FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia Franciele Montijo dos Santos ANÁLISE DO NÍVEL DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTE GESTANTE HIPERTENSA, APÓS APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR: estudo de caso. Paracatu 2013 Franciele Montijo dos Santos ANÁLISE DO NÍVEL DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTE GESTANTE HIPERTENSA, APÓS APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR: estudo de caso. Pré-projeto apresentado à disciplina de TCC I no curso de graduação de Fisioterapia do 7° Período, da Faculdade Tecsoma. Orientadora: Prof. M. Sc. Michele Faria Lima Orientadora: Prof. M. Sc. Cecília Nascimento Paracatu 2013 LISTA DE SIGLAS HELP Hemólise de Enzimas Hepáticas e Plaquetopenia JNC Joint National Committee MMHG Milímetros de Mercúrio OMS Organização Mundial de Saúde PAD Pressão arterial diastólica PAS Pressão arterial sistólica SUS Sistema Único de Saúde SUMÁRIO 1. TEMA ..................................................................................................................................5 2. HIPÓTESE ..........................................................................................................................5 3. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................6 4. JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................7 5. OBJETIVOS .......................................................................................................................8 5.1. Objetivos Gerais ..............................................................................................................8 5.2. Objetivos específicos ........................................................................................................8 6. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................9 6.1. Gravidez ...........................................................................................................................9 6.1.1. Farmacocinética ............................................................................................................9 6.1.2. Sistema Endócrino .........................................................................................................9 6.1.3. Sistema Cardiovascular ...............................................................................................10 6.2. Hipertensão arterial ......................................................................................................11 6.3. Síndromes hipertensivas na gravidez ..........................................................................13 6.3.1. Hipertensão arterial crônica na gravidez ...................................................................13 6.3.2. Hipertensão arterial gestacional .................................................................................14 6.4. Complicações das síndromes hipertensivas .................................................................16 6.4.1. Pré-eclâmpsia...............................................................................................................16 6.4.2. Eclampsia .....................................................................................................................17 6.4.3. Síndrome de Help ........................................................................................................18 6.4.4. Complicações neonatais ..............................................................................................18 6.5. Atuação fisioterapeutica................................................................................................19 6.5.1. Atividade física em gestante hipertensa ......................................................................19 6.5.2. Reabilitação cardiovascular ........................................................................................20 6.5.3. Sistema cardiovascular e exercícios físicos ................................................................21 6.5.4. Cinesioterapia na gestação ..........................................................................................22 6.5.4.1. Série Metabólica.................................................................................................................22 6.5.4.2. Série Principal....................................................................................................................23 6.5.4.3. Série Respiratória..............................................................................................................24 6.5.4.4. Relaxamento.......................................................................................................................25 7. METODOLOGIA.............................................................................................................27 7.1. Descrição do paciente ....................................................................................................27 7.2. Análise de dados ............................................................................................................28 8. CRONOGRAMA ..............................................................................................................29 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................30 ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO ...............................................................34 ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÃO .............................................................................36 ANEXO C – ENCAMINHAMENTO MÉDICO ...............................................................38 ANEXO D – ESCALA DE ESFORÇO (BORG) ...............................................................39 5 1. TEMA Análise do nível de controle da pressão arterial sistêmica em paciente gestante hipertensa, após aplicação de um programa de reabilitação cardiovascular: estudo de caso. 2. HIPÓTESE Se o protocolo de reabilitação cardíaca será eficaz no condicionamento cardiovascular de pacientes hipertensos, então a pressão arterial da gestante hipertensa se manterá. 