Ciências Econômicas

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Instituto Barão do Rio Branco
Faculdade Anglicana de Erechim
2. MODELOS MICROECONÔMICOS
A Microeconomia trata do comportamento individual das “unidades econômicas”. Por unidades
econômicas,
podemos
entender
consumidores,
trabalhadores,
investidores,
entidades
do governo, proprietários de terra, empresas – na realidade, quaisquer agentes que tenham participação na
produção e/ou distribuição de bens (riqueza).
A Microeconomia explica como e por que essas unidades tomam decisões de produção e consumo.
Por exemplo, ela esclarece como os consumidores tomam decisões de compra e de que forma suas
escolhas são influenciadas pelas variações de preços e renda; explica, também, de que maneira as
empresas determinam o número de trabalhadores que contratarão.
Outra importante preocupação da Microeconomia é saber como as empresas interagem para formar
as unidades maiores – mercados e indústrias. A Microeconomia ajuda a compreender, por exemplo, por que
razão a produção de soja no Brasil, se desenvolveu da forma como se desenvolveu e como os produtores e
consumidores interagem no mercado de soja (e nos demais mercados do agronegócio). Ela explica como
são determinados os preços das sacas de soja, os montantes de investimento em sua produção e quantas
toneladas de soja são produzidas a cada ano. Por meio do estudo do comportamento e da interação entre
cada empresa e os consumidores, a Microeconomia revela como os setores e os mercados operam e se
desenvolvem, por que são diferentes entre si e como são influenciados por políticas governamentais e
condições de produção e consumo globais. A forma que a Microeconomia trabalha é através de modelos
microeconômicos.
Os modelos microeconômicos retratam uma construção composta de uma série de hipóteses a
partir das quais as conclusões são extrapoladas.
A abstração presente nos modelos microeconômicos, não ignora a complexidade do mundo real,
mas constitui, sem dúvida, uma alternativa factível e necessária para apresentar uma realidade, que de
outra forma permaneceria excessivamente obscura ao conhecimento humano.
A partir de uma situação do mundo real, são selecionadas as variáveis mais relevantes ao
fenômeno sob análise, permitindo a manuseabilidade das complexidades desse mundo real.
Obtido assim o modelo lógico, mediante deduções adequadas, são inferidas conclusões de
natureza abstrata, as quais, convenientemente interpretadas com argumentos adequados à realidade
exterior, tornam possível o retorno ao mundo real.
Se as conclusões não forem coerentes com a realidade, se impõe a reestruturação do modelo
inicialmente concebido iniciando todo o processo novamente.
O caráter dedutivo é realçado a medida em que se desejar formular deduções teóricas sobre
variáveis que não podem ser observadas ou mensuradas. Não temos um “utilitômetro” para verificar o valor
econômico, a utilidade de cada bem, em função disso é necessário a simplificação da realidade.
Complementarmente, são defrontadas constantemente situações hipotéticas de causa e efeito.
Ponderações do tipo – Se isso acontecer..., Se a taxa de juros variar positivamente... a economia irá crescer
10%.
A Microeconomia é uma ciência de natureza estática comparativa, ou seja, estuda posições de
equilíbrio sem se preocupar com acontecimentos anteriores.
Constitui, fundamentalmente, em uma análise de equilíbrio parcial – se pressupõe condição de
coeteris paribus todos os demais fatores são constantes. Exemplo duas variáveis Preço x Quantidade.
Utilizamos a Microeconomia no mundo dos negócios, para auxiliar na formulação de decisões
administrativas calcadas no comportamento da procura, na estrutura dos custos empresariais, em métodos
de fixação de preços, etc. Vejamos um exemplo de modelo microeconômico.
Setor de Panificação:
Características das empresas
Custo de produção da pão francês (C):
Custo Variável (CV):
R$1,95/kg
Custo Fixo (CF):
R$5000,00 /mês – (média de 2.200kg R$2,27 / kg)*
Capacidade produtiva (CP): 100kg/dia
*esse custo utiliza a média de produção mês por panificadora, se houver maior ou menor produção esse
custo poderá sofrer alterações.
Características do mercado
12 panificadoras na cidade
Demanda do mercado (DM): 1000kg/dia
Preço médio de venda Pão Frances(P): R$ 5,98 /kg
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Dias de trabalho por mês: 22
Consumo mensal das famílias/mercado
(DMT) = DM * 30 = 1.000 kg de pão francês x 30 dias = 30.000 kg de pão francês por mês.
