual para Elaboração do Plano de Contingência para Dengue no RS Etapas norteadoras do processo: CASO SUSPEITO DE DENGUE Paciente que apresenta doença febril aguda, com duração máxima de até 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retro-orbital, mialgias, artralgias, exantema, prostração, associados ou não à presença de hemorragias e que tenha estado em áreas de transmissão de dengue ou com presença de Aedes aegypti nos últimos 15 dias. (GVE 2009) Passo 1 – Caso suspeito de dengue chega à unidade de saúde: aferir sinais vitais, fazer prova do laço, realizar classificação de risco (de acordo com diretrizes do PNCD): Grupo A – azul Grupo B - verde Grupo C - amarelo Grupo D - vermelho Atendimento de acordo com o horário de chegada Prioridade não urgente Urgência, atendimento o mais rápido possível Emergência, o paciente necessita de atendimento imediato Passo 2 - Paciente está com prova do laço negativa e sem sangramento (GRUPO A) coletar hemograma com plaquetas de todos os pacientes, em especial das crianças menores de 15 anos, gestantes, adultos maiores de 60 anos e pacientes com comorbidades (de acordo com as condições locais, poderá ser coletado hemograma simplificado – hematócrito, leucócitos totais e 28 plaquetas). preencher ficha de atendimento de paciente com dengue (anexo) preencher cartão de acompanhamento de dengue preencher ficha de vigilância epidemiológica prescrever dipirona/paracetamol/hidratação oral liberar para o domicílio observar sinais de alarme agendar retorno para 24/48 horas Passo 3 – Paciente está com sangramento e/ou prova do laço positiva: Acompanhamento ambulatorial, realizar hemograma com plaquetas (ou hemograma simplificado) no mesmo dia (GRUPO B). Passo 4 – Paciente apresenta alterações no hemograma: (Ht >10% basal ou Criança >38% e <42%, Mulheres >40% e <44%; Homens > 45% e < 50%; Plaquetas entre 50 e 100 mil/mm3; Leucopenia < 1000/mm 3), mas não apresenta sinais de instabilidade hemodinâmica: 1. observar por 12-24 horas em hidratação oral (50 a 100 ml/kg de peso) 2. hidratar parenteralmente em caso de desidratação mais grave ou intolerância a hidratação oral 3. prescrever dipirona/paracetamol 4. fazer Rx de tórax em caso de suspeita de derrame pleural 5. preencher ficha de atendimento de paciente com dengue 6. preencher cartão de acompanhamento de dengue 7. preencher ficha de vigilância epidemiológica (se não foi preenchida) 8. realizar sorologia de acordo com fluxo combinado com a vigilância municipal 9. observar sinais de alarme 10. acompanhar paciente diariamente até o 7º dia Passo 5 – Paciente apresenta sinais de instabilidade hemodinâmica e sinais de choque: Acompanhamento hospitalar (GRUPO C e D) • monitorar sinais vitais 29 • manter fluxo adequado de oxigênio • puncionar 2 acessos venosos de grossos calibres (jelco 16 ou 14) • infundir 10 a 20 ml/kg/h de soro fisiológico a 0,9% ou de Ringer lactato de forma rápida • pacientes idosos ou cardiopatas: iniciar com 250-350 ml de cristalóide verificando presença de congestão pulmonar, B3 ou outros sinais de descompensação cardíaca • realizar coleta de sangue para prova cruzada • passar sonda vesical de demora para controle da diurese • avaliar paciente em intervalos de 15 – 30 minutos • medir Hematócrito e débito urinário de 2/2 horas • solicitar vaga em UTI ou unidade intermediária (Central de Regulação de Porto Alegre / Central de Regulação Estadual) Passo 6 – Vaga em UTI ou unidade intermediária não está ainda garantida: Município deve manter cuidados e procedimentos para tratamento do choque. Acionar Central de Regulação Estadual Passo 7 – Vaga em UTI ou unidade intermediária está garantida: providenciar transporte responsável para o paciente Passo 8 – Internar paciente na UTI DENGUE – RECURSOS NECESSÁRIOS NA ÁREA DA ASSISTÊNCIA Grupo A Unidades de Atenção Primária com suporte laboratorial (hemograma complete e/ou 30 simplificado), medicamentos Garantir oferta de água, soro oral na sala de espera. Pronto Atendimentos: reforço de RH, laboratório, medicamentos (ver lista), materiais e Grupo B transporte, de acordo com a demanda. Pronto Atendimento: reforço de RH, laboratório, medicamentos e materiais e transporte, de acordo com a demanda, com suporte adequado para observação (macas ou/e Grupo C poltronas), garantindo o mínimo de conforto possível ao paciente. Unidades de Atenção Terciária em Saúde com leitos de internação, com regulação Grupo D adequada. Unidades de Atenção Terciária em Saúde com leitos de internação e de UTI, com regulação adequada. Fonte: Plano de Contingência para Dengue SMS Porto Alegre Medicamentos Soro de Rehidratação Oral, soro fisiológico 0,9%, soro glicosado 5%, ringer lactato, dipirona gotas, comprimidos e injetável e/ou paracetamol gotas e comprimidos, dexclorfeniramina comprimidos e solução oral e/ou loratadina comprimidos e Equipamentos solução oral, metoclopramida gotas, comprimidos e injetável. Material para punção venosa: agulhas, seringas, scalp, equipo de gotas, garrotes de látex, algodão, álcool a 70%, fita hipoalérgica; Cadeiras confortáveis para rehidratação oral; Macas com grade e colchonete; Escada com 2 degraus; Termômetro de mercúrio; Esfigmomanômetro para adulto, criança e lactentes; Estetoscópio adulto e pediátrico; Material para coleta (tubos de ensaio, esparadrapo, seringas, agulhas, garrote, gelo e isopor); Suporte para soro; Balança; Roupa de cama, etc. Fonte: Plano de Contingência para Dengue SES/RS Fluxograma da Assistência aos Pacientes com Dengue – Municípios Infestados da Região Noroeste do Rio Grande do Sul Municípios CRS Passos Alecrim 14 01 a 04 Compromissos Encaminhamento para internação Sala de hidratação, aumento no Em ambulância para número de exames, aumento da hospital referência 31 carga horária se necessário. Vida e Saúde de S Rosa. Disponibilidade Alegria 14 01 a 04 de salas de Referências: Hospital hidratação e observação dos São Vicente T de Maio casos. Município tem hospital e e Vida e Saúde em S transporte em ambulância. Transporte Boa Vista do Buricá 14 01 a 05 e realização Rosa, de Hospital Vida e Saúde exames com encaminhamento de Santa Rosa. para referência dos casos com gravidade. Plantão médico hospitalar 24 h, Os estender horário pacientes serão de encaminhados com atendimento das U de Saúde do ambulância da UBS ESF 1 e 2, farmácia básica para Hospital Vida e Campina das Missões 14 01 a 05 disponível quadro 24 hs, de ampliar Saúde quando enfermagem, necessário. disponibilizar