6 3. INTRODUÇÃO Em análise de literaturas pode ser observada a frequência das síndromes hipertensivas na gestação que na atualidade apresentam diversas discussões sobre seu valor estimado, já que esta é bastante comum dentre as patologias consideradas fatores de risco gestacional (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010). Segundo Plavnik (2007), a hipertensão atinge cerca de 6% a 15% das gestações, dado este que é complementado por Ziegel e Cranley (2008), citando a ocorrência de aproximadamente 15 a 20% de morbimortalidade perinatal. A hipertensão é a alteração dos níveis pressóricos atingindo os níveis de PAS maiores que 140 mmHg, e PAD maiores que 90 mmHg, sendo considerados como hipertensão arterial crônica em mulheres com alterações dos valores pressóricos previamente a gravidez, ou até a 20ª semana gestacional, e classificada como síndrome hipertensiva gestacional quando acomete a gestante após a 20ª semana, com ausência de proteinúria (PLAVNIK, 2007). As principais complicações presentes de acordo com as alterações da pressão arterial são a pré-eclâmpsia, eclampsia e a síndrome de Help, caracterizadas por uma série de eventos que afetam diversos órgãos da gestante, levando em alguns casos, a mortalidade materno-fetal, ou acarretando diversas complicações, como convulsões, hemorragia, entre outros (KAHHALE, 2002). Atualmente, pode se afirmar que o uso de terapias medicamentosas afeta, de forma direta ou indireta, o feto, sendo utilizado como meio substitutivo a prática de exercícios de baixa intensidade. Apesar de conter poucos estudos sobre o tema, o objetivo principal deste método é a melhoria das condições cardiorrespiratórias, e através deste obter o controle e a manutenção dos níveis pressóricos, explicada pela redução nos valores do débito cardíaco e da frequência cardíaca (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010). Com base neste estudo, e no acompanhamento de caso, este projeto tem por objetivo demonstrar que um programa de atividades físicas possui eficácia no tratamento de reabilitação cardiovascular de uma gestante hipertensa, e quais motivos alguns autores demonstram a contraindicação da realização deste. 7 4. JUSTIFICATIVA A hipertensão arterial crônica é a patologia mais frequente dentre as doenças cardiovasculares em gestantes, e que, atualmente, acomete gestantes de qualquer faixa etária, sendo comumente associada ao principal fator de risco para complicações maternas e perinatais. Dentre estes riscos, pode ser citado o aumento na mortalidade materna, bem como o aumento da ocorrência de pré-eclâmpsia e eclampsia, e o descolamento prematuro da placenta. Já para o neonato os principais riscos são a prematuridade, baixo peso, baixo índice de Apgar no 1° e no 5° minuto após o nascimento, maior índice de admissões em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, além de apresentar riscos de hemorragia intraventricular, enterocolite necrotizante, e síndrome da angústia respiratória. Atualmente, a fisioterapia tem sido muito utilizada em pacientes gestantes com hipertensão arterial crônica e gestacional, a fim de promover uma reabilitação cardiovascular através de um programa adaptado para esta paciente, respeitando as limitações fisiológicas que são encontradas no decorrer da gravidez, como meio de prevenção das complicações presentes nas gestantes hipertensas durante o período gestacional e pós-gestacional. Este programa de reabilitação favorece o controle da pressão arterial sistêmica e da frequência cardíaca, atuando de forma preventiva nas complicações, bem como proporcionando uma melhoria no bem estar físico e psicológico, durante a preparação para o parto. 8 5. OBJETIVOS 5.1. Objetivos Gerais Avaliar os benefícios gerados pelo uso de exercícios aeróbicos, rítmicos e isométricos, sobre a pressão arterial sistêmica e frequência cardíaca, em gestante com fator de risco para pré-eclâmpsia. 5.2. Objetivos específicos Verificar, em literaturas, indicação e contraindicação de exercícios em gestante de risco, e comparar a justificativa utilizada pelos autores para a tomada de decisão. Comparar os níveis de pressão arterial sistêmica e frequência cardíaca, em gestante hipertensa antes da inserção do programa de condicionamento, durante e depois deste. Avaliar o nível de esforço realizado pela gestante hipertensa durante a realização dos exercícios para o condicionamento cardiovascular. Orientá-la para as mudanças fisiológicas gestacional, preparando-a para o parto. 9 6. REFERENCIAL TEÓRICO 6.1. Gravidez O diagnóstico da gestação está baseado nos sinais e sintomas que surgem neste período, o qual é caracterizado pelas alterações psicossomáticas, conhecidas como mecanismos de adaptações. Possivelmente, esta será a única fase do ciclo vital que envolverá todos os sistemas do organismo feminino. As modificações estão relacionadas a várias queixas presentes em grande parte das gestações são: cefaleia, dores locais ou generalizadas, ansiedade, alterações do apetite, hiperêmese (VALADARES; DIAS, 2006). A atenção ao pré-natal é essencial para o sucesso de uma equipe multidisciplinar, estabelecendo os atendimentos humanizados, assistenciais e preventivos, para compreensão da gestante em sua totalidade (BRASIL, 2005). 6.1.1. Farmacocinética Segundo Brasil (2005), as modificações fisiológicas gestacionais estão, muitas vezes, pautadas como doenças, sendo necessárias as devidas orientações para não serem utilizados medicamentos eventualmente. Uma vez que este período é transitório, poderá ser regulado a partir de uma reeducação alimentar e postural. Estes dados podem ser justificados com base nos estudos de Valadares e Dias (2006), que relatam as alterações na absorção, metabolismo e excreção de grande parte dos medicamentos na presença de compostos de progesterona, alcalinos e ácidos leves, levando a alterações da motilidade intestinal e diminuição do ácido gástrico. 6.1.2. Sistema Endócrino No período gestacional, as modificações fisiológicas são organizadas pelo sistema endócrino, através da alteração na excreção de hormônios (POLDEN; MANTLE, 2005). Dentre os principais hormônios presentes na gravidez, a progesterona e o estrogênio são produzidos, inicialmente, no corpo lúteo, sendo supridos com o desenvolvimento da gravidez para serem produzidos na placenta. A progesterona apresenta-se como um dos principais responsáveis pela implantação da gravidez, redução do tônus da musculatura lisa, 10 diminuição da tensão alveolar e arterial, aumento da ventilação, além do desenvolvimento das glândulas mamárias, com produção de aproximadamente 10 mg por 24 horas no início da gestação, e com aumento abrupto em sua produção de até 250-300 mg a cada 24 horas quando produzido na placenta (POLDEN; MANTLE, 2005). O estrogênio possui produção de aproximadamente 5 mg por dia no início da gestação, progredindo para 50 mg por 24 horas em 40 semanas, sendo responsável pelo crescimento uterino, retenção hídrica, elevação do glicogênio vaginal, e receptor da relaxina, ou seja, aumenta a flexibilidade da articulação pélvica (VALADARES; DIAS, 2006). 6.1.3. Sistema Cardiovascular De acordo com as novas necessidades fisiológicas materno-fetal, o sistema cardiovascular sofre adaptações hemodinâmicas através do aumento no volume sanguíneo, que pode se aproximar aos níveis de 40% no volume plasmático, e 30% no volume das hemácias em relação aos níveis anteriores a gestação (POLDEN; MANTLE, 2005). Polden e Mantle (2005) justificam esta adaptação importante, expondo que há um aumento do débito cardíaco, uma vasodilatação ativa dos vasos sanguíneos de acordo com a atuação da progesterona, causando uma diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial. Já Plavnik (2007) relata que esta vasodilatação ativa ocorre na presença dos hormônios prostaciclinas e óxido nítrico, com queda nos níveis pressóricos até aproximadamente a 20ª e 24ª semana gestacional. Esses valores, normalmente, apresentam variações, com maior queda, no início da gravidez, podendo chegar a um valor de 15 mmHg tanto na pressão sistólica como na diastólica, retornando aos níveis pré-gestacionais no final da gestação. As principais alterações ou comprometimento, como são conhecidos pelas gestantes hipertensas, é apresentado em virtude do crescimento uterino, já que este causa a compressão da veia cava inferior e da aorta abdominal, gerando a redução do débito cardíaco (KOHLMANN, 2007). 