1 - Igreja Batista da Lagoa

Propaganda
Doutrina
de
DEUS
Evandro Lima da Silva
Doutrina de Deus
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Doutrina de Deus
Pr. Evandro Lima da Silva
Doutrina de Deus
1ª Edição
Araruama
2011
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Doutrina de Deus
Agradecimentos e dedicação
Agradeço a Deus por tudo que Ele é e por sua ação graciosa, misericordiosa em
minha vida e em minha família. Agradeço a Patrícia minha querida e amada esposa
por me aturar e por minha ausência às vezes, para me dedicar ao exercício do
ministério, agradeço a meu filho Daniel que com suas palavras me emociona o tempo
todo.
Agradeço a Deus a Igreja Batista da Lagoa, e os muitos irmãos que me incentivam e
apóiam o meu 1º ministério, ao Pr. Daniel M. Brum e Irmã Adilcéia Arsênio Brum
por terem me apoiado e incentivado na transição da congregação IBL para igreja,
também louvo e agradeço a Deus pela vida do Reverendo Elpídio Affonso pela
amizade e pela dedicação na edição deste.
Dedico esse material aos alunos: Aldaci Carvalho Affonso, Edilde Veloso Castro,
Edson dos Santos Silva, Isabel Pereira Costa, Maria Mercedes da Silva Andrade,
Nilce Alves da Silva Rosa, Kátia Siqueira, do Curso Básico em Teologia da IBL, não
desistam! Você são frutos deste trabalho.
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Doutrina de Deus
Sumário
Prefácio.....................................................................................................................................6
O que os Batistas Pensam sobre a Doutrina de Deus?..............................................................7
Introdução.................................................................................................................................8
Argumentos tradicionais da existência de Deus.....................................................................10
A Existência de Deus..............................................................................................................11
Erros Filosóficos relativos à existência de Deus....................................................................12
O Ser Deus..............................................................................................................................14
Os Atributos de Deus..............................................................................................................16
Atributos Naturais...................................................................................................................16
Atributos Morais de Deus.......................................................................................................19
A Trindade Divina..................................................................................................................21
Provas Escriturístico da Doutrina da Trindade.......................................................................23
Considerações sobre a Doutrina da Trindade.........................................................................25
Erros com respeito à Trindade................................................................................................26
Alguns Teólogos e a Trindade................................................................................................33
História do desenvolvimento da doutrina da Trindade...........................................................36
Conclusão...............................................................................................................................38
Anexo (perguntas e respostas sobre a Doutrina de Deus)......................................................39
Referencia Bibliográficas.......................................................................................................46
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Doutrina de Deus
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Doutrina de Deus
Prefácio
E
sse material é fruto de pesquisa de uma série de outros materiais já
publicados por grandes homens de Deus, anotações em sala de
aula enquanto seminarista e apostilas usadas no Seminário.
Também foram feitos alguns comentários, pequenos ajustes e
acréscimo no que diz respeito à Doutrina de Deus. Não tenho a mínima
pretensão (a mínima!) de esgotar o ajunto que é tremendamente vasto.
Hoje mais do que nunca há uma necessidade de estudar sobre a
doutrina de Deus. O misticismo tem tomado conta da Igreja evangélica
brasileira e o povo está abandonando o estudo da Palavra de Deus e sendo
discipulado pelos programas “evangélicos” de rádio que em sua maioria é
feito por pessoas sem nenhum conhecimento teológico sério. É comum os
crentes ficarem confusos com tantas “teologias”, sem aprofundamento
bíblico. Frases como: “Você nasceu para vencer”, “Não aceite a doença”,
“Se você está em Cristo precisa prosperar”, “Participe da sexta do
Batismo com Espírito Santo”, além das propagandas: “terça do milagre
urgente”, Segunda do Sabonete Ungido, “Quinta da rosa consagrada”, e
por vai...
É comum também ouvir questionamentos como: “Pastor por que Deus
não castiga meu vizinho, que tanto me atormenta?” “Por que Aquela
pessoa malvada prospera e eu não?” “Há pecado maior ou menor para
Deus?”
Por tudo isso, percebo uma urgência e uma necessidade de um estudo
(ainda que limitado) da doutrina de Deus. Mesmo que seja um desafio,
porque o povo não quer mais estudar a Bíblia e isso é bem claro para nós
ao percebemos que em nossa comunidade (IBL) onde temos um curso
básico em teologia o número de interessados é muito reduzido.
Com isso o povo continua na “escuridão” teológica, ou pior criando a
sua própria teologia de “achismo”, e muito pior os que ainda são
“ensinados” pelos debates e programas de rádios “evangélicas”, que
ajudam desconstruir a teologia evangélica reformada.
Minha oração é que Deus desperte seu povo para um avivamento, e
que possamos voltar para o estudo sério da Palavra de Deus, para uma
reflexão teológica a respeito da “teologia” que estão pregando dentro das
igrejas “evangélicas” nos dia de hoje.
O estudo dessa matéria tem o objetivo de ajudá-lo a conhecer mais do
caráter de Deus, e prepará-lo para viver um nível ainda maior de
intimidade com Ele.
Evandro Lima da Silva - Pastor
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Doutrina de Deus
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Doutrina de Deus
O que os Batistas pensam sobre a Doutrina de Deus?
Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira
1.O único Deus vivo e verdadeiro é Espírito pessoal, eterno, infinito
e imutável; é onipotente, onisciente, e onipresente; é perfeito em
santidade, justiça, verdade e amor.
2.Ele é o criador, sustentador, redentor, juiz e Senhor da história e do
universo, que governa pelo seu poder, dispondo de todas as coisas, de
acordo com o seu eterno propósito e graça.
3.Deus é infinito em santidade e em todas as demais perfeições.
4. Por isso, a ele devemos todo o amor, culto e obediência.
5.Em sua triunidade, o eterno Deus se revela como Pai, Filho e
Espírito Santo, pessoas distintas mas sem divisão em sua essência.
1 Dt 6.4; Jr 10.1; Sl 139; 1Co 8.6; 1Tm 1.17; 2.5,6; Ex 3.14; 6.2,3; Is 43.15; Mt 6.9; Jo 4.24;
Ml 3.6; Tg 1.17; 1Pe 1.16,17
2 Gn 1.1; 17.1; Ex 15.11-18; Is 43.3; At 17.24-26; Ef 3.11; 1Pe 1.17
3 Ex 15.11; Is 6.1,2; 57.15; J34.10
4 Mt 22.37; Jo 4.23,24; 1Pe 1.15,16
5 Mt 28.19; Mc 1.9-11; 1Jo 5.7; Rm 15.30; 2Co 13.13; Fp 3.3
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Doutrina de Deus
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Doutrina de Deus
Introdução.
Gostaria de iniciar esse estudo com as palavras do saudoso Pastor
Batista Isaque Nunes Pinheiro que diz:
É digno de nota o esforço que o finito (homem) tem feito para
conhecer o infinito (Deus). Essa busca de conhecimento está na
sede que o homem de um Ser que lhe transcenda, como bem
acentuou o salmista “A minha alma tem sede de Deus, do Deus
vivo...” (Sl. 42.2).
Entretanto, parece, à primeira vista, que quanto mais busca o
homem conhecer a Deus, menos O conhece; o que não invalida de
maneira nenhuma a tentativa. A dificuldade em conhecer o Deus
Vivo, soberano e Absoluto está no fato de não haver nada no
Universo igual a Ele. “O que Ele é não pode ser concebido pela
mente porque Ele é ‘inteiramente outro’ alheio a tudo de que
tivemos experiência antes. A mente não tem material de que partir.
Ninguém jamais abrigou um pensamento que se possa dizer que
descreve a Deus senão no sentido mais vago e imperfeito. Onde
Deus é conhecido, só tem que ser por outra maneira que não por
meio da nossa razão de seres criados” ( A Conquista Divina,
Páginas 64 e 65).
Acrescenta ainda o Dr. Tozer um legado escrito por Novaciano, nos
seguintes termos: “Em todas as nossas meditações sobre as
qualidades dos atributos e do conteúdo substancial de Deus, vamos
além das nossas capacidades de adequada percepção, e tampouco a
eloqüência humana consegue apresentar, um poder proporcional à
Sua grandeza. Na contemplação e proclamação mental é fraco. Pois
Deus é maior do que a mente.
Não se pode conceber a Sua grandeza. Não; se pudéssemos
conceber Sua grandeza, Ele seria inferior à mente humana que teria
formulado a concepção. Ele é maior do que toda linguagem, e
nenhuma declaração pode expressá-lO. Na verdade, se alguma
declaração pudesse expressá-lO, Ele seria inferior ao linguajar
humano que, mediante essa declaração, teria podido compreender e
inferir tudo que Ele é. Até certo ponto, por certo, podemos ter
experiência dEle, sem linguagem, mas homem nenhum pode
exprimir com palavras tudo que Ele é em Si mesmo. Suponhamos,
por exemplo, que alguém fale dEle como luz; esta é uma apreciação
de uma parte da Sua criação não é uma apreciação propriamente
dEle. Não expressa o que Ele é. Ou suponhamos que alguém fale
dEle com poder. Isso também expõe em palavras e Seu atributo de
onipotência e não o Seu ser. Ou suponhamos que alguém fale dEle
11
Doutrina de Deus
com majestade. Uma ver mais, temos uma declaração da honra que
Lhe pertence, e não dEle em Si mesmo...Para resumir a matéria
numa única sentença, toda e qualquer declaração que se possa fazer
a respeito de Deus expressa alguma posse ou virtude de Deus, e não
propriamente Deus. Que palavras ou pensamentos são dignos
dAquele que está acima de toda língua e de todo pensamento? A
Concepção de Deus como Ele é só pode ser captada de um modo, e
mesmo isso nos é impossível, está além do nosso alcance e da nossa
compreensão; pensar nEle como em Ser cujos atributos e grandeza
estão além das nossas faculdades de entendimento, ou mesmo de
pensamento” ( A Conquista Divina, página 65).
Pois bem, vamos juntos na leitura e na aventura de tentar ainda que
limitados, conhecer mais um pouco sobre o Autor e Consumador de
nossa fé. Foi pensando que ainda não se dobrou a apostasia e nem o
misticismo que resolvi organizar esse estudo.
Este assunto é também chamado de Teologia própria ou Teologia
propriamente dita, queremos nos referir ao estudo de Deus como Ser
pessoal e seus atributos. A doutrina de Deus é básica em qualquer
religião, especialmente no cristianismo, onde a idéia de Deus é a
mais completa e elevada, em virtude da revelação especial. Para o
indivíduo, é de suma importância uma compreensão mais profunda e
correta de Deus. Saber quem é Deus, seu caráter e o modo como Ele
se relaciona com o mundo e com o homem em particular é
imprescindível para um relacionamento correto com Ele. Enfim, o
caráter da nossa religião e a firmeza da nossa teologia depende da
compreensão que temos de Deus.
Definição: Não podemos definir Deus, porque toda definição
pressupõe uma limitação, e sendo Deus infinito, não poderá Jamais
ser definido pelo ser infinito que é o homem. Ou seja, a criatura
nunca poderá definir o criador. O que o homem pode fazer é
estabelecer conceitos sobre Deus.
Conceitos: Dentro da nossa visão sobre Deus, podemos conceituar
o que entendemos ser a idéia de Deus. Entre os diversos conceitos
sobre Deus, podemos citar:
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Doutrina de Deus
Catecismo de Westminster – “Espírito infinito, eterno e imutável
em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade.”
Andrew Fuller – “A primeira causa e última fim de todas as
coisas.”
Augustus H. Strog – “Deus é Espírito infinito e perfeito em quem
todas as coisas têm a sua fonte, sustento e fim.”
A.B. Langston – “Deus é Espírito pessoal, perfeitamente bom, que
em seu santo amor cria, sustenta e dirige tudo.”
A verdade Fundamental – A existência de Deus é a primeira e
fundamental Verdade que se desenvolve na esfera da observação, do
raciocínio, da experiência etc..., mas a sua origem é independente e
precede à experiência. Cronologicamente somente a reflexão sobre o
fenômeno da natureza e da mente, ocasiona o seu surgimento na
consciência. É, portanto, uma intuição racional.
Critério da verdade Fundamental – Uma verdade fundamental
precisa ter certas características próprias que a façam valer como tal:
1.Universalidade – queremos dizer que todos os homens, por
todas as partes do mundo, manifestam uma crença prática ou idéia de
reconhecimento da existência de seres espirituais ou de um Ser
supremo do qual eles mesmos dependem. 1Grudem chama de
intuição íntima de Deus, seja, “todas as pessoas de qualquer lugar
têm uma profunda intuição íntima de que Deus existe...”
2. Necessidade – com isto queremos dizer que é impossível negar
esta verdade, mas a mente, por sua própria constituição, pressupõe o
uso de seus próprios argumentos para provar a não existência de
Deus. (verdade Fundamental).
3. Independência lógica e prioridade – com isto queremos
afirmar que uma verdade fundamental independe de ser comprovada
por qualquer outra verdade. Ela é necessária na aquisição de qualquer
outro conhecimento e não se deriva de qualquer outra fonte de poder
da mente.
1
GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática. Pág. 97.
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Doutrina de Deus
ARGUMENTOS TRADICIONAIS DA EXISTÊNCIA DE DEUS.
Embora o conhecimento da existência de Deus seja intuitivo, ele
pode ser explicado e confirmado por argumentos extraídos do atual
universo e das idéias abstratas da mente humana.
A crença em Deus é um fenômeno universal. Todos os povos, em
qualquer tempo e cultura, manifestam sua crença numa divindade
suprema. Essa crença não se adquire nas escolas, nem depende,
basicamente, da tradição dos pais. Esse crença, como já vimos acima
é de natureza intuitiva e racional, pois origina-se na alma das pessoas
e desenvolve-se pela observação e experiência. Deus se mostra real
para o homem através da natureza e da sua própria consciência, e o
homem não pode viver sem a idéia de Deus (At. 14.17; 17.27,28:
Rm. 1.19). Daí o comportamento religioso natural do ser humano.
Seja, cada homem tem um vazio do tamanho de Deus em seus
corações.
1. Argumentos Naturalistas para a Existência de Deus.
A crença em Deus é intuitiva, mas também tem um caráter
racional, e por isto teólogos e filósofos, através dos tempos, têm
procurado elaborar argumentos em favor da existência de Deus. Estes
argumentos são conhecidos como racionais. Estudaremos aqui os
principais deles.
2. Argumento Cosmológico - Da palavra grega cosmos "mundo".
Este argumento foi mais bem elaborado por Tomás de Aquino (1225
– 1274). O raciocínio baseia-se na lei de causa e efeito. Afirma-se
que tudo quando existe tem uma causa que lhe seja adequada e
suficiente.
O universo, pelo menos na sua forma atual, é uma coisa real e
existe, logo a causa para o universo tem de ser infinitamente grande e
inteligente, pois a causa não pode ser menor que o universo. O
2
universo é um efeito que exige uma causa adequada, e a única causa
suficiente é Deus (Sl 19:1-6; Rm 1.20; Mt 6.26-30; Rm11. 35,36).
Chama-se Universo "o conjunto de tudo quanto existe (incluindo-se a Terra, os astros, as galáxias e toda a
matéria disseminada no espaço), tomado como um todo", segundo a definição de Aurélio. A imensidão do
espaço celeste está de tal forma acima da noção de distância usada por nós, seres humanos, que metros,
quilômetros e milhas tornam-se medidas quase sem significação ou valor quando aplicadas às gigantescas
longitudes existentes entre os astros. Por esse motivo, o sistema criado para se medir essas distâncias
2
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Doutrina de Deus
“Se o homem é inteligente, logo, deve ser inteligente a causa que o
criou - a Suprema inteligência”. SÓCRATES.
3. Argumento Teleológico - (argumento de coisas finais) A
palavra grega Telos, "fim, propósito, desígnio.” O universo não
apenas prova a existência de um Criador, mas indica a existência de
um Arquiteto, um Planejador (Rm 1:18-20). Há um propósito
observável no universo que indica a existência de Deus como seu
Planejador (Is 40.26; Jo 1.1-3; Cl 1.15,17).
Pelo argumento Cosmológico, concluímos que o universo, para sua
existência, demanda de uma causa infinitamente grande. Com o
argumento teleológico, concluímos que esta primeira causa é
inteligente, portanto pessoal. Um Ser infinitamente poderoso,
infinitamente inteligente e sábio e ao mesmo tempo, é Deus.
“Deus foi o poder criador e a força de coesão que tirou o Universo
do caos. Deu forma ao amorfo, ordem a desordem e luz ás trevas. O
Universo não tem seu centro na terra ou no sol... mas em Deus.”
