FM46. Desenvolvimento Farmacotécnico de um Creme

FM46. Desenvolvimento Farmacotécnico de um Creme para Tratamento do Vírus do Herpes
Simples á Base da Tintura de Glycyrrhiza glaba (Alcaçuz) e Macrosyphonia velame (Velame)
Almeida MS, Santos PUS, Cruz JS, Barreto MM
Introdução: A infecção pelo vírus do herpes simples (HSV) é cosmopolita. Estima-se que no mundo
60% a 70% das crianças com cinco anos de idade e aproximadamente 90% dos adultos apresentam
soropositividade para os antígenos do HSV-1. Em pacientes imunocomprometidos, as infecções
herpéticas podem provocar severas complicações. Quando aplicados e fixados á área lesionada os
medicamentos locais, em forma de gel e cremes, funcionam como limitadores do contato das lesões
herpéticas com as mãos, língua e lábios, prevenindo a autoinoculação das áreas vizinhas. Dentre as
substâncias naturais mais utilizadas para o tratamento do herpes simples, destacam-se o extrato
alcoólico de alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) e o extrato alcoólico de velame (Macrosyphonia velame). O
alcaçuz é uma planta medicinal que possui em sua constituição a glicirrizina, que inibe o crescimento
de vírus. Já o velame é uma espécie medicinal em que a raiz é amplamente utilizada pela população
como anti-inflamatório, depurativo, antissifilítico bem como no tratamento de coceiras, dermatoses e
úlceras externas. Objetivos: Elaborar uma formulação farmacotecnicamente viável (produto inovador)
de um creme a base de alcaçuz (antiviral) e velame (anti-inflamatório) para tratamento de infecção
pelo vírus do herpes. Metodologia: Inicialmente foi realizado um estudo de pré-formulação a fim de
analisar as características físico-químicas das matérias primas a serem utilizadas. Posteriormente
pesaram-se todos os componentes da fase oleosa (álcool cetílico, lanette N® e propilparabeno) e todos
os componentes da fase aquosa (propilenoglicol, metilparabeno, EDTA e água destilada). Em um
béquer, fundiram-se os componentes da fase A (oleosa) a temperatura de 70ºC. Em outro béquer,
aqueceu-se a fase B (aquosa) até atingir a temperatura de 75ºC. A seguir verteu-se a fase aquosa na
oleosa sob agitação, sendo que após esse processo as tinturas foram incorporadas e a seguir esfriou-se
a formulação até 35oC. Resultados e Discussão: Entre as formas cosmecêuticas usadas para
tratamento tópico de patologias da pele estão os cremes. No tratamento de infecções como do herpes,
as substâncias ativas devem ser capazes de penetrar e ficarem retidas na pele por mais tempo. Isto é
conseguido através dos cremes, que garantem maior penetração pelas camadas da pele. Com o auxilio
dos componentes citados acima e das operações farmacotécnicas utilizadas pôde-se obter um creme de
aparência firme, branca e cheiro característico das tinturas vegetais utilizadas além da sua ação que
produz um filme com boa permeabilidade na pele, emoliência e umectante. Conclusão: O produto
final foi farmacotecnicamente satisfatório, já que os parâmetros físicos se mostraram adequados,
demonstrando uma potencialidade como forma alternativa para o tratamento do herpes labial.
Palavras chaves: herpes, tintura de Glycyrrhiza glaba e Macrosyphonia velame, creme.