11 6.2. Hipertensão arterial As disfunções das células endoteliais, nas formas congênitas ou adquiridas, geram complicações no relaxamento e contração, afetando, principalmente, os vasos sanguíneos periféricos. Está disfunção favorece o desenvolvimento de complicações como a hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose, hiperlipidemia e vaso espasmo (PANDIAN; HAMID; HAMMOND, 2002). As alterações dos níveis pressóricos são caracterizadas por ser uma condição multifatorial, assintomática, ou seja, os sintomas não são aparentes em sua maioria, e quando estes aparecem, representam uma ocasião de complicação, que comumente se surge associada com alterações em órgãos como coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos, além de alterar o sistema metabólico, gerando um risco evidente de episódios cardiovasculares fatais (BRASIL, 2011). Desde séculos, já se ouvia dizer sobre medidas da pressão arterial e da frequência cardíaca, levando os estudiosos a realizarem grandes discussões sobre esse tema. De acordo com Ribeiro (2007), em 1977, foi realizado nos Estados Unidos a primeira reunião de grupos multidisciplinares, conhecida como Joint National Commitee (JNC I), onde começaram a delimitar os limites consideráveis de normotensão e da hipertensão arterial, sendo estes dados reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Na reunião de 1997, o JNC VI determinou as definições que são utilizadas nos anos atuais, em que a pressão arterial diastólica (PAD) e a pressão arterial sistólica (PAS) se subdividem em três categorias com graduação de seus valores, pré determinando que a PAD abaixo de 80 mmHg e a PAS abaixo de 120 mmHg são ótimos níveis pressóricos. Graduação dos estágios hipertensivos: PAD no estágio 1 é de 90-100 mmHg, 2 de 100-110 mmHg, e 3 níveis superiores a 110 mmHg, a PAS no estágio 1 é de 140-160 mmHg, 2 de 160-180 mmHg, e 3 níveis superiores a 180 mmHg, com atualização no JNC VII em 2003 para análise dos dados pré-hipertensivos de: PAS 120-139 mmHg, e PAD 80-89 mmHg, considerando-se necessariamente hipertensão arterial valores maior que 140/90 mmHg (RIBEIRO, 2007). A fisiopatologia está diretamente relacionada com os fatores genéticos e ambientais. Dentre os principais fatores ambientais citados em Ferreira (2007) como os principais acarretadores da elevação dos níveis da pressão arterial são: a ingestão de sódio onde se apresenta indivíduos sensíveis ao sal e os que não apresentam sensibilidade a este; a ingestão 12 de álcool relacionado à dose, com a geração de resposta do organismo; o fumo por causar uma série de alterações hemodinâmicas, metabólicas e hematológicas, além de alterações anatômicas decorrentes da inalação continua; e a obesidade de acordo com o estilo de vida adotado pela sociedade atual, com hábitos alimentares deletérios a saúde, e o baixo índice de pratica de atividades físicas. Segundo Brasil (2011), a hipertensão arterial possui um andamento maligno, com manifestações clínicas de encefalopatia, acidente vascular encefálico, síndromes coronarianas, edema pulmonar, levando-se em conta a gravidade do evento e a intervenção a ser utilizada, usa-se o sistema Common Toxicity Criteria (NCI CTC), que apresenta critérios de classificação, para que ocorra a documentação necessária com informações unificadas, para facilitar a identificação dos inibidores de angiogênese e a dose utilizada pelos grupos de risco, facilitando a busca de metas para o controle da hipertensão arterial, bem como melhorando a qualidade de vida. A prevalência populacional de hipertensos está transversalmente relacionada com a região do país, com variações de acordo com os fatores socioeconômicos, homogeneidade epidemiológica, atingindo resultados variados em diversos estudos, não podendo assim ser demonstrados dados, já que, os resultados estimados dificultam a média metodológica. Observa-se que o Brasil não participa dos grupos do Banco Mundial de informações, devido não conter publicações criteriosas (FERREIRA, 2007). 13 6.3. Síndromes hipertensivas na gravidez A hipertensão arterial é uma das patologias mais comumente encontradas na gravidez, considerada um dos maiores problemas em relação às gestações de alto risco, com incidência de acometimento em, aproximadamente, 7% das gestações, sendo a principal responsável pela mortalidade materna, com dados entre 15 a 20%, além de apresentar grande contribuição à morbidez e mortalidade perinatal (ZIEGEL; CRANLEY, 2008). Segundo Plavnik (2007), a hipertensão atinge cerca de 6% a 15% das gestações, e representa 35% das mortes em situações de complicações, dentre estas tem se a eclampsia como o principal fator desencadeante, sendo esses dados maiores que o referido por Ziegel e Cranley (2008), e ainda em Plavnik (2007) ocorre à citação dos dados de 15% de mortalidade materna, mas em referência às mulheres Norte Americanas. Os fatores de risco da hipertensão na gestação estão, em sua maioria, nas gestantes nulíparas, idade materna avançada, em mulheres negras, e com excesso de peso (FERRÃO, 2006). Além dos predisponentes citados por Assis, Viana e Rassi (2008) complementam com fatores desencadeantes como o diabete mellitus, doença renal, primiparidade, história familiar ou pessoal de pré-eclâmpsia e hipertensão arterial crônica. De acordo com Sass (2002b), uma das principais características da hipertensão na gestação é o alto índice de prematuridade, bem como quadros graves de insuficiência placentária, influenciando diretamente as taxas de mortalidade fetal. 6.3.1. Hipertensão arterial crônica na gravidez No período gestacional é considerada hipertensão arterial crônica, alterações dos níveis pressóricos maiores que 140/90 mmHg previa a gravidez com presença de proteinúria, ou anteriormente a 20ª semana gestacional. A pré-eclâmpsia, neste caso, ocorre em até 23% das gestantes, podendo ser elevado o fator de risco quando no início da gestação, período em que ocorre a vasodilatação ativa dos vasos, não ocorre à redução da pressão arterial (PLAVNIK, 2007). A hipertensão arterial crônica pode ser classificada na gravidez como leve quando a PAD estiver menor que 100 mmHg, moderada com níveis de PAD maior ou igual 100-110 mmHg, e grave com PAD superior a 110 mmHg (SASS; MESQUITA, 2005). 