ALFRED NOYES.
4. Argumento Antropológico - Da palavra grega Antropo,
"homem". Já que o homem é um ser moral e intelectual, deve ter um
Criador que também seja moral e inteligente (At 17:29). A natureza
moral, os instintos religiosos, a consciência e a natureza emocional
do homem argumentam em favor da existência de Deus. Uma outra
forma do argumento é a natureza emocional e 3volitiva do homem
que encontra em Deus o objetivo idôneo do seu amor que satisfaz da
sua alma.
5. Argumento Ontológico - Da palavra grega Ontos, "existente,
ser". O homem tem a idéia inerente de um Ser Perfeito. Esta idéia
naturalmente inclui o conceito de existência, já que um ser, em tudo
chama-se ano-luz. Para o leitor ter uma idéia de como esse sistema funciona, basta saber que, em um
segundo (exatamente o tempo que nós levamos para fechar e abrir imediatamente os olhos, o chamado
"piscar de olhos"), a luz percorre 300.000 quilômetros.E por esse motivo que, durante as chuvas com
trovões e relâmpagos, vemos primeiramente o raio luminoso riscar o céu, e algum tempo depois é que
ouvimos o barulho do trovão. Isto acontece porque o som demora muito mais tempo para chegar até nós
do que a luz. Enquanto o som percorre 360 metros em um segundo, a luz percorre, no mesmo tempo,
300.000 quilômetros! Pois bem. Apliquemos agora estas informações à grandeza do Universo.
3 relativo à vontade
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Doutrina de Deus
mais perfeito, que não existisse, não seria tão perfeito quanto um ser
perfeito que existisse. Portanto, visto que a idéia de existência está
contida na idéia de um Ser Perfeito deve necessariamente existir.
Samuel Clarke afirma que espaço e tempo são atribuídos de
substância ou ser. Mas espaço e tempo são, respectivamente, infinito
e eterno, portanto precisa haver um Ser infinito e eterno a quem estes
atributos pertençam. Este único Ser eterno e infinito é Deus.
Descartes argumenta que temos a idéia de um Ser perfeito e
infinito. Esta idéia não pode derivar-se de coisas imperfeitas e finitas,
logo se necessita de um Ser perfeito e infinito para ser o
complemento desta idéia.
Anselmo – finalmente, temos a idéia de um Ser absolutamente
perfeito. Mas a existência é atributo de perfeição. Portanto um Ser
absolutamente perfeito precisa existir.
A EXISTÊNCIA DE DEUS E A BÍBLIA
Os autores bíblicos tanto presumem quanto defendem a existência
de Deus. A existência de Deus não pode ser provada, mas há
inúmeras evidências da mesma. (Romanos 1:19-20). Entretanto, a
Bíblia dá testemunho de Deus em ação no mundo físico, na história e
na vida particular dos indivíduos. Esses testemunhos despertam,
aperfeiçoam e fortalecem a fé na Pessoa de Deus. Por sua vez, a fé
despertada e aperfeiçoada vai possibilitando mais e mais o
conhecimento de Deus mediante relacionamentos pessoais com Ele.
Desta forma, a fé é um método de conhecimento (experimentado) de
coisas invisíveis e futuras, isto é, de coisas que estão fora do campo
sensorial e dos domínios da razão (Hb 11.1,3, 6). A Bíblia, portanto,
ajuda a nossa fé e o nosso conhecimento de Deus, por força do
testemunho vivo que ela dá acerca de Deus e do relacionamento
pessoal com Ele que ela promove mediante a fé aprimorada.
A experiência religiosa é o que resulta da fé exercitada. A verdade,
que é aceita a priori pela fé, passa a ser confirmada, posteriormente,
em alguma medida, na experiência prática. Quando falamos em
experiência não estamos nos referindo apenas áquilo que provamos
pelos sentimentos, mas compreende também o entendimento, a
certeza, a consciência, à vontade. A existência de Deus e suas obras
são testemunhadas na Bíblia com autoridade, de modo a impor-se
16
Doutrina de Deus
Sua aceitação pela fé, que é despertada pela própria Palavra (ungida
pelo Espírito Santo de Deus), e depois as verdades são confirmadas
na experiência sensível e racional, possibilitando assim uma teologia
baseada na revelação e confirmada pela experiência.
ERROS FILOSÓFICOS RELATIVOS À EXISTÊNCIA DE DEUS
1. O Ateísmo
Os ateus não nasceram ateus.
Não faltou a eles aquela
percepção intuitiva e racional
da existência de Deus, como é
natural a todos os homens.
Porém, houve um afastamento
dessa percepção, motivado por
fatores da natureza pecaminosa
do próprio indivíduo e da
cultura secular, de tal modo
que a consciência para com
Deus ficou afetada (Rm 1.1920). Entretanto convém distinguir dois tipos de ateus: os práticos e os
teóricos. Os 4ateus práticos são os que negam a existência de Deus
por conveniência pessoal. Preferem viver como se Deus não existisse
(Sl 14.1). Eles não têm uma teoria razoável para explicar a não
existência de Deus; só não querem pensar que Deus existe, porque
isto atrapalharia seu estilo e filosofia de vida. Por outro lado, os ateus
teóricos negam a existência de Deus por uma questão de
convencimento racional. Eles têm uma explicação. Entretanto, seus
argumentos falham em algum lugar, ou nas premissas ou nas
conclusões ou em ambas. Porém, como não percebem isto, eles têm a
convicção de que estão com a verdade, ao menos no plano racional,
embora, nem sempre, no nível da consciência. Mas convém ressaltar
que há mais argumentos em favor da existência de Deus do que em
sentido contrário.
2. O Materialismo
É o método de pensamento que dá prioridade à matéria em lugar da
mente (espírito) em sua explicação do universo. O materialismo nega
Ateísmo, num sentido amplo, é a rejeição ou ausência da crença na existência de divindades e outros
seres sobrenaturais. O ateísmo é contrastado com o teísmo, que em sua forma mais geral é a crença de que
existe pelo menos uma divindade
4
17
Doutrina de Deus
qualquer conhecimento válido no campo religioso, pois para o
materialista tudo é matéria ou alguma manifestação dela. Nega a
realidade do espírito. Explicam todos os fenômenos mentais ou
espirituais como propriedades e funções da matéria. Dizem; “O
cérebro tem fibras para o pensamento como as pernas têm fibras para
o movimento”.
“O cérebro segrega o pensamento como o fígado segrega a bílis”.
Para o materialista não existe Deus, nem diabo, nem anjos, nem céu,
nem inferno, nem imortalidade, mas apenas matéria e força. Ele é um
ateu, porém, matéria-lista.
A palavra de Deus e a experiência humana testificam de algo além
da matéria integrando a realidade. A matéria não é a única realidade,
nem mesmo a mais significativa no conjunto das coisas. A própria
atitude do homem, inclusive a dos materialistas, face a valores
imateriais da vida, denuncia a falácia do argumento.
Idealismo materialista – o idealismo propriamente dito é o
método de pensamento que considera todo conhecimento como
concernente apenas às afeições da mente perceptiva.
O elemento de verdade é o fato de que estas afeições da mente
perceptivas são as condições do nosso conhecimento. O seu erro
consiste em negar que através destas e nestas afeições perceptivas,
nós conhecemos o que existe, independentemente da nossa
consciência cientifica, ou ciência.
3. O Panteísmo
Essa palavra vem do grego, pan, "tudo", + Theós, "deus", dando a
entender que tudo é Deus. No panteísmo não há um Deus pessoal
nem revelação especial. Deus é tudo, tudo é Deus. Deus é a
inteligência impessoal e a vida que penetra todo o universo. Portanto,
o panteísta nega a existência de um Ser divino à parte do processo da
natureza. Deus é a natureza. O panteísmo é uma forma de ateísmo.
Entretanto, a Bíblia faz clara distinção entre Deus e a criação, sendo
esta dependente do Criador (Gn1).
O panteísmo nega vários aspectos essências do caráter de Deus. Se
todo o universo é Deus, então Deus não tem personalidade distinta. O
seu erro maior é negar a personalidade e transcendência de Deus.
18
Doutrina de Deus
Formas de Panteísmo mais importantes:
Hilozoísta – O divino é imanente do mundo e é caracterizado
como elemento básico do mundo que empresta mudança e
movimento à sua totalidade;
Imanentista – Deus faz parte do mundo e é imanente nele;
Monista absolutista – Deus é tanto absoluto quanto idêntico com
o mundo;
Monista Relativista – O mundo é real e mutável. Sendo assim,
Deus é imutável e não é afetado pelo mundo;
Acósmico – Deus é absoluto e constitui a totalidade da realidade;
Da identidade dos Opostos – qualquer dissertação a respeito de ...
Deus deve necessariamente apelar aos opostos;
Neoplatônico – Deus é absoluto em todos os aspectos, removido
do mundo transcendente sobre ele.
Do ponto de vista bíblico, o panteísmo é deficiente por causa de
duas considerações:
Nega a transcendência de Deus e defende Sua imanência radical,
enquanto que a Bíblia apresenta um
equilíbrio, onde Deus está ativo na história e
na sua criação, mas não é idêntico a elas.
Tendência de identificar Deus com o mundo
material, negando assim, o caráter pessoal de
Deus. Nas Escrituras, Deus é retratado
supremamente como uma pessoa. Recentemente Hollywood exibiu o
filme Avatar que de uma forma contemporânea transmite de maneira
clara o pensamento panteísta.
19
Doutrina de Deus
4. O Agnosticismo
As bases filosóficas do agnosticismo foram assentadas no século
XVIII por Immanuel Kant e David Hume, porém só no século XIX é
que o termo agnosticismo seria formulado. Seu autor foi o biólogo
britânico Thomas Henry Huxley numa reunião da Sociedade
Metafísica, em 1876.Ele definiu o agnóstico como alguém que
acredita que a questão da existência ou não de um poder superior
(Deus) não foi nem nunca será resolvida.
O agnosticismo afirma que o homem não pode conhecer a
realidade das coisas. Não nega que haja qualquer realidade; mas nega
que dela possamos saber alguma coisa. Portanto, não pode afirmar
que Deus existe. Mas isto é um argumento falho. Nós aprendemos
com a Escritura que o homem foi feito à imagem e semelhança de
Deus, portanto, pode ter comunhão com o Criador e conhecer Suas
manifestações; e desde que Deus se revelou, tal conhecimento se
tornou possível (Rm 1.19-21).
Todos esses argumentos contrários à existência de um Deus
pessoal que se revelou e que se deixa conhecer pelo homem podem
ser superados pelo conhecimento certo que nos vem da revelação e
da própria experiência, conhecimento este elaborado e explicitado na
Teologia.
5. Politeísmo
Crença na existência de vários deuses. Religião em que há
pluralidade de deuses. Geralmente essa crença em vários deuses
é acompanhada de idolatria. Exemplo são os egípcios.
6. Deísmo
Teoria que diz que Deus é o princípio ou causa do mundo, infuso
ou difuso na natureza, como o arquiteto do universo. Deus criou o
mundo e o “abandonou” a própria sorte. Afirmam que Deus se
encontra no mundo, pois Ele é o Criador deste, porém Ele não exerce
qualquer tipo de domínio completo sobre ele.
O SER DE DEUS
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Doutrina de Deus
Sabemos que Deus existe. Mas quem é ou como é Ele é? Podemos
conhecê-Lo em Sua natureza? Nesta parte vamos tratar da natureza
essencial de Deus e mais adiante estudaremos os atributos divinos.
I. Definição da idéia Bíblia de Deus
Uma definição preliminar da idéia bíblica de Deus pode nos ajudar
no estudo do Ser e dos atributos de Deus, bem como da sua relação
com este mundo. Citaremos duas definições bem sucintas, que já
tínhamos mencionado acima que nos ajudarão a fixar os elementos
básicos do conceito de Deus na revelação bíblica.
Strong diz: “Deus é o Espírito infinito e perfeito, forte, sustento e
fim de todas as coisas”.
Langston, expressa o seguinte: “Deus é Espírito Pessoal,
perfeitamente bom, que, em santo amor, cria, sustenta e dirige tudo”.
Nessas definições tão simples e objetivas, encontramos três
ensinamentos preciosos sobre Deus, os quais estudaremos.
II. A NATUREZA DE DEUS
1. Deus é Espírito
A bíblia não define “espírito”, limita-se a oferecer algumas
descrições: o espírito é um ser real e verdadeiro, pessoal, imortal,
invisível, constituído de poder para pensar, sentir e querer.
Deus é Espírito, ou seja, não é composto de matéria, não possui
natureza física, não está sujeito às limitações humanas, e não pode no
prisma humano, nem apreendido pelos sentidos.
Alguns textos bíblicos falam de Deus como tendo aspectos físicos:
mãos, face, olhos etc. Como entender essas passagens? Elas, na
verdade, usa um recurso da língua chamado antropomorfismo, esta
palavra é derivada de dois vocábulos gregos: anthropos, que
significa homem, e marphé, que significa forma. Literalmente é a
forma de homem ou forma humana. Ou seja, tentativa de expressar
as verdades sobre a pessoa de Deus, usando comparações com
aspectos humanos, para melhor comunicar uma idéia.
21
Doutrina de Deus
2.Deus é Espírito Pessoal
Ele é um ser individual, capaz de sentir, pensar e escolher. Deus
tem consciência própria, ou seja, tem o poder de conhecer-se a Si
mesmo e sondar o próprio ser. Deus conhece a Si mesmo, como
perfeito. Além de autoconsciência, ele também tem direção própria.
Deus dirige a Si próprio, não depende de ninguém. Suas decisões são
autônomas.
O homem também tem o poder de decidir sobre sua vida e seguir
uma determinada direção; no entanto, muitas vezes, deixa-se dirigir
por seus instintos ou por suas paixões. Não segue o conselho do
salmista, Sl 1.1. A direção própria do homem é limitada; a direção de
Deus é perfeita.
3.O caráter de Deus
Na definição acima, lemos que Deus é perfeitamente bom. Sua
natureza expressa a mais perfeita bondade. Não a bondade nos
moldes humanos, que é imperfeita. A bondade em Deus equivale a
uma excelência de moral elevada, muito acima de tudo o que o
homem possa imaginar.
Deus é bom para todos, inclusive para os pecadores. A prova disso
é que a mais sublime expressão de sua bondade está em Jesus Cristo.
Você deseja entender como Deus é bom porque possui todas as
qualidades boas no mais alto grau de perfeição. Nele está o excelso
padrão de toda a excelência moral. Pense nisto: Deus é bom como
ninguém. E você pode ter certeza de que pela sua bondade hoje você
é nova criatura II Co. 5.17 (ou pode se tornar) e pode desfrutar de
uma íntima comunhão com ele.
4. A relação de Deus com o Universo
Deus cria, sustenta e governa todas as coisas! 5O Deísmo diz que
Deus abandonou Sua criação.
Criar é fazer existir o que nunca existiu. Deus é a origem do
Universo, existem duas maneiras equivocadas e estremadas de se
entender o modo como Deus cria: o primeiro extremo é o de
5
Deísmo
Teoria que diz que Deus é o princípio ou causa do mundo, infuso ou difuso na natureza, como o arquiteto do
universo. Deus criou o mundo e o “abandonou” a própria sorte. Afirmam que Deus se encontra no mundo, pois Ele é
o Criador deste, porém Ele não exerce qualquer tipo de domínio completo sobre ele.
22
Doutrina de Deus
considerar cada coisa nova que aparece como uma criação distinta
que não tem nenhuma relação com as coisas criadas anteriormente. O
outro extremo é considerar que todas as coisas que existem
evoluíram daquilo que já existia. Precisamos reconhecer que esta
duas visões tem algumas verdades: mas também faz uso de algo que
já havia criado. Não existindo a terra, Ele a criou. Havendo terra, Ele
pode criar a erva. No caso do homem, Deus criou o pó da terra, do pó
criou o homem, coroa da criação. Ou seja, Deus criou do nada, mas
também desenvolveu a Sua criação.
Além de criar, Deus também tudo sustenta. Ele preserva tudo o
que criou. O Universo se movimenta com precisão jamais imaginada
pelo homem. Tudo existe dentro de uma perfeita sincronia. Os dias,
meses e anos se sucedem conforme permissão do Criador.
Ele sustenta o Universo com suas galáxias, estrelas, planetas e
satélites, todos movimentando-se dentro de uma perfeita harmonia,
mas Ele também sustenta a nossa vida sobre a Terra: “O Senhor é
meu pastor; nada me faltará” (Sl 23.1).
Além de criar e sustentar todas as coisas, Deus governa tudo. O
Universo obedece à sua direção. Tudo o que existe caminha para um
objetivo maior fixado pelo próprio Deus.