exames laboratoriais segundo normas e diretrizes. Possibilidade de ampliação de Referência Cândido Godoi 14 01 a 05 atendimento e transporte aos Vida e Hospital Saúde em pacientes para referências nos Santa Rosa. casos de maior gravidade Reitera-se que o município Referências e contra assume as atividades até o referências passo 5 do desempenhadas da 14ª fluxograma CRS de Santa Rosa. pela equipe municipal, assim como também temos Doutor Mauricio Cardoso condição de assumir todas remoções de pacientes 14 01 a 05 de referência conforme critérios preconizados na regulação de referência e contra referência da Regional da Saúde. O município também irá atender a população em caso de epidemia trabalhando em regime de terceiro turno. Giruá 14 01 a 04 Em relação aos demais passos: Solicitar vaga em UTI 32 Passo 5, encaminhar o paciente ou para Unidade atendimento Intermediária (Central imediato/referência. Solicitar de vaga Unidade Porto em UTI ou Intermediária (Central Regulação Alegre/Central de de Regulação Regulação de PoA/Central de Estadual, Regulação Estadual). Passo 6, Vida solicitar vaga em UTI de e Hospital Saúde de ou Santa Rosa. Unidade Intermediária não está ainda garantida, município deve manter cuidados e procedimentos para tratamento do choque, acionar a Central de Regulação Estadual.No passo 7 vaga em UTI intermediária está garantida, providenciar transporte e responsável para o paciente. Passo8, paciente na UTI de Referência Hospital Vida e Saúde. Acompanhamento ambulatorial, Hospital Osvaldo Cruz acompanhamento diário pelas para passo 05 e UBS em casos de hidratação Hospital Vida e Saúde oral domiciliar, adequar as UBS quando houver para hidratação EV, caso o necessidade de UTI. Horizontina 14 01 a 06 hospital local não consiga suportar a demanda, ampliar o atendimento enfermagem Unidade médico, e de farmácia de na Atendimento Central-SMS das 18 às 22 horas. Sistema funcionado 24 horas e Hospital São Vicente Independência 14 01 a 05 encaminhamento para de Paulo de Três de internação referência hospitalar. Maio. Nova Candelária 01 a 03 Município estabeleceu Internação no Hospital Fluxograma da Assistência aos de Caridade de Boa pacientes, não possuímos Vista do Buricá e hospital, além dos passos do casos graves, passos fluxograma, os pacientes serão seguintes, Hospital 33 encaminhados para internação Vida e Saúde de S nos hospitais de referência de Rosa. acordo com o quadro clínico com transporte adequado. Atendimento ambulatorial cfe. Casos graves serão Grupos ABCD, realização de encaminhados hidratação durante expediente, não para horário Associação Sociedade havendo Hospitalar Tucunduva melhora referenciar o paciente. e Santa Rosa (UTI). Aumentar nº de Valer-se da Central de exames(plaquetas, hematócrito, Regulação. Novo Machado 14 01 a 03 hemograma) havendo agilidade dos mesmos, casos referenciar,, graves agentes comunitários da saúde ajudarão nos trabalhos de educação e informação ao paciente e sobre o paciente aos profissionais da saúde. Ampliação de horário de Referenciar casos atendimento na ES, realização graves para Hospital de reidratação venosa na US, Vida e Saúde em S contratação de pessoal, plantão Rosa. de Porto Lucena 14 01 a 05 enfermagem e médico inclusive nos fins de semana, liberação imediata de exames laboratoriais, exames liberação RX de de tórax, observação de até 12 horas, manter fluxo de pessoal adequado. Adequar sala de acolhimento ao Disponibilizar paciente, Porto Mauá 14 01 a 03 proporcionar transporte transporte para sintomáticos que pacientes referências: Unidade Básica de Saúde 14 01 a 03 Casos que referenciar Santo requeiram para Cristo. Hospital necessitam de Tuparendi e Vida e referência, ampliar horário da Saúde Porto Vera Cruz para hospital em Santa Rosa-UTI. RX Referências de hospitalares: Hospital Exames de Caridade de S 34 laboratoriais são encaminhados Cristo e Hospital Vida para Laboratórios de S Cristo e e S Rosa. Saúde-UIT Santa em Rosa. Disponibilidade de transporte/ambulânci. Se necessário reidratação oral, local equipado necessidade Santa Rosa 14 01 a 08 conforme e demanda suporte nos postos de saúde com horário conforme ampliado tbém demanda e necessidade. O município se compromete a Hospital Vida e Saúde atender a demanda que se de Santa Rosa, enquadra nos passos 1 a 5. Em referência regional e casos de um surto epidêmico, o ou Central de município se compromete a Regulação Estadual. encaminhar medidas além das que já constam no convênio firmado com o Hospital de Caridade de Santo Cristo, como Santo Cristo 14 01 a 05 ampliação da cobertura do plantão médico, ampliação do horário de atendimento na UBS da sede, priorizar a realização de exames laboratoriais de hemograma com plaquetas e priorizar pacientes o atendimento com suspeita de de dengue tanto nas UB como no hospital. Podemos dos São Jose do Inhacorá 14 01 a 05 assumir passos 01 passos para 01 a 05 05 hospitais micro referência regional. 14 a micro e Hospital São Vicente referenciar os casos dos demais de Três de Maio e referência São Paulo das Missões atividades Referência regional de referência regional e Hospital Vida e Saúde de Santa Rosa. Acompanhar a realização do O município acolhimento dos pacientes com disponibilizará avaliação e classificação de transporte p/os 35 risco, ampliação do atendimento pacientes com o 3º que turno, necessitam de encaminhamento e transporte internação em hospital dos pacientes p/hospital de referência, referência. Em de ampliação do epidemia Usuários horário segunda que de necessitam internação atendimento para até as 22 serão de e Saúde de S Rosa. caso horas Vida a levados para sexta Hospital São José de utilizando estrutura já existente Giruá, referência. para hidratação parenteral e Como o hospital não oral. Não temos laboratório no conta com UTI município, mas o gestor se casos Senador Salgado Filho 14 01 a 03 os que compromete a encaminhar o demandarem material coletado Credenciado para tal lab. recurso serão no mun de encaminhados para O Giruá(hemograma, plaq e Vida e Saúde em S hamatócrito), necessitam usuários de RX que Rosa, ref. Regional. A serão SMS tem ciência que levados para Giruá. o transporte hospital até é responsabilidade o de da SMS. Município com hospital de Em caso de atendimento regional e plantão necessidade de UTI 24 Três de Maio 14 01 a 05 h contratualizado pelo solicitação de vagas Possibilidade de mediante Central de Estado. ampliação de