14 Segundo Souza, Dubiela e Serrão Junior (2010), as complicações geradas pela hipertensão arterial crônica na gravidez podem ser classificadas como pré-eclâmpsia sobreposta, ou seja, a presença do antecedente pessoal de hipertensão superajuda ao desenvolvimento de complicações no período gestacional. Com base em uma revisão bibliográfica, é possível observar os riscos, aparentemente, ocultos da hipertensão crônica na gestação de acordo com o seu grau de manifestação. A hipertensão leve causará mínimas complicações funcionais, com base em níveis extremos sua repercussão será de grande gravidade para a funcionalidade, com risco proporcionalmente crescente. A utilização dos hipotensores possui como objetivo reduzir os casos da morbimortalidade materna e perinatal, mas em sua contraposição está a atuação dos fármacos no desenvolvimento fetal, inibindo a difusão placentária (NASS et. al., 2002a). De acordo com Nass e colaboradores (2002a), observa-se que há uma grande utilização de hipotensores no Brasil com base em compostos de: a) Inibição central - que não apresenta complicações maternas, mas há um risco aparente perinatal a partir do segundo semestre gestacional; b) Os diuréticos - que são sugeridos como uma escapatória durante a gestação, com presumível risco de diminuição do volume placentário; c) Os beta-bloqueadores - não há publicações que comprovem o risco materno, mas afirmam uma restrição do crescimento fetal; d) Bloqueadores dos canais de cálcio - sem apresentação consistente para indicação do uso destes medicamentos, ou até mesmo seus benefícios durante a gestação, não demonstrando assim em estudos uma diminuição considerável da mortalidade perinatal e da pré-eclâmpsia sobreposta. 6.3.2. Hipertensão arterial gestacional As síndromes hipertensivas na gravidez é caracterizada pelo aparecimento da hipertensão após há 20ª semana gestacional, com PAS acima de 140 mmHg e PAD acima de 90 mmHg, com ausência de proteinúria, retornando aos níveis normais até a 12ª semana após o parto (OLIVEIRA, 2006). 15 Na fase aguda a hipertensão arterial gestacional é caracterizada pela prevalência dos níveis pressóricos maiores ou iguais a 140/90 mmHg em um período de sete dias consecutivos, com verificações diárias (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010). 16 6.4. Complicações das síndromes hipertensivas 6.4.1. Pré-eclâmpsia De acordo com Pascoal (2002), a pré-eclâmpsia sobreposta, que está representada como uma complicação da hipertensão arterial crônica, de modo isolado representa o prognóstico de maior gravidade, com risco aparente ao feto e a mãe. Kahhale (2002), complementa está informação observando em seu estudo que, o acompanhamento pré-natal mostra-se com fundamental importância neste caso, devendo ser iniciado o mais precocemente. Pode-se dizer que é bastante comum encontrar a pré-eclâmpsia, em sua forma leve, no final do terceiro trimestre gestacional, não causando risco à mãe e ao feto possibilitando a evolução natural do parto, mas é necessário a verificação da pressão arterial a cada 3 dias, ou em intervalos semanais (KAHHALE, 2002). Alguns dos principais sintomas da pré-eclâmpsia podem surgir de modo discreto com cefaleia, com progressão para distúrbios visuais, hiper-reflexia, dor epigástricas, hemoconcentrações (hemorragia), evoluindo para um episódio convulsivo, mas pode haver um sintoma isolado, ou seja, a gestante iniciará a eclampsia já com um episódio de convulsão (PASCOAL, 2002). Peraçoli e Parpinelli (2005), denominam como eclampsia os episódios convulsivos de caráter tônico clônico, com suposições de vaso espasmo com isquemia na região cerebral, além de descrever as cefaleias com sendo na região frontal e occipital, com distúrbios visuais de escotomas, fosfenas ou até amaurose. Por ser uma patologia de etiologia desconhecida, a pré-eclâmpsia é caracterizada pelo acometimento de todos os órgãos e sistemas, devido ao grande aumento da resistência vascular periférica, e a altas respostas de vasoconstrição, acarretando uma ampla disfunção endotelial, antecedendo assim a lesão do tecido endotelial seguida de vaso espasmo (PASCOAL, 2002). Devido à lesão renal, há uma redução na excreção de sódio, colaborando para a retenção de fluídos conhecidos como edemas, ou a retenção destes fluidos em regiões localizadas como no pulmão, gerando um aumento na pressão dos capilares pulmonares, o que leva ao aparecimento de sintomas semelhantes aos da síndrome da angústia respiratória 17 (SARA), além de disfunção hepática, redução dos níveis de albumina com complicações de extravasamento de proteínas para o meio intersticial (PASCOAL, 2002). No caso de pré-eclâmpsia grave é necessário analisar se a ultrassonografia indica que o feto apresenta o peso igual ou superior a 1.000 gramas, e no mínimo de 28 semanas, para ser realizada a interrupção da gestação através de uma cesariana, seguida de internação do neonato em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (KAHHALE, 2002). 6.4.2. Eclampsia A eclampsia é uma complicação obstétrica que pode ser evitada, de acordo com as escolhas da gestante, ou seja, decidir iniciar um tratamento rigoroso, precedido de acompanhamento médico regular (PERAÇOLI; PARPINELLI, 2005). Ainda no artigo de Peraçoli e Parpinelli (2005) pode ser observada uma citação de Sibai e colaboradores (2005), que relata a existência de uma determinada falha nos métodos preventivos, com principais coadjuvantes erros médicos, a falha no uso do sulfato de magnésio, baixa idade gestacional, e surgimento repentino. Após um episódio convulsivo, ocorre um aumento da frequência respiratória chegando a aproximadamente 50 incursões por minuto, seguida de hipoxemia, cianose, febre com temperatura maior ou igual a 39° C, e na maioria dos casos está associada a hemorragias cerebral, edema pulmonar, e amaurose. De acordo com essas evoluções do quadro clínico, pode-se observar o inicio do trabalho de parto, denominado anteparto. Essa evolução da complicação gestacional não atinge somente a mãe, mas o feto sofrerá diversas alterações, dentre elas a redução da frequência cardíaca, bradicardia (BRASIL, 2000). De acordo com Kahhale (2002), após o uso de medicamentos hipotensores, e reguladores hemodinâmicos e metabólicos, faz-se necessária à observação de, aproximadamente, 2 horas para a normatização das complicações da eclampsia para iniciar o parto, com as opções de: cesariana nos casos em que a mulher não mantém o controle dos níveis pressóricos, mesmo após medicações; parto vaginal quando não oferece riscos maternos; em casos de óbito fetal e normatização da pressão arterial é induzido o parto vaginal. 18 6.4.3. Síndrome de Help A síndrome de Help pode ser designada como uma variante grave da pré-eclâmpsia, sua incidência é de aproximadamente de 6,6% a 24,1%. Sua denominação de HELP é a junção das iniciais inglesas de: hemólise (H), ampliação nos níveis de enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP) (BRASIL, 2000). Segundo Brasil (2000), além dos sinais já aparentes da pré-eclâmpsia, essa síndrome também se associa a hemorragia na região da gengiva (gengivorragia), hematúria ou oligúria, icterícia, hipoglicemia, hiponatremia, hemorragia vítrea, e em alguns casos, ocorre a presença de esteatose hepática aguda, apendicite, lúpus eritematoso sistêmico. 