A vontade de Deus é absoluta em relação à criação, mas não em
relação ao homem. O homem é um ser moral. Isso o torna
responsável por seus atos. Deus lhe deu vontade própria. Ele pode
desobedecer a Deus usando seu livre-arbítrio. Deus não obriga
ninguém a fazer a Sua vontade. Ele espera obediência voluntária.
Qual a motivação de Deus em relação á criação? Amor. Santo
amor. Amor que comprova a perfeição de sua bondade. Por amor
Deus cria, sustenta e governa o Universo.
23
Doutrina de Deus
OS ATRIBUTOS DE DEUS
"O termo "atributo", diz J. M. Pendleton, “na sua aplicação à
pessoa ou coisas, significa algo pertencente a pessoas ou coisas”. Os
atributos de uma coisa são tão essenciais a ela que sem eles ela não
podia ser o que é; o que é igualmente verdade dos atributos de uma
pessoa. Se um homem fosse despido dos atributos que lhe pertencem,
ele cessaria de ser um homem, pois esses atributos são inerentes
naquilo que o constitui um ser humano. Se transferirmos estas idéias
a Deus acharemos os Seus atributos. Os seus atributos são suas
perfeições, inseparáveis de Sua natureza e constituindo o Seu caráter"
J. P. Boyce diz: "Os atributos de Deus são aquelas particularidades
que marcam ou definem o modo de Sua existência, ou que
constituem o Seu caráter. Não são separados ou separáveis de Sua
essência ou natureza e, contudo não é essa essência, mas
simplesmente fundamento ou causa de sua existência nela, e são ao
mesmo tempo as particularidades que constituem o modo e o caráter
do Seu ser”.
Chamamos atributos, porque somos levados a atribuí-los a Deus
como qualidades fundamentais ou poderes de seu Ser, a fim de dar
respaldo racional de certos fatos constantes na própria auto-revelação
de Deus.
É comum dividir-se os atributos de Deus em duas classes. Isto
ajuda tanto à memória como ao entendimento. A estas divisões
deram-se vários pares de nomes, tais como comunicável e
incomunicável; imanente e transiente; positivo e negativo; absoluto e
relativo natural e moral. Estas duas últimas classificações foram
adotadas nestes estudos.
1. OS ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS.
A. Auto-existência
24
Doutrina de Deus
Auto-existência é a perfeição de Deus em poder existir por si
mesmo, na completa autonomia de qualquer fonte, origem ou
energia. Ele não tem dependência intrínseca com qualquer coisa
existente ou ainda por existir. Sua existência depende dele mesmo, da
sua própria natureza. A auto-existência de Deus está implícita no
nome Javé (Ex 3.14) e em outros conceitos bíblicos como a
eternidade de Deus, a origem de tudo que existe em Deus. Mas em
João 5.26 a Auto-existência de Deus está declarada explicitamente. O
homem existe em função de outra forte (DEUS). Só Deus tem vida
em si mesmo.
B. Imutabilidade
Imutabilidade é a qualidade que Deus tem pela qual não há
mudança em seu próprio Ser, em Seus atributos e em Seus propósitos
eternos. Ele é, por isto, imune de qualquer acréscimo ou diminuição,
de qualquer desenvolvimento ou decadência em seu ser e em suas
perfeições. Da imutabilidade de Deus depende a ordem do universo,
sua estabilidade e a nossa segurança (Mt 3.6). Entretanto,
imutabilidade não significa imobilidade, isto é, que não haja
movimento em Deus, ou que não ocorra mudança na sua relação com
o universo.
6
“Imutabilidade não deve ser confundida com imobilidade. Deus é
ativo quando se trata de aplicar seu julgamento justo ao mundo,
quando este está agindo fora de seus santos propósitos. Mas seu
tratamento com o homem pode ser modificado conforme a situação,
e é claro que Deus faz isto na história. Quando sua declaração de
juízo não se concretiza, como em Jonas 3.4 e 10, por exemplo, isto
não é uma contradição em sua imutabilidade. Significa,
simplesmente, que Deus adaptou sua ação à situação humana que
mudou.”
C. Eternidade.
Eternidade é a infinidade de Deus em relação ao tempo. Ele dura
pelos séculos sem fim (Sl 90.2; 102.12; Ef 3.21). A Bíblia fala da
eternidade de Deus como duração infinitamente prolongada, para trás
e para frente. Esta é uma maneira popular de representar aquilo que
transcende o tempo e difere essencialmente. Deus transcende todas as
limitações temporais (2 Pe 3.8).
6
CHAFER, op. cit., p. 151
25
Doutrina de Deus
A nossa vida tem passado, presente e futuro, mas não é assim com
Deus. Ele é o eterno “EU SOU”. Berkhof define a eternidade de
Deus como “a perfeição de Deus pela qual ele é elevado acima de
todos os limites temporais e de toda sucessão de momentos e tem a
totalidade de sua existência num único presente indivisível”.
7
A eternidade de Deus pode ser definida assim: Deus não tem
princípio nem fim nem sucessão de momentos no seu próprio Ser, e
percebe todo o tempo com igual realismo; ele, porém, percebe os
acontecimentos no tempo e age no tempo.
Às vezes essa doutrina é chamada doutrina da infinidade de Deus
com respeito ao tempo. Ser “infinito” e Ser “ilimitado”, e a doutrina
ensina que o tempo não impõe limites a Deus.
D. Onipresença.
Deus é onipresente, isto é, impossível de ser limitado pelo espaço
material (Gn 28.15,16; Dt 4.39; Js 2.11; Sl 139.7-10; Pv 15.3,11; Is
66.1; Jr 23.23,24; Am 9.2-4,6; At 7.48,49; Ef 1.23).
A onipresença de Deus pode ser definida como: Deus não tem
tamanho nem dimensões espaciais e está presente em cada ponto do
espaço com todo o seu Ser; Ele, porém, age de modos diversos em
lugares diferentes. Deus está presente em todo lugar, Ele não tem
dimensões espaciais e pode estar presente para punir, sustentar ou
abençoar.
Qual a diferença entre imensidão e onipresença? Imensidão é a
presença de Deus em relação ao espaço, enquanto onipresença é sua
presença considerada em relação às criaturas. Para suas criaturas, ele
está presente das seguintes maneiras:
1) Em glória, para as hostes adoradoras do céu (Is 6.1-3).
2) Efetivamente, na ordem natural (Na 1.3).
3) Providencialmente, nos assuntos relacionados com os homens
(Sl.68.7,8).
4) Atentamente, para aqueles que o buscam (Mt 18.19,20; At
17.27).
7
GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática. Pág. 117
26
Doutrina de Deus
5) Judicialmente, para a consciência dos ímpios (Gn 3.8; Sl
68.1,2). O homem não deve se iludir com o pensamento de que existe
um cantinho no universo onde possa escapar à lei do seu Criador.
Um chinês disse a um cristão genuíno: “Se o seu Deus está em toda
parte, então deve estar também no inferno”. A resposta foi imediata:
“A ira dele está no inferno”. Conta-se uma história a respeito de um
ateu, que teria escrito: “Deus não está em lugar nenhum”. Mas sua
filhinha leu: “Deus está aqui agora”. Isso o condenou.
6) Corporalmente, em seu Filho, “Deus conosco” (Cl 2.9).
7) Ele é a Pedra angular da Igreja (Ef 2.12-22).
8) Oficialmente, com seus obreiros (Mt 28.19,20). Embora Deus
esteja em todo lugar, ele não habita em todo lugar. Somente quando
Deus entre em relação pessoal com um grupo ou com um individuo é
possível dizer que ele habita com eles.
Entre as várias perguntas feitas por meus
examinadores em meu concilio de ordenação
pastoral, uma me surpreendeu: “Pese na
Cordilheira dos Andes nesse momento; Deus
esta presente nesse momento lá?”
Fiquei surpreso com a pergunta, mas respondi o seguinte: “Não!”
Concluir: “Deus habita onde seu povo habita”, mas certamente Ele
sabe tudo o que esta se passando por lá. Êxodo 24 45: “E habitarei no
meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu Deus.”... veja também Sl.
22.3.
E) Onisciência.
A onisciência de Deus é a sua infinidade em relação ao
conhecimento; diz respeito à abrangência do conhecimento divino.
Deus conhece a si próprio e todas as coisas que dele provêm, as
coisas reais, possíveis e eternos. Conhece as coisas passadas,
presentes e futuras. Conhece a essência oculta das coisas. “Sabendo
que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso
coração, e conhece todas as coisas.” I João 3:20. Mas a onisciência
de Deus também pode ser vista em passagens como Jô 28.24; 34.21;
Sl 139.1-6,12; Pv 15.3,11; Mt 6.8,32; At 1.24; Hb 4.13.
F) Onipotência. (El-Shaddai traduzido por Todo-Poderoso)
27
Doutrina de Deus
A palavra onipotência vem de dois termos latinos, ommi, “todo”, e
potens, “poderoso”, significando, portanto “todo-poderoso.
Onipotência é a infinidade de Deus em relação ao poder; significa
que Deus tudo pode. Alguns textos: Jô 11.10; Sl 135.6; Is 43.13; Mt
19.26; Lc 1.37. Todo o poder que no universo, físico ou espiritual,
tem sua fonte está em Deus. Quer dizer que não há limite ao poder de
Deus para executar a sua vontade. Mas a sua vontade está sempre de
acordo com a sua natureza e com os seus propósitos eternos. Por isto,
aquilo que é contrário à sua natureza ele não faz. Por exemplo, ele
não pode negar-se a si mesmo 2 Tm 2.13, não pode mentir Hb 6.18,
ou praticar o pecado Tg 1.13.
Em suma Onipotência é o atributo pelo qual encontramos em Deus
o poder ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira.
2. OS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
A) Santidade.
Santidade é o atributo moral básico que tem implicações
intrínsecas com todos os demais atributos morais.
SIGNIFICADO DE SANTIDADE.
A palavra hebraica para “ser santo”, qadash, deriva da raiz qad,
que significa cortar ou separar. É uma palavra religiosa básica no
AT, e é aplicada com prioridade a Deus. No NT, a mesma idéia é
comunicada pelas palavras gregas hagiazo e hagios. A idéia
fundamental é de uma relação ou posição com Deus, seja de pessoas
ou coisas.
Santidade em Deus significa que ele é absolutamente distinto de
todas as suas criaturas, está exaltado acima delas em majestade
infinita, e separado de todo o mal moral, isto é, o pecado.
Portanto, há um duplo aspecto na significação do termo. Num
sentido mais amplo, a santidade de Deus significa que ele é
absolutamente perfeito em tudo.
A santidade de Deus possui dois diferentes aspectos, podendo ser
positiva ou negativa (Hb.1:9;Am.5:15; Rm.12:9).
28
Doutrina de Deus
 Santidade Positiva: Expressa excelência moral de Deus na qual Ele
é absolutamente perfeito, puro e íntegro em Sua natureza e Seu
caráter (IJo.1:5; Is.57:15; IPe.1:15,16; Hc.1:13). A santidade positiva
é amor ao bem.
 Santidade Negativa: Significa que Deus é inteiramente separado de
tudo quanto é mal e de tudo quanto o aborrece (Lv.11:43-45;
Dt.23:14; Jó.34:10; Pv.15:9,26; Is.59:1,2; Lc.20:26; Hc. 1:13;
Pv.6:16-19; Dt.25:16; Sl.5:4-6). A santidade negativa é ódio ao mal.
B) Justiça
Por justiça queremos dizer a retidão do seu caráter e de tudo
quanto Ele faz. Não há injustiça do Seu caráter e de tudo quando Ele
faz. Não há injustiça em Suas ações. Tudo Deus faz segundo o Seu
próprio caráter, que é santo. Assim, o conceito de justiça divina toma
por base a própria natureza de Deus, que constitui o mais elevado
padrão possível, pelo qual todas as outras leis são julgadas.
Alguns teólogos fazem distinção entre justiça absoluta de Deus e a
relativa. Berkhol define as duas, dizendo: “aquela é a retidão da
natureza divina, em virtude da qual ele é infinitamente reto em si
mesmo, enquanto que está é a perfeição de Deus pela qual ele se
mantém contra toda violação da sua santidade e mostra, em tudo e
por tudo, que Ele é Santo”. É neste último aspecto que o termo
“justiça” se aplica mais particularmente. Esta perfeição é
repetidamente aplicada a Deus nas escrituras ( Ed 9.15; Ne 9.8; Sl
119.137; 145.17; Jr 12.1; Dn 9.14; Jo 17.25; Tm 4.8; 1 Jo 2.29; 3.7;
Ap 16.5).
C) Bondade
Uma definição da bondade de Deus: 8“A bondade de Deus implica
que Ele é o parâmetro definido do que é bom, e que tudo o que Deus
é e faz é digo de aprovação”.
Bondade é um termo que tem um sentido mais genérico, para
significar que Deus é perfeitamente tudo àquilo que deve ser como
Deus. Deus é bom porque é perfeição absoluta. Neste sentido, a
bondade de Deus inclui todas as qualidades que correspondem ao
8
GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática. Pág. 143
29
Doutrina de Deus
nosso conceito de personagem ideal. É provável que foi neste sentido
que Jesus disse que “ninguém é bom, senão um, que é Deus” (Mc
10.18). Mas, se Ele é bom em si mesmo, o é também no
relacionamento com as suas criaturas e com as pessoas da divina
Trindade. Neste aspecto mais restrito, a bondade de Deus assume
conotações diversas, conforme os seus objetos. As principais são:
O AMOR DE DEUS.
Com o amor de Deus queremos indicar aquela bondade pela qual
Ele busca continuamente comunicar-se com os seres racionais,
promover-lhes o Seu bem, e tê-los em sua presença. O amor, em sua
forma mais alta, é uma relação entre seres inteligentes, morais e
livres. O amor de Deus encontra seus objetos primários nas diversas
manifestações das pessoas da Trindade. Desta maneira, o universo e
o homem não são necessários para o exercício do amor de Deus. O
amor de Deus é eterno, porque amor é da sua própria natureza. Ele
não somente contém amor, mas “Deus é amor” (1Jo 4.8). Portanto,
desde a eternidade, antes que o mundo fosse feito, Deus já exercia o
seu amor. Jesus declarou que Deus o amava mesmo antes da
fundação do mundo (Jo 17.24). Dizer que Deus tem o amor como
atributo é dizer que Ele se doa eternamente aos outros.
A GRAÇA DE DEUS
A palavra “graça”, do hebraico chacan e do grego caris, denota,
de modo geral, o favor que alguém faz a outro. No caso de Deus,
graça quer dizer concessão da sua bondade a alguém que não tem
nenhum direito a ela. Berkhot define-a como “a imerecida bondade
ou amor de Deus aos que perderam o direito a ela, e, por natureza,
estão sob sentença de condenação”. Já Grudem diz que “é a bondade
divina para com os que só merecem castigo.” A graça de Deus é a
fonte de todas as bênçãos espirituais concedidas aos pecadores ( Ef
1.6,7; 2.7-9; Tt 2.11; 3.4-7).
A MISERICÓRDIA DE DEUS
Misericórdia é outro aspecto da bondade de Deus, e relaciona-se
com a condição de sofrimento e necessidade do homem. É a bondade
de Deus demonstrada para com aqueles que se acham na miséria ou
30
Doutrina de Deus
na aflição, necessitados do socorro divino. Compaixão, pena,
benignidade são outros termos que significam praticamente a mesma
coisa. A Bíblia declara que Deus é rico e cheio de misericórdia ( Ef
2.4; Tg 5.11). Ela se estende a todos, gentios e judeus ( Rm 11.30,31)
e particularmente para com os que o temem ( Lc 1.50) e buscam a
Sua salvação ( Is 55.7; Lc 1.72). Grudem define como “a bondade
divina para com os angustiados e aflitos.”
A LONGANIMIDADE OU PACIÊNCIA DE DEUS
Este é outro aspecto da bondade ou amor de Deus. Diz respeito à
qualidade de Deus tolerar os rebeldes e maus, a despeito da sua
prolongada desobediência. Revela-se no adiamento do merecido
julgamento. A Bíblia declara que Deus é longânime (Ex 34.6; Sl
86.15; Rm 2.4; 9.22; 1 Pe 3.20; 2 Pe 3.15). Grudem diz que “é a
bondade divina no sustar a punição daqueles que persistem no
pecado por determinado tempo.”
D) Verdade.