Regulação. atendimento/horário colocando Disponibilidade de uma unidade de referência em transporte. terceiro turno-Unidade Central. Tucunduva 14 01 a 04 Elaboramos Fluxograma da Encaminhamento Assistência aos Pacientes com conforme pactuação Dengue assumindo as etapas regional/pacientes ao norteadoras do processo Hospital Vida e Saúde (grupos A,B,C e D) passos 01 a de Santa Rosa. 04. Acompanhar os pacientes diariamente até o 7º dia. Para as seguintes etapas quando necessário, conforme 36 pactuação regional encaminhar para o Hospital Vida e Saúde. Referência local:Centro Tuparendi 14 01 a 04 Médico hospitalar Transporte de em Assistência ambulâncias Social.Disponibilidade referência para regional, de aumento no número de Hospital Vida e Saúde exames/laboratório local. Se em S Rosa. necessário ADENDO Relação de Hospitais na 14ª Coordenadoria Regional da Saúde. Associação Hospital de Caridade de Alecrim Hospital Municipal São Sebastião Associação Hospitalar Boa Vista Associação Assistencial e Cultural Pe. Benedito Meister Associação Hospitalar Santo Afonso Hospital Municipal Dr. Mauricio Cardoso Associação de Literatura e Beneficiência Hospitalar São José Hospital Oswaldo Cruz Hospital Municipal Cristo Rei Sociedade Hospital São José Associação Beneficente Dom Bosco Associação Hospitalar Caridade de Santa Rosa - Hospital Vida e Alecrim Alegria Boa V do Buricá Campina das Missões Cândido Godói Dr. M Cardoso Giruá Horizontina Independência Porto Lucena Santa Rosa Santa Rosa Saúde Hospital de Caridade de Santo Cristo Hospital São Francisco de Assis Associação Francisco de Assist. à Saúde-Hospital São Paulo Sociedade de Literatura e Beneficência-Hospital São V. de Paulo Centro de Assistência Médico Scial-CAMS Associação Sociedade Hospitalar Tucunduva e Novo Machado Santo Cristo São J do Inhacorá São P das Missões Três de Maio Tuparendi Tucunduva 37 38 ANEXO - FICHA DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL DO CASO SUSPEITO DE DENGUE – SES/RS FICHA DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL CASO SUSPEITO DE DENGUE Unidade: Nome: Nome da Mãe: Endereço: Bairro: Data: ___/___/___ Idade: Município: PA sentado/pé: ____x____ mmHg Tax: ____°C Enchimento capilar: Fone: SINAIS VITAIS PA deitado: ____x____ mmHg seg Prova do laço: ( )positiva ( )negativa ANAMNESE QP/ HDA: Início dos sintomas: ___/___/___ Exantema: ___/___/___ ( )febre Febre: ___/___/___ Remissão da febre: ___/___/___ QUADRO CLÍNICO ( )anorexia ( )astenia/adinamia/ ( )exantema ( )cefaléia ( )astenia apatia/prostração/ ( )linfadenopatia ( )dor retro-orbitária ( )náuseas sonolência ( )Outros ( )mialgia ( )vômitos ( )choro persistente ________________ ( )artralgia ( )diarréia ( )irritabilidade Manifestações Hemorrágicas: ( )sim ( )não ( )gengivorragia ( )epistaxe ( )metrorragia ( )hematêmese ( )melena ( )hematoquezia ( )outra___________________________ HMP: Dengue prévio:( )não ( )sim Comorbidades:( )não ( )sim_______________________________________________ Medicamentos: ( )não ( )sim______________________________________________ EXAME FÍSICO PRESENÇA DE SINAIS DE ALARME: ( )sim ( )não ( )aumento súbito do hematócrito ( )vômitos persistentes ( )queda súbita das plaquetas ( )dor abdominal intensa e contínua ( )sonolência/irritabilidade ( )hepatomegalia dolorosa ( )hipotensão postural/lipotímia ( )hemorragias importantes ( )desconforto respiratório SINAIS DE CHOQUE: ( )sim ( )não ( )diminuição da diurese 39 CONDUTA Destino ( )Hidratação VO ( )Hidratação Venosa ( )reavaliar 24/48h ( )observação ( )internação ( )alta DIAGNÓSTICO DE DENGUE ( )suspeito/confirmado ( )não ( )outro__________ REAVALIAÇÃO Evolução Medicações Soluções Exames Htc: Hb: Leuc.: Linf.: Plaq.: Sinais vitais PA:_____mmHg Tax_____°C Indicação de hidratação conforme hematócrito* Htc até 10% do basal ou: Htc >10% basal - Crianças: <38 % - Crianças: ≥38 e ≤42% - Crianças: >42% - Mulheres: <40% - Mulheres: ≥40 e ≤44% - Mulheres: >44% - Homens: <45% Via oral domiciliar - Homens: ≥45 e ≤50% Via oral sob supervisão - Homens: >50% Via parenteral Hidratação Adulto* Via Oral 60-80ml/Kg /dia Via Parenteral 80ml/Kg /dia 1/3 SRO + 2/3 líquidos caseiros 1/3 SF 0,9% em 4-6 horas Sinais de Choque a) hipotensão arterial; b) pressão arterial convergente (PA diferencial <20 mmHg); c) extremidades frias, cianose; d) pulso rápido e fino; e) enchimento capilar lento (>2 segundos). 40 Via Oral 50ml/Kg /dia Hidratação Criança* Via Parenteteral Expansão Manutenção (fórmula de Holliday-Segar) 20ml/Kg/h (até 3x) - Até 10kg: 100ml/Kg/dia; - 10 – 20Kg: 1000 ml + 50ml/Kg/dia; - acima de 20Kg: 1500ml + 20 ml/Kg/dia. - sódio: 3mEq em 100ml de solução ou 23mEq/kg/dia; - potássio: 2mEq em 100ml de solução ou 25mEq/kg/dia. *Dengue: diagnóstico e manejo clínico – Adulto e Criança. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 3.ed – Brasilia: Ministério da Saúde, 2007 7. INTEGRAÇÃO À ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Na 14ª Coordenadoria Regional da Saúde no ano de 2007 quando se enfrentou a primeira epidemia de dengue, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde, de forma imediata incorporou-se aos grupos técnicos participando nas ações de controle da dengue respeitando suas atribuições e normatização de seu programa. Resultando em capacitações de todos os agentes comunitários da saúde, enfermeiros e demais profissionais de nível superior. Com a confirmação dos primeiros casos em março de 2010 a Coordenação Regional do Programa de Saúde da Família novamente aderiu e propiciou a integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde preservando as especificidades dos setores. Promovendo capacitações e definindo o papel do agente comunitário da saúde, utilizando a cartilha:” O Agente Comunitário de Saúde no controle da dengue.” Face solicitações da área educacional, adaptou-se a citada cartilha para o estudante da rede pública e privada: “O Estudante exercendo cidadania no controle da dengue”. A participação do agente comunitário da saúde considera: Portaria nº44/02; Portaria nº648/06; Portaria 3252/09; Portaria 1007/10 e as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias da Dengue. 