6.4.4. Complicações neonatais De acordo com as literaturas, além do risco de óbito, prematuridade, infecções neonatais, baixo peso e diminuição do crescimento, hipóxia neonatal sendo, em sua maioria, necessária a internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, para um melhor suporte ventilatório, levando o neonato a apresentar um baixo índice de Apgar tanto no primeiro quanto no quinto minuto de avaliação (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010). Além de maior propensão a desenvolver doenças pulmonares agudas e crônicas, com risco de desenvolvimento tardio de hipertensão arterial e dislipidemia (PASTORE; VINADÉ). 19 6.5. Atuação fisioterapeutica A partir da concepção até o momento do parto classifica-se como período pré-natal, em que ocorrerão diversas modificações em todo o organismo feminino. Nesse período, cabe ao fisioterapeuta orientar a gestante quanto às adaptações fisiológicas, preparando-a fisicamente, através da conscientização das mudanças posturais, bem como melhorar a potencia muscular para que diante das exigências extras da gravidez, ela se mostre apta a suportar as necessidades circunstanciais (BARACHO; BARACHO; VELLOSO 2007). É sabido que o fisioterapeuta em seu atendimento utiliza-se de exercícios, diferenciando-os de acordo com o seu objetivo, que é aliviar e prevenir dores e os desconfortos das adaptações gestacionais, além de melhorar a autoestima, empregando recursos como atividades físicas, técnicas manuais e eletrotermoterapia (BARACHO, 2007). Segundo Miranda e Abrantes (2003), estas atividades podem ser praticadas por gestantes que nunca praticaram nenhuma atividade física, apresentando como período de adaptação de aproximadamente duas semanas, devendo ser passado para essa gestante que esse período de exercício é um momento agradável, com exercícios ritmados. Nessa prática é de grande importância ressaltar que os exercícios físicos não devem exceder os limites maternos, pois esses geram uma condição desfavorável ao desenvolvimento gestacional, devendo também ser observadas as condições ambientais e climáticas para execução de atividades físicas. A intensidade do exercício pode ser calculada através do teste de conversa, que se executa durante o exercício físico, já que se a mulher for capaz de exercitar-se e dialogar sem esforço, o nível de intensidade é considerado normal; ou através da utilização de escala visual de esforço, sugerindo-se em sua maioria a escala de Borg para gestantes (BARACHO, 2007). 6.5.1. Atividade física em gestante hipertensa De acordo com Sass e Mesquita (2005), a atividade física exagerada está contraindicada neste grupo de gestante, como um meio de prevenção de complicações, que não estão esclarecidas em seu estudo, citando ainda que a paciente deve permanecer o maior tempo possível em repouso em decúbito lateral esquerdo, além de adaptar-se com afastamento de atividades profissionais. 20 Ainda em Sass e Mesquita (2005), cita que não há métodos eficazes de prevenção para doenças hipertensivas da gestação, mas que pode ser feito o seu controle como meio preventivo. Antigamente, por volta do século XX, a prática de exercícios físicos em gestantes era muito preocupante, mas, atualmente, pode se dizer quer este fator deixou de existir, pois os novos estudos demonstram que a prática de exercícios físicos não causa interferência na gestação, bem como, não reduz o peso do feto (MARQUEZ et al., 2000; LEET; FLICK L, 2003 apud BURGOS, 2010). A prática de exercícios físicos é indicada não apenas para mulheres que já possuíam o hábito de exercitá-los, mas também para as mulheres sedentárias, e àquelas que já têm histórico de complicação obstétrica, com aprovação médica para o início das atividades (ACOG, 2002 apud BURGOS, 2010). Segundo Souza, Dubiela e Serrão Junior (2010), a fisioterapia atuará na prevenção das complicações na gestação através da realização de exercícios para condicionamento cardiovascular, objetivando a redução da frequência cardíaca e da pressão arterial, evitando a necessidade da utilização de fármacos. Barbosa e Tufanin (2012) complementam esta informação, afirmando uma real redução dos níveis pressóricos, explicados através da redução nos valores do débito cardíaco e da frequência cardíaca. Os exercícios realizados em uma gestação normal, também apresentam resultados eficazes em gestantes hipertensas, que afirmam a redução do risco de desenvolver complicações como a pré-eclâmpsia em até 35% dos casos (SORENSE, 2003 apud SOUZA, DUBIELA, SERRÃO JUNIOR, 2010). 6.5.2. Reabilitação cardiovascular Segundo Nobre, Santos e Fonseca (2006), estima-se que o índice de mortalidade por episódios cardiovasculares está em declínio nas regiões brasileiras mais desenvolvidas, de acordo com as novas medidas de controle, com tratamentos cirúrgicos e medicamentosos. Já em sua contraposição está o estilo de vida adotado com características do sedentarismo e má alimentação, facilitando o desenvolvimento de patologias crônico degenerativas. Com evolução para eventos cardiovasculares, o paciente iniciará a reabilitação cardiovascular que tem como objetivo reparar os níveis cardiovasculares máximos, proporcionando o retorno às atividade tradicionalmente realizadas antes da complicação 21 cardiovascular. Além deste objetivo a reabilitação cardiovascular também apresenta o proposito de melhorar a qualidade de vida (FLORES; ZOHMAN, 2002). De modo simplificado, é importante ressaltar a prevenção dos episódios cardiovasculares. Em indivíduos com hipertensão arterial a prática regular de atividade física tem demonstrado eficácia na condição cardiorrespiratória, com o controle e a manutenção dos níveis pressóricos, perda de peso, e controle no tratamento de dislipidemias, bem como o controle do estresse (BRUM et al., 2006). Os protocolos de evolução dos exercícios físicos são realizados, diariamente, em pacientes que apresentam alguma incapacidade. Usa-se o protocolo de Kattus adaptado em esteira com inclinação, havendo a graduação dos mets, inicialmente com velocidade de 0,8 Km/h (4 met), com desenvolvimento máximo de 6,4 Km/h (9 met), ou após um evento coronariana, utiliza-se o protocolo de Bruce modificado em esteira horizontal à 2,4 Km/h, com graduação da inclinação da esteira (FLORES; ZOHMAN, 2002). De acordo com Flores e Zohman (2002), o condicionamento cardiovascular deve ser feito de modo supervisionado/monitorado, com exercícios isotônicos, rítmico e aeróbico, abrangendo amplas massas musculares, envolvendo o mínimo de componente isométrico. Para a prescrição da intensidade deste exercício dever respeitar os métodos da Associação Americana de Cardiologia, com a frequência cardíaca submáxima a 70 % (220-idade-70%), com duração máxima do exercício num período de 20 a 30 minutos. Em relação às contraindicações absolutas estão as arritmias cardíacas severas, pericardite aguda, endocardite, estenose aórtica grave, disfunção severa do ventrículo esquerdo, angina ativa, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar, e incapacidade física. Contraindicação relativa: hipertensão arterial e pulmonar grave descontrolados, taquiarritmias, cardiopatias valvulares moderadas, estenose coronariana e miocardiopatia hipertrófica (FLORES; ZOHMAN, 2002). 