Este atributo precisa ser entendido no seu sentido mais abrangente
e em todos os seus aspectos: metafísico, ético e lógico. No sentido
metafísico, significa que Deus é a verdade, e distingue-se dos falsos
deuses que são ídolos e mentiras (Sl 96.5; Is 44.9,10). Ele é também
a verdade num sentido ético, significando com isto que ele revela-se
como realmente é, e, portanto, sua revelação é absolutamente
confiável (Nm 23.19; Rm 3.4; Hb 6.18). Mas ele é verdade ainda
num sentido lógico, porque conhece as coisas como realmente são, e
por isto também pode constituir e iluminar a mente do homem para
que ele possa conhecer a realidade das coisas.
A Escritura dá ênfase a este atributo divino (Ex 34.6; Dt 32.4; Sl
25.10; 331.6; Is 65.16; Jr 1.8,10,11; Jo 14.6; 17.3; Tt 1.2; Hb 6.18; 1
Jo 5.20,21). Desta forma, Deus é o fundamento de todo o
conhecimento e de toda a verdade, não apenas na esfera da moral e
da religião, mas também em todos os campos da atividade do saber
humano.
A verdade de Deus reflete outras qualidades da perfeição divina,
como a veracidade, a fidelidade e a sabedoria. A veracidade
31
Doutrina de Deus
relaciona-se com aquilo que Deus diz, portanto, ele é inteiramente
confiável em sua revelação. Grudem diz que “a veracidade divina
implica que Ele é o Deus verdadeiro, e que todo o seu conhecimento
e todas as suas palavras são ao mesmo tempo verdadeiras e o
parâmetro definitivo da verdade.”
A fidelidade tem a ver com a firmeza de suas promessas, pois está
atento a tudo quanto prometeu ao seu povo, para cumprir. A
sabedoria de Deus relaciona-se com o seu conhecimento das coisas e
a escolha dos fins perfeitos e dos meios adequados para realizar esses
mesmos fins.
A veracidade de Deus é também comunicável, pois podemos em
parte imitá-la, buscando alcançar verdadeiro conhecimento de Deus e
do mundo.
Essa veracidade precisa haver naqueles que confessarão a Jesus
como Senhor e Salvador. Esse foi o pedido de Jesus em oração ao
Pai, “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” João
17:17.
Portanto os que o seguem a Jesus, vivam na verdade!
3. A TRINDADE DEFINIDA
9
“Pode ser definida da seguinte modo: Deus existe eternamente
como três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – e cada pessoa é
plenamente Deus, e existe só um Deus.”
A doutrina da Trindade revela-se progressivamente nas
Escrituras:
A revelação parcial no AT – A palavra Trindade não se encontra
na Bíblia, embora a idéia seja ensinada em muitos trechos.
Trindade significa “tri-unidade” ou “três-em-unidade”. É usada
para resumir o ensino bíblico de que Deus é três, porém um só Deus.
A Trindade de Deus no Antigo Testamento
9
GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática. Pág. 165
32
Doutrina de Deus
Deus se revela no AT através de mais de uma pessoa com uma
certa clareza, como é possível verificar pelas seguintes evidências:
a) O nome divino Elohim: O nome divino Elohim (Gn. 3.22) é
plural, o que indica a revelação de mais de uma pessoa divina.
b) Citações sobre o Anjo do Senhor: Este Anjo é identificado
com Jeová (Gn. 22.11,15; Gn. 31.11,13; Gn. 16.9,13; Gn. 48.15-16).
Sua divindade é evidenciada pelo fato dele aceitar adoração que só
deve ser prestada a Deus (Ex 3.2; Jz 13.20-22), o que não ocorreria
com um anjo de fato (Ap 22.8-9). A grande maioria dos teólogos
sinceros crê que este Anjo do Senhor seja a segunda pessoa da
Trindade (Jesus Cristo) pré-encarnada.
c) Citações sobre Messias: A revelação de Deus mostra que o
Messias é um com Jeová (Is 9.6; Mq 5.2), mas que, por outro lado,
também é distinto dEle (Sl 45.6-7; Mt 3.1).
A Trindade de Deus no Novo Testamento
O NT revela Deus de modo pleno, mostrando de modo bem claro
sua revelação através de três pessoas distintas, o Pai, Filho e o
Espírito Santo. Veremos mais detalhes mais a frente do nosso
Estudo.
Sobre a Trindade
Talvez o sentido da Trindade de Deus nunca foi afirmado melhor
do que por A. H. Strong ! "em a natureza do Deus único há três
distinções eternas que se nos representam sob a figura de pessoas e
estas três são iguais.”
Os princípios do Seminário Teológico Batista do Sul estabelecem
a doutrina da Trindade como : "Deus nos é revelado como Pai, Filho
e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas sem
divisões de natureza, essência ou ser".
Na consideração destas definições vejamos:
a) A TRINDADE CONSISTE DE TRÊS DISTINÇÕES.
33
Doutrina de Deus
A doutrina da Trindade não quer dizer que Deus meramente Se
manifesta em três diferentes maneiras. Há três distinções atuais na
Divindade.
b) ESTAS TRÊS DISTINÇÕES SÃO ETERNAS.
Isto está provado, de um lado, pela imutabilidade de Deus. Se já
houve um tempo em que estas distinções não existiram, então,
quando vieram a existir, Deus mudou. Provado está outra vez pelas
Escrituras, as quais afirmam ou implicam a eternidade do Filho e do
Espírito Santo. conforme João 1:1,2; Apocalipse 22:13,14 e Hebreus
9:14.
c)ESTAS TRÊS DISTINÇÕES NOS SÃO REPRESENTADAS
SOB A FIGURA DE PESSOAS, MAS NÃO HÁ DIVISÃO DE
NATUREZA, ESSÊNCIA OU SER.
A Doutrina da Trindade não quer dizer 10triteísmo. Quando
falamos das distinções da Divindade como pessoas, devemos
entender que usamos o termo figuradamente. Não há três pessoas na
Divindade no mesmo sentido em que três seres humanos são pessoas.
No caso de três seres humanos há divisão de natureza, essência e ser,
mas Deus não é assim. Tal concepção de Deus está proibida pelo
ensino da Escritura quanto à unidade de Deus.
d) OS TRÊS MEMBROS DA TRINDADE SÃO IGUAIS.
Muitos dos mesmos atributos atribuem-se a cada membro da
Trindade e os atributos assim atribuídos são tais como não podiam
ser possuídos sem todos os outros atributos divinos. A igualdade dos
membros da Trindade mostra-se ainda pelo fato de cada um deles ser
reconhecido como Deus.
4. PROVAS ESCRITURÍSTICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE.
1. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO TODOS
RECONHECIDOS COMO DEUS.
10
Triteísmo é uma perversão da doutrina cristã da Trindade (cristianismo) que pode ser vista como uma
espécie de politeísmo. Visa Deus como três Deuses iguais e distintos.
34
Doutrina de Deus
O Pai Reconhecido como Deus.
Isto ocorre em tão grande número de passagens que é por igual
desnecessário e impraticável citá-las todas. As duas seguintes
bastarão:
"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece
para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este
selou o Pai, Deus" (João 6:27).
"Eleitos... segundo a presciência de Deus o Pai" (1 Pedro 1:1,2).
O Filho Reconhecido como Deus.
A. Ele é chamado Deus. João 1:1; Romanos 9:5; 1 João 5:20.
B. Passagens que no Velho Testamento se referem a Deus são
aplicadas ao Filho em o Novo Testamento. Mateus 3:3, aludindo a
Isaías 40:3; João 12:41 aludindo a Isaías 6:1.
C. O Filho possui os atributos de Deus.
Eternidade: João 1:1; Onipresença: Mateus 28:20 e Efésios 1:23;
Onisciência: Mateus 9:4 e João 2:24,25 e João 16:30 e 1 Coríntios
4:5 e Colossenses 2:3; Onipotência: Mateus 28:18 e Apocalipse 1:8;
Auto-existência: João 5:26; Imutabilidade: Hebreus 13:8; Verdade:
João 14:6; Amor: 1 João 3:16; Santidade: Lucas 1:35 e João 6:39;
Hebreus 7:26.
D. As obras de Deus são atribuídas ao Filho.
Criação: João 1:3; 1 Coríntios 8:6; Colossenses 1:16; Hebreus
1:10. Conservação: Colossenses 1:17; Hebreus 1:3. Ressuscitando os
mortos e julgando: João 5:27-28; Mateus 25:31,32.
E. Ele recebe honra e adoração só a Deus devidas.
João 5:23; Hebreus 1:6; 1 Coríntios 11:24,25; 2 Pedro 3:18; 2
Timóteo 4:18.
O Espírito Santo é reconhecido como Deus.
1. A Ele se atribuem os atributos de Deus.
35
Doutrina de Deus
 Eternidade: Hebreus 9:14;
 Onisciência: 1 Coríntios 2:10;
 Onipresença: Salmos 139:7;
 Santidade: todas as passagens que aplicam o termo "santo" ao
Espírito; Verdade: João 16:13;
 Amor: Romanos 15:30.
2. Ele está representado como fazendo as obras de Deus.
 Criação: Gênesis 1:2; "movia" significa "chocava".
 Regeneração: João 3:8; Tito 3:5.
 Ressurreição: Romanos 8:11.
A. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO ASSOCIAM-SE
JUNTAMENTE NUMA BASE IGUAL.
(1) Na formula do Batismo. Mateus 28:19
(2) Na Benção Apostólica. 2 Coríntios 13:14.
B. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO DISTINGUEMSE UM DO OUTRO.
(1) O Pai e o Filho distinguem-se um do outro.
O Pai e o Filho distinguem-se como o que gera do gerado; e como
o que manda do enviado. Cristo distinguiu-se do Pai quando orou ao
Pai, como fez muitas vezes. Que a distinção assim implicada não foi
temporal, continuando somente enquanto Cristo esteve na carne, está
provado pelo fato que Cristo ainda intercede com o Pai (Hebreus
7:25; 1 João 2:1). Ele é um mediador perpétuo entre Deus e o homem
(1 Timóteo 2:5) e assim é perpetuamente distinguido de Deus.
(2) O Espírito distingue-se do Pai.
O Espírito distingue-se do Pai quando dele se diz proceder do Pai e
ser enviado pelo Pai (João 15:26; 14:26; Gálatas 4:6).
(3) O Filho distingue-se do Espírito.
Jesus está referindo ao Espírito como "um outro Confortador"
(João 14:16). E Jesus falou de Si mesmo como enviando o Espírito
(João 15:26).
36
Doutrina de Deus
C. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO UM DEUS.
Trindade quer dizer tri-unidade, ou três-unidade. Mostramos que
há três distinções na Divindade. Agora, para provarmos a doutrina da
Trindade, mais que a doutrina de Triteísmo, devemos mostrar que os
três, enquanto sendo distinguíveis um do outro, contudo são um. Isto
está provado:
(1) Por todas as passagens que ensinam a Unidade de Deus.
(2) Pelo fato que cada um dos três é reconhecido como Deus.
(3) Pelo fato que os Três são iguais.
Considerações sobre a doutrina da Trindade
A doutrina da Trindade não é contraditória em si mesma. Seria
contraditória se declarasse ser Deus três no mesmo sentido numérico
no qual Ele é dito ser um só. O que realmente a doutrina afirma é que
o mesmo Deus que é um (único) com respeito a Sua essência, é (são)
três com respeito às distinções desta essência, ou com respeito aos
modos do seu Ser.
A doutrina da Trindade tem importante relação para com as outras
doutrinas:
a) É essencial ao próprio Teísmo, na medida em que nem a
independência de Deus e nem a raça de Deus podem ser mantidas em
base de absoluta unidade.
b) É essencial para a própria revelação, pois se não houver
Trindade, Cristo não é Deus e por isso não pode perfeitamente
conhecer nem revelar Deus. Como Deus só pode ser revelado através
de Deus, assim também ele só pode ser apropriado através de Deus; e
se o Espírito Santo não é Deus, então o amor e a comunicação de
Deus para com a alma humana não é uma realidade.
c) É essencial a qualquer modelo próprio para a vida humana. Se
não há Trindade imanente na natureza divina, então a Paternidade
teve um começo e pode ter um fim.
37
Doutrina de Deus
ERROS COM RESPEITO À TRINDADE
1.Sabelianos
11
Sabellius, em 250 afirmou que Pai, Filho e Espírito Santo são
meros desenvolvimento ou revelações para as criaturas, no tempo,
em lugar de uma divindade oculta. Desenvolvimento que, desde que
as criaturas existiram, não são transitórios, mas que, ao mesmo
tempo não são eternos.
Deus como unido à criação. Deus como unido a Jesus Cristo é
Filho. Deus como unido à Igreja, é Espírito Santo. A Trindade de
Sabellius é, portanto, uma Trindade econômica e não uma Trindade
imanente. É uma Trindade de forma e manifestações, mas uma
necessidade e eterna Trindade na natureza divina.
Alguém tem interpretado Sabellius como negando que a Trindade
seja uma parte antes bem como uma parte posterior, ambas eternas, e
assegurando que quando o propósito dessas manifestações
temporárias for cumprido, então a Trindade será dissolvida na
unidade. Este ponto de vista facilmente conduz a outro, que as
11
Sabellius (fl. ca. 215) foi um terceiro século padre e teólogo que provavelmente ensinou em Roma, mas pode
ter sido um Africano da Líbia. Basílio e outros chamam-lhe um líbio de Pentapolis, mas este parece repousar no
fato de que Pentapolis era um lugar onde os ensinamentos de Sabellius prosperou, de acordo com Dionísio de
Alexandria, c. 260. [ 1 ] O que se sabe é de Sabellius selecionados majoritariamente entre os escritos polêmicos
de seus oponentes. Sabellius ensinou que Deus era indivisível, com o Pai, Filho e Espírito Santo sendo três
modos ou manifestações de uma Pessoa divina. A modalistas Sabellian diria que o Deus Único, sucessivamente,
revelou ao homem ao longo do tempo como o Pai na Criação, o Filho na Redenção, e do Espírito na santificação
e regeneração. (Devido a isso focar a revelação do próprio Deus ao homem, modalismo é freqüentemente
confundida com Trinitarianismo Econômico ).
38
Doutrina de Deus
pessoas da Trindade são meros nomes para cada mudança de fase da
atividade divina.
2.Arianos
Arius defendia a seguinte doutrina da Cristologia:
 Que o Logos e o Pai não eram da mesma essência
 Que o Filho era uma criação do Pai
 Que houve um tempo em que o Filho (ainda) não existia
12
Arius de Alexandria, condenado pelo Concilio de Nicéia em 325,
afirmou que o Pai através de quem Deus cria, tendo sido criado eles
mesmos do nada antes que o mundo existisse. Cristo é chamado Deus
porque ele é o seguinte na hierarquia de Deus e é dotado por Deus de
divinos poderes para criar.
Os seguidores de Arius, diferindo sobre o lugar de Cristo na
posição hierárquica, ao mesmo tempo que 13Socinius concorda com
Arius em que a adoração de Cristo era obrigatória, os 14Unitarianos,
mas tarde, têm percebido a impropriedade da adoração mesmo ao
mais alto de todos os seres criados, e têm constantemente se
inclinado ao ponto de vista do redentor como um mero homem.
Permanecendo em uma peculiar e intima relação com Deus.
ERROS CONTEMPORÂNEOS A RESPEITO À TRINDADE
1.Testemunhas de Jeová
INTRODUÇÃO
12
Arius foi aluno de Luciano de Antioquia, um celebrado professor do cristianismo e um mártir da sua fé. Numa
carta ao Bispo Alexandre de Constantinopla, Alexandre, Patriarca de Alexandria escreveu que Arius derivou a
sua heresia de Luciano.
Apesar do caráter de Arius ter sido severamente assaltado pelos seus opositores, Arius não parece ter sido um
homem de um caráter ascético, de moral pura, e de convicções.
Em 318 houve uma discussão entre o Bispo Alexandre de Alexandria e Arius, porque este último acusava
Alexandre de Sabelianismo. Num Concílio que Alexandre convocou de seguida, Arius foi condenado.
13
Fausto Paolo Sozzini , também conhecida como Fausto Socinus ou Socyn Faust (polonês) (05 de dezembro de
1539, Siena - 04 de março de 1604, Luslawice ) foi um italiano teólogo e fundador da escola do pensamento
cristão conhecido como " Socinianism "e os principais teólogo da Irmandade polonesa (a igreja polonesa
protestante).