41 A adesão a Portaria nº 1.007, de 4 de maio de 2010, que define critérios para regulamentar a incorporação do Agente de Combate às Endemias-ACE, ou dos agentes que desempenham essas atividades, mas com outras denominações, na atenção primária à saúde para fortalecer as ações de vigilância em saúde junto às equipes de Saúde da Família. O Plano de Contingência Regional para Dengue sinaliza para que seus municípios adiram a Portaria nº 1007/10 seguindo os critérios de elegibilidade para o recebimento dos incentivos financeiros federais para as equipes de Saúde da Família que tiverem Agentes de Combate a Endemias incorporadas: -adesão ao Pacto (Cândido Godói); cobertura de ESF de acordo com porte populacional e municípios até 50.000 em todas as equipes. A não adesão do município à inclusão dos ACE nas equipes de SF não desobriga às equipes de Atenção Básica/SF a desenvolverem ações de vigilância em saúde de sua competência. Na 14ª Coordenadoria Regional da Saúde somente o município de Porto Vera Cruz não possui equipe de saúde. A cobertura do programa na regional é de 87,9%. Com um total de 58 equipes e 409 agentes de saúde. O estudante exercendo cidadania no controle da dengue 8. INTEGRAÇÃO COM A VIGILÂNCIA SANITÁRIA 42 Conforme reza o documento “Recomendações Técnicas para o Controle da Dengue pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária” de 13 de junho de 2008, cabe as Vigilâncias Sanitárias Municipais como integrantes do Sistema Único de Saúde, a execução de ações para o controle da Dengue, por meio de seus agentes e parceiros. A 14ª Coordenadoria Regional da Saúde deve de maneira continuada manter capacitados os agentes municipais de vigilância sanitária com o objetivo dos mesmos aderir ao Programa Municipal de Controle da Dengue, com o objetivo de sistematizar procedimentos, atribuições e estratégias para o enfrentamento do problema. Considerando as recomendações técnicas formuladas nos anexos do documento, os quais, possuem interface com as ações de vigilância sanitária A Lei nº nº8080 de 19 de setembro de 1990, no artigo 6º parágrafo 1º conceitua a vigilância sanitária como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II- o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Neste contexto, é atribuição da Vigilância Sanitária a intervenção nos ambientes propícios à proliferação do vetor Aedes aegypti, de forma a eliminar ou minimizar possíveis fatores de risco. A intervenção da Vigilância Sanitária pode ser requerida diante da identificação da existência de criadouros de larvas e ou mosquitos transmissores da dengue em estabelecimentos residenciais, feita por agentes municipais de endemias e ou agentes comunitários da saúde. As situações consideradas como pendências pelo programa, tais como imóveis fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelo proprietário, também poderão ser objeto de interveniência da VISA, bem como de outros órgãos do poder público. 43 9. NÚCLEO HOSPITALAR EPIDEMIOLÓGICO A 14ª Coordenadoria Regional da Saúde conta com 01 Núcleo Hospitalar Epidemiológico com início dos trabalhos em 16.08.2006 inserido no Hospital Vida e Saúde em Santa Rosa instituído conforme Portaria nº 2529/GM, de 23 de novembro de 2004, que institui o Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar. Instalado em sala específica com infra-estrutura e rede de informação dentro do hospital, conta com uma Médica especialista em Infectologia e profissionais de enfermagem. Os quais, participam das capacitações técnicas na regional, desenvolvendo ações que visam a detecção e a investigação de casos suspeitos ou confirmados de doenças de notificação compulsória atendidos no hospital, utilizando para isso as normas de vigilância epidemiológica nacionais, estaduais e municipais. Com fluxo estabelecido de notificação de casos suspeitos de dengue, coleta de material e investigação utilizando formulários padronizados pelo Sinan. 10. REDE LABORATORIAL REGIONAL 10.1 LABORATÓRIO REGIONAL DE ANÁLISES CLÍNICAS-LACEN O laboratório regional de análises clínicas da 14ª Coordenadoria Regional da Saúde, instalado no mesmo local do serviço de vigilância em saúde não realiza exames para detecção de anticorpos contra a dengue, o que deve ser avaliado, sendo que as amostras são enviadas para o Lacen-IPB do nível central em Porto Alegre. Está estabelecido fluxo de coleta e envio de amostras oportunamente, tanto para pesquisa de anticorpos, quanto para isolamento viral ao nível central. A regional dispõe de tambor de nitrogênio e rede de frio apropriada para acondicionamento das amostras sorológicas. 44 Os municípios são responsáveis pela coleta e transporte até a regional. Em casos excepcionais a regional aporta recursos de logística para efetivo envio das amostras. 10.2 LABORATÓRIO REGIONAL DE ENTOMOLOGIA O laboratório regional de entomologia dispõe de estrutura para recebimento, identificação de amostras de vetores, em especial Aedes aegypti e Aedes albopictus. Possui um servidor lotado no citado laboratório. Sendo que, dois outros servidores estão sendo capacitados. Sua localização permite imediata troca de informações com o serviço de epidemiologia, georreferenciamento, sistemas de informação (Sinan e SisFad). Para o controle de qualidade o laboratório deve enviar rotineiramente de forma percentual, amostras de vetores para o Lacen-IPB-nível central. A conferência de boletins e alimentação do SisFad oportunamente é prérequisito para avaliação e planejamento das ações de combate ao vetor nos 22 municípios. 11. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA A notificação de casos de forma oportuna como medida essencial da vigilância epidemiológica regional constitui-se no objetivo primeiro, propiciando acompanhar o padrão de transmissão da doença na região; acompanhar o número de casos e prevenir a ocorrência de epidemias. A rápida coleta de informações nas unidades básicas das secretarias municipais da saúde e a qualidade nos fluxos dos sistemas de informação são essenciais para o desencadeamento oportuno de ações de controle e prevenção local. 11.1 CAPACIDADE OPERACIONAL 45 A Vigilância Epidemiológica Regional está inserida na Vigilância em Saúde e conta com equipe técnica composta por: - 01 Cartógrafa - 01 Digitadora Sinan - 01 Digitador do SisFad - 01 Enfermeira - 01 Médico Veterinário A estrutura física disponibiliza de rede de computadores e impressoras com internet e Sinan em um computador. Não possui veículo específico, dependendo do setor administrativo para deslocamento no município sede e nos demais municípios, algo a ser considerado a nível de gestor. 