6.5.3. Sistema cardiovascular e exercícios físicos Ao iniciar um exercício físico ocorrerá inicialmente a elevação da frequência cardíaca de forma linear ao aumento da velocidade de execução do exercício, sendo compensado com um aumento no débito cardíaco, que, neste momento, será imprescindível para abastecer as necessidades de oxigênio muscular, além de levar a um aumento no volume sistólico de acordo com a intensidade do exercício, com elevação de até 50% no 22 consumo de oxigênio, gerando assim um aumento na pressão de enchimento ventricular, e aumento no volume diastólico, observando os limites desejados da frequência cardíaca, para que seja realizada a interrupção do exercício. Logo após o exercício, poderá ser observada uma diminuição não muito significante do débito cardíaco, e uma diminuição da frequência cardíaca e o aparecimento da bradicardia de repouso, explicados como um aumento do tônus vagal cardíaco, e a redução do tônus simpático, além do aumento no consumo de oxigênio (RONDON, 2006). Em seu estudo Cunha e colaboradores (2006), confirmam os dados expostos por Rondon (2006), acrescendo as informações, em que atividades físicas aeróbicas de caráter contínuo de baixa intensidade, têm apresentado uma redução significativa nos níveis pressóricos pós-exercícios, efeito este, benéfico em pacientes hipertensos. 6.5.4. Cinesioterapia na gestação Segundo Alcãntara e colaboradores (2012), no sistema cardiovascular ocorrerão alterações na frequência cardíaca, com elevações no final da gestação. O débito cardíaco também apresentará elevações, sendo de fundamental importância a verificação da pressão arterial como forma de acompanhamento da gestante na prática de atividade física. De acordo com Miranda e Abrantes (2003), a prática de exercícios físicos na gestação deve ser subdividida em séries, com atividades específicas e dosadas. 6.5.4.1. Série Metabólica Os exercícios metabólicos possuem como intuito, ativar a circulação sanguínea, e elevar a capacidade pulmonar, realizada através de movimentos em membros inferiores principalmente com caminhadas em terrenos estáveis, associando exercícios em membros superiores, objetivando a correção postural. Observa-se que, durante a realização dos exercícios deve ser evidenciada a coordenação, juntamente com a respiração, em inspirações pelo nariz e expiração pela boca (MIRANDA; ABRANTES, 2003). Alves e outros (2006) descrevem, em seu trabalho realizado com pacientes hipertensos, a realização de exercícios metabólicos, ou como também denominado aquecimento, como uma série de exercícios que abrangem grandes cadeias musculares, sendo estes realizados com intensidade progressiva. 23 Segundo Miranda e Abrantes (2003), esta série deve ter uma duração média de 5 a 10 minutos em pacientes gestantes normotensas, já em observação a estudos de Alves e colaboradores (2006) a reabilitação cardiovascular, que tem como objetivo condicionar o sistema cardiovascular em pacientes hipertensos, sugere que a série metabólica percorra um período de 5 a 10 minutos, sendo estes pacientes saudáveis ou portadores de fatores de risco. 6.5.4.2. Série Principal Segundo Miranda e Abrantes (2003), esta série é composta por exercícios musculares, com a finalidade de manter a tonicidade da musculara, já que no período gestacional estes se alongam. Este trabalho ajudará no crescimento uterino na posição vertical, permitindo o alongamento da musculatura costal, com afastamento das vertebras lombares e descompressão nervosa, aliviando em sua maioria as lombalgias. Exercícios estes realizados em posição ortostática, sentada, decúbito dorsal e lateral, com uso de bastão, peso ou barra, com duração de aproximadamente 30 (trinta) minutos. Já em observação a outros estudos, esta série é composta por programas aeróbicos durante o programa de condicionamento cardiovascular em pacientes hipertensos, sendo esta seguida por outra série denominada ginástica localizada, onde sua característica é o trabalho de exercícios musculares (ALVES et al., 2006). Objetivo este requisitado na série principal nos estudos de Miranda e Abrantes (2003), em trabalho com gestantes. De um modo ou outro, esta série é composta por programas de exercícios que mostram a necessidade de avaliações prévias, permitindo-se assim a prática de exercícios regulares (BURGOS, 2010; ALVES et al., 2006) Em sua maioria, são realizados para condicionamento cardiovascular exercícios de forma rítmica, como caminhadas, ciclismo e natação. Podendo estes ser associados à prática, à melhoria da função ventricular, melhoria na viscosidade sanguínea e na vasodilatação coronariana. Segundo Miranda e Abrantes (2003), benefícios estes são aparentes na realização da série metabólica, já em Alves et al. (2006), sugere um prazo de até 8 semanas para serem verificados os benefícios citados em pacientes hipertensos, surgindo na realização da série principal (exercícios aeróbicos). De acordo com Alves e colaboradores (2006), deve-se ressaltar que em pacientes hipertensos o exercício aeróbico pode provocar variadas alterações hemodinâmicas e neurohumorais, analisando-se que, após o término do exercício físico há uma redução nos níveis 24 de concentrações plasmáticas de noradrenalina, além de, uma diminuição da atividade simpática na musculatura lisa dos vasos e elevação da sensibilidade reflexa pressorreceptor, justificando a hipotensão pós-treino aeróbico. Em abordagem ao tema de duração do exercício, pode se analisar também relatos de exercícios aeróbicos em gestantes com histórico prévio de hipertensão, com duração de 40 minutos e em período de 5 vezes por semana, utilizando-se como base a caminhada (YEO et al., 2002 apud BURGOS, 2010). Já em Burgos (2010), foram avaliados os benefícios gerados pela realização de exercícios aeróbicos em gestantes hipertensas, utilizando bicicleta estacionária, por período de 20 minutos, justificando a utilização deste meio à sua segurança, que atua como meio de prevenção de traumas e desequilíbrio, já que no período gestacional a mulher apresenta uma alteração em sua estrutura corporal. Dean (2004) expõem em seu estudo que, na reabilitação cardiovascular o exercício aeróbico contínuo por um período de 5 a 20 minutos é classificado como intensidade leve, sendo possível serem prescritos à pacientes de risco, mas apesar desta classificação deve-se monitorar a presença de qualquer alteração, de forma criteriosa, para que possa ser inibido qualquer risco inerente ao exercício. 