DESENVOLVIMENTO FLORAL DE Colubrina glandulosa subsp. reitzii

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DESENVOLVIMENTO FLORAL DE Colubrina glandulosa subsp. reitzii (M.C.
JOHNST.) BORHIDI (RHAMNACEAE JUSS.)
Carimi Cortez1,2 & Simone de Pádua Teixeira1
1
Universidade de São Paulo, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Departamento
de Ciências Farmacêuticas, Ribeirão Preto, SP, Brasil. [email protected].
2
Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Programa de
Pós-Graduação em Biologia Comparada, Departamento de Biologia, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
Colubrina glandulosa subsp. reitzii (M.C. Johnst.) Borhidi pertence à família
Rhamnaceae, sendo conhecida por suas flores pequenas com nectários vistosos,
pétalas curvadas sobre os estames e número de órgãos variável em cada verticilo. Está
subordinada à ordem Rosales com representantes de famílias do clado Urticoide
(Ulmaceae, Cannabaceae, Moraceae e Urticaceae) e Rosaceae. Sua flor difere das
urticoides pela presença de corola e das rosáceas pelo número menor de órgãos por
verticilo e adnação de estames e pétalas. O objetivo deste trabalho foi estudar a flor
em desenvolvimento de C. glandulosa para elucidar questões como: Qual a origem da
variação na meria floral? Qual via ontogenética leva à adnação de pétalas e estames?
Qual a origem do nectário? Para tal, botões de vários tamanhos e flores foram fixados
e processados para exames de superfície em microscopia eletrônica de varredura. As
flores de C. glandulosa são actinomorfas, dimorfas (perfeitas e estaminadas) na mesma
inflorescência, com cálice e corola de 5-6 órgãos, estivação valvar, androceu de 5-6
estames antepétalos e gineceu de 2-4 carpelos. O meristema floral inicia um par de
bractéolas, seguido de cinco ou seis primórdios de sépalas em ordem helicoidal. Após,
surgem cinco ou seis primórdios mais internos que se dividem dando origem aos
primórdios de pétalas e estames. Inicialmente os estames alongam-se mais que as
pétalas; mas, posteriormente, as pétalas ultrapassam os estames em comprimento,
curvando-se sobre eles, condição mantida na flor antética. O gineceu é iniciado
geralmente com três (raro duas a quatro) protuberâncias centrais que, após, alongadas
unem-se pelas margens. As fendas carpelares são opostas e seu fechamento coincide
com o início do desenvolvimento do nectário e da diferenciação das anteras. O
nectário é originado da expansão da base do gineceu em desenvolvimento e ocupa os
espaços entre as bases dos filetes e do ovário. É estruturado, revoluto e revestido por
estômatos modificados. Ao final do desenvolvimento o gineceu apresenta um ovário
sincárpico com dois a quatro lóculos uniovulados, estilete único e curto, e dois a
quatro estigmas papilosos. A flor estaminada difere da perfeita pela presença de um
estilete pouco robusto (estilódio). Conclui-se que a variação na meria floral de C.
glandulosa não ocorre por aborto ou divisão de primórdios; estames e pétalas são
unidos congenitalmente, e o nectário tem origem carpelar. (FAPESP, CAPES).
Keywords: Microscopia eletrônica de varredura, Ontogenia, Rosales, Zizifoides.
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