12 DESCRIÇÃO DE NORMAS E PROTOCOLOS Considerando que o Plano de Contingência Regional da Dengue está baseado nas 10 Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), e, ao Plano de Contingência para Dengue do estado do Rio Grande do Sul, as estratégias de ação da vigilância epidemiológica regional devem ser realizadas de forma adequada e condizente com as especificidades dos municípios constantes nos Planos de Contingência Municipais. Em sintonia com os objetivos, metas e componentes do PNCD. 12. 1 VIGILÂNCIA DE CASOS. A notificação oportuna de casos suspeitos pelas secretarias municipais da saúde à vigilância epidemiológica regional, sendo ou não confirmados, se revestem no passo primordial para a intensificação de ações de controle apropriadas. Dentre elas: 46 - Manter o SINAN como único sistema de notificação de casos. Utilizando os seguintes instrumentos: a- Ficha Individual de Notificação(FIN) – onde constam dados básicos(pessoa, tempo e lugar) sobre o paciente. b- Ficha de Investigação Epidemiológica(FIE) – além dos dados da notificação, possui dados sobre a doença. - O prazo de encerramento dos casos é de 60 dias. A regional está descentralizando aos municípios o encerramento considerando as especificidades locais. - Na suspeita de autoctonia, a notificação deve ser imediata, por telefone/fax à vigilância epidemiológica regional e também no Sinan. Cabe a Regional repassar a notificação ao CEVS imediatamente para avaliação e mobilização de recursos extras se necessários. - A confirmação de autoctonia nos municípios se dará a partir do resultado laboratorial positivo para dengue pelo teste MAC-ELISA e da avaliação conjunta Estado (CEVS), Regional (SVS) e Município (SMS), considerando indicadores epidemiológicos e entomológicos, devendo a divulgação realizada em comum acordo entre os respectivos gestores das pastas; - Em situação de epidemia nos municípios, os casos de dengue clássica poderão ser notificados somente através da FIN, não sendo necessário o preenchimento da FIE, reiterando, exceção para casos de febre hemorrágica da Dengue (FHD) síndrome do choque da Dengue (SCD) e Dengue com complicações (DCC). Essa medida só poderá ser implantada após orientação conjunta do CEVS e SVS - 14ªCRS, sendo que a digitação da FIN deve ser diária para subsidiar monitoramento e outras decisões; - Assessorar os municípios para realizar busca ativa de outros casos na área de moradia, local de trabalho e ou colégio do caso suspeito de Dengue, utilizando a Ficha de Busca Ativa que contempla os endereços e quarteirões de acordo com o RG da localidade. A atividade deve ser realizada imediatamente após a notificação do caso e conjunta com a busca ativa vetorial-pesquisa. Abrangendo o quarteirão do caso suspeito, quarteirões circunvizinhos com mapeamento da atividade conforme orientação do nível regional, o que também pode ser realizado com auxílio do GPS. 47 - Apoiar as vigilâncias para investigar casos graves e óbitos suspeitos para a confirmação utilizando o protocolo de investigação de óbitos; - Avaliar a consistência dos casos de FHD/SCD e DCC registrados no Sinan quanto aos critérios de classificação final e encerramento; - Consolidar os dados municipais para acompanhamento da curva de casos, tendência e o perfil da doença; coeficiente de incidência, incidência por faixa etária e sexo, distribuição de casos por bairros, distribuição de casos por semanas epidemiológicas, distribuição de casos por início dos sintomas. - Elaborar mapas para monitoramento da evolução de casos com auxílio do georreferenciamento. - Capacitar novos servidores das secretarias municipais da saúde e atualizar servidores capacitados em vigilância epidemiológica para a Dengue; - Assessorar as secretarias municipais da saúde e divulgar diretrizes, notas técnicas e legislação inerente ao Programa de Controle da Dengue. Em período de Epidemia: Verifica-se uma situação de risco de epidemia e ou epidemia quando há um aumento constante de casos notificados no município e esta situação pode ser visualizado por meio da curva endêmica, diagrama de controle e outras medidas estatísticas. A vigilância epidemiológica além das ações descritas no item anterior recomenda especialmente no período de outubro a maio: - Intensificação da vigilância e monitoramento, com acompanhamento da curva epidêmica, analisar a distribuição espacial de casos para orientar medidas de controle, acompanhar os indicadores epidemiológicos: a) potencial de disseminação. b) magnitude, c) transcendência d) vulnerabilidade. - Em situação de epidemia nos municípios, os casos de dengue clássica poderão ser notificados somente através da FIN, não sendo necessário o preenchimento da FIE, reiterando, exceção para casos de febre hemorrágica da Dengue (FHD) síndrome do choque da Dengue (SCD) e Dengue com complicações (DCC). Essa medida só poderá ser implantada após orientação conjunta do CEVS e SVS - 14ªCRS, sendo que a digitação da FIN deve ser diária para subsidiar monitoramento e outras decisões; 48 - Realizar transferência de dados para a SES, conforme periodicidade e fluxo definido em normas operacionais do Sinan, recomendando a transferência diária dos dados da notificação pelos municípios; - Apoiar os municípios a investigar preenchendo a FII casos suspeitos de FHD/SCD, DCC, óbitos, gestantes, menores de 15 anos e casos com manifestação clínica não usual. Especial atenção deve ser dada para os campos referentes aos exames laboratoriais e conclusão dos casos. Consultar o prontuário dos casos e o médico assistente para completar as informações sobre exames inespecíficos realizados (principalmente plaquetas e sinais de extravasamento plasmático). Verificar e anotar se foi se foi realizada a prova do laço e qual foi o resultado. A investigação deve ser feita imediatamente após a notificação, preferencialmente ainda durante a internação; - Incentivar a busca ativa de casos graves nos serviços de saúde, não devendo aguardar a notificação passiva de novos casos. - Garantir o uso do cartão do usuário/acompanhamento ambulatorial Dengue nos municípios 12.2 VIGILÂNCIA LABORATORIAL A vigilância laboratorial está inserida na Vigilância em Saúde como importante instrumento na vigilância epidemiológica, objetiva o aprimoramento da capacidade de diagnóstico laboratorial dos casos para precoce detecção de circulação viral e identificação dos sorotipos circulantes. Com fluxo estabelecido e referências laboratoriais referendadas, por ocasião da epidemia em Giruá (2007) e Santa Rosa(2010), bem como, nos casos notificados nos demais municípios, as oportunas coletas e encaminhamento adequado das