Média de venda por panificadora levando em consideração a demanda total dividida pela capacidade de
cada firma.
Venda média por panificadora (VM):
VM = DMT / nº de panificadoras = 30.000 / 12 = 2.500 kg mês
Média de mensal de produção por panificadora (MP)
MP = Quilos de pão francês x 22 dias = 100 x 22 = 2.200kg de pão francês por mês.
2.200kg X 22 dais = 26.400 kg / mês.
Considerações sobre o modelo:
1- o mercado demanda 30.000kg de pães francês / mês e as 12 panificadoras produzem 26.400 kg,
portanto a demanda é maior que a oferta 3.600kg não são atendidos;
2- o mercado demanda o produto 30 dias / mês e as 12 panificadoras trabalham em média 22 dias mês – 8
dias a menos que o mercado demanda;
3- Custo médio do pão francês por panificadora é R$4,22;
4- o lucro médio é de R$1,76 / kg;
5- Existe espaço para crescimento da produção média do mercado na ordem de até 13,64%;
Recomendações:
1- Aumentar o número de dias trabalhados;
2- Aumentar o número de colaboradores;
3- Aumentar o número de equipamentos;
Exercícios:
1- Com base no exemplo do modelo acima citado, quais seriam outras possibilidades para esse setor?
2- Qual os passos para elaboração de um modelo microeconômico?
3- O que quer dizer a condição de coeteris paribus?
4- Por que se utiliza a condição de coeteris paribus na microeconomia?
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3. TEORIA DO CONSUMIDOR
A teoria do consumidor serve como guia para elaboração e interpretação de pesquisas de mercado,
fornecendo métodos para comparação eficaz de diferentes políticas de incentivo ao consumidor, além de
possibilitar uma avaliação da eficiência do sistema econômico.
Na teoria do consumidor assumimos que:
• O indivíduo escolhe um cesta formada com uma certa quantidade de bens ou serviços estando
sujeito ao seu rendimento disponível;
• Os indivíduos possuem informação e raciocínio perfeitos (a informação disponível é completa sobre
os benefícios dos bens)
Preferências e Gostos
Em termos econômicos, as necessidades humanas são satisfeitas com a apropriação e utilização
de bens e serviços. A utilidade (o valor econômico) dos bens e serviços resulta da sua capacidade em
satisfazer as necessidades humanas, como já vimos anteriormente, se um objeto não satisfaz nenhuma
necessidade humana, então não tem utilidade, portanto não tem valor econômico.
Princípio da Utilidade
• Cada indivíduo tem necessidades, e estas quando satisfeitas, lhes permitem viver numa situação de
maior conforto, de maior bem-estar.
Lista de Compras para o Supermercado
A utilidade das coisas (o seu valor econômico) é subjetiva
(Dinheiro: R$40,00)
pois depende dos gostos e das preferências das pessoas. Ela Principais:
refere-se à forma como os consumidores definem a hierarquia dos
2 kg de Feijão - R$ 6,00
diferentes bens e serviços, em função da satisfação que estes os
5 kg de Arroz – R$8,80
proporcionem.
1 kg de Carne moida – R$5,45
No exemplo da lista de compras para o Supermercado a
2 pct Massa 500g – R$6,70
dona de casa classifica os bens que são de primeira necessidade
1 cx Pasta de Dente – R$2,75
dos considerados “extras”. Os de “primeira necessidade” atendem
as necessidade básicas para a sobrevivência de sua família,
6rolos de Papel higiênico - R$3,50
portanto são necessários e muito úteis. Os bens considerados de
Total – R$ 33,20
segunda necessidade ,“Extras”, possuem utilidade portanto tem
valor econômico, no entanto serão comprados somente se após Extras:
comprar os bens de primeira necessidade, ainda restarem recursos
1barra de Chocolate – R$ 4,70
financeiros.
2pct de Balas – R$3,90
Outro ponto fundamental nessa análise da utilidade se
1 pct Bolachinha recheada - R$1,50
refere ao valor econômico da primeira unidade de um bem ou
serviço, em regra, essa gera maior satisfação que às demais
Total R$43,30 – R$40,00 falta R$3,30
unidades consumidas subsequêntes.
4- Refrigerante
Na Figura - Utilidade Total e Utilidade Marginal, temse um exemplo para a utilidade de 5 barras de chocolate. Foi
elaborada uma escala de 0 a 4 na satisfação dos
Ex. Barras de Chocolate - A coluna 1
consumidores, sendo 0 para nenhuma satisfação e 4 para
– Quantidade consumida de um bem
muito satisfeito quando consumindo uma barra de chocolate.
Q – apresenta a quantidade de barras
de chocolate que são consumidas;
coluna 2 – Utilidade total U –
apresenta a utilidade total que é
resultado do somatório da utilidade de
cada uma barra de chocolate a mais
que é consumida; coluna 3 – Utilidade
marginal UM – apresenta o que cada
barra adicional de chocolate agrega a
satisfação em seu consumo. A
utilidade marginal representa a
sensação de prazer que as barras de
chocolate
trazem
para
os
consumidores
(neste
caso
consumidores de chocolate).
Figura – Utilidade total e Utilidade Marginal
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Portanto a primeira barra de chocolate acrescenta 4, ou seja, muita satisfação no seu consumo, já a
segunda barra de chocolate, acrescenta 3, chegando a quinta e última barra que não acrescenta nenhuma
satisfação. Na 5ª barra o consumidor já esta totalmente satisfeito, enjoado de comer tanto chocolate,
portanto não haveria interesse em nenhum uma nova barra de chocolates.
Teoria da escolha – Cestas de mercadorias e Curva de indiferença
Quando vamos ao supermercado temos que fazer escolhas para compor nossa cesta de
mercadorias. Muitas vezes temos uma limitação e diversas coisas para escolher. Essas diversas
possibilidades de escolha geram as curvas de indiferença.
Quanto mais distante do vértice melhor será essa cesta de consumo, pois aumentará a quantidade
de bens. O que determina essas possibilidades é a Receita do consumidor (o salário, lucro, o recurso
disponível para ser gasto em consumo), também chamamos isso de restrição orçamentária.
Cesta 1 - 1 fatia de Melância, 3 abacaxis e 3 cerejas
Cesta 2 - 2 fatia de Melância, 6 abacaxis e 6 cerejas
É fácil de escolher dentre as duas opções de cestas acima, a opção lógica seria a Cesta 2 pois
contém o dobro de itens da Cesta 1. O que determina o volume da cesta que o consumidor irá escolher é a
sua renda, através da restrição orçamentária.
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Restrição orçamentária
A restrição orçamentária é o limite de gastos que podem ser efetuados pelo consumidor, com base
na sua disponibilidade financeira. Para uma família a restrição orçamentária é o somatório de todos os
ganhos auferidos pela família, é o que ela terá disponível para gastos, como aluguel, alimentação,
vestuário, laser, transporte, etc., portanto a restrição orçamentária é a mesma coisa que dizermos que é a
receita de uma família.
Restrição orçamentária = Receita da família
Receita da família = Salário + Juros recebidos + Aluguéis recebidos + Lucros recebidos
Restrição orçamentária = q1.p1 + q2.p2 + Σ(qn.pn)
q1 = quantidade do bem 1 que será consumida;
p2 = preço do bem 1;
q2 = quantidade do bem 2 que será consumida;
p2 = preço do bem 2. 9
qn = quantidade do bem n
pn = preço do bem n
Influências na decisão de consumir
A renda disponível é sem dúvida, o fator que mais influência tem na determinação das despesas em
consumo. Entretanto, na medida em que se vai diminuindo o espaço de tempo de análise em que ocorrem
variações no consumo, maior é a influência de outras variáveis sobre as decisões de consumir dos
indivíduos da coletividade.
 Taxa de Juros – existe uma velha idéia clássica que supõe ser racional os consumidores pouparem
mais quanto maior for a taxa de juros, consequentemente consumindo menos;
 Expectativas Futuras de Preços e Renda – É bastante lógico que a população aumente seu consumo,
se sua expectativa seja que haja um aumento de preços ou um aumento na renda futura;
 Crédito ao Consumidor – Condições facilitadas de crédito, estimulam os consumidores a aumentar suas
despesas de consumo, principalmente de bens duráveis;
 Distribuição de Renda – Uma distribuição de renda das pessoas ricas para as mais pobres pode
estimular o consumo, já que a PMC é maior destes últimos;
 Estoque de Bens Financeiros – Variações no valor do estoque dos ativos financeiros (ações, títulos do
governo, moeda, etc) podem levar seus possuidores a mudar seus níveis de consumo.
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Exercícios:
1- Uma garrafa de vinho importada custa a Jonas R$40 e assistir a um show musical custa
R$100. Quando Jonas maximiza sua utilidade, a utilidade marginal de cada garrafa de vinho é
de 8 “utéis”. A utilidade marginal do show é:
a. 30
b. 40
c. 10
d. 20
e. 25
2- A restrição orçamentária de Suzana é 15G+45V = 900. Quando ela escolhe sua cesta de bens
preferida, compra 30 unidades de G; portanto ela também compra:
a. 60 unid. de V
c. 50 unid. de V
e. N.d.a.
b. 30 unid. de V
d. 10 unid. de V
3- Quando vamos ao supermercado temos que fazer escolhas para compor nossa cesta de mercadorias.
Muitas vezes temos uma limitação e diversas coisas para escolher. Essas diversas possibilidades de
escolha nos geram as curvas de indiferença. Quanto mais distante do vértice melhor será essa cesta de
consumo, pois aumentará a quantidade de bens. Com base nisso poderíamos dizer que a afirmação correta
é a:
a) A teoria da procura considera que os consumidores não maximizam a sua utilidade, o que significa que
escolhem o conjunto de bens mais agradável.
b) O que determina em qual das cestas de consumo
esteremos possisionados é a nossa limitação em
gastos, nossa restrição orçamentária.
c) A curva de indiferença 1(CI1) é melhor do que a
CI3, por sua amplitude ser maior.
d) No ponta de convergência a2 e a1 temos uma
opção de cesta de consumo, esta opção não
poderia ser melhor se estivesse localizada ao
longo da CI3.
e) As alternativas b e d estão corretas.
4- Salário médio do trabalhador é o maior em 8 anos (Prova CNE FAE – 02/2010)
O rendimento real médio dos trabalhadores ficou em R$ 1.472,10 no mês de agosto e é o maior desde o
início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo pesquisa mensal
divulgada pelo órgão. O recorde anterior, conforme informou o IBGE, foi registrado no mês anterior, julho,
quando o salário médio ficara em R$ 1.451,91.
Região Salário médio em agosto
Recife
R$ 1.078,10
Salvador
R$ 1.231,90
Belo Horizonte
R$ 1.396,40
Rio de Janeiro
R$ 1.522,20
São Paulo
R$ 1.580,10
Porto Alegre
R$ 1.421,50
Acima temos a restrição orçamentária média da população para cada região. Se, hipoteticamente a
população de Porto Alegre gastasse em média: 30% do seu salário em moradia, 40% em alimentação, 15%
em transporte, 5% em vestuário e 10% em educação e tivéssemos uma aumento na nossa renda da ordem
de 10% e destinássemos esse aumento totalmente a educação qual seria esse novo valor.
a. R$156,00
c. R$284,00
e. R$230,84
b. R$142,50
d. R$300,00
5- Qual seria a nova equação da restrição orçamentária que utilizaríamos para planejarmos nossas ações, e
determinarmos nosso novo mercado? (M=moradia; A=Alimentação; T=transporte; V=vestuário;
E=educação)
a. 0,30M + 0,40A + 0,15V + 0,05T + 0,18E = 1.421,50
b. 0,30M + 0,30A + 0,13V + 0,50T + 0,01E = 1.563,65
c. 0,27M + 0,36A + 0,13V + 0,45T + 0,20E = 1.563,65
d. 0,27M + 0,36A + 0,13V + 0,04T + 0,18E = 1.563,65
e. 0,27M + 0,40A + 0,09V + 0,05T + 0,20E = 1.421,50
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6- O dono de uma panificadora produz atualmente 1014kg de pães por mês e para isso ocupa 1014kg de
farinha de trigo, ele deseja incrementar suas vendas produzindo bolachas. Para cada quilo de bolacha seria
necessário 1 quilo de farinha de trigo. Sabe-se que ele somente vende 1kg de bolacha a cada 25kg de
pães. O preço de venda do quilo de pão é vendido a R$6,00 e o da bolacha ele espera vender a R$10,00.
Qual sua disponibilidade financeira somente lhe permite comprar 1014kg de farinha de trigo, qual seria a
melhor quantidade para que ele produzisse bolachas e pães?
EXTRA - Na família do João existe 4 pessoas, ele que recebe o salário de R$1.200,00, sua esposa que
recebe o valor de R$600,00 referente a aluguel de uma casa herdada de seus pais e mais seus dois filhos.
O custo da escola dos filhos de João é de R$250,00 para cada um. O valor gasto pela família em transporte
é de R$450,00. Com as informações acima elabora a equação da restrição orçamentária da família de
João, para verificarmos qual a disponibilidade de recursos restam a eles.
7) Realizamos uma pesquisa de mercado na cidade de Erechim e constatamos que a Renda média mensal
da população é de R$1.177,00. Em média a população gasta 30 % de sua renda em moradia, 10% em
transporte. Sabendo disso resolvemos abrir um grande supermercado, considerando que do restante desta
renda 30% seria gasto em nosso supermercado na compra de alimentos e o restante em outros gastos.
Como Erechim tem hoje 94.168 habitantes, e imaginando que 20% dos habitantes iria consumidor neste
novo supermercado, portanto responda:
a) Qual receita esperada pelo Supermercado?
b) Qual a equação da restrição orçamentária das famílias de Erechim com base nas informações do
exercício?
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4. DEMANDA
Costuma-se definir procura ou demanda individual como a quantidade de um determinado bem ou
serviço que o consumidor deseja adquirir em um determinado espaço de tempo.
Destacam-se dois pontos em relação a Demanda:
I - É um desejo de adquirir, uma aspiração, um plano e não a sua realização. Não se pode confundir procura
com compra, nem oferta com venda.
II - É um fluxo por unidade de tempo; a procura é expressa por uma dada quantidade em um dado período.
Lei da Demanda - “Existe uma relação inversa entre preço e quantidade que os demandantes estão
dispostos a comprar de um certo bem ou serviço.”
↑P = Q↓
4.1 Determinantes da Procura Individual são:
I – preço do bem;
II – preços dos outros bens substitutos ou complementares;
III – renda do consumidor;
IV – Disponibilidade de crédito;
V – As políticas governamentais, como impostos e subsídios;
VI – gosto ou preferência do individuo;
VII – As expectativas de renda e de preços futuros etc.
Matematicamente podemos expressar esta relação da seguinte forma:
Dx = ƒ (Px, P1,P2, ...Pn -1, R,G)
Sendo:
Dx = a demanda do bem x
Px = o preço do bem x
P1 = o preço dos outros bens, i=1, 2,... n-1
R = renda
G = preferências
A curva de Demanda é o resultado das diversas possibilidades de escolha que podem ser feitas
entre preços e quantidades. É o resultado de preço (p) x quantidade (q) de um bem específico. A curva de
demanda representa os que os consumidores podem consumir do bem analisado.
A curva de Demanda D0 pode se deslocar para a esquerda ou para a direita, caso ocorram
mudanças no mercado. Um deslocamento de D0 para D1 é o resultado de uma diminuição no poder de
compra dos demandantes, o que ocasionará um número menor de quantidades demandadas pelo mesmo
preço.
Quando há um deslocamento da curva de D0 para D2 isso pode ser o resultado de um aumento na
renda, aumento na disponibilidade de crédito.
Figura Deslocamentos da Demanda:
Preço
D2
D0
D1
Quantidade
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A demanda por um bem pode e varia em função da influência de outro bem ou de outros bens. Essa
relação pode ser dar por duas situações, existirem bens substitutos (concorrentes) e/ou bens
complementares.
Bens substitutos – ou concorrentes, são os bens que se consumidos atendem a necessidade do
consumidor de igual maneira, portanto sempre que houver o consumo de um bem o outro não será
consumido. Como exemplo de bens substitutos pode-se citar margarina ou manteiga, chá ou café, viagem
de ônibus ou de avião ou ainda de carro, sempre que houver o consumo de um desses bens o outro não
será consumido.
Considerando o exemplo de chá ou café, por exemplo se a preferência do consumidor fosse igual
para os dois itens, e partíssemos de preços iguais para ambos, o chá sofresse um aumento de preço, o
resultado seria um aumento no consumo de café, pois a satisfação alcançada seria a mesma por um valor
menor do que o do chá. Novamente partindo de preços iguais, o chá tivesse seu preço rebaixado,
ocasionaria um aumento na demanda pelo chá.
Bens complementares – são os bens que juntamente se complementam a exemplo podemos considera
como bens complementares pão e salsicha para um cachorro quente.
Quando um bem complementar tem seu preço aumentado ocorrerá uma queda na sua demanda e
também na demanda do bem que o complementa. No exemplo do cachorro quente, por exemplo se houve
um aumento no preço do pão, isso irá ocasionar uma queda no consumo de pão e da salsicha também,
porque a disponibilidade financeira para a compra é dada.
A renda determina o padrão de bens ou serviços que o consumidor irá demandar. A relação de
renda a consumo é direta e positiva, ou seja, se houver um aumento na renda haverá um aumento no
consumo de bens. O indivíduo, ficando mais rico, vai desejar aumentar seu padrão de consumo, passar a
comer filé mignon, caviar, comprar uma lancha, etc.. Como toda a boa regra, esta também admite exceções.
Primeiramente é possível que o indivíduo que consumia 1 taça de vinho, não passe a tomar 2 taças
de vinhos por ter sua renda aumentada, por já estar totalmente satisfeito com o consumo de apenas uma
taça. Outra exceção esta regra, é a dos chamados bens inferiores.
Bens inferiores – esses bens são os que o consumidor deixa de consumir a medida que sua renda
aumenta, a exemplo disso podemos citar o consumo de carne de 2ª, com o aumento de renda a família irá
querer consumir uma carne mais prazerosa, macia e passará a comer carne de 1ª qualidade.
O gosto ou a preferência do consumidor também se relacionam com a demanda por um
determinado bem e as propagandas servem para aumentar o consumo por um determinado bem
influenciando na preferência do consumidor, criando preferência, criando necessidade que não existia.
Elasticidades da Demanda
A elasticidade da demanda visa mensurar a sensibilidade da quantidade comprada às alterações
nas variáveis que determinam a demanda.
As duas elasticidades da demanda mais importantes são:
Elasticidade-preço = η
PD
D
η = ∆%Q (Quantidade demandada)
∆%P (Preço)
Se,
D
|η |>0 e < 1, demanda inelástica
D
|η |= 1, demanda de elasticidade unitária
D
|η |> 1, demanda elástica
A variação (∆) percentual na quantidade demandada é dada pela variação na quantidade pela
quantidade, ou seja, ∆Q/Q, onde ∆Q = Q 2 – Q1. A variação percentual do preço é dada por ∆P/P, onde ∆P =
P2 – P1.
Elasticidade-renda da demanda é a variação percentual da quantidade procurada de um bem x,
para cada unidade de variação percentual da renda do consumidor. Matematicamente ∆Q/Q, onde ∆Q = Q 2
– Q1 e ∆R = R2 – R1
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4.2.1 Fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda:
 peso no orçamento
 concorrência ou existência de substitutos
 necessidades ou essencialidade
RD
Elasticidade-renda = η
A elasticidade-preço ou a elasticidade-renda da demanda é a variação percentual de quantidade
procurada do bem x, para cada unidade de variação percentual no preço do bem X ou na renda do
consumidor.
A elasticidade-renda é útil para classificar os bens e serviços em normais ou inferiores.
Quando a Elasticidade Renda da Demanda é menor que 1 e positiva, o bem é inelástico em relação
à renda. Ex: a maioria dos alimentos, roupas, aparelhos de som, aparelhos domésticos, etc.


RD
Bens Normais: são aqueles que, se a renda aumentar a demanda também se elevará. A e
normais é positiva.
RD
Bens Inferiores: se a renda aumentar a demanda diminuirá. A e é negativa.
para bens
No gráfico 4.2 temos a representação gráfica das curvas de demanda Elásticas e Inelásticas. A
curva Db representa uma demanda mais elástica, ou seja, a variação de p1 para p2 resulta numa variação
da quantidade demandada muito maior que para a curva Da, que representa uma demanda inelástica onde
a variação no preço não altera na mesma proporção a quantidade demandada do bem.
4.2 Gráfico de Demandas Elásticas e Inelásticas
Preço
p1
p2
Db
Da
q1
Q2
Q2
Q3
Quantidade
Como podemos ver a elasticidade-preço da demanda/renda é negativamente inclinada, uma
variação para baixo no preço ocasionará um aumento da quantidade.
Reforçando conceitos:
 Dois bens dizem-se substitutos se o aumento do preço de um leva ao aumento da procura do outro
(exemplo: vaca e frango)
 Dois bens dizem-se complementares se o aumento do preço de um leva à diminuição da procura do
outro (exemplo: automóveis e gasolina)
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