14
Um crente na teologia conhecido como Unitarismo
O movimento religioso cujas congregações na Grã-Bretanha, geralmente referido simplesmente como
"unitário", pertencem à organização guarda-chuva da Assembléia Geral das Igrejas unitarista e Free Christian
Unitário Universalismo , uma fé liberal baseada em princípios, em vez de doutrinas, que está centrada
principalmente na América do Norte e caracteriza-se por seu apoio a uma "busca livre e responsável pela
verdade e significado"
39
Doutrina de Deus
A seita que tem esse nome não segue o evangelho de Cristo e é
anti-cristã. Falsa por que diz obedecer a Bíblia e na realidade,
deturpa e mutila os seus ensinamentos. E anti-cristã, porque além de
negar a divindade de Cristo nega também as doutrinas básicas do
cristianismo. Mas não se pode negar que tem um dos mais fortes e
organizados evangelismos de porta-em-porta dentre aqueles que se
denominam cristãos.
DADOS HISTÓRICOS
Fundador: Charles Taze Russel, nasceu em 1852 na Pensilvânia,
nos Estados Unidos. Foi criado na Igreja Presbiteriana. Foi membro
da igreja Congregacional e ingressou na Igreja Adventista,
abandonando-a depois. No ano de 1874 iniciou o seu próprio
movimento, chamando-o "Religião Organizada". Escreveu uma obra
de 7 volumes, sob o titulo: "Estudos nas Escrituras", que foi muito
divulgada. Russel foi um homem de maus procedimentos. Casou-se
em 1879. Várias vezes compareceu a tribunais, inclusive por ações
movidas por sua esposa, quando a situação tornou-se intolerável. Ela
não podendo suportar os maus tratos e o seu regime de prepotência,
abandonou-o em 1897 e dele divorciou-se em 1913, alegando vida
imoral. Russel viu-se muitas vezes em apuros na justiça devido a
escândalos financeiros. Após a morte de Russel, Joseph Franklin,
nascido em 1986, advogado e juiz tomou a direção da seita e somente
a deixou na sua morte em 1942. O chefe atual, sucessor de
Rutherford chama-se Nathan H. Knor, já em idade bem avançada.
Sobre a Trindade:
 Dizem que a trindade é uma mentira de Satanás
 Ensinam que Deus criou a Jesus como filho e então usou-o
como seu sócio. Afirmam também que Jesus antes de vir ao
mundo, era arcanjo Miguel.
 Negam a personalidade do Espírito Santo
Os Russelistas ou TJ afirmam que Satanás deu origem à Trindade,
dizem também que a Doutrina da Trindade é uma superstição
herdada do paganismo egípcio e babilônico.
REFUTAÇÃO:
40
Doutrina de Deus
Embora a palavra "Trindade" não esteja na Bíblia, ela apresenta
desde a primeira página. Gn 1.1, o nome Deus (elo him, plural,
indicado mais de uma pessoa. A Trindade está presente em toda a
Bíblia, vejamos: 1) A Criação do Homem Gn 1.26. 2) Conclusão
divina à capacidade de conhecimento do homem a respeito do bem e
do mal Gn 3.22. 3) Confusão das línguas em Babel (3n 11.7. 4)
Visão e chamada de Isaías Is 6.8. 5) Batismo de Jesus- Mt 3.16-17 6)
Distribuição dos dons espirituais - 1 Co 12.4-6. 7) Benção Apostólica
- 11 Co 13.13. 8) Dedicatória às sete Igrejas da Ásia. Ap 1.4-5. É
bom salientar que apesar de haver uma publicidade na palavra
Elohim, não é o caso de haver três Deuses, todos três independentes e
de existência própria. Os três cooperaram unidos e num mesmo
propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra, são "um". O
Pai cria o Filho redime, e o Espírito Santo santifica; e, no entanto
enfocada uma dessas operações divinas o Criador, mas também o
Filho e o Espírito são tidos como cooperadores na mesma obra. É
verdade que a Trindade não aparece no Novo Testamento; é uma
expressão teológica, que surgiu durante o século 20 para descrever a
Divindade. Mas o planeta Júpiter existiu antes de receber este nome;
e a doutrina da Trindade encontra-se na Bíblia antes de receber a
terminologia Trindade.
DOUTRINA SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO
Os Russelistas negam todas as principais doutrinas da Igreja sobre
a Pessoa Bendita de Jesus Cristo. Negam que Jesus seja Deus.
Afirmam que é um ser criado como o são os anjos e o homem.
Ensinam que Deus criou a Jesus como filho e então usou-o como seu
sócio. Afirmam também que Jesus antes de vir ao mundo, era arcanjo
Miguel.
REFUTAÇÃO:
A Bíblia afirma categoricamente que Jesus é Deus, em João 1.1,
temos a seguinte afirmação: "No principio era o Verbo e o verbo
estava com Deus e o Verbo era Deus". Permita-me agora explicar
este versículo, da seguinte maneira: "O Verbo estava com Deus": A
palavra "com" é tradução de urna preposição grega que significa
literalmente "de frente" ou "olhando para”. Assim sendo, a palavra
ou Verbo é uma pessoa que está nesta relação com o Pai. No grego
há outro significado definitivo antes do vocábulo "Deus", o que
41
Doutrina de Deus
indica que a Primeira Pessoa da Trindade é ali referida. Dessa
maneira João está falando sobre a comunhão entre a Palavra Jesus
Cristo - e o Pai, uma comunhão que existirá por toda a eternidade, a
qual nunca foi interrompida senão naquele misterioso momento no
Calvário, quando o Filho clamou: "Deus meu, Deus meu, porque me
desamparaste?" "E o verbo era Deus": Aqui a palavra é empregada
dessa maneira, refere-se à essência divina. É posta ênfase a qualidade
ou o caráter. Dessa maneira, João nos ensina aqui que nosso Senhor
Jesus Cristo é essencialmente Deidade. Ele possui a mesma essência
possuída por Deus Pai, e é um só com Deus Pai quanto à natureza e
aos atributos. Jesus de Nazaré, o carpinteiro, o mestre, é o próprio
Deus. Explicando o versículo: No principio era o Verbo (conceito
total de Deus) e o Verbo estava de frente com Deus (Pai), e o Verbo
era (quanto â Sua essência ou natureza) Deus.
JESUS CRISTO (O FILHO) TEM OS MESMOS
ATRIBUTOS DE DEUS (O PAI)
Deus (O Pai) - Criou os céus e a terra. Gn 1.1. Adorar somente a
Deus - Mt 4 10. Deus é onisciente - SI 139.3 Somente Deus pode
perdoar pecados - Mc 2.7. Jesus Cristo (O Filho) - Tudo foi criado
por Ele e para Ele - Cli. 16. Cristo adorado pelos anjos - Hb 1.6.
Cristo é Onisciente - Mt 9.4; Jo 2.24,25, Cristo também tem poder
para perdoar pecados Mt 9.5,6. Jesus é igual a Deus CI 1.15; Jo 14.6;
têm existência própria Jo 5.26; Ele é amor Jo 3.16; Ele é santo Lc
1.3; Ele é eterno Jo 1.1; E Onipresente Mt. 28.20; E Onipotente Mt.
28.18.
DOUTRINA SOBRE A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
Os Testemunhas de Jeová negam a personalidade do Espírito Santo
dizendo que é apenas um poder invisível, uma influência impessoal
emanada de Deus, um mero fluido para executar a vontade divina
REFUTAÇÃO:
Em primeiro lugar queremos salientar que o Espírito Santo é uma
Pessoa, pois lhe são atribuídos predicados de uma personalidade. Se
o Espírito Santo não é um mero poder emanado de Deus, e sim a
Terceira Pessoa da Trindade, então a nossa preocupação não será
mais como poderemos nos apossar do Espírito para realizar o nosso
trabalho, senão, como entregarmos a Ele para que realize, por nosso
42
Doutrina de Deus
meio, a sua obra no mundo. O Espírito Santo é o dirigente, o crente
coopera com Ele; O Espírito Santo é o Mestre e o crente é o
discípulo. Sendo Espírito Santo uma pessoa Ele age como pessoa.
Ele ama - Rn 15.30. Ele ensina - J.o 14.26. Ele fala - At 13.2. Ele
intercede. Rm 8.26. Ele ornamenta. Jo 26.13. Ele convida. Ap 22.1 7.
Ele segundo lugar queremos afirmar que o Espírito Santo é uma
pessoa divina, sendo divina, Ele é Deus. O Espírito é Executivo da
Divindade, operando em todas as esferas tanto física como moral.
Por intermédio do Espírito, Deus criou e preserva o universo. Provase sua divindade pelos seguintes fatos: Atributos divinos lhe são
aplicados: 1) Ele é eterno. Hb 9.14. 2) Ele é Onisciente 1 Co 2.10.11.
3) Ele é Onipotente Lc. 1.35. 4) Ele é onipresente SI 139.7-10. Obras
divinas lhe são atribuídas, como sejam: Criação; regeneração e
ressurreição. Cii 1.2; Jo 33.4; Jo 3.5-8; Rm 8.11. E classificado junto
ao Pai e o Filho. 1 Co 12.4-6; II Co 13.13; Mt 28.19; Ap 1.4.
2.Budismo
Sistema ético, religioso e filosófico fundado pelo príncipe hindu
Sidarta Gautama (563-483 a.C.), ou Buda, por volta do século VI. O
relato da vida de Buda está cheia de fatos reais e lendas, as quais são
difíceis de serem distinguidas historicamente entre si.
O príncipe Sidarta nasceu na cidade de Lumbini, em um clã de
nobres e viveu nas montanhas do Himalaia, entre Índia e Nepal. Seu
pai, era um regente e sua mãe, Maya, morreu quando este tinha uma
semana de vida. Apesar de viver confinado dentro de um palácio,
Sidarta se casou aos 16 anos com a princesa Yasodharma e teve um
filho, o qual chamou-o de Rahula.
História do Budismo
Aos 29 anos, resolveu sair de casa, e chocado com a doença, com a
velhice e a com morte, partiu em busca de uma resposta para o
sofrimento humano. Juntou-se a um grupo de ascetas e passou seis
anos jejuando e meditando. Durante muitos dias, sua única refeição
era um grão de arroz por dia. Após esse período, cansado dos ensinos
do Hinduísmo e sem encontrar as respostas que procurava, separouse do grupo. Depois de sete dias sentado debaixo de uma figueira, diz
ele ter conseguido a iluminação, a revelação das Quatro Verdades.
Ao relatar sua experiência, seus cinco amigos o denominaram de
43
Doutrina de Deus
Buda (iluminado, em sânscrito) e assim passou a pregar sua doutrina
pela Índia. Todos aqueles que estavam desilusionados pela crença
hindu, principalmente os da casta baixa, deram ouvido a esta nova
faceta de Satanás. Como todos os outros fundadores religiosos, Buda
foi deificado pelos seus discípulos, após sua morte com 80 anos.
Prática de Fé do Budismo
O Budismo consiste no ensinamento de como superar o sofrimento
e atingir o nirvana (estado total de paz e plenitude) por meio da
disciplina mental e de uma forma correta de vida. Também creêm na
lei do carma, segundo a qual, as ações de uma pessoa determinam
sua condição na vida futura. A doutrina é baseada nas Quatro
Grandes Verdades de Buda:
 A existência implica a dor -- O nascimento, a idade, a morte
e os desejos são sofrimentos.
 A origem da dor é o desejo e o afeto -- As pessoas buscam
prazeres que não duram muito tempo e buscam alegria que
leva a mais sofrimento.
 O fim da dor -- só é possível com o fim do desejo.
 A Quarta Verdade -- se prega que a superação da dor só pode
ser alcançada através de oito passos:
 Compreensão correta: a pessoa deve aceitar as Quatro
Verdades e os oito passos de Buda.
 Pensamento correto: A pessoa deve renunciar todo prazer
através dos sentidos e o pensamento mal.
 Linguagem correta: A pessoa não deve mentir, enganar ou
abusar de ninguém.
 Comportamento correto: A pessoa não deve destruir
nenhuma criatura, ou cometer atos ilegais.
 Modo de vida correto: O modo de vida não deve trazer
prejuízo a nada ou a ninguém.
 Esforço correto: A pessoa deve evitar qualquer mal hábito e
desfazer de qualquer um que o possua.
 Desígnio correto: A pessoa deve observar, estar alerta, livre
de desejo e da dor.
 Meditação correta: Ao abandonar todos os prazeres sensuais,
as más qualidades, alegrias e dores, a pessoa deve entrar nos
44
Doutrina de Deus
quatro gráus da meditação, que são produzidos pela
concentração.
Teologia do Budismo
A divindade: não existe nenhum Deus absoluto ou pessoal. A
existência do mal e do sofrimento é uma refutação da crença em
Deus. Os que querem ser iluminados, necessitam seguir seus próprios
caminhos espirituais e transcendentais.
Antropologia: o homem não tem nenhum valor e sua existência é
temporária.
Salvação: as forças do universo procurarão meios para que todos
os homens sejam iluminados (salvos).
A alma do homem: a reencarnação é um ciclo doloroso, porque a
vida se caracteriza em transições. Todas as criaturas são ficções.
O caminho: o impedimento para a iluminação é a ignorância.
Deve-se combater a ignorância lendo e estudando.
Posição ética: existem cinco preceitos a serem seguidos no
Budismo:
 Proibição de matar
 Proibição de roubar
 Proibição de ter relações sexuais ilícitas
 Proibição do falso testemunho
 Proibição do uso de drogas e álcool
No Budismo a pessoa pode meditar em sua respiração, nas suas
atitudes ou em um objeto qualquer. Em todos os casos, o propósito é
se livrar dos desejos e da consciência do seu interior.
Islamismo
A Trindade é sempre - invariavelmente - a maior pedra de tropeço
para os muçulmanos nos Evangelhos e desvia a atenção de um
assunto mais produtivo para numerosas conversas. Para iniciar, deve
ser dito que há somente um ser que pode compreender inteiramente a
natureza de Deus: Ele mesmo. Contudo, há muitas indicações na
Bíblia de seu caráter trinitário.
45
Doutrina de Deus
O Alcorão erra em seu retrato da Trindade ao ter Jesus e Maria
como dois deuses separados, além de Alá: "Ó Jesus, filho de Maria!
Não dissestes aos homens de boa vontade: 'Toma-me e a minha mãe
como dois deuses ao lado de Alá'?" (Sura 5,116); "Como pode Ele
(Deus) ter um filho, quando não tem uma esposa?" (Sura 6,101).
Eles, de fato, desacreditaram em quem disse: "Alá é o Messias, filho
de Maria" (Sura 5,17). "Longe de nós retirá-lo de sua majestade
transcendente para que tenha um filho" (Sura 4,171). Este retrato de
cristãos acreditando que Deus tomou Maria como sua esposa, e ela,
com seu filho Jesus, se tornaram deuses separados é uma ofensa aos
cristãos tanto quanto aos muçulmanos, embora haja evidências de
seitas heréticas banidas da Arábia que ensinavam isso no tempo de
Maomé (conhecidas como Mariamia ou Coloridianos).
Quando dizemos que "Jesus é o Filho de Deus", embora queiramos
dizer "Ele é a eterna e incriada Palavra de Deus, sendo Ele igual em
tudo e inteiramente divino", infelizmente os muçulmanos pensam
que "Deus fez sexo com Maria e ela deu à luz a Jesus". É vital não
dizer aos muçulmanos que Jesus é o Filho de Deus; isto não
compromete os Evangelhos, já que há muitas maneiras de afirmar
sua divindade sem usar a conveniente, mas inteiramente mal
entendida expressão "Filho de Deus", como vimos acima.
Indicadores úteis incluem a Sura 2,177 na qual a palavra árabe
ibni-sabili significa literalmente filho da estrada, que é traduzida por
viajante - exatamente como Jesus, que não é, literalmente, um filho
físico de Deus, como o viajante não é literalmente gerado por uma
estrada. A sura 85,22 é indicada pela maioria dos muçulmanos
(sunitas) para significar que o Alcorão é incriado, existindo com
Deus desde o princípio. Se o Alcorão é a palavra de Deus eterna e
incriada, por que há o problema que Jesus, a Palavra de Deus, seja
eterno e incriado? Na verdade, não houve um tempo em que a
Palavra de Deus não existisse, desde que é intrinsecamente uma parte
de Deus. Singularmente, a Sura 4,171 diz que Jesus é a Palavra de
Deus e Seu Espírito, embora em outro lugar o Espírito (em árabe:
ruuhim minh) seja identificado como sendo a verdadeira essência de
Deus mesmo (Sura 2,253: "Nós fundamentamos (Jesus) com o
Espírito Santo"; 12,87; 58,22).
46
Doutrina de Deus
No Alcorão, Jesus tem atributos que nenhum outro ser humano
possui. Ele nasceu de uma virgem (Sura 21,91: quem era o pai de
Jesus de acordo com o Alcorão?) e não tinha pecado (Sura 19,19).