6.5.4.3. Série Respiratória Segundo Polden e Mantle (2005), a respiração é um processo que ocorre de maneira involuntária, com volumes e profundidades variadas, podendo a mesma ser realizada de forma voluntária, sendo esta controlada e manipulada. Com o desenvolvimento gestacional ocorre uma alteração da configuração do tórax (cerca de 5 a 7 centímetros da circunferência), o diafragma é elevado em até 5 centímetros da sua posição de repouso, com alteração progressiva do ângulo subcostal de 68,5° para 103,5°, levando a um deslocamento na zona de aposição do diafragma, o que influencia, discretamente, na frequência respiratória, alterando a configuração da mecânica ventilatório, ocasionando assim uma redução do volume residual (ALCÃNTARA et. al., 2012). De acordo com Dean (2004), devido a alterações da capacidade de transporte de oxigênio, a prática de exercícios trará uma maior demanda metabólica, onde esta será suprida por aumento no trabalho do sistema cardíaco e respiratório, constituindo um aumento do consumo de oxigênio e metabólico global. Uma das consequências da prática de 25 exercícios aeróbicos no sistema respiratório é um aumento na ventilação por minuto, melhorando o volume corrente e o discreto aumento na frequência respiratória. O treino respiratório em gestantes é utilizado em várias fases, representando a preparação para o trabalho de parto, com inspirações lentas pelo nariz e expirações prolongadas pela boca (MIRANDA; ABRANTES, 2003). Devido às alterações fisiológicas da gestação, e associação da hipertensão arterial a este período, ocorre uma redução na perfusão em vários órgãos, dentre estes os pulmões, levando a uma redução do volume plasmático e comprometimento da velocidade do fluxo sanguíneo (DUSSE et al., 2001 apud MAYO; ARAUJO, 2008). A fisioterapia respiratória associada a exercícios proporcionará uma maior resistência das vias aéreas, bem como, manterá a integridade da musculatura respiratória (CORLETA, KALIL, 2010 apud PEDROSO et al., 2012). A série respiratória contará com: respirações torácicas para conscientização corpórea; respiração abdominal ou diafragmática, beneficiando a descida diafragmática, e melhorando a oxigenação sanguínea e relaxamento; respiração de bloqueio, utilizando nas técnicas os comandos de inspirar profundamente pelo nariz, flexionar o pescoço, e realizar uma contração abdominal, forçando assim a descida do diafragma (PEDROSO et al., 2012). No entanto, com a prática regular de exercícios físicos reduz-se esse estresse cardiovascular, o que se reflete, especialmente, em frequências cardíacas mais baixas, maior volume sanguíneo em circulação, maior capacidade de oxigenação, menor pressão arterial, prevenção de trombose, varizes e redução do risco de diabetes gestacional (PEDROSO et al., 2012, p.8). Em um estudo exposto por Pinheiro e colaboradores (2006) realizado em observação a pacientes hipertensos, verificou-se que o exercício respiratório em padrão lento melhora a expansibilidade torácica, levando a uma redução da pressão arterial e frequência cardíaca, o que beneficia a sensibilidade do barorreflexo. 6.5.4.4. Relaxamento O momento do relaxamento apresenta grande importância para a gestante, principalmente no primeiro trimestre, no qual ela apresenta extremo cansaço e náuseas e na maioria dos casos, costumam se associar ao estilo de vida da mulher atual, ou seja, o estresse do trabalho (POLDEN; MANTLE, 2005). 26 As mudanças gestacionais e as alterações posturais acometem a musculatura das costas e pescoço devido ao aumento da tensão, aparecendo nódulos musculares em pontos gatilhos (CASSAR, 2001). De acordo com Polden e Mantle (2005), qualquer técnica de relaxamento fisioterapêutico deve ser compreendida pelo profissional e aplicada de modo a proporcionar a diminuição da tensão, trazer a calma e conforto, de modo a afastar os pensamentos preocupantes. Miranda e Abrantes (2003) relatam em seu estudo que no momento de relaxamento, a gestante deve evitar posições que causem desconfortos, sendo indicada, principalmente, a posição sentada ou em decúbito lateral esquerdo. Já em Cassar (2001), apresenta a indicação da massagem terapêutica para pacientes com hipertensão arterial, expondo que esta ajudará na diminuição do estresse, minimizando as atividades simpáticas, sendo assim, levará a uma redução da intensidade da vasoconstrição arterial, gerando uma menor resistência dos vasos diante do fluxo sanguíneo. Observa-se a contraindicação de massagem em região abdominal, devido provocar uma atuação reflexa sobre a musculatura cardíaca, e aumento súbito da pressão arterial. 27 7. METODOLOGIA Este estudo trata-se de uma pesquisa quantitativa, apresentando como fonte de coleta de dados um estudo de caso. Para a realização deste estudo, será exposto à paciente o modo em que será realizada a coleta de dados, e a partir deste momento haverá a observação da evolução de acordo com a progressão dos atendimentos, logo após comparar-se-ão os dados coletados (POLIT; BECK; HUNGLER, 2001). 7.1. Descrição do paciente No presente estudo serão utilizados os seguintes critérios de seleção para participação da pesquisa: paciente gestante, com idade superior a 18 (dezoito) anos, apresentando como diagnóstico clínico hipertensão arterial sistêmica crônica, bem como idade gestacional no inicio da pesquisa entre 12 (doze) e 20 (vinte) semanas. Considerandose a necessidade de apresentação de encaminhamento médico do Sistema Único de Saúde (SUS). São verificados como critérios de exclusão de pesquisa: gestação múltipla, cardiopatias associadas, insuficiência renal, incompetência istmo-cervical, associação de comorbidade (tabagista, etilista, dependente química), sangramento persistente, perda de líquido amniótico, ausência de acompanhamento médico (pré-natal). No presente estudo será acompanhada uma paciente do sexo feminino, com 24 (vinte e quatro) anos de idade, apresentando-se em uma união estável, auxiliar de escritório, residente no município de Paracatu-MG. De acordo com os critérios de inclusão, a paciente apresenta-se com o diagnóstico clínico de hipertensão arterial crônica à aproximadamente 7 (sete) anos, fazendo uso aos medicamentos previamente ao período gestacional: Lorsatran 50 mg e Igrotan 25 mg, gravidez unípara, acompanhamento pré-natal regular. As sessões serão realizadas na Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma, centrada na Rua Eugênia Martins de Souza, número 17, bairro Alto do Córrego na cidade de Paracatu. O município está situado no estado de Minas Gerais, localizado na região Noroeste, à 220 km da capital nacional Brasília e a 500 km da capital estadual Belo Horizonte (IBGE, 2011). As sessões serão realizadas duas vezes por semana com duração de cinquenta minutos cada. Com a somatória total de 20 (vinte) sessões, durante 3 (três) meses, 28 desenvolvidas sob orientação fisioterapêutica. Será utilizado neste período, o protocolo fisioterapêutico previamente utilizado por outros autores, e adaptado pela autora deste estudo, de acordo com as necessidades da paciente. Inicialmente, ocorrerá a aplicação de uma ficha de avaliação, onde serão analisados os dados disponibilizados pela gestante, bem como a verificação do uso de medicamentos. Para as sessões e coleta de dados para a monografia, serão realizados: aferição de pressão arterial com aparelho SOLIDOR verificado pelo INMETRO (N°6,958,723,1), realizada antes do exercício, a cada 10 (dez) minutos após iniciação do exercício aeróbico em bicicleta estacionária da marca VITALLE III, finalizando o exercício após 20 (vinte) minutos de exercício com nova aferição de pressão arterial, os exercícios serão interrompidos a partir de esforço (escala de BORG – Anexo D); a frequência cardíaca será verificada antes dos exercícios e a cada 10 (dez) minutos de exercício, e no final de 20 (vinte) minutos, ou sob as condições citadas anteriormente; os exercícios devem ser realizados de maneira rítmica e progressiva, seguidos de exercícios isométricos leves em cadeia cinética aberta, com materiais disponibilizados na Clínica Escola. De acordo com o Conselho Nacional de Saúde, resolução 196/96, o termo de consentimento foi explicito à paciente, sendo obtida de maneira livre e esclarecida a concordância de participação do estudo. 7.2. Análise de dados Revisão bibliográfica analisada dos artigos publicados nos bancos de dados: SCIELO, BiremeBioline, Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde, Centro Cochrane do Brasil, e Departamento de Cardiológico do Brasil. Com utilização das palavras chave: risco gestacional, hipertensão, gravidez, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, complicações da hipertensão na gestação. Sendo incluídos artigos publicados nos últimos 10 (dez) anos, no idioma português. Serão utilizados para a análise dos dados recolhidos os programas da Microsoft Office Word 2010 e Microsoft Office Excel 2010. 29 8. CRONOGRAMA Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Pesquisa bibliográfica X X X Confecção Projeto X X X Entrega do Projeto 1ª avaliação X X X Análise dos resultados X do TCC X X X X X X X X Correção e entrega final X X 2ª avaliação Defesa X X X 30 REFERÊNCIAS ALCÂNTARA, Nayara N. et al. Influência da hidroterapia nas variáveis cardiorrespiratórias na gestação. Revista Neurociência, 2012. Disponível: <http://www.fisioterapia.com/public/files/artigo/hidroterapia.pdf>. Acesso em: 27 maio 2013. ASSIS, Thaís R.; VIANA, Fabiana P.; RASSI, Salvador. Estudo dos principais fatores de risco maternos nas síndromes hipertensivas da gestação. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2008001300002>. Acesso em: 18 fev de 2013. BARACHO, Elza. Exercícios na Gravidez. In: BARACHO, Elza. Fisioterapia aplicada à obstetrícia, uroginecologia e aspectos de mastologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 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Cap. 14 pag. 265. 34 ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO (Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96) Eu _______________________________________________________________, RG _______________________, abaixo qualificada(o), DECLARO para fins de participação pesquisa, que fui devidamente esclarecida(o) sobre o Projeto de Pesquisa intitulado: Análise do nível de controle da pressão arterial sistêmica em paciente gestante hipertensa, em um programa de reabilitação cardiovascular: estudo de caso, desenvolvido pela aluna Franciele Montijo dos Santos, do curso de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos: Durante o período gestacional o fator de risco mais comumente encontrado é a hipertensão arterial, sendo que à hipertensão gestacional apresenta-se apenas no período da gravidez ou após a vigésima semana comumente associada às alterações nos níveis de proteinúria, e a hipertensão arterial crônica presente anteriormente ao período gestacional, estas alterações nos níveis pressóricos geram um grave prognóstico materno-fetal, responsável pelo aumento da morbimortalidade perinatal, pré-eclâmpsia e eclampsia. Haverá a aplicação de um protocolo de reabilitação cardiovascular adaptado, com uma frequência de duas vezes por semana entre os meses Abril e Julho de 2013, sendo realizado atendimento na Clínica Escola de Fisioterapia, na cidade de Paracatu – MG, esse programa de reabilitação constará de: exercício aeróbico em bicicleta estacionária, em ritmos progressivos e exercícios isométricos com carga gradativa, em sessões de cinquenta minutos. O treinamento citado tem como objetivo avaliar os benefícios gerados pelo uso dos exercícios aeróbicos, rítmicos e isométricos, sobre a pressão arterial sistêmica, e frequência cardíaca em paciente gestante com hipertensão arterial crônica, sendo os resultados comparados com os níveis anteriores à sua inserção ao programa de condicionamento, durante e depois deste período. A paciente tem a liberdade de recusar a sua participação ou retirar o seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalidade alguma e sem prejuízo ao tratamento e cuidado. É garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais 35 envolvidos na pesquisa. Os dados e informações concedidas pela paciente serão utilizados neste trabalho com fins de conclusão da graduação em Fisioterapia. DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ser entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa. Paracatu, abril de 2013. QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Objeto da Pesquisa Nome: ........................................................................................................................................ RG:........................................................ Data de nascimento: ....../....../........ Sexo: M ( ) F ( ) Endereço: ............................................................................ N°: .............. Apto: ...................... Bairro: ................................... Cidade: .............................. Cep: ........................ Tel.: .............. _______________________________________ Assinatura do Declarante Declaração do pesquisador DECLARO, para fins de realização da pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no Capítulo IV da Resolução 196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para a realização desta pesquisa. Paracatu, abril de 2013 ______________________________________ Franciele Montijo dos Santos Assinatura do Pesquisador 36 ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÃO 37 38 ANEXO C – ENCAMINHAMENTO MÉDICO 39 ANEXO D – ESCALA DE ESFORÇO (BORG) 6 7 Muito, muito leve 8 9 Muito leve 10 11 Razoavelmente leve 12 13 Um pouco árduo 14 15 Árduo 16 17 Muito árduo 18 19 Muito, muito árduo 20 Segundo Flores e Zohman (2002).