amostras possibilitou a confirmação de casos por critério laboratorial em elevado percentual, confirmando a integração da VE com os demais serviços e setores do Plano de Contingência Regional para a Dengue, devendo: -Apoiar as vigilâncias epidemiológicas municipais para desenvolver as ações da vigilância laboratorial de modo a atender as demandas inerentes a VE, não 49 sendo seu propósito o diagnóstico de todos os casos suspeitos em situações de epidemias; -Recomenda-se a realização de sorologia em apenas uma amostra dos pacientes com dengue clássico, pois a confirmação da maioria dos casos será feita pelo critério clínico-epidemiológico após a confirmação laboratorial da circulação viral na área. Todo paciente adulto que apresente quadro grave de Dengue, Febre Hemorrágica da dengue ou com co-morbidades deverá ter diagnóstico sorológico realizado. Os pacientes pediátricos e gestantes também necessitam ter seu diagnóstico comprovado laboratorialmente. O CEVS após análise dos dados poderá adotar novas estratégias e definições de critérios de diagnóstico laboratorial. -Orientar nos casos de diagnóstico laboratorial de suspeitos de Dengue, a realização do exame através do teste imunoenzimático (ELISA), e confirmado pelo teste de MAC-ELISA para identificação da presença de anticorpos da classe IgM em uma única amostra de soro, obtida a partir do 7º dia da doença, no IPB-LACEN-RS/FEPPS. -Propiciar a coleta de amostras sorológicas, após a instalação da epidemia, para identificação do sorotipo viral circulante, que será realizado no Instituto Adolfo Lutz-SP, através da coleta de sangue do caso suspeito, para a técnica de isolamento viral em células, até o 5º dia do início dos sintomas, preferencialmente até o 3ª dia do início dos sintomas. -Disponibilizar rede de frio para recebimento de amostras para detecção de anticorpos e para isolamento viral dos municípios com fluxo de coleta, identificação e transporte de acordo com notas técnicas. Face indicadores epidemiológicos, entomológicos e ambientais dos últimos anos, cabe salientar da necessária reestruturação do Lacen Regional para processamento e otimização do diagnóstico laboratorial para a dengue. A Rede Laboratorial Conveniada do SUS (Laboratórios Clínicos Públicos e Privados) será responsável pelas análises relacionadas à Atenção Básica: hemograma, plaquetas, e demais hemato-bioquímicos solicitados conforme critério médico. 50 Como atividade complementar de vigilância laboratorial, todo caso descartado laboratorialmente para sarampo ou rubéola registrado nos municípios infestados será investigado sorologicamente para Dengue. 12.3 VIGILÂNCIA EM ÁREAS DE FRONTEIRA O Plano Regional de Contingência para a Dengue no item 5.1.1 ressalta do silêncio epidemiológico na região de fronteira dos municípios com a Argentina no tocante ao intercâmbio de informações sobre a doença, assim sendo: -Alertar da possibilidade de introdução de novos vírus/cepas nos municípios que fazem divisa com a Argentina. -Incentivar os municípios da imediata comunicação de circulação de Dengue em áreas de fronteira para diminuir o impacto nos municípios vizinhos e elaboração de estratégias conjuntas. -Sensibilizar as vigilâncias em saúde das Secretarias Municipais e a esfera de gestão, da necessária participação de intercâmbio com municípios de fronteira na área de prevenção e combate a Dengue, com o apoio e participação do Ministério da Saúde. 12.4 VIGILÂNCIA VETORIAL O Contingenciamento para as ações do controle do vetor não deve receber maior atenção somente em períodos de epidemia, onde o principal objetivo é a adoção de medidas que visem o corte de transmissão do vírus nas áreas afetadas a partir da redução da população de mosquitos. E, sim desenvolver atividades efetivas durante os 365 dias do ano, objetivando o monitoramento dos índices de infestação por Aedes aegypti para subsidiar a execução das ações apropriadas de eliminação dos criadouros de mosquitos, resultando na diminuição da população de insetos adultos nos momentos de transmissibilidade da doença. 51 Assim sendo, o Plano Regional de Contingência deve contemplar as diferentes situações existentes nos municípios e as de previsível ocorrência, definindo de forma conjunta e hierarquizada procedimentos adequados a cada uma delas. A necessidade de recursos e proposição de estratégias de implantação darse-á a partir da definição de critérios de priorização de municípios considerando o critério-risco: municípios infestados; municípios vizinhos não infestados de 1ª e 2ª grandeza; municípios não infestados e municípios com autoctonia-epidemia conforme normatização no Plano de Contingência para Dengue do Estado do Rio Grande do Sul-2008. (item 5.2 a 5.2.4). O PRCD enfatiza as seguintes ações: - assessorar os municípios para alimentação diária do SisFaD e proceder à análise dos dados de vigilância e controle do vetor; - manter o SisFaD como única fonte de informações vetoriais para a vigilância da Dengue - consolidar os dados e analisar os indicadores de acompanhamento da situação entomológica nos municípios para identificação de municípios de maior risco - apoiar os municípios nas estratégias de redução da transmissão conforme critérios técnicos - elaborar boletins e relatórios consolidados das atividades de vigilância entomológica dos municípios -orientar a vigilância para efetiva busca ativa-pesquisa vetorial face notificação de casos suspeitos e eliminação de criadouros na área de abrangência, compreendendo quarteirão do caso, local de trabalho e ou escola, quarteirões circunvizinhos segundo RG - incentivar no preenchimento adequado de boletins de amostras, de formulários de busca ativa e outros - capacitar novos agentes de endemias e reciclar continuadamente agentes de endemias - participar do processo de incorporação do ACE nas equipes de Saúde da Família 52 - supervisionar a correta utilização dos equipamentos disponibilizados para ações de combate ao vetor -subsidiar as SMS com equipamentos necessários para ações de combate ao vetor, incluindo a disponibilização de bombas costais, veículos para utilização de UBV e máscaras para aplicação de inseticidas e insumos 12.4.1 CAPACIDADE OPERACIONAL A coordenação técnica responsável pelas ações de campo no combate ao vetor está localizada na mesma sala da vigilância epidemiológica e dos sistemas de informação SINAN e SisFaD, anexa ao laboratório de entomologia e de análises clínicas, o que possibilita a integração dos serviços. Possui um ponto de apoio em outra dependência estadual. Necessita de instalação apropriada para armazenamento e manipulação de equipamentos e produtos químicos. Necessita de maior número de veículos para supervisão em períodos não epidêmicos, bem como, assessoria em períodos de epidemia. Está organizada no momento estrategicamente da seguinte forma: a) 01 coordenador de campo b) 03 equipes de campo compostas de 3 a 5 agentes c) 03 supervisores Em relação a recursos materiais disponibiliza o seguinte: a) 07 UBV costal motorizada disponível na 14ª CRS. b) 03 UBV costal motorizada no município de Santa Rosa c) 01 UBV costal motorizada no município de Giruá d) 01 UBV costal motorizada no município de Horizontina e) 01 UBV costal motorizada no município de Tucunduva f) 01 UBV costal motorizada no município de Três de Maio g) 01 camionete com UBV pesada h) 04 camionetes cabine dupla/capota i) 01 veículo Pálio. 