Ainda criança, fez pássaros de barro e soprou neles a vida, sendo,
porém, o dom da vida algo que somente Deus podia dar (Sura 3,49;
esta história primeiramente apareceu no Evangelho herético de
Tomé, no segundo século de nossa era); Ele curou homens que
nasceram cegos, curou o leproso e ressuscitou um morto; tinha
conhecimento do que estava escondido nas casas dos homens (Sura
3,49). Tinha o poder de interceder (Sura 3,45: "um daqueles que foi
elevado junto a Alá"), contudo, somente Deus pode interceder (Sura
39,44). Ele podia perdoar pecados (Sura 61,12) e conhecia, só Ele, a
hora do Julgamento (Sura 43,61)!
Um muçulmano poderá reclamar que na Bíblia nunca Jesus disse
explicitamente que era Deus (e realmente não o fez). Contudo, a
evidência estava presente e Ele deixou ao povo conjeturar suas
próprias conclusões. A Bíblia nega categoricamente que haja mais de
um Deus (Dt 6,4: "O Senhor teu Deus é um só"; este versículo está
citado em Mc 12,29; v. tb. Jer 2,19)). Contudo, a palavra hebraica
echad insinua a todos uma pluralidade. Por exemplo, é usada no Gn
2,24 ("os dois devem ser uma só carne"). Deus fala no plural, por ex.:
"Façamos o homem à nossa imagem" (Gn 1,26) e, contudo, não há
nenhum "Nós majestático" em hebraico. No Gn 1,2-3 lemos as três
pessoas da Trindade em ação: Deus, Palavra e Espírito. E em Mt
26,19, Jesus nomeia essas três pessoas.
Jesus tem o poder não somente de curar, mas de perdoar os
pecados, e já que nós pecamos somente contra Deus, quem tem a
autoridade de perdoar os pecados senão Deus (Mc 2,7)? Qual outro
Deus pode pedir que nosso amor por Ele seja tão exclusivo que todo
outro nosso relacionamento pareça ser ódio se a ele comparado (Lc
14,26)? Já que Deus ordenou o Sábado, somente Deus pode ser o
Senhor do Sábado, e, todavia, Jesus usa esse título aplicando a si
mesmo (Mc 2,28). Jesus nos transmite o juízo sobre nosso destino
eterno (Mt 25,32, Jo 5,22) e estará conosco para sempre (Mt 28,20).
Ele diz que é o bom pastor (Jo 10,11), contudo Deus é nosso Pastor
(Sl 23,1). Ele é a Luz do mundo (Jo 8,12), contudo Deus é nossa luz
47
Doutrina de Deus
e nossa salvação (Sl 27,1). Ele aplica o santo nome "EU SOU" de
Deus (Ex 3,14) a Ele próprio (Jo 8,58), e quase foi apedrejado por
blasfêmia. Em seu julgamento, quando interrogado pelo Sumo
Sacerdote se Ele era Filho de Deus (um título messiânico, mas não
automaticamente um título que implica na divindade, como Jesus
destacou em Jo 10,34-36, Jesus respondeu : "Eu sou. E vós vereis o
Filho do Homem sentado à direita do Todo Poderoso e vindo sobre
as nuvens do céu" (Mc 14,62). Esta é uma referência direta a Dn
7,13-14, na qual ao Filho do Homem é dada toda a autoridade e todos
os povos o adoram. Foi essa inequívoca reinvidicação de divindade
que foi considerada base suficiente para sentenciar Jesus à morte.
Embora os muçulmanos tenham o problema de aceitar que Jesus
morreu realmente, não há realmente como negar que Jesus foi, de
fato e no mínimo, sentenciado à morte.
Quando um muçulmano diz que não há Trindade está limitando
Deus, já que Deus é capaz de todas as coisas (Sura 5,17-19). De fato,
na Sura 27,8, lemos que Deus apareceu a Moisés numa sarça ardente
(Ex 3,2). Seu Deus pode baixar-se a si mesmo a ponto de aparecer a
Moisés como um fogo, certamente Ele poderia humilhar-se a si
mesmo e aparecer como um homem (Fil 2,7); além disso, o ser
humano é muito mais digno que o fogo. A questão, então, não é se
Deus pôde se tornar homem, mas por que Ele o fez.
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – Mórmos
A Igreja Mórmon (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias) afirma que seus membros adoram Jesus Cristo. O Mormonismo
afirma ser uma igreja cristã, mas ela não tem o mesmo Jesus dos
cristãos. Os Mórmons, na verdade, adoram um falso Cristo.
A Bíblia afirma que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo e nasceu
de uma virgem (Mateus. 1:18-25, Lucas 2:26-35). A Igreja Mórmon
nega esta verdade. O segundo presidente da Igreja Mórmon declarou:
"Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo" (Jornal de Discursos,
vol.1, p.51). Em verdade, o Jesus dos Mórmons foi gerado numa
relação sexual entre Maria e Deus Pai (que possui um corpo físico).
Um líder Mórmon escreveu recentemente: "foi a pessoa do Pai que
gerou o corpo de Jesus” (O Vidente, p.158). O apóstolo atual dos
48
Doutrina de Deus
Mórmons, Bruce Mc Conkie, fala de Cristo: "ele foi gerado,
concebido e nascido no curso natural dos acontecimentos, ..."
(Doutrina Mórmon, p.742).
O Jesus da Bíblia é Deus. Ele sempre foi Deus (João.1:1,
Filipenses 2:6 e Hebreus.1:8). Essa não é a verdade sobre o Jesus dos
Mórmons. De acordo com a Igreja Mórmon, Jesus tornou-se um
deus. Joseph Smith declarou: "eu sempre declarei que Deus é uma
pessoa distinta, Jesus Cristo, uma pessoa separada e distinta de Deus
Pa,i e que o Espírito Santo é uma pessoa distinta e um espírito; e que
estes três formam... três deuses". (História da Igreja, vol.6, p.474).
Em outubro de 1984 um apóstolo mórmon declarou: "Qualquer um
que crê e ensina sobre Deus Pai e aceita a divindade de Cristo e do
Espírito Santo ensina a pluralidade dos deuses" (Insígnia, nov. 84,
p.68). O apóstolo mórmon Bruce Mc Conkie disse: "o Senhor Jesus
trabalhou pela sua própria salvação" (Nossa Relação com o Senhor,
p.9).
Na Bíblia Jesus é adorado (Mateus.8:2, Marcos.5:6, Lucas 24:52,
João 9:38 e Hebreus 1:6). O Mormonismo diz que Jesus não deve ser
adorado. Bruce Mc Conkie declara: "nós não adoramos o Filho"
(Nossa Relação com o Senhor, p.5). Para um Mórmon, Jesus é
apenas "um membro importante da divindade" (Insígnia, Jan/84,
p.17).
O Jesus bíblico foi o mais misericordioso de todos os homens. Ele
declarou: "pois o Filho do homem não veio para destruir as almas
dos homens, mas para salvá-las" (Lucas 9:56). Ele mostrou isso nos
acontecimentos que envolveram sua crucificação e ressurreição. Ele
foi escarnecido, cuspido, esbofeteado e açoitado. Os soldados de
Pilatos coroaram-no de espinhos. Mesmo assim, Jesus não tentou
defender-se, ele que tinha o poder de invocar milhares de anjos para
socorrê-lo (Mateus 26:53) Quando os soldados o pregaram na cruz,
Cristo orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem"
(Lucas 23:34). Em sua morte houve um terremoto e o véu do
santuário se rasgou em duas partes, sem causar, porém, qualquer
outro dano (Mateus 27:50-51). Na sua ressurreição houve outro
terremoto, que também não causou dano algum. Em vez disso,
"abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos que dormiam
ressuscitaram" (Mateus 27:52).
49
Doutrina de Deus
Este não é o Jesus dos Mórmons. O Livro de Mórmon registra os
eventos que supostamente aconteceram no Hemisfério Ocidental por
ocasião da morte de Cristo. Segundo esses registros, 16 cidades
foram destruídas com todos os seus habitantes, alguns tendo sido
queimados, outros submergidos no mar e alguns outros sepultados
sob toneladas de terra e pedras. O Livro de Mórmon narra que
aqueles que "mataram e apedrejaram os profetas e os baniram" foram
poupados, enquanto mulheres e crianças inocentes morreram (3 Nefi
8:25). Quando se completou a destruição, uma voz foi ouvida
assumindo a responsabilidade pelas vidas destroçadas e as cidades
transformadas em escombros. De acordo com o Livro de Mormon, a
pessoa responsável por tal carnificina foi "Jesus Cristo, o Filho de
Deus" (3 Nefi, 9:15). Em lugar de Salvador, o Jesus dos mórmons é
um assassino. O cristo da Bíblia veio "para dar vida" (Jo.10:10). O
Jesus dos mórmons é o responsável pela morte de milhares e
milhares. Tradução de Mary Schultze para o CPR
Os líderes mórmons já admitiram que eles crêem num outro Jesus.
O oficial da Igreja Mórmon declarou: "é verdade que muitas das
igrejas cristãs adoram um Jesus Cristo diferente do Jesus dos
Mórmons" (Insígnia, maio 77, p.26).
Não há salvação na adoração de um falso Cristo (Mt.24:24). Um
Jesus que não seja o verdadeiro Jesus da Bíblia não tem poder para
salvar. Somente depositando confiança total no Jesus da Bíblia é que
se pode obter vida eterna. Paulo alertou sobre "outro Jesus" em 2
Co.11:4. O Jesus dos Mórmons é outro Jesus! Confiar no Jesus do
Mormonismo nunca vai nos levar à vida eterna. A Bíblia apresenta o
verdadeiro Jesus e o verdadeiro plano de salvação. Só o Jesus da
Bíblia pode oferecer salvação eterna. "E não há salvação em nenhum
outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado
entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At.4:12).
Como se pode alcançar a vida eterna? A Bíblia ensina: "Crê no
Senhor Jesus, e serás salvo" (At.16:31). Crer não significa ter apenas
um conhecimento superficial sobre Jesus como Salvador ou
simplesmente dizer que se crê nele. O verbo crer na Bíblia significa
colocar total confiança em Cristo e depender somente dele para ter a
vida eterna. Ser membro de igreja não significa estar salvo. Batismo
50
Doutrina de Deus
não salva. Boas obras e boa moral não salvam. Somente a graça de
Deus, através da fé em Jesus Cristo, pode oferecer a vida eterna. A
Bíblia diz: "eu publicarei essa justiça tua; e quanto às tuas obras, elas
não te aproveitarão" (Isaías. 57:12). Jesus disse: "a obra de Deus é
esta, que creiais naquele que por ele foi enviado" (Jo.6:29).
Não ponha sua confiança numa igreja, nem no batismo, nem nos
profetas e, muito menos, num falso Cristo. Ponha sua fé somente no
Jesus da Bíblia. Ele promete que "todo aquele que nele crê não
perece, mas tem a vida eterna" (João 3:16). E faz um convite
especial: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e
sobrecarregados, eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e
aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para as vossas almas" (Mateus 11:27-28).
Alguns Teólogos e a Trindade
Tertuliano
Quintus Septimius Florens Tertullianus,
conhecido como Tertuliano (ca. 160 - ca.
220 dC). Foi um prolífico autor das
primeiras fases do Cristianismo, nascido em
Cartago na província romana da África. Ele
foi um primeiro autor cristão a produzir uma
obra literária (corpus) em latim. Ele também
foi um notável apologista cristão e um
polemista contra a heresia.
O maior contributo de Tertuliano para a teologia foi a sua reflexão
acerca do mistério trinitário. Criou um vocabulário que passou a
fazer parte da linguagem oficial da teologia cristã. Foi ele que
introduziu a palavra “Trinitas”, como complemento da “Unitas”.
Segundo Tertuliano, Pai, Filho e Espírito Santo são um só Deus
porque uma só é a substância, um só estado (status) e um só poder.
Mas, por outro lado, distinguem-se, sem separação, pelo grau, pela
forma e pela espécie (manifestação). Tertuliano introduz assim o
termo “pessoa”, (persona), para significar cada um dos três,
considerado individualmente. Este vocabulário passou a vigorar, até
hoje, para referir as realidades trinitárias. No entanto, Tertuliano
deixa transparecer alguma influência subordinacionista. Ao falar da
51
Doutrina de Deus
geração do Filho, sem querer comprometer a sua divindade, admite
uma certa gradação, desde uma fase anterior à criação, em que o
Logos de Deus se contempla a Si mesmo, para passar a contemplar a
economia salvífica, e é engendrado de forma imanente em Deus, até
à criação, em que a Palavra se realiza como tal ao ser proferida.
Cristo é, assim, o primogênito do Pai, gerado antes de todas as
coisas, mas não é eterno. O Filho é como que uma porção ou
emanação do Pai.
Tertuliano, apesar de ter dotado a teologia trinitária dum
vocabulário preciso, e de ter procurado a exatidão, não se livrou de
algumas ambigüidades e deficiências.
15
João Calvino
João Calvino (Noyon, 10 de julho de
1509 — Genebra, 27 de maio de 1564) foi
um teólogo cristão francês. Calvino teve
uma influência muito grande durante a
Reforma Protestante, uma influência que
continua até hoje. Portanto, a forma de
Protestantismo que ele ensinou e viveu é
conhecida por alguns pelo nome
Calvinismo, mesmo se o próprio Calvino
teria repudiado contundentemente este
apelido. Esta variante do Protestantismo viria a ser bem sucedida em
países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul
(entre os africânderes), Inglaterra, Escócia e Estados Unidos da
América.
Nascido na Picardia, ao norte da França, foi batizado com o nome
de Jean Cauvin. A tradução do apelido de família "Cauvin" para o
latim Calvinus deu a origem ao nome "Calvin", pelo qual se tornou
conhecido.
Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado
sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este
intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do
movimento protestante, pregando em igrejas e acabando por ser
reconhecido por muitos como "padre". Vítima das perseguições aos
15
Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/joao-calvino/teologia-de-joao-calvino-alderi-souza-dematos.html#ixzz1ZXVqiCYf
52
Doutrina de Deus
protestantes na França, fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu
em 1564. Genebra tornou-se definitivamente num centro do
protestantismo Europeu e João Calvino permanece até hoje uma
figura central da história da cidade e da Suíça.
O Deus trino
Calvino deu mais atenção à doutrina da trindade que Lutero ou
Zuínglio. Ele basicamente sustentou a doutrina da igreja antiga de que
Deus é uma única essência que subsiste em três pessoas distintas: Pai,
Filho e Espírito Santo. Ele advertiu quanto a especulações sobre o
mistério da essência divina e recusou-se a torcer a Escrituras para
sustentar essa doutrina.
Como no caso de Atanásio, no quarto século, a Trindade era
fundamental por ser um testemunho da divindade de Jesus Cristo e,
assim, da certeza da salvação realizada por ele. Somente alguém que
era verdadeiramente Deus poderia redimir os que estavam totalmente
perdidos.
A fé na trindade é confessada na liturgia do batismo e na doxologia,
não para definir plenamente o ser de Deus, mas somente para
permanecer em silêncio diante do mistério da sua presença
(Agostinho).
Agostinho (354-430 AD)
Agostinho é uma das figuras mais
importantes
no
desenvolvimento
do
cristianismo no Ocidente. Em seus primeiros
anos, Agostinho foi fortemente influenciado
pelo maniqueísmo e pelo neoplatonismo de
Plotino, mas depois de tornar-se cristão
(387), ele desenvolveu a sua própria
abordagem sobre filosofia e teologia e uma
variedade de métodos e perspectivas
diferentes. Ele aprofundou o conceito de
pecado original dos padres anteriores e,
quando o Império Romano do Ocidente começou a se desintegrar,
desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus
(em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material do homem.
53
Doutrina de Deus
Seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem
medieval. A Igreja se identificou com o conceito de "Cidade de Deus"
de Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.
Agostinho escreveu “De Trinitate”, na época, a maior obra em
defesa da Trindade. Afirmou ele:
Todos aqueles expositores católicos das divinas criaturas que fui
capaz de investigar, que escreveram antes de mim com respeito à
Trindade, que é Deus, tem o propósito de ensinar segundo as
Escrituras, esta doutrina, segundo a qual o Pai, o Filho e o Espírito
Santo partilham de uma divina unidade, de uma e mesma substância
numa igualdade indivisível, e portanto, que não há três deuses, mas
um só Deus.
Agostinho cria que a Trindade foi claramente revelada no Antigo
Testamento, especialmente na frase de Gênesis 1:1 – “no princípio” –
conforme Apocalipse 3:14 (...o princípio da criação de Deus).
Ele provou a Trindade por lógica, raciocinando que, por exemplo, 1
João 4:16 e Malaquias 3:6 provam que Deus eternamente é amor.
Todavia não pode haver amor sem um objeto, um recipiente deste
amor. Deveria haver mais de uma pessoa divina antes da primeira
criação para partilhar deste amor. Por isso onde há amor, há Trindade.
Agostinho também provou a trindade pelo argumento da
antropologia. O homem foi criado à imagem de Deus. O homem tem
três partes: corpo, alma, espírito; assim a Trindade, Deus em três
membros.
Karl Barth (teólogo contemporâneo)
16
Nasceu em Basiléia, Suíça, em 10 de maio
de 1886. Era filho de Fritz Barth, um ministro
reformado e professor de Novo Testamento e
História da Igreja na Universidade de Berna,
na Suíça, e Anna Sartorius. Ele recebeu sua
educação inicial como membro da Igreja
Reformada Suíça por seu pastor, Robert
Aeschbacher. Essa educação deixou marcas
16
Franklin Ferreira. http://www.monergismo.com
54
Doutrina de Deus
profundas em sua mente, as quais podem ser notadas em toda a sua
produção teológica.
O Deus Triúno – Em Barth, Deus é absolutamente transcendente.
A partir deste prisma, ele fez uma forte distinção entre a procura
helênica por Deus (que ele chama de “teologia natural”) e a
proclamação do evangelho de que em Jesus, Deus nos procura (o que
ele chama de “revelação”), usando essa percepção como a única
força motora do discurso trinitário. Barth colocou a doutrina da
Trindade como ponto de partida para a teologia. Ele argumentou que:
“A doutrina da Trindade é o que, basicamente, define o caráter
cristão da doutrina de Deus e, portanto, distingue como sendo cristão
o conceito de revelação, diferente de outras doutrinas possíveis sobre
Deus e sobre o conceito de revelação.”
Barth via na doutrina da Trindade a única resposta possível para a
pergunta: Quem é esse Deus que se revela? A revelação bíblica,
então, faz três perguntas: Quem é revelado? O que ele fez para se
revelar?
O que a revelação realiza? A resposta a cada uma deve ser Deus,
sem restrição.
“Deus se revela a si próprio. Ele se revela através de si próprio. Ele
se revela a si próprio”.
E separadas de cada uma dessas três frases, as outras duas
permanecem ambíguas. Toda a doutrina da Trindade, diz ele, é
somente a especificação de que Deus pode se revelar a si próprio
assim como Deus de fato se revelou em Cristo.
Para Barth, Deus é a resposta a todas as três perguntas. Se a
revelação, Jesus, ou a realização da revelação entre nós, o Espírito
Santo, não fossem simplesmente o próprio Deus, nós seríamos
lançados a uma procura religiosa inútil pelo próprio Deus. Mas o que
a cruz e a ressurreição revelam é exatamente que tal procura,
negando a suficiência da palavra do evangelho, é incredulidade.
Resumindo, aquele que é revelado é Deus. Pai, Filho e Espírito
Santo são formas divinas de ser que existem eternamente dentro da
unidade absoluta de Deus. Ainda assim, a distinção entre essas
formas consiste numa pré-condição necessária para a revelação de
Deus em Jesus Cristo e na presença espiritual de Deus dentro da vida
da igreja. Contudo, o Deus que assim se revela a si próprio não se
55
Doutrina de Deus
torna com isso meramente idêntico à revelação histórica e à presença
consumada; a cruz revela, de novo, que Deus jamais é apreendido
dessa maneira por nós.
HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA DA
TRINDADE
a) Igreja Primitiva
Os pais apostólicos não tinham uma noção clara da Trindade. A fé
sempre precede a doutrina.
Para eles o termo “Pai” significava a Divindade inteira. Cristo era o
Filho do Pai enviado para salvar os homens. O Espírito Santo era
apenas um espírito profético.
O historiador Giesler observou:
“A unidade e igualdade das pessoas, que necessariamente resultou
de manter a unidade de essência, não foi plenamente reconhecida de
pronto, mesmo pelo Concílio de Nicéia (325 AD), mas continuou a ser
mais claramente percebida, até que finalmente veio a ser expressa por
Agostinho pela primeira vez com decidida conseqüência lógica”.
b). Justino, mártir (165 AD).
Justino foi o primeiro a afirmar que o Jeová do Antigo Testamento é
Jesus. Ele Pensou que o Logos (Jesus) e Deus eram distintos
numericamente, mas ainda constituíam um Deus. Todavia Justino não
teve noção alguma da personalidade do Espírito Santo.
c) Teófilo de Antioquia (189 AD).
Teófilo foi o primeiro a usar o termo “Trindade” em grego. Pensou
que Deus o Pai, produziu de si mesmo o Logos (Jesus) e Sabedoria (o
Espírito Santo) na criação do mundo, para salvar os homens.
d) Os Montanistas (200 AD).
Os montanistas representaram um movimento reformador contra a
lassidão moral da igreja. Colocaram uma grande ênfase sobre a vida
espiritual, por isso foram os primeiros a definir a personalidade do
Espírito Santo.
56
Doutrina de Deus
e) Tertuliano
Uniu-se aos montanistas na última parte de sua vida. Foi o primeiro
a usar o termo Trindade em Latim.
Pensou que a Trindade representava três expressões da mesma
essência, como três canais do mesmo rio. Mas ainda enfatizava a
unidade de Deus assim:
Há três, não em substância, mas em forma, não em poder, mas numa
específica distinção; porém, de uma só substância e poder.
Mantende sempre a regra que vos torno manifesta de acordo com a
qual eu testifico que o Pai, Filho e Espírito Santo não são separados.
Quando eu digo que eles são distintos apenas a ignorância ou a
perversidade tomarão isso como significando uma diversidade que
resulta em separação...
Pois o Filho é outro além do Pai, não por diversidade, mas por
distribuição, não por divisão, mas por distinção.
O Pai e o Filho não são o mesmo, mas diferem um do outro pelo seu
modo de ser.
f) Orígenes (185-245 AD)
Foi o primeiro a crer que o Pai e o Filho foram distintos na
eternidade. Mas não cria na doutrina do Espírito Santo.
g) Atanásio (293-373AD)
Era o bispo de Alexandria, no Egito e o líder do partido vitorioso no
Concílio de Nicéia. Afirmou:
“Cremos em um Deus Pai todo-poderoso, criador de todas as coisas
visíveis e invisíveis; e em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus,
gerado do Pai, unigênito, isto é, da essência do Pai, Deus de Deus, luz
de luz, verdadeiro Deus, gerado, não criado, de mesma essência com o
Pai, por quem todas as coisas foram criadas, tanto as que estão no céu
como as que estão na terra... e no Espírito Santo. Aqueles que dizem
ter havido um tempo quando Ele não existiu antes de ter sido gerado, e
que foi feito de coisas que não existem, ou que Ele é de uma diferente
“hipostasis” ou essência daquela do Pai, ou que o Filho de Deus é
criado, nutrido e capaz de ser alterado são anatematizados pela Igreja
Católica.”
Atanásio rejeitou os ensinos de Ário e Teófilo.
Ele afirmava que a Trindade existia desde a eternidade. Escreveu:
57
Doutrina de Deus
“Se a santa Trindade não existisse desde a eternidade, mas somente a
unidade subsistisse primeiro e com lentidão crescesse e se tornasse a
Trindade, a Santa Trindade haveria de ser imperfeita até que o Filho
tivesse sido criado, como sustentam os arianos, e então após, seria
completa.”
Conclusão
A
DOUTRINA
DA
TRINDADE
É
MISTÉRIO
INSCRUTAVEL E INSOLUVEL AS MENTES FINITAS; MAS
NÃO É AUTO-CONTRADITORIA.
Não fazemos tentativas de negar ou de explicar o mistério da
doutrina da Trindade. Alto mistério é que mentes humanas nunca
podem sondar.
Contudo, a doutrina da Trindade não é auto-contraditória. Deus
não é três no mesmo sentido em que Ele é um. Ele é um em essência,
natureza e ser; mas, nesta uma essência, natureza e ser há três
distinções eternas que se nos representam de uma tal maneira que as
chamamos pessoas. Quem pôde dizer que tais distinções são
impossíveis em a natureza de Deus? Para fazer isso ter-se-ia de ter
perfeito entendimento da natureza de Deus. De maneira que fazemos
bem de aceitar o que a Escritura ensina e deixar o mistério para
solucionar-se quando tivermos mais luzes, se semelhante luz que nos
habilite a explicar e entender nos for sempre dada. O mistério vem
por causa de nossa inabilidade para compreendermos totalmente a
natureza de Deus.
58
Doutrina de Deus
Anexos:
TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS (perguntas e Respostas)
01-QUEM É DEUS?
Deus é Espírito, o Criador de todas as coisas. Criador do Universo,
Criador dos homens, dos anjos, dos animais, de todos os elementos da
Natureza, exemplos de água, ar e luz (Gênesis 1; João 4.24).
02 - QUAIS OS ATRIBUTOS DE DEUS?
Atributos são as qualidades inerentes a Deus, próprias dEle.
Dividem-se em dois: atributos incomunicáveis, que não podem ser
transferidos ao homem (ONIPRESENÇA, ONISCIÊNCIA,
ONIPOTÊNCIA, INFINITUDE e IMUTABILIDADE); atributos
comunicáveis, os que podem ser transferidos ao homem (AMOR,
SANTIDADE, JUSTIÇA, VERDADE). (Êxodo 3.14; Provérbios
5.21; 15.3; Atos 15.17-18; Tiago 1 17; Salmos 139.1-12; 147.13-18).
03 - QUER DIZER QUE DEUS NÃO TEM MÃE?
Nem pai. Deus é um Ser incriado, isto é, que existe sem Ter sido
criado.
04 - COMO PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS?
59
Doutrina de Deus
Conforme nos mostra Paulo em Romanos. 1.20, todas as coisas
criadas sejam seres animados ou inanimados e o próprio Universo,
mostram que somente um ser superior poderia criar todas estas coisas.
Ainda nos Salmos. 19. 1, o salmista declara que "Os céus proclamam
a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos".
05 - COMO PODEMOS FALAR COM DEUS?
Em Mateus. 6.6. Jesus nos diz; "Tu, porém, quando orares, entra no
teu quarto, e, fechada a porta, orarás a Teu Pai,..." Orar é falar com
Deus e não apenas falar, mas também ouvi-lo. Devemos falar com Ele
como se fala a um Pai, pois Ele é nosso Pai (João. 1.12). A oração é a
forma de nos comunicarmos com Deus.
06 - O QUE SIGNIFICA SANTÍSSIMA TRINDADE ?
Há um só Deus em três pessoas distintas: o Pai é Deus; o Filho é
Deus; o Espírito Santo é Deus. Embora na Bíblia não haja a expressão
"Santíssima Trindade", a doutrina cristã do Deus trino está evidente
em várias passagens das Escrituras. No batismo de Jesus, por
exemplo, ouviu-se a voz do Pai: "Tu és o meu Filho amado em quem
me comprazo" (Marcos 1.11). João Batista disse: "Eu vi o Espírito
descer do céu como pomba e permanecer sobre Ele" (sobre Jesus)
(João 1.32). Aí temos, portanto a manifestação das três pessoas da
Trindade. A Trindade, ou seja, as três pessoas subsistentes em um só
Deus, constitui um dos maiores mistérios da Divindade. Não pode ser
entendida nem explicada à luz da lógica humana. A infinitude de Deus
não cabe na finitude do homem.(Gênesis 1.1-2; 1.26; 3.15; João 1.114
07- QUAL A DIFERENÇA ENTRE CRIATURAS DE DEUS E
FILHOS DE DEUS?
Deus é o Criador de todas as coisas, Criador dos homens e de tudo
que há no Universo. Logo, os homens são CRIATURAS DE DEUS.
Os homens somente passam à condição de FILHOS DE DEUS
quando nascem de novo, ou seja, quando se arrependem de seus
pecados e os deixam, crêem no Senhor Jesus e O aceitam como
Senhor e Salvador: "Mas a todos os que O receberam, aqueles que
crêem no Seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus,
filhos nascidos não do sangue, nem da vontade do homem, mas de
Deus" (João 1.12-13; Mateus 5.9; 5.45; Romanos 8.14; 1 João 3.1).
60
Doutrina de Deus
08- QUAIS AS ALIANÇAS DE DEUS?
Aliança significa pacto, acordo, ajuste, concerto. Teologicamente,
diz respeito a concerto entre Deus e o seu povo. O Antigo Testamento
é chamado Antiga Aliança. E o Novo Testamento, Nova Aliança. O
nosso Deus é Deus de alianças. Através delas, Ele, pelo seu imenso
amor, nos dá a garantia de muitas bênçãos, se houver fé e obediência.
A iniciativa do concerto sempre foi de Deus, que estabelece as
condições. Vejamos:
CONCERTO COM ADÃO
A primeira aliança Deus fez com Adão e Eva, no Éden: deu-lhes a
Terra e pleno domínio sobre os animais; deu-lhes fartura de alimento,
abençoou-os e disse-lhes que deveriam frutificar e multiplicar. Mas
estabeleceu condições: Não deveriam comer do fruto da árvore da
ciência do bem e do mal. O princípio da obediência estava criado. Se
comessem da árvore proibida, morreriam. Desobedeceram, quebraram
a aliança, e experimentaram imediatamente a morte moral e espiritual,
e, depois, a morte física. Convém lembrar que em todos os concertos
há promessas de bênçãos, mas há a contrapartida da fé e fiel
obediência. (Gênesis 1.27-30; 2.16-17; 3.2-20). Aliança adâmica ou
edênica é como é conhecida a aliança com Adão.
CONCERTO COM NOÉ
Após o dilúvio, do qual se salvaram Noé e sua família, num total de
oito pessoas (Gênesis 7.13), Deus falou: "Convosco estabeleço o meu
concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do
dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra". Como
sinal perpétuo dessa aliança Deus deixou o arco sobre as nuvens,
conhecido como arco-íris. (Gênesis 9.11-17). Chamada aliança
noética.
CONCERTO COM ABRAÃO
O concerto entre Deus e Abraão - aliança abraâmica - foi chamado
"concerto perpétuo", porque extensivo às gerações vindouras e já
apontando para o Reino Eterno de Cristo (Gênesis 17.7). Como parte
da aliança Deus prometeu fazer de Abraão uma grande nação, e
abençoar todas as famílias da terra através dele (Gênesis 12.2-3); dar a
terra de Canaã aos seus descendentes, que seriam grandemente
61
Doutrina de Deus
multiplicados: "E te farei frutificar grandissímamente e de ti farei
nações, e reis sairão de ti" (Gênesis 12.7,15; 13.16; 15.5; 17.2,6,7,8,9).
O concerto foi feito com Abrão, nome mudado por Deus para Abraão
(pai da multidão) (Gênesis 17.39). Como parte da aliança, Abraão
deveria circuncidar todos os machos, filhos e servos sob sua
autoridade, como selo do conserto, e de aceitação de Deus como
Senhor (Gênesis 17.10-14, 23). Deus prometeu estender a aliança a
Isaque, o filho da promessa que iria nascer (Gênesis 17.16,19).
CONCERTO COM ISAQUE
Os termos da aliança foram renovados em Isaque: "Serei contigo e
te abençoarei... multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e
darei à tua semente todas as terras. E em tua semente serão benditas
todas as nações da terra. Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas,
porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente
por amor de Abraão, meu servo" (Gênesis 26.2-5,24).
CONCERTO COM JACÓ
"Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque.
Esta terra em que estás deitado te darei a ti e à tua semente. E tua
semente será como o pó da terra... e em ti serão benditas todas as
famílias da terra" (Gênesis 28.13-14). As alianças de Deus com seu
povo provam que Ele é fiel à sua palavra. Para recebermos as bênçãos
prometidas, fé e obediência são indispensáveis.
CONCERTO COM OS ISRAELITAS
Passados uns três meses da saída do Egito, Deus falou ao seu povo
através de Moisés, ao sopé do monte Sinal (Horebe), para,
basicamente, renovar e relembrar os termos do concerto com Abraão,
Isaque e Jacó: a) a terra de Canaã seria deles; b) Deus seria o único
Deus de Israel; o povo assumiria o compromisso de guardar suas leis e
mandamentos; c) seriam castigados em caso de desobediência (Êxodo
6.3-8; 19.4-6; 23.20-25). Uma promessa que deve ser guardada no
coração: "Agora, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e
guardardes a minha aliança, sereis a minha propriedade peculiar
dentre todos os povos...vós me sereis reino sacerdotal e nação santa"
(Êxodo 19.5-6). O pacto foi fechado quando o povo declarou: "Tudo o
que o Senhor falou, faremos" (Êxodo 24.3). Deus requer de nós o
firme propósito de acatarmos os termos de sua aliança. As leis que
62
Doutrina de Deus
deveriam ser obedecidas eram a lei moral (aqui incluídos os Dez
Mandamentos), a lei civil, a lei cerimonial.
RENOVAÇÃO DA ALIANÇA NAS PLANÍCIES DE MOABE
Antes da entrada na terra prometida, e após percorrerem o deserto
durante 39 anos, os termos do concerto foram relembrados. A
finalidade era de dar conhecimento das promessas divinas aos que
nasceram durante a peregrinação, e fortalecer espiritualmente o povo
para enfrentar o desafio conquistar a nova terra (Deuteronômio 4.4426.19; 31.1-33.29). Os capítulos 27 e 28 tratam das maldições e das
bênçãos decorrentes da rebeldia ou da obediência.
CONCERTO COM DAVI
O resultado mais imediato da aliança davídica foi o estabelecimento
do reino do filho de Davi, Salomão, que deveria edificar um templo
para o Senhor (2 Samuel 7.11-13); o reinado de Davi passaria aos seus
descendentes: "Fiz aliança com o meu escolhido; jurei ao meu servo
Davi: a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu
trono de geração em geração" (Salmos 89.3-4). A condição para o
cumprimento dessas bênçãos seria a fiel obediência de Davi e de seus
descendentes. A vinda de um Rei messiânico e eterno, da linhagem de
Davi, estava implícito nesse concerto (Isaías 9.6-7). "Do trono de
Jessé brotará um rebento, e das suas raízes um renovo frutificará
(Isaías 11.1; Miquéias 5.2-4). Esse novo Rei seria chamado "O
SENHOR, Justiça Nossa" (Jeremias 23.5-6).
A NOVA E ETERNA ALIANÇA EM CRISTO
A promessa de uma nova aliança está em Jeremias 31.31-33: "Vêm
dias, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel
e com a casa de Judá... porei a minha lei no seu interior, e as
escreverei no seu coração. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo." A nova aliança foi selada com o sangue de Jesus, com seu
sacrifício voluntário, com sua morte expiatória: "Isto é o meu sangue,
o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão
de pecados" (Mateus 26.28). A nova aliança é superior à antiga: "Mas
agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador
de UM MELHOR CONCERTO, que está confirmado em melhores
promessas" (Hebreus 8.6). E as melhores promessas são: os que se
arrependem têm seus pecados totalmente perdoados (Hebreus 8.12);
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Doutrina de Deus
um novo coração e uma nova natureza recebem aqueles que
verdadeiramente amam e obedecem a Deus (Ezequiel 11.19-20); são
recebidos como filhos de Deus (Romanos 8.15-16); têm experiência
maior em relação ao Espírito Santo (Joel 2.28; Atos 1.5,8).
Como vimos, de aliança em aliança Deus prosseguiu na execução
do seu plano de salvação dos homens, sempre oferecendo novas
oportunidades. A primeira manifestação desse plano está em Gênesis
3.15: "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência
e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar." Para isso, "Deus mandou o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."(João
3.16). Já não é mais necessário sacrifício de animais para reparar
nossas culpas, como no antigo concerto. O sangue do "Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo" manifestou-se por um ato único,
perfeito e eficaz; o sacrifício voluntário de uma pessoa sem pecado Jesus Cristo, que abriu o caminho da reconciliação do pecador com
Deus.
09- DEUS TEM SETE ESPÍRITOS? QUAIS SÃO?
Em Apocalipse 3.1 lê-se: “E ao anjo da igreja que está em Sardes
escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete
estrelas”. É evidente que Deus não possui sete Espíritos. Em algumas
versões a palavra ESPÍRITOS está no singular e em minúsculas. Esta
passagem não pode ser interpretada em sua forma literal. O Novo
Comentário da Bíblia, volume II, Edições Vida Nova, registra o
seguinte comentário de Kiddler: “Quando reconhecemos que o ‘sete’
em cada caso tem a idéia de unidade e integridade, ao invés de
diversidade, de tal modo que devemos pensar dum só Espírito e de
uma só Igreja, em vez dos sete Espíritos e das sete igrejas, então
temos em vista uma possível solução... Os sete Espíritos e as sete
estrelas desta forma significam o Espírito profético e o caráter celeste
da Igreja, que o Espírito vivifica”.
10- QUEM EXISTE NO CÉU? NO LUGAR QUE DEUS ESTÁ?
O Céu é a habitação de Deus ( Pai, Filho e Espírito Santo), dos
santos anjos e dos que morreram na fé em Cristo. Para lá irão também
todos os crentes em Jesus, pois a Palavra diz: “Todo aquele que vive e
crê em mim, nunca morrerá” (João 11.26). Jesus disse ao ladrão na
64
Doutrina de Deus
cruz: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas
23.43). Paulo declara: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo
desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”
(Filipenses 1.23). Somos cidadãos do Céu. A Terra é uma morada
provisória. Nossa verdadeira cidadania está no Céu (1 Pedro 2.11).
Embora ainda estejamos nesta vida terrena, temos estreita ligação com
o Céu, nossa última morada: conversamos diariamente com nosso Pai;
nossos nomes estão escritos nos livros do Céu; somos protegidos pelos
anjos de Deus; o Espírito Santo está em nós; somos o Corpo de Cristo;
Cristo nos outorgou poderes para fazermos as mesmas obras que Ele
fez na Terra; nossos atos são regulados segundo o padrão da Palavra
de Deus; somos filhos de Deus, “e, se nós somos filhos, somos, logo,
herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é
certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados” (Romanos 8.17).
11- COMO ENTENDER O JULGAMENTO DE DEUS?
Seremos julgados e/ou justificados (salvos) somente por Deus?
Romanos 8:33: "É Deus quem os justifica".
Efésios 2:8-9: "É pela graça que sois salvos, por meio da fé; e isto
não vem de vós, é Dom de Deus - não das obras, paraque ninguém se
glorie.
RESPOSTA:
É claro que somente Deus pode julgar. Jesus é o Justo Juiz que
julgará com justiça (Atos 10.42). Veja o exemplo de um rio: é preciso
que exista o leito (a fé) para a água fluir (a graça).
Somente pela fé?
Romanos 3:20-28:"Por isso ninguém será justificado diante dele
pelas obras da lei (...) pois todos pecaram e destituídos estão da glória
de Deus, e são justificados gratuitamente pela sua graça (...)
concluímos pois que o homem é justificado pela fé, sem as obras da
lei".
Gálatas 2:16: "Sabemos que o homem não é justificado pelas obras
da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, também temos crido em Jesus
65
Doutrina de Deus
Cristo para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da
lei, porque pelas obras da lei ninguém será justificado".
RESPOSTA:
A fé é indispensável: Quem nEle crê [em Jesus] não é condenado;
mas quem não crê já está condenado, porque não crê no unigênito
Filho de Deus (Jo 3.18).
Somente pelas obras?
Romanos 2:6: "Deus recompensará a cada um segundo as suas
obras".
Pela fé e pelas nossas obras?
Tiago 2:24,26: "Vedes então que o homem é justificado pelas obras
e não somente pela fé (...) Assim como o corpo sem o espírito está
morto, assim também a fé sem as obras é morta".
RESPOSTA:
As más obras revelam uma vida não regenerada por Jesus Cristo.
Logo, as obras revelam a fé, porque a fé sem obras é inoperante
(Tiago 2.14,17, 20). Ademais somos salvos para as boas obras
(Efésios 2.10). Não valem para a salvação as obras não decorrentes da
fé no Senhor Jesus, fé que compreende reconhecer Sua divindade,
morte e ressurreição. É por isso que Efésios 2.8 diz que ninguém
compra sua salvação com seu próprio esforço (obras). A fé salvífica
que produz salvação leva ao arrependimento, que leva ao perdão, que
leva à salvação.
Ou pelos caminhos?
Ezequiel 7:3... "te julgarei conforme os teus caminhos ..."
Ezequiel 7:27: "Conforme o seu caminho lhes farei, e com os seus
próprios juízos os julgarei".
Ezequiel 18:30: "Portanto, eu vos julgarei, a cada um conforme os
seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus".
RESPOSTA:
O homem tem o livre-arbítrio para escolher o caminho bom ou mau.
O bom caminho temor a Deus, obediência à Sua palavra, etc,- o levará
66
Doutrina de Deus
à Vida Eterna. O outro, à morte eterna. De acordo com o caminho
escolhido, será o homem julgado.
Ou pelo proceder e pelo mérito das obras?
Jr 17:10 "Eu sou o Senhor que esquadrinho o coração, e que sondo
os afetos; eu dou a cada um segundo o seu proceder, e segundo o
mérito das suas obras".
RESPOSTA:
As boas obras são as que se originam no coração do homem temente
a Deus e crente no Senhor Jesus. A Deus ninguém engana porque Ele
esquadrinha o coração. Às vezes o homem pensa que está operando
boas obras, mas Deus diz: Enganoso é o coração... (Jeremias 17.9).
Ademais, não devemos nos preocupar sobre o nosso julgamento
porque, como disse, o Justo Juiz julgará com justiça. Cabe a Ele
sopesar o mérito ou demérito. É SÓ CRER EM JESUS CRISTO;
ACEITÁ-LO COMO SENHOR E SALVADOR; DEIXAR OS
PECADOS, E DORMIR TRANQÜILO. Não devemos ficar ansiosos
quanto ao nosso julgamento. O justo viverá pela fé. A verdade é que
as obras isoladas não salvam. Fosse assim, um ateu caridoso iria para
o céu.
12- COMO COMPREENDER O ARREPENDIMENTO DE
DEUS?
Deus nunca muda de idéia nem se arrepende do que faz?
(Malaquias 3:6) "Eu, o Senhor, não mudo. (Números 23:19) Deus
não é homem para que minta, nem filho do homem para que se
arrependa. (1Samuel 15:29) Aquele que é a Glória de Israel não mente
nem se arrepende; pois não é homem para que se arrependa...".
Volta atrás e se arrepende?
(Êxodo 32:14) "Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera
havia de fazer ao seu povo. (Gênesis 6:6-7) Então arrependeu-se o
Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e isso lhe pesou no
coração (...) pois me arrependo de os haver feito. (Jonas 3:10) Deus se
arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez. (2Reis 20:1-7)
Ezequias adoeceu e o profeta Isaías disse: Assim diz o Senhor: Põe a
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Doutrina de Deus
tua casa em ordem, porque morrerás e não viverás. Ezequias orou ao
Senhor e chorou muitíssimo. Então o Senhor fez Isaías voltar e falar
para Ezequias que tinha ouvido as orações e o curou"
(Gênesis 18:23-33) Abraão consegue convencer a Deus que não
deveria destruir a cidade de Sodoma se lá encontrasse pelo menos 10
justos. No início todos seriam destruídos, justos e ímpios, mas com a
interferência de Abraão, que demonstrou ser um excelente
argumentador, o Senhor amoleceu o coração e passou a ser mais
condescendente. Dos 50 justos que havia falado anteriormente, se
conformou em procurar apenas dez.
RESPOSTA:
De fato, na Sua essência, Deus não muda. Deus perfeitíssimo não
poderia melhorar a Sua perfeição ou piorá-la. O que mudam são as
circunstâncias. Com o vento soprando em uma única direção o
navegador poderá mudar a direção do seu barco, para a esquerda ou
para direita, dependendo da posição que toma. Uma casa não muda de
lugar, mas podemos dizer que ela está ora à esquerda, ora à direita,
dependendo da posição de quem a observa. É grosseira a comparação,
mas auxilia na compreensão da natureza de Deus, no caso sob
comentário. Em todos os casos sob análise o que mudou não foi Deus,
mas as circunstâncias mudaram. Às vezes o arrepender-se de Deus é
sinônimo de tristeza, como no caso da criação do homem (Gênesis 6).
Após criar o homem, Deus disse que tudo que tinha feito era muito
bom (Gênesis 1.31). Depois da queda, o homem mudou, as
circunstâncias mudaram, e Deus se entristeceu da lastimável situação
de sua criatura. Deus é Justiça e Misericórdia. A intercessão de
Abraão, no caso da destruição de Sodoma e Gomorra, moveu a
misericórdia de Deus. O clamor do rei Ezequias moveu a misericórdia
de Deus. O clamor de Moisés moveu a misericórdia de Deus e todos
não foram eliminados no caso do bezerro de ouro. A intercessão de
Jonas, o arrependimento e jejum dos ninivitas mudaram as
circunstâncias, então houve mudança da atitude de Deus com relação
àquela cidade (Livro de Jonas). Da mesma forma, hoje acontece a
mesma coisa. Todos os homens estão sob condenação eterna, porque
todos pecaram e destituídos estão da salvação (Romanos 3.23).
Todavia, se houver arrependimento e séria intenção de deixar o
pecado; se houver fé no Senhor Jesus, na Sua morte e ressurreição, ou
seja, mudadas as circunstâncias, muda a atitude de Deus, e o homem
68
Doutrina de Deus
será salvo. O princípio é este: mudando as circunstâncias, Deus poderá
mudar suas atitudes. Lembremo-nos de que Deus é soberano na Sua
vontade. Uma casa é um bem imóvel, mas ela poderá nos abrigar
dependendo do lado em que estejamos. Dentro dela é o melhor lugar.
A mesma coisa não ocorre se estivermos em cima dela ou do lado
direito, esquerdo, na frente ou detrás. Estes esclarecimentos são
apenas uma ajuda para quem está em dificuldade de compreender
como Deus age em determinadas circunstâncias. A verdade é que
nunca iremos compreender plenamente os mistérios de Deus e Sua
natureza, mas sabemos que Ele é bom e nos ama, e está sempre pronto
a socorrer-nos em nossas dificuldades. Todavia, veja o que Ele diz: SE
O MEU POVO, QUE SE CHAMA PELO MEU NOME, SE
HUMILHAR, E ORAR E BUSCAR A MINHA FACE, E SE
CONVERTER DOS SEUS MAUS CAMINHOS, ENTÃO EU
OUVIREI DOS CÉUS, E PERDOAREI OS SEUS PECADOS, E
SARAREI A SUA TERRA (2 Crônicas 7.14).
13- O QUE É COMO SE MANIFESTA O REINO DE DEUS?
O REINO DE DEUS é a manifestação do poder de Deus aqui na
Terra. Jesus disse: "Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de
Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus" (Mateus
12.28). Não é um reino vinculado ao domínio social ou político sobre
as nações ou reinos deste mundo, que continuará inimigo de Deus e do
seu povo. Somente na plenitude dos tempos é que o Reino de Deus se
manifestará com força e com juízo. Os milagres, as curas, a renovação
espiritual (novo nascimento) são manifestações do Reino, algumas
visíveis, outras invisíveis aos nossos olhos. Somos soldados desse
Reino; somos participantes desse Reino. A condição para entrar nesse
reino é: "Arrependei-vos e crede no evangelho" (Marcos 1.15). O
Reino de Deus está na Terra para destruir as obras do diabo (Lucas
4.18). A máxima evidência de que pertencemos a esse Reino é termos
uma vida de justiça, paz, e alegria no Espírito Santo, com o que somos
luz do mundo e sal da terra e damos testemunho, como nosso
exemplo, das nossa fé no Senhor Jesus, fé obediente. Assim, o Reino
de Deus está em nós e nós estamos nele. Mas para entrarmos nesse
Reino é preciso um esforço. Precisamos romper com o pecado, com os
prazeres mundanos, com as práticas pecaminosas, e exercer pleno
domínio sobre os desejos da carne (Mateus 11.12). Os participantes
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Doutrina de Deus
desse Reino possuem uma procuração passada por Jesus, com poderes
plenos para, em Seu nome, destruir as obras de Satanás (Marcos
16.17-18).
Referencias Bibliográficas
BARRETO, Aderbal da Silva. Apostila de Teologia Sistemática
Seminário Betel. Rio de Janeiro. 2000.
GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática atual e exaustiva, São
Paulo. Trad. Norio Yamakami, Lucy Yamakami, Luiz A. T. Sayão.
Editora Vida Nova, 1999.
NUNES, Isaque P. Doutrinas Bíblica Perguntas e respostas sobre
Teologia Sistemática e conhecimentos gerais. 2ª Ed.. Rio de
Janeiro. Editora Maanaim, 2001.
BORGES. Arildo Xavier. Apostila de Teologia Sistemática Curso de
Capacitação de Líderes (CCL) Primeira Igreja Batista em Éden.
Rio de Janeiro.
Referencias Bibliográfica digitais
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<http://imwcastroalves.vilabol.uol.com.br/estudos/testemunhas.htm
http://www.cacp.org.br/ > Acesso em 28 de Set. 2011
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