53 12.4.2 REDUÇÃO DA TRANSMISSÃO No âmbito da 14ª Coordenadoria Regional da Saúde a vigilância ambiental com o propósito de reduzir a transmissão desenvolve em conjunto com os municípios ações de campo valendo-se das seguintes estratégias: A – Estratégia de Investigação Ambiental e Eliminação de Focos. 1 – Levantamento de índice amostral – visitas a imóveis visando captura de larvas para estabelecer grau de infestação e dispersão do Aedes nas localidades. Pode ser em todos os imóveis, junto com o tratamento focal ou amostral (vide tabela). Tabela Número de imóveis existentes Até 400 401 a 1500 1501 a 5000 Mais de 5000 Percentual de pesquisa 100% 33% 20% 10% Fonte: NT-PCD 2 – Tratamento focal – aplicação de larvicida nos depósitos positivos para formas imaturas de mosquitos que não possam ser eliminados mecanicamente. 3 – Pesquisa e tratamento em pontos estratégicos – pontos estratégicos são locais onde há grande concentração de depósitos preferenciais apara desova de Aedes. Devem ser visitados e sofrer tratamento Peri focal com inseticidas residuais a cada 15 dias. 4 – Pesquisa vetorial especial – É a procura eventual de Aedes em função de denúncia de sua presença em áreas não infestadas e na suspeita de casos de dengue. B – Estratégia para uso de UBV – consiste na aplicação espacial de inseticidas em que as partículas possuem pequeno diâmetro. É utilizado para o 54 combate do mosquito adulto. Pode ser utilizado com um agente de endemias aplicador, com máquina costal motorizada ou nebulizador montado em veículo. 1 – Ultra baixo volume portátil – uso em locais de casos suspeitos de dengue. Deve ser realizado no quarteirão da notificação e lados adjacentes. Também pode ser utilizado de forma complementar em locais de difícil acesso, em casos de epidemia, onde a UBV pesada não tem condições de alcançar. 2 – Ultra baixo volume pesado – a máquina pulverizadora é montada sobre veículo. Este método é utilizado nos casos de epidemias. 12.4.3 REDUÇÃO DE PENDÊNCIAS O problema de grande percentual de pendências é observado em grandes cidades, regiões metropolitanas e pólos regionais. O que não se reveste em grande problema nos nossos municípios de pequena população. Recomenda-se que quando a pendência exceder 10% os imóveis devem ser recuperados, ou seja, as visitas devem ser realizadas em horários e se necessário dias diferenciados. As vigilâncias ambientais dos municípios devem desenvolver estratégias de redução das pendências considerando sua estrutura e área geográfica a fim de minimizar o percentual de imóveis pendentes e que não haja alterações nas atividades semanais dos agentes. Havendo entraves outros, a vigilância ambiental deverá assessorar-se da vigilância sanitária no uso de suas atribuições legais. 12.5 DA COMUNICAÇÃO, MOBILIZAÇÃO SOCIAL As duas epidemias ocorridas na região, Giruá (2007) e Santa Rosa (2010) alerta para o fortalecimento de estratégias de comunicação e mobilização social. Diante da situação, é fundamental a participação de toda sociedade nas ações de controle, considerando-se seus diversos segmentos, classes sociais, esfera de ação, de abrangência, nos setores privado e público, em todos os níveis e dimensões sociais. 55 Segundo o epidemiologista Paulo Sabroza o combate ao Aedes aegypti é responsabilidade de cada um: “o controle da Dengue dá-se essencialmente no nível coletivo e exige um esforço de toda sociedade, independente de classe social, credo ou raça” ele prega o compartilhamento de responsabilidades e integração de esforços de todos os brasileiros. “o controle da dengue num mundo globalizado requer responsabilidade governamental com participação social coletiva”, frisa. Nas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemia da Dengue destacam-se as práticas educativas, com base nas ações de comunicação e mobilização social, com vistas à adesão das pessoas e da sociedade organizada, de maneira consciente e voluntária, para o enfrentamento do problema. Tais ações podem tanto estimular a mobilização a partir de organizações sociais já existentes quanto fomentar a criação de grupos ou associações voltadas para prevenção e controle de agravos. As áreas de comunicação e mobilização de acordo com as diretrizes devem manter ações e atividades estratégicas e de rotina nas instituições nas quais estão inseridas, de forma articulada e complementar, de modo a potencializar a divulgação, discussão e compreensão de temas eleitos como prioritários e de relevância em Saúde Pública. O principal objetivo é fomentar o desenvolvimento de ações educativas para mudança de comportamento e a adoção de práticas para amanutenção do ambiente domiciliar preservado da infestação por Aedes aegypti, observando a sazonalidade da doença e as realidades locais quanto aos principais criadouros. A comunicação social terá como objetivo divulgar e informar sobre ações de educação em saúde e mobilização social para mudança de comportamento e de hábitos da população, buscando evitar a presença e a reprodução do Aedes aegypti nos domicílios, por meio dos recursos disponíveis na mídia local. As ações deverão ter um coordenador ligado diretamente ao gestor municipal. Em atenção a Lei nº 12.235, de 19 de maio de 2010, institui o Dia Nacional de Combate ao Dengue no penúltimo sábado do mês de novembro, preconiza-se a realização nos municípios campanhas e atividades educativas e de comunicação social, na semana em que contiver o referido dia. 56 Ressalta-se que ações outras de sensibilização e mobilização da população devem ser realizadas de forma planejada e estratégica ao longo do ano todo (período não epidêmico). Ações de educação: - Fortalecer a intersetorialidade dos trabalhadores em educação à saúde nos municípios e subsidiar com material didático e material instrucional. -Incentivar palestras nas escolas públicas e privadas nos municípios com conteúdo expositivo “o estudante exercendo cidadania no combate a dengue” - Apoiar atividades nas escolas e outros setores representativos com aplicação de questionários sobre dengue, realização de gincanas, mostras de ciências e visitas domiciliares - Intensificar a participação de todos os segmentos que compõem o Comitê Municipal de Controle da Dengue de modo a cada segmento indicar uma referência para estreitar a comunicação com os profissionais de saúde e usuários -Recomendar que as mensagens de comunicação nos municípios envolvam contextos educacionais e informativos sobre: eliminação de criadouros, biologia e hábitos do vetor, locais de concentração do agente transmissor, principais sintomas da doença, divulgação dos sinais e sintomas da complicação da doença e alerta sobre os perigos da automedicação, orientação a população para procurar atendimento médico na sua UBS ou informação sobre as unidades de referência indicadas pelos gestores para que o cidadão tenha atendimento médico logo nos primeiros sintomas. Ações de Mobilização Social: - Incentivar os gestores municipais para inserção de conteúdo de educação em saúde – prevenção e combate a Dengue nos programas de grande audiência nos veículos da imprensa local atingindo também os formadores de opinião - Manter a mídia permanentemente informada por meios de comunicação ou notas técnicas, quanto à situação entomológica e epidemiológica no município e região 57 - Apoiar os municípios para desenvolver campanhas publicitárias durante o ano todo, com ênfase nos meses que antecedem a ocorrência de casos na região com mensagem que leve em conta a gravidade do problema - Recomendar ao coordenador municipal das ações de mobilização social da necessária articulação com outros setores e serviços na esfera municipal para garantir uniformidade da informação - Reforçar da necessária inserção dos Comitês Municipais de Controle da Dengue, também nas ações de mobilização social, objetivando sempre o interesse público, no caso em questão “o controle da dengue” 13 DA GESTÃO O Plano Regional de Contingenciamento para a Dengue, construído pelo Serviço de Vigilância em Saúde da 14ª CRS tem o objetivo de contribuir e assessorar os gestores municipais na elaboração e atualização dos Planos Municipais de Controle da Dengue, processo este que teve seu início no ano de 2008. Portanto, é um processo de continuadas adequações considerando os indicadores epidemiológicos, ambientais e entomológicos da doença na região. Os planos deverão contemplar as diretrizes nacionais, sem prejuízo da inclusão de especificidades que atendam as realidades locais. Para a operacionalização das ações de vigilância em saúde no controle da Dengue, ressalta-se a necessidade de organização da rede de serviços de saúde, com o fortalecimento da Atenção Primária em Saúde. Destaca-se que as ações de vigilância em saúde devem estrategicamente estar inseridas nos serviços de atenção primária, como ferramenta que permite ao gestor municipal a tomada de decisões. Cabe a 14ª CRS assegurar o acesso aos gestores municipais a fontes de informações sobre o padrão de ocorrência da doença, índices de infestação predial e número de casos dentre outros indicadores, subsidiando ações de comunicação e mobilização social. 58 Atingir os objetivos e metas do Plano de Regional de Contingência para a Dengue se efetivará apenas quando a gestão assumir o pleno comando da integração das ações setoriais e intersetoriais nas respectivas esferas de governo. No caso da Dengue, os eixos prioritários de gestão são: ◦ Organização da assistência ◦ Vigilância epidemiológica e sanitária e controle de vetores ◦ Apoio administrativo e logístico ◦ Constituição de comitê técnico e de comitê de mobilização ◦ Capacitação e educação permanente ◦ Gestão de pessoas ◦ Comunicação ◦ Planejamento estratégico e programação (elaboração dos planos de contingência) e monitoramento 14. CAPACITAÇÃO Desde 2003 ocorreram capacitações atinentes ao programa de controle da Dengue no âmbito dos municípios pertencentes a esta regional, no seu início limitado a doença e biologia do vetor. E, com maior ênfase e amplitude de conteúdo a partir de 2007 contemplando maior número de profissionais de saúde e de outros setores da sociedade civil, como no ano de 2010 com a participação de técnicos do Ministério da Saúde na Área de Manejo e Assistência ao Paciente e Estratégias de Campo. Tabela Capacitações realizadas na 14ª CRS no ano de 2010. Classe profissional Médicos da rede pública e privada Temática principal Diagnóstico e manejo clínico Assistência ao paciente Enfermeiros Vigilância epidemiológica Diagnóstico e manejo clínico Assistência ao paciente Vigilância epidemiológica Equipes do programa da SF – Médicos, Biologia do vetor Diagnóstico e manejo clínico 59 Odontólogos e Enfermeiros Assistência ao paciente Vigilância epidemiológica Agentes de endemias Biologia do vetor Biologia do vetor Instruções para combate ao vetor Agentes comunitários da SF Boletins e formulários de ações de campo Principais aspectos da Dengue – doença, biologia e vetor Participação do ACS no programa de controle Diretores e professores rede privada e da doença Principais aspectos da Dengue – doença, pública Gestores municipais biologia e vetor Programa de Controle da Dengue Fonte: SVS-14ª CRS. 15. FINANCIAMENTO De acordo com as diretrizes nacionais do PNCD o financiamento das ações para enfrentamento e redução do impacto da dengue sobre a saúde da população é realizado por diferentes fontes de recursos, de forma solidária entre as três esferas de gestão do SUS e mesmo de forma intersetorial. É saliente a necessidade de ampliar esforços para rever os mecanismos e elevar os valores de financiamento da vigilância em saúde. 16. BIBLIOGRAFIA Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue-Brasilia: Ministério da Saúde, 2009. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Programa Nacional de Controle da Dengue – PNCD/Fundação Nacional de Saúde. Brasília, 2002. 60 Plano de Contingência para Dengue do Estado do Rio Grande do Sul. Secretaria Estadual da Saúde do estado do Rio